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Resumo 4 Dir Empresarial 2014-2 Guilhon

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FAP/ESTÁCIO
Disciplina: Direito Empresarial II
Professor: Mauro Marques Guilhon
CONCEITO DE S.A.
O conceito de sociedades anônimas assim vem prescrito no artigo 2º da lei 6.404/76:
"Art. 1º A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas."
"A sociedade anônima, também referida pela expressão "companhia", é a sociedade empresária com capital social dividido em ações, espécies de valor mobiliário, na qual os sócios, chamados acionistas respondem pelas obrigações sociais até o limite do preço de emissão das ações que possuem.”.
NATUREZA JURÍDICA DA S.A.
É uma sociedade empresária, qualquer que seja seu objeto social, 
CARACTERÍSTICAS DA S.A.
4.1 Capital Social Dividido em Ações
Toda sociedade anônima tem seu capital dividido em ações, pois se assim não for, não pode ser denominada sociedade anônima. 
Isso quer dizer que a partir da constituição de uma sociedade anônima, que obrigatoriamente deve ser de duas ou mais pessoas, o capital social é divido em frações, com a participação de qualquer pessoa da sociedade, que contribui para a formação do capital da empresa. As pessoas participantes de sociedade anônima são chamadas de acionistas.
Ainda quanto à divisão do capital social: 
É uma sociedade de capitais. Nelas o que importa é a aglutinação de capitais, e não a pessoa dos acionistas, inexistindo o chamado intuito personae característico das sociedades de pessoas;
Divisão do capital em partes iguais, em regra, de igual valor nominal – ações. É na ação que se materializa a participação do acionista.
4.2 Responsabilidade Limitada dos Sócios
Cada acionista responde civilmente na sociedade de acordo com a sua participação, ou seja, pelas ações adquiridas ou subscritas no capital social.
Assim a responsabilidade do acionista é limitada apenas ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. Isso significa dizer que uma vez integralizada a ação o acionista não terá mais nenhuma responsabilidade adicional, nem mesmo em caso de falência, quando somente será atingido o patrimônio da companhia.
Objeto com fim Lucrativo
O nome empresarial deverá ser somente Denominação Social
A teor do que menciona o artigo 3º e seus parágrafos, da atual lei vigente, a sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões "companhia" ou "sociedade anônima". 
RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS.
Como acima exposto, a responsabilidade do acionista é limitada apenas ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. Portanto, os acionistas só respondem LIMITADAMENTE pela integralização (pagamento) de suas próprias Ações, e mesmo se algum outro sócio não integralizar as suas, este primeiro não terá que fazê-lo, pois o elemento SOLIDARIEDADE não existe na caracterização desta Sociedade.
ANÁLISE COMPARATIVA  SOCIEDADE LIMITADA DO CÓDIGO CIVIL.
Quanto à responsabilidade: é limitada em ambas as sociedades Na sociedade limitada, a responsabilidade é limitada pela quota de cada sócio, existindo ainda a solidariedade destes pela integralização do capital social da sociedade. Já na sociedade anônima, como vimos, os acionistas só respondem limitadamente pela integralização (pagamento) de suas próprias ações, inexistindo a responsabilidade solidária dos sócios pela não integralização do capital social da S.A.
Quanto ao capital social: Dividido em ações, na S.A. que terão natureza de título crédito, o que distingue completamente do capital social de uma limitada, que é dividido em quotas iguais ou desiguais, não possuindo natureza de título de crédito.
Caso o capital social da S.A seja integralizado em bem, estes deverão ser passiveis de transmissão. A aferição do valor econômico dos bens integralizado em uma sociedade anônima será bem apurada, de forma que se busque o verdadeiro valor econômico deste. Na sociedade limitada, basta que os sócios “atribuem um valor que pelos demais é simplesmente aceito” 
Quanto ao nome empresarial: Denominação, na S.A, acompanhada das expressões "companhia" ou "sociedade anônima". Pode ter o nome do acionista fundador ou de qualquer outra pessoa que de qualquer modo tenha contribuído para o êxito da empresa. Na sociedade limitada pode ser firma ou denominação.
Quanto ao Conselho Fiscal: O conselho fiscal de uma sociedade limitada é facultativo (art.1066 CC), enquanto que na S.A é obrigatório (embora, seu funcionamento seja facultativo, cabendo a previsão no respectivo Estatuto). O conselho fiscal da S.A. será composto de no mínimo três membros, assim como na sociedade limitada, porém o legislador limitou a composição da sociedade anônima a cinco membros e os suplentes em igual número (art.161, § 1º, da Lei nº. 6.404/76).
SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES
A sociedade em comandita por ações é uma sociedade empresária que tem natureza híbrida com características tanto das sociedades em comandita simples como das sociedades anônimas. Não tem natureza contratual, mas sim institucional. A sua característica principal é o fato de ter o seu capital divido em ações como acontece com as sociedades anônimas, porém, têm responsabilidade ilimitada os acionistas que ocupam as funções de administradores ou gerentes.
O direito aplicável às sociedades anônimas é aplicável às sociedades em comandita por ações de forma subsidiária; assim, por exemplo, elas podem operar sob firma ou denominação, sendo que, caso se utilize da firma, dela somente poderão fazer parte os nomes dos acionistas com responsabilidade ilimitada e sempre, seja firma ou denominação, deverão vir acompanhadas da expressão “em comandita por ações” ou “sociedade em comandita por ações”.
 As sociedades em comandita por ações não possuem Conselho de Administração, assim, somente os acionistas poderão ser administradores ou gerentes; e em virtude da responsabilidade ilimitada deles, nenhuma modificação no estatuto social em relação a alguns assuntos como aumento ou diminuição do capital social, prorrogação do prazo de duração da sociedade ou mudança do seu objeto, a criação de debêntures ou partes beneficiárias poderão ser implementadas sem que haja o consentimento expresso dos administradores. Além disso, é de se ressaltar que os administradores serão nomeados no estatuto e por tempo indeterminado e somente poderão ser destituídos por deliberação dos administradores que somarem no mínimo dois terços do capital social.
As sociedades em comandita por ações, encontram sua regulamentação atual tanto no Código Civil, quanto na Lei das Sociedades por ações. Os dois diplomas legais devem ser estudados em harmonia, de forma a se completarem. Aliás é o que diz o art. 1090 do Código Civil, ao estabelecer que a essas sociedades dever-se-ia aplicar as regras das sociedades anônimas, sem prejuízo das modificações perpetradas pelo Código Civil. Diz o artigo:
“Art. 1090 – A sociedade em comandita por ações tem o capital dividido em ações, regendo-se pelas normas relativas à sociedade anônima, sem prejuízo das modificações constantes desse capítulo, e opera sob firma ou denominação”
Quanto ao nome, o dispositivo é complementado pelo art. 1161 que estabelece que a sociedade em comandita por ações pode, em lugar de firma, adotar denominação designativa do objeto social, aditada da expressão “comandita por ações”. De fato, o art. 281 da Lei 6.404 explica de forma mais detalhada. A sociedade em comandita por ações, segundo o dispositivo, poderá utilizar tanto a firma quanto a razão social, da qual somente fará parte os nomes dos sócios diretores ou gerentes; e nesse caso, ficam ilimitada e solidariamente, responsáveis pelas obrigações sociais. Em qualquer caso, a denominação ou firma deverá vir acompanhada das palavras “Comandita por ações”, por extenso ou abreviadamente.
A firma é o nome a ser utilizado pelas sociedades empresariais que possuem sócios com responsabilidade ilimitada, e é exatamente por issoque as sociedades em comandita por ações pode utilizá-lo, pois possuem responsabilidade ilimitada os sócios que exercem funções de diretores ou gerentes.
Já a denominação é uma expressão qualquer que as sociedades podem utilizar; contudo, no presente caso, essa expressão deve ser designativa do objeto social e da expressão “comandita por ações”. Poderá ser um simples nome fantasia ou se constituir com o nome de alguns dos sócios ou de pessoas outras que se queira homenagear, como por exemplo, aquelas que trabalharam para o sucesso da empresa ou de eventuais fundadores.
Em resumo, segundo explica Fran Martins (2010:1160)
A sociedade em comandita por ações pode usar como nome social uma firma ou uma denominação ou nome de fantasia. Em qualquer caso, o nome social deve ser acrescido da expressão “sociedade em comandita por ações” ou simplesmente “comandita por ações”. E quando o nome social for uma firma, isto é, contiver nome de pessoas, seguido da expressão “comandita por ações”, esses nomes deverão ser apenas de sócios ou acionistas que sejam diretores ou gerentes. Tais acionistas, exercendo aquelas funções, assumiram, por disposição legal, responsabilidade subsidiária e ilimitada pelas obrigações sociais.
Em relação à nomeação dos administradores ou gerentes, trata do assunto, os artigos 1091 do Código Civil e 282 da Lei 4.604. Tais dispositivos afasta a possibilidade de um terceiro, estranho à sociedade, ser nomeado como administrador. Ambos estabelecem que apenas o acionista pode ser administrador da sociedade, e como diretor, conforme já mencionado em diversas passagens desse trabalho, responde solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. Havendo mais de um diretor, serão solidariamente responsáveis. Os diretores devem ser nomeados no ato constitutivo da sociedade, sem limitação de tempo, e somente poderão ser destituídos por deliberação de acionistas que representem no mínimo dois terços do capital social, devendo, nesse caso, a deliberação, ser tomada em assembleia geral extraordinária. Ressalte-se que como entende a maioria da doutrina, poderão participar da deliberação para destituição dos diretores todos os acionistas, tenham eles ou não o direito ao exercício ordinário do voto, e não apenas aqueles que tenham ações nominativas.
Pode ocorrer, entretanto, de os diretores deixarem o encargo por outros motivos que não a destituição, como no caso de renúncia (deixar o cargo voluntariamente) ou incapacidade civil. Nesses casos ocorrerá a substituição dos diretores, cuja decisão poderá ser tomada com a maioria simples dos votos em assembleia geral extraordinária.
Em qualquer caso, sendo destituídos, ou por outra causa, exonerados, os diretores continuam, durante dois anos, responsáveis pelas obrigações sociais contraídas sob sua administração. Ressalte-se que a limitação de dois anos foi introduzida pelo § 3º do art. 1091 do Código Civil, já que o § 2º do art. 282 da lei 6.404 não estabelece limitação temporal dessa responsabilidade.
Pelo fato dos administradores possuírem responsabilidade ilimitada e solidária, a assembleia geral não pode, sem o consentimento deles, mudar o objeto social, prorrogar o prazo de duração da sociedade, aumentar ou diminuir o capital social, criar debêntures ou partes beneficiárias. Justifica-se essa exigência, pois tais alterações significa a ampliação da responsabilidade dos diretores ou gerentes, e por evidente, esse alargamento da responsabilidade pelas obrigações sociais não pode ocorrer sem o expresso consentimento dos obrigados.
Por fim, ressalte-se que por expressa vedação do art. 284 da lei 6.404 não se aplica às sociedades em comandita por ações o disposto naquela lei sobre Conselho de Administração, autorização estatutária sobre aumento de capital e emissão de bônus de subscrição.
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