Buscar

APOSTILA DE PATOLOGIAS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 161 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 161 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 161 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ 
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PATOLOGIA, RECUPERAÇÃO E 
REFORÇO DE ESTRUTURAS DE 
CONCRETO 
 
PROFs. WELLINGTON MAZER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA – PR 
2008 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1 – INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 6 
1.1 – OBJETIVOS DA PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES ............................................................................... 7 
1.2 – IMPORTÂNCIA DA PATOLOGIA ESTRUTURAL ................................................................................... 7 
1.3 – CONCEITOS ASSOCIADOS À PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES ............................................................ 8 
2 – DURABILIDADE ............................................................................................................................... 10 
2.1 – CONCEITO DE DURABILIDADE SEGUNDO A NBR 6118:2003 ............................................................. 10 
2.2 – AGRESSIVIDADE AMBIENTAL ........................................................................................................ 13 
2.3 – MANUTENÇÃO ............................................................................................................................. 15 
3 – ORIGEM DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ................................................................................. 17 
3.1 – PATOLOGIAS DEVIDO AO PROJETO ................................................................................................ 17 
3.2 – PATOLOGIAS DEVIDO À EXECUÇÃO ............................................................................................... 18 
3.3 – PATOLOGIAS DEVIDO AOS MATERIAIS ........................................................................................... 18 
3.4 – PATOLOGIAS DEVIDAS À UTILIZAÇÃO ............................................................................................ 20 
4 – SINTOMATOLOGIA .......................................................................................................................... 21 
4.1- CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................................................................... 21 
4.2 - IMPORTÂNCIA DA SINTOMATOLOGIA ............................................................................................ 21 
4.3 – INSPEÇÃO E AVALIAÇÃO DOS SINTOMAS ....................................................................................... 23 
4.4 – SINTOMAS MAIS COMUNS ............................................................................................................ 23 
4.5 - FISSURAÇÃO ................................................................................................................................. 24 
4.5.1 DENOMINAÇÃO DAS FISSURAS ........................................................................................................................ 25 
4.5.2 CLASSIFICAÇÃO DAS FISSURAS ........................................................................................................................ 25 
4.5.3 CARACTERIZAÇÃO DAS FISSURAS ..................................................................................................................... 26 
4.5.4 ANÁLISE DAS FISSURAS .................................................................................................................................. 27 
4.6 – SINTOMATOLOGIA DOS CONCRETOS ............................................................................................. 27 
4.6.1 FISSURAS .................................................................................................................................................... 28 
4.6.2 DESAGREGAÇÃO ...................................................................................................................................... 31 
4.6.3 CORROSÃO DAS ARMADURAS ................................................................................................................. 32 
4.6.4 CARBONATAÇÃO ..................................................................................................................................... 34 
4.6.5 CORROSÃO DO CONCRETO ...................................................................................................................... 35 
5 – DIAGNÓSTICO DE PATOLOGIAS ....................................................................................................... 36 
5.1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS .............................................................................................................. 36 
5.2 – PATOLOGIAS DEVIDO AO PROJETO ................................................................................................ 36 
5.2.1 MODELIZAÇÃO ESTRUTURAL INADEQUADA ....................................................................................................... 36 
5.2.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE A FISSURAÇÃO DE COMPONENTES DE CONCRETO ARMADO SUBMETIDOS A 
SOBRECARGAS ...................................................................................................................................................... 37 
5.2.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE A DEFORMABILIDADE DE COMPONENTES SUBMETIDOS À FLEXÃO ........................... 38 
5.2.4 DETALHAMENTO ERRADO OU INSUFICIENTE...................................................................................................... 40 
3 
 
5.2.5 INADEQUAÇÃO AO AMBIENTE ........................................................................................................................ 41 
5.2.6 INCORREÇÃO NA INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA ................................................................................................ 42 
5.2.7 INCORREÇÃO NA CONSIDERAÇÃO DE JUNTAS DE DILATAÇÃO E MOVIMENTAÇÃO .................................................... 42 
5.3 – PATOLOGIAS DEVIDA À EXECUÇÃO ................................................................................................ 43 
5.3.1 DEFICIENCIAS DE CONCRETAGEM ........................................................................................................... 43 
5.3.2 INADEQUAÇÃO DE FÔRMAS E ESCORAMENTOS ..................................................................................... 44 
5.3.3 DEFICIÊNCIA NAS ARMADURAS ............................................................................................................... 45 
5.4 – PATOLOGIAS DEVIDO AOS MATERIAIS ........................................................................................... 46 
5.4.1 UTILIZAÇÃO INCORRETA DOS MATERIAIS ................................................................................................ 46 
5.4.2 CAUSAS RELACIONADAS À NATUREZA DO MATERIAL CONCRETO .......................................................... 47 
5.5 – PATOLOGIAS DEVIDO À FALTA DE MANUTENÇÃO .......................................................................... 52 
5.5.1 FALHAS HUMANAS DURANTE A VIDA ÚTIL DA ESTRUTURA .................................................................... 52 
5.5.2 AÇÕES FÍSICAS ......................................................................................................................................... 53 
5.5.3 AÇÕES QUÍMICAS..................................................................................................................................... 54 
5.5.4 AÇÕES BIOLÓGICAS.................................................................................................................................. 55 
5.6 – MECANISMOS E CONFIGURAÇÕES TÍPICAS DAS PATOLOGIAS DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ....... 57 
5.6.1 DEFICIÊNCIAS DE PROJETO .............................................................................................................................57 
5.6.2 CONTRAÇÃO PLÁSTICA DO CONCRETO ............................................................................................................. 61 
5.6.3 RETRAÇÃO DO CONCRETO ............................................................................................................................. 62 
5.6.4 FISSURAS CAUSADAS POR DEFICIÊNCIAS DE EXECUÇÃO ....................................................................................... 63 
5.6.5 FISSURAS CAUSADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS ............................................................................................... 64 
5.6.6 FISSURAS CAUSADAS PELA CORROSÃO DAS ARMADURAS .................................................................................... 64 
5.6.7 FISSURAS CAUSADAS POR RECALQUES DIFERENCIAIS .......................................................................................... 66 
5.6.8 FISSURAS CAUSADAS PELA VARIAÇÃO DE TEMPERATURA .................................................................................... 66 
5.7 – DESAGREGAÇÃO DO CONCRETO ................................................................................................... 67 
5.7.1 CAUSAS DA DESAGREGAÇÃO DO CONCRETO .......................................................................................... 67 
6 – ENSAIOS PARA ESTUDOS PATOLÓGICOS .......................................................................................... 71 
6.1 - INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 71 
6.2 - INSPEÇÃO VISUAL ......................................................................................................................... 72 
6.3 - ESCLEROMETRIA ........................................................................................................................... 74 
6.3.1 GENERALIDADES .......................................................................................................................................... 74 
6.3.2 SUPERFÍCIES A SEREM ENSAIADAS ................................................................................................................... 76 
6.3.3 ÁREA DE ENSAIO .......................................................................................................................................... 76 
6.3.4 IMPACTOS ................................................................................................................................................... 77 
6.3.5 ESBELTEZ DOS ELEMENTOS, COMPONENTES E PEÇAS DE CONCRETO ..................................................................... 77 
6.3.6 FATORES QUE INFLUENCIAM OS RESULTADOS ................................................................................................... 78 
6.3.7 RESULTADOS ............................................................................................................................................... 79 
6.4. ULTRA-SOM ................................................................................................................................... 80 
6.4.1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................................... 80 
6.4.2 HISTÓRICO .................................................................................................................................................. 82 
6.4.3 ONDAS ULTRA-SÔNICAS ................................................................................................................................ 82 
6.4.4 APLICANDO O ULTRA-SOM ............................................................................................................................ 83 
6.4.5 TÉCNICAS USADAS EM ULTRA-SOM ................................................................................................................. 83 
6.4.6 VANTAGENS E LIMITAÇÕES EM COMPARAÇÕES COM OUTROS ENSAIOS ................................................................. 84 
6.4.7 FATORES QUE INFLUENCIAM NA VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO E CONSIDERAÇÃO DOS SEUS EFEITOS NOS ENSAIOS ..... 85 
6.4.8. RELAÇÕES ENTRE ULTRA-SOM E OUTROS ENSAIOS ............................................................................................. 85 
6.5 - RADIOGRAFIA, RADIOSCOPIA E GAMAGRAFIA................................................................................ 87 
6.5.1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................................... 87 
6.5.2 RADIOGRAFIA .............................................................................................................................................. 88 
6.5.3 GAMAGRAFIA .............................................................................................................................................. 89 
4 
 
6.5.4 RADIOSCOPIA .............................................................................................................................................. 92 
6.6 - RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO DE PINOS .......................................................................................... 92 
6.6.1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................................... 92 
6.6.2 DESCRIÇÃO DO MÉTODO ............................................................................................................................... 93 
6.6.3 VANTAGENS E LIMITAÇÕES ............................................................................................................................. 93 
6.6.4 APLICAÇÕES ................................................................................................................................................ 94 
6.6.5 FATORES QUE INFLUENCIAM OS RESULTADOS DO ENSAIO .................................................................................... 94 
6.7 - MÉTODO DA MATURIDADE ........................................................................................................... 95 
6.8 – OUTROS ENSAIOS ......................................................................................................................... 96 
6.8.1 ENSAIO DE VERIFICAÇÃO DA CARBONATAÇÃO DO CONCRETO ............................................................................... 96 
6.8.2 DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE CLORETOS NO CONCRETO ....................................................................... 96 
6.8.3 DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE SULFATOS NO CONCRETO........................................................................ 98 
6.9 - OUTROS EQUIPAMENTOS .............................................................................................................. 99 
6.9.1 CONTROLE DE ABERTURA DE FISSURAS ................................................................................................... 99 
7 - ESTRATÉGIA DE INSPEÇÃO, AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO DAS PATOLOGIAS ................................ 101 
7.1 - INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 101 
7.2 – ESTRATÉGIAS DE INSPEÇÃO......................................................................................................... 102 
7.2.1 LEVANTAMENTO DE DADOS ......................................................................................................................... 103 
7.2.2 TÉCNICA DE INVESTIGAÇÃO .......................................................................................................................... 104 
7.2.3 ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................................................................. 108 
7.3 - MÉTODOS DE CONDIÇÕES DE AVALIAÇÃO PÓS INSPEÇÃO .............................................................109 
7.3.1 MÉTODO BÁSICO ....................................................................................................................................... 110 
7.3.2 MÉTODO GERAL ........................................................................................................................................ 111 
7.4 - DIAGNÓSTICO ............................................................................................................................. 113 
8 – MATERIAIS PARA RECUPERAÇÃO E REFORÇO ................................................................................. 115 
8.1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 115 
8.2 – MATERIAIS UTILIZADOS .............................................................................................................. 116 
8.2.1 CONCRETO ................................................................................................................................................ 116 
8.2.2 ARGAMASSAS ............................................................................................................................................ 116 
8.2.3 ENDURECEDORES DE SUPERFÍCIE ................................................................................................................... 116 
8.2.4 INIBIDORES DE CORROSÃO ........................................................................................................................... 116 
8.2.5 OUTROS MATERIAIS .................................................................................................................................... 117 
9 – TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO E REFORÇO ....................................................................................... 118 
9.1 – PREPARO DO SUBSTRATO ........................................................................................................... 118 
9.1.1 REMOÇÃO DO CONCRETO DETERIORADO ........................................................................................................ 118 
9.1.2 LIMPEZA DA SUPERFÍCIE ............................................................................................................................... 120 
9.1.3 DEMOLIÇÃO DO CONCRETO ......................................................................................................................... 122 
9.2 – TRATAMENTO DE FISURAS .......................................................................................................... 123 
9.2.1 IDENTIFICAÇÃO DO TIPO DE FISSURA E SELEÇÃO DA TÉCNICA A ADOTAR ................................................................ 123 
9.2.2 MÉTODOS DE REPARO ................................................................................................................................. 123 
9.3 – TRATAMENTO DE NINHOS .......................................................................................................... 127 
9.4 – TRATAMENTO DE DESAGREGAÇÕES ............................................................................................ 128 
9.5 – CORROSÃO DE ARMADURAS ....................................................................................................... 129 
9.6 – ALVENARIAS E REVESTIMENTOS .................................................................................................. 130 
5 
 
10 – ANÁLISE DE REFORÇO ESTRUTURAL ............................................................................................. 132 
10.1 – DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA RESUDUAL ............................................................................ 132 
10.1.1 RESISTÊNCIA RESIDUAL DE PEÇAS FLETIDAS ................................................................................................... 132 
10.1.2 RESISTÊNCIA RESIDUAL DE PEÇAS COMPRIMIDAS ............................................................................................ 133 
10.2 – REFORÇO COM CHAPAS COLADAS ............................................................................................. 134 
10.2.1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 134 
10.2.2 DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO .............................................................................................................. 135 
10.3 – REFORÇO COM PERFIS METÁLICOS ............................................................................................ 138 
10.3.1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 138 
10.3.2 REFORÇO DE PILARES ................................................................................................................................ 139 
10.3.3 REFORÇO DE VIGAS ................................................................................................................................... 140 
10.4 – REFORÇO COM CONCRETO ARMADO ......................................................................................... 140 
10.4.1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 140 
10.4.2 REFORÇO DE PILARES ................................................................................................................................ 141 
10.4.3 REFORÇO DE VIGAS ................................................................................................................................... 142 
10.5 – REFORÇO COM CONCRETO PROTENDIDO .................................................................................. 143 
10.6 – REFORÇO COM FIBRAS DE CARBONO ......................................................................................... 147 
10.6.1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 147 
10.6.2 MATERIAIS E PROPRIEDADES ...................................................................................................................... 148 
10.6.3 PROCESSO CONSTRUTIVO .......................................................................................................................... 150 
10.7 – REFORÇO DE FUNDAÇÕES ......................................................................................................... 153 
10.7.1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 153 
10.7.2 DEFEITOS NAS FUNDAÇÕES ........................................................................................................................ 153 
10.7.3 CONCEITO DE REFORÇO DE FUNDAÇÃO......................................................................................................... 153 
10.7.4 TIPOS DE SOLUÇÕES .................................................................................................................................. 154 
10.7.5 ESCOLHA DO TIPO DE REFORÇO ................................................................................................................... 157 
BIBLIOGRÁFIA CONSULTADA E RECOMENDADA .................................................................................. 158 
 
 
 
 
6 
 
1 – INTRODUÇÃO 
 
Desde os primórdios da civilização que o homem tem se preocupado com a construção de estruturas 
adaptadas às suas necessidades, sejam elas habitacionais (casas e edifícios), laborais (escritórios, indústrias, 
silos, galpões, etc.), ou de infra-estrutura (pontes, cais, barragens, metrôs, aquedutos, etc.). Com isto, a 
humanidade acumulou um grande acervo científico ao longo dos séculos, o que permitiu o desenvolvimento 
da tecnologia da construção, abrangendo a concepção,o cálculo, a análise e o detalhamento das estruturas, a 
tecnologia de materiais e as respectivas técnicas construtivas. 
 
O crescimento sempre acelerado da construção civil, em alguns países e épocas, provocou a necessidade de 
inovações que trouxeram, em si, a aceitação implícita de maiores riscos. Aceitos estes riscos, ainda que 
dentro de certos limites, a progressão do desenvolvimento tecnológico aconteceu naturalmente, e, com ela, o 
aumento do conhecimento sobre estruturas e materiais, em particular através do estudo e análise dos erros 
acontecidos, que têm resultado em deterioração precoce ou em acidentes. 
 
Apesar disto, e por ainda existirem sérias limitações ao livre desenvolvimento científico e tecnológico, além 
das ainda inevitáveis falhas involuntárias e casos de imperícia, tem sido constatado que algumas estruturas 
acabam por ter desempenho insatisfatório, se confrontadas com as finalidades a que se propunham. 
 
Este complexo conjunto de fatores gera o que é chamado de deterioração estrutural. Objetivamente, as causas 
da deterioração podem ser as mais diversas, desde o envelhecimento "natural" da estrutura até os acidentes. 
 
Designa-se genericamente por PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES um novo campo da Engenharia das 
Construções que se ocupa do estudo das origens, formas de manifestação, conseqüências e mecanismos de 
ocorrência das falhas e dos sistemas de degradação das estruturas. 
 
Uma sistematização proposta para o estudo da Patologia das Construções levará os problemas patológicos a 
serem classificados como simples, cujo diagnóstico e profilaxia são evidentes, e complexos, que exigem uma 
análise individualizada e pormenorizada. 
 Problemas patológicos simples: são os que admitem padronização, podendo ser resolvidos sem que o 
profissional responsável tenha obrigatoriamente conhecimentos altamente especializados; 
 Problemas patológicos complexos: não convivem com mecanismos de inspeção convencionais e 
esquemas rotineiros de manutenção, obrigando a uma análise pormenorizada e individualizada do 
problema, sendo então necessários profundos conhecimentos de Patologia das Construções. 
 
 
7 
 
1.1 – OBJETIVOS DA PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 
 
Os objetivos a serem atingidos em um estudo patológico devem atender a diversas situações, 
podendo apenas identificar situações de risco no projeto até necessidades de intervenções urgentes. 
Entre as situações mais usuais, pode-se destacar os seguintes objetivos: 
 - Projetos de componentes de sistemas: 
 - Determinação de mecanismos de deterioração; 
 - Avaliação da agressividade do meio x desempenho; 
 - Apresentação de medidas de proteção preventiva; 
 - Elaboração de projeto e detalhamento para execução; 
 - Fornecimento de procedimentos de manutenção e utilização. 
 
 - Manutenção de componentes e sistemas existentes: 
 - Análise de mecanismos de deterioração; 
 - Avaliação da agressividade do meio e impactos sobre os elementos; 
 - Elaboração de ensaios dos materiais e de desempenho; 
 - Elaboração de procedimentos de manutenção e utilização; 
 - Elaboração de projeto de reparos, reforço ou recuperação; 
 - Instrumentação e monitoração do desempenho de sistemas; 
 - Avaliação do grau de segurança e confiabilidade. 
 
1.2 – IMPORTÂNCIA DA PATOLOGIA ESTRUTURAL 
 
Cánovas (1988) ressalta que a patologia das construções está intimamente ligada ao conceito de 
qualidade, sendo que este último têm se desenvolvido nos últimos anos. No entanto com o 
desenvolvimento tecnológico, em particular da informática, e o conhecimento mais detalhado dos 
materiais, as estruturas tem se tornado mais esbeltas, consequentemente mais deformáveis, fato este 
que colabora para o surgimento de patologias. 
 
Sabe-se que as patologias nas construções são tão antigas quanto os próprios edifícios, pois há mais 
de 4.000 anos, o Código de Hamurabi já indicava cinco regras para prevenir defeitos nos edifícios, 
são elas: 
 - Se um construtor faz uma casa para um homem e não a faz firme e seu colapso causa a 
morte do dono da casa, o construtor deverá morrer. 
8 
 
 - Se causa a morte do filho do dono da casa, o filho do construtor deverá morrer. 
 - Se causa a morte de um escravo do proprietário da casa, o construtor deverá dar ao 
proprietário um escravo de igual valor. 
 - Se a propriedade for destruída, ele deverá restaurar o que foi destruído por sua própria 
conta. 
 - Se um construtor faz uma casa para um homem e não a faz de acordo com as 
especificações e uma parede desmorona, o construtor reconstruirá a parede por sua própria conta. 
 
Sendo este o primeiro tratado conhecido sobre Patologia das Construções. 
 
É extremamente difícil conhecer a situação atual do problema patológico estrutural, pois assim 
como os êxitos são anunciados, a maioria dos fracassos, ou colapsos, são escondidos, impedindo 
seu estudo para evitar que o mesmo erro se repita. E quando uma falha é divulgada, procura-se um 
culpado, mas não se divulga a causa do colapso nem os métodos de estudo e análises. 
 
Robert Stevenson, presidente do Instituto Britânico de Engenharia já aconselhava, em 1856, que os 
acidentes de engenharia fossem analisados e divulgados, pois isto seria instrutivo para os alunos e 
profissionais da engenharia. 
 
Da mesma forma como os seres humanos, existem estruturas sadias e estruturas enfermas, que 
tiveram problemas em uma das etapas de seu desenvolvimento, que são projeto (gestação), 
execução (crescimento), conservação e manutenção (durante sua vida). Podendo ainda existir 
problemas de uso de materiais defeituosos ou inadequados. Também deve ser considerado que, 
assim como os seres humanos, as estruturas envelhecem com o passar do tempo, em um processo 
de degradação lento de seus materiais. 
 
1.3 – CONCEITOS ASSOCIADOS À PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 
 
Agente: causa imediata que deu origem ao problema patológico. 
Agentes causadores de patologias: Deslocamentos de fundações, movimentação do terreno natural, 
efeitos de condições climáticas, alterações químicas dos materiais, retração e expansão dos 
materiais, defeitos de projeto, defeitos de execução, uso indevido da edificação, falta de 
manutenção, degradação dos materiais e componentes em função de seu envelhecimento natural. 
 
9 
 
Correção: eliminação dos defeitos acarretados pelos problemas patológicos. 
 
Diagnóstico: determinação das causas dos mecanismos de formação e da gravidade potencial de um 
problema patológico, com base na observação dos sintomas e na eventual realização de estudos 
específicos. 
 
Falha: é um descuido, uma atividade imprevista ou acidental que se traduz em um defeito ou dano. 
 
Origem: etapa do processo construtivo em que ocorreu um problema que se manifestará na forma 
de uma patologia. 
 
Patologia: é a ciência que estuda, de forma metodizada, a origem, os sintomas e a natureza dos 
defeitos e danos de uma edificação. 
 
Prognóstico: avaliações ou conjecturas, baseadas nos diagnósticos, que alerta a duração, evolução 
ou término do problema patológico. 
 
Profilaxia: ciência que estuda as medidas necessárias à prevenção das enfermidades. 
 
Recuperação: correção dos problemas patológicos. 
 
Reforço: aumento da capacidade resistente de um elemento estrutural. 
 
Sintoma: manifestação patológica. 
 
Terapia: ciência que estuda as medidas necessárias para sanar um problema patológico. 
 
10 
 
2 – DURABILIDADE 
 
Conforme conhecimento geral, muitas estruturas expostas ao meio ambiente agressivo têm 
mostrado uma deterioração prematura muito grave. Muitas têm alcançado um estado muito sério de 
degradação, com descamações e pedaços caindo.Alguns colapsos foram noticiados. Dessa maneira 
um dos conhecimentos que devem ser adicionados e avaliados para a definição da durabilidade de 
uma estrutura diz respeito à segurança residual das mesmas. 
 
Outra condição importante diz respeito à avaliação do grau de dano de maneira racional e a 
necessidade de seguir uma estratégia também racional para selecionar o método de recuperação 
mais conveniente. 
 
2.1 – CONCEITO DE DURABILIDADE SEGUNDO A NBR 6118:2003 
 
Exigências de durabilidade 
Segundo a NBR 6118:2003, as estruturas de concreto devem ser projetadas e construídas de modo 
que, sob as condições ambientais previstas na época do projeto e quando utilizadas conforme 
preconizado em projeto, conservem sua segurança, estabilidade e aptidão em serviço durante o 
período correspondente à sua vida útil. 
 
Vida útil 
Por vida útil de projeto, entende a NBR 6118:2003, como o período de tempo durante o qual se 
mantêm as características das estruturas de concreto sem exigir, em relação às prescrições de 
manutenção previstas, medidas extras de manutenção e reparo, isto é, após esse período que começa 
a efetiva deterioração da estrutura, com o aparecimento de sinais visíveis como: produtos de 
corrosão da armadura, desagregação do concreto, fissuras, etc. Esta norma pressupõe uma vida útil 
de no mínimo 50 anos, de acordo com as exigências de durabilidade. 
 
O conceito de vida útil aplica-se à estrutura como um todo ou às suas partes, dessa forma, 
determinadas partes da estrutura podem merecer considerações especiais com valor de vida útil 
diferente do todo. 
 
11 
 
O conhecimento da vida útil e da curva de deterioração de cada material ou estrutura são fatores de 
fundamental importância para a confecção de orçamentos reais para a obra, assim como de 
programas de manutenção adequados e realistas. 
 
Já por desempenho entende-se o comportamento em serviço de cada produto, ao longo da vida útil, 
e a sua medida relativa espelhará, sempre, o resultado do trabalho desenvolvido nas etapas de 
projeto, construção e manutenção. 
 
O código modelo MC-90 do CEB-FIP, indica que o período de vida útil das estruturas deve atingir 
um valor mínimo de 50 anos, desde que as estruturas sejam projetadas, executadas e mantidas 
conforme requisitos preconizados. No caso de estruturas especiais pode-se requerer um período de 
vida mais longo, como, por exemplo, 100 anos, ou mais curto, 25 anos ou menos, em função da 
importância da edificação ou do tipo de exposição a que estará submetida. 
 
O Structural Eurodoces, por sua vez, apresenta os seguintes valores para vida útil, constantes na 
Tabela 2.1: 
Vida Útil
(anos)
4 50 Edificações Correntes
5 100 Pontes, Obras Públicas
2 10 - 25 Partes Substituíveis
3 15 - 30 Edificações Rurais
Categoria Exemplo
1 10 Obras Temporárias
 
Tabela 2.1 - Vida útil das edificações por categoria (Structural Eurocodes) 
 
Acontece que, no entanto, as estruturas e seus materiais deterioram-se mesmo quando existe um 
programa de manutenção bem definido, sendo esta deterioração, no limite, irreversível. 
 
O ponto em que cada estrutura, em função da deterioração, atinge níveis de desempenho 
insatisfatórios varia de acordo com o tipo de estrutura. Algumas delas, por falhas de projeto ou de 
execução, já iniciam as suas vidas de forma insatisfatória, enquanto outras chegam ao final de suas 
vidas úteis projetadas ainda mostrando um bom desempenho. 
 
12 
 
Por outro lado, o fato de uma edificação em determinado momento apresentar-se com desempenho 
insatisfatório não significa que ela esteja necessariamente condenada. A avaliação desta situação é, 
talvez, o objetivo maior da Patologia das Construções, posto que esta é a ocasião que requer 
imediata intervenção técnica, de forma que ainda seja possível reabilitar a estrutura. 
 
Na Figura 2.1 são representadas, genericamente, três diferentes histórias de desempenhos 
estruturais, ao longo das respectivas vidas úteis, em função da ocorrência de fenômenos patológicos 
diversos. 
 
Figura 2.1 - Desempenho de uma construção em função dos fenômenos patológicos 
 
No primeiro caso, representado pela curva traço-duplo ponto, está ilustrado o fenômeno natural de 
desgaste da estrutura. Quando há a intervenção, a estrutura se recupera, voltando a seguir a linha de 
desempenho acima do mínimo exigido para sua utilização. 
 
No segundo caso, representado por uma linha cheia, trata-se de uma estrutura sujeita, a dada altura, 
a um problema súbito, como um acidente, por exemplo, que necessita então de imediata intervenção 
corretiva para que volte a comportar-se satisfatoriamente. 
 
No terceiro caso, representado pela linha traço-monoponto, tem-se uma estrutura com erros 
originais, de projeto ou de execução, ou ainda urna estrutura que tenha necessitado alterar seus 
propósitos funcionais, situações em que se caracteriza a necessidade de reforço. 
 
O estudo da vida útil das estruturas está ligado ao que é tecnicamente ponderável, e a sua evolução 
deve necessariamente passar por maior conhecimento de durabilidade dos materiais, dos 
13 
 
componentes e dos vários sistemas estruturais, assim como pelo aperfeiçoamento dos processos 
construtivos, dos programas e das técnicas de manutenção. 
 
A associação dos conceitos de vida útil e durabilidade é inevitável. Conhecidas, ou estimadas, as 
características de deterioração do material concreto e dos sistemas estruturais, entende-se como 
durabilidade o parâmetro que relaciona a aplicação destas características a uma determinada 
construção, individualizando-a pela avaliação da resposta que dará aos efeitos da agressividade 
ambiental, e definindo, então, a vida útil da mesma. 
 
Deve-se entender que a concepção de uma construção durável implica a adoção de um conjunto de 
decisões e procedimentos que garantam à estrutura e aos materiais que a compõem um desempenho 
satisfatório ao longo da vida útil da construção. 
 
Em termos de durabilidade das estruturas de concreto, por exemplo, e para além das questões 
ligadas à resistência mecânica propriamente dita, a palavra-chave relacionada a vida útil e ao 
desempenho ao material concreto, como pseudo-sólido que é, é água. 
 
Assim, serão a quantidade de água no concreto e a sua relação com a quantidade de ligante o 
elemento básico que irá reger características como densidade, compacidade, porosidade, 
permeabilidade, capilaridade e fissuração, além de sua resistência mecânica, que, em resumo, são os 
indicadores de qualidade do material, passo primeiro para a classificação de uma estrutura como 
durável ou não. 
 
2.2 – AGRESSIVIDADE AMBIENTAL 
 
As condições do meio em que uma estrutura está inserida passam a ter um aspecto importante na 
definição da durabilidade e do desempenho da edificação. Nestas condições, os códigos de projeto 
têm desenvolvido critérios para consideração do impacto da variação do ambiente onde a 
construção está inserida. A NBR 6118:2003 propõe os seguintes critérios: 
 
 Classe de Agressividade Ambiental 
A agressividade do meio ambiente está relacionada às ações físicas e químicas que atuam sobre as 
estruturas de concreto, independentemente das ações mecânicas, das variações térmicas, retrações 
14 
 
hidráulicas e outras previstas no dimensionamento da estrutura. Nos projetos estruturais, a 
agressividade ambiental deve ser classificada de acordo com a Tabela 2.2. 
 
Classe de agressividade ambiental 
( CAA) 
Agressividade Risco de deterioração 
I Fraca Insignificante 
II Moderada Pequeno 
III Forte Grande 
IV Muito forte Elevado 
Tabela 2.2 – Agressividade Ambiental, segundo a NBR 6118:2003.De forma simplificada, pode-se avaliar a agressividade ambiental em uma estrutura de acordo com 
o macro-clima onde a estrutura situa-se e com o ambientes da obra, conforme indica a Tabela 2.3. 
 
Tabela 2.3 - Classificação do macro-clima, segundo a NBR 6118:2003. 
 
Outro aspecto importante a ser considerado na durabilidade das estruturas diz respeito ao 
cobrimento das armaduras, que também é definido segundo a agressividade ambiental, como 
indicado na Tabela 2.4. 
 
Tipo de 
estrutura 
Elementos Classe de agressividade ambiental 
I II III IV 
Cobrimento nominal (mm) 
CA Lajes 20 25 35 45 
Vigas/Pilares 25 30 40 50 
CP Todos 30 35 45 55 
 Tabela 2.4 – Cobrimento mínimo das armaduras, segundo a NBR 6118:2003. 
 
15 
 
Assim, a modelização do mecanismo de estudo da durabilidade passa pela avaliação e 
compatibilização, entre a agressão ambiental, por um lado, e a "qualidade" do concreto e da 
estrutura, por outro, sendo este cenário definido à luz do tempo e do custo da estrutura. 
 
Para cada caso ou combinação de casos, as classes de exposição indicarão níveis de risco ou 
parâmetros mínimos a serem observados como condição primeira para que se consiga uma 
construção durável. Assim, estarão definidos: 
 dosagem mínima de cimento; 
 fator água/cimento máximo; 
 classe de resistência mínima do concreto; 
 cobrimento mínimo das barras das armaduras; 
 método de cura. 
 
Da observação deste quadro infere-se facilmente que a combinação dos agentes ambientais 
(temperatura, umidade, chuva, vento, salinidade e agressividade química ou biológica) 
transportados para a massa de concreto, assim como a resposta dessa massa a tal ação, constituem 
os principais elementos do processo de caracterização da durabilidade, sendo a água (ou a umidade) 
o elemento principal de toda a questão, considerados adequados os mecanismos de resistência. 
 
Uma diretriz geral diz que a durabilidade da estrutura de concreto é determinada por quatro fatores, 
identificados como “Regra dos 4C”: 
 - Composição ou traço do concreto; 
 - Compactação ou adensamento efetivo do concreto na estrutura; 
 - Cura efetiva do concreto na estrutura; 
 - Cobrimento ou espessura do concreto de cobrimento das armaduras. 
 
2.3 – MANUTENÇÃO 
 
A manutenção das estruturas pode ser entendida como o conjunto de ações de reduzido alcance, de 
forma a prevenir ou identificar o surgimento de danos (Manutenção Preventiva) e quando a 
estrutura apresentar perda significativa, como forma de se evitar o comprometimento da segurança 
da edificação (Manutenção Corretiva). 
 
16 
 
Em termos de manutenção fica clara a co-responsabilização, pois proprietário, investidor e usuário 
deverão sempre estar dispostos a suportar o custo com o sistema de manutenção concebido pelos 
projetistas, que deverá ter sido respeitado e viabilizado pelo construtor. A base deste sistema, aliás, 
será o conjunto de inspeções rotineiras, em que o usuário será figura preponderante. 
 
Para determinar o período mais adequado para realização de manutenção das edificações, deve-se 
proceder à realização de inspeções de rotina e extensiva, esta última com um grau maior de 
detalhamento. 
 
O CEB-FIP, apresenta a uma proposta de periodicidade de inspeções, em função da classe da 
estrutura e da condição de agressividade ambiental onde ela se localiza, conforme Tabela 2.5. 
Inspeção de Rotina Inspeção Extensiva
(anos) (anos)
Estrutura Classe 1
Muito Severa 2 2
Severa 6 6
Normal 10 10
Estrutura Classe 2
Muito Severa 6 6
Severa 10 10
Normal 10 Dispensa
Estrutura Classe 3
Muito Severa 10 10
Severa 10 Dispensa
Normal Insp. Superficial Insp. Superficial
Condições Ambientais
 
Tabela 2.5 - Periodicidade de inspeções (CEB-FIP) 
 
Barcena Diaz (1992), propõem a seguinte periodicidade para inspeções, em função do tipo de uso 
da construção, conforme Tabela 2.6. 
Inspeção de Rotina Inspeção Extensiva
(anos) (anos)
Residencial, Escolas
Comerciais
Estádios, Piscinas
Estacionamentos
Estruturas Industrias em
ambientes pouco agressivos
Pontes rodoviárias e
Ferroviárias Importantes
Pontes rodoviárias e
Ferroviárias Secundárias
1 5
2 10
1 5
1 a 2 10
Tipo de Uso
2 10
 
Tabela 2.6 - Periodicidade de inspeções (Barcena Diaz, 1992). 
 
17 
 
3 – ORIGEM DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS 
 
Ao se analisar uma estrutura de concreto "doente" é necessário entender-se o porquê do surgimento 
e do desenvolvimento da doença, buscando esclarecer as causas, antes da prescrição e conseqüente 
aplicação do remédio necessário. O conhecimento das origens da deterioração é indispensável, não 
apenas para que se possa proceder aos reparos exigidos, mas também para se garantir que, após 
reparada, a estrutura não volte a se deteriorar. O estudo das causas responsáveis pela implantação 
dos diversos processos de deterioração das estruturas de concreto é complexo, sendo matéria em 
constante evolução. 
 
O surgimento de problema patológico em dada estrutura indica, em última instância e de maneira 
geral, a existência de uma ou mais falhas durante a execução de uma das etapas da construção, além 
de apontar para falhas também no sistema de controle de qualidade próprio a uma ou mais 
atividades. 
 
Passando em revista as condições e falhas mais prováveis, pode-se estabelecer a seguinte 
classificação quanto a origem das patologias de edificações: 
 Patologias geradas na concepção ou projeto da edificação; 
 Patologias geradas na execução ou construção da edificação; 
 Patologias geradas devido aos materiais de construção empregados; 
 Patologias geradas na etapa da utilização da edificação (manutenção). 
 
3.1 – PATOLOGIAS DEVIDO AO PROJETO 
 
Várias são as falhas possíveis de ocorrer durante a etapa de concepção da estrutura. Elas podem se 
originar durante o estudo preliminar (lançamento da estrutura), na execução do anteprojeto, ou 
durante a elaboração do projeto de execução, também chamado de projeto final de engenharia. 
 
Constata-se que as falhas originadas de um estudo preliminar deficiente, ou de anteprojetos 
equivocados, são responsáveis, principalmente, pelo encarecimento do processo de construção, ou 
por transtornos relacionados à utilização da obra, enquanto as falhas geradas durante a realização do 
projeto final de engenharia, geralmente são as responsáveis pela implantação de problemas 
patológicos sérios e podem ser tão diversas como: 
18 
 
 elementos de projeto inadequados (má definição das ações atuantes ou da combinação 
mais desfavorável das mesmas, escolha infeliz do modelo analítico, deficiência no 
cálculo da estrutura ou na avaliação da resistência do solo, etc.); 
 falta de compatibilização entre a estrutura e a arquitetura, bem como com os demais 
projetos civis; 
 especificação inadequada de materiais; 
 detalhamento insuficiente ou errado; 
 detalhes construtivos inexeqüíveis; 
 falta de padronização das representações (convenções); 
 erros de dimensionamento. 
 
3.2 – PATOLOGIAS DEVIDO À EXECUÇÃO 
 
A seqüência lógica do processo de construção civil indica que a etapa de execução deva ser iniciada 
apenas após o término da etapa de concepção, com a conclusão de todos os estudos e projetos que 
lhe são inerentes. Suponha-se que isto tenha ocorrido com sucesso, podendo então ser iniciada a 
etapa de execução, cuja primeira atividade será o planejamento da obra. 
 
Nesta atividade, devem ser tomados todos os cuidados necessários ao bom andamento da 
construção, com a caracterização da obra, individualizada pela programação de atividades, alocação 
de mão-de-obra, definição do "lay-out"do canteiro e previsão de compras dos materiais. 
 
Nesta fase os defeitos construtivos são falhas bastante freqüentes, tendo origem, na grande maioria 
dos casos, na deficiência de qualificação profissional da equipe técnica, entre os quais pode-se citar: 
 Deficiências de concretagem 
 Inadequação de fôrmas e escoramentos 
 Deficiências nas armaduras 
 
3.3 – PATOLOGIAS DEVIDO AOS MATERIAIS 
 
As causas deste tipo de patologias estão relacionadas ao emprego de materiais impróprios ao tipo de 
obra a ser executada e à deficiência no controle de compra (qualidade inferior à especificada nos 
19 
 
projetos), recebimento e estocagem, estabelecendo-se procedimentos incompatíveis aos previstos 
nos projetos e permitindo-se a deterioração dos mesmos. 
 
Para as estruturas, os materiais e componentes, em sua grande maioria, têm sua qualidade e forma 
de aplicação normalizadas. Entretanto, o sistema de controle na obra tem-se mostrado bastante 
falho, e a metodologia para fiscalização e aceitação dos materiais não é aplicada, sendo este mais 
um fator que demonstra a fragilidade e a má organização da indústria da construção. 
 
Com tudo isto, são comuns os problemas patológicos que têm sua origem na qualidade inadequada 
dos materiais e componentes. A menor durabilidade, os erros dimensionais, a presença de agentes 
agressivos incorporados e a baixa resistência mecânica são apenas alguns dos muitos problemas que 
podem ser implantados nas estruturas como conseqüência desta baixa qualidade. 
 
Pode-se citar dentre os procedimentos inadequados relacionados aos materiais, os seguintes: 
 Cimento: 
- compra, recebimento e estocagem; 
- falta de controle das características físicas, químicas e mecânicas, limitadas por normas. 
 Agregado miúdo: 
- material fora das especificações; 
- granulometria incompatível; 
- contaminações por substâncias nocivas, limitadas por normas. 
 Agregado graúdo: 
- material fora das especificações; 
- granulometria incompatível; 
- contaminações por substâncias nocivas, limitadas por normas. 
- índice de forma excessivamente lamelar 
 Aço: 
- resistência inferior ao especificado 
- estocagem de maneira inadequada, favorecendo a oxidação das barras. 
 Água: 
- PH fora dos limites recomendados (entre 5,8 e 8,0); 
- excesso de substâncias nocivas, tais como: 
- matéria orgânica; 
- resíduos sólidos; 
20 
 
- sulfatos; 
- açúcar, e; 
- cloretos. 
 
3.4 – PATOLOGIAS DEVIDAS À UTILIZAÇÃO 
 
Acabadas as etapas de concepção e de execução, e mesmo quando tais etapas tenham sido de 
qualidade adequada, as estruturas podem vir a apresentar problemas patológicos originados da 
utilização errônea ou da falta de um programa de manutenção adequado. 
 
De certa forma, uma estrutura poderá ser vista como equipamento mecânico que, para ter sempre 
bom desempenho, deve ter manutenção eficiente, principalmente em partes onde o desgaste e a 
deterioração serão potencialmente maiores. 
 
Os problemas patológicos ocasionados por uso inadequado podem ser evitados informando-se ao 
usuário sobre as possibilidades e as limitações da obra, como, por exemplo: 
 edifícios em alvenaria estrutural - o usuário deve ser informado sobre quais são as 
paredes portantes, de forma que não venha a fazer obras de demolição ou de abertura 
de vãos (portas ou janelas) nestas paredes, sem a prévia consulta e a assistência 
executiva de especialistas, incluindo, preferencialmente, o projetista da estrutura; 
 pontes - a capacidade de carga da ponte deve ser sempre informada, em local visível 
e de forma insistente. 
 
Exemplos típicos, casos em que a manutenção periódica pode evitar problemas patológicos sérios e, 
em alguns casos, a própria ruína da obra, são a limpeza e a impermeabilização das lajes de 
cobertura, marquises, piscinas elevadas e "playgrounds", que, se não forem executadas, 
possibilitarão a infiltração prolongada de águas de chuva e o entupimento de drenos, fatores que, 
além de implicarem a deterioração da estrutura, podem levá-la à ruiria por excesso de carga 
(acumulação de água). 
21 
 
4 – SINTOMATOLOGIA 
 
4.1- CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
A sintomatologia é o quadro que torna evidente que a construção é acometida por algum processo 
patológico. Os efeitos resultantes da atuação dos agentes causadores das patologias das estruturas de 
concreto sumarizados se fazem sentir, inicialmente, nos pontos fracos destas estruturas. 
 
A sintomatologia vem ao encontro de teorias para solução de problemas, serve para relatar falhas e 
possíveis causas que incitaram tais falhas, relato esse que pode ser de grande valia em projetos 
futuros, sendo peça chave na redução de erros futuros. Vale destacar um ditado: “os médicos 
enterram seus erros, os arquitetos os cobrem de mármore, e os engenheiros fazem grandes relatórios 
que nunca vêm à luz do dia”. 
 
Os sinais que peças doentes apresentam podem ter diversas possíveis causas, quer seja na fase de 
planejamento e projeto, execução ou conservação. Há sinais que são de grande intensidade ou é 
uma grande falha, mas que agem de forma isolada não produzindo conseqüências importantes, por 
outro lado a seqüência ou simultaneidade de falhas ou defeitos, com sobreposição de efeitos, podem 
ocasionar danos graves às estruturas, danos esses que podem ser irreversíveis. 
 
4.2 - IMPORTÂNCIA DA SINTOMATOLOGIA 
 
Sintomatologia é a ciência que estuda os sintomas que orienta a diagnose. A partir da avaliação dos 
sintomas e dos sinais, ou um conjunto de sintomas que caracterizam um processo patológico, tem-
se a formulação de hipóteses diagnósticas. 
 
Assim como na medicina, a investigação de todo e qualquer sintoma deve ser considerado 
importante nas construções, assim também o especialista deve seguir alguns critérios de avaliação 
como inspeção visual, percussão, ausculta, treinamento dos olhos para ver além do perceptível, 
treinamento dos dedos para aguçar a sensibilidade ao tato. Ressalta-se ainda a importância da 
observação do estado geral, em especial o histórico da obra, chamado de anamnese na medicina, e 
22 
 
que precede a avaliação propriamente dita. Vale lembrar que muitas vezes a segurança do 
observador também deve ser especial, com uso de capacete, óculos de ampla visão, protetores 
auriculares para alguns ensaios destrutivos, e botas de segurança, uma vez que as peças avaliadas 
podem estar com algum tipo de comprometimento em algum ponto. 
 
A sintomatologia é decisiva na escolha da terapia mais indicada a ser empregada no tratamento de 
uma patologia, e a eficiência do tratamento depende da escolha ideal de terapêutica. O progresso da 
recuperação das estruturas depende do instrumental e de técnicas necessárias à avaliação da 
natureza de cada acometimento, segundo seus sintomas, e à prescrição do tratamento adequado a 
cada caso. Assim, o emprego de ensaios especializados como raios-X, gamagrafia, ultra-som e 
outros computadorizados, representa avanços inestimáveis para a avaliação dos sintomas, 
diagnóstico, tratamento e prevenção de numerosos efeitos patológicos das construções. 
 
No Brasil, o número significativo de trabalhos e pesquisas na área, revela a preocupação e a 
capacidade técnica de prevenir as patologias nas estruturas. Porém, fora de centros acadêmicos e de 
pesquisa, a prática nos canteiros mostra outra realidade, indicando uma outra preocupação, como o 
volume de obras, desconsiderando cuidados essenciais nos procedimentos de planejamento, projeto 
e execução de obras. Ressalta-se que no Brasil, de maneira geral, as manifestações patológicas mais 
incidentes são na etapa de execução da obra. 
 
De forma geral a açãoem casos de patologia segue o fluxo: 
 
 
 
Fig. 4.1 – fluxo de ações 
 
Olho clínico 
Experiência e 
informações 
 
Sintomatologia 
Deformação 
Coloração 
Fissuras 
desagregações 
 
Patologia/ 
Dano 
 
Diagnóstico 
 
Prognóstico 
Demolição 
Terapêutica 
 
23 
 
4.3 – INSPEÇÃO E AVALIAÇÃO DOS SINTOMAS 
 
Para um diagnóstico ideal e consequentemente uma indicação de terapia adequada, faz-se 
necessária a realização da análise dos sintomas para conhecer a extensão do problema, através da 
análise técnica por especialista na área. Após uma inspeção inicial ou preliminar, pode ser 
necessária a inspeção detalhada para complementação de informações, para tanto se faz necessário 
um plano de trabalho específico. 
 
Como resultados esperados ou relatório de inspeção, alguns tópicos são indispensáveis como: 
 Levantamento fotográfico 
 Geometria da estrutura 
 Anotação dos sintomas visuais 
 Coloração 
 Tamanho das fissuras 
 Descrição do ambiente 
 Possível eliminação do concreto de cobrimento para observação da armadura 
 
4.4 – SINTOMAS MAIS COMUNS 
 
Os sintomas mais comuns que se apresentam nas construções são: 
 Fissuração; 
 Desagregações; 
 Deslocamentos; 
 Falhas de concretagem; 
 Deformabilidade excessiva; 
 Manchas de umidade; 
 Bolor e/ou outros microorganismos; 
 Eflorescências; 
 Vibração excessiva; 
 Mudanças de coloração. 
24 
 
4.5 - FISSURAÇÃO 
 
As fissuras podem ser consideradas como a manifestação patológica característica das construções, 
sendo mesmo o dano de ocorrência mais comum e aquele que, a par das deformações muito 
acentuadas, mais chama a atenção dos leigos, proprietários e usuários aí incluídos, para o fato de 
que algo de anormal está a acontecer. 
 
É interessante observar que a caracterização da fissuração como deficiência estrutural dependerá 
sempre da origem, intensidade e magnitude do quadro de fissuração existente, posto que o concreto, 
por ser material com baixa resistência à tração, irá fissurar por natureza, sempre que as tensões de 
tração, que podem ser instaladas pelos mais diversos motivos, superarem a sua resistência à tração. 
 
Assim, um processo de fissuramento pode, quando anômalo, instalar-se em uma estrutura como 
conseqüência da atuação das mais diversas causas, e, para que se consiga identificar com precisão 
as causas e efeitos, é necessário desenvolver análises consistentes, que incluam a mais correta 
determinação da configuração das fissuras, bem como da abertura, de sua variação ao longo do 
tempo, da extensão e da profundidade das mesmas. 
 
Portanto, ao se analisar uma construção que esteja apresentando fissuras, os primeiros passos a 
serem dados consistem na elaboração do mapeamento das fissuras e em sua classificação, que vem 
a ser a definição da atividade ou não das mesmas (uma fissura é dita ativa, quando a causa 
responsável por sua geração ainda atua sobre a estrutura, sendo inativa, ou estável, sempre que sua 
causa se tenha feito sentir durante um certo tempo e, a partir de então, deixado de existir). 
 
Classificadas as fissuras e de posse do mapeamento, pode-se dar inicio ao processo de determinação 
de suas causas, de forma a poder-se estabelecer um diagnóstico e proceder aos trabalhos de 
recuperação ou de reforço, como a situação o exigir. 
 
As causas da fissuração podem ter várias origens, e o seu conhecimento permite estabelecer na 
maioria das vezes a terapia mais adequada. Pode-se citar como causas mais comuns da fissuração: 
 Movimentações térmicas; 
 Umidade; 
 Retração e expansão dos materiais; 
 Ataques químicos; 
25 
 
 Deformabilidade excessiva da estrutura; 
 Excesso de carga; 
 Erros de projeto; 
 Erros e execução. 
 Recalques de fundação. 
 
A ocorrência principal de fissuras em estruturas de concreto armado como um todo acontece de tal 
forma que cerca de 44% das fissuras são de alvenaria, decorrentes de deformações diferenciadas e 
26% do concreto. A fissuração verificada em elementos estruturais de concreto armado, de acordo 
com a literatura, se distribuem da seguinte forma: 
 60% em lajes; 
 23% em vigas; 
 10% em marquises; 
 7 % em pilares. 
 
4.5.1 Denominação das fissuras 
Na análise deste sintoma, deve-se levar em conta que nem todas manifestações devem ser 
consideradas como fissuras, elas recebem uma nomenclatura específica em função da abertura que 
apresentam, o que pode ser verificado na Tabela 4.1. 
 
Fissura até 0,5 mm
Trinca de 0,5 mm a 1,5 mm
Rachadura de 1,5 mm a 5 mm
Fenda de 5 mm a 10 mm
Brecha acima de 10 mm
Tipo de Lesão Abertura
 
Tabela 4.1 – Denominação das lesões em função da dimensão da abertura 
 
4.5.2 Classificação das Fissuras 
As fissuras podem ser classificadas nos seguintes tipos: 
 Classe 1 – Fissuras que indicam problemas estruturais imediatamente identificáveis. 
- lesões com grandes aberturas 
- indicam que o colapso é iminente 
- indicam uma grande redução da segurança 
- trazem o deslocamento de partes da estrutura 
26 
 
 Classe 2 – Fissuras que podem levar a uma redução da segurança devido a posterior 
corrosão da armadura; 
 Classe 3 – Fissuras que podem levar a um mau funcionamento da estrutura, mostrado 
por infiltrações, passagem de sons, danos a acabamentos, etc. 
- limitações aceitas para casos de exposição a ambientes severos é de 0,2 mm 
 Classe 4 - Fissuras que são esteticamente inaceitáceis. 
- limitações para aparência estética critica é de 0,1 mm 
 
4.5.3 Caracterização das Fissuras 
Para a caracterização das fissuras deve-se considerar: 
 A incidência, configuração, comprimento, abertura e localização; 
 A idade aproximada da fissura e da edificação acometida; 
 Se a fissura aprofunda-se por toda a espessura do componente afetado; 
 Se lesões semelhantes aparecem em pavimentos contíguos; 
 Se lesões semelhantes aparecem em componentes paralelos ou perpendiculares àquele 
sob exame; 
 Se lesões semelhantes aparecem em edificações vizinhas; 
 Se a movimentação da fissuras é intermitente ou se a abertura varia sazonalmente; 
 Se a fissura já foi reparada anteriormente; 
 Se ocorreu alguma modificação profunda nas cercanias da edificação; 
 Se no entorno da lesão aparecem outras manifestações patológicas, como umidade, 
eflorescências, descolamentos, manchas de ferrugem, bolor, etc. 
 Se na proximidade da lesão existem embutimentos; 
 Se existem caixilhos comprimidos; 
 Se as lesões manifestam-se preferencialmente em alguma das fachadas da edificação; 
 Se existem deslocamentos relativos na superfície do componente afetado; 
 Se a abertura da lesão é constante ou se ocorre estreitamento numa dada direção; 
 Se a lesão é acompanhada por escamações indicativas de cisalhamento; 
 Se está ocorrendo condensação ou penetração de água na edificação; 
 Se a edificação está sendo corretamente utilizada. 
 
27 
 
4.5.4 Análise das Fissuras 
Para o caso em que as fissuras devam ser classificadas em relação a sua medida, intensidade e 
distribuição, pode ser utilizado o seguinte modelo: 
 
 Medida das Fissuras: 
 
).(
1

Nc
cclMedida 
 (4.1) 
 Intensidade das Fissuras: 



Nb
b
Nc
c
l
l
eIntensidad
1
1
)(
)(
 (4.2) 
 Distribuição das Fissuras: 
 
t
b
A
A
ãoDistribuiç 
 (4.3) 
 
Onde: lc = comprimento da fissura 
ωc = largura média da fissura 
Nc = número de fissuras em um elemento 
lb = comprimento da armadura 
Nb = número de barras da armadura 
Ab = menor áreaonde o defeito ocorre 
At = área total do elemento 
 
4.6 – SINTOMATOLOGIA DOS CONCRETOS 
 
As patologias que acometem concretos armados são, de forma geral, provenientes de fenômenos 
que ocorrem em função de falta de qualidade de seus componentes, natureza dos mesmos, dosagem 
inadequada, uso de aditivos, falhas de produção e lançamento, entre outros. Falhas essas, que 
interferem na homogeneidade e compacidade do concreto, fazendo com que o material sofra os 
efeitos da pouca homogeneidade e/ou compacidade. Não excluindo aqui as possíveis causas 
consideradas de força maior como sismos e outros fatores externos ao concreto. 
 
28 
 
4.6.1 Fissuras 
Dentre os sintomas das patologias das construções, as fissuras são as grandes campeãs de 
evidências objetivas de algum problema. A fissura é, numa analogia a medicina, o sinal 
patognomônico de doenças no concreto. Há que se considerar que o efeito estético e psicológico 
que uma fissura possa provocar é significativo, pois a aparência fissurada é motivo de preocupação 
e insegurança para quem a percebe independente do grau de comprometimento. 
 
São várias as possíveis causas de fissuras, sendo cada uma dessas causas de origem específica e 
singular, porém com mesmo sintoma, a fissura. Dentre as origens de fissuras temos: 
 Forças de tração, 
 Movimentações de solo, 
 Recalques de fundações, 
 Trabalhabilidade do concreto, 
 Variações térmicas, 
 Concentração de tensões, 
 Sobrecargas atuantes, 
 Estruturas com deformabilidade excessiva, 
 Retração do concreto, 
 Corrosão de armaduras de concretos armados, 
 Cura deficiente, 
 Ataques químicos, 
 Erros de projeto ou execução, 
 Ou ainda sinais da idade, quando aparecem após alguns anos, mas que não comprometem a 
estrutura. 
 
A detecção da causa das fissuras, na maioria das vezes, torna-se difícil, até por que algumas 
patologias produzem o mesmo tipo de fissura. Por outro lado, uma mesma causa produz de maneira 
geral, as fissuras similares em diferentes peças, sendo assim, um facilitador de diagnose e terapia. 
 
4.6.1.1 Tipos de Fissuras: 
Fissuras por retração hidráulica – quando o elemento está impedido de se deformar, são fissuras 
típicas de vigas curtas com grandes seções e muito armadas unidas a pilares esbeltos com rigidez 
grande ou pequena. Tem aparência de mapa hidrográfico ou pele de crocodilo. 
29 
 
 
Fissuras por retração térmica – decorrente da baixa condutividade do concreto e da construção 
inadequada de juntas de dilatação. 
 
As fissuras por retração térmica costumam aparecer em soleiras, pavimentos de concreto, lajes de 
grande extensão e outras de grande porte em geral, mas pequena seção. A fissura provocada por 
retração térmica surge perpendicular ao eixo principal do elemento que a produziu com espessura 
constante e seccionada. 
 
Fissuras por secagem rápida – provocada por secagem superficial com concreto não endurecido, 
depende da temperatura, vento e espessura da peça. Em lajes, as fissuras surgem com maior 
freqüência nas partes mais esbeltas. Essas fissuras são bem distribuídas e se cruzam entre si, com 
ramificações, são normalmente superficiais, e aparecem nas primeiras horas de concretagem, sendo 
mais incidentes em grandes superfícies. 
 
a)Retração de viga em pórtico de pilares de grande rigidez b)retração diferencial dos pilares 
c) Muro de arrimo d) fissuras de cobrimento 
e)Fissuração superficial - efeito de segregação f) pavimento rígido 
 
Fig. 4.2 – tipos de fissuras - retração 
 
30 
 
Fissuras devidas à execução – ocorrem no estado plástico do concreto. Decorrem de diversos 
problemas como formas mal projetadas, fixação, armaduras, compactação, etc. 
 
Fissuras no concreto endurecido – podem ocorrer por deficiências no projeto, mau uso da estrutura, 
cargas excessivas, ataque de agentes agressivos, envelhecimento. A retração química em função da 
reação da água com o cimento provoca redução de volume, que provoca retração química e fissuras; 
a água em excesso evapora-se e através de forças capilares produz redução de volume e retração de 
secagem; a portlandita liberada na reação de hidratação do cimento reage com o gás carbônico 
presente no ar, formando carbonato de cálcio, reação essa que também provoca redução de volume 
e retração por carbonatação. 
 
Fissuras devidas a cargas mecânicas – provocadas por tração, compressão, flexão, torção e cortante, 
ou uma combinação de mais de uma tensão. As fissuras produzidas por tração, a mais freqüente, 
aparecem subitamente e atravessam toda a seção. As fissuras provocadas por compressão são 
paralelas à direção do esforço, com espaçamento e traçado irregular. 
 
Fissuras em face única na parte central de peças muito esbeltas, finas e juntas, são sinais fortes de 
início de flambagem. Em pilares as fissuras de compressão são sintomas de um grave defeito, 
indicando colapso imediato da região acometida. 
 
As fissuras por flexão são as mais conhecidas, surgindo próximas às armaduras de tração, e não são 
imediatas, permitindo reparo. Já as de esforço cortante aparecem rápido, portanto perigosas, com 
direção perpendicular a tensão de tração. As fissuras de torção são inclinadas a 45°, bastante 
freqüentes na prática. 
Cantos de aberturas – concentração de tensões 
 
Fig. 4.3 – tipos de fissuras - execução 
 
 
31 
 
 
Fissuras provocadas por corrosão de armaduras – o efeito da corrosão produz óxido expansivo, com 
aumento de volume, criando fortes tensões no concreto fazendo com que se rompa por tração, e 
provocando fissuras que seguem a linha das armaduras principais. Um sinal mais claro dessa causa 
de fissura é o surgimento de manchas de óxido nas bordas das fissuras. 
 
Fissuras devido à falta de rigidez das vigas – produzidas por deformação excessiva de elemento 
estrutural, podendo não ser perigosa. O fator mais preponderante aqui é a flecha excessiva. Vigas e 
lajes deformam-se naturalmente pelo peso próprio, por cargas permanentes e acidentais. 
 
Fissuras por recalque diferencial de fundação – são inclinadas e confundem-se com as fissuras 
provocadas por deflexão de componentes estruturais. 
 
 
Fig. 4.4 – tipos de fisuras. 
 
4.6.2 DESAGREGAÇÃO 
É um dos sintomas mais característicos de ataques químicos, aonde o cimento vai perdendo sua 
condição aglomerante e liberando os agregados da pasta. O sinal aparece inicialmente na superfície, 
e o sintoma é a mudança da coloração e aumento da espessura das fissuras, seguido do 
empacotamento das camadas externas e posterior desintegração do concreto. As causas mais 
prováveis deste problema são os sulfatos e cloretos, e sua cura é muito difícil. 
Fissura de 
cisalhamento 
Fissura de 
torção 
viga 
p
ila
r 
Fissura de 
pega ou falsa 
pega 
viga 
p
ila
r Fissura de junta de 
concretagem 
Fissura de 
recalque 
32 
 
 
Toda desagregação deve causar preocupação e alarmar seus observadores, pois esta patologia 
provoca a perda de resistência da massa de concreto. Para o diagnóstico é necessária a 
complementação da observação dos sintomas, através de ensaios mais precisos como análise 
química, ultra-som e outros. 
 
Fato é que na fabricação do cimento acrescenta-se gesso ao clinquer no moinho, que deve reagir 
antes de vinte e quatro horas com parte do aluminato tricálcico para formar a etringita. Outra parte 
do gesso pode ficar livre para reagir com sulfato, se houver procedência, produzindo mais etringita 
que é expansiva, no concreto endurecido,o que provocará num primeiro momento fissuras e depois 
a desagregação do concreto. A reação álcali-agregado provoca expansão pela reação de alguns 
agregados com os álcalis de sódio e de potássio do cimento Portland. 
 
Os sulfatos atacam as estruturas de concreto de maneira progressiva com destruição gradativa do 
material, que provoca fissuração, que por sua vez conduz a perda de resistência e a desagregação. 
 
Outro agente causador de desagregação é a corrosão de armaduras que provoca o aumento de 
volume das barras de aço e conseqüente processo de desagregação. Oposto ao processo de corrosão 
das armaduras, está a corrosão do concreto que pode ocorrer por lixiviação, corrosão química e por 
expansão, este último provoca aumento de volume pelas reações dos sulfatos com componentes do 
cimento, provocando sua expansão e desagregação. Além desses fatores ainda há desagregação por 
movimentação de fôrmas, que criam juntas de concretagem não previstas, por deslocamento lateral 
das fôrmas, ou fuga de nata pelas juntas ou fendas das fôrmas, provocando a segregação do 
concreto e posterior desagregação com fissuração. 
 
4.6.3 CORROSÃO DAS ARMADURAS 
A corrosão é um fenômeno eletroquímico, que depende do meio para ter seu processo acelerado ou 
não. As condições mínimas para ocorrência de corrosão é o que podemos chamar de Triângulo de 
Manifestação da Corrosão, que estabelece a interligação entre os três elementos essenciais para 
partida do fenômeno corrosivo: oxigênio, umidade e pilha – célula de corrosão eletroquímica 
formada pelo metal, ânodo (área corroída) e cátodo (área não corroída), e eletrólito (água). 
33 
 
 
Um esquema pode ilustrar como é o mecanismo da corrosão em armaduras despassivadas, onde o 
concreto é o meio, que possui oxigênio e umidade da atmosfera em que se encontra; a umidade é o 
meio de difusão – eletrólito – das partículas de ferro e óxidos, cloretos e demais componentes das 
reações de formação de ferrugem, oxidação, redução e corrosão; e o aço da armadura é o condutor 
da energia para a proliferação entre as áreas corroídas – ânodo – e não corroídas – cátodo. 
 
Eletrólito - água 
(difusão) 
Concreto armado 
Fé
++
 
SO
-
4 
Cl
-
 
OH
-
 
 
Eletrólito - água 
(difusão) 
 
e
-
 
Ânodo 
Área 
corroída 
Cátodo 
Área não 
corroída 
Condutor - aço 
Fig.4.6 – Esquema de corrosão 
 
oxigênio 
 
umidade 
Célula de 
corrosão 
PILHA 
Fig. 4.5 – Triângulo de Manifestação de Corrosão 
34 
 
4.6.3.1 Sintomas da corrosão 
Na verdade, o concreto tem também a função de proteger as armaduras, através de proteção física e 
química devido ao cobrimento com concreto ou argamassa homogênea, de alta compacidade e 
minimizador de poros, fazendo com que os agentes agressivos não tenham condições de entrada, 
impedindo a formação das células eletroquímicas. A função do cobrimento também é de proteger a 
película protetora da armadura formada pela passivação do aço pelo pH de 12,6 proporcionado pelo 
caráter alcalino do hidróxido de cálcio dissolvido na água que preenche os poros do concreto. 
 
As armaduras que não possuem essa proteção ou cobrimento, ou seja, um concreto inadequado, fica 
passível de corrosão. Uma vez iniciada a corrosão, sua incidência é progressiva com formação de 
óxi-hidróxidos de ferro que são expansivos, aumentando o volume da armadura em até 10 vezes. 
Esse aumento de volume provoca como sintoma inicial a fissura paralela à armadura corroída e 
posterior desagregação do concreto. 
 
Outro sintoma bastante comum em situações de corrosão das armaduras é o surgimento de manchas 
castanhas ou avermelhadas, que aparecem nas bordas das fissuras e depois vão se prolongando por 
sua extensão com posterior escorrimento pela superfície do concreto. 
 
Cabe ainda destacar os efeitos da corrosão, que são a diminuição da capacidade mecânica do aço, 
fissuração do concreto e diminuição da aderência do concreto com o aço. Qualquer que seja o 
efeito, os sintomas são quase sempre os mesmos, como já mencionado, manchas, eflorescências, 
umidade, fissuras e desagregação, porém, há situações que não emitem sinais visíveis, mas a 
corrosão está em processo de manifestação, o que indica que a inspeção e diagnóstico devem ser 
extremamente cuidadosos e criteriosos. 
 
4.6.4 CARBONATAÇÃO 
A carbonatação é o processo lento que ocorre quando o concreto é exposto aos gases como o gás 
carbônico (CO2), o dióxido de enxofre (SO2) e o gás sulfídrico (H2S), pode ter reduzido o pH da 
solução existente nos seus poros que reduzem o tempo de reação de hidratação em superfícies 
expostas a alta alcalinidade em especial pela presença de hidróxido de cálcio – Ca(OH)2, com 
precipitação de carbonato de cálcio - CaCO3, que possui pH de 9,4 e assim altera significativamente 
a estabilidade da camada passivadora do aço. O gás dióxido de carbono da atmosfera reage com os 
hidróxidos alcalinos do concreto, em processo de neutralização, e transforma os compostos do 
35 
 
cimento em carbonatos promovendo o processo de carbonatação pela radiação do pH do concreto a 
um nível em que o aço sofre corrosão. 
 
O sintoma típico da carbonatação é a ocorrência de manchas claras produzidas pela refração do 
carbonato de cálcio, essas manchas muitas vezes escorrem pela superfície, provenientes das 
fissuras. Por se tratar de um sintoma semelhante a eflorescência provocada por outros fatores, é 
necessário para constatação da carbonatação o uso de indicadores colorimétricos que apontam o pH. 
Quanto mais baixo o pH, mais clara será sua aparência, tendendo ao incolor nas regiões menos 
alcalinas. Um concreto não carbonatado a região mais alcalina fica com a coloração arroxeada ao se 
usar esse mesmo indicador. O indicador de carbonatação, ou de pH, mais usado, é a solução a base 
de fenolftaleina ou equivalente, sendo empregado com sucesso para pH entre 8 e 11. Vale ressaltar 
que esse procedimento deve ser feito em concretos que não tenham sofrido qualquer alteração ou 
deficiência como serragem, inclusive não devem estar molhados. 
 
4.6.5 CORROSÃO DO CONCRETO 
O concreto não é um elemento eterno, evidente que a engenharia tem como uma de suas finalidades, 
encontrar o concreto ideal, considerado o de melhor resistência, econômico e durável, porém, nem 
sempre essa durabilidade é um fato consagrado, e por isso o concreto deve ser objeto de inspeções 
periódicas para prevenir ou tratar em curto prazo possíveis patologias, certo é que algumas delas 
não apresentam sintomas visíveis logo em seu início de manifestação. 
 
O acompanhamento periódico tem um significado ainda maior em ambientes com atmosferas mais 
agressivas ao concreto como: ambientes marinhos, centrais térmicas e nucleares, represas e 
barragens, ambientes de siderúrgica e outras tantas que tenham condições de atuarem como agentes 
desfavoráveis ao concreto. 
 
A corrosão do concreto pode ter sua origem em ações químicas ou físicas. As físicas provocam 
grandes estragos, podendo chegar a sua destruição, com defeitos provocados por expansão 
fundamentalmente, mas que podem ser evitados com um concreto bem compactado e 
cuidadosamente executados. As químicas são as mais preocupantes, uma vez que produzem os 
maiores danos, provocados por carbonatação, águas puras, sulfatadas, ácidas ou marinhas e 
compostos de natureza orgânica como óleos. 
36 
 
5 – DIAGNÓSTICO DE PATOLOGIAS 
 
5.1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 
Das estruturas em geral, e em particular das estruturas de concreto, espera﷓se uma completa adequação às 
finalidades a que se destinam, sempre levando em consideração o binômio segurança-economia. 
 
Salvo os casos correspondentes à ocorrência

Outros materiais