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SEMANA 9 - PRATICA SIMULADA II

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA 1ª VARA DO TRABALHO DE BOA ESPERANÇA 
Autos do Processo nº.: RT nº 1234/2010
BANCO FINANÇAS S/A, já qualificado, nos autos da RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, que tramita pelo rito ordinário, movida por KELLY AMARAL, por seu advogado com endereço profissional ___________________, CEP_________, vem , perante V. Exª, apresentar sua 
CONTESTAÇÃO
com base nos fatos e fundamentos que passa a expor: 
DO MÉRITO
. DA PREJUDICAL DE MÉRITO
- PRESCRIÇÃO QUINQUENAL
O Reclamante alega na petição inicial que o seu vínculo de emprego com a empresa Reclamada durou de 08/04/2002 a 15/07/2009. Cumpre ressaltar, que o Reclamante ajuizou a presente demanda no dia 13/09/2010. 
O art. 7º, XXIXX da CRFB/88 estabelece que o empregado só terá direito a pleitear em juízo o crédito proveniente do contrato de trabalho dos últimos 5 anos.
Ocorre o Reclamante pleiteia créditos por um período muito maior que este. Assim, deverá V. Exª reconhecer a prescrição quinquenal, declarando prescritas as parcelas anteriores a 13/09/2005.
DOS FATOS
. Procure narrar os fatos seguindo a ordem cronológica dos acontecimentos; Mencione as datas; elas são importantíssimas;
DOS FUNDAMENTOS 
- DAS HORAS EXTRAS E REFLEXOS
A Reclamante alega ter trabalhado por todo o liame empregatício das 9 h às 20 h, de segunda-feira a sexta-feira, com 30 minutos de intervalo para alimentação. Em função disso, teria direito ao pagamento de horas extras e seus reflexos. 
Considerando-se que os documentos anexados pela Reclamada demonstram que a Reclamante exercia a função de gerente geral da agência, sem sujeição a controle de jornada, deve-se aplicar o disposto no art. 62, II, da CLT, o qual assevera que não são abrangidos pelo regime previsto no capítulo relativo à jornada de trabalho estabelecido na CLT os empregados que exerçam cargo de confiança, incompatível com a fixação de horário de trabalho. 
Além do mais, a Reclamante recebia gratificação de função superior a 40% do seu salário, o que corrobora com a afirmativa acima de que a Reclamante exercia cargo de gerência, conforme preceitua o p. único do art. 62 da CLT c/c S. 287 do TST.
- DA ALTERAÇÃO CONTRATUAL (SUPRESSÃO DO AUXÍLIO EDUCAÇÃO)
A Reclamante alega que sempre recebeu, por força de normas coletivas, o auxílio educação, para custear as despesas com a educação de seus dependentes. 
As normas previstas nas Convenções Coletivas de Trabalho (CCT), têm validade temporal, não importando em alteração lesiva a supressão de benefícios dela advindos e não previstos em norma coletiva posterior, conforme orientação da S. 277 do C. TST.
A Teoria da Aderência Limitada pelo Prazo, estabelece que o direto da Reclamante se esgotou com o advento do término da vigência da convenção coletiva de trabalho de 2006/2007, haja vista não ter sido renovado este benefício nas normas coletivas posteriores.
- DA ESTABILIDADE
A Reclamante também alega que tem estabilidade de emprego, tendo em vista que exercia cargo de delegado sindical de representação obreira. Ocorre que o delegado sindical não é detentor de estabilidade sindical, por falta de representatividade eletiva, de acordo com a OJ nº 369 do TST.
- DA QUEBRA DE CAIXA
A Reclamante alega que faria jus ao recebimento da parcela de quebra de caixa, com a devida integração ao salário com os reflexos legais.
A atividade exercida pela Reclamante, não enseja a percepção da parcela pleiteada. A atividade de gerente geral da agência não denota a possibilidade de ensejar erro involuntário de contagem de cédulas, dado o manuseio constante de dinheiro.
Com efeito, não há para a Reclamante maior responsabilidade que se exija do empregado que realiza cotidianamente a contagem de valores em dinheiro.
 
- DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL
A Reclamante também alega que faz jus a isonomia salarial com o Sr. Osvaldo Maleta, tendo em vista que o paradigma em questão exerce desde janeiro e 2008 função de gerente geral para o mesmo empregador cujo salário superava R$ 8.000,00, além da gratificação de 45%.
O funcionário apontado como paradigma, Sr. Osvaldo Maleta, é funcionário readaptado funcionalmente por causas previdenciárias. Acontece que funcionário readaptado por motivos previdenciários, não serve como modelo para efeito de equiparação salarial, conforme art. 461, § 4º da CLT. 
- DAS FÉRIAS VENCIDAS
A Reclamante alega que tem direito ao recebimento das férias do período 2007/2008. Ocorre que a própria Reclamante alega ter se retirado de licença remunerada por 32 dias.
A licença remunerada superior a 30 dias no período aquisitivo elimina o direito as férias do mesmo período, inteligência do art. 133, II da CLT.
- DO DANO MORAL
A Reclamante alega fazer jus ao dano moral. Acontece que o dano que supostamente fora experimentado pela Reclamante tem natureza patrimonial, ensejando em reparação financeira.
Em momento algum, restou configurado o dano moral, haja vista que a indenização pressupõe lesão efetiva. Valentin Carrion entende que o dano moral e aquele que atinge os direitos da personalidade, sem valor econômico, tal como a dor mental, psíquica ou física.
- DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
O advogado da Reclamante não faz jus aos honorários advocatícios, pois na justiça do trabalho a assistência judiciária a que se refere a Lei nº 1.060/50 será prestado pelo sindicato profissional a que pertence o trabalhador, sendo devida a todo aquele que perceber salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, conforme art. 14, caput e § 1ª da Lei nº 5.584/70, e Súmulas 219 e 329 do TST.
DO PEDIDO
 Diante do exposto, requer:
 
1) seja pronunciada a prescrição quinquenal dos créditos pleiteados pelo Reclamante, declarando prescritas todas verbas anteriores ao marco prescricional que deverá ser fixado em 13/09/2005;
2) a improcedência dos pedidos do Reclamante, ante a falta de fundamentação que lhe dê sustento.
DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude do artigo 332 do CPC, em especial: documental, documental superveniente e depoimento pessoal do Reclamante.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Local e data
 Advogado
 OAB

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