Prévia do material em texto
Eduvaldo C. S. Júnior REPARO ÓSSEO ALVEOLAR O estudo de reparo ósseo alveolar tem por objetivo entender a evolução do processo de reparos em feridas de extração dental, compreendendo a influência de alguns fatores sobre este processo de reparo. Reparo ósseo alveolar são conjuntos de reações teciduais desencadeadas no interior do alvéolo após a exodontia, com o objetivo do seu preenchimento ósseo. Muito semelhante à sequência de respostas reparacionais do restante do organismo, porém com algumas particularidades. O processo de reparo ósseo alveolar é precedido por fases, como: � Proliferação celular. � Desenvolvimento do tecido conjuntivo. � Maturação do tecido conjuntivo. � Diferenciação óssea ou mineralização. � FASES DA PROLIFERAÇÃO CELULAR � FASE DA MATURAÇÃO DO TECIDO CONJUNTIVO Caracterizada pelo aumento de fibras colágenas e diminuição do número de células e de vasos sanguíneos. � FASE DE DIFERENCIAÇÃO ÓSSEA OU MINERALIZAÇÃO Caracterizada pela deposição de matriz osteóide por osteoblastos nas proximidades das paredes alveolares, principalmente onde há restos de ligamento periodontal. Formação de trabéculas ósseas primárias por meio de processos concêntricos de ossificação. No homem, por volta do 7º dia inicia-se a formação e quando jovem, por volta do 40º dia cerca de 2/3 do alvéolo já estão preenchidos por trabéculas ósseas. Geralmente por volta do 64º dia o alvéolo já se encontra totalmente preenchido por tecido ósseo neoformado e com a crista alveolar remodelada. Paralelamente aos eventos ósseos, a epitelização do alvéolo já e notada no 4º dia e a oclusão completa do alvéolo se dá por volta do 24º ao 35º dia pós-operatório. P.O. Imediato 21 dias de P.O. 64 dias de P.O. Restos do Ligamento Periodontal Diferenciação Mitose Fibroblastos Coágulo Novos Capilares Proliferação de células endoteliais Eduvaldo C. S. Júnior � FATORES QUE INFLUENCIAM O PROCESSO DE REPARO ALVEOLAR � Presença de fragmentos ósseos (fragmentos ósseos fraturados, como cristas, tábuas e septos fraturados sem suprimento sanguíneo, assim como esquírolas ósseas, necrosam e perturbam o processo de cicatrização do alvéolo.) � Presença de resíduos e de corpos estranhos (presença de raiz residual, dentina, esmalte, restos de restaurações, restos de materiais cirúrgicos.) � Efeitos da curetagem e da irrigação (a remoção dos restos de ligamento periodontal interferirá na fase de proliferação celular; o alvéolo deve ser curetado apenas na presença de reação periapical. Em casos de exodontia simples as curetas deverão ser utilizadas apenas para inspeção do alvéolo. A irrigação discreta não perturba o processo de reparo, porém a irrigação vigorosa pode remover restos de ligamento periodontal.) � Influência dos anestésicos locais (anestésicos sem vasoconstritor causa irritação dos tecidos alveolares nos períodos iniciais do processo de reparo; anestésicos com vasoconstritor provoca um maior atraso no processo de reparo devido à diminuição do suprimento sanguíneo; quando o procedimento é realizado com anestesia terminal infiltrativa e há uma “irrigação” do alvéolo com anestésico, o atraso no processo de reparo é maior.) � Uso de brocas e cinzeis (produz fragmentos ósseos menores que os cinzéis; seu aquecimento pode provocar necrose óssea; pode atrasar o processo de reparo e até provocar um sequestro ósseo e alveolite; menor tempo cirúrgico, propiciando um conforto para o paciente e o cirurgião. Já o uso de cinzéis produz fragmentos ósseos maiores que as brocas, facilitando sua remoção; menor grau de necrose superficial; maior o tempo operatório; desconforto para o cirurgião e paciente.) � Efeitos de anticonceptivos (os anticonceptivos retardam a cronologia do processo de reparo alveolar; observa-se o coágulo mais desorganizado até o 15º dia do P.O. devido ao aumento da atividade fibrinolítica causada pelo anticoncepcional; observou-se também o atraso da fase proliferativa, possivelmente devido à similaridade do efeito do anticoncepcional com o corticóide.) � Influência da idade no processo de reparo (apresenta um retardo no processo de reparo dos pacientes com mais de 50 anos entre o 20º e o 30º dia de P.O.) � Efeito da cera óssea (A Cera para Osso é um hemostático Cirúrgico Tópico feito a partir da mistura de cera alvejada de abelha (80%) e palmitato de isopropila (20%). Não deve ser aplicada em locais onde se deseja uma rápida regeneração e fusão óssea, pois apresenta um retardo no processo proliferativo e maturação óssea.)