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Aula 01 Direito Empresarial

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CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT 
CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A 
ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) 
AULA 01 - PROF. CARLOS BANDEIRA 
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1!
AULA 01 - TEORIA 
Empresário (2a Parte). Estabelecimento. 
Prepostos e relação com a Atividade 
Empresarial. Obrigação de Escrituração. 
1. INTRODUÇÃO 
Olá! Tudo bem contigo?! Vamos começar nossa AULA 01? Nosso objetivo 
é trazer uma sequência de exercícios sobre os seguintes assuntos: 
⇒ Empresário e Sociedade (obs.: esclareço que, nesse tópico, não 
esgotaremos o tema sobre sociedade, pois falaremos dela com 
maiores detalhes nas próximas aulas!); 
⇒ Registro; 
⇒ Estabelecimento; 
⇒ Prepostos (Gerente, Contabilistas e Outros Auxiliares); e 
⇒ Escrituração. 
Antes de entrarmos na matéria de hoje, escolhi para você as seguintes 
palavras atribuídas a um homem que viveu há muito tempo, chamado REI 
SALOMÃO: 
“Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o 
homem que adquire conhecimento; porque é melhor a 
sua mercadoria do que artigos de prata, e maior o seu 
lucro que o ouro mais fino.” (Provérbios 3:13-14) 
2. EMPRESÁRIO 
Pessoal, vamos continuar com informações que podem ser úteis no 
concurso relacionado com o empresário. 
2.1. QUEM NÃO É CONSIDERADO EMPRESÁRIO 
a. Sócio de sociedade empresária: EMPRESÁRIA SERÁ A 
SOCIEDADE EMPRESÁRIA E NÃO O SÓCIO. A personalidade 
CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT 
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2!
jurídica das sociedades não se confunde com a personalidade jurídica 
de seus sócios. Logo, o sócio e a sociedade são pessoas distintas 
entre si! 
b. Profissional intelectual (médicos, dentistas, engenheiros, 
arquitetos, jornalistas, etc.): esses não são empresários, mesmo 
com o concurso de auxiliares ou colaborares, salvo quando o exercício 
da profissão constituir elemento de empresa, situação em que a 
organização aparecerá mais do que a pessoa do profissional (art. 966, 
parágrafo único, do CC); Opa! Essa não é tão simples de 
compreender, por isso, vamos explicar melhor essa situação, no 
próximo item 2. 
c. Sociedade simples uniprofissional: se for organizada por conjunto 
de profissionais intelectuais de uma mesma profissão, que podem ser 
médicos, dentistas, engenheiros, arquitetos, jornalistas, etc., mesmo 
com a contratação de terceiros, salvo se objeto social for explorado 
com a constituição de elemento de empresa (também perfaz a 
exceção que acabamos de mencionar no art. 966, parágrafo único, do 
CC, e deve ser combinada com o art. 982, caput, do CC); aqui 
também merece maior explicação, no próximo item. 
d. Exercente de atividade rural (empresário rural individual ou 
sociedade de atividade rural): salvo quando optar pelo registro 
empresarial, momento em que passará a ser considerado empresário 
rural individual ou sociedade empresária (art. 971, do Código Civil); 
veja bem que, nesse caso, trata-se de uma opção da lei ao exercente 
da atividade rural! Então, para esses, não é obrigatória a adoção do 
regime empresarial, é apenas facultativa! 
e. Sociedade cooperativa: nunca é empresarial, sempre será 
sociedade simples, independentemente do objeto (art. 982, última 
parte do parágrafo único, do CC); e 
f. Sociedade de advogado: é sempre sociedade civil (não empresarial) 
pois está excluída do conceito empresarial, por interpretação dos arts. 
15, caput, e 16, § 3o, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil 
(Lei no 8.906, de 4 de julho de 1994). 
IMPORTANTE: como já falamos na Aula Demonstrativa, o fato 
de não ser considerado empresário acarreta limitações. 
Dentre alguns aspectos, destacamos a impossibilidade de 
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acesso aos benefícios da recuperação judicial e extrajudicial, 
previstas na Lei no 11.101, de 9 de fevereiro de 2005 (Lei de 
Falências)! 
Lei de Falências: 
“Art. 1o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação 
extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, 
doravante referidos simplesmente como devedor.” 
2.2. “ELEMENTO DE EMPRESA” (ART. 966, PARÁGRAFO ÚNICO) 
De todos os itens que acabamos de apontar na lista anterior, vale à pena 
falar um pouco mais sobre as letras “b” (profissional intelectual) e “c” 
(sociedade simples uniprofissional), que são figuras que se enquadram nos 
arts. 966, parágrafo único, e 982, caput, do CC! 
CC: 
“Art. 966. ..................................................................................... 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce
profissão intelectual, de natureza científica, literária ou 
artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores,
salvo se o exercício da profissão constituir elemento de 
empresa. 
................................ 
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a 
sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria 
de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.” 
Muito bem! Pelo CC, os chamados profissionais intelectuais e as 
sociedades de profissionais intelectuais não se enquadram no conceito 
empresarial do art. 966, caput, do CC, mesmo que contratarem os 
chamados colaboradores e auxiliares para trabalhar com eles. 
Já pensaram em algum dentista trabalhando sem ninguém para executar 
as funções auxiliares em seu consultório? Ou um médico? Fica bem mais 
difícil desempenhar o ofício intelectual, sem ninguém para prestar 
atendimento telefônico, organizar agendas, dentre outras tarefas! A 
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contratação de terceiros para colaboração ou auxílio não descaracteriza a 
natureza de atividade civil. 
Exceção: “salvo se o exercício da profissão constituir elemento de 
empresa.” (parte final do parágrafo único do art. 966, do CC). 
“Mas como se caracteriza o “elemento de empresa” em uma 
atividade econômica intelectual?” Respondo: quando se contrata outro 
profissional intelectual para exercer a atividade-fim. Vamos exemplificar, 
para ficar melhor compreendido: 
• Ex.: Um médico que remunera outros médicos para desempenhar a 
mesma atividade-fim em sua clínica. 
No caso do primeiro médico, ele deixou de ser o único profissional a 
exercer a atividade-fim ao remunerar outros médicos para atender em sua 
clínica. Consequentemente, quanto ao primeiro médico: 
a. foi reduzida a sua pessoalidade na execução da atividade-fim; 
b. sua participação profissional passou a ser apenas mais um 
elemento da empresa; e 
c. restou caracterizada a atividade empresarial de sua parte. 
Esse raciocínio aplica-se também aos dentistas, engenheiros, arquitetos, 
jornalistas, dentre outros exercentes de profissões liberais. 
O mesmo não ocorre no caso descrito pela questão no 19, de nossos 
exercícioscomentados. O enunciado dessa questão foi desenvolvido pelo 
Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (CESPE), órgão que integra a 
Fundação Universidade de Brasília (FUB), e aplicado na prova para Analista de 
Empresa de Comunicação Pública, área de Advocacia, em 2011, senão vejamos: 
 “João, conceituado jornalista, exerce sua atividade com o concurso 
de mais dois colaboradores, que o auxiliam na confecção e 
formatação de seus textos. Nessa situação, não é considerado 
empresário.” 
Nesse caso, não houve contratação de terceiros para executar a 
atividade-fim de jornalismo, mas houve a contratação de terceiros, para a 
execução de atividades de colaboração (confecção e formatação de textos). 
Por isso, os dois contratos são legalmente considerados como colaboradores.
Portanto, não houve formação do elemento de empresa e, nesse caso, 
João não é empresário. A proposição é verdadeira. 
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Agora vamos abrir um novo tópico, para analisar quem está incapacitado 
ou impedido de exercer atividade empresarial. 
2.3. QUEM PODE EXERCER A ATIVIDADE EMPRESARIAL 
A regra geral é a seguinte: desde que esteja em pleno gozo de sua 
capacidade civil (maior de dezoito anos de idade ou emancipado) e não 
seja legalmente impedida, qualquer pessoa pode exercer atividade 
empresária (art. 972, do CC). 
CC: 
“Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que 
estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem 
legalmente impedidos.” 
Mas quem são os incapazes? E quem são os impedidos? 
• Incapazes: aqueles que não estão em pleno gozo da capacidade civil, 
por isso, são considerados incapazes para praticar, sozinhos, os atos da 
vida civil e empresarial. 
• Impedidos: são aquelas que, embora capazes, de alguma forma são 
legalmente limitados para exercer a atividade empresarial, 
normalmente em razão do exercício de certos cargos ou por força de 
decisão judicial. 
2.3.1. INCAPAZES PARA EXERCEREM A ATIVIDADE EMPRESARIAL 
Vamos ver quem são os incapazes: 
a. Os menores de 18 anos, salvo quando forem devidamente 
emancipados (o momento da emancipação é uma causa que gera 
ao menor a possibilidade de praticar atos da vida civil sem precisar 
de outra pessoa para assisti-lo ou representá-lo, e essas causas estão 
relacionadas no art. 5o, parágrafo único, do Código Civil: (i) 
concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro; (ii) casamento; 
(iii) emprego público efetivo; (iv) colação de grau em curso de nível 
superior; ou (v) pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela 
existência de relação de emprego, desde que, em função desses 
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fatos, o menor com dezesseis anos completos tenha economia 
própria); 
b. Os acometidos de enfermidade ou retardamento mental, que 
não tenham o necessário discernimento para a prática de atos da 
vida civil; 
c. Os que, mesmo por causa transitória, não possam exprimir sua 
vontade; 
d. Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por 
deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; 
e. Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; e 
f. Os pródigos. 
2.3.1.1. EXCEÇÃO PARA O INCAPAZ 
O incapaz pode ser empresário individual quando autorizado por 
juiz e for representado ou assistido, para continuar a empresa antes 
exercida: a) por ele mesmo, enquanto capaz; b) por seus pais; ou c) pelo 
autor de herança, como prevê o art. 974, do Código Civil. 
CC: 
“Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou 
devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida 
por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de 
herança. 
§ 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, 
após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem 
como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização 
ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou 
representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo 
dos direitos adquiridos por terceiros. 
§ 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens 
que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da 
interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, 
devendo tais fatos constar do alvará que conceder a 
autorização.” 
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Importante ressaltar que, nessas situações: 
a. o interditado deve ser assistido, nas hipóteses do art. 3o, do 
Código Civil (relativamente incapazes), e deverá ser representado 
(nos casos do art. 4o, do mesmo Código); 
b. bens que o menor já possuía antes e não ligados à empresa,
ficarão imunes de qualquer responsabilidade pelos negócios da 
empresa, isto é, não poderão ser vendidos para pagar eventuais 
prejuízos da atividade empresarial (trata-se de uma proteção 
especial ao patrimônio do incapaz); e 
CC: 
“Art. 975. Se o representante ou assistente do incapaz for 
pessoa que, por disposição de lei, não puder exercer atividade 
de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais 
gerentes. 
§ 1o Do mesmo modo será nomeado gerente em todos os casos 
em que o juiz entender ser conveniente. 
§ 2o A aprovação do juiz não exime o representante ou 
assistente do menor ou do interdito da responsabilidade pelos 
atos dos gerentes nomeados.” 
c. caso o representante ou assistente do incapaz for impedido 
de exercer atividade empresarial, deverá nomear um 
gerente, com a aprovação do juiz. 
2.3.2. IMPEDIDOS 
Agora, vamos ver uma lista de legalmente impedidos para exercer 
atividade empresarial: 
a. Servidores públicos federais: não podem participar de participar de 
gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não 
personificada, e podem ser acionistas, cotistas ou comanditários (art. 
117, inciso X, da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990). 
b. Magistrados: não podem participar de sociedades civis ou comerciais 
(ou empresariais), mas podem ser acionistas ou cotistas (art. 36, 
incisos I e II, da Lei Complementar no 35, de 14 de março de 1979). 
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c. Membros do Ministério Público: não podem participar de sociedades 
comerciais (ou empresariais), mas podem ser acionistas ou cotistas 
(art. 36, incisos I e II, da Lei Complementar no 35, de 14 de março de 
1979); 
d. Militares da ativa: não podem participar de administração ou gerência 
de sociedade comercial (ou empresarial), ou dela ser sócio, mas podem 
ser acionistas, de sociedade anônima, ou cotistas (art. 204, do Decreto-
Lei no 1.001, de 21 de outubro de 1969). 
e. Deputados e Senadores: estão proibidos, desde a expedição do 
diploma, de: a) firmarou manter contrato com pessoa jurídica de 
direito público, empresa pública, sociedade de economia mista ou 
empresa concessionária de serviço público (salvo quando o contrato 
obedecer a cláusulas uniformes); b) aceitar ou exercer cargo, função ou 
emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis ad nutum
(“sem motivação”), nas entidades constantes da alínea anterior; e, 
desde a posse, de: a) serem proprietários, controladores ou diretores 
de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa 
jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada; b) 
ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas 
entidades referidas na primeira alínea “a", acima; c) patrocinar causa 
em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso 
I, "a"; e d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público 
eletivo (art. 54, da Constituição Federal). 
f. Vereadores: mesma relação de impedimentos atribuídos aos 
deputados e senadores (art. 29, inciso IX, da CF); 
g. Falidos: não podem exercer atividade empresarial desde a decretação 
da falência até que seja declarada, judicialmente, a extinção de suas 
obrigações (art. 102, caput, da Lei no 11.101, de 9 de fevereiro de 
2005, e art. 1.030, parágrafo único, do CC). 
h. Outro efeito para os falidos: impedimento para o exercício de cargo 
ou função em conselho de administração, diretoria ou gerência de 
sociedades (art. 181, inciso I e § 1o, da mesma lei). Aqui, não se 
tratam de efeitos automáticos, devem decorrer expressamente de uma 
decisão condenatória por crime falimentar, em que o juiz deve motivar 
a aplicação do impedimento. Os efeitos devem perdurar até cinco anos 
após a extinção da punibilidade, podendo, contudo, cessar antes pela 
reabilitação penal. 
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2.4. EMPRESÁRIO CASADO 
Sobre o empresário casado quero mencionar que: 
a. qualquer que seja o regime de bens: pode alienar os imóveis que 
integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real (art. 987, 
do CC). As bancas examinadoras gostam muito pergunta sobre esse 
artigo!!! 
CC: 
“Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga 
conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis 
que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.” 
b. empresário casado, separado ou reconciliado (agora, não me 
recordo de ter visto questão de concurso sobre esse aspecto, é 
uma boa dica para vocês guardarem!!! Quem sabe cai na prova 
de vocês?!): 
i. necessidade de averbação dupla do pacto e declarações 
antenupciais e determinados títulos (art. 979, do CC); 
ii. necessidade de arquivamento e averbação de separação e 
reconciliação em cartório de registro empresarial, para 
serem opostos perante terceiros (art. 980, do CC). 
CC: 
Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados 
e averbados, no Registro Público de Empresas 
Mercantis, os pactos e declarações antenupciais do 
empresário, o título de doação, herança, ou legado, de 
bens clausulados de incomunicabilidade ou 
inalienabilidade. 
Art. 980. A sentença que decretar ou homologar a
separação judicial do empresário e o ato de 
reconciliação não podem ser opostos a terceiros, 
antes de arquivados e averbados no Registro Público de 
Empresas Mercantis.” 
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3. ESTABELECIMENTO 
Estabelecido é o complexo de bens, materiais (corpóreos) ou 
imateriais (incorpóreos), organizado para ser utilizado na empresa
(art. 1.142, do CC). Também é conhecido na doutrina por “fundo de 
comércio” ou “fundo de empresa”. 
CC: 
“Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens 
organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por 
sociedade empresária.” 
3.1 CARACTERÍSTICAS 
A seguir, são enumeradas características do estabelecimento: 
a. não é simplesmente o imóvel: muita gente confunde mesmo, 
mas estabelecimento não é representado necessariamente apenas 
pelo imóvel da sede empresarial, ou seja, não é simplesmente o 
local onde a atividade é explorada (na verdade, é mais do que 
isso!); 
b. propriedade dos bens: os bens que integram o estabelecimento 
não precisam ser de propriedade do empresário (podem ser 
alugados, ou emprestados, p. ex.); 
c. é uma UNIVERSALIDADE DE FATO: é assim considerado por ser 
o estabelecimento um objeto de direito (uma certa quantidade de 
bens integra o estabelecimento), ao passo que o empresário é 
sujeito de direito que se afigura nessa relação de proprietário do 
estabelecimento; 
d. pode ser descentralizado: p. ex., por meio de instalação de filiais, 
agências, sucursais; 
e. O aviamento e a clientela não são considerados elementos de 
estabelecimento, pois não são caracterizados como bens: 
i. aviamento: é a capacidade que o estabelecimento tem de 
produzir lucro ao exercente da atividade empresarial; 
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ii. clientela: é o conjunto de pessoas que mantém relações 
jurídicas constantes com o empresário, também conhecido 
como freguesia. 
MUITA ATENÇÃO: as bancas costumam tentar confundir o 
candidato com questões relacionadas com o IMÓVEL e o 
ESTABELECIMENTO, como se o único bem do estabelecimento 
fosse o imóvel, e não é! 
EXEMPLOS DE BENS QUE PODEM FAZER PARTE DE 
ESTABELECIMENTO: Exemplos de bens que podem compor um 
estabelecimento: 
a. instalações; 
b. mercadorias; 
c. móveis; 
d. “estabelecimento virtual” ou “digital” (determinados 
bens incorpóreos, inacessíveis fisicamente, a não ser 
por intermédio de acessos à rede mundial de 
computadores); 
e. marcas; 
f. patentes; 
g. ponto empresarial, também chamado de ponto 
comercial (obs.: nesse caso, a propriedade do imóvel 
não será do empresário, apenas o direito sobre o 
ponto empresarial o será!. 
3.2. PONTO EMPRESARIAL E DIRETO DE INERÊNCIA 
Ponto empresarial: em caso de imóvel alugado, o uso desse bem pelo 
empresário é ESPECIALMENTE PROTEGIDO pelo art. 51, da Lei no 8.245, 
de 18 de outubro de 1991 (Lei do Inquilinato). Por essa regra legal, o 
empresário poderá pleitear judicialmente a continuidade da locação 
destinada à exploração de sua atividade econômica (DIREITO DE 
INERÊNCIA), caso preencha as condições que estão descritas nos incisos I a 
III do art. 51, quais sejam: 
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a. o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com 
prazo determinado; 
b. o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos 
ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos; 
c. o locatário esteja explorandoseu comércio, no mesmo ramo, 
pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. 
CUIDADO: uma coisa é a propriedade do imóvel (do 
locador), a outra é a posse direta exercida pelo empresário 
sobre o imóvel (locatário), que o aluga. 
No caso, o locatário (empresário) adquire o direito à 
proteção daquele ponto empresarial (DIREITO DE 
INERÊNCIA), existente sobre o imóvel, nas condições 
previstas na Lei do Inquilinato. 
Muito bem! Agora que sabemos que O 
ESTABELECIMENTO É UM COMPLEXO DE BENS, e, 
dessa forma, pode ser objeto de negociação, por meio de 
CONTRATO DE TRESPASSE! 
3.3. CONTRATO DE TRESPASSE 
Contrato de trespasse: é o negócio jurídico que transfere o 
estabelecimento de um empresário (pessoa física ou jurídica) para outra 
pessoa (física ou jurídica). Esse tipo de negócio se destaca pelo interesse 
jurídico assegurado aos credores do empresário em sua realização, com as 
seguintes características: 
a. o trespasse deve ser feito por contrato escrito e, para que 
possa produzir efeitos perante terceiros, deve ser arquivado na 
Junta Comercial e publicado pela imprensa oficial (art. 1.144, do 
CC); 
b. é sujeito à anuência dos credores do empresário, por escrito ou 
tacitamente (é presumida após 30 dias da notificação), sendo que 
a anuência é desnecessária se o empresário possuir bens 
suficientes para pagamento de seu passivo (art. 1.145, do CC); 
c. caso não observe essas formalidades, o empresário pode ter sua 
falência decretada (art. 94, inciso III, letra “c”, da Lei de 
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Falências), caso em que a alienação será considerada ineficaz
perante a massa falida (art. 129, inciso VI, da Lei de Falências), 
logo, nesses casos, o adquirente do estabelecimento sofrerá 
prejuízos; 
d. pelo trespasse, surge a responsabilidade solidária do vendedor 
do estabelecimento com o adquirente pelas dívidas empresariais, 
pelo prazo de um ano (art. 1.146, do CC): 
i. quanto aos créditos já vencidos antes do trespasse, 
conta-se um ano de prazo a partir da publicação do 
contrato de trespasse; e 
ii. quanto aos créditos vincendos após a data da 
publicação (ainda não vencidos), conta-se um ano de 
prazo somente a partir do vencimento. 
e. se não houver nada estipulado no contrato, o ALIENANTE não 
poderá fazer concorrência com o ADQUIRENTE, pelo prazo de 
5 anos subsequentes à transferência (art. 1.147, caput, do CC); 
f. curiosidade: mesmo depois de um ano, o credor trabalhista pode 
demandar o vendedor ou o adquirente do estabelecimento 
empresarial; tanto faz: ou um, ou outro pode responder pela 
dívida decorrente de relação de trabalho (art. 448, da 
Consolidação das Leis do Trabalho, CLT); 
g. situação especial: o adquirente não sucede nas obrigações do 
anterior proprietário do estabelecimento, ou seja, não responde
pelas obrigações do antigo proprietário, inclusive pelas de 
natureza tributária, pelas derivadas da legislação do trabalho e 
pelas decorrentes de acidentes de trabalho, caso o tenha 
adquirido por meio de realização de ativo em processo 
falimentar (art. 141, inciso II, da Lei de Falências), ressalvados 
os casos em que o arrematante for: 
i. sócio da sociedade falida, ou sociedade controlada pelo 
falido; 
ii. parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, 
consanguíneo ou afim, do falido ou de sócio da sociedade 
falida; ou 
iii. identificado como agente do falido com o objetivo de 
fraudar a sucessão. 
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MAIS SOBRE ESTABELECIMENTO: 
Veja bem que a banca da PUC-RS (questão no 17) considerou 
como errada a seguinte proposição (além dos bens imóveis e móveis, 
FALTOU CONSIDERAR OS BENS INCORPÓREOS também!): 
! "O estabelecimento empresarial é composto unicamente de 
bens móveis e imóveis, que são reunidos pelo empresário ou 
sociedade empresária para o exercício da atividade empresarial." 
MAIS SOBRE PONTO EMPRESARIAL: 
Primeiramente, lembre-se que: 
" o ponto empresarial é um direito do empresário sobre 
o imóvel explorado para fins empresariais, de acordo 
com a Lei do Inquilinato; e 
" o imóvel não é o único bem que integra o 
estabelecimento (existem outros bens móveis e 
incorpóreos que integram esse conceito, como 
acabamos de ver!). 
Podemos compreender melhor o que é ponto empresarial 
dividindo-o em três informações básicas: 
⇒ DIREITOS DE PROPRIEDADE SOBRE O IMÓVEL: 
pertencem ao proprietário do bem imóvel. 
⇒ DIREITOS SOBRE O PONTO EMPRESARIAL: pertencem 
ao empresário; e 
⇒ NEM SEMPRE ESSES DOIS DIREITOS PERTENCERÃO À 
MESMA PESSOA! 
Menciono dois exemplos: 
a. Imóvel alugado a um empresário: nesse caso, o 
empresário será titular do ponto empresarial explorado 
(sobre o imóvel alugado), e não proprietário, ao passo que 
o proprietário do bem não será o titular do 
estabelecimento. Os direitos sobre o ponto empresarial 
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podem ser vendidos pelo empresário ao proprietário do 
imóvel? Respondo: sim! 
b. Venda do estabelecimento, sem incluir o imóvel: é 
possível?! Vejamos: o proprietário empresário de um imóvel 
poderá vender seu estabelecimento sem vender os seus 
direitos de proprietário. Ou seja, o proprietário do imóvel 
continuará sendo dono do imóvel, mas, transmitirá: 
⇒ POR MEIO DO CONTRATO DE LOCAÇÃO: a posse do 
imóvel ao novo empresário; 
⇒ POR MEIO DO CONTRATO DE TRESPASSE: a 
titularidade do estabelecimento ao novo 
empresário. 
Explico um pouco mais: na hora de vender, a avaliação do 
imóvel possui um valor, e, se for incluir o estabelecimento na venda, 
mais precisamente, o direito de explorar a atividade empresarial 
naquele local, a venda ficará mais cara! 
E não se esqueça de memorizar a regra do art. 1.147, do caput, 
CC: 
“Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do 
estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco 
anos subseqüentes à transferência.” 
4. PREPOSTOS 
São os colaboradores da atividade de empresa. São os que auxiliam o 
empresário no exercício da atividade empresarial. 
Dois conceitos que se relacionam: 
⇒ Preponente: empresário (pessoa física ou jurídica), que contrata 
o preposto. 
⇒ Preposto: pessoas que auxiliam o empresário. 
4.1 PREPOSTOS EXPRESSAMENTE REGULADOS PELO CC 
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Existem vários tipos de ofícios exercíveis por prepostos em uma 
atividade empresarial, mas o CC regulamenta, de maneira expressa, apenas 
duas hipóteses (arts. 1.172 a 1.172), quais sejam: 
a. gerente: contratação facultativa; profissional que atua como chefeem 
uma empresa, administrador geral dos serviços e do pessoal; e 
b. contabilista: contratação obrigatória; profissional responsável por toda 
a escrituração dos livros do empresário. 
4.2. RESPONSABILIDADE DO PREPONENTE EM RELAÇÃO AOS ATOS 
DOS PREPOSTOS 
Agora, paremos um pouco para refletir: alguém chega em seu 
estabelecimento empresarial, com uniforme de uma determinada empresa 
fornecedora de produtos e serviços que lhe interessam. E essa pessoa possui 
vários documentos e formulários, etc. 
Após lhe explicar vários detalhes, essa pessoa lhe oferece uma certa 
contratação valiosa com parcelamento financeiro, vantagens importantes, e 
tudo o mais! Então, nesse caso, o que você poderá fazer para ter certeza 
se essa contratação será válida?! Estamos diante da “teoria da aparência”! 
Tudo parece estar correto, não é verdade? 
Mas, o CC estabelece determinadas regras sobre atos praticados por 
preposto, dentro ou fora do estabelecimento, e a possibilidade ou não de 
responsabilização do preponente pelos atos do preposto (empresário, 
empregador): 
a. limitações de poderes do gerente: as limitações devem ser 
arquivadas e averbadas no cartório de registro empresarial, para 
poderem ser opostas a terceiros, salvo se for comprovado que a 
pessoa que tratou com o gerente conhecia as limitações (art. 1.174, 
do CC); 
b. atos praticados dentro do estabelecimento por qualquer 
preposto: não precisam de autorização escrita do preponente, para 
torná-lo responsável por esses atos (art. 1.178, caput, do CC); 
c. atos praticados fora do estabelecimento por qualquer 
preposto: se não houver poderes conferidos por escrito (certidão ou 
cópia autenticada), não obrigarão o preponente obrigado a responder 
pelos atos (art. 1.178, parágrafo único, do CC). Então, pelo CC, deve 
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sempre ser conferido se o preposto tem poderes para fazer 
negócios fora do estabelecimento, sob pena de não obrigar o 
empresário! 
d. outro detalhe: no exercício de suas funções, os prepostos são 
pessoalmente responsáveis, perante os preponentes, pelos ATOS 
CULPOSOS; e, perante terceiros, solidariamente com o preponente, 
pelos ATOS DOLOSOS (art. 1.175, do CC). Ficou claro? Então 
explico mais: 
⇒ nos atos em que o preposto agir com imprudência ou negligência 
(CULPA) e causar dano a alguém, o preposto responderá 
somente perante o proponente, caso este venha a ser 
obrigado a indenizar a vítima (direito de regresso do preponente 
contra o preposto); 
⇒ todavia, se o proposto agir com a intenção deliberada (DOLO), 
responderá solidariamente com o preponente perante 
terceiros. 
5. ESCRITURAÇÃO 
Além do registro empresarial, todo empresário deve (ressalvados
os casos de pequeno empresário, ou microempresas e empresas de pequeno 
porte, que serão objeto de comentários a seguir), sob pena de 
irregularidade: 
a. escriturar os livros empresariais obrigatórios; 
b. levantar, periodicamente, o balanço patrimonial e de resultado 
econômico da empresa. 
5.1. RESSALVAS 
As ressalvas dessa matéria são por conta da simplificação legal prevista 
para o “pequeno empresário” (art. 179, § 2o, do CC1) e duas possíveis 
situações especiais: 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
1 No CC, a expressão “pequeno empresário” foi assim utilizada, com relação aos aspectos 
escriturários e se aplicam às MEs e às EPPs: “Art. 1.179. O empresário e a sociedade 
empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com 
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• Dispensa de escrituração: ao comentar os benefícios do Estatuto da 
ME e EPP (Lei Complementar no 123, de 2006), fiz um comentário em 
nota de rodapé, esclarecendo que somente as MEs e as EPPs que 
optarem pelo Simples Nacional estão dispensadas de manter 
escrituração mercantil, só que continuam obrigadas a emitir nota fiscal 
e a conservar e boa guarda os documentos relativos à sua atividade 
(art. 26, incisos I e II, do Estatuto da ME e EPP). 
• Simples Nacional é um regime tributário simplificado, em que são 
pagos diversos tributos em um único recolhimento, e de forma 
proporcional ao faturamento do contribuinte. 
• Situações especiais: 
a. se não fizeram a opção pelo Simples Nacional, devem as 
MEs e EPPs fazer a escrituração em livro-Caixa, em que 
deverá constar toda a sua movimentação financeira e bancária 
(art. 26, § 2o, do Estatuto); e 
b. quanto às sociedades limitadas de propósitos específicos 
(SPE), formadas por MEs e EPPs para negócios nacionais ou 
internacionais, na forma do art. 46, do Estatuto da ME e EPP, 
estão obrigadas a fazer sua escrituração nos livros Diário e 
Razão (art. 26, § 2o, inciso IV, do mesmo Estatuto). 
5.2. LIVROS EMPRESARIAIS 
As espécies de livros previstas na legislação para a escrituração 
empresarial são as seguintes: 
a. livros obrigatórios: imposição de forma de escrituração aos 
empresários, sob pena de sanções de natureza empresarial e até penal: 
i. livros obrigatórios comuns: categoria de livro imposta a 
todos os empresários, no caso de nossa lei, há apenas um livro, 
o Diário, que pode ser substituído por fichas nos casos de 
escrituração mecanizada ou eletrônica (art. 1.180, do CC), em 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação 
respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. (...) § 
2o É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 
970.” (destaquei em negrito) 
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no caso de adoção das fichas, poderá substituir o livro Diário 
pelo de Balancetes Diários e Balanços, observadas as mesmas 
formalidades extrínsecas exigidas para aquele (art. 1.185, do 
CC); 
ii. livros obrigatórios especiais: categoria imposta a 
determinados empresários, sob condições específicas de 
atividade empresarial, como é o caso do livro de Registro de 
Duplicatas, obrigatório para quem emitir duplicatas (art. 19, da 
Lei no 5.474, de 18 de julho de 1974); do livro de Entrada e 
Saída de Mercadorias, para empresários que exploram 
Armazém-Geral (art. 7o, do Decreto no 1.102, de 21 de 
novembro de 1903); dos livros da Lei das SAs: Registro de 
Ações Nominativas, Transferências de Ações Nominativas, Atas 
de Assembleias Gerais, Presença de Acionistas, etc.; 
b. livros facultativos: conforme o próprio nome já diz, não são 
obrigatórios para os empresários, mas podem ajudar no controle e 
organização dos negócios (ausência não acarreta nenhuma sanção). 
Ex.: livro Caixa e o Conta-Corrente. Além do que, podem ser criados 
tipos adicionais de controle pelo empresário. 
5.3. REQUISITOS DOS LIVROSA observação dos requisitos intrínsecos e extrínsecos deve ser 
cumulativa para que a escrituração seja considerada regular: 
a. requisitos intrínsecos: descrição em idioma nacional (vernáculo) e 
moeda corrente do Brasil (nacional), em ordem cronológica crescente, 
sem espaços em branco, entrelinhas, borrões, emendas ou transportes 
para as margens (sem rasuras, nem invenções!), sendo que as 
correções devem ser feitas por estornos; 
b. requisitos extrínsecos: relacionados com a segurança dos livros 
empresariais (termo de abertura e encerramento) e autenticação pela 
Junta Comercial (art. 1.181, do CC). 
5.4. IRREGULARIDADE NA ESCRITURAÇÃO 
Consequências de irregularidade na escrituração: 
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a. não poderá valer-se da eficácia probatória que o art. 379, do 
Código de Processo Civil, confere aos livros empresariais; 
b. crime falimentar (art. 178, da Lei de Falências) e a falência será 
considerada fraudulenta. 
5.5. EXIBIÇÃO JUDICIAL 
Quanto à exibição judicial dos livros empresariais: 
a. a regra é o sigilo dos registros empresariais, salvo nos casos 
previstos em lei, por ordem judicial (art. 1.190, do CC); 
b. Súmula 260 do STF: “O exame de livros comerciais, em ação 
judicial, fica limitado as transações entre os litigantes.” Só que, nos 
casos previstos em lei, a exibição deve ser completa (ex.: falência); 
c. autorização do CC (art. 1.191), para ordem judicial: quando 
necessária para resolver questões relativas a sucessão, comunhão 
ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em 
caso de falência; 
d. autorização no CPC (art. 381), para ordem judicial: a 
requerimento da parte, pode ser determinada a exibição integral dos 
livros comerciais e dos documentos do arquivo na liquidação de 
sociedade (inciso I); na sucessão por morte de sócio (inciso II); e 
quando e como determinar a lei (inciso III); 
e. autorização da Lei das SA (art. 105): exibição por inteiro dos 
livros da companhia pode ser ordenada judicialmente sempre que, a 
requerimento de acionistas que representem, pelo menos, 5% 
(cinco por cento) do capital social, sejam apontados atos 
violadores da lei ou do estatuto, ou haja fundada suspeita de graves 
irregularidades praticadas por qualquer dos órgãos da companhia; 
f. as restrições de sigilo não se aplicam às autoridades 
fazendárias, no exercício da fiscalização do pagamento de 
impostos, nos termos estritos das respectivas leis especiais (art. 
1.193, do CC); 
g. Súmula 439 do STF: “Estão sujeitos a fiscalização tributária ou 
previdenciária quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos 
pontos objeto da investigação”. 
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EFICÁCIA PROBATÓRIA DOS LIVROS E FICHAS: 
⇒ Prova contra: os livros e as fichas provam contra o 
empresário e as sociedades a que pertencem; 
⇒ Prova a favor: os livros e as fichas devem estar 
confirmados por outros subsídios (deve haver outras 
provas!). 
CC: 
“Art. 226. Os livros e fichas dos empresários e sociedades provam 
contra as pessoas a que pertencem, e, em seu favor, quando, 
escriturados sem vício extrínseco ou intrínseco, forem confirmados 
por outros subsídios. 
Parágrafo único. A prova resultante dos livros e fichas não é 
bastante nos casos em que a lei exige escritura pública, ou escrito 
particular revestido de requisitos especiais, e pode ser ilidida pela 
comprovação da falsidade ou inexatidão dos lançamentos.” 
CONSEQUÊNCIAS DE IRREGULARIDADE NA ESCRITURAÇÃO: 
⇒ não poderá valer-se da eficácia probatória que o art. 
226, do CC, confere aos livros empresariais (A FAVOR DO 
EMPRESÁRIO); 
⇒ constitui crime falimentar (art. 178, da Lei de Falências) 
e a falência será considerada fraudulenta. 
Agora, trouxe um ADENDO especial para você! Quem sabe o CESPE não 
se inspira em alguma dessas matérias na sua prova?! 
AULA 01 - ADENDO 
Competência constitucional para legislar sobre 
Direito Comercial. Teoria da empresa “versus” 
teoria dos atos de comércio. Revogação 
apenas da Primeira Parte do Código Comercial 
de 1850. 
1. COMPETÊNCIA DA UNIÃO 
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É da União a competência privativa para legislar sobre Direito 
Comercial (art. 20, inciso I, da CF). 
CF: 
“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, 
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;” 
2. TEORIA DA EMPRESA “VERSUS” TEORIA DOS ATOS DE COMÉRCIO 
Algumas das distinções a seguir já caíram em provas mais antigas de 
algumas bancas, sendo que a COPS/UEL cobrou esse assunto em 2007 (ver 
questão no 2). 
Veja bem como era a revogada teoria dos atos de comércio: 
a. antes do Código Civil de 2002, os atos de comércio eram 
enumerados em uma lista (ex.: práticas de operações de 
câmbio, banco e corretagem eram consideradas atos de 
comércio); 
b. o praticante de atos de comércio era considerado comerciante 
ou sociedade comercial; 
c. as exceções eram também expressamente listadas (ex.: 
prestadores de serviço e negociadores de imóveis, etc.). 
Agora, a atual teoria da empresa: 
a. pelo Código Civil de 2002, os critérios para caracterizar o 
que é atividade empresarial estão genericamente previstos em 
lei (art. 966, caput, do CC), ou indicados expressamente, 
como é o caso das sociedades por ações (S/A e C/A), que 
serão sempre sociedades empresariais, independentemente do 
objeto (art. 982, segunda parte do parágrafo único, do CC); 
b. os que se enquadram na teoria da empresa são considerados 
empresários ou sociedades empresariais; 
c. as exceções estão previstas genérica ou expressamente em lei 
(arts. 966, parágrafo único, e 982, primeira parte do parágrafo 
único, do CC). 
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CUIDADO: fiquem alertas com relação a questões que 
apresentem as palavras “atos de comércio”! 
! Como vimos, a teoria que levava esse mesmo nome 
(teoria dos atos de comércio) foi revogada pelo art. 
966, caput, do atual CC, de 2002! 
3. A SEGUNDA PARTE DO CÓDIGO COMERCIAL DE 1850 ESTÁ VIGENTE! 
O art. 2.045, do Código Civil de 2002 revogou apenas parcialmente o 
Código Comercial. Ou seja: ainda está em pleno vigor a Segunda Parte do 
Código Comercial de 1850, cujos artigos versam sobre Direito Marítimo. 
A propósito, já vimos questão do Centro de Seleção e de Promoção de 
Eventos (CESPE), órgão que integra a Fundação Universidade de Brasília 
(FUB), exigindo informações a esse respeito, na prova de Exame de Ordem, 
da OAB Nacional, no ano de 2007 (conferir a questãono 32, na parte de 
exercícios comentados). 
CC: 
“Art. 2.045. Revogam-se a Lei no 3.071, de 1o de janeiro de 1916 - 
Código Civil e a Parte Primeira do Código Comercial, Lei no 556, de 25 
de junho de 1850.” 
Na fase seguinte desta aula, verá que há comentários sobre diversas 
questões do CESPE a respeito da matéria de hoje (vide questões nos 1, 2, 
20, 21, 25, 29, 32, 37, 43, 44, 45, 50, 52, 53, 55 e 58)! Também há 
vários exercícios de outras bancas, visando ajudar em seu treinamento, bem 
como um exercício de autoria própria (questão no 31)! 
AULA 01 - EXERCÍCIOS COMENTADOS 
Empresário (2a Parte). Estabelecimento. 
Prepostos e relação com a Atividade 
Empresarial. Obrigação de Escrituração. 
__________________________________________________________ 
IMPORTANTE: na hora da prova, procure entender bem o enunciado e 
procure não se precipitar na conclusão! 
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QUESTÃO 1: CESPE - 2011 - IFB - PROFESSOR - DIREITO 
( ) O empresário individual é a pessoa natural que exerce, em seu próprio 
nome, atividade empresarial, assumindo, pessoalmente, todos os riscos de 
sua atividade. Por essa razão, sendo o empresário individual casado, os bens 
imóveis destinados à sua atividade não podem ser alienados sem a outorga 
do outro cônjuge. 
Comentários: 
Errada. Veja bem que OS IMÓVEIS QUE INTEGREM O PATRIMÔNIO 
DA ATIVIDADE EMPRESARIAL podem ser alienados ou gravados de 
ônus real (ônus sobre os direitos do bem imóvel), SEM necessidade de 
outorga conjugal! 
Explico mais: com isso, a atividade empresarial fica mais fácil de ser 
desenvolvida! 
Lembre-se que essa regra se aplica para qualquer regime de bens! 
CC: 
“Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga 
conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que 
integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.” 
Resposta: Falsa. 
QUESTÃO 2: CESPE - 2012 - MPE-PI - PROMOTOR DE JUSTIÇA 
Assinale a opção correta a respeito de empresa, empresário, estabelecimento 
e locação empresarial. 
a) De acordo com a lei civil, é obrigatória a inscrição, no registro público de 
empresas mercantis, do empresário que desenvolva atividade rural. 
b) O adquirente do estabelecimento responde pelos débitos anteriores à 
transferência, estejam, ou não, tais débitos contabilizados na escrituração. 
c) A natureza jurídica do estabelecimento empresarial é de universalidade de 
direito. 
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d) Em relação ao empresário individual, é possível a desconsideração da 
personalidade jurídica. 
e) Por meio de representação ou assistência, o menor não emancipado pode 
continuar a atividade empresarial exercida por seus pais. 
Comentários: 
Alternativa “A”: errada. Para o explorador de atividade econômica 
rural, a obtenção do REGISTRO DE EMPRESÁRIO é FACULTATIVA! 
CC: 
“Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal 
profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e 
seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas 
Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará 
equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.” 
Alternativa “B”: errada. A responsabilidade do adquirente do 
estabelecimento pelos débitos anteriores à transferência depende de que 
esses estejam REGULARMENTE CONTABILIZADOS. 
CC: 
“Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo 
pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que 
regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo 
solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos 
créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do 
vencimento.” 
Alternativa “C”: errada. Guarde bem esse conceito: o estabelecimento é 
uma UNIVERSALIDADE DE FATO! 
A destinação do complexo de bens dada pelo empresário para o 
exercício da atividade empresarial é que caracteriza esse conjunto de bens 
como estabelecimento. 
Por isso, chama-se UNIVERSALIDADE (complexo de bens) DE FATO
(organizado para exercício da empresa). 
CUIDADO: não confunda a classificação doutrinária de estabelecimento 
com universalidade de direito! 
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26!
CC: 
“Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens 
organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por 
sociedade empresária.” 
Alternativa “D”: errada. Guarde sempre com você: o art. 966, do CC, 
trata do EMPRESÁRIO INDIVIDUAL! Esse empresário é a pessoa física
que exerce atividade empresarial e está sujeito à inscrição prévia no Registro 
Público de Empresas Mercantis da respectiva sede. 
Veja bem que a sociedade possui personalidade jurídica distinta de seus 
sócios! Vamos falar mais sobre ela na próxima aula! E, a possibilidade de 
desconsideração da personalidade jurídica (art. 50, do CC) somente é 
possível para sociedades, JAMAIS PARA EMPRESÁRIO INDIVIDUAL! 
CC: 
“Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público 
de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua 
atividade. 
............................. 
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a 
sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de 
empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. 
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se 
empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.” 
CC: 
“Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo 
desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a 
requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber 
intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas 
relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares 
dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.” 
Alternativa “E”: correta! 
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27!
Lembre-se que necessita de autorização judicial para o incapaz dar 
CONTINUIDADE a atividade empresarial, em três possíveis situações, em 
que a empresa era exercida: 
⇒ por ELE enquanto capaz; 
⇒ por SEUS PAIS; ou 
⇒ pelo AUTOR DE HERANÇA (alguém que deixa herança bens e 
direitos a terceiros). 
Mas, tome muito CUIDADO: para o incapaz ser sócio, o art. 974, § 3o, 
não exige autorização judicial prévia! Veja bem que o CC exige a autorização 
judicial para o exercício de atividade empresarial na qualidade de 
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL! 
CC:“Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou 
devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele 
enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. 
§ 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após 
exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da 
conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo 
juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do 
interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros. 
§ 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz 
já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que 
estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que 
conceder a autorização. 
§ 3o O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas 
Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais 
de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, 
de forma conjunta, os seguintes pressupostos: 
I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; 
II – o capital social deve ser totalmente integralizado; 
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o 
absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes 
legais.” 
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28!
Resposta: Alternativa “E”. 
QUESTÃO 3: COPS/UEL - 2011 - PGE/PR - PROCURADOR DO ESTADO DO PARANÁ 
OBS.: A COPS/UEL ANULOU 4 QUESTÕES DESSA PROVA, INCLUSIVE ESTA, QUE ERA 
A QUESTÃO No 64, CUJA RESPOSTA ANULADA ERA A LETRA “B”. POR ISSO, TIVE QUE 
ACRESCENTAR A ALTERNATIVA “F”! 
Sobre o regime jurídico do empresário no Código Civil de 2002, assinale a 
alternativa correta: 
I - empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica 
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços, sendo 
obrigatória a inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da 
respectiva sede, antes do início de sua atividade. 
II - caso venha a admitir sócios, o empresário individual não poderá ́ solicitar 
ao Registro Público de Empresas Mercantis a transformação de seu registro 
de empresário para registro de sociedade empresária, devendo constituir e 
realizar o registro de nova sociedade. 
III - o empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, deve 
requerer obrigatoriamente a inscrição no Registro Público de Empresas 
Mercantis da respectiva sede. 
IV - o Registro Público de Empresas Mercantis deverá registrar contratos ou 
alterações contratuais de sociedade que envolva sócio absolutamente 
incapaz, desde que o capital social da sociedade esteja totalmente 
integralizado e que, o incapaz, devidamente representado, não exerça 
administração da sociedade. 
V - o empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema 
de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de 
seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar 
anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. 
Alternativas: 
a) as alternativas II, III e V estão corretas; 
b) as alternativas II, III e IV estão corretas; 
c) as alternativas I, II e V estão corretas; 
d) as alternativas II, IV e V estão corretas; 
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29!
e) todas as alternativas estão corretas. 
f) as alternativas I, II, IV e V estão corretas. 
Comentários: 
Item “I”: correta. Essa proposição corresponde ao art. 966, caput, do 
CC! 
CC: 
“Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente 
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de 
bens ou de serviços.” 
Item “II”: correta. Sobre a transformação do registro de 
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL EM SOCIEDADE, ela é possível de acordo 
com o art. 968, do CC! 
Para complementar o comentário, veja também que o registro de uma 
SOCIEDADE EMPRESÁRIA ser transformado em registro de 
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL e, até mesmo, para o de EMPRESA 
INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA (EIRELI)! 
CC: 
“Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento 
que contenha: 
I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o 
regime de bens; 
II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa; 
III - o capital; 
IV - o objeto e a sede da empresa. 
§ 1o Com as indicações estabelecidas neste artigo, a inscrição será 
tomada por termo no livro próprio do Registro Público de Empresas 
Mercantis, e obedecerá a número de ordem contínuo para todos os 
empresários inscritos. 
§ 2o À margem da inscrição, e com as mesmas formalidades, serão 
averbadas quaisquer modificações nela ocorrentes. 
§ 3o Caso venha a admitir sócios, o empresário individual poderá 
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solicitar ao Registro Público de Empresas Mercantis a transformação
de seu registro de empresário para registro de sociedade 
empresária, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 
1.115 deste Código. 
§ 4o O processo de abertura, registro, alteração e baixa do 
microempreendedor individual de que trata o art. 18-A da Lei 
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, bem como 
qualquer exigência para o início de seu funcionamento deverão ter 
trâmite especial e simplificado, preferentemente eletrônico, opcional 
para o empreendedor, na forma a ser disciplinada pelo Comitê para 
Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da 
Legalização de Empresas e Negócios - CGSIM, de que trata o inciso III 
do art. 2o da mesma Lei. 
§ 5o Para fins do disposto no § 4o, poderão ser dispensados o uso da 
firma, com a respectiva assinatura autógrafa, o capital, requerimentos, 
demais assinaturas, informações relativas à nacionalidade, estado civil 
e regime de bens, bem como remessa de documentos, na forma 
estabelecida pelo CGSIM. 
............................... 
“Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer: 
................................ 
IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de 
cento e oitenta dias; 
................................. 
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio 
remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as 
cotas da sociedade sob sua titularidade, requeira, no Registro Público 
de Empresas Mercantis, a transformação do registro da sociedade 
para empresário individual ou para empresa individual de 
responsabilidade limitada, observado, no que couber, o disposto nos 
arts. 1.113 a 1.115 deste Código” 
Item “III”: errada. O registro de empresário é facultativo nos casos de 
exercente de atividade rural, seja ele pessoa física ou jurídica. Isso costuma 
cair para pegar candidatos! O registro só é obrigatório se a atividade 
econômica a ser explorada não for de natureza rural! 
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CC: 
“Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal 
profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 
e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de 
Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de 
inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito 
a registro. 
........................................ 
Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de 
atividade própria de empresário rural e seja constituída, ou 
transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária, 
pode, com as formalidades do art. 968, requerer inscrição no 
Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso em 
que, depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à 
sociedade empresária.” 
Item “IV”: correta. Trata-se da hipótese do art. 974, § 3o, do CC, que 
trata de alteração de atos de constituição da sociedade que possui sócio 
incapaz! 
Essa questão é muito importante! Explico: as bancas podem tentar 
enganar o candidato, pois, NO CASO DESSE PARÁGRAFO, O CC NÃO 
EXIGE A PRÉVIA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL! 
CC: 
“Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou 
devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele 
enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. 
§ 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após 
exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da 
conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo 
juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do 
interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros. 
§ 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz 
já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que 
estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que 
conceder a autorização. 
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§ 3o O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das 
Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações 
contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que 
atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: 
I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da 
sociedade; 
II – o capital social deve ser totalmente integralizado; 
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o 
absolutamente incapaz deve ser representado por seus 
representantes legais.” 
Item “V”: correta. A banca utilizou a regra do art. 1.179, caput, do CC, 
como alternativa da questão! 
CC: 
“Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são 
obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, 
com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência 
com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço 
patrimonial e o de resultado econômico.” 
Resposta: Alternativa “F”. 
QUESTÃO 4: COPS/UEL - 2007 - PGE/PR - PROCURADOR DO ESTADO DO 
PARANÁ 
Para a definição do âmbito de incidência e aplicabilidade do Direito 
Empresarial, aplica-se: 
I. A teoria dos atos de comércio, conforme tradicionalmente definida em lei, 
doutrina e jurisprudência, acrescida da teoria da empresa, conforme o novo 
código civil brasileiro. 
II. A teoria do empresário, conforme o novo código civil brasileiro, acrescida 
da teoria da prática de atos de comércio em massa. 
III. A teoria da empresa, com os contornos definidos pelo novo Código Civil 
Brasileiro, considerado empresário aquela pessoa natural ou jurídica que se 
organiza empresarialmente e está, como regra geral sujeita a poucas 
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exceções, inscrita no Registro Público de Atividades Mercantis de sua 
respectiva sede, antes do início de qualquer atividade. 
Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas: 
a) Todas as afirmativas estão corretas. 
b) Apenas a afirmativa III está correta. 
c) Todas as afirmativas estão incorretas. 
d) Apenas a afirmativa I está correta. 
e) Apenas a afirmativa II está correta. 
Comentários: 
Itens “I” e “II”: errados. 
Veja bem como disse no Adendo de hoje, TEORIA DOS ATOS DE 
COMÉRCIO foi revogada, e tinha as seguintes características: 
⇒ antes do Código Civil de 2002, os atos de comércio eram 
enumerados em uma lista (ex.: práticas de operações de câmbio, 
banco e corretagem eram consideradas atos de comércio); 
⇒ o praticante de atos de comércio era considerado comerciante ou 
sociedade comercial; 
⇒ as exceções eram também expressamente listadas (ex.: 
prestadores de serviço e negociadores de imóveis, etc.). 
Agora, está em vigor a atual TEORIA DA EMPRESA: 
⇒ pelo Código Civil de 2002, os critérios para caracterizar o que é 
atividade empresarial estão genericamente previstos em lei (art. 
966, caput, do CC), ou indicados expressamente, como é o caso das 
sociedades por ações (S/A e C/A), que serão sempre sociedades 
empresariais, independentemente do objeto (art. 982, segunda parte 
do parágrafo único, do CC); 
⇒ os que se enquadram na teoria da empresa são considerados 
empresários ou sociedades empresariais; 
⇒ as exceções estão previstas genérica ou expressamente em lei (arts. 
966, parágrafo único, e 982, primeira parte do parágrafo único, do 
CC). 
CUIDADO: fiquem alertas com relação a questões que 
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apresentem as palavras “atos de comércio”! 
! Como vimos, a teoria que levava esse mesmo nome (teoria 
dos atos de comércio) foi revogada pelo art. 966, caput, do 
atual CC, de 2002! 
Item “III”: correto. Vejamos algumas exceções de pessoas que não 
devem obter registro empresarial, embora possam estar explorando atividade 
econômica com características empresariais: 
a. exercente de atividade rural (pessoa física ou jurídica): não 
é obrigado a obter registro empresarial! Após o registro 
empresarial passará a ser considerado empresário rural individual
ou sociedade empresária (art. 971, do Código Civil); veja bem que, 
nesse caso, trata-se de uma opção da lei ao exercente da atividade 
rural! Então, para esses, não é obrigatória a adoção do regime 
empresarial, é apenas facultativa! 
b. Sociedade cooperativa: nunca será empresarial, sempre será 
sociedade simples, independentemente do objeto (art. 982, última 
parte do parágrafo único, do CC); e 
c. Sociedade de advogado: é sempre sociedade civil (não 
empresarial) pois está excluída do registro empresarial, por 
interpretação dos arts. 15, caput, e 16, § 3o, do Estatuto da Ordem 
dos Advogados do Brasil (Lei no 8.906, de 4 de julho de 1994). 
Resposta: Alternativa “B”. 
QUESTÃO 5: COPS/UEL - 2007 - PGE/PR- PROCURADOR DO ESTADO DO 
PARANÁO estabelecimento comercial: 
a) Tem natureza jurídica de universalidade de fato e é composto de bens, 
direitos e interesses, materiais e imateriais, necessários, úteis, convenientes 
e efetivamente aplicados ao exercício da empresa. 
b) Inclui, no caso do comerciante individual, seus bens pessoais, ainda que 
não aplicados ao exercício da empresa. 
c) Sua alienação é incondicionada e, ao teor da lei, pode ser livremente 
realizada, bastando para tanto, em qualquer hipótese, a só vontade do 
respectivo titular, seja pessoa natural ou jurídica. 
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d) Pressupõe uma organização funcional e racional dos bens imóveis de 
titularidade do comerciante, o que implica um aumento do respectivo valor e 
do valor do fundo de comércio de cada qual, enquanto tais imóveis estiverem 
reunidos, ainda que sob uso particular do empresário. 
e) As alternativas c e d estão corretas. 
Comentários: 
Alternativa “A”: correta. Como vimos na aula, o estabelecimento é uma 
UNIVERSALIDADE DE FATO, sendo que os bens, direitos e interesses, 
materiais e imateriais organizados para o exercício da atividade 
empresarial estão entre os que podem ser relacionados no rol de bens do 
estabelecimento! 
CC: 
“Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens 
organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por 
sociedade empresária.” 
Alternativa “B”: errada, porque os bens do estabelecimento devem ser 
organizados para a atividade empresarial. 
Alternativa “C”: errada. A realização do contrato de trespasse deve 
obedecer regras previstas no CC. Logo, não é livre a negociação, é 
condicionada! 
Em especial, veja que os credores do negócio são protegidos nesses 
tipos de negociação (arts. 1.144 ao 1.146, do CC). 
CC: 
“Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou 
arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a 
terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou 
da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e 
de publicado na imprensa oficial. 
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o 
seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende 
do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, 
de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua 
notificação. 
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Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo 
pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que 
regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo 
solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto 
aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da 
data do vencimento.” 
Alternativa “D”: errada. O uso dos elementos do estabelecimento devem 
ser reunidos para uso da atividade empresarial! Enquanto estiverem 
sendo aplicados para uso particular do empresário, esses bens não satisfazem 
a condição de bem organizado para a atividade empresarial! 
Alternativa “E”: errada, pois as letras “C” e “D” estão incorretas. 
Resposta: Alternativa “A”. 
QUESTÃO 6: COPS/UEL - PREFEITURA DE LONDRINA - AUDITOR FISCAL DE 
TRIBUTOS 
( ) A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de 
empresário, se a exercer, não responderá pelas obrigações contraídas, uma 
vez que não cumpriu com a caracterização do empresário. 
Comentários: 
Errada. O CC estabeleceu que o impedimento legal não pode ser uma 
desculpa para gerar prejuízos para terceiros! 
CC: 
“Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria 
de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas.” 
Resposta: Falsa. 
QUESTÃO 7: COPS/UEL - PREFEITURA DE LONDRINA – AUDITOR FISCAL DE 
TRIBUTOS 
( ) É facultado aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com 
terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de 
bens, ou no da separação obrigatória. 
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37!
Correta. Essa proposição está perfeita em relação ao disposto no art. 
977, do CC! 
Fique tranquilo que iremos falar bastante sobre sociedades nas próximas 
aulas. Mas, desde já, peço que guarde que existem exceções para se formar 
SOCIEDADE ENTRE CÔNJUGES é: 
⇒ Não ser casado no regime de comunhão universal de bens; ou 
⇒ Não ser casado no regime de separação obrigatória. 
CC: 
“Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com 
terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão 
universal de bens, ou no da separação obrigatória.” 
Resposta: Verdadeira. 
QUESTÃO 8: ESAF - 2009 - RECEITA FEDERAL - AUDITOR-FISCAL - PROVA 1 
A respeito do empresário individual no âmbito do direito comercial, marque a 
opção correta. 
a) O empresário individual atua sob a forma de pessoa jurídica. 
b) Da inscrição do empresário individual, constam o objeto e a sede da 
empresa. 
c) O analfabeto não pode registrar-se como empresário individual. 
d) O empresário, cuja atividade principal seja a rural, não pode registrar-se 
no Registro Público de Empresas. 
Comentários: 
Alternativa “A”: errada. Como apontamos na aula demonstrativa, é 
equivocado dizer que empresário individual atua sob a forma de pessoa 
jurídica. O empresário individual sempre será uma pessoa física. 
Alternativa “B”: correta. O pedido de inscrição de empresário deve 
informar, dentre outros requisitos, o objeto e a sede da empresa (art. 968, 
inciso IV, do CC). 
CC: 
“Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento 
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38!
que contenha: 
I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o 
regime de bens; 
II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa; 
III - o capital; 
IV - o objeto e a sede da empresa.” 
Alternativa “C”: errada. Os ANALFABETOS NÃO SÃO CONSIDERADOS 
INCAPAZES (arts. 3o e 4o, do CC), por isso podem praticar atividades 
empresariais (art. 972, do CC). 
CC: 
“Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem 
em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.” 
Alternativa “D”: errada. No caso, o explorador de atividade rural
PODE obter se registro de empresário em cartório de registro empresarial. 
Lembre-se que se trata de uma faculdade do explorador de atividade rural. 
Após o registro, passa a ser considerado empresário, para os efeitos legais. 
CC: 
“Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal 
profissão, pode, observadas as formalidades

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