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2018516_15254_APOSTILA - Legislação Tributária - postar no Totvs

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LEGISLAÇÃO 
 
TRIBUTÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instituição: UNIS - 2018 
Curso: Comércio Exterior 
Disciplina: Legislação Tributária 
 
 
 
 
 
 
 
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Atividade Financeira do Estado: 
 
 
Conceito de Estado de Direito: 
 
 Para analisar a atividade financeira do Estado, devemos entender o que é Estado. 
 
 Estado é formado por três elementos: povo, território e governo: 
 
• Povo: conjunto de pessoas nacionais do país; 
• Território: é a base física que contém o povo e sobre ele incide o conjunto de leis 
denominado ordenamento jurídico; 
• Governo: poder de gerir os elementos; poder: é a capacidade de impor aos outros, 
determinado tipo de conhecimento. 
 
Em síntese, Estado é o conjunto de cidadãos que vivem em determinado território (espaço 
físico e geográfico), escolhendo ser governado por quem passará a deter o poder (isto forma o 
Estado). 
 
A finalidade do Estado será utilizar este poder com o objetivo principal de realização do 
bem comum. 
 
Do poder coercitivo do Estado (poder de exigir o cumprimento da lei), surge a distinção 
principal entre: 
• o Direito Público: rege a supremacia do interesse coletivo sobre o particular, 
visando a realização do bem comum; e 
• o Direito Privado: rege a relação entre os particulares e considera a disposição de 
vontade do indivíduo. 
 
O Estado de Direito é a sociedade civil política e juridicamente organizada, ou seja, 
governantes e governados devem estar sujeitos à lei, estabelecendo a tripartição do Poder em 
Legislativo, Executivo e Judiciário. 
 
Ao Legislativo deve caber a elaboração das leis. Ao Executivo cabe realizar as ações 
necessárias para que a sociedade possa atingir os fins a que se propõe na Constituição Federal 
(Ex: direito à vida, à segurança, à saúde, à liberdade, à propriedade). Já ao Judiciário cabe dirimir 
as controvérsias surgidas na aplicação da lei ao caso concreto. 
 
Em razão da necessidade de obtenção de recursos para realização do bem comum, o 
Estado tem como objetivo o exercício da atividade financeira, na qual, por seu poder coercitivo 
sobre o particular, arrecada, administra valores e estabelece despesas. 
 
A atividade financeira exercida pelo Estado, composta por arrecadação, gestão e despesas 
era regulada pelo Direito Financeiro, pertencente ao Direito Administrativo. Hoje, em razão do 
complexo sistema de arrecadação e o aumento da carga tributária suportada pelos contribuintes, 
a atividade financeira exercida pelo Estado é regulada pelo Direito Tributário. 
 
 
Arrecadação da receita pública: 
 
 Ressalte-se que o Estado possui diversas fontes de arrecadação, que são: 
 
 
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• receita originária: oriunda do próprio patrimônio do Estado (imóveis, empresas 
estatais, exploração de recursos naturais, etc); 
 
• receita derivada: advinda do patrimônio de terceiros (particulares), que se 
subdivide em: 
 
� derivada de contrato: Ex. título da dívida pública. O Estado busca 
recursos por meio de contratos celebrados com os particulares, sendo que, 
nestes contratos é prevista a devolução do valor contratado, inclusive com 
o acréscimo de rendimentos; 
 
� derivada de soberania: os recursos são captados no patrimônio dos 
particulares, pela imposição do Estado que exerce seu poder soberano, 
sem considerar a disposição de vontade do contribuinte. Os valores dessa 
forma de arrecadação não são devolvidos diretamente ao contribuinte, mas 
são convertidos em obras e serviços públicos. 
 
 
 
Para se analisar se a arrecadação/receita é originária ou derivada, devemos verificar o 
seguinte: 
 
• A forma de arrecadação do Estado ou de onde surgiu a arrecadação (receita), 
ou seja, se foi decorrente do próprio patrimônio ou do patrimônio de terceiro; 
 
• Se existe a livre disposição de vontade da parte que disponibiliza o valor para 
arrecadação (receita) do Estado OU se existe a imposição do Estado para se 
fazer a contribuição para receita do Estado (lei); 
 
• Se existe a devolução direta à pessoa que disponibilizou o dinheiro para a 
arrecadação (receita) do Estado. 
 
 
 
Receita Pública: 
 
Receita Pública corresponde a toda entrada de recursos monetários, seja por arrecadação 
de tributos (variação positiva no patrimônio), seja pela obtenção de empréstimos 
(endividamento) que consiste em permuta de valores (troca de dinheiro por obrigação prestada), 
neste caso não havendo variação no patrimônio líquido. 
 
A receita pública classifica-se em: 
 
• receita corrente: a que produz variação positiva no patrimônio líquido. Ex: arrecadação 
de tributos; recebimentos de dividendos de empresas estatais; 
 
• receita de capital: a que corresponde a permuta de valores ativos e passivos. Ex: 
operação de crédito (tomadas de empréstimos públicos ou privados), alienação de bens 
(venda de controle acionário de empresas estatais privatizadas, venda de imóveis). 
 
Para se analisar o tipo de receita, deve-se verificar se a entrada de numerário (valores) 
produziu ou não variação positiva no patrimônio do Estado. 
 
 
 
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Despesas Públicas: 
 
 Despesa pública corresponde a toda saída de numerário, seja por uma variação negativa 
no patrimônio líquido, seja por fato que simplesmente permuta valores (não altera o patrimônio 
líquido). 
 
 A despesa pública classifica-se em: 
 
• despesas correntes: as que produzem variação negativa no patrimônio líquido, ou seja, 
redução de valor do ativo. Ex: despesas de custeio (pagamento de pessoal civil e militar, 
de material de consumo, etc); 
 
• despesas de capital: as que representam simples permuta de valores do ativo. Ex: 
investimentos (obras públicas, equipamentos e instalações, aquisição de imóveis, 
concessão de empréstimos, etc). 
 
Para se analisar o tipo de despesa, deve-se verificar se a saída de numerário (valores) 
produziu ou não variação negativa no patrimônio do Estado. 
 
 
 
Conceito de Direito Tributário: 
 
 O Direito Tributário é o ramo de Direito especificamente criado para reger o sistema de 
arrecadação de receita derivada de soberania (tributos) e não fazem parte dele as demais 
formas de receita do Estado. 
 
 Portanto, pode-se definir Direito Tributário como o conjunto de princípios e normas 
jurídicas (leis) que regem as relações jurídicas entre o Estado e o particular (contribuinte), 
relativas a instituição e arrecadação dos tributos. 
 
 
 
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA: 
 
 Competência é uma atribuição destinada a alguém. Já a competência tributária irá definir 
qual ente federativo (União, estado ou município) será competente para criar, alterar ou extinguir 
determinado tributo. 
 
 A competência tributária irá analisar qual ente federativo poderá dispor sobre o tributo. 
Ex: o IR e o IPI a competência tributária é da União; o ICMS a competência tributária é do 
estado; o ISS a competência tributária é do município. 
 
 
 
Limitação do Poder de Tributar: 
 
 A CF/88 dá poderes ao Executivo para arrecadar tributos a fim de custear as atividades 
que deve desempenhar. 
 
 Contudo, este poder não é absoluto, pois, a própria CF/88 impõe limites ao poder de 
tributar do Executivo por meio de princípios e normas próprias (leis). 
 
 
 
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Princípios Constitucionais Tributários: 
 
 Os princípios são os fundamentos do ordenamento jurídico e prevalecem sobre todas as 
demais leis. Estas leis só têm validade se estiverem de acordo com os princípios. 
 
 O art. 150, da CF/88, estabelece a limitação ao poder de tributar, sendo uma das 
garantias fundamentais do contribuinte. 
 
 “Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado á 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:”Princípio da Legalidade: 
 
 “I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;” 
 
 Deve-se verificar que o princípio fala em LEI (fonte principal), e não decreto, 
portaria, instrução normativa, etc (fontes secundárias). 
 
 O aumento de tributo pode se dar não só pela elevação da alíquota, mas também, 
pela ampliação da base de cálculo (o que deve ser feito apenas através de lei). 
 
 
 Princípio da Isonomia Tributária (igualdade): 
 
 “II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em 
situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função 
por eles exercidas, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou 
direitos;” 
 
 Esse princípio estabelece a obrigatoriedade do agente arrecadador de tratar 
igualmente os contribuintes que se encontrem em situação econômica equivalente, assegurando a 
tributação de acordo com a capacidade do sujeito passivo de contribuir, e realizando dessa forma 
a tributação com justiça social. 
 
 Os tributos direitos que incidem sobre a propriedade e a renda, devem respeitar a 
capacidade econômica do sujeito passivo, ou seja, incidir de acordo com o valor da propriedade e 
faixa de renda do contribuinte. 
 
 Os tributos indiretos que incidem sobre a produção e a venda de bens ou serviços 
são repercutidos no preço, ou seja, são calculados e repassados para o preço final (o 
contribuinte/consumidor indiretamente paga tributo). Assim, há um contribuinte direto (“de 
direito”) que responde pelo recolhimento do tributo e um contribuinte indireto (consumidor) (“de 
fato”) que suporta a carga tributária embutida no preço, não importando sua capacidade 
econômica. 
 
 
 Princípio da essencialidade: 
 
 Nos casos dos tributos indiretos, este princípio estabelece a tributação de acordo 
com a necessidade de consumo básico dos produtos. 
 
 Quanto mais essencial um produto, menor é a tributação que ele sofre e, quanto 
menos essencial, ou seja, mais supérfluo, maior é a tributação que sobre ele incide. 
 
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 Exemplo: alimentos sofrem pouco ou nenhuma tributação, enquanto cigarros, 
perfumes, cosméticos são tributados com alíquotas mais altas. 
 
 Entretanto a CF/88 estabeleceu que deveria ser observado este princípio da 
essencialidade do produto como obrigatória no IPI e facultativa no ICMS, ou seja, em relação à 
produção dos produtos deve-se seguir este princípio da essencialidade, porém, para tributação 
sobre a circulação do produto e serviços, o órgão arrecadador não precisará seguir a regra da 
essencialidade para estabelecer a alíquota do tributo. 
 
 
 Princípio da Irretroatividade Tributária: 
 
 “III – cobrar tributos: 
 
 a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da 
lei que os houver instituído ou aumentado;” 
 
 A lei tributária aplica-se aos fatos geradores que ocorrerem após sua entrada em 
vigor. Não pode retroagir para alcançar “fatos geradores” já ocorridos na vigência de lei anterior 
ou se não existia lei. 
 
 
 Princípio da Anterioridade: 
 
 “b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os 
instituiu ou aumentou;” 
 
 Assim, em regra, para instituir um tributo ou aumentá-lo para o exercício 
financeiro de 2019, a lei deverá ser promulgada/publicada até, no máximo, 31 de dezembro de 
2018. 
 
 Na anterioridade do exercício financeiro, para que a criação ou aumento de um 
tributo tenha validade, ele deverá ser criado/aumentado no exercício financeiro (ano) anterior à 
pretensão de sua validade para cobrança. 
 
 Exceção: 
 
 No entanto, a própria CF/88 estabelece uma exceção ao princípio da anterioridade 
do exercício financeiro, relacionada a disciplina estudada, qual seja: 
 
 a) Alteração de alíquota – impostos federais: 
 
 “Art. 153 ..... 
 
 § 1º. É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites 
estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.” 
 
 As alíquotas referidas no artigo acima, que estabelece a exceção ao princípio da 
anterioridade são: I – Importação (II); II – Exportação (IE); IV – Produtos Industrializados (IPI); 
V – Sobre Operações Financeiras (IOF). 
 
 Portanto, as alíquotas destes tributos acima descritos, podem ser criadas ou 
aumentadas e entrar em vigor (ser cobrada) no mesmo exercício financeiro em que foi criada a 
lei que aumentou sua alíquota, desde que respeitada a anterioridade nonagesimal. 
 
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“c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que 
os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)” 
 
 Esta regra delimita o prazo mínimo de 90 (noventa) dias (chamada anterioridade 
nonagesimal) para início da cobrança do novo tributo (seja aumentado ou criado), no qual, 
publicada a lei que criou ou aumentou o tributo, esta nova regra de cobrança deverá valer após 
decorrido o prazo de 90 dias, contado a partir da publicação da lei. 
 
 Se a lei que instituiu a Cofins é alterada, através de outra lei, aumentado a 
alíquota, deverá ser respeitado o prazo de 90 dias para início da incidência da nova alíquota (ou 
seja, esperar 90 dias para vigência da nova lei que criou ou aumentou o tributo). 
 
 Ex: a lei foi publicada a lei em 14.03.2018 aumentando a alíquota da Cofins; 
deveria aguardar até 12.06.2018 para entrar em vigor (nonagesimal), podendo a partir desta data 
cobrar as novas alíquotas, CONTUDO, deverá resguardar o princípio do exercício financeiro 
posterior, ou seja, poderá ser cobrado apenas a partir do dia 01.01.2019 (exercício financeiro 
posterior ao da criação/publicação da lei). 
 
 Esta regra fala como mínimo 90 (noventa) dias, podendo ter prazo maior que 90 
dias para entrada em vigor da lei que criou ou aumentou o tributo. 
 
 Exceção: 
 
 No entanto, a própria CF/88 estabelece uma exceção ao princípio da anterioridade, 
relacionada a disciplina estudada, qual seja: 
 
• Esta regra não se aplica ao aumento das alíquotas dos seguintes impostos: 
II – Importação; IE – Exportação; IOF - Sobre Operações Financeiras; IR – Imposto de Renda; 
não se aplica também para alteração nas bases de cálculo de IPTU e IPVA. 
 
 Portanto, as alíquotas destes tributos acima descritos, podem ser criadas ou 
aumentadas e entrar em vigor (ser cobrada) sem respeitar/sem aguardar o prazo de 90 dias, 
contudo, deverá respeitar a anterioridade do exercício financeiro, ou seja, não precisa 
aguardar o prazo de 90 dias após a sua criação/publicação, porém, entrará em vigor no 
exercício financeiro, DESDE QUE TAMBÉM NÃO SEJA EXCEÇÃO DA 
ANTERIORIDADE DO EXERCÍCIO FINANCEIRO. 
 
 
 Princípio da Reserva de Lei Complementar: 
 
 A CF/88 reservou para a lei complementar, exclusivamente, o poder de dispor 
sobre normas gerais em matéria de legislação tributária (art. 146, CF/88), destacando-se as 
seguintes: 
 
a) regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; 
b) definição de tributos e suas espécies; 
c) fato gerador, base de cálculo e contribuinte dos impostos; 
d) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários. 
 
A lei complementar em matéria de legislação tributária no Brasil é o Código 
Tributário Nacional – CTN (Lei nº 5.172/66) com as alterações da Lei Complementar - LC nº 
104/2001. 
 
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 Princípio de Lei para Renúncia Fiscal: 
 
 “§ 6º. Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de 
crédito presumido, anistia ou remissão, relativo a impostos, taxas ou contribuições, só poderá 
ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente 
as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição,sem prejuízo do 
disposto no art. 155, § 2º, XII, g.” 
 
 A renúncia fiscal, ou seja, o Executivo dispensar a arrecadação, parcial ou total, 
de qualquer tributo, só pode ser adotada por lei específica do ente federativo competente para 
instituir (criar) e arrecadar o tributo. 
 
 Exemplo: o governo de Minas Gerais poderá, através de lei, dispensar a 
arrecadação parcial do ICMS (competência tributária), porém, não poderá dispensar a 
arrecadação do IPI ou IRPJ, pois, a competência tributária destes impostos é da União. 
 
 
 Princípio da Imunidade Tributária: 
 
 É uma limitação constitucional ao poder de tributar do Estado, que visa resguardar 
a independência dos entes da federação (União, Estados e Municípios), a liberdade de culto 
religioso, de associação política, sindical, de educação, de assistência social e divulgação 
científica e cultural; todas sem fins lucrativos. 
 
 Este princípio está disposto no art. 150, da CF/88. 
 
 A imunidade refere-se apenas à espécie imposto e não às demais espécies do 
gênero tributo (lembre-se que tributo divide-se em impostos, taxas e contribuições de melhorias). 
 
 
 
Elementos do Tributo: 
 
Fato gerador: 
 
 Fato gerador é a concretização da hipótese de incidência tributária, que gera (faz nascer) a 
obrigação tributária. 
 
 Exemplos de fatos geradores: a) prestar serviços = ISS; b) fazer circular mercadorias = 
ICMS; c) receber renda = IR, etc. 
 
 O CTN define fato gerador nos arts. 114 e 115. 
 
 O fato gerador da obrigação tributária pode ser instantâneo, periódico, complexivo ou 
persistente. 
 
 Fato gerador instantâneo: é o que se concretiza em um único ato. Ex: a venda de um 
imóvel com pagamento a vista é fato gerador do ITBI. 
 
 Fato gerador periódico: é o que, embora possa ocorrer diariamente, a lei determina que o 
montante do tributo seja apurado em determinado período. Ex: a) ICMS = apuração mensal; b) 
IPI = apuração decenal; c) PIS/Cofins = apuração mensal. 
 
 
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 Fato gerador complexivo: é o que depende de uma série de operações para se apurar a 
base de cálculo e o montante do tributo devido. Ex: IRPF = para apurar se o indivíduo realizou o 
fato gerador desse tributo, ou seja, se obteve renda tributável, são necessários cálculos que irão 
determinar a diferença entre as receitas e despesas por ele apreciadas durante o período 
compreendido entre 01 de janeiro a 31 de dezembro de determinado ano. 
 
 Fato gerador persistente: é o constante, que não tem um prazo certo para sua conclusão. 
Ex: fato gerador do ITR; IPTU, IPVA, etc (impostos sobre a propriedade). A propriedade é um 
direito permanente exercido todos os dias, e para este tipo de fato gerador cria-se uma data 
considerando como se tivesse ocorrido o fato gerador para fins de cálculo do tributo devido, 
como por exemplo, a lei fixa o dia 1º de cada exercício financeiro (ano) para ocorrer o fato 
gerador. 
 
 
Fatos geradores e competência nos tributos: 
 
1º) Imposto sobre Exportação - IE: 
� Art. 23, CTN; 
� Competência: da UNIÃO; 
� Fato Gerador: saída de produtos do território nacional para o estrangeiro; 
 
2º) Imposto sobre Importação - II: 
� Competência: da UNIÃO; 
� Fato Gerador: entrada de produtos no território nacional; 
 
2º) Imposto sobre a propriedade territorial rural - ITR: 
� Competência: da UNIÃO; 
� Fato Gerador: a propriedade de imóvel em território rural; 
 
3º) Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana - IPTU: 
� Art. 32, CTN; 
� Competência: dos MUNICÍPIOS; 
� Fato Gerador: a propriedade de imóvel localizado na zona urbana; 
 
4º) Imposto sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos - ITBI: 
� Competência: dos MUNICÍPIOS; 
� Fato Gerador: a transmissão de bens imóveis e de seus direitos entre vivos; 
 
5º) Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza - IR: 
� Art. 43, CTN; 
� Competência: da UNIÃO; 
� Fato Gerador: a renda – aquisição da disponibilidade econômica; 
 
6º) Imposto sobre produtos industrializados - IPI: 
� Art. 46, CTN; 
� Competência: da UNIÃO; 
� Fato Gerador: 1º) desembaraço aduaneiro; 2º) saída do estabelecimento comercial; 
• Submissão: produto submetido a qqer operação que lhe: 1º) modifique a natureza ou a 
finalidade; 2º) aperfeiçoe p/ o consumo; 
 
7º) Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias - ICMS: 
� Art. 53, CTN; 
� Competência: dos ESTADOS; 
� Fato Gerador: a circulação de mercadorias ou serviço; 
 
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8º) Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguros – IOF: 
� Art. 63, CTN; 
� Competência: da UNIÃO; 
� Fato Gerador: a entrega de valores, documentos, emissão da apólice ou qualquer tipo de 
movimentação financeira. 
 
9º) Imposto sobre serviços de transporte e comunicação: 
� Competência: da UNIÃO; 
� Fato Gerador: a prestação de serviços de transporte por qualquer via; 
 
10º) Imposto sobre serviços de qualquer natureza - ISSNQ: 
� Art. 71, CTN; 
� Competência: dos MUNICÍPIOS; 
� Fato Gerador: a prestação de serviços de qqer natureza; 
 
11º) Imposto sobre veículos (propriedade) automotiva – IPVA: 
� Competência: dos ESTADOS; 
� Fato Gerador: a propriedade de veículo automotivo; 
 
12º) Imposto sobre a transmissão “causa mortis” e doação - ITCD: 
� Competência: dos ESTADOS; 
� Fato Gerador: a transmissão de bens imóveis e seus direitos, seja por pessoa física ou 
jurídica, através de herança, partilha ou doação; 
 
13º) COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (contribuição 
social): 
� Competência: da UNIÃO; 
� Fato Gerador: obter faturamento; 
 
14º) PIS – Programa para Integração Social (contribuição social): 
� Competência: da UNIÃO; 
� Fato Gerador: obter faturamento; 
 
15º) INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social (contribuição social): 
� Competência: da UNIÃO; 
Fato Gerador/pessoa jurídica: incidência sobre folha de salários/pagamentos; 
Fato Gerador/pessoa física: recebimento de salário, pagamentos por serviços ou declaração 
autônoma de rendimento para contribuição. 
 
16º) CSL – Contribuição Sobre os Lucros (contribuição social): 
� Competência: da UNIÃO; 
Fato Gerador: existência de lucro na empresa; 
 
 
Base de cálculo: 
 
 É o valor sobre o qual é aplicada a alíquota (percentual) para apurar o valor do tributo a 
pagar. 
 
 A base de cálculo deve ser definida em lei complementar (CTN) - (art. 146, CF/88). Sua 
alteração está sujeita aos princípios da legalidade, da anterioridade e da irretroatividade. 
 
 Assim, a lei complementar (CTN) deve definir com muita clareza os critérios para 
determinação da base de cálculo. 
 
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 Exemplos: 
 
a) Cofins = faturamento mensal, arts. 2º e 3º da Lei nº 9.718/98; 
b) IRPJ = Lucro Real, art. 247 do RIR (Decreto nº 3.000/99). 
 
 
Alíquota: 
 
 É o percentual definido em lei que, aplicado sobre a base de cálculo, determina o 
montante do tributo a ser pago. 
 
 Sua alteração está sujeita aos princípios da legalidade, da irretroatividade e da 
anterioridade (Exceção à regra da anterioridade: o II; IE; IPI e IOF). 
 
 Alíquota específica: consiste em um valor expresso em moeda, estabelecido pela lei, 
principalmente para a aplicação de multas. Ex: 1.000 Ufir. 
 
 Alíquota “ad valorem”: a base de cálculo é expressa em valor monetário, sobre o qual se 
aplica um percentual fixado em lei para determinar o montante do tributo devido. Ex: a) IRPJ = 
15% sobre o lucro real (art. 3º, da Lei nº 9.249/95); b) Cofins = 3% sobre o faturamento (art. 8º 
da Lei nº 9.718/98). 
 
 Alíquota progressiva: consiste na fixação de percentuais crescentes sobre cada faixa de 
valor. Ex: IRPF: 
 
Base de cálculo mensal em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$ 
Até R$ 1.903,98 
- 
- 
De R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65 7,5% R$142,80 
De R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 15,0% R$ 354,80 
De R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 22,5% R$ 636,13 
Acima de R$ 4.664,68 27,5% R$ 869,36 
 
 As alíquotas incidem em cada faixa de rendimento. 
 
 
Montante do tributo: 
 
 Em tese e resumidamente, é o resultado obtido pela aplicação da alíquota sobre a base de 
cálculo. 
 
 Exemplo de forma simples apenas para análise e compreensão: IRPJ sobre o lucro real = 
15%; lucro real de R$ 100.000,00. 
 
15% X R$ 100.000,00 = R$ 15.000,00 
 
 Então, o montante do IRPJ é de R$ 15.000,00. 
 
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Conceito e Elementos da Obrigação Tributária 
 
Conceito: 
 
 Obrigação é a relação jurídica que se estabelece entre um sujeito ativo (credor), que pode 
exigir de um sujeito passivo (devedor) uma prestação de caráter patrimonial (objeto), em virtude 
de uma causa que pode ser a vontade da parte ou da vontade da lei. 
 
 A obrigação cuja causa é a vontade das partes é de direito privado (entre particulares). Já 
a que surge por determinação da lei é de direito público. Ex: Direito Tributário. 
 
 A obrigação tributária tem como causa a lei (“ex lege”). 
 
A obrigação tributária nasce com a ocorrência do fato gerador, estabelecendo uma relação 
jurídica que vincula o sujeito ativo (arrecadador), que pode exigir do sujeito passivo 
(particular/contribuinte) uma prestação patrimonial (dinheiro), em virtude da vontade da lei que 
instituiu o tributo. 
 
 
Obrigação principal e acessória: 
 
 A obrigação principal é o pagamento de tributo. 
 
 A acessória refere-se a deveres administrativos. Por exemplo: inscrever-se no CNPJ; 
emitir documentos fiscais (NF’s); escriturar os livros fiscais e contábeis, preencher guias de 
recolhimento, etc. 
 
 Portanto, o descumprimento da obrigação principal tributária (pagamento do tributo) gera 
penalidades para o devedor/contribuinte, bem como o descumprimento da obrigação acessória 
gera imposição de multa. 
 
 
Sujeito Ativo: 
 
 O sujeito ativo da obrigação tributária, ou seja, o credor, será sempre uma pessoa 
jurídica de direito público (Ex: União, Estado e Município) a quem a Constituição Federal deu 
competência para instituir e cobrar (arrecadar) o tributo. 
 
 Podem ser sujeitos ativos dessa obrigação tributária, a União, os estados, os municípios, o 
distrito federal e suas autarquias, como por exemplo, o INSS. 
 
 
Sujeito Passivo: 
 
 O sujeito passivo da obrigação tributária, ou seja, o devedor, será sempre um 
PARTICULAR (art. 121, do CTN). 
 
 
Contribuinte: 
 
 O contribuinte é a pessoa física ou jurídica que tenha relação pessoal e direta com 
o fato gerador. Ex: proprietário de imóvel urbano – IPTU; proprietário de veículo – IPVA (art. 
121, I, do CTN); prestador do serviço – ISS; pessoa que obtêm renda – IR, e assim por diante. 
 
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 No caso de locação de imóvel, o locador (proprietário) dispõe no contrato que o 
responsável pelo pagamento do IPTU será o locatário (pessoa que aluga) e este deixa de pagá-lo. 
Caso tenha ação de execução fiscal, o município irá cobrar o IPTU do proprietário, porque 
disposição entre particulares não pode ir contra uma Lei Complementar (CTN). 
 
 
Responsável tributário: 
 
 Responsável é a pessoa que a lei escolher para responder pela obrigação tributária, 
em substituição ao contribuinte de fato. 
 
 O responsável não arca com o ônus tributário, que é suportado pelo contribuinte 
de fato. 
 
 Atua como uma espécie de agente arrecadador do Fisco e como seu depositário. 
 
Cabe ao responsável tributário reter e recolher os valores dos impostos 
descontados ou cobradas do contribuinte de fato, ao Fisco, no prazo da lei. 
 
 Exemplos 1: a) Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF); b) IPI cobrado do 
comprador na nota fiscal; c) INSS descontado do empregado, etc. 
 
 Exemplo 2: a empresa contrata serviços profissionais de um autônomo, 
combinando pagar-lhe R$ 2.500,00. 
 
 Em razão deste pagamento, a lei determina que a empresa, responsável tributária, 
desconte o IRRF/INSS devido sobre essa remuneração e repasse ao credor tributário (neste caso 
a União). 
 
 Então, a empresa tomadora do serviço/empregador paga ao prestador de serviços 
(empregado/autônomo) o valor de líquido (descontado o valor do INSS e o valor de isenção da 
base de cálculo) e recolhe para a Receita Federal/União. 
 
Portanto, o contador é o contribuinte de fato e a empresa será a responsável 
tributária pela obrigação tributária de fazer o desconto/retenção e recolher para a União. A 
empresa é simples intermediária entre o contribuinte (contador) e o arrecadador/União. 
 
 Caso a empresa não faça a retenção do IRRF e INSS, a empresa/responsável 
tributária passará a ser devedora solidária pelo pagamento dos tributos, juntamente com o 
contribuinte, acrescido de multa, juros e correção monetária. 
 
 
Responsabilidade por infrações fiscais: 
 
Infrações fiscais: 
 
 Ocorrerá quando forem apuradas infrações fiscais, de natureza criminal, ou seja, 
provada a intenção do contribuinte em omitir ou diminuir pagamentos ao agente arrecadador, 
valendo-se de subterfúgios que modifiquem a veracidade do fato gerador ocorrido, a 
responsabilidade torna-se pessoal do agente, respondendo pelo crime que praticou. 
 
 Ex: omitir o valor verdadeiro da renda para não pagar IRPJ; emitir notas fiscais 
frias; fazer retenção do INSS do funcionário na fonte pagadora e não repassar para a União; fazer 
retenção do ISS na fonte pagadora e não repassar para o Município, etc. 
 
 
14 
 A responsabilidade por infrações fiscais, definidas como crime, é pessoal do 
agente que teve o poder decisivo para a prática desse delito, tais como os diretores, 
administradores, gerentes e representantes da pessoa jurídica (empresa). 
 
 Assim, são atribuídos nessa responsabilidade pessoal também os diretores, 
administradores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado que praticou o 
ato lesivo e cometeu crime tributário (crimes contra a ordem tributária). 
 
 
Crimes tributários: 
 
 São crimes de natureza tributária: 
 
a) Sonegação: diminuição ou omissão de receita que acarreta não-pagamento 
parcial ou total de tributos. Ex: venda de mercadorias sem a emissão de NF. 
 
b) Fraude: promoção de alteração documental para diminuir ou omitir 
pagamentos. Ex: alteração de dados do balanço patrimonial da empresa, notas 
fiscais rasuradas, etc. 
 
c) Contrabando: importação de mercadoria ilícita sem o recolhimento dos 
tributos incidentes. Ex: cocaína, acetona, armas, etc. 
 
d) Descaminho: importação de mercadoria lícita sem o recolhimento dos tributos 
incidentes. Ex: qualquer mercadoria não declarada que entra no país. 
 
e) Depositário infiel e apropriação indébita previdenciária: omissão do repasse 
ao agente arrecadador de tributos pertencentes a terceiros já retidos ou 
descontados. Ex: IRRF, INSS descontados dos salários dos empregados, IPI, 
etc. 
 
 
Denúncia espontânea da infração: 
 
 No caso de denúncia espontânea da infração, acompanhada da prova do 
pagamento do tributo devido e dos juros de mora, a responsabilidade é excluída. 
 
 É preciso a denúncia espontânea e o pagamento do tributo. 
 
 Não considera denúncia espontânea a simples confissão de dívida, acompanhada 
do seu pedido de parcelamento. 
 
 Também não é denúncia espontânea a apresentada após o início de qualquer 
procedimento administrativo ou fiscalização relacionado com a infração. 
 
 
Intenção do agente: 
 
 A intenção do agente não é considerada para imputar-lhe a responsabilidade por 
infrações da legislação tributária. 
 
 Essa responsabilidade tributária independe da intenção do agente ou do 
responsável. 
 
 A intenção do agente vai ser levada em consideraçãoapenas para verificar se ele 
irá responder por crime ou não. Porém, a responsabilidade tributária independe da sua intenção. 
 
15 
 
Sistema Tributário Nacional: 
 
Conceito de tributo: 
 
 O CTN, em seu art. 3º, define tributo da seguinte forma: 
 
 “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se 
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante 
atividade administrativa plenamente vinculada”. 
 
 Nesse conceito de tributo estão contidas as regras básicas do sistema de arrecadação, 
vejamos: 
 
a) prestação pecuniária: os tributos em geral, pagos na forma e prazo normais da 
extinção da obrigação tributária, só poderão ser quitados em moeda corrente nacional; 
 
b) compulsória: significa que o pagamento é obrigatório, independente da vontade do 
contribuinte; 
 
c) que não constitua sanção por ato ilícito: a obrigatoriedade do pagamento pelo 
contribuinte do tributo nasce da prática do ato lícito, ou seja, aquele ato realizado 
conforme a lei. No caso de prática de infração fiscal, a pena aplicada será a multa, que 
é sanção por ato ilícito e não é tributo; 
 
d) instituída por lei: os tributos só podem ser criados ou aumentados por meio de lei 
(princípio da legalidade); 
 
e) cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada: a administração 
pública, para efetuar a cobrança dos valores dos tributos, tem que agir na forma e nos 
limites fixados em lei. Caso contrário, haverá abuso ou desvio de poder, o que 
acarretará a anulação da cobrança. 
 
 
Espécies de tributo: 
 
 Os tributos classificam-se em duas espécies: tributos não vinculados e vinculados. 
 
 Contudo, o art. 149, da CF/88, introduziu uma nova espécie tributária que são as 
contribuições especiais. 
 
 
 Tributos não vinculados – impostos: 
 
 São os que, uma vez instituídos por lei, são devidos, independentemente de qualquer 
atividade estatal em relação ao contribuinte (independe de qualquer prestação de serviço do 
Estado ao contribuinte). 
 
 Portanto, não estão vinculados a nenhuma prestação específica do Estado ao sujeito 
passivo (contribuinte). 
 
 Trata-se da espécie denominada IMPOSTO, definida no art. 16, do CTN, sendo que, o 
imposto é de competência exclusiva da União, dos Estados ou dos Municípios. 
 
 
16 
 
 Tributos vinculados – taxas e contribuições de melhoria: 
 
 São os que, uma vez instituídos por lei, são devidos apenas quando houver atividade 
estatal prestada ou colocada à disposição do contribuinte. 
 
 São as taxas e as contribuições de melhoria. 
 
 
 
 Taxas: 
 
 Tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia ou a utilização de serviço 
público prestado ou colocando à disposição do contribuinte. 
 
 Ex: uma empresa pretende instalar-se num determinado local; para isto necessitará da 
fiscalização da Prefeitura (administração pública) para exercer seu poder de polícia na 
fiscalização e liberação ou não para instalação da empresa; pelo serviço prestado pela 
Administração Pública de verificar as condições do local em que se pretende instalar a indústria 
e por sua autorização ou não para funcionamento paga-se uma TAXA. 
 
 
 
 Contribuição de melhoria: 
 
 Esse tributo pode ser cobrado pelo ente federativo que realizar obra pública da qual 
decorra valorização imobiliária, sendo os contribuintes (sujeitos passivos) os proprietários dos 
imóveis valorizados pela obra pública. 
 
 O tributo tem como base de cálculo o custo total da obra, que será rateado (dividido) 
entre os beneficiários na proporção da sua propriedade, em relação ao total da área objeto da 
obra pública. 
 
 Ex: pavimentação de rua: custo total de R$ 300.000,00; área pavimentada de 10.000 m2, 
rateio: R$ R$ 300.000,00 / 10.000 = R$ 3.000,00 por m2. Cada proprietário pagará R$ 3.000,00 
por m2 de sua propriedade, valorizada em decorrência de obra pública. 
 
 O CTN dispõe que só podem ser cobradas se, em virtude de obra pública, decorrer 
valorização imobiliária para o contribuinte. 
 
 
 
Contribuições Especiais Sociais: 
 
 As contribuições sociais foram instituídas pelo art. 195, da CF/88: 
 
a) para o empregador = ela incide sobre a folha de salários (INSS – Lei nº 8.212/91), 
sobre o faturamento (Cofins – L.C. nº 70/91) e sobre o lucro (CSL – Lei nº 7.689/88); 
(tributo não vinculado = imposto). 
 
b) para o trabalhador = sua contribuição tem como contrapartida a garantia da 
Seguridade Social (assistência médico-hospitalar, aposentadoria, etc). Portanto, há um 
serviço público prestado ou colocado á disposição (tributo vinculado - taxa). 
 
 
17 
 
Crédito Tributário: 
 
 Com o exercício da atividade econômica organizada e a ocorrência do fato gerador, 
nascerá a obrigação tributária, no qual o contribuinte deverá calcular o montante do tributo e 
fazer seu recolhimento (e às vezes retenção) para o órgão arrecadador (sujeito ativo). 
 
 Com isto, ocorre o crédito tributário do sujeito ativo (órgão arrecadador). 
 
 
Conceito: 
 
 O crédito tributário corresponde ao direito do Estado de exigir o tributo, que é decorrente 
da ocorrência do fato gerador por parte do contribuinte. 
 
 
Constituição do Crédito Tributário: 
 
 Para que seja possível a cobrança do crédito tributário, é necessária a comprovação de sua 
existência. Todo aquele que é credor tem direito a receber uma obrigação, deve possuir provas da 
existência de seu direito, que geralmente é feita por um título ou documento. 
 
 Em relação ao crédito tributário, a partir do momento que acontece o fato gerador da 
obrigação tributária, o sujeito ativo (arrecadador) irá aplicar a lei exigindo o pagamento do 
tributo e seu direito será documentado. 
 
 A documentação da existência da dívida tributária é feita em um ato administrativo de 
concretização da lei denominado lançamento. 
 
 O CTN, em seu art. 142, estabelece o conceito legal de lançamento tributário. 
 
 “Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito 
tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar 
a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, 
calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a 
aplicação da penalidade cabível. 
 Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatório, 
sob pena de responsabilidade funcional.” 
 
 Na tentativa de desmembrar o conceito, vejamos o seguinte: 
 
 a) procedimento administrativo: o lançamento é um ato efetuado pela autoridade 
administrativa com poderes legais para proceder a arrecadação e fiscalização do tributo. 
 
Ente federativo Instituição do Tributo Fiscalização / Arrecadação 
 Legislativo Executivo 
União Congresso Nacional Ministério da Fazenda – Secretaria da 
Receita Federal. 
Estados Assembléia Legislativa Secretaria de Estado dos Negócios da 
Fazenda 
Municípios Câmara Municipal Secretaria das Finanças do Município 
 
 
 
18 
 b) tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente: o 
procedimento da autoridade administrativa é o de verificar se foi realizada a hipótese de 
incidência tributária (Ex: ser proprietário de imóvel urbano; prestar serviços). Estas são as 
hipóteses que faz o Município cobrar o IPTU e ISS – respectivamente. Cabe ao Município, então 
verificar a realização dessa hipótese tributária. 
 
 c) determinar a matéria tributável: cabe ao credor verificar a legislação aplicável ao fato 
gerador ocorrido. Neste exemplo, cabe à Prefeitura verificar a legislação aplicável ao fato 
gerador do IPTU e do ISS. 
 
 d) calcular o montante do tributo devido: nesta fase ocorre avaloração quantitativa do 
fato gerador. É verificar qual a base de cálculo e sobre ela aplicar a alíquota, para identificar o 
valor do tributo devido. 
 
 e) identificar o sujeito passivo: corresponde á constatação de quem será a pessoa 
chamada a pagar a dívida tributária (contribuinte ou responsável tributário). Esta pessoa será 
notificada da existência do crédito tributário e nessa notificação constará o valor e prazo para 
pagamento. Ela é denominada de aviso de lançamento. 
 
 f) propor a aplicação da penalidade cabível: a multa será aplicada quando houver 
constatação de prática de ato ilícito por parte do contribuinte. Ex: multa por deixar de recolher o 
tributo. 
 
 g) o lançamento corresponde a um ato administrativo vinculado e obrigatório: a 
administração pública deverá agir de acordo com a lei, pois, seus atos deverão estar vinculados 
aos dispositivos de lei. Se agir ao contrário do disposto na lei, será considerado abuso de poder. 
 
 
Lançamento Tributário: 
 
 O ato administrativo de lançamento possui características nos arts. 142 a 150, do CTN. 
 
 a) ato declaratório: é um ato administrativo que declara a existência de uma relação 
jurídica entre o Estado e o particular (contribuinte). Este ato tem presunção de validade e certeza, 
até que se prove o contrário, entende-se que o lançamento do crédito tributário foi efetuado 
corretamente (de acordo com a lei). 
 
 O lançamento pode ser contestado e conseqüentemente alterado. O CTN estabelece as 
hipóteses de alteração do lançamento (art. 145) possíveis após a notificação do devedor: 
 
 1.) impugnação do sujeito passivo: se o contribuinte ou responsável não concorda com o 
lançamento e entende haver erro, ele pode apresentar impugnação. Essa impugnação pode ser 
por via administrativa (apresentada perante a autoridade fiscalizadora/arrecadadora) ou mediante 
ação judicial 
 
 2.) recurso de ofício: a própria autoridade administrativa recorre dos atos praticados por 
ela, ou seja, revê o lançamento efetuado por constatar a existência de erro. 
 
 
 b) reporta-se á ocorrência do fato gerador: o art. 144, do CTN estabelece que o 
lançamento tributário é retroativo, ou seja, é aplicada a lei da época do fato gerador. Ex: em 
nov./01 a alíquota do IPI sobre determinado produto era de 10%, e em dez./01 foi alterada para 
15%; mesmo que o lançamento desse imposto relativo a nov./01 seja efetuado com atraso, a 
alíquota aplicável será 10% (época da ocorrência do fato gerador). 
 
19 
 
Modalidades de Lançamento: 
 
 O ato administrativo de lançamento pode ser efetuado sob três formas ou modalidades: 
direto ou de ofício, por declaração e por homologação. 
 
 a) Direto ou de ofício: é totalmente realizado pela administração pública que inicia um 
procedimento no qual apura a ocorrência do fato gerador, calcula o montante do tributo devido e 
notifica o sujeito passivo para pagamento. Ex: taxas de energia elétrica, água, esgoto, etc. 
 
b) Por Declaração: este lançamento é feito com a colaboração do contribuinte que presta 
informações para que a autoridade administrativa aplique a legislação tributária calculando o 
valor do tributo devido e notificando o contribuinte para que efetue o pagamento do crédito. Ex: 
IRPF, o ISS pago pelas sociedades civis de profissionais liberais precisa das informações 
prestadas para a autoridade administrativa, para esta efetuar o cálculo do tributo. 
 
 c) Por homologação ou autolançamento: este lançamento é feito quase em sua totalidade 
pelo contribuinte ou responsável tributário e tem como principal característica o pagamento do 
tributo antes do início de qualquer procedimento por parte da autoridade administrativa. 
 
 Nessa modalidade de lançamento, o contribuinte presta informações à autoridade 
administrativa, calcula o valor do tributo devido e recolhe esse tributo, efetuando, portanto, ele 
próprio todo o procedimento de apuração e pagamento, aguardando a confirmação de seus atos 
por parte da autoridade administrativa. 
 
 O credor (sujeito ativo) apenas irá homologar (concordar) o lançamento (pagamento). 
 
 
 
Exclusão do Crédito Tributário: 
 
Conceito: 
 
 A exclusão do crédito tributário corresponde á possibilidade deste crédito, em favor da 
Fazenda Pública, existir legalmente, mas por uma concessão ou benefício dado pela pessoa 
competente para legislar sobre o tributo/credor/arrecadador (União, estados, municípios), ter sua 
incidência excluída de determinados sujeitos passivos/contribuintes. 
 
 Podemos dizer o seguinte: há previsão legal para existir a obrigação tributária, porém, por 
meio de um benefício concedido pelo credor/arrecadador competente para instituir e cobrar este 
referido tributo, estará excluído o alcance da lei tributária, ou seja, estará excluída a possibilidade 
de se concretizar o crédito tributário. 
 
 Então, a exclusão é a dispensa do contribuinte do pagamento do tributo. A isenção 
deve decorrer de lei. 
 
 
Isenção: 
 
 Está contida nos arts. 175, I, e 176 a 179, do CTN e significa a possibilidade de a 
hipótese de incidência tributária não alcançar determinadas pessoas físicas ou jurídicas pelo fato 
de alterar-se parcialmente um ou mais de seus aspectos. 
 
 
20 
 Significa a não incidência da lei tributária sobre determinada situação, ou seja, a não 
incidência tributária sobre determinados fatos geradores em decorrência de benefício concedido 
pelo arrecadador/credor. 
 
 O legislador pode dispensar alguns contribuintes do pagamento de determinado tributo 
excluindo da hipótese de incidência tributária os seguintes aspectos: 
 
• Espacial: afasta a possibilidade de a lei tributária incidir em determinada região; 
• Temporal: exclui a possibilidade da lei tributária incidir durante certo período de tempo 
sobre a região ou grupo de contribuintes; 
• Pessoal: afasta o alcance da lei de um grupo de pessoas físicas ou jurídicas; 
• Material: diminui o alcance do fato gerador ou reduz a base de cálculo ou a alíquota 
aplicável. A isenção total de alíquota é que se denomina de alíquota zero. 
 
Exemplo: a União pode reduzir todos os aspectos: alíquota zero do IPI para a operação de 
importação de remédios (aspecto material fato gerador) realizadas por hospitais públicos 
(aspecto pessoal) da região Norte do país (aspecto espacial) por dois anos (aspecto temporal). 
 
Formas de isenção: 
 
• Condicionada: para obtenção do benefício por parte do contribuinte, a lei estabelece 
exigências para serem atendidas pelo mesmo, devendo preencher os requisitos. Ex: 
isenção de impostos para a microempresa, porém, os sócios não podem ser residentes no 
estrangeiro, não pode participar do capital social de outra empresa, etc. 
 
• Incondicionada: a lei apenas descreve a hipótese de concessão do benefício sem estipular 
qualquer outra condição. Ex: faixa de rendimentos do cidadão que estiver abaixo de 
R$1.903,98 estará isento do pagamento do IRPF. 
 
• Por prazo certo: a lei determinada um prazo em que os contribuintes terão direito ao 
benefício. Ex: zona franca de Manaus – 20 anos de isenção. 
 
• Por prazo indeterminado: a lei que concede a isenção não fixa o prazo de concessão do 
benefício. 
 
A isenção só poderá ser concedida por lei editada pelo credor competente para 
criar/alterar e arrecadar o referido tributo. Ex: está impedida a União de conceder isenção de 
ICMS (estado) ou ISS (município). 
 
 
Anistia: 
 
 Está prevista nos arts. 180 a 182, do CTN. Corresponde a um benefício estipulado em lei, 
que exclui a possibilidade de o contribuinte ter que pagar as penalidades devidas por 
irregularidades no pagamento de sua obrigação tributária. 
 
 A anistia irá perdoar a penalidade tributária imposta por descumprimento da obrigação 
tributária, permanecendo a obrigação de pagar o tributo, devendo a leiser criada pelo 
credor/ente federativo competente para criar, alterar e arrecadar o tributo. 
 
 
 De penalidade tributária: 
 
 A anistia significa a dispensa de penalidade sobre a ausência de recolhimento do tributo. 
 
21 
 
Com a concessão da anistia, o tributo continua sendo devido pelo contribuinte e, portanto, 
deve ser pago, porém, será excluída a aplicação das penalidades aplicáveis à ausência total ou 
parcial do recolhimento do tributo. 
 
 Deve ser concedida sempre por lei e pode ser concedida em caráter geral (Ex: todos 
devedores do IPTU de Varginha não pagarão multas para quitação do débito) ou de forma 
limitada (Ex: a região Norte será concedida anistia para pagamento do IRPJ em atraso). 
 
 
 
Extinção do Crédito Tributário: 
 
Conceito: 
 
 A extinção do crédito tributário corresponde ao término do direito da Fazenda Pública 
(credor/arrecadador) de cobrar a obrigação tributária, diante do crédito tributário já constituído. 
Existem várias hipóteses previstas no CTN que fixam as causas da extinção desse direito. 
 
 As modalidades de extinção do crédito tributário estão previstas nos arts. 156 a 164 e 170 
a 174, do CTN e são as seguintes: 
 
 
 Pagamento: 
 
 Consiste na entrega da quantia devida do valor do crédito tributário que o devedor 
(contribuinte) faz ao credor (sujeito ativo). 
 
 Corresponde ao cumprimento da obrigação tributária principal e para que o pagamento 
venha a extinguir o crédito, ele tem que seguir os requisitos descritos nos arts. 157 a 164, do 
CTN, que são os elementos essenciais do pagamento válido: lugar, tempo e forma. 
 
 Lugar: a lei que institui a obrigação tributária deve fixar o local de seu pagamento. 
Porém, se não houver disposição sobre o local, será considerado será o da repartição pública do 
sujeito ativo/arrecadador competente para receber o tributo do domicílio contribuinte. 
 
 Tempo: para que seja considerado válido, o pagamento deve ser efetuado no prazo fixado 
para seu vencimento. Caso não haja o prazo fixado, será considerado o vencimento do crédito 30 
dias após a notificação do sujeito passivo (lançamento). 
 
 Forma: a dívida tributária deve ser paga sempre em dinheiro (moeda corrente). Não 
existe a possibilidade de pagamento de tributo em forma de entrega de bens ou prestações 
alternativas (Ex: prestação de serviços). O pagamento de uma parcela ou prestação de um tributo 
não importa em extinção do crédito tributário, pois, isto só ocorrerá quando forem pagas todas as 
parcelas. 
 
 
 Compensação (arts. 170 e 170-A, do CTN): 
 
 A compensação de créditos corresponde à hipótese do contribuinte e arrecadador serem 
ao mesmo tempo credoras e devedoras um do outro e à possibilidade de suas obrigações serem 
extintas até onde se contrabalançarem. 
 
 
22 
 Existindo um crédito do contribuinte contra o Estado/arrecadador e ao mesmo tempo de 
um crédito deste arrecadador contra o sujeito passivo/contribuinte, essas obrigações podem ser 
compensadas nas devidas proporções. 
 
 Os créditos devem atender as seguintes condições: 
 
• ser de mesma natureza tributária – federal, estadual ou municipal; 
• ser líquidos e certos; 
• ser vincendos, ou seja, não podem estar vencidos, devem ainda estar no prazo para 
pagamento. 
 
A compensação deve ser autorizada pelo sujeito ativo/arrecadador/credor competente 
para instituir, alterar e cobrar o referido tributo, estabelecendo as condições em que se realizará a 
compensação. 
 
 A compensação pode extinguir assim, total ou parcialmente o crédito tributário da 
Fazenda Pública/arrecadador em relação ao contribuinte, dependendo dos valores a serem 
compensados. 
 
 A compensação de tributos e contribuições federais é regida pelo art. 66, da Lei nº 
8.383/91 e a Lei Complementar 104/01 restringiram o direito a compensação APENAS dos 
valores pagos a maior do que o legalmente devido ou pagos indevidamente pelo contribuinte. 
 
 A LC nº 104/01, incluiu o art. 170-A, no CTN, que proibi a possibilidade de 
compensação de tributo que seja objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, até que 
tenha decisão final sem direito a recurso. 
 
 Como a LC é de 2001, em razão do princípio da irretroatividade, os pedidos de 
compensações que possuem contestação através de processo judicial anteriores a 2001, não 
poderão ser prejudicadas pela lei e poderão então, ser objeto de compensação. 
 
 
 Transação (art. 171, do CTN): 
 
 A transação é um acordo celebrado entre as duas ou mais pessoas com a finalidade de 
extinguir uma pendência entre elas. 
 
 A administração pública não pode transigir com o interesse público administrado por ela, 
por ser indisponível o interesse da coletividade (princípio da indisponibilidade do interesse 
público). 
 
 Assim, a transação em matéria tributária é proposta de um acordo estabelecido pela 
administração pública por meio de lei (cabe ao sujeito passivo aderir/aceitar ou não). 
 
 Uma forma de propor acordo para extinguir uma demanda administrativa ou judicial é a 
concessão de parcelamento de débitos fiscais. Por meio desta transação, o sujeito ativo deixa de 
receber o crédito tributário em um só pagamento e o sujeito passivo deixa de protelar esse 
pagamento. 
 
 Aceita a proposta da administração pública/arrecadador e as condições estabelecidas por 
ela ao sujeito passivo, a exigibilidade do crédito tributário será suspensa até o pagamento total 
das parcelas, aí então, ocorrerá a extinção do crédito. 
 
 
 
23 
 Remissão: 
 
 A sua concessão depende de lei criada pelo sujeito ativo/arrecadador competente para 
legislar sobre o tributo a que se aplica (art. 172, co CTN). 
 
 A remissão consiste na dispensa do pagamento total ou parcial do crédito tributário 
principal vencido. 
 
Não se aplica as penalidade relativas à falta de pagamento desse crédito. Assim, o 
contribuinte pode ser dispensado do pagamento do tributo vencido (remissão), mas estar 
obrigado a pagar a multa devida pela ausência de recolhimento do mesmo. 
 
 A remissão extingue o crédito tributário após ser efetivada por meio de despacho do 
sujeito ativo. Portanto, é necessária a apresentação de requerimento do contribuinte à autoridade 
pública arrecadadora demonstrando que tem direito ao benefício. 
 
 
 Prescrição – art. 174, do CTN: 
 
 O termo prescrição corresponde á perda do direito de ação. A todo direito que a lei 
assegura aos cidadãos existe uma garantia correspondente que permite ao indivíduo exercer seu 
direito. 
 
 A lei estabelece um prazo para que o indivíduo venha a exercer seu direito, ajuizando a 
ação destinada a assegurar este direito. 
 
 O não exercício do direito de ação no prazo estipulado por lei, implica o entendimento de 
que o indivíduo não pretende exercê-lo, ocorrendo a prescrição do seu direito de ação de cobrar o 
crédito tributário. 
 
 Existem diversos prazos prescricionais, dependendo do direito que procura ser 
assegurado. 
 
 O direito da Fazenda Pública (sujeito ativo) de cobrar judicialmente o crédito tributário 
que não foi pago pelo contribuinte está sujeito à prescrição. 
 
O sujeito ativo deverá exercer se direito de cobrar o crédito tributário no prazo de 5 
(cinco) anos, contados da data de lançamento do crédito, pois, caso contrário seu direito estará 
prescrito (ressalte-se que o prazo de prescrição para efetuar o lançamento também é de 5 anos). 
 
 
 Conversão de depósito em renda – art. 156, VI, do CTN: 
 
 Esta forma de extinção do crédito tributário refere-se às ações cautelares e às ações de 
consignação em pagamento. 
 
 O sujeito passivo que deseja discutir judicialmente a validade da cobrança total ou parcial 
do crédito tributário pode efetuar seu depósito em juízo (perante o juiz que julga o processo) até 
se apurar se o tributo é devido ounão. 
 
 Após a decisão judicial, o valor depositado judicialmente deverá ter um destino: 
 
• sendo devolvido ao contribuinte caso ele ganhe a ação judicial, reconhecendo que não é 
devido o tributo (crédito tributário), extinguindo o crédito tributário cobrado por decisão 
judicial; 
 
24 
OU 
• convertido em renda ao sujeito ativo/arrecadador, caso este ganhe a ação judicial e 
demonstre que o tributo era devido; assim, o valor depositado é transferido para o 
arrecadador, extinguindo o crédito tributário pelo pagamento. 
 
 
Decisão administrativa irreformável: 
 
 Corresponde ao término de um processo administrativo (consulta ou recurso) no âmbito 
da administração pública/arrecadador. 
 
 Uma vez que não podem mais ser alteradas no âmbito do arrecadador, podem extinguir o 
crédito tributário nas seguintes formas: 
 
� pagamento: o órgão administrativo entende ser improcedente a consulta ou recurso 
apresentado pelo contribuinte, determinando assim, o pagamento do tributo; assim, o 
contribuinte deverá efetuar o pagamento do tributo prazo estabelecido em lei (30 dias), 
extinguindo o crédito tributário por meio do pagamento. 
 
� extinção da exigência do crédito tributário: o órgão administrativo entende ser indevida a 
cobrança do tributo, favorecendo o contribuinte. Se o tributo não é devido, o crédito 
tributário em discussão está extinto por ser inválida a exigência. 
 
 
 Decisão judicial transitada em julgado: 
 
 Decisão judicial transitada em julgado é a decisão proferida por juiz ou tribunal da qual 
não cabe qualquer recurso. 
 
 Dessa forma, a decisão judicial é definitiva e em relação ao crédito tributário ela pode 
provocar sua extinção nas mesmas formas e condições previstas para a decisão administrativa: 
pagamento e extinção do crédito. 
 
� pagamento: a decisão judicial entende ser procedente a ação proposta pelo credor, 
determinando assim o pagamento do tributo (extinção); 
 
� extinção da exigência do crédito: a decisão judicial entende ser improcedente a cobrança 
do tributo, favorecendo o contribuinte, pois, se o tributo não é devido, o crédito tributário 
em discussão está extinto por ser inválida sua exigência. 
 
 
 Pagamento indevido e restituição: 
 
 Entre as modalidades de extinção do crédito tributário, o CTN disciplina nos arts. 156, I, 
e 157 a 164, o pagamento, sendo que, dentro deste estudo, o CTN destina um a seção especial ao 
pagamento indevido. 
 
 O pagamento indevido não é forma de extinção do crédito e SIM gera um direito para o 
sujeito passivo, que se torna credor de um indébito tributário. 
 
 Se o arrecadador recebe crédito ao qual não tinha direito, fica obrigado a restituir a 
quantia paga. Assim, o sujeito passivo tem o direito a pedir a restituição de quantia entregue ao 
sujeito ativo nos seguintes casos: 
 
 
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• Cobrança de tributo por parte do Poder Público a que o sujeito passivo não estava 
obrigado, como por exemplo: erro na identificação do sujeito passivo (contribuinte notificado 
para pagar o tributo); 
 
• Pagamento espontâneo de tributo pelo contribuinte a que não estava obrigado por uma 
das seguintes razões: 
 
� Pagamento maior do que a quantia devida; 
� Pagamento por interpretação errada do fato gerador feita pelo contribuinte; 
� Erro na determinação da alíquota aplicável à base de cálculo do tributo; 
 
 
Formas de restituição do indébito tributário: 
 
 A devolução do indébito tributário somente será efetuada mediante processo 
administrativo ou judicial. 
 
 O pedido de devolução tem o prazo prescricional de 5 (cinco) anos fixado no art. 
168, do CTN e pode ser obtida pelas seguintes formas: 
 
 
 a) Pedido de restituição por via administrativa: 
 
 O contribuinte poderá reaver o indébito tributário mediante recurso 
administrativo. Porém, como na maioria dos casos é a autoridade administrativa que é a parte e o 
juiz ao mesmo tempo, então esta restituição dificilmente é deferida. 
 
 
 b) Ação judicial de repetição de indébito: 
 
 O contribuinte que por meio de recurso judicial obtém decisão favorável á 
devolução do pagamento indevido, transitada em julgado (sem direito a recurso), receberá por 
meio de precatório judiciário (ordem do juiz para o arrecadador/credor restituir o valor para 
indevidamente ao contribuinte) o valor pago indevidamente. 
 
 O precatório judiciário não é de execução imediata para o contribuinte, que 
fica sujeito à execução do orçamento público da entidade devedora, que com freqüência retarda 
esses pagamentos. 
 
 Os valores inferiores a 60 (sessenta) salários mínimos deverão ser 
liquidados por meio de Requisição de Pequeno Valor (RPV), e cima deste valor o crédito do 
contribuinte dever ser restituído por meio de precatório. 
 
 O prazo para ajuizar ação com pedido de restituição do indébito é de 5 
(cinco) anos, contados da data do recolhimento do tributo. 
 
 
 c) Compensação: 
 
 O indébito tributário pode ser compensado com valores que deveria pagar 
a título de tributo, sempre orientado pelos requisitos exigidos para compensação (art. 66, da Lei 
nº 8.383/91). 
 
 
 
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Suspensão do Crédito Tributário: 
 
Conceito: 
 
 Suspensão do crédito tributário é a suspensão da exigibilidade deste crédito, ou seja, 
suspende-se o poder do sujeito ativo de exigir/cobrar o crédito tributário do sujeito passivo. 
 
 A suspensão do crédito tributário está regulada nos arts. 151 a 155-A, do CTN. 
 
 Portanto, significa que durante certo período de tempo o sujeito ativo/credor/arrecadador, 
devido a uma hipótese prevista em lei, é impedido de exigir a dívida tributária do sujeito passivo 
(contribuinte). 
 
 Este impedimento pode acontece porque o sujeito ativo assim estabelece (moratória) ou 
em razão de lei que concede benefício (parcelamento) ou porque o sujeito passivo discute a 
validade da cobrança do crédito tributário (depósito judicial, recurso administrativo ou processo 
judicial). 
 
 
Parcelamento: 
 
 Os arts. 151 e seguintes, do CTN dispõe que o parcelamento suspende o crédito tributário 
até seu pagamento final, ou seja, até o pagamento da última parcela, o credor não poderá cobrar 
o crédito tributário, já que sua exigibilidade está suspensa pelo parcelamento da dívida; quando 
terminar o pagamento das parcelas, então, o crédito tributário será extinto por transação. 
 
 O parcelamento suspende a exigibilidade do crédito tributário pelo sujeito ativo até o 
pagamento da última parcela pelo sujeito passivo; pagando a última parcela o crédito tributário 
então será extinto por transação. 
 
 Agora, se o sujeito passivo não cumprir, total ou parcialmente, o parcelamento, irá acabar 
a suspensão e o sujeito ativo poderá cobrar o crédito tributário, juntamente com a multa e juros 
concedidos na época do parcelamento, ou seja, o débito volta a ser cobrado no seu valor original, 
descontando apenas as parcelas já pagas. 
 
 Se o contribuinte deixar de pagar qualquer das parcelas, todas as demais que ainda iriam 
vencer, estarão automaticamente vencidas, ou seja, antecipa o vencimento das parcelas 
posteriores a parcela que ficou inadimplente, podendo o credor fazer a cobrança do débito fiscal 
restante. Ex: o sujeito passivo parcelou o débito em 20 parcelas e na 10ª parcela ele deixa de 
pagá-la; automaticamente as parcelas 11 a 20 vencem antecipadamente. 
 
 O parcelamento de crédito tributário pode ser concedido ao devedor em processo de 
recuperação judicial (art. 150-A, § 3º). 
 
 O parcelamento será individual e só será concedido mediante requerimento do 
contribuinte ao sujeito ativo, bem como será concedido após a autorização deste credor. 
 
 
Moratória: 
 
 É a concessão, por parte do Poder Público (sujeito ativo), de um prazo maior do que a lei 
normalmenteprevê, para que o contribuinte efetue o pagamento do crédito tributário. 
 
 A moratória afasta a possibilidade de cobrança de multa, juros e correção monetária. 
 
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 Não se confunde a moratória com o parcelamento do débito fiscal, pois, embora a 
moratória importe na concessão da prorrogação do prazo para o pagamento do crédito tributário, 
na moratória o crédito deve ser pago integralmente e não em parcelas. 
 
 A concessão de parcelamento (transação = forma de extinção) aplica-se a tributos já 
vencidos e cujo débito está acrescido de multa e juros. A moratória o tributo ainda não está 
vencido e não possui aplicação de multa e juros. 
 
 Somente o sujeito ativo competente para legislar sobre o tributo tem a competência para 
conceder moratória sobre a exigibilidade do crédito. Ex: a União pode conceder moratória sobre 
crédito tributário do IPI, IR, etc; o estado de Minas Gerais pode conceder moratória sobre crédito 
tributário de ICMS. 
 
 A moratória é concedida por lei, cabendo ao contribuinte demonstrar e provar que se 
enquadra nas condições para ser beneficiado pela moratória. 
 
 Uma vez comprovada esta possibilidade, mediante requerimento dirigido à autoridade 
competente para arrecadar o tributo, a moratória será concretizada para aquele interessado. 
 
A moratória é concedida em caráter individual, ou seja, apenas para quem pedir e 
enquadrar nos limites estabelecidos. 
 
Se o sujeito passivo não cumprir as condições estabelecidas por lei para a concessão de 
moratória, ou ainda, se prestar informações falsas com intuito de obter o benefício, terá a 
concessão revogada (cancelada) e a cobrança do tributo será acrescida de multa e juros. 
 
 
Depósito judicial do valor integral do crédito tributário: 
 
 Durante o processo judicial no qual se discute se o crédito tributário é devido ou não pelo 
contribuinte, sendo efetuado o depósito do valor correspondente ao crédito tributário, durante o 
andamento do processo, a exigibilidade deste crédito está suspensa, não podendo o credor cobrar 
o valor enquanto perdurar o processo. 
 
 Esse depósito judicial tem a finalidade de evitar a aplicação de multa, juros e correção 
monetária pelo atraso no recolhimento do tributo. 
 
 Enquanto o sujeito passivo contesta judicialmente a validade do crédito tributário, o 
sujeito ativo está impedido de exigir seu pagamento. 
 
 O depósito é feito à ordem do juízo onde se discute o crédito tributário e somente após a 
decisão judicial definitiva será possível ao sujeito passivo (se este ganhar a ação judicial que não 
é devido o crédito tributário – extinção do crédito por decisão judicial) ou ao sujeito ativo (se 
ganhar a ação de cobrança do crédito tributário – conversão em renda – extinção do crédito) 
retirar a quantia depositada. 
 
 
Reclamações e recursos administrativos: 
 
 Estes procedimentos são adotados pelo sujeito passivo/contribuinte que deseja discutir, 
perante o credor/arrecadador competente pelo tributo, a validade da exigência por ele efetuada. 
 
 
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 Existem duas formas do contribuinte suspender a exigibilidade do crédito tributário na 
administração pública: 
 
• Por meio de consulta; 
• Por meio de recurso administrativo. 
 
A consulta é cabível quando não há qualquer procedimento de fiscalização/autuação por 
parte do sujeito ativo, ou seja, este não esteja cobrando o crédito tributário judicialmente do 
contribuinte. 
 
Na consulta, o sujeito passivo tem dúvidas se tem ou não que pagar o tributo, ou ainda, 
tem dúvidas sobre a forma de aplicação da lei, ou seja, se os cálculos estão sendo efetuado 
corretamente. 
 
 Com o objetivo de evitar uma possível fiscalização e aplicação de penalidade (multa), o 
sujeito passivo formula uma consulta perante o sujeito ativo competente pelo tributo para a 
obtenção de esclarecimentos sobre o pagamento. 
 
 Enquanto essa consulta não é respondida pela administração, NÃO pode ser exigido o 
crédito tributário sobre o qual existam as dúvidas que serão esclarecidas. 
 
 O recurso administrativo é utilizado pelo contribuinte que tenha sido notificado da 
existência de um crédito tributário lançado pelo sujeito ativo ou que este venha a exigir o crédito 
tributário acrescido de multa e juros por falta de recolhimento ou este ter sido recolhido de forma 
inadequada (errada). 
 
 Se o sujeito passivo entende ser incorreto o procedimento do sujeito ativo, poderá 
apresentar recurso dirigido a este credor competente para arrecadar aquele tributo questão da 
discórdia. 
 
 Enquanto se processa o recurso administrativo fiscal, o crédito tributário em discussão 
tem sua exigibilidade suspensa até decisão final, não podendo ser cobrado pelo credor. 
 
 Se o sujeito ativo entender que o sujeito passivo tem razão em seu recurso, então o tributo 
será “extinto por decisão administrativa”; agora, se o sujeito ativo entender que o tributo é 
devido da forma que foi calculado, o sujeito passivo terá que pagá-lo, acrescido de multa e juros, 
extinguindo o crédito tributário pelo pagamento.

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