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Função dos Carboidratos no Organismo

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CARBOIDRATOSDigestão e Metabolismo dos carboidratos
4.1 – Introdução
4.2 – Função dos Carboidratos
4.3 – Classificação
4.4 – Digestão e Absorção
4.5 – Metabolismo
4.6 – Fonte Energética e Reserva
4.7 – Qualidade dos Carboidratos
4.8 – Teor da Fibra
4.9 – Classificação da Fibra na Dieta
4.10 – Papel das fibras na Prevenção de doenças
Função:
[Livro: bioquímica da nutrição, Jane Palermo 
A principal função dos carboidratos consiste em fornecer energia para o organismo na forma de glicose, onde parte dessa glicose é usada para preencher as necessidades energéticas e outra parte é depositada na forma de glicogênio no fígado e nos músculos como reserva de energia, e o restante é convertido em gordura e armazenado no tecido adiposo. 
Os carboidratos são necessários para o metabolismo normal das gorduras, pois serão utilizados na oxidação energética, poupando as gorduras para isso e diminuindo os riscos de produção de corpos cetônicos. 
Alguns carboidratos desempenham funções especificas no organismo:
Celulose que auxilia na eliminação do trato gastrointestinal.
Lactose que facilita a absorção do cálcio e tem ação laxativa por servir como fonte de fermentação de bactérias no intestino. 
Ribose constituintes para a síntese de RNA, que participa da síntese de DNA, que combina com toxinas para excreta-las. 
Os carboidratos são a principal fonte de energia do organismo. Deve ser suprido regularmente e em intervalos frequentes, para satisfazer as necessidades energéticas do organismo. Em um homem adulto, 300g de carboidratos são armazenados no fígado e músculos na forma de glicogênio e 10g estão em forma de açúcar circulante. Está quantidade total de glicose é suficiente apenas para meio dia de atividade moderada, por isso os carboidratos devem ser ingeridos a intervalos regulares e de maneira moderada. Cada 1 grama de carboidratos fornece 4 Kcal, independente da fonte (monossacarídeos, dissacarídeos, ou polissacarídeos). 
Os carboidratos regulam o metabolismo proteico, poupando proteínas. Uma quantidade suficiente de carboidratos impede que as proteínas sejam utilizadas para a produção de energia, mantendo-se em sua função de construção de tecidos. 
A quantidade de carboidratos da dieta determina como as gorduras serão utilizadas para suprir uma fonte de energia imediata. Se não houver glicose disponível para a utilização das células (jejum ou dietas restritivas), os lipídios serão oxidados, formando uma quantidade excessiva de cetonas que poderão causar uma acidose metabólica, podendo levar ao coma e a morte. 
Os carboidratos são necessários para o funcionamento normal do sistema nervoso central. O cérebro não armazena glicose e dessa maneira necessita de um suprimento de glicose sanguínea. A ausência pode causar danos irreversíveis para o cérebro.
 A celulose e outros carboidratos indigeríveis auxiliam na eliminação do bolo fecal. Estimulam os movimentos peristálticos do trato gastrointestinal e absorvem água para dar massa ao conteúdo intestinal. 
Também apresentam função estrutural nas membranas plasmáticas da células.
→Eles servem não só como importante fonte de energia química para os organismos vivos, mas também nos vegetais e em alguns animais eles servem como constituintes importantes dos tecidos de suporte, como por exemplo, a celulose encontrada na medeira, algodão e fibra de linha.
→Sua oxidação é o principal meio de abastecimento energético da maioria das células não fotossintéticas. Além do suprimento energético, os carboidratos atuam como elementos estruturais da parede celular e como sinalizadores no organismo.
→Os carboidratos estão relacionados com o fornecimento de energia imediata para a célula e estão presentes em diversos tipos de alimentos. Além da função energética, também possuem uma função estrutural, atuando como o esqueleto de alguns tipos de células, como por exemplo, a celulose e a quitina, que fazem parte do esqueleto vegetal e animal, respectivamente. 
Os carboidratos participam da estrutura dos ácidos nucléicos (RNA e DNA), sob a forma de ribose e desoxirribose, que são monossacarídeos com cinco átomos de carbono em sua fórmula. 
O amido, um tipo de polissacarídeo energético, é a principal substância de reserva energética em plantas e fungos.
Os seres humanos também possuem uma substância de reserva energética: o glicogênio, que fica armazenado no fígado e nos músculos. Quando o corpo necessita de energia, o glicogênio é hidrolisado em moléculas de glicose, que são carboidratos mais simples, com apenas seis átomos de carbono. O glicogênio é resultado da união de milhares de moléculas de glicose, assim como a celulose.
Estrutura 
Os carboidratos são formados fundamentalmente por moléculas de carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O), por isso recebem a denominação de hidratos de carbono. 
→		C-H-O
Classificação, tipos:
Os carboidratos podem ser classificados em duas classes: carboidratos simples e carboidratos complexos. 
Os carboidratos simples: Que também são conhecidos como açúcares ou sacarídeos (do latim, saccharum, açúcar).
Eles são os monossacarídeos, ou seja, são aqueles que não podem ser hidrolisados em carboidratos menores. (glicose, frutose, galactose e manose)
Carboidratos complexos: são aqueles formados por duas ou mais unidades de açúcar interligadas. 
Nesta classe estão os dissacarídeos, constituídos por duas subunidades de açúcar interligadas. Ou seja, quando hidrolisado é clivado em dois monossacarídeos, que podem ser iguais ou diferentes. Como no caso da sacarose, que é o açúcar comum de mesa, é um dissacarídeo que ao ser hidrolizado produz uma molécula de glicose e uma de frutose.
Os oligossacarídeos que têm de três a dez subunidades de açúcar interligadas. Ou seja, quando hidrolisado produz de três a dez monossacarídeos. (maltose, sacarose, e lactose)
Os polissacarídeos formados por mais de dez subunidades de açúcar interligadas. Ou seja, são hidrolisados em muitos monossacarídeos. (amido, glicogênio e celulose)
Os dissacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos podem ser quebrados em subunidades de monossacarídeos através da hidrólise. 
Existem 3 tipos de carboidratos:
Monossacarídeo (açucares simples) 
Os monossacarídeos são classificados de acordo com o número de átomos de carbonos presentes na molécula em: 
- Triose, monossacarídeo com três átomos de carbono (C3H6O3) 
- Tetrose, monossacarídeo com quatro átomos de carbono (C4H8O4) 
- Pentose, monossacarídeo com cinco átomos de carbono (C5H10O5) 
- Hexose, monossacarídeo com seis átomos de carbono (C6H12O6) 
- Heptose, monossacarídeo com sete átomos de carbono (C7H14O7) 
Assim um poli-hidroxialdeído com seis carbonos, como a D-glicose é uma aldo-hexose, enquanto uma poli-hidroxicetona com seis carbonos, como a D-frutose é uma ceto-hexose
→ são carboidratos não polimerizados, por isso, não sofrem hidrólise. Possuem em geral entre três e sete átomos de carbono. Quimicamente podem ser aldoses e cetoses.
É o mais simples dos carboidratos, constituídos por uma poliidroxicetona ou poliidroxialdeído, são ou aldeídos ou cetonas com dois ou mais grupos hidroxil. Mas os mais simples são as duas trioses de 3 carbonos: gliceraldeido – uma aldotriose, diidroxiacetona – uma cetrotiose. 
As duas famílias de monossacarídeos são aldose e cetose, ou seja, quando o grupo carbonil está na extremidade da cadeia de carbonos (em um grupo aldeído) ele é considerado uma aldose; mas quando o grupo carbonil está em qualquer outra posição (em grupo cetona), ele é considerado uma cetose. 
Sua estrutura pode ter de 3 a 7 carbonos, os de 4 ou mais tendem a apresentar estruturas cíclicas. Como por exemplo a glicose que é a mais abundante e tem 6 carbonos e 5 grupos hidroxilas. 
O esqueleto dos monossacarídeos comuns são compostos por cadeias de carbono não ramificada, nas quais todos os átomos de carbono estão unidos por ligações simples. Aqueles com 4, 5, 6 ou 7 átomos de carbono são chamados de tetroses, pentoses, hexoses e heptoses.
Os monossacarídeossão sólidos cristalinos e incolores solúveis em água, mas insolúveis em solventes apolares. 
Os monossacarídeos comum possuem estruturas cíclicas (em anel) principalmente em soluções aquosa, pois o grupo carbonil vai esta formando uma ligação covalente com o oxigênio de um grupo hidroxil na cadeia. Essa formação em anel acontece devido a reação geral entre álcoois e aldeídos ou cetonas para formar hemiacetais ou hemicetais, que contém um átomo de carbono assimétrico adicional, podendo existir em 2 formas estereoisoméricas. [ver imagem: 7-5, p. 238] 
Por exemplo: a D-glicose que ocorre em solução hemiacetal intramolecular, onde o grupo hidroxil livre do C-5 reagiu com C-1 do aldeído, gerando o carbono assimétrico e produzindo 2 estereoisômeros α e β.
O α que indica que o grupo hidroxil do centro esta em projeção de Fisher, no mesmo lado em que o grupo hidroxil ao centro quiral mais distante. Enquanto que o β que os grupos hidroxil estão em lados opostos. Esses anômeros α e β da D-glicose em solução aquosa se interconvertem, através da mutarrotação. Como esses compostos se assemelham ao composto em anel de 6 membros piranos eles são chamados de piranoses. Mas somente as aldoses que possuem 5 ou mais átomos de carbono podem formar anéis piranose. [ver imagem 7.6, p.238
Além das hexoses simples, como glicose, galactose e manose, existe vários outros açucares pelo qual o grupo hidroxil do composto parental é substituído por outro ou um átomo de carbono oxidado a um grupo carboxil. Como em glicosamina, galactosamina e manosamina, que o hidroxil C-2 esta substituído por um grupo amino, que pode esta condensado ao ácido acético, como na N-acetil-glicosamina. E a substituição de um hidrogênio por um grupo hidroxil no C-6 da L-galactose ou L-manose é o que origina a L-fucose ou L-ramanose.
* A L-fucose é encontrada nos oligossacarídeos complexos que compõem glicoproteínas e glicolipídeos. 
* A L-ramanose é encontrada em polissacarídeos vegetais. 
A oxidação do carbono do carbonil (aldeído) o carboxil na glicose produz ácido glicônico, outras aldoses originaram outros ácidos aldônicos. A oxidação do carbono na outra extremidade da cadeia carbônica C- 6 da glicose, galactose e manose formaram o ácido urônico que corresponde aos ácido glicuronico, galacturonico ou manuronico.
 [Importante]Os monossacarídeos podem ser oxidados por agentes oxidantes suaves, como íon cúprico (CU2+). Onde o carbono do carbonil é oxidado a um grupo carboxil. Como a glicose e outros açucares são capazes de reduzir o íon cúprido eles são chamados de açucares redutores. Já que formam anedióis, que são convertidos a ácidos aldonicos, que formam uma complexa mistura de ácidos de 2,3,4 e 6 carbonos. Esta é a base da reação de Fehling, que é um teste qualitativo que foi usado para detectar e dosar os níveis elevados de glicose no sangue e na urina para diagnosticar diabetes melito observando a presença de açúcar redutor, onde a medida da quantidade de agente oxidante reduzido por uma solução de um açúcar iria permite a estimativa da concentração do açúcar. .[ver imagem 7-10, p. 241]
Dissacarídeo
Dissacarídeos são substâncias formadas por duas subunidades de monossacarídeos unidas por uma ligação glicosídica (acetal). Por exemplo, a sacarose, o dissacarídeo mais abundante, é encontrada em todos os vegetais fotossintetizantes e é obtida comercialmente da cana de açúcar. É formada por uma unidade de glicose e outra de frutose, unidas por uma ligação acetal
São as maltose, lactose e sacarose, que consistem em 2 monossacarídeos unidos covalentemente por uma ligação O-glicosídica, que é formada quando um grupo hidroxil de um açúcar reage com o carbono enomérico de outro formando um acetal através de um hemiacetal e um álcool, onde o composto resultante e´ uma ligação glicosídica que são hidrolisadas por ácido e resistente a clivagem por base. Ou seja, a ligação glicosídica protege o carbono anomerico de oxidação. Sendo assim, os dissacarídeos poderão ser hidrolisados para originar os monossacarídeos livres por fervura em ácido diluído.
A oxidação de um açúcar pelo íon cúprido vai levar a uma formação linear, existindo um equilíbrio cm as formas cíclicas. Dai quando o carbono anomerico estiver envolvido em uma ligação glicosídica, os resíduos de açúcar não poderão assumir a forma linear e tornaram um açúcar redutor. Isso porque a extremidade de uma cadeia com um carbono anomérico livre é chamado de “extremidade redutora”. 
A maltose, contém 2 resíduos de D-glicose unidos por uma ligação glicosídica entre o C-1 (que ´carbono anomérico) de um resíduo de glicose e o C-4 do outro. Como o dissacarídeo conserva um carbono anomérico livre, a maltose é um açúcar redutor. [imagem 7-11, p.243]
A lactose, produz D-galactose e D-glicose quando são hidrolisadas e ocorrem naturalmente no leite. Como o carbono anomerico do resíduo de glicose está disponível para oxidação, portanto a lactose é um dissacarídeo redutor. [imagem 7-12, p.244]
A sacarose é um dissacarídeo de glicose e frutose, que é sintetizado por plantas, mas não por animais. E ela não contém um átomo de carbono anomérico livre, pois estão envolvidos na ligação glicosídica. Sendo assim ela não é um açúcar redutor. 
A sacarose é o principal produto intermediário da fotossíntese, em muitas plantas é a principal maneira de transportar o açúcar das folhas para outras partes das plantas. 
A celobiose é um dissacarídeo obtido da hidrólise da celulose e também contém duas subunidades de glicose. A celobiose difere da maltose pelo fato de as duas subunidades de glicose serem unidas por uma ligação β-1,4’–
A Trealose que é um dissacarídeo de D-glicose, e também não é um açúcar redutor, é um fluido circulante (hemolinfa) de insetos, que serve como um composto de armazenamento de energia. Mas os fungos também contem trialose, nesse caso são ultilizados como fonte de comercialização desse açúcar.
Polissacarídeo 
Os polissacarídeos são carboidratos complexos formados por mais de dez e até milhares de subunidades de açúcares simples (monossacarídeos). Esses açúcares simples são unidos por meio de ligações glicosídicas.
 Os polissacarídeos, também são chamados de glicanos , são divididos em homopolissacarídeos que contém uma única espécie numérica e em heteropolissacarídeos que contém 2 ou mais tipos diferentes. E Ao contrário das proteínas, os polissacarídeos geralmente não possuem pesos moleculares definidos, por causa dos mecanismos de construção dos dois tipos de polímero, pois as proteínas são sintetizadas a partir do RNA mensageiro e enzimas qu-e o seguem. Já para a síntese dos polissacarídeos, não existe esse RNA mensageiro, ao invés disso, a síntese de polissacarídeos é extrínseca as enzimas que catalisam a polimerização das unidades mononúmericas e que catalisam a polimerização das unidades monoméricas, sem ponto de parada especifico no processo sintético.
Alguns homopolissacarídeos como o amido(em células vegetais) e o glicogênio(em células animais), servem como forma de armazenamento para os monossacarídeos que são utilizados como combustíveis, Suas moléculas são extremamente hidratadas, pois possuem muitos grupos hidroxil expostos e disponíveis para formarem ligações de hidrogênio com a água . Já a celulose e a quitina, atuam como elementos estruturais em paredes celulares de plantas e exoesqueletos de animais. 
Amido: contém 2 tipos de polímeros de glicose, a amilose e a amilopectina. 
A amilose possuei cadeias longas, não ramificadas de resíduos de D-glicose concectadas por ligação (α1->4) como a maltose. 
A amilopectina ao contrário da amilose ela é ramificada, e as ligações glicosídicas que unem os resíduos de glicose sucessivos nas cadeias de amilopectina são (α1->4), nos pontos de ramificações são (α1->6). 
Glicogênio: é o principal polissacarídeo de armazenamento das células animais. E é mais abundante no fígado onde pode constituir até 7% do peso líquido, além de também esta presente no músculo esquelético. Nos hepatócitos, o glicogênio é encontrado em grandesgrânulos, que são agrupamentos menores de grânulos compostos por moléculas únicas de glicogênio, altamente ramificada, Esses grânulos também contém enzimas que são responsáveis pela síntese e degradação do glicogênio. 
Como cada ramificação do glicogênio termina com uma unidade de açúcar não redutora, uma molécula de glicogênio com n ramificações possui n+1 extremidades não redutoras, mas apenas 1 extremidade redutora. Dai quando o glicogênio é utilizado como fonte de energia, as unidades de glicose são removidas uma de cada vez a partir das extremidades não redutoras. Então as enzimas de degradação que atuam somente em extremidades não redutoras podem trabalhar simultaneamente nas ramificações, acelerando a conversão do polímero a monossacarídeos. 
Celulose: A celulose é uma substancia fibrosa, resistente e insolúvel em água, é encontrada na parede celular de plantas, principalmente caules, troncos e coisas amadeiradas, e constitui grande parte da massa da madeira e quase a totalidade da massa de algodão. É um homopolissacarideo linear e não ramificado, constituído por 10 mil a 15 mil unidades de D-glicose. Seus resíduos de D-glicose possuem configuração β e são ligados por ligações glicosídicas (β1->4) ao contrario da ligação da amilase (α1->4).
[Importante]O glicogênio e o amido ingeridos na mesma dieta são hidrolisados por α─amilase e glicosidade, pois as enzimas presentes nas salivas e no intestino rompem as ligações glicosídicas (α1->4) entre as unidades de glicose. Por isso que alguns animais não utilizam a celulose como combustível, porque precisam de uma enzima para que as ligações sejam hidrolisadas. Já os cupins eles conseguem digerir porque em seu intestino possui um microorganismo chamado trichonympha, que secreta a celulase, que é uma enzima que hidroliza a celulose. 
Quitina: também é um homopolissacarideo linear composto por resíduos de N-acetilglicosamina em ligações (β1->4). É o principal componente do exoesqueleto duros de aproximadamente 1 milhão de espécies de artrópodes – EX; insetos, lagostas, caranguejos. [imagem 7-17, p.247]
Os heteropolissacarídeos dão um suporte extracelular para o organismo de todos os reinos. Por exemplo; o peptideoglicano, que é composto por um heteropolissacarideo, construído por 2 unidades de monossacarídeos. E nos tecidos dos animais, onde o espaço extracelular é preenchido por alguns heteropolissacarídeos, que formam uma matriz que conecta as células individuais, fornece proteção, forma e suporte para as células, tecidos e órgãos. 
Vias metabólicas (sua importância p/o organismo)
Já fiz, falta falar da importância.
Via da glicose: Para o metabolismo da glicose é a principal forma de suprimento energético.
Fontes 
→ Os carboidratos são substâncias extremamente importantes para a vida e sua principal fonte são os vegetais, que os produzem pelo processo da fotossíntese. Os vegetais absorvem a energia solar e a transformam em energia química, produzindo glicídios.
→ Os carboidratos não significam apenas pão, massas, cereais e arroz. Evidentemente, esses alimentos possuem carboidratos, mas não são suas únicas fontes. Todas as frutas e verduras contêm carboidratos, que também podem ser encontrados em alguns produtos derivados do leite. Na verdade, todo alimento à base de vegetais possui carboidratos. Através do processo de fotossíntese, as plantas armazenam carboidratos como sua principal fonte de energia.
→ Os vegetais são ricos em carboidratos, que é sua forma de armazenamento de energia. Quando alimentos à base de vegetais são ingeridos, essa energia armazenada é colocada em uso dentro do organismo. Embora a proteína e a gordura possam ser utilizadas para produzir energia, o carboidrato é a fonte de combustível mais fácil para o organismo usar e, por isso, a preferida. Isso se deve principalmente à estrutura química básica do carboidrato, ou seja, as unidades de carbono, hidrogênio e oxigênio
Digestão e absorção
A digestão inicia-se na boca, a mastigação fraciona o alimento e mistura-o com a saliva. Durante a mastigação a amilase salivar é ativada e atua sobre o amido e o glicogênio da dieta, ela começa a ser secretada pelas glândulas salivares, com isso inicia a degradação do amido em maltose. No estômago o pH ácido bloqueia a atuação da amilase, impedindo sua ação. No entanto, até que o alimento se misture completamente com o suco gástrico, 30% do amido foi degradado em maltose.
Quando o Ph ácido do estomago atinge o intestino delgado ele é neutralizado pelo bicarbonato secretado pelo pâncreas, e a enzima amilase pancreática (produzida pelo pâncreas), completa a digestão do amido em maltose. Ainda no intestino delgado, onde se faz mais intensamente a digestão dos carboidratos, as células intestinais secretam as enzimas maltase, frutase e lactase, que degradam os dissacarídeos em glicose, frutose e galactose para serem absorvidos e levados para a corrente sanguínea. A frutose e a galactose são convertidas em glicose e a glicose restante é convertida a glicogênio para reserva. O glicogênio é constantemente reconvertido a glicose de acordo com as necessidades de cada organismo.
Degradação anormal de dissacarídeos
Deficiência de enzimas digestivas 
Pode levar a intolerância a Lactose 
Deficiência do complexo isomaltase sacarase
Low Carb 
À medida que estudos epidemiológicos passaram a demonstrar uma relação entre a dieta atual e algumas Doenças crônicas não transmitiveis, a sociedade preocupa-se cada vez mais em realizar mudanças nos padrões alimentares, buscando novas estratégias de tratamento, a fim de melhorar a qualidade de vida e reduzir os gastos com a saúde. Dentre as estratégias de intervenções nutricionais, uma, em particular, destaca-se como abordagem popular alternativa para a perda de peso, a dieta low carb.
A low carb consiste em uma dieta restrita em carboidratos (com restrição de carboidratos da alimentação perfazendo valores abaixo do intervalo de 45 – 65% do valor energético total) e rica em proteínas que promove cetose, oxidação lipídica, saciedade e o aumento do gasto energético que são fatores que ocasionam o balanço energético negativo e consequentemente a perda de peso, oque pode ser positivo para pacientes com sobrepeso e obesidade. 
Porém as pessoas que adotam esse tipo de alimentação, pode ocasionar um impacto nocivo na saúde cardiovascular. 
São muitos os tipos de dietas low carb, entre elas a dieta Atkins, a cetogênica e a dieta da zona – cada uma propondo restrições específicas quanto à ingestão de carboidratos (algumas são mais severas, outras mais brandas).
Segundo Geraldo Thedei Júnior, biólogo, nutricionista e professor da Universidade de Uberaba (Uniube), as dietas de restrição de carboidratos de fato geram redução do peso em um período curto de tempo, mas há efeitos no organismo que podem não valer o esforço da restrição alimentar. “Esse tipo de alimentação ‘força’ o uso das proteínas do organismo para a ‘fabricação’ de glicose, fazendo com que sua função essencial (nos músculos, sangue etc.) seja prejudicada”, diz o biólogo. Ele orientou um trabalho, publicado em 2011, na Revista de Nutrição da Puccamp (vol. 24, nº 4), em que ratos foram submetidos a dietas que continham carboidratos, proteínas e gorduras saturadas em proporções similares às indicadas em dietas low carb. De acordo com os resultados obtidos, os ratos não só não emagreceram como ganharam mais peso que os do grupo controle, composto por animais alimentados com níveis padrão de carboidratos. A alimentação com altos níveis de proteína e gordura gerou ainda maior prevalência de esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado) e variações em parâmetros bioquímicos – o que representa uma piora nas condições de saúde. “Os ratos tiveram aumento de peso e de gordura visceral, ficaram diabéticos e tiveram aumento do nível de triglicérides. O único benefício foi o aumento do HDL (o chamado colesterol bom) ”.
Jejum intermitente
O jejum intermitente é uma modalidade de intervenção nutricional caracterizada pela diminuiçãoda frequência alimentar.
De um modo geral é possível perceber que o jejum intermitente tem efeito metabólico superior a restrição calórica, e, quando associado com exercício pode apresentar um efeito mais intenso se comparado ao não associado. Além disso, pode-se dizer que ele desempenha proteção contra os danos cardiovasculares, por diminuir o percentual de gordura, e em pessoas eutróficas demonstrou efeitos mínimos, enquanto obesos se adaptam melhor a estratégia. 
No estudo de Chausse et al. (2014) observou que além de menor eficiência alimentar e peso corporal foi observado um maior consumo alimentar. Os pesquisadores concluíram que estas alterações metabólicas surgiram devido mudanças na função hipotalâmica gerada pelo jejum intermitente. Além disso, também observaram que como efeito do jejum de dias alternados há um aperfeiçoamento da capacidade respiratória da mitocôndria no fígado, mas verificou-se um aumento na quantidade de radicais livres, malondialdeído e proteínas carboniladas como resultado do jejum intermitente. 
 
Carboidratos e Esporte
A ingestão de carboidratos durante os exercícios prolongados e cansativos melhora o desempenho, o fato que pode ser observado pela capacidade de manter ou mesmo de melhorar a capacidade de trabalho durante a prática de exercícios ou por um aumento no tempo de exercício até a instalação da fadiga. 
O aumento no tempo de atividade física geralmente é atribuído à manutenção elevada da capacidade de utilização dos carboidratos como fonte de energia no final dos exercícios, devido ao aumento da sua disponibilidade através da glicemia ou possivelmente por um aumento na disponibilidade do glicogênio muscular. O aumento da disponibilidade muscular de carboidratos está associada a um aumento no balanço energético desse tecido.
O sistema nervoso central também pode ser responsável pelo aumento da disponibilidade de carboidratos durante o exercício.
Uma observação interessante foi feita recentemente, quando foi notado um efeito positivo dos carboidratos em exercícios intermitentes de alta intensidade. Isto foi comprovado através de uma rotina de exercícios que tinham uma duração inferior a 60 minutos e simulavam as atividades praticadas em esportes como basquetebol, futebol e futebol americano. O mecanismo da ação ergogênica dos carboidratos nessas condições de trabalho ainda não foi esclarecido, porém parece que envolve um pequeno aumento na disponibilidade intramuscular de carboidratos quando ocorre uma elevação na taxa de utilização desse nutriente.
→ carboidratos durante exercícios extenuantes e prolongados eleva a glicose do sangue e aumenta a capacidade de utilização do mesmo ao final dos exercícios. A liberação da glicose hepática fica reduzida quando os carboidratos são consumidos durante os exercícios, este fato pode ser atribuído aos efeitos diretos no metabolismo do fígado e, devido a uma ação direta do exercício, induzindo um aumento da adrenalina e do glucagon, pois ambos aceleram a liberação da glicose hepática. O aumento na ingestão de carboidratos durante os exercícios provoca também uma elevação na captação de glicose pelos músculos. Pois durante um exercício extenuante a utilização da glicose aumenta, quando a disponibilidade de glicose sanguínea também está aumentada. A captação de glicose pelo músculo contráctil ocorre por um processo de difusão facilitada, o qual é mediado por uma proteína transportadora de glicose (GLUT-4), que se movimenta dentro da célula muscular em direção à membrana. Este fato ocorre durante o exercício.
Os níveis elevados de glicose sanguínea aumenta o gradiente de difusão da glicose para o músculo, e também estimula a movimentação da GLUT-4 do interior para a membrana da célula muscular. O aumento nos níveis de insulina, que ocorre quando se ingere carboidratos, também desempenha um papel importante no aumento da captação de glicose pelo músculo durante a atividade física. 
A ingestão de carboidratos promove uma redução na concentração plasmática de ácidos graxos livres (AGL) durante os exercícios prolongados, que demonstra uma diminuição na utilização de gordura como fonte de energia. Quando os carboidratos são consumidos durante os exercícios, ocorre uma diminuição da utilização da gordura como fonte energética, porém essa diminuição não é tão evidente como aquela observada quando os carboidratos são ingeridos antes dos exercícios. Essa diferença parece ser mais devido ao menor aumento da insulina plasmática quando os carboidratos são ingeridos durante a atividade Física, comparativamente ao aumento que ocorre quando a ingestão é feita antes dos exercícios. A liberação de uma quantidade menor de insulina leva a um aumento na utilização de gordura como energia, este fato ocorre porque a insulina inibe o metabolismo lipídico e, consequentemente, a liberação de gordura, e estimula o metabolismo glicídico, aumentando a captação de glicose sanguínea pelos músculos.
Está comprovado que quando é feita uma infusão intravenosa de glicose, ela é utilizada mais rapidamente para a produção de energia, do que quando ingerida por via oral. Entretanto, mesmo nessas condições, uma grande quantidade de glicose injetada não é utilizada pelo músculo para a produção de energia, sugerindo uma limitação de seu uso e/ou que exista outra via metabólica para a glicose. Também é possível que o fígado tenha um papel importante na regulação da liberação, para a circulação, da glicose ingerida, regulando a sua capacidade em captar e liberar a glicose em função da quantidade recebida através da absorção intestinal. Em outras palavras, se o fígado recebe grandes quantidades de glicose do intestino, ele diminui a velocidade de metabolização da glicose e, consequentemente, sua liberação para a circulação.
Glicose, sacarose e maltodextrinas apresentam efeitos semelhantes no metabolismo e no desempenho durante a prática de exercícios. Por outro lado, a frutose isoladamente não é tão eficazmente oxidada como as outras fontes de carboidratos, devido à sua baixa velocidade de absorção, que pode causar um mal estar gastrointestinal e, consequentemente, prejudicar o desempenho. A frutose não causa nenhum efeito adverso quando é administrada em pequenas quantidades junto com outros carboidratos, como a glicose e a maltodextrina.
Quanto à galactose, comparativamente com a glicose, sacarose e as maltodextrinas, também sua disponibilidade para a oxidação é mais lenta quando ingerida durante a atividade física. 
Durante os exercícios, o amido de milho solúvel é melhor oxidado que o insolúvel, possivelmente devido ao fato do amido solúvel conter uma relação mais elevada entre amilopectina e amilose. A forma física de ingestão dos carboidratos não exerce uma grande influência, isto porque tanto na forma líquida como na sólida os suplementos alimentares de carboidratos apresentam uma resposta metabólica semelhante.
 Os efeitos benéficos da ingestão de carboidratos são mais evidentes durante os estágios finais da prática de exercícios prolongados, quando as reservas endógenas desse elemento estão depletadas. Portanto, a ingestão de carboidratos ao final dos exercícios, aproximadamente 30min antes do ponto de fadiga, produz um aumento no tempo de instalação da fadiga. Estes resultados são semelhantes na sua magnitude aos observados com a ingestão de carboidratos antes ou durante os exercícios, ou ainda quando foi feita uma infusão intravenosa de glicose no ponto de fadiga. Em contrapartida, a ingestão de carboidratos imediatamente antes da instalação da fadiga não apresenta a mesma efetividade na melhoria do desempenho. Por outro lado, retardar a ingestão de carboidratos até a parte final do exercício, mesmo elevando a glicemia, e a disponibilidade de carboidratos para a oxidação, não acarreta numa melhoria do desempenho. Do ponto de vista de uma aplicação prática, como os atletas desconhecem suas reservas de carboidratos e seu possível ponto de fadiga, a reposição de carboidratos (e líquidos), deve se iniciar cedo e continuar durante todoo exercício.
Glicose e alcoolismo:
O fígado é quem promove a eliminação do etanol e de toxinas no organismo. 
A ação do álcool começa irritando a boca e o esôfago, logo passa ao estomago e ao intestino delgado, onde é absorvido. Daí ele vai para o fígado onde parte é metabolizada com consumo de glicose, vitaminas B1 (tiamina) e B6 (piridoxina).
Inicialmente, o álcool é transformado em aldeído acético ou acetaldeido (substancia toxica), em seguida entra em ação a enzima aldeido-desidrogenase, que converte o acetaldeido em acetato com destino para o ciclo de Krebs para formar os produtos finais, CO2 e H2O. Eliminando 90% do álcool ingerido. O resto do etanol é eliminado na respiração ou na urina por difusão.
FIBRAS
Teor e Função
As fibras alimentares é uma classe de compostos de origem vegetal constituído de polissacarídeos e substancias associadas, que quando ingeridos não sofrem hidrolise, digestão e absorção no intestino delgado humano. 
Mas segundo a ANVISA é considerado qualquer material comestível que não seja hidrolisado pelas enzimas endógenas do trato gastrintestinal humano. 
As fibras alimentares estão incluídas na categoria dos “alimentos funcionais”(alimento que age de forma benéfica em uma ou mais funções do corpo, além de adequar a nutrição, melhorando a saúde e o bem estar, reduzindo riscos de doenças.) por interferir positivamente nas funções do organismo.
Além de quando determinados componentes das fibras estimula o crescimento de bactérias benéficas como bífidobacterias e lactobacilos são incluídos na categoria de prebióticos (ingredientes alimentares que não são digeridos e que afetam de maneira benéfica o hospedeiro estimular seletivamente o crescimento e/ou atividade de uma ou de algumas bactérias do cólon.). 
AS fibras alimentares atua no trato gastrointestinal desde a ingestão até sua excreção. Com o aumento da mastigação induz aumento do fluxo do suco gástrico, que junto com as fibras hidratadas com a saliva, aumenta o volume do conteúdo estomacal acelerando e mantendo por mais tempo a sensação de saciedade do organismo.
As fibras estimula o transito do quimo ao longo do intestino delgado. Mas a uma relação direta entre o conteúdo das fibras e a velocidade em que os nutrientes são deslocados pro trato gastrointestinal. Pois se as dietas são ricas em celulose, o quimo formado deslocasse pelo tubo digestivo com maior rapidez quando comparado com o quimo formado de dietas que contem menor quantidade de polissacarídeos. Dai a fibra presente no jejuno dilui todo o conteúdo intestinal e retarda a absorção dos nutrientes. Já no cólon vai captar a água, fixar cátions, diluir o conteúdo intestinal e é substrato para a microbiota presente no intestino. Pois no intestino grosso, o ceco e o cólon ascendente são responsáveis pela fermentação anaeróbica da fibra, o cólon descendente e o sigmoide pelo armazenamento e continência do bolo fecal. 
Tipos e classificação 
As fibras são classificadas como fibras solúveis (viscosas ou facilmente fermentáveis no cólon, como a pectina). ou como fibras insolúveis como o farelo de trigo que tem ação no aumento de volume do bolo fecal, mas com limitada fermentação no cólon.
Fibras Solúveis → As fibras solúveis dissolvem-se em água, formando géis viscosos. Não são digeridas no intestino delgado e são facilmente fermentadas pela microflora do intestino grosso. Como as pectinas, as gomas, a inulina e algumas hemiceluloses. 
Fibras insolúveis → São insolúveis a lignina, celulose e algumas hemiceluloses. Não são solúveis em água, portanto não formam géis, e sua fermentação é limitada.
As fibras insolúveis em soluções enzimáticas aquosas, representadas por farelo de cereais e resíduos de paredes celulares (como soja, ervilha, etc.), atuam principalmente com uma ação mecânica durante o trânsito digestivo,e afetam a digestão de lipídeos pela absorção de sais biliares, utilizados para emulsionar os glóbulos de gordura.
 Devido à sua hidrofobicidade,as fibras insolúveis também absorvem carcinogênicos hidrofóbicos, como derivados de pirenos e aminas aromáticas heterocíclicas,prevenindo o câncer de cólon. Devido a sua insolubilidade, as fibras quase não são fermentadas pela flora intestinal e, portanto, quase não são metabolizadas.
 Na realidade, são fermentadas pela flora intestinal de maneira muito precária, sendo excretadas, geralmente, intactas. Retendo água, aumentam a massa fecal e o peso das fezes. As fibras insolúveis têm um efeito de dar consistência ao bolo fecal, estimulando o peristaltismo intestinal.
 Em virtude de sua consistência, tendem a diminuir o tempo de trânsito. O uso de fibras insolúveis cria certos problemas tecnológicos e sensoriais, os quais limitam a sua taxa de incorporação. 
As fibras insolúveis precipitam-se, porém, ficam em suspensão se forem de granulometria fina ou na presença de amidos ou de proteínas que trazem maior viscosidade.
Existem muitas aplicações para as fibras insolúveis, entre as quais algumas merecem um especial destaque
Em recheios, são interessantes porque permitem estabilizar a preparação em função de sua capacidade retentora de água. 
Em empanados,permitem limitar a taxa de absorção das matérias graxas; é o caso das fibras de aveia que podem ser incorporadas à própria farinha de rosca,mas também ao bater; mais rígidas, trazem maior firmeza e crocância ao produto acabado.
 Em panificação, são frequentemente empregadas para melhorar a maciez e aumentar a sua vida útil na prateleira, ou DLC (Data Limite de Consumo). 
Em função de suas capacidades de retenção de matérias graxas e da água, as fibras podem ser utilizadas como suporte para aromas. 
A maioria dos alimentos que contêm fibras é constituída de um terço de fibras solúveis e dois terços de insolúveis.
Fontes
As fibras insolúveis estão presentes principalmente nos cereais, frutas maduras e vegetais, entre outros.
As fontes de fibras solúveis são divididas em fibras de alta e baixa viscosidade. O primeiro tipo afeta o trânsito, além da digestão de nutrientes, devido ao efeito de sua viscosidade no conteúdo intestinal. O outro tipo, de baixa viscosidade, atua principalmente na fisiologia humana, através da flora e da produção de ácidos graxos de cadeia curta (SCFA).
Importância das fibras na Prevenção de doenças
O consumo adequado de fibras na dieta usual parece reduzir o risco de desenvolvimento de algumas doenças crônicas como: doença arterial coronariana (DAC), acidente vascular cerebral (AVC), hipertensão arterial, diabetes melito (DM) e algumas desordens gastrointestinais (7). 
Além disso, o aumento na ingestão de fibras melhora os níveis dos lipídeos séricos, reduz os níveis de pressão arterial, melhora o controle da glicemia em pacientes com diabetes melito (DM), auxilia na redução do peso corporal (11) e ainda atua na melhora do sistema imunológico (12).
Os principais grupos de fibras que chegam ao intestino grosso são os polissacarídeos não amido, substâncias associadas a esses polissacarídeos, os amidos resistentes e oligossacarídeos. Esses componentes são parcial ou totalmente fermentados e utilizados como fonte energética pela microflora no cólon, convertidos em gases (hidrogênio, metano e dióxido de carbono) e ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs), principalmente acetato, propionato e butirato. A disponibilidade de substrato no cólon resulta no aumento do número de bactérias e consequentemente no aumento do bolo fecal.
 O incremento na produção de AGCCs, como resultado da fermentação, resulta na diminuição do pH intracelular e colônico. O meio mais ácido inibe a proliferação de organismos patogênicos bem como a formação de produtos de degradação tóxicos, além de reduzir a solubilidade dos ácidos biliares e facilitar a absorção de cálcio, interferindo no metabolismo ósseo. 
→ Outro importante efeito das fibras no organismo humano se refere à flora bacteriana colônica. As fibras influenciam o crescimento e a composição da flora bacteriana, sendo, por sua vez, as responsáveis pela fermentação e consequenteformação dos ácidos graxos de cadeia curta. Assim, sempre que ocorrem mudanças na dieta ingerida, tornam-se necessários diversos dias para a flora se adaptar aos novos substratos e fermentá-los eficientemente. Os ácidos graxos de cadeia curta estão associados com melhor evolução de diversas doenças colônicas, prevenção de translocação bacteriana e regressão de diarreias, devido ao fato de ser fonte de energia para os colonócitos; terem efeitos reguladores na proliferação celular do cólon; aumentarem o fluxo sanguíneo no cólon; melhorarem a absorção de água e sódio; e aumentarem a secreção digestiva, incentivando o sistema nervoso e os hormônios do trato digestivo, bem como regulando o trânsito intestinal.
→ Uma dieta alimentar ricas em fibras também pode reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo II, o tipo mais comum do diabetes. No intestino delgado, as fibras alimentares, em particular as insolúveis, aumentam o conteúdo intestinal que age na diminuição do tempo de trânsito intestinal, reduzindo o tempo de contato entre os alimentos e substâncias indesejáveis (carcinogênicos, por exemplo) com a mucosa do intestino delgado. Com isso, a velocidade de absorção dos alimentos é diminuída. Isso é especialmente significativo para os diabéticos, visto que uma absorção mais lenta de glicose significa que o nível de glicose no sangue após uma refeição não se eleva muito rápido e a resposta insulínica é reduzida.
→ A obstipação é outro item onde as fibras alimentares têm importante atuação. A obstipação é um problema muito comum entre adultos e idosos do mundo ocidental, atingindo especialmente o sexo feminino. A escassez de fibras na dieta constitui um dos mais importantes transtornos nesta afecção e sua reposição leva a uma significativa melhora. As causas da melhora e o aumento do peso das fezes relacionam-se com a absorção de água (amolecimento do bolo fecal, facilitando propulsão e eliminação), aumento da massa bacteriana e excreção de fibras não degradadas.
→ DIABETES MELLITUS, O consumo de fibra solúvel reduz a resposta glicêmica pós-prandial após as refeições ricas em carboidratos. Esse efeito é explicado pela viscosidade e/ou propriedade geleificante das fibras solúveis, que desse modo retardam o esvaziamento gástrico e a absorção de macronutrientes a partir do intestino delgado. Entretanto, estudos prospectivos revelaram não ser a fibra solúvel a responsável, mas principalmente o consumo de fibra insolúvel de cereais e grãos integrais que está consistentemente associado ao risco reduzido de Diabetes mellitus tipo 2.

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