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Diagramação - Técnicas Posturais

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Curso de 
Técnicas Posturais e 
Manipulativas 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
Apresentação 
 
Introdução 
 
Capítulo 1- Anatomia e Postura 
 
1.1 A Coluna Vertebral 
1.2 Músculos 
1.3 As Fáscias 
1.4 Disco Intervertebral 
1.5 Respiração 
1.6 A Estática 
1.7 O que é postura 
1.8 A boa postura 
1.9 Métodos e Materiais 
1.10 O que é postura errada 
 
Capítulo 2 – Disfunções, Introdução às Técnicas e R.P.G. 
 
2.1 Disfunções 
2.2 Técnicas posturais 
2.3 R.P.G. (REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL) 
 
Capítulo 3 - Osteopatia, Maitland e Quiropraxia 
 
3.1 Osteopatia 
3.2 Maitland 
3.3 Quiropraxia 
 
Capítulo 4 - Isostretching e Pilates 
 
4.1 Isostretching 
4.2 Pilates 
 
 
 
 
 
 
Apresentação 
 
Olá, seja bem-vindo (a) ao estudo de Técnicas Posturais e Manipulativas. 
Com este conteúdo você aprenderá sobre as técnicas mais famosas, 
existentes no mercado, voltadas ao tratamento dos desvios posturais e 
disfunções ósseas que requerem manipulação. 
No entanto, trabalhar com tais técnicas exige muita responsabilidade e 
conhecimento. São manobras delicadas que, se não bem executadas, podem 
causar lesões e agravar o problema do paciente, ao invés de propiciar a cura. 
Estudar e se aprofundar é fundamental, pois, para a execução perfeita 
das manobras, é preciso obter os conhecimentos de anatomia e fisiologia da 
coluna vertebral e de seus ligamentos, e do sistema musculoesquelético. Além 
disso, saber exatamente quais são as indicações e contraindicações de cada 
técnica, é de suma importância. Portanto, o assunto é sério e exige 
conhecimento e dedicação. 
Assim, preparamos este conteúdo que, certamente, lhe ajudará na 
identificação com alguma técnica em específico (ou até mais de uma). Nele, 
você encontrará noções de anatomia da coluna vertebral e músculos, o que é 
e a história de cada técnica postural ou manipulativa, além de exemplos de 
exercícios de cada uma delas. 
 
Introdução 
 O conteúdo “Técnicas Posturais e Manipulativas” descreverá as técnicas 
posturais e de manipulação óssea e muscular, fornecendo conhecimentos de 
anatomia dos principais sistemas envolvidos, das disfunções tratadas com as 
técnicas em questão, além dos dados necessários para que o aluno conheça 
as técnicas existentes no mercado e escolha aquela(s) que mais lhe chame a 
atenção, em relação à metodologia de trabalho, para buscar seu 
aprofundamento profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 1 
Anatomia e Postura 
 
1.1 A Coluna vertebral 
A coluna vertebral é o pilar mestre do nosso corpo. Também chamada 
de “coluna mestra”, trata-se de um empilhamento de ossos sobrepostos em 
perfeita harmonia, sendo constituída de vértebras, ligadas entre si por um 
“bolo” cartilaginoso, o disco intervertebral, formando uma nova articulação. 
Atrás, o arco posterior forma um canal para a medula, protegendo-a e, 
também, apresentando três apófises (bicos ósseos), onde se ligam os 
ligamentos e músculos. O conjunto é solidificado por muitos ligamentos fortes 
que limitarão sua flexibilidade e assegurarão sua coesão. 
O sistema de músculos implantado sobre a parte posterior é 
importante e muito complexo. A camada profunda desse sistema é composta 
por vários músculos que formarão um grupo importante no desenvolvimento de 
um trabalho postural. 
Essa construção tem por função oferecer mobilidade e força para a 
coluna, mas também causa certa fragilidade, devido aos seus componentes. 
Além disso, assegurará três funções principais para a coluna, que se 
combinarão de uma maneira permanente: 
- Flexibilidade: para participar do movimento; 
- Apoio: por assegurar a verticalidade e o equilíbrio; 
- Proteção medular: para boa transmissão do sistema nervoso, a fim de 
organizar o funcionamento de modo mais justo possível. 
A coluna vertebral também serve de apoio aos músculos dos membros, 
tanto superiores como inferiores. A coluna normal deve ser capaz de se 
deformar nas diferentes direções para participar e conceder mais amplitude 
aos movimentos, e depois, retornando dos movimentos, tornar-se rígida 
novamente para fixar as articulações, a fim de assegurar sua função de 
proteção e de ponto de apoio, repartindo, da maneira mais eficaz, as 
pressões ao nível das vértebras, entre os corpos vertebrais, protegendo os 
discos e as articulações. 
As dores ocorrem quando alguma coisa em todo esse “sistema” não 
funciona de maneira adequada. Separamos os sistemas (ósseo, muscular, 
disco intervertebral e ligamentos) de uma maneira mais didática, para que se 
possa entender como ocorrem as lesões e de que forma as técnicas posturais 
e de manipulação podem atuar. 
Principais ossos: 
Conheceremos, agora, os ossos que compõem a coluna vertebral, 
juntamente com suas principais articulações e acidentes anatômicos. 
Denominamos de acidentes anatômicos todas as irregularidades existentes 
em um osso, cada pico, forâmen (buraco), fossas e encaixes das 
articulações. 
Estes acidentes são importantes, pois são os locais onde se encontram 
as origens e inserções dos músculos e ligamentos, além de formarem as 
superfícies das articulações. 
 
Olhando para a figura, cada sulco, forame, pedículo, processo e tubérculo trata-se de um acidente anatômico. 
Fonte: www.sogab.com.br. 
 
 
Acidentes anatômicos do osso fêmur. Fonte: ATLAS DE ANATOMIA HUMANA – SOBOTTA. 
 
A coluna vertebral forma uma haste móvel que compõe, juntamente 
com as costelas e o osso esterno, o esqueleto do tronco. Ela possui trinta e 
três ossos chamados de vértebras que possuem características diferentes, 
de acordo com a região da coluna onde se localizam. Com essas diferenças, 
há uma subdivisão da coluna em regiões, cada uma com as suas 
particularidades, formando as curvaturas fisiológicas que a coluna vertebral 
possui. 
Podemos classificar essas curvaturas assim (incluindo o número de 
ossos que cada região possui): 
Região cervical: formada por sete vértebras, a sua curvatura 
fisiológica 
denomina-se lordose (côncava 
para trás); 
Região dorsal ou torácica: formada por doze vértebras, sendo a 
maior das curvaturas, denominando-se cifose (côncava para frente). Tem 
ligação com as costelas, que se conectam na frente com o osso chamado 
esterno, por cartilagens (algumas não se ligam, sendo denominadas costelas 
flutuantes), formando a Caixa Torácica, que por sua vez tem papel 
fundamental na respiração e sofre alterações nos desvios posturais; 
Região lombar: é formada por cinco vértebras, sendo as maiores em 
tamanho e largura. A sua curvatura denomina-se lordose (côncava para trás); 
Região sacra: formada por cinco vértebras, são todas fundidas entre si 
formando um único osso; 
Região coccígea: formada por cinco vértebras, também fundidas. 
Algumas pessoas possuem variações anatômicas, não possuindo todas as 
cinco vértebras coccígeas. 
Olhando a coluna de uma visão anterior, podemos notar que as 
vértebras tornam-se cada vez mais largas à medida que descemos. Contam-
se as vértebras de cima para baixo, sendo nomeadas por suas iniciais e 
número, conforme sua posição. Por exemplo: 
- C.3: terceira vértebra cervical, 
- T.6: sexta vértebra torácica, 
- L.5: quinta vértebra lombar, 
- S.2: segunda vértebra sacral. 
 
Observe a imagem: 
 
Número de vértebras e curvaturas de cada região. Fonte: Própria. 
 
As vértebras são mais ou menos visíveis, de acordo com a quantidade 
de gordura e músculos de cada pessoa. Utilizaremos, como exemplo, uma 
pessoa bem magra, cujas vértebras e escápulas são bem visíveis, enquanto 
que outra pode ter maismassa muscular nessa região, com os músculos 
romboides bem salientes entre as escápulas, não se podendo visualizar os 
ossos. Estas duas pessoas diferentes podem ter as mesmas angulações em 
nível de coluna torácica na radiografia, mesmo que não aparente. 
Cada vértebra possui duas partes principais: a anterior, que é maciça e 
chamada de corpo vertebral, e a parte posterior, denominada de arco 
vertebral posterior. O corpo tem formato cilíndrico, enquanto o arco posterior 
tem dois pedículos que são implantados atrás do corpo. Duas lâminas se 
juntam para trás, simetricamente, prolongando-se em uma
 projeção óssea única, denominada 
processo espinhoso ou espinha. 
 
Em cada junção entre os ossos ocorre um espessamento mais ou 
menos vertical: os processos articulares. Cada uma possui, nas suas 
extremidades (superior e inferior), uma superfície articular cartilaginosa e, 
deste processo articular, sai uma projeção lateral chamada processo 
transverso. O arco posterior e a parte de trás do corpo vertebral delimitam 
o forame vertebral. 
 
O empilhamento dos forames vertebrais forma uma espécie de canal 
ósseo que é denominado canal vertebral, sendo que este local abriga a 
medula espinhal. A cada espaço intervertebral, os pedículos de duas 
vértebras “empilhadas” formam o forame intervertebral, por onde passa cada 
nervo que sai da medula de uma maneira simétrica, de cada lado da 
coluna vertebral. Esses nervos saem da medula espinhal e dão movimento e 
sensibilidade aos membros e tronco, através de estímulos cerebrais. 
 
 
A vértebra e seus acidentes anatômicos. Fonte: www.sogab.com.br. 
 
 
 
 
 
 
Canal Medular (acidente anatômico por onde passa a medula espinhal.) Fonte: www.fm.usp.br. 
Detalhando cada uma das vértebras de cada região da coluna 
vertebral, veremos que são bem diferentes entre si, determinando as 
características de cada região. 
O esqueleto do pescoço é formado pela coluna cervical. É dividida em 
duas regiões: a coluna cervical suboccipital (parte atípica) e pela parte típica. 
A coluna atípica é formada pelas duas primeiras vértebras C.1, chamada de 
Atlas, que se encontra exatamente sob o crânio; e C.2, chamada de Áxis, e 
ambas têm um funcionamento específico. A coluna cervical típica é formada 
por C.3 a C.7, e todas as vértebras possuem as mesmas características. 
O corpo da vértebra cervical é pequeno e a espessura dos discos 
intervertebrais é cerca de um terço da espessura do corpo vertebral. Estas 
duas características permitem uma grande mobilidade. A forma retangular 
dos corpos limita um pouco as inclinações laterais. Elas têm como 
particularidade que as suas faces superiores salientam-se dos lados, 
chamando-se “lábios" (ou uncus) e as faces inferiores são incisadas de tal 
forma que se correspondem. 
Essa forma óssea permite a mobilidade e uma grande estabilidade, 
ao mesmo tempo. Assim, os corpos estão “calçados” lateralmente. As faces 
superiores destas vértebras são um pouco convexas e inclinadas para 
frente. As faces inferiores são um pouco côncavas e inclinadas para trás. As 
espinhas têm comprimentos variados; C.2 e C.7 são longas e as outras bem 
mais curtas, favorecendo o movimento de extensão. 
O processo transverso das vértebras cervicais nasce de duas raízes: uma 
ao lado do corpo e a outra no pedículo. São largas e limitam, pelo seu 
encontro, as inclinações laterais. Essas duas raízes delimitam um
 orifício– o forame transversário - e, depois, juntam-se, por fora, 
 
 
formando um pequeno sulco por onde passa o nervo espinhal. Os processos 
transversos cervicais estão “furados”, dando passagem (com exceção de C.7) 
para uma artéria muito importante: a artéria vertebral, que irriga, em parte, 
o encéfalo. 
Assim, um bom alinhamento da coluna cervical é importante, pois 
além do risco de um pinçamento nervoso (de raízes nervosas saídas dos 
forames), há o risco de compressão da artéria, podendo haver acidentes 
vasculares. 
 
 
Facetas articulares das vértebras. Fonte: www.fm.usp.br. 
 
Como processos articulares, temos as facetas superiores que se 
voltam para cima e para trás, e as facetas inferiores, para baixo e para 
frente. Elas posicionam- -se em um ângulo de 45 graus e, por isso, a 
inclinação lateral sempre se combina com uma certa rotação: de fato, se 
olhamos a vértebra de cima, veremos que, do lado da inclinação, a superfície 
articular se desloca para baixo e um pouco para trás. No lado oposto à 
inclinação, desloca-se para cima e um pouco para frente. A união dos dois 
movimentos produz uma rotação para o lado da inclinação. 
Assim, temos que a mobilidade da coluna cervical típica é importante 
para a flexão, extensão e rotação, e é muito menos importante para a 
inclinação lateral. 
A coluna suboccipital (ou atípica) é a parte mais alta da coluna 
cervical, região na qual são produzidos os movimentos independentes da 
cabeça, como os movimentos de pescoço, que simbolizam “sim” e “não” 
leves. C.1 ou atlas e C.2 ou áxis, têm as suas particularidades. O atlas 
parece mais um anel ósseo do que uma vértebra, reforçado por dois maciços 
colaterais. A parte dianteira constitui o arco anterior, pois o atlas não tem 
corpo e a parte traseira constitui o arco posterior. Lateralmente, as massas 
laterais encontram-se no processo transverso por onde passa a artéria 
vertebral. 
O anel está dividido em dois pelo ligamento transverso do atlas, que 
se fixa no interior das massas laterais. A parte anterior envolve o pivô da 
vértebra áxis. A parte posterior constitui o forame vertebral, por onde passa a 
medula espinhal. As partes de cima e de baixo das massas laterais 
constituem as superfícies articulares, pelas quais o atlas se une, em cima, 
com o occipital e, abaixo, com o áxis. 
O osso occipital faz parte dessa articulação entre atlas e áxis, e 
fica localizado na parte de trás da base do crânio, possuindo um 
forame, que é a continuação do canal vertebral, por onde a medula entra no 
crânio. De cada lado deste forame, há uma superfície convexa, recoberta por 
cartilagem, que equivale a uma das massas laterais do atlas, sendo 
chamados de côndilos do occipital. Em cima de cada massa lateral 
também há uma superfície ovalada, porém côncava, recoberta por 
cartilagem. 
Esse conjunto forma um bloco, uma esfera maciça que se articula com 
uma esfera côncava. Isso permite movimentos em todas as direções, 
mas um tanto quanto limitados. Dessa forma, temos que os principais 
movimentos são em flexão e extensão, estando fortemente impedidos pelos 
ligamentos, ou seja, os movimentos de balançar a cabeça afirmativamente. 
Você sabia? 
O atlas é mantido sob o occipital por uma cápsula bastante frouxa, 
com ligamentos nos quatro pólos: um anterior, um posterior e dois colaterais. 
Além disso, outros ligamentos unem o áxis ao occipital e mantêm, 
indiretamente, o atlas entre o áxis e o occipital. 
O áxis é a segunda vértebra cervical. Tem uma forma típica de uma 
vértebra cervical, mas com duas particularidades ósseas na parte de cima, o 
que lhe permite a articulação com o atlas. De cada lado do corpo vertebral há 
uma superfície ovalar convexa, que corresponde à parte inferior de uma 
massa lateral do Atlas. Em cima do corpo do áxis há um processo em forma 
de pivô: é o processo odontoide ou “dente” do áxis, que, como um eixo, 
aloja-se na parte anterior do anel do atlas. 
Assim, não há disco intervertebral entre C.1 e C.2, mas sim, duas 
articulações clássicas. Essas superfícies são convexas tanto no atlas quanto 
no áxis, não se encaixando, sendo uma dobradiça de mobilidade permanente. 
Existem duasarticulações entre o atlas e o processo odontoide; a 
primeira está entre o atlas e a face anterior do processo odontoide; e a 
segunda, entre o ligamento transverso do atlas (que possui uma superfície 
articular anterior) e a face posterior do processo odontoide. 
 
Veja as imagens: 
 
A coluna cervical. Note as duas primeiras vértebras diferentes, atlas e áxis, com o processo odontóide. 
Fonte: www.fm.usp.br. 
 
 
Vértebra atlas (C1), vista anterior. Fonte: www.fm.usp.br. 
 
 
Vértebra atlas (C1), vista posterior. Fonte: www.fm.usp.br. 
 
 
Vértebra áxis (C2), vista anterior. Fonte: www.fm.usp.br. 
 
 
Vértebra áxis (C2), vista posterior. Fonte: www.fm.usp.br. 
 
 
 
Articulação atlas e áxis (C1-C2). Fonte: www.fm.usp.br. 
Os ligamentos que unem o áxis e o atlas são atlantoaxial anterior e 
posterior; e o áxis ao occipital são o occipitoaxial e o occipitodontóide ou 
“suspensor do dente”. 
A coluna cervical superior tem como função o equilíbrio vertical da 
cabeça durante os movimentos do corpo. Para preenchê-la, ela deve 
permanecer livre. A coluna cervical inferior tem como função os 
deslocamentos da cabeça e a orientação do olhar, que comanda todos os 
nossos gestos. 
A coluna torácica ou dorsal é constituída por doze vértebras, onde a 
espessura do disco é de um sexto do corpo vertebral. Sendo assim, temos 
um disco muito estreito, o que limita bastante a sua mobilidade. O corpo 
vertebral é cilíndrico e seu corte é circular. Nas faces laterais dos corpos 
vertebrais, encontram-se superfícies articulares onde se articulam as costelas, 
estando: 
- uma em cima e outra em baixo, de T.2 a T.9; 
- uma no meio e outra embaixo na vértebra T.1; 
- e apenas uma nas vértebras T.11 e T.12. 
A superfície dos processos articulares é arredondada, mas plana; as 
superiores voltam-se para trás (um pouco para cima e lateralmente); as 
inferiores voltam-se para frente (um pouco para baixo e medialmente). São as 
vértebras inferiores que permitem os movimentos de flexão, extensão e 
inclinação lateral. As vértebras torácicas possuem facetas articulares que 
estão situadas sobre a curva de um mesmo círculo, cujo centro seria do corpo 
vertebral, o que permite e favorece as rotações. 
As lâminas das vértebras são achatadas e retangulares, mais altas do 
que largas e sobrepõem-se, como se fossem as telhas de um telhado. Seus 
processos espinhosos são alongados, muito oblíquos para baixo, com 
exceção de T.11 e T.12, limitando a hiperextensão de coluna, pois se 
encontram posteriormente. Os processos transversos têm comprimentos 
desiguais, sendo mais longos nas torácicas altas do que nas baixas. Em sua 
face anterior está uma superfície que corresponde a uma costela (novamente, 
exceto em T.11 e T.12). 
É uma região da coluna onde todos os movimentos são possíveis 
quando falamos de mobilidade, mas há um pouco de limitação pela caixa 
torácica, que se fixa nas vértebras. Isso se vê principalmente nas vértebras 
de T.1 a T.7 (região situada entre as escápulas), cujas costelas estão 
unidas quase diretamente na frente ao esterno, por meio de uma 
cartilagem. As vértebras de T.8 a T.10 sustentam as „‟costelas falsas‟‟, que 
são mais livres na frente. Sua ligação com o esterno se realiza através de 
uma cartilagem mais comprida, que, por sua vez, está unida à cartilagem da 
sétima costela. 
E, por final, as vértebras T.11 e T.12 sustentam as costelas “flutuantes”, 
não unidas com o esterno. Essa região se parece muito com uma dobradiça, 
com grande mobilidade. 
Veja, a seguir, a constituição anatômica diferenciada da vértebra torácica. 
 
A vértebra torácica com seus acidentes anatômicos. Fonte: www.sogab.com.br. 
 
A coluna lombar tem um disco espesso, de um terço do corpo, o que 
lhe confere um grande grau de mobilidade. Os corpos são volumosos, de 
forma oval e côncava para trás. 
Os processos transversos são longos e são chamados de “costiformes”. 
Nas suas extremidades, encontram-se um tubérculo. Os processos articulares 
ultrapassam o comprimento do corpo da vértebra em cima e embaixo, com 
uma parte central reduzida: o istmo. 
Em cima, eles têm a forma de uma cavidade cilíndrica voltada 
medialmente e um pouco para trás; embaixo, a forma de um cilindro maciço, 
voltado lateralmente e um pouco para frente. 
As superfícies articulares são verticais, mas as lombares superiores são 
cada vez mais frontais, indo para as lombares inferiores, e totalmente frontais 
na junção lombossacral. As espinhas das vértebras são curtas e maciças, 
permitindo uma boa amplitude de extensão. 
Assim, temos que a coluna lombar permite boa amplitude em 
flexo- -extensão, em inclinação lateral e pouca mobilidade em rotação. 
A região lombar tem como função a sustentação do peso. Todas as 
compensações de movimento entre as colunas lombar e cervical ocorrem na 
região dorsal, sejam elas estáticas ou dinâmicas. 
 
Diferença anatômica da vértebra lombar. Fonte: www.fm.usp.br. 
A junção lombossacra tem uma característica em particular: a base 
do sacro está inclinada para frente, havendo grandes variações de ângulos de 
um indivíduo para outro, e isto é mais marcado na postura ereta, onde a 
articulação está submetida a um grande esforço de abertura pelo peso 
corporal sobreposto. O corpo de L.5 e o disco L.5/S.1 são um pouco menos 
altos atrás do que na frente. Este conjunto está disposto em forma de curva, 
sendo côncava para trás. As superfícies dos processos articulares estão em 
plano quase frontal. Esta junção está reforçada fortemente pelos ligamentos 
iliolombar e sacrolombar. 
O sacro é um osso mediano e posterior da pelve, situado entre os dois 
ossos da pelve, os ilíacos. Tem a forma de um triângulo e é formado pela 
fusão de cinco vértebras. A sua face pélvica é côncava e no centro vemos a 
forma dos corpos vertebrais, separados por linhas transversas, que 
representam os discos. A parte mais alta salienta-se para dentro da pelve, 
região chamada de promontório sacro. Lateralmente, há os forames sacrais 
pélvicos, que se prolongam para fora por meio de sulcos. Destes sulcos, 
saem os ramos anteriores dos nervos sacrais. A face superior apresenta, no 
centro, o platô sacral, ou base do sacro, sobre o qual se coloca o disco 
L5/S1 e a quinta vértebra lombar. Atrás do platô encontra-se o canal sacral 
que é a continuação do canal vertebral e, lateralmente, temos as asas do 
sacro. 
A face dorsal do sacro é convexa. Da linha mediana para fora, 
bilateralmente, encontram-se a crista mediana do sacro (fusão das espinhas); 
em seguida, o sulco sacral (fusão das lâminas); depois, a crista intermediária 
do sacro (fusão dos processos articulares). Mais lateralmente, os forames 
sacrais dorsais, de onde emergem os ramos posteriores dos nervos sacrais; 
e, para finalizar, a crista lateral do sacro (fusão dos processos transversos). 
A face lateral é um pouco triangular. Nela há uma superfície 
articular em forma de “meia-lua”, um pouco côncava: a faceta auricular ou 
aurículo do sacro. 
 
 
Osso sacro, vista anterior. Fonte: www.fm.usp.br. 
 
 
 
 
Osso sacro, vista posterior. Fonte: www.fm.usp.br. 
 
 
Osso sacro, vista lateral. Fonte: www.fm.usp.br. 
 
 
O cóccix é um pequeno osso triangular, resultado da fusão de três a 
cinco vértebras, porém, não reconhecíveis. O cóccix se articula com o sacro 
por meio de uma superfície ovalada, sendo mantido por uma cápsula e por 
ligamentos (esta articulação encontra-se normalmente soldada). 
 
 
Osso cóccix, vista anterior. Fonte: www.fm.usp.br. 
 
 
 
Osso cóccix, vista posterior.Fonte: www.fm.usp.br. 
 
Agora, conversaremos a respeito de um assunto muito importante: os 
movimentos da coluna e sua flexibilidade (mobilidade). Devido à mobilidade 
da coluna vertebral, o tronco pode realizar movimentos nos três planos: 
 
- Para frente e para trás (frontal): flexão e extensão; 
- De lado (sagital): inclinação lateral; 
- Girando sobre si próprio (lateral): rotação. 
 
 
 
Esses movimentos não têm a mesma amplitude em todos os 
níveis vertebrais, dependendo de diversos fatores variáveis: a forma das 
vértebras; a altura dos discos em relação à altura dos corpos (quanto mais os 
discos são espessos, maior é a mobilidade) e a presença das costelas (na 
região torácica, limitando a mobilidade). Vimos que a coluna lombar 
tem grande mobilidade e que dentro de cada segmento, seja lombar, 
torácico ou cervical, um nível é mais móvel que outro. 
Todos os movimentos podem combinar-se, formando movimentos 
maiores, como por exemplo, rotação, extensão e inclinação lateral do 
pescoço. 
A flexibilidade é, geralmente, bem maior nas crianças, pois suas 
estruturas, como ligamentos e cartilagens, ainda estão “moles”, já que seu 
processo de formação ainda não está concluído. Pode-se fazer manutenção 
desta flexibilidade ao longo da vida. Isto garante uma coluna mais saudável e 
um corpo menos propenso à lesões. Deve-se evitar alongamentos excessivos, 
trabalhando sempre dentro da amplitude de movimento fisiológico de cada 
articulação. Manobras mais ousadas e suas indicações, serão expostas mais 
tarde. 
Existem zonas de hipermobilidade da coluna (zonas de articulação em 
dobradiça), onde se passa de um tipo de vértebra para outro: 
Articulação em dobradiça C.1- occipital: (cabeça – atlas primeira 
dobradiça vertebral), mobilidade em flexo-extensão; 
Articulação C.1- C.2: quer dizer atlas – axis, hipermobilidade em 
rotação; 
Articulação em dobradiça cérvico-dorsal: hipermóvel em flexão. 
Passa-se sobre um nível de uma região pouco móvel em flexão (a região 
dorsal) para uma região hipermóvel, ou seja, a cervical; 
Articulação em dobradiça dorso-lombar: hipermóvel em flexão (é 
frequente, neste local, que a coluna começe a se curvar para frente); em 
inclinação lateral e em rotação, no nível de T.11 – T.12 (atenção, durante 
os movimentos de rotação forçada ou de rotação rápida, o disco, neste 
nível, possui o risco de ser hipersolicitado. É a primeira dobradiça rotatória 
a partir da região baixa da coluna); 
Articulação em dobradiça sacro-lombar: hipermóvel em extensão 
(sendo esta que “forçará”, portanto, as curvaturas). 
Entre estas áreas articulares em dobradiça, há outras regiões da 
coluna que também possuem particularidades da mobilidade: 
- A região cervical é hipermóvel em quase todos os planos e vemos que a 
rigidez de pescoço ou o limite de movimentos, nesta região, é frequentemente 
de origem articular, não muscular; 
- A região torácica é propícia para flexão anterior, limitada principalmente 
na sua parte alta pela presença das costelas, que limitam toda a amplitude de 
movimentos; 
- A região lombar é, sobretudo, usada para a realização da flexão posterior, 
ou seja, extensão. 
Ligamentos: 
Um ligamento é uma banda de tecido fibroso que se une aos dois 
ossos adjacentes. Normalmente, é um espessamento da cápsula, mas 
também, pode estar dentro ou fora desta. 
Assim como a cápsula articular, que recobre todas as nossas 
articulações, os ligamentos têm o papel mecânico importante de manter a 
articulação. É um papel passivo, ou seja, eles não se contraem como os 
músculos para exercer essa função. Por esta razão, são considerados 
inextensíveis ou inelásticos; mas são colocados sob tensão por 
determinadas posições da articulação e relaxados por outras. 
Os ligamentos possuem inúmeros receptores nervosos sensitivos, que 
percebem a velocidade, o movimento, a posição da articulação, além de 
estiramentos e dores que podem ocorrer, eventualmente. Eles 
transmitem permanentemente essas informações ao cérebro, que responde 
com ordens motoras aos músculos. 
É isto que chamamos de sensibilidade proprioceptiva. Apesar desse 
dispositivo, um movimento excessivo da articulação pode produzir um 
estiramento ligamentar, que ocasiona distensão ou ruptura, sendo o que 
acontece nos casos de entorse. 
Temos como principais ligamentos anatômicos da coluna: Ligamento 
Flavo, ligamento Longitudinal Posterior e Ligamentos Inter e Supraespinhal. 
 
 
 
 
 
 
 
Ligamento flavo. Fonte: www.fm.usp.br. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ligamento Longitudinal Posterior e Ligamentos Inter e Supraespinhal. Fonte: www.fm.usp.br 
. 
 
1.2 - Músculos 
O músculo é um órgão do corpo humano, formado por tecido muscular, 
sendo este tipo de tecido muito versátil, tendo como principal característica 
a propriedade de contração e distensão de suas células, geralmente em 
resposta a um estímulo nervoso. E é essa propriedade que gera os 
movimentos dos membros e das vísceras. Há três tipos básicos de tecido 
muscular: liso, estriado esquelético e estriado cardíaco. 
O que denominamos músculo é constituído, na realidade, por dois 
elementos: o sistema aponeurótico, que reúne os segmentos e os elementos 
de contração que permitem ao sistema fibroelástico fazer a função de tensão 
sobre os membros, para promover os seus movimentos ou controlá-los. 
 
O Músculo Esquelético 
O músculo esquelético forma a maior parte da musculatura do corpo, 
chamada na “boca popular” de “carne”. O esqueleto é totalmente recoberto 
por este tecido, que está preso aos ossos e é responsável pela movimentação 
do corpo. 
Este tipo de músculo apresenta, na microscopia, listas alternadas 
entre claro e escuro, dispostas transversalmente. Esse tipo de estriação é 
resultado do arranjo regular de microfilamentos, formados por duas proteínas: 
actina e miosina. Estas são as reais responsáveis pela contração muscular. A 
célula muscular estriada é chamada de fibra muscular e possui muitos 
núcleos, podendo atingir comprimentos que vão de 1mm a 60 cm. 
Este tecido é inervado pelo sistema nervoso central (SNC) e, por isso, 
é chamado de músculo voluntário, pois se encontra em parte sob controle 
consciente. As contrações do músculo esquelético são responsáveis pelos 
movimentos de todos os ossos e cartilagens do corpo humano. 
Há outros tipos de tecido muscular no corpo humano; porém, o 
mais importante para os movimentos é o esquelético. Mas, para nível de 
conhecimento, falaremos das características dos outros tipos de tecido 
muscular para que você compreenda as diferenças com o músculo 
esquelético. 
O tecido muscular liso está presente em vários órgãos internos, na 
pele, aparelho reprodutor e excretor e na parede dos vasos sanguíneos, as 
fibras musculares lisas possuem um só núcleo. As proteínas actina e miosina 
estão dispostas em hélice em seu interior, não formando um padrão estriado 
como no tecido muscular esquelético. A sua contração, ao contrário da dos 
músculos esqueléticos, geralmente ocorre involuntariamente. O estímulo 
responsável pela sua contração vem do sistema nervoso vegetativo. 
Já o tecido muscular estriado cardíaco é o tipo de músculo 
presente no coração. Na microscopia, a sua estriação é transversal. Suas 
células também só possuem um núcleo e sua contração é involuntária. 
Sua inervação é de responsabilidade do sistema nervoso vegetativo. 
 
 
 
 
 
 
rincipais músculos no corpo humano. Fonte: ATLAS DE ANATOMIA – SOBOTTA. 
 
 
 
Diferenças das disposições das fibras dos diferentes tipos de músculo.Fonte: www.afbio.com.br 
 
Para quem trabalha com técnicas que exigem muita contração da 
musculatura esquelética, como ocorre no Iso-stretching e no Pilates, é 
importante saber o conceito de fadiga muscular e tetania. 
 
A estimulação intensa e ininterrupta da contração de um determinado 
músculo faz com que este chegue ao máximo grau de contração. 
Então, esse músculo permanece em uma contração constante, o que recebe 
o nome de tetania. Se o estado de tetania muito prolongado continuar, 
causará a fadiga muscular. 
No caso de um músculo chegar ao estado de fadiga, após seu 
relaxamento, perderá a propriedade de contração por um determinado 
período de tempo. As causas deste fenômeno são: deficiência de ATP, 
incapacidade de propagação do estímulo nervoso através da membrana 
celular ou acúmulo de ácido lático no tecido muscular. 
 
Origem e Inserção: 
Os termos origem e inserção referem-se aos locais onde os músculos 
nascem e onde eles se fixam, respectivamente. Estes pontos de fixação em 
ossos e/ou estruturas anatômicas é que vão determinar a ação do músculo, 
ou seja, a sua função no corpo, pois estas fixações são os pontos fixos de 
alavanca para a realização de uma determinada ação muscular. 
Anatomicamente, é difícil determinar, de maneira exata, qual é a 
verdadeira origem e qual é a inserção de um músculo, mas isto não 
interfere na sua ação. A determinação destes pontos é importante para a 
realização das provas de comprimento e força musculares. 
 
Tríceps Braquial 
Origem: 
Cabeça longa: escápula (tubérculo infraglenoidal) 
Cabeça lateral: úmero (face posterior, acima do sulco para o n. radial) 
Cabeça medial: úmero (face posterior, abaixo do sulco para o n. radial) 
Inserção: face posterior do olécrano da ulna 
Ação: extensão do antebraço 
Antagonista: bíceps braquial 
 
 
 
Tônus: 
É uma propriedade do músculo. Toda a fisiologia do tônus é 
inconsciente e escapa totalmente do controle voluntário. Trata-se do estado 
de semicontração, de contração parcial normal, no qual os músculos se 
encontram constantemente. É causado por estímulos nervosos, sendo um 
processo totalmente inconsciente, que mantém os músculos em alerta para 
entrarem em ação. 
Dentro do conceito de tônus, podemos ter hipotônus, quando o 
estímulo nervoso é bloqueado por alguma lesão. Neste caso, perde-se o 
tônus normal e o músculo se torna flácido. É importante não confundir esta 
flacidez da hipotonia patológica com a flacidez normal (fisiológica), 
ocasionada por falta de atividade física. Esta última é facilmente contornada 
com exercícios físicos e, mesmo baixo, apresenta certo tônus muscular. 
Já o aumento do tônus muscular acima do normal é denominado de 
hipertonia, que também aparece em patologias neurológicas. O tônus 
também pode estar aumentado em casos de tensão emocional, causando a 
sensação física de tensão muscular. Esta última condição pode ocasionar 
fadiga, pois o músculo gasta mais energia que o normal. 
O tônus antigravitacional é o mais conhecido. Trata-se do tônus que 
poderíamos denominar de proprioceptivos. Na realidade,encontra-
se sob a dependência dos proprioceptores: fusos e reflexos miotáticos, 
labirínticos e sistema vestibular, articulares, musculares, etc. 
 Para ele devemos a manutenção da posição ereta; a suspensão dos 
segmentos pendulares; as reações de adaptação estática e adaptação às 
mudanças de posição e às reações inconscientes de equilíbrio. É com esse 
tônus antigravitacional que se relacionam todos os músculos classificados 
na categoria tônica. 
 
Agonistas, antagonistas e sinérgicos: 
Dois músculos são ditos agonistas quando concorrem para uma 
mesma função. São ditos antagonistas, quando são de funções opostas. 
Vamos olhar mais fundo este conceito, pois a afirmação é simples, mas 
este sistema é mais complexo do que se pensa: se a contração do flexor 
fizesse a flexão e a do extensor fizesse a da pura extensão, e etc..., 
esses movimentos seriam sempre realizados em suas amplitudes máximas e 
em um único plano, sendo assim, inúteis na vida diária. 
 
Os gestos funcionais são feitos por sutilezas articulares; ou seja, X 
graus de flexão aliam-se à X graus de abdução, etc. Ao lado do sistema 
puramente motor, encontra-se um sistema regulador que freia, limita, orienta, 
controla; resumindo, harmoniza o movimento. Esse sistema é denominado 
sinergia muscular. 
Para entendermos melhor, vamos utilizar um trecho de BIENFAIT, 
Marcel (2000) em “As Bases da Fisiologia da Terapia Manual”. Ele diz o 
seguinte: “Na região de cada eixo articular, dois movimentos são possíveis 
em direções diametralmente opostas: a flexão ou a extensão, a abdução ou a 
adução, a rotação interna ou externa. Existem assim, dois grupos musculares 
em oposição aparente. É desse antagonismo que se origina a regulação do 
movimento. Um grupo realiza o movimento, o antagonismo o controla: seja 
para frear sua violência, seja para limitar a velocidade, seja regular a 
amplitude, seja para conferir grande precisão. No entanto, esse controle não 
se limita ao sistema antagonista. Esse sistema intervém por intermédio de 
músculos laterais para dirigir o movimento, ou por músculos antifuncionais 
para limitar a ação.” 
Continuando o trecho: “Não existem músculos antagonistas, mas sim 
complementares. Dois músculos são sinérgicos quando, inicialmente de 
funções diferentes, aliam-se para um objetivo comum.” 
O músculo sinérgico de outro raramente é seu agonista. Não há 
músculo de função única. Todos apresentam em seu vetor de tração uma 
obliquidade que faz com que seja um flexor e rotador interno, e outro flexor e 
rotador externo. 
Assim, podemos afirmar que na fisiologia muscular, não há ação 
de um músculo isoladamente, há apenas as sinergias. 
 
Músculos Fásicos e Músculos Tônicos: 
Ainda utilizando as citações de BIENFAIT: “Cada músculo tem uma 
função própria diferente de seu aparente agonista e é única. O braquial é 
tônico e suspende o antebraço em leve flexão nas posições de “braço solto”. 
O bíceps é supinador e flexor do antebraço. Não existe agonismo entre 
esses dois músculos. Um entra em contração reflexa por estiramento 
quando a articulação se abre, e o outro por estímulo direto para fechá-
la.” 
Dentro das funções fisiológicas do tecido muscular, este usa de dois 
tipos diferentes de unidades motoras. Enfatizando, são estruturas bem 
distintas. As fibras dinâmicas (ou fásicas) possuem em sua estrutura por 
fibras longas, enquanto que as fibras motoras tônicas são por fibras curtas. 
Ranvier foi quem classificou as fibras musculares em fásicas rosas ou 
pálidas e em fibras tônicas vermelhas ou escuras. Diferenciou-se em três 
tipos de fibras musculares: 
Fibras FF (Fast Fatigable): tratam-se de músculos cujas fibras possuem 
uma coloração pálida, sendo sua contração rápida, de valor elevado de 
tensão tetânica, de velocidade de condução rápida, mas são pouco 
resistentes à fadiga. São estes tipos de fibras utilizadas pelo corredor de 100 
metros rasos, pois este precisa de explosão na hora da largada, e a 
distância a ser percorrida é curta. São denominadas também de fibras tipo I; 
Fibras S (Slow): aqui temos fibras de coloração vermelha, tendo como 
características a contração lenta, baixo valor de tensão tetânica, velocidade 
de contração lenta, mas com enorme resistência à fadiga. São estas as 
fibras recrutadas pelos maratonistas, pois precisam de trabalho muscular para 
grandes distâncias. São denominadas de fibras tipo II; 
Fibras FR (Fast Resistent): são fibras mais raras de serem encontradas, 
sendoum tipo intermediário. São mais rápidas que as fibras II e mais 
resistentes que as fibras tipo II. 
Considerando a fisiologia dos músculos, é importante ressaltarmos que 
nas unidades motoras fásicas, temos uma função dinâmica e que nas 
unidades motoras tônicas, temos uma função estática. Todo músculo tem 
uma função considerada dominante. 
Podemos considerar alguns músculos como completamente dinâmicos, 
sendo estes geralmente dos membros inferiores e superiores. São estes os 
grandes músculos que geram movimentos grandes. 
Outros tipos de músculos são tônicos por completo, sendo estes os 
chamados de antigravitacionais, pois lutam constantemente contra a 
gravidade para manter o nosso corpo em posição ereta, sendo músculos 
posturais. Por esta razão, estes músculos devem ser constantemente 
trabalhados com alongamento e fortalecimento, pois estão mais suscetíveis 
aos encurtamentos importantes, causando desvios posturais. São músculos 
de fibras curtas. 
Nas figuras a seguir, estão relacionados todos os músculos 
considerados antigravitacionais: 
 
 
 
 
Músculos antigravitacionais nas visões anterior e posterior. Fonte: BIENFAIT, 2000. 
 
Também temos os músculos considerados dinâmicos, sendo estes os 
grupos musculares do tronco e cintura. 
 
O que são cadeias musculares 
Todos os nossos músculos são indiretamente ligados uns aos 
outros por forma de cadeias musculares, que são a passagem das linhas de 
força que percorrem o nosso corpo, fazendo-o reagir de uma extremidade à 
outra. Toda atividade dentro de uma parte do corpo terá repercussões no 
corpo todo. É por isso que temos que ter uma atenção especial nas 
extremidades, que são a expressão das compensações corporais. Desse 
modo, a modificação da posição delas permitirá buscar uma maior tensão e 
assegurar as múltiplas variantes aos exercícios. 
A definição clássica de cadeia muscular dada por Françoise Meziéres 
(conhecida como Madame Meziéres) é: “Conjunto de músculos de mesma 
direção e sentido, geralmente poliarticulares que se comportam como se 
fossem um só músculo e se recobrem como telhas de um retalho”. 
 
 
A partir de observações práticas e estudos anatômicos, nossa Madame 
pioneira neste campo, descreve também três leis relacionadas às cadeias 
musculares, que seguem: 
- Toda tentativa de correção local irá gerar uma compensação à 
distância; 
- Toda tentativa de tensionamento de uma cadeia muscular, resulta em 
uma tendência de rotação interna dos membros; 
- Toda tentativa de tensionamento de uma cadeia muscular, leva a 
tendência de um bloqueio respiratório em apneia inspiratória. 
Como já vimos anteriormente, o que segura o nosso corpo em pé é a 
cadeia dos músculos estáticos. Os músculos que compõem esta cadeia 
possuem maior quantidade de tecido conjuntivo e um tônus mais elevado, 
pois exercem uma função antigravitacional, exigindo uma contração parcial 
constante. São músculos que tendem a ser mais tensos, hipertônicos, 
encurtados e menos flexíveis, e são os mais atingidos nos casos de 
patologias. 
Quando os músculos estáticos encurtam-se demasiadamente, 
podem ocorrer desvios ósseos e compressões das articulações. Quando um 
músculo de uma cadeia muscular é afetado, todos os outros músculos da 
mesma cadeia são afetados. 
Para os nossos principais movimentos, utilizamos a cadeia dos 
músculos dinâmicos. Estes músculos têm uma quantidade menor de tecido 
conjuntivo e tônus muscular mais baixo, por esta razão, podem tornar-se 
extremamente flácidos e hipotônicos. Um exemplo clássico disso são os 
músculos abdominais de pessoas sedentárias. 
Músculos locais: Multífidios, diafragma, transverso abdominal (TA) e 
assoalho pélvico. Esses músculos formam o cilindro da estabilidade, por isso, 
devem estar sempre contraídos durante os exercícios de pilates. 
Músculos Globais: Cadeia longitudinal - é formado pelo eretor espinhal, 
ligamento sacrotuberoso, bíceps femoral e fibular; 
Cadeia Oblíqua anterior: é formada pelo oblíquo interno, adutor e 
oblíquo externo contralateral; 
Cadeia Oblíqua posterior: formada pelo latíssimo do dorso, glúteo 
máximo contralateral; 
Cadeia lateral: tensor da fáscia lata, glúteo médio e mínimo, 
adutores contralaterais. 
Nossos grupos musculares são, na maior parte, pluriarticulares, ou 
seja, passam por mais de uma articulação, e sobem uns nos outros, 
constituindo assim as cadeias musculares. Como exemplo, podemos falar 
assim: numa fila de pessoas de mãos dadas, se uma delas tropeça, seu 
desequilíbrio se transmitirá às outras. Da mesma forma, qualquer tração 
efetuada em uma extremidade de uma cadeia muscular se traduz 
imediatamente por uma compensação em um ponto qualquer da cadeia. 
Colocando esse exemplo em nosso corpo, vejamos os músculos 
espinhais; uma tentativa de alongamento da nuca traduz-se por uma 
agravação da lordose lombar ou por uma diminuição da cifose torácica. Da 
mesma forma, uma correção da lordose lombar “achata” a nuca e acarreta 
uma flexão do quadril. 
Resumindo, cadeias musculares são músculos que exercem a mesma 
função, tendo muita influência nas alterações posturais. Podem ser estáticas 
ou dinâmicas e dividem-se em grupos: 
Cadeia Mestra Anterior: é subdividida em quatro cadeias menores – a 
inspiratória, antero-interna do ombro, anterior do braço e antero-interna do 
quadril. É composta pelos seguintes músculos: escalenos, intercostais, 
diafragma e seus pilares, psoas, adutores pubianos (pectíneo, adutor curto, 
adutor longo, reto interno e pequena porção do adutor magno), músculos 
anteriores da perna, peitoral menor, subescapular e coracobraquial. Obs: a 
retração desses músculos causa projeção da cabeça para frente, dorso curvo, 
enrolamento dos ombros para frente, joelhos em valgo, pés planos, tórax 
elevado, rotação interna do braço e hiperlordose lombar. Também ocorre o 
desabamento do arco plantar. 
Cadeia Mestra Posterior: também subdividida em quatro cadeias 
menores – póstero superior, póstero inferior, superior do ombro e superior 
lateral do quadril. Os músculos que a compõem são: músculos da planta dos 
pés, bíceps, ísquios tibiais, pélvico-trocanterianos, glúteos, espinhais, fáscia 
lata, tibiais anterior e posterior. 
Obs: a retração desses músculos causa dorso plano, projeta o tronco para 
frente, nuca ou região lombar escavada, genu varo, pés cavos, retração 
muscular do posterior da coxa e retificação das curvaturas da coluna. 
No entanto, os praticantes do RPG consideram outra cadeia mais 
ampla, que engloba todos os músculos que passam pelas três curvaturas 
principais da coluna. Trata-se da Cadeia Cérvico-tóraco-abdominopélvica. No 
pescoço, ela começa pela aponeurose profunda ou pré-vertebral, as 
aponeuroses intra e peri-faringianas que se tornam mais abaixo as 
bainhas vasculares e viscerais, a aponeurose média. Todas essas 
formações ligam-se à base do crânio. 
Na caixa torácica, a aponeurose pré-vertebral prolonga-se pelo reforço 
posterior da fáscia endocárdica. Por meio de todo esse conjunto 
aponeurótico, fascial e ligamentar, o diafragma encontra-se de certa forma 
suspenso à base do crânio e coluna cervicodorsal até T4. Os autores 
comparam o corpo humano com uma marionete, cuja fáscia são os fios que 
fazem com que se mova. Nada representa melhor essa imagem do que a 
cadeia cérvico-tóraco-abdominopélvica. Ela seria a cadeia central de 
suspensão, na qual se ligam os quatro membros. 
 
“Power House” - O Centro de Forças: 
 
Power House, ou Centro de Força, constitui o que há de mais 
importante nos métodos posturais, sendo o princípio mestre do Método 
Pilates. Trata-se da área entre a base da suacaixa torácica e a linha que vai 
de um quadril ao outro. 
É composto por quatro músculos. 
São eles: 
Transverso do abdômen: tem a função de estabilizar as vértebras 
lombares. É um músculo involuntário. É ligado neurologicamente ao períneo 
(possuem a mesma inervação) e, por isso, sua contração só é possível 
quando simultânea à contração do períneo. Também só entra em ação na 
expiração forçada; 
Períneo: músculo do assoalho pélvico, fazendo sustentação 
visceral, causando uma pressão positiva. Suas ações são diretamente 
proporcionais, ou seja, quanto maior a pressão intrabdominal, maior a 
estabilização lombar; 
Multíferos: trata-se de um músculo bem interno da coluna e que 
tem a função de estabilizar a mesma. Faz a flexão lateral da coluna e rotação 
lateral do tronco, também sendo um auxiliar na extensão; 
Diafragma: tem a forma de cúpula. Na inspiração, ele aplaina para 
expansão da caixa torácica (quando a respiração é mais anatômica possível, 
ou seja, sem protusão abdominal). Como ele tem inserções nas vértebras 
lombares, também possui a função de estabilização da coluna. 
 
 
Músculos abdominais. Fonte: ATLAS DE ANATOMIA – SOBOTTA. 
 
O conceito que Joseph Pilates chamou de POWER HOUSE (casa 
de força) é coordenar a mecânica respiratória do diafragma, com a sinergia 
dos músculos abdominais (principalmente o transverso do abdômen), 
multíferos e períneo, conseguindo, assim, estabilizar a coluna lombar. 
Sabe-se que o transverso do abdômen e o oblíquo interno são os 
únicos músculos a terem conexões com o tronco anterior e com a coluna, por 
isso, autoridades australianas em estabilização de coluna descrevem estes 
músculos como um cilindro tridimensional. 
Frente e lado do cilindro são feitos pelo transverso do abdômen e 
oblíquo interno; 
Atrás estão os multíferos; 
A base é constituída pelos músculos do assoalho 
pélvico; O teto é constituído pelo diafragma. 
A estabilidade da coluna lombar depende de que os músculos "do 
centro" estejam fortes e trabalhando em conjunto, para transformar o 
abdômen e a coluna em pilares resistentes, o que é essencial para a vida 
diária e atividades desportivas, e é isso o que Joseph Pilates propõe com o 
conceito de POWER HOUSE. Ele ainda considerava os músculos períneo e 
transverso do abdômen. 
 
Segundo KENDALL, (1995) "uma insuficiência em controle postural 
podem causar cargas excessivas aos tecidos do corpo, deixando a coluna 
vertebral às lesões”. 
A essência da estabilidade da coluna vertebral é aliar a flexibilidade com 
força, portanto, o sistema muscular fornece a 1ª linha de defesa contra o 
desabamento da coluna osteoligamentar. 
A "POWER HOUSE" faz com que possamos desenvolver a estabilidade 
ativa da coluna lombar, o que possibilita ao paciente e/ou aluno a educar a 
relação membros inferiores/bacia organizada/organização axial nas posturas 
deitado, sentado e em pé, dando foco no trabalho, não só na força dos 
músculos do tronco, mas também desenvolvendo a coordenação, e o melhor 
padrão da atividade muscular. Além disso, com a "POWER HOUSE" ativa, há 
a organização da coluna dorsal, desbloqueando a cintura escapular, educando 
os movimentos fisiológicos das escápulas, eliminando as tensões e 
desequilíbrios que refletem na coluna cervical. Tudo isso possibilita a liberação 
dos movimentos da cabeça. A somatória de tudo é um tronco estável, forte e 
flexível para organizar membros inferiores e membros superiores alinhados e 
com fluidez de movimentos. 
Alguns outros músculos são importantes para ajudar a Power House. São eles: 
Paravertebrais: são motores primários da extensão; 
Intertransversários: situado entre os processos transversos (promovendo a 
flexão lateral), e entre os processos espinhosos (auxiliar na extensão). 
 
 
1.3 - As Fáscias 
As fáscias designam anatomicamente uma membrana de tecido 
conjuntivo fibroso de proteção: um órgão (fáscia periesofagiana, fáscia peri e 
intrafaringiana) ou de um conjunto orgânico (fáscia endocárdica, fáscia 
parietalis), designa também tecidos conjuntivos de nutrição (fáscia 
superficialis, fáscia própria). 
Esta foi uma denominação utilizada, primeiramente, pelos osteopatas 
que, na realidade, foram os primeiros a ter noção de globalidade. A palavra 
fáscia, no singular, não representa uma entidade fisiológica, mas um conjunto 
membranoso muito extenso, no qual tudo se encontra ligado, em 
continuidade. 
 
Este conjunto tissular é muito importante, pois nele se apoiam todas as 
técnicas modernas de terapia manual. 
BIENFAIT, em As Bases da Fisiologia da Terapia Manual (2000), 
diz: “A fáscia é um conjunto de tecido conjuntivo, que representa 
praticamente 70% dos tecidos humanos. Seja qual for o nome que leve, ele 
sempre possui a mesma base. Por exemplo, entre um osso e uma 
aponeurose, não há diferença. Como todos os tecidos, o conjuntivo é formado 
por células conjuntivas: os blastos. São osteoblastos nos ossos, controblastos 
na cartilagem, fibroblastos no tecido fibroso, etc. Essas células em forma de 
estrela comunicam-se todas por prolongamentos proctoplásmicos, não 
havendo nenhuma atividade metabólica. Sua fisiologia é unicamente a de 
secretar duas proteínas de constituição: o colágeno e elastina. 
A fáscia superficialis é um exemplo de fáscia nutridora, tratando-se de 
um imenso tecido conjuntivo frouxo que forra a pele praticamente ao longo 
de toda a sua superfície, e desaparece em certas regiões: na base do crânio 
e na região da nuca, na região esternocostal, na região sacra e glútea, nas 
patelas e cotovelos. 
Uma de suas principais funções da fáscia superficialis é a de nutrir o 
epitélio cutâneo, explicando por que todas as regiões que acabamos de ver, 
desprovidas desse conjuntivo, são regiões de maior incidência de escaras. 
 
1.4 – Disco Intervertebral 
O disco intervertebral é uma “esponjinha” que fica entre duas 
vértebras, sendo uma espécie de amortecedor da coluna. Separando as 
vértebras, estes discos amortecem a carga que exercemos sobre a coluna 
com cada passo que damos, e também, permitem que façamos os mais 
diversos movimentos. 
Juntamente com a vértebra, o disco forma a unidade vertebral, 
possuindo várias funções: amortece impactos; dá flexibilidade à coluna; 
mantém a vértebra de cima separada da de baixo. 
 
 
Estrutura do disco intervertebral. Fonte: Acervo pessoal, 2009. 
 
 
 
Unidade vertebral. Fonte: Acervo pessoal, 2009. 
 
Esse disco é formado por um núcleo pulposo arredondado, de 
consistência gelatinosa semilíquida, composta por mucopolissacarídeos. Este 
núcleo pulposo tem uma enorme capacidade de reter água. No adulto jovem, 
aliás, é composto de 88% de água. O núcleo produz uma pressão que 
mantém as vértebras distantes umas das outras e o anel fibroso mantém o 
núcleo na posição central. Este núcleo é rodeado por uma parte periférica, o 
anel fibroso, uma placa de fibrocartilagem disposta em camadas 
concêntricas ao redor do núcleo. Trata-se de um amortecedor fibro-hidráulico, 
autodistribuidor de tensões. 
 
Infelizmente, com o avançar da idade, o disco vai perdendo a 
capacidade de absorver e reter líquido, de acordo com a pressão que sofre 
durante a vida, ano após ano. O desgaste do disco se inicia aos 25 anos de 
idade. 
O disco precisa de um sistema de compressão e descompressão 
para nutri- -lo; funciona como uma esponja e sua nutrição se dá por osmose. 
Resumindo: ao dormirmos (onde não há pressão), o líquido nutritivo é 
absorvido do meio externo para dentro do núcleo (o disco enche de água) 
num processo de hidratação. Com o passar do dia, havendo pressão sobre odisco, o líquido extravasa do interior para o exterior, num processo de 
desidratação. Esta é a razão pela qual levantamos pela manhã uns 
centímetros mais altos do que deitamos à noite (disco bem nutrido = aumento 
do diâmetro). 
Este aumento de diâmetro noturno em um disco desidratado (com 
fissuras) que perdeu a elasticidade, aliado à falta de movimentos, também 
explica por que, às vezes, acordamos com dor nas costas. 
Os discos são unidos aos corpos vertebrais por uma fina cartilagem. 
Eles são também mantidos pelos ligamentos vertebrais comuns: o ligamento 
longitudinal posterior (LLP), fixando-se aos discos; e o ligamento 
longitudinal anterior (LLA), fixando-se aos corpos vertebrais. 
Um movimento de flexão anterior da coluna, visto de perfil ao nível 
de duas vértebras lombares: 
- O disco é pinçado anteriormente e alongado posteriormente; 
- Os ligamentos situados posteriormente ao núcleo (eixo do movimento de 
flexão) são colocados em tensão. 
O primeiro a estar tensionado é o ligamento supraespinhal; 
posteriormente vêm os ligamentos interespinhais e interapofisários. Estes 
ligamentos não são suficientes para frear estas inclinações quando estas são 
de grande amplitude ou de longa duração. Um trabalho muscular também se 
faz necessário para frear estes movimentos. 
Com o passar do tempo, os ligamentos distendidos não fornecem uma 
estabilização suficiente e não informam em tempo hábil que a coluna está em 
tensão. Com essa estrutura fragilizada, pode-se apresentar uma solicitação 
mais viva da flexão anterior em carga. 
Há também a possibilidade de estiramento do ligamento longitudinal 
posterior (LLP). Isto é mais grave devido à posição onde este ligamento se 
encontra, ou seja, no canal raquidiano, anteriormente à medula espinhal. Ao 
mínimo edema consequente a um estiramento de ligamento, rapidamente as 
consequências levam às dores, ou seja, a lombalgia. O edema pode, 
igualmente, comprimir as raízes nervosas em sua saída do canal, a 
compressão mais frequente é a do nervo ciático, nervo que sai de orifícios de 
conjugação L4/L5, L5/S1 e dos três primeiros orifícios sacros. Pode 
mesmo ocorrer a migração de uma parte do núcleo para fora do disco, no 
canal raquidiano: é a hérnia de disco (que é de fato, uma hérnia do núcleo). 
Com a flexão do tronco, há uma pressão muito maior do núcleo do 
disco, deslocando-o para trás, do que a pressão que é exercida no núcleo 
para frente, quando a coluna é movimentada em extensão. 
 
1.5 - Respiração 
 
O Diafragma: 
O diafragma é um músculo singular e totalmente assimétrico, ou seja, 
ele não é como os outros músculos que possuem os dois lados iguais. Ele 
separa o tórax do abdômen, compreendendo duas partes: uma muscular e 
periférica, graças a qual o músculo insere-se ao longo do contorno do tórax e 
sobre a coluna; outra tendinosa e central, denominada “centro tendíneo”. 
Trata-se do motor do movimento torácico; não sendo considerado um 
músculo, mas sim, um conjunto músculo-tendíneo constituído por oito 
músculos. É um conjunto membranoso e muscular porque deve adaptar-se 
aos movimentos do tronco e às deformidades torácicas. É o diafragma 
que se adapta ao tórax e não o contrário. Sua fisiologia está intimamente 
ligada aos movimentos das costelas. 
Segundo SOUCHARD, em seu livro Respiração (1989), a respeito do 
diafragma: “Formando uma abóboda de concavidade inferior, o diafragma 
é na realidade constituído na periferia por finos músculos digástricos 
justapostos cujos tendões centrais, imbricados, formam o centro tendíneo. A 
parte muscular, por sua vez, divide-se em uma ação vertebral, uma porção 
costal e uma porção esternal.” 
Falar de origem e inserção do músculo diafragma torna-se delicado, 
pois este possui vários locais de inserção. No entanto, é primordial ter este 
entendimento devido à ação biomecânica, através da anatomia funcional. Por 
isso, deve-se prestar uma particular atenção às inserções aponeuróticas dos 
músculos, porque o sistema fibroso aponeurótico possibilita a ação 
sequencial dos músculos, contribuindo para a formação de cadeias 
musculares que tornam inoperante toda a ginástica analítica ou segmentar. 
 
Portanto, de uma forma resumida, temos como origem e inserção as 
porções: 
Porção vertebral: parte interna ou pilares do diafragma, constituída 
por 2 grossos feixes de fibras de comprimentos desiguais. O pilar direito 
insere-se sobre os discos intervertebrais L.1-L.2 e L.2-L.3, descendo, às 
vezes, sobre o disco L.3-L.4. O pilar esquerdo insere-se sobre o disco L.1-L.2 
e, frequentemente, prolonga-se até o disco L.2-L.3; 
Porção costal: é toda região lateral do diafragma. Origina-se na face 
interna das últimas costelas e sobre as arcadas aponeuróticas que unem os 
ápices da 10ª, 11ª e 12ª costelas (Arcadas de Senac). Essas inserções 
confundem-se com as do transverso do abdômen, especialmente ao nível da 
10ª, 11ª e 12ª costelas. As fibras musculares terminam-se sobre os bordos 
laterais dos folíolos laterais e anteriores do centro tendíneo. 
Porção esternal: é constituída por um ou dois feixes musculares 
distintos, provenientes da face posterior do processo xifóide, terminando-se 
sobre a porção média do folíolo anterior; 
Centro tendíneo: lâmina fibrosa formada pelo cruzamento dos 
tendões medianos dos músculos digástricos periféricos; o centro tendíneo 
ocupa a porção central do diafragma. 
 
Vista inferior do diafragma, com seus orifícios. Fonte: www.wikipédia.com.br. 
 
O diafragma possui orifícios importantes, que obturam totalmente a 
região inferior do tórax. Esses três orifícios juntam-se co m as estreitas 
zonas entre os pilares, que permitem a passagem do tronco simpático, dos 
nervos esplâncnicos e da raiz interna das veias Ázigos. São eles: 
Orifício aórtico: essa ranhura ósteo-fibrosa sobe até a 12ª dorsal e 
permite a passagem da aorta que adere à sua porção anterior; 
Orifício esofágico: unicamente muscular, situa-se ao nível da 10ª dorsal. 
De forma elíptica, permite a passagem dos nervos pneumogástricos e do 
esôfago que a ele adere fortemente, através das fibras musculares e 
conjuntivas; 
Orifício da veia cava inferior: a veia cava atravessa o centro tendíneo 
na junção folíolo anterior com o folíolo direito, onde se adere. 
Ainda utilizando trechos de SOUCHARD sobre o diafragma e sua 
localização, ele diz: “A posição do diafragma: em pé, em posição de repouso, 
a cúpula diafragmática direita projeta-se ao nível do 4º espaço intercostal, 
à esquerda no nível do 5º. No entanto, essa posição é variável. A 
fisiopatologia do diafragma dependerá, entre outras coisas, da forma do tórax 
e do volume das vísceras abdominais.” 
O diafragma é inervado somente pelos nervos frênicos, que possuem 
suas raízes em C3, C4 e C5, sendo estes os motores do diafragma. Estes 
nervos também aparecem com participação importante na sensibilidade 
proprioceptiva do mesmo. 
Sua vascularização é riquíssima, e como artérias principais, temos: 
- Artéria mediastinal posterior, derivada da aorta torácica, no nível dos pilares; 
- Artéria frênica superior derivada da mamária interna; 
- Artéria frênica inferior derivada da aorta abdominal, e suas 
anastomoses, juntamente com sua simétrica compõem as arcadas perifoliares; 
- Ramos da artéria músculo-frênica e das quatro últimas intercostais. 
Também possui um rico sistema venoso que caminha junto ao 
sistema arterial, sendo composto pelas veias cava inferior e mamárias 
internas. Já o seu sistema linfático é bem complexo, pois o diafragma é um 
enorme cruzamento das redes torácica e abdominal. Seus principais 
linfonodos linfáticos localizam-se no mediastino. 
Os músculos*inspiratórios e *expiratórios são acessórios, pois o motor 
primário é o diafragma. 
 
* Os inspiratórios acessórios são numerosos e de implantação anatômica 
variada. Pela própria definição, entram em jogo apenas durante inspirações 
de grande amplitude (com exceção apenas de leve atividade possível dos 
intercostais e escalenos na respiração de média amplitude). São eles: 
esternocleidomastóideos; escalenos anterior, médio e posterior; trapézio 
superior e médio; subclávio; peitoral menor e maior; elevador da escápula; 
rombóides; serrátil anterior e posterior superior; grande dorsal; multifídios; 
semi-espinhal do tórax, do pescoço e da cabeça; rotadores lombares, 
torácicos e cervicais; dorsal longo; iliocostal; intercostais internos e 
médios; subcostais e supracostais. 
* A expiração é um movimento passivo desencadeado a partir do 
cessar da contração dos músculos inspiratórios. Eles intervêm apenas 
durante esforços, no grito, na tosse, etc. isto é, em atividades de grande 
dinâmica. Os músculos expiratórios são expiratórios acessórios. São eles: 
oblíquos internos e externos; transverso do abdômen; reto do abdômen; 
piramidal do abdômen; quadrado lombar; serrátil posterior inferior; transverso 
do tórax e grande dorsal. 
 
1.6 – A Estática 
Como todos os sólidos, o corpo humano encontra-se submetido às leis 
de gravidade, ou seja, o corpo encontra-se em equilíbrio quando a vertical 
abaixada do centro de gravidade cai em sua base de sustentação. Quando 
estudamos um corpo, assim como suas perturbações, devemos considerar 
sua base de sustentação e seu centro de gravidade. 
Isso também nos remete para a primeira lei da estática, “A Lei das 
Compensações”, do nosso Marcel Bienfait, onde “para que nosso corpo 
permaneça em condições de equilíbrio, todo o desequilíbrio deverá ser 
compensado por um desequilíbrio inverso.” Toda a compensação da 
patologia estática encontra- se nessa lei. Em pé, não há desequilíbrio 
segmentar sem compensação. 
Há outra noção importante; a de que as posições humanas não são 
posições fixas, ou seja, são equilíbrios controlados constituídos por 
desequilíbrios permanentes, que se corrigem ou compensam-se. 
Toda função tônica encontra-se nessa noção, que corrige os 
desequilíbrios quando isso é possível, controla-os e limita-os, quando 
necessário. Não existe uma linha de gravidade imutável. Em pé, o corpo 
humano oscila permanentemente sobre sua base. As oscilações variam, 
evidentemente, de acordo com a forma dessa e de sua orientação. 
Centros de Gravidade: 
Nosso corpo é um sólido articulado, e como tal, seu centro de 
gravidade geral é condicionado pela posição de seus diversos segmentos no 
espaço. 
Marcel Bienfait (2000) ainda nos diz que “o centro de gravidade geral é 
a resultante de todos os centros de gravidade segmentares. Em nossa 
estática, há tantos centros de gravidade quanto posições.” 
Veremos apenas o centro de gravidade em pé, mas lembre-se que ele 
é diferente nas posições de sentado ou inclinado para frente. E vale a pena 
lembrar que a avaliação postural é muito importante na aplicação das 
técnicas posturais, e nela devemos levar em consideração a morfologia dos 
indivíduos, pois ela pode não ser a mesma para todos. 
Por exemplo,em pessoas de raça negra, as curvaturas vertebrais, 
especialmente a lombar, são mais acentuadas do que nas pessoas brancas. 
Para os asiáticos, isso é o inverso. 
Na posição vertical, o centro de gravidade de nosso corpo no espaço 
situa-se na região do corpo da terceira vértebra lombar, mas nosso corpo 
“flutua” raramente no espaço. Na posição em pé, os pés encontram seu apoio 
no chão, e transferem esse apoio à cintura pélvica. 
Na nossa posição ereta, não é o centro de gravidade no espaço que 
devemos considerar, mas o centro de gravidade do tronco e segmentos 
superiores em equilíbrio sobre as articulações coxofemurais. Este se situa, 
ligeiramente, à frente do corpo da quarta vértebra dorsal. 
 
1.7 – O que é Postura 
A postura é composta das posições de todas as articulações do corpo 
em um dado momento, e o alinhamento postural estático é bem mais descrito 
em termos de posições das várias articulações e partes do corpo (KENDALL, 
1995). 
Postura é um termo geral, definido como uma posição ou atitude do 
corpo, o arranjo relativo das partes corporais para uma atividade específica, 
ou uma maneira característica de uma pessoa sustentar o corpo 
(LEHMKUHL, 1987). 
A função principal das posturas é ajudar-nos a realizar as nossas 
atividades de vida diária, ou até mesmo físicas, com o menor gasto 
energético possível. Dessa forma, temos que a postura e o movimento estão 
intimamente relacionados, pois o movimento começa em uma postura e pode 
terminar em outra; exemplo disto é quando uma pessoa começa o movimento 
sentada e termina em pé. 
Tais relações de postura dos membros podem ser modificadas e 
controladas de maneira voluntária, mas este controle exige muita 
concentração. 
 
1.8 – A Boa Postura 
A boa postura ou postura padrão serve para padronizar o 
alinhamento postural durante a avaliação. O alinhamento padrão ideal é 
baseado em princípios científicos válidos e fundamentados, envolvendo uma 
quantia mínima de esforço e sobrecarga, e conduz à eficiência máxima do 
corpo. 
Na postura padrão, a coluna encontra-se com as curvaturas normais e 
os ossos dos membros inferiores em alinhamento ideal para sustentação de 
peso. A pelve neutra conduz ao bom alinhamento do abdômen e do 
tronco. O tórax e a coluna superior devem estar em uma posição que 
favoreça o funcionamento ideal para os órgãos respiratórios. A cabeça fica 
ereta em uma posição bem equilibrada, que minimiza a sobrecarga sobre a 
musculatura cervical. 
É lógico que há variações de uma pessoa para outra, de acordo com o 
tipo corporal, a forma e as proporções do corpo, sendo fatores importantes na 
distribuição de peso. 
Para esta análise, é utilizado um fio de prumo para representar uma 
linha de referência. Um fio de prumo é uma linha com um peso preso na 
ponta para promover uma linha absolutamente vertical-padrão, para medir 
desvios. O ponto na linha onde o fio de prumo é suspenso deve ser um 
ponto fixo padronizado. O teste do fio de prumo é usado para determinar se 
os pontos de referência da pessoa que está sendo testada estão no mesmo 
alinhamento que os pontos correspondentes da postura padrão. Os desvios 
de vários pontos de referência, a partir do fio de prumo, revelam a extensão 
do alinhamento defeituoso do indivíduo. 
 
 
 
 
Veja os pontos de referência na vista lateral, a partir do fio de prumo: 
Cabeça: Posição neutra, não inclinada nem para frente, nem para trás; 
Coluna cervical: Curvatura normal, ligeiramente convexa anteriormente; 
Escápulas: Em bom alinhamento, achatadas de encontro à parte superior 
das costas; 
Coluna torácica: Curvatura normal, ligeiramente convexa posteriormente; 
Coluna lombar: Curvatura normal, ligeiramente convexa anteriormente; 
Pelve: Posição neutra, espinhas ântero-superiores no mesmo plano vertical 
que a sínfise púbica; 
Articulações dos quadris: Posição neutra, nem fletidas, nem estendidas; 
Articulações dos joelhos: Posição neutra, nem fletidos, nem estendidos; 
Articulações dos tornozelos: Posição neutra, perna vertical e em ângulo 
reto com a planta do pé. 
 
 
Postura padrão, vista lateral. Pontos onde o fio de prumo deve passar. Fonte: Acervo pessoal,2009. 
 
 
Em vista lateral, os músculos anteriores e posteriores, presos à pelve, 
mantêm-se em alinhamento ideal. Anteriormente, os músculos abdominais 
tracionaram para cimae os flexores do quadril tracionaram para baixo. Assim, 
os músculos abdominais anteriores e extensores dos quadris trabalham 
juntos para inclinar a pelve posteriormente; os músculos da região lombar e 
os flexores dos quadris trabalham juntos para inclinar a pelve, anteriormente. 
 
1.9 – Métodos e Materiais 
O material a ser usado consiste em: 
* Pranchas de Postura: são tábuas de madeira compensadas, nas 
quais foram desenhadas impressões dos pés; 
 
* Fio de Prumo: o fio de prumo é suspenso de uma barra acima da 
cabeça, e o peso do prumo é pendurado em linha com o ponto de base-
padrão, ou seja, anterior ao maléolo lateral na vista lateral, a meio caminho 
entre os calcanhares na vista posterior; 
* Régua Dobrável com Nível: esta é usada para medir a diferença de nível 
entre as espinhas ilíacas posteriores. Também é usada para descobrir 
quaisquer diferenças entre os ombros. Um plano quadriculado de fundo 
também é eficiente para medir diferenças entre os ombros; 
* Conjunto de seis blocos: são usados com a finalidade de determinar a 
quantidade de elevação necessária para nivelar, horizontalmente, a 
pelve lateralmente; 
 
* Lápis Dermatográfico: é usado para marcar os processos, a fim de 
observar a posição da coluna em casos de desvio lateral; 
 
* Fita Métrica: usada para tirar medidas de comprimento de membros 
inferiores e para medir a limitação da flexão para frente, ao tentar alcançar os 
artelhos dos pés; 
* Cartão para registrar o exame. 
 
Atenção!!! 
O paciente deve estar trajando roupas adequadas para o exame, tais 
como maiô ou duas peças para mulheres, e sungas para homens. Caso 
contrário, será impossível identificar todas as estruturas necessárias. 
1.10 - O que é Postura Errada 
Todos esses pontos fazem parte de uma postura nadequada: 
- O quadril está em retroversão; portanto, caído para trás; 
- A coluna, vista de lado, tem a forma de um “C” (postura cifótica); 
- O gradil costal está voltado para dentro; 
- Os ombros estão virados para dentro; 
- A cabeça está para frente, sendo sustentada pelos músculos da cervical, 
havendo até pregas no pescoço; 
- O corpo se encontra em um padrão totalmente flexor. 
A postura errada provoca um maior desgaste das vértebras, dos discos 
intervertebrais e das articulações, pois elas estão incongruentes, gastando 
mais rapidamente a cartilagem articular nos pontos de maior pressão. As 
estruturas posteriores estão sendo alongadas e as anteriores comprimidas. 
Em função disto, ocorrem distensões nos ligamentos e desequilíbrio 
muscular. 
O indivíduo pode até não ter um desvio estrutural ou patologia na 
coluna vertebral instalada, mas, se continuar adotando uma postura 
inadequada por muito tempo, isto certamente ocorrerá. 
 
Postura padrão (ideal) e as formas de postura fora do padrão, vista lateral. Fonte: Acervo pessoal, 2009. 
 
Desvio postural vista posterior ao fio de prumo. Fonte: Acervo pessoal, 2009. 
 
Nesta unidade estudamos a anatomia da coluna vertebral de uma 
maneira geral, falamos tanto da parte óssea, como da muscular, ligamentar e 
do disco intervertebral. Também conhecemos a anatomia dos ossos da pelve e 
do sistema muscular esquelético, e ainda o conceito de postura, avaliação 
postural e o que é a boa e a má postura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 2 
Disfunções, Introdução às técnicas e 
R.P.G 
 
Agora, você conhecerá as disfunções, para depois passarmos as técnicas e 
as manobras de execução. Além disso, iniciaremos os estudos sobre o R.P.G., 
(Reeducação Postural Global), que vem sendo reciclado através dos tempos, sendo 
uma das técnicas mais famosas e praticadas pelos amantes deste tipo de terapia. E 
poderá, ainda, fazer uma associação entre a anatomia aprendida e as disfunções 
existentes, construindo sua própria opinião sobre qual técnica é a mais adequada 
para os seus trabalhos. 
 
2.1 – Disfunções 
 A palavra disfunção, quando falamos de coluna vertebral, pode englobar as 
várias estruturas que envolvem este conjunto. Pode afetar sua própria estrutura; 
neste caso, são as que afetam as curvaturas fisiológicas da coluna vertebral, como a 
hiperlordose, hipercifose e escoliose. As outras disfunções incluem as lesões do 
disco intervertebral, do próprio osso (ex: osteoporose), da pelve, dos músculos e as 
psicológicas. 
 
2.1.1 - Principais Disfunções Posturais 
 
 As disfunções da coluna vertebral formam um grupo de patologias que atinge 
a humanidade. Diz-se que 90% da população sofrem ou sofrerão com algum 
problema de coluna. 
Cifoses: 
 A hipercifose é um aumento anormal da concavidade posterior da coluna 
vertebral, que é a cifose dorsal. Também é chamada, popularmente, de corcunda. 
Vista lateralmente, a coluna forma um C. A cabeça está para baixo, em flexão; os 
ombros estão caídos e para frente, e os braços virados para dentro. 
Este desvio postural é o mais comum de todos, primeiro porque a força da 
gravidade atua sobre nós e, em segundo lugar, porque quase todas as nossas 
atividades são desenvolvidas a frente do nosso corpo, em postura de flexão. Assim, 
a musculatura posterior vai ficando enfraquecida. 
 Este tipo de postura causa, com o tempo, um verdadeiro desvio da estrutura 
vertebral, não só puramente vertebral, mas também instalado, podendo levar a 
disfunções de outras estruturas. Daremos uma explicação mais didática: digamos 
que uma pessoa fica sentada por um bom período de seu tempo. 
Com essa postura, há uma tendência de encurtamento da musculatura 
anterior e flexora da coluna, enquanto que a musculatura posterior e extensora da 
coluna tende a enfraquecer e contraturar, principalmente no nível de paravertebrais. 
Vai ocorrendo um desequilíbrio gradual dessas musculaturas com o passar do 
tempo, o que faz com que as articulações não se encontrem mais na posição 
normal. 
Isto acontece porque os músculos, que deveriam dividir a carga com a 
articulação, estão em desequilíbrio. 
Assim, temos que os desequilíbrios musculares são causadores de um tipo de 
incongruência, ou seja, de um desarranjo no movimento articular. Por consequência, 
uma região da articulação pode sofrer uma pressão maior e tender a sofrer um 
desgaste, o que provocará um processo de artrose. Os músculos e tendões ficam 
mais predispostos às lesões, do tipo tendinites e bursites. 
 A hipercifose da coluna torácica pode provocar uma diminuição do espaço da 
região abdominal, ocasionando uma compressão dos órgãos internos e diminuindo a 
expansão máxima do diafragma, por falta de espaço. Assim, temos várias 
consequências para a pessoa que permanece em má postura, sentada por horas. 
Ela apresentará uma menor capacidade pulmonar, sua respiração será mais 
apical e menos diafragmática, o que gerará uma menor oxigenação sanguínea e 
cerebral, levando o indivíduo a se cansar mais facilmente e a render menos nas 
suas atividades da vida diária e no trabalho. 
 De uma maneira geral, acabamos de demonstrar o quanto um simples desvio 
postural pode desencadear outros distúrbios, não só da própria coluna, mas o 
quanto pode afetar outros sistemas do nosso organismo. 
 
Hiperlordose: 
 
 É uma alteração postural que acontece no nível da coluna lombar, que 
acentua a curvatura normal fisiológica já existente. 
 Na região lombar, o quadril estará muito inclinado para frente, o que 
chamamos de anteversão da pelve (se ficou alguma dúvida, leia novamente na 
Biblioteca Virtual o texto sobre Anatomia - Curvaturas fisiológicas e seus eixos). A 
inclinação da pelve leva a uma acentuação maior da curvatura lombar. Os

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