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Uma analise sobre neoliberalismo

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Uma analise sobre o neoliberalismo
Caio Luiz Viégas Dério
UERJ 2015
INTRODUÇÃO
 No presente trabalho busco fazer uma analise do neoliberalismo expondo suas ideias, observações e teorias utilizando a visão de autores estudados durante o período como: David Harvey e Milton Friedman com a contribuição de Joseph E. Stiglitz e Maynard Keynes.
Para melhor compreender o neoliberalismo creio ser mais proveitoso não só mostrar seus principais pontos, mas também contrapô-los a fim de proporcionar maior reflexão sobre o tema.
A decisão de usar como base Harvey e M. Friedman foi devido a analise do primeiro em seu livro “Neoliberalismo historia e implicações” que apresenta inicialmente os fundamentos e depois as tensões e contradições de um Estado neoliberal, tanto na teoria quanto na pratica. Através da obra do segundo “Capitalismo e liberdade” podemos observar um olhar não voltado apenas para exposição e critica, mas sim para a defesa e nela podemos tentar entender o posicionamento dos neoliberais.
Por fim tentarei explicar as crises atuais e como estão interligadas – as crises de 2000 e 2008 – que se alastraram pelo mundo levando pessoas e empresas a falência.
DESENVOLVIMENTO
Primeiramente se faz necessário diferenciarmos liberalismo do neoliberalismo. 
Segundo uma visão liberal apesar da nomenclatura parecida o prefixo “neo” não podemos nos referir ao neoliberalismo como uma evolução ou continuação do liberalismo, de certa forma ambos são forças antagônicas. Alguns liberais se referem a essa diferença pela seguinte metáfora “achar que neoliberalismo é um tipo de liberalismo é o mesmo que achar que um mico-leão é um tipo de leão”.
A diferença consiste basicamente - e digo isso para não adotar nenhuma visão tendenciosa - na presença do Estado onde o liberalismo reduz o tamanho do Estado na área econômica e já o neoliberalismo mantem ou amplia seu poder. 
Ao lermos Harvey podemos observar que a questão da liberdade é primordial e se traduz nos direitos individuais, propriedade privada, instituições de mercados de livre funcionamento e livre comercio que devem ser protegidos pelo Estado. Ao observarmos o discurso de Margaret Tatcher na conferência do Partido Conservador inglês em 1983 podemos deduzir o porque da redução do papel do Estado.
“Um dos grandes debates de nosso tempo é sobre quanto de seu dinheiro deve ser gasto pelo Estado e com quanto você deve ficar para gastar com sua família. Não nos esqueçamos nunca dessa verdade fundamental, o Estado não tem outra fonte de recursos além do dinheiro que as pessoas ganham por si próprias. Se o Estado deseja gastar mais, ele só pode faze-lo tomando emprestado sua poupança ou te cobrando mais tributos e não adianta pensar que alguém irá pagar , esse ‘alguém” é você. Não existe essa coisa de dinheiro púbico, existe apenas o dinheiro dos pagadores de impostos... Nós temos o dever de garantir que cada centavo que arrecadamos com a tributação seja gasto bem e sabiamente...”.
A liberdade vem da ideia de que o Estado é apenas um instrumento que assegure a liberdade, pois são os indivíduos que o sustentam, mas também de outra ideia exposta por Milton Friedman de que um planejamento econômico coletivo interferiria na liberdade individual podendo, por exemplo, limitar a capacidade do individuo abrir o próprio negocio. Para ele a liberdade econômica cumpre o papel cumpre o papel de proteger a liberdade sendo um fim em si mesmo.
Contudo essa liberdade é claramente limitada como aponta Harvey descrevendo-a como paradoxal já que limita a liberdade que deveria garantir principalmente no que diz respeito aos movimentos sociais, ou seja, limitando a liberdade das massas ( reduzindo seus direitos ) em prol da liberdade de uma minoria e isso explica ódio dos mineiros de 1980 por Margareth Thatcher odiada pelos trabalhadores e amada pelos capitalistas. A liberdade liberal, para mim é um tanto perigosa, pois nela o individuo é tão responsável por suas ações quanto por seu bem estar e caso não seja bem sucedido, ou seja, seu fracasso foi culpa sua por não ter investido capital humano suficiente em sua educação.
Entretanto Maynard Keynes nos possibilita enxergar a liberdade de outra maneira, para ele o bom funcionamento do capitalismo gera a liberdade e não a auto regulação, pois não existe se fazendo necessária a intervenção do Estado não apenas em áreas politicas, mas também econômicas já que a intervenção estatal garantiria abastecimento de capital, diminuição e fixação de taxa de juros o que geraria um efeito multiplicador que se influenciará de maneira positiva o bem estar social , pleno emprego e distribuição de riqueza .
O Estado neoliberal na prática se torna ainda utópico devido suas contradições expostas neste trabalho tornando impossível a aplicação de um modelo fiel, logo, modificações que levem em consideração o espaço e o tempo se fazem necessárias. Como disse Harvey “ Seria surpreendente um Estado neoliberal seguir uma ortodoxia neoliberal “ . Prega-se, por exemplo, a abertura e o livre comercio, mas os governos não pensam duas vezes antes de adotar medidas protecionistas em seus produtos para “equilibrar” a competição.
Limitando a presença do Estado acabam por medir necessidades humanas básicas por forma de mercado, limitando-as pela força individual de pagar a medida que delega o individuo responsabilidade sobre sua saúde e educação, tirando do mesmo esses fatores, acaba contribuindo para a pobreza.
Os Estados estão pouco convencidos de que o neoliberalismo seja o caminho correto ,difícil mantel uma postura neoliberal externamente devido as crises do capitalismo que atingem de forte impactante as economias liberais. O poder do Estado é usado frequentemente para salvar empresas e evitar fracassos financeiros ( os investidores deveriam arcar com seus próprios erros ) deixando investimentos sem cautela sem punição tornando certas empresas e bancos largamente imunes por serem grandes demais para quebrar- too big to fail –temos como exemplo a crise imobiliária de 2008
Um fato observado pelos autores e o que gera alguns conflitos são os bens comuns e se não administrados e protegidos pelo governo pode gerar o que Harvey chama de “tragédia dos bens comuns” que seria a super exploração desses bens por alguns indivíduos, logo a regulação odo Estado deve existir em certos setores, caso contrario m certos setores devido aos problemas que isso pode levar. 
Além de interferirem na vida das pessoas essas complicações envolvendo bens comuns geram o que M. Friedman chama de “efeitos laterais” que ocorrem quando ações de uns interferem na vida de outros e não há a possibilidade de punir ou recompensar, como por exemplo a poluição de um rio que força as pessoas a não mais utiliza-la . Contudo incentivos fiscais tentam mudar isso assim também de certa forma as patentes, entretanto elas funcionam tanto para ‘recompensar” pela pessoa/empresa por inventar algo que ajude a sociedade quanto incentivar novas criações.
 As tragédias dos bens comuns nos leva a observar os “monopólios naturais” que para o autor são um problema e gera o fenômeno de super exploração. Não é preciso ter varias empresas cuidando da distribuição de energia, agua ou gás – muito menos sem regulação parcial do Estado - uma vez que provavelmente vão levar a lucros abusivos, ele da o exemplo da crise de energia na Califórnia em 2002 causada pela manipulação no mercado.
Nos debates muito se fala na forma como o Estado neoliberal funciona na teoria, porém na pratica não consegue se manter fiel ao modelo idealizado. A questão dos monopólios constitui um grande problema, uma vez que uma das promessas neoliberais é eliminar a pobreza através dos livres mercados e livre comercia. 
Os monopólios tornam isso impossível, pois quando se concentra poder na mão de poucas empresas essas crescem a ponto de eliminar os pequenos concorrentes e essa tendência tende a aumentare não diminuir com o tempo o que comprova a necessidade da presença do Estado. O pensamento neoliberal parte do principio de que o poder de informação é simétrico assim como a igualdade de competição, o que não é verdade e isso acaba infligindo a liberdade das pessoas em consequência de limitar sua escolha.
Apesar de uns verem essa exclusividade por algum bem de forma positiva, ate mesmo Friedman se mostra relutante ao abordar o tema. Para ele são três tipos: monopólio privado ou público e regulação pública. Segundo ele o menor dos males é o monopólio privado sustentando a ideia de que devido às mudanças na sociedade ele tende a “acabar”, o que é mais difícil para o monopólio público e a regulação pública por serem menos sensíveis a mudança e terem a proteção do Estado. Entretanto a situação pode se inverter, como no caso dos bens comuns onde o monopólio privado seria um mal maior como vimos.
Outro problema da auto regulação do mercado tem relação com o fracasso no mercado que ocorre quando empresas e indivíduos evitam pagar todas as suas dividas tirando seus passivos do mercado, como no caso da poluição o que nos leva aos efeitos laterais que alguns sugerem a inação, pois fazer algo poderia piorar a situação- o que particularmente não vejo como, ainda mais se tomarmos o exemplo ambiental, a China, por exemplo, não terá o ar mais limpo se continuar poluindo.
Harvey aponta uma tensão e contradição do neoliberalismo que não explica muito bem no que se refere à tecnologia. Para ele os liberais confiam demais na crença “remédio tecnológico” que seria a ideia de que para tudo há uma solução na evolução da tecnologia que viria através da competição, ademais essa tensão nos leva a bolhas especulativas – assunto que abordaremos a diante – e uma competição que leva a busca de novos produtos fazendo crer na independência tecnológica se torna desestabilizadora e contraproducente; De certa forma podendo afetar as relações sociais, mas ele não deixa muito claro em seu texto.
Um dos problemas mais conflitantes é o problema politico. Para defender seus interesses, os neoliberais devem impor uma democracia limitada se associando a instituições não democráticas (como o Banco Central norte-americano e o FMI) já que não prestam conta, para tomar decisões essenciais. Apesar de tentarem separar politica de economia, é grande a possibilidade de políticos passarem a ser investidores e assim podem manipular as leis em seu beneficio próprio e tentar limitar isso seria limitar a liberdade do individuo.
Crises do capitalismo
Como vimos, um dos grandes problemas neoliberais é o “remédio tecnológico” e que ele leva a consequências como bolhas especulativas. Nesta parte do trabalho tentarei brevemente explicar as crises de 2000 e 2008 de modo a mostrar que estão interligadas.
Podemos relacionar também parte da crise as guerras que ocorreram no pós 11 de setembro. Ao se envolver em duas guerras- no Iraque e no Afeganistão- os EUA gastou mais do que deveria, e sua economia interna já não ia bem devido maior importação do que exportação nessa época.
Ao invés de conter os gastos os norte americanos receberam ajuda, principalmente de países como a China e a Inglaterra, logo , com mais dinheiro os bancos passaram a oferecer mais crédito inclusive para clientes de risco . Grande oferta e baixas taxas de juros os consumidores começavam a compraram muito, principalmente imóveis, que estavam valorizando, porém a taxa de juros começa a subir e os preços a cair e ai se inicia o problema, as pessoas não veem sentido em pagar hipotecas quando o terreno custa cada vez menos.
"A expansão do crédito financiou a bolha imobiliária, já que a grande procura elevou o preço dos imóveis", diz Davi Silber, professor do departamento de economia da Universidade de São Paulo (USP). Essa afirmação nós diz em parte o que causou a crise e é por isso que utilizaremos o texto “O mundo em queda livre” de Joseph E. Stiglitz, para não analisarmos apenas de maneira rasa.
Segundo o autor a crise de 2008 não foi somente previsível como prevista “ um mercado desregulado, inundado de liquidez e taxas de juros baixos, uma bolha imobiliária global de empréstimos subprime formavam uma combinação toxica”.
O começo dessa crise tem origens no estouro da bolha tecnológica devido a especulação e as “empresas fantasmas” o valor das ações caíram, o pior é que grandes partes dos investimentos tinham se dirigido ao setor de alta tecnologia e em 2001 os EUA entraram em recessão.
O presidente George W. Bush na época tenta resolver a crise baixando o impostos dos ricos o que gerou um resultado limitado e o presidente do FED na época , Alan Greeenpan, reduziu a taxa de juros na esperança de haverem mais investimentos em fabricas e equipamentos, entretanto apenas substituiu a bolha tecnológica pela imobiliária - devido a alimentação do setor de construção .
Coma as grandes ofertas e as baixas taxas de juros e um investimento mássico na área de construção, nesse momento Wall Street começou a trabalhar para maximizar os lucros . Para ele os bancos norte-americanos violaram sua segunda função que é avaliar e administrar riscos e realizar empréstimos, o problema foi quando fez avaliação de créditos ineficientes, fazendo apostas irresponsáveis.
Uma frase do autor traduz esse momento “A Alquimia moderna buscou transformação de hipotecas subprime de alto risco em produtos de cotação AAA, capazes de atrair investimentos dos fundos de pensão”. A questão é muito mais complicada, contudo podemos inferir que juros baixos e regulações frouxas alimentaram a bolha e o fato dos proprietários passaram a usar a casa como garantia piorou a situação.
Conclusão
A partir do debate e das pesquisas podemos concluir que doutrinas ou teorias econômicas são diferentes na pratica e na teoria, como a inexistência de um Estado totalmente neoliberal ou neokeynesiano, seguindo ortodoxamente seus preceitos. Com o tempo a sociedade se adapta as suas necessidades buscando novas respostas para novos problemas. 
Os problemas atuais do capitalismo, assim como as falhas nas teorias liberais mostram que a presença do Estado se faz necessária principalmente para tentar regular o mercado de maneira a tentar evitar crises, que tem como característica, o efeito domino que arrasta o mundo todo.
Os monopólios e as especulações devem ser estudadas de perto, pois exigem um estudo aprofundado para serem melhor compreendidas, uma vez que podem literalmente mudar o mundo.
Referencias 
FRIEDMAN, Milton . Capitalismo e Liberdade, University of Chicago Press, 1962. Capitulo II “Papel do governo numa sociedade livre” (pág. 11- 19)
HARVEY, David. Neoliberalismo: Historias e implicações, edições Loyola, 2005. Capitulo III “ Estado neoliberal na teoria” ( pág.15-47)
STIGLITZ, Joseph E. O mundo em queda livre, Campanha das Letras,2010.
Capitulo I “ A formação da crise “ ( pág. 35-68)
TATCHER, Margaret. Não existe essa coisa de dinheiro publico. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=WFIN5VfhSZo 
CAVALCANTI, Max. Diferença entre Liberalismo e Neoliberalismo. Disponível em 
 https://www.youtube.com/watch?v=zDRZHUqVjl8 
Nova escola. O que causou a crise econômica mundial entre 2008 e 2009?. Disponível em http://revistaescola.abril.com.br/geografia/fundamentos/causou-crise-economica-mundial-470382.shtml

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