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Geografia - Pré-Vestibular Impacto - A Transição do Brasil Agrário-Exportador para o Urbano-Industrial II

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KL 290408 – AB(N)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Transição do Brasil Agrário-Exportador para o Urbano-
Industrial 
FAÇO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!!
 
PROFº: FRANCO 
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CONTEÚDO 
A Certeza de Vencer 
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1. Classificação das Indústrias 
 
As indústrias podem ser classificadas com bases em 
vários critérios, em geral o mais utilizado é o que leva em 
consideração o tipo e destino do bem produzido: 
a) Indústrias de base: são aquelas que produzem bens 
que dão a base para o funcionamento de outras indústrias, 
ou seja, as chamadas matérias primas industrias ou insumos 
industriais, como o aço. 
b) Indústrias de bens de capital ou intermediárias: são 
aquelas que produzem equipamentos necessários para o 
funcionamento de outras indústrias, como as de máquinas. 
c) Indústrias de bens de consumo: são aquelas que 
produzem bens para o consumidor final, a população comum, 
elas subdividem-se em: 
c.1) Bens duráveis: as que produzem bens para consumo a 
longo prazo, como automóveis. 
c.2) Bens não duráveis: as que produzem bens para 
consumo em geral imediato, como as de alimentos. 
Se levarmos em consideração outros critérios como, por 
exemplo: 
 
1 - Maneira de produzir: 
a) Indústrias extrativas; 
b) Indústrias de processamento ou beneficiamento; 
c) Indústria de construção; 
d) Indústria de transformação ou manufatureira. 
 
2 - Quantidade de matéria prima e energia utilizadas: 
a) Indústrias leves; 
b) Indústrias pesadas. 
 
3 - Tecnologia empregada: 
a) Indústrias tradicionais; 
b) Indústrias dinâmicas. 
 
2. Os fatores Locacionais 
 
Fatores locacionais devem ser entendidos como as vantagens 
que um determinado local pode oferecer para a instalação de 
uma indústria. 
Podem ser eles: 
 
- Matéria prima abundante e barata; 
- Mão de obra abundante e barata; 
- Energia abundante e barata; 
- Mercados consumidores; 
- Infra-estrutura; 
- Vias de transporte e comunicações; 
- Incentivos fiscais; 
- Legislações fiscais, tributárias e ambientais amenas. 
 
Durante a 1ª Revolução industrial as indústrias 
inglesas se concentraram nas proximidades das bacias 
carboníferas, o que fez com que ali surgissem importantes 
cidades industriais, que ganharam o apelido de cidades 
negras, isso se deu em decorrência do pequeno 
desenvolvimento em especial dos meios de transporte. Na 2ª 
Revolução Industrial do final do século XlX, com o 
desenvolvimento de novos meios de transporte ( ferrovia) e a 
utilização de novas fontes de energia ( eletricidade, petróleo, 
etc.) houve uma maior liberdade na implantação de indústrias 
que fez com que surgissem novas áreas industriais. 
No século XX as metrópoles urbano industriais 
passaram a concentrar as maiores e mais importantes 
indústrias, o que as tornou o centro da economia de vários 
países do planeta, como é o caso da região metropolitana de 
São Paulo no Brasil, ou do Manufacturing Belt nos EUA. 
Atualmente a tendência é a da desconcentração industrial, 
onde as indústrias buscam novos locais onde os custos de 
produção sejam menores, como ocorre com o chamado Sun 
Belt nos EUA, ou na relocalização produtiva que estamos 
verificando no Brasil, isso gera uma mudança significativa dos 
fluxos migratórios, cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro, 
deixam de ser as maiores captadoras de pessoas, cedendo 
esse posto para cidades do interior de São Paulo dentre 
outras localidades. 
 
3. O Arquipélago Econômico (isolamento regional) 
 
A configuração em arquipélago econômico (ilhas 
econômicas) refletia o papel do Brasil como produtor de 
mercadorias para o mercado mundial e como as atividades 
produtivas nesse longo período foram ocupando 
espacialmente várias áreas do território. As culturas como 
açúcar, fumo, cacau, borracha ou café; desenvolveu-se em 
áreas diferentes de acordo as vantagens comparativas 
naturais e históricas de cada porção do espaço brasileiro. 
Esse arquipélago mercantil configura-se como “bacias de 
drenagens” integradas ao centro em grandes cidades 
portuárias, que escoavam a produção ao mercado externo. 
Essa organização do território produziu as grandes cidades 
portuárias do Brasil rural-agrário, centros modernos com 
laços intensos aos centros urbanos europeus. Pode-se citar as 
cidades: Belém, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, São Luís, 
etc. As relações econômicas ou demográficas entre essas 
áreas ou as ilhas eram inexpressivas ou precárias, chegando 
em vários períodos há serem inexistentes, pois o crescimento 
e dinamismo econômico eram diretamente resultado do 
comércio voltado ao mercado mundial. 
 
 
 
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3.1. O fim da economia de arquipélago 
A relação assalariada de trabalho deu o início a um 
considerável mercado interno de consumo que 
conseqüentemente, gerou as bases para um maior 
crescimento industrial no final do século XIX; abrindo dessa 
forma a possibilidade de circuitos inter-regionais de 
mercadorias, pois as necessidades dos trabalhadores, de 
alimentos, tecidos e calçados, passaram a ser parcialmente 
atendidas pela indústria nascente. Ao poucos foi se 
intensificando a articulação entre as regiões, acabando, dessa 
forma, reduzindo o isolamento anterior. 
 
4. A industrialização e o novo espaço geográfico 
O desenvolvimento industrial da região do sudeste, 
principalmente do Estado de São Paulo, se beneficiou de 
capitais, infra-estrutura de transporte energia, da mão-de-
obra, da urbanização e do mercado consumidor criado pela 
economia cafeeira. 
A concentração industrial nos Estados de São Paulo e 
Rio de Janeiro transformou a região sudeste no principal pólo 
econômico do país. A indústria, centro dinâmico da economia 
brasileira a partir da década de 30, criou um novo espaço 
geográfico, que em poucas décadas passou a concentrar a 
maior parcela da população e da produção do país: o espaço 
urbano-industrial. 
 
A firme disposição do governo federal em estimular a 
industrialização do país e a expansão rodoviária 
desempenhou importante papel no processo de integração 
nacional, que se afirmou em definitivo a partir da década de 
50 com a construção de Brasília. 
A necessidade de ligar a nova capital ao restante do 
país possibilitou a complementação de várias rodovias e a 
incorporação de novas áreas no cenário nacional (Centro-
Oeste e Amazônia). 
A crescente integração da economia do Sudeste as 
demais regiões do país teve conseqüências muitas profundas; 
de um lado criou um mercado interno nacional e integrou 
economicamente o país, de outro lado, limitou e até 
subordinou o desenvolvimento industrial das outras regiões, 
transformando-as em fornecedoras de alimentos, matérias-
primas e mão- de- obra. 
A indústria integrou o território nacional, porem 
causou também profundas desigualdades sociais e regionais. 
 
5. O Desenvolvimento Industrial 
 
Entre 1880 e 1930, foram implantados os principais 
setores da indústria de bens de consumo não duráveis 
(alimentos, calçados, tecidos e etc.), esses setores exigiam 
pouco investimento de capitais e tecnologia simples, e 
destinavam-se a atender as necessidades imediatas da 
população. Como não houve a implantação de indústria de 
bens de produção, tínhamos de importar maquinas para o 
incremento de nossa indústria, o que estabelecera uma 
dependência tecnológica em relação aos países mais 
industrializados. 
Reconhecendo a importância da indústria de base, o 
governo de Getúlio Vargas criou algumas empresas estatais 
no setor de bens de produção como, por exemplo,a CSN e 
a CVRD. Na década de 50, perante a escassez de energia 
elétrica, a baixa produção de petróleo e a rede de transporte 
e comunicação deficientes, trazendo sérios obstáculos ao 
desenvolvimento industrial no Brasil, o novo governo de 
Vargas inaugurou em 1951 a Companhia Hidrelétrica do São 
Francisco, e em 1953 a Petrobrás, tentando dessa forma 
resolver alguns desses problemas. 
O desenvolvimento industrial de 1956-1960 (JK) foi 
baseado na forte participação do capital estrangeiro, que 
entrou no país atraído pelos incentivos cambiais, tarifários, 
fiscais e creditícios oferecidos pelo Estado. Foi nesse período, 
conhecido como desenvolvimentista que ocorreu em maior 
escala a internacionalização da economia com a entrada das 
indústrias de bens de consumo duráveis (automobilística 
e eletrodomésticos) e o desenvolvimento do chamado tripé 
econômico (associação do capital privado nacional, do capital 
estrangeiro e do capital estatal na economia, uma vez que 
Estado continuou a investir em setores de energia e 
transporte), o famoso tripé. 
Após 1964 o Estado assumiu a função de órgão 
supervisor das relações econômicas e colocou em práticas 
políticas econômicas dirigidas ao avanço da industrialização e 
da modernização de forma conservadora, ou seja, sem 
incluir nos projetos de desenvolvimento econômico os 
avanços na área social. Para implementar esse 
crescimento o governo utilizou a poupança externa, ou seja, 
realizou um endividamento crescente no exterior. 
A partir desse período nota-se uma dispersão 
industrial em relação a outras regiões do Brasil. A ação 
do Estado através das superintendências de 
desenvolvimento teve uma atuação voltada para promover 
o “desenvolvimento econômico” capaz de corrigir os 
desequilíbrios regionais, atenuar as tensões sociais, a manter 
a estrutura tradicional de propriedade de terras e de 
ocupação dos “espaços vazios”. 
Nas décadas de 1980 e 1990, depois da grande 
expansão da economia brasileira ocorrida na primeira metade 
dos anos 70 - o chamado milagre econômico - o processo de 
desconcentração espacial das atividades produtivas acelerou-
se. Na década de 90 as cidades médias passaram a atrair 
cada vez mais o capital produtivo.

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