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TCC_Logística reversa-eEstudo de caso múltiplo do descarte de óleos lubrificantes e suas embalagens pelos postos de combustíveis

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3
20
UNIVERSIDADE POTIGUAR
ESCOLA DE NEGÓCIOS E HOSPITALIDADE
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
LOUISE VISCONTI DE AGUIAR VARGAS RAMOS
LUCAS MEDEIROS CHIANCA
MARIA GABRIELA MIRANDA DA SILVA
Logística reversa: estudo de caso múltiplo do descarte de óleos lubrificantes e suas embalagens pelos postos de combustíveis
NATAL/RN
2019
LOUISE VISCONTI DE AGUIAR VARGAS RAMOS
LUCAS MEDEIROS CHIANCA
MARIA GABRIELA MIRANDA DA SILVA
Logística reversa: estudo de caso múltiplo do descarte de óleos lubrificantes e suas embalagens pelos postos de combustíveis
Artigo científico apresentado na Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel no Curso de Administração da Universidade Potiguar.
Orientador: Prof. Dr. Domingos Fernandes Campos.
NATAL/RN
1
2019
Logística reversa: estudo de caso múltiplo do descarte de óleos lubrificantes e suas embalagens pelos postos de combustíveis
LouiseVisconti de Aguiar Vargas Ramos¹
Lucas Medeiros Chianca²
Maria Gabriela Miranda da Silva³
Domingos Fernandes Campos4
Resumo: Este trabalho tem por objetivo identificar e examinar o sistema da logística reversa dos óleos lubrificantes usados e os produtos descartados em postos de combustíveis da cidade de Natal-RN. A metodologia empregada foi a descritiva, do tipo estudo de caso múltiplo e de natureza quali-quantitativa. Os dados utilizados foram colhidos de duas maneiras, os primários colhidos a partir da coleta de dados e informações diretamente aos postos de combustíveis, através de pesquisa semiestruturada e consultas bibliográficas sobre a temática. Conclui-se, com as informações levantadas neste trabalho que os postos de combustíveis da região metropolitana de Natal-RN têm se preocupado em dar o destino para os óleos lubrificantes e seus itens poluentes de modo que não prejudiquem o meio ambiente.
Palavras-chave: Óleos lubrificantes; logística reversa; postos de combustíveis.
Abstract: This term paper aims to identify and examine the reverse logistics system of used lubricants and products discarded at gas stations in the city of Natal-RN. The methodology used was descriptive, of the type field research and of qualitative-quantitative nature. The data used were collected in two ways, the primary collected from the collection of data and information directly to the fuel stations, through semi-structured research and bibliographical consultations about the theme. It is concluded, with the information gathered in this work, that the fuel stations in the metropolitan region of Natal-RN have been concerned with giving the correct destination for the lubricating oil and its polluting items. 
Keywords: Lubricating oils; reverse logistic; stations.
1 INTRODUÇÃO
Os últimos anos têm sido fundamentais para o desenvolvimento de uma nova cultura organizacional que se preocupa com o impacto de produção sobre o meio ambiente. Um dos assuntos que se tornaram mais relevantes é a logística reversa, que se transformou em um tema eminente em todos os setores.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) define a logística reversa como: 
Um instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.
Um dos principais motivos para essa recente introdução da política de logística reversa é devido à implantação da legislação voltada para a proteção ambiental. Consequentemente, as empresas buscam adequar seus processos produtivos no que diz respeito ao descarte correto e o retorno de produtos para o reaproveitamento.
A rejeição de óleo no solo pode comprometer corpos d’água subterrâneos e superficiais, o próprio solo, o ar e com isso impactar drasticamente o meio ambiente. Destaca-se então a importância do descarte correto dos vasilhames contaminados com óleo, que tem uma legislação específica para tal e deve ser respeitada por todos. 
A resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) 273/2000 inibe o descarte feito de maneira desordenada. Os locais que não respeitarem essa resolução poderão ser penalizados com multa, reclusões ou até mesmo o encerramento de suas atividades. Podendo a multa chegar ao valor de R$ 50 milhões e a reclusão de um, até cinco anos.
Pode-se observar na ABNT NBR 10.004 que qualquer material que contenha resíduos de óleo lubrificante como os resíduos sólidos, recipientes plásticos e quaisquer outros materiais são classificados como: Resíduos Classe I. E esses resíduos são extremamente perigosos pois apresentam substâncias tóxicas e por isso sugere-se abolir a prática do descarte deste tipo de materiais.
Assim sendo, este trabalho analisa as práticas de logística reversa de óleos lubrificantes, suas embalagens e filtros em uma amostra de postos de combustíveis da região metropolitana de Natal-RN.
A partir destas considerações, visa-se responder a seguinte pergunta: Em que medida os postos tratam os itens poluentes descartados? 
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo Geral
O presente trabalho tem por objetivo identificar e analisar o processo da logística reversa dos óleos lubrificantes usados e os itens descartados na troca em postos de combustíveis da cidade do Natal.
1.1.2 Objetivo Específico
• Levantar informações sobre os itens relacionados ao descarte de óleos lubrificantes usados;

• Analisar as práticas de logística reversa das empresas e o procedimento para o recolhimento e destinação dos itens descartados;

• Análise dos fatores econômicos relacionados ao processo.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 LOGÍSTICA REVERSA
Muitos aspectos positivos são encontrados por parte de empresas que adotaram a logística reversa como prática, por exemplo: aumento dos lucros, redução de matérias-primas e custo de eliminação de resíduos e um melhor posicionamento competitivo. Souza e Fonseca (2009), afirmam que a logística reversa divide-se em dos aspectos, sendo o primeiro a relacionada ao pós-venda, onde é feito o recall, em que é realizada a troca ou o reparo dos produtos entregues aos clientes em que foram constados defeitos ou avaria. A segunda refere-se ao pós-consumo em que o produtor é o responsável por toda o ciclo do produto até este chegar ao ciclo final, assim sendo este produto poderá ser reciclado sendo reintroduzido no processo produtivo ou reutilizado para a função pela qual ele foi criado.
Para Leite (2002), a logística reversa ganhou na atualidade um destaque dentro da área de logística no cenário mundial. Isso se deve ao interesse de setores empresariais beneficiarem-se de novas oportunidades advindas desta prática. 
Segundo Leite (2009), a logística reversa é a área logística empresarial que tem por ofício planejar, operar e controlar o fluxo e informações logísticas no que se refere ao retorno dos bens de pós-venda e consumo aos ciclos de negócios ou produtivos, através de meios de distribuição reversa, atribuindo valor de diversas naturezas como: ecológico, econômico, de prestação de serviços, logístico, de imagem corporativa, dentre outros. 
Além disso, segundo Marchese (2013) e Sencovici & Demajorovic (2015), aquelas empresas cuja logística reversa é bem administrada, são mais competitivas que as demais, pois dessa forma além de diminuir o custo total dos produtos, também estarão atuando sustentavelmente de acordo com as leis vigentes. 
A Lei 12.035, de 2 de agosto de 2010, no capítulo II, Art. 3º, inciso XII define a logística reversa como:
Instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, parareaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.
Conhecida como Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), ela determina a forma correta de gestão e destinação de todos os resíduos sólidos gerados no território nacional brasileiro, além de imputar a responsabilidade compartilhada para todas as partes, como os fabricantes e consumidores dentre outros que de alguma maneira geram resíduos. 
2.2 TRATAMENTO E RECICLAGEM DO ÓLEO LUBRIFICANTE USADO OU CONTAMINADO (OLUC) 
O óleo lubrificante e suas embalagens são um grande desafio do ponto vista socioambiental. Quando descartados de forma incorreta podem impactar a qualidade do solo e das águas superficiais e subterrâneas, e quando queimados de forma não controlada acabam afetando o ar, contribuindo com o aumento da poluição e do aquecimento global. Silveira (2006) diz que:
Desta forma, quando os óleos usados são lançados diretamente no ambiente (em meio hídrico, nas redes de esgotos e solo) ou quando queimados de forma não controlada, provocam graves problemas de poluição do solo, das águas e do ar. Quando lançados no solo, os óleos usados se infiltram conjuntamente com a água da chuva contaminando o solo que atravessam e, ao atingirem os lençóis freáticos subterrâneos, poluem também as águas de fontes e poços.
Entretanto, existem tecnologias de reciclagem disponível de lidar com os principais resíduos do óleo lubrificante, que seria o próprio óleo e suas embalagens, ambos possuem meios para serem reciclados, porém, há a necessidade de implantação de processos de coleta e descarte para realizar a destinação correta assegurada por lei.
Apesar de haver as leis que asseguram o descarte do OLUC, ainda é notado que existe um volume bastante considerável de óleo que não é coletado no Brasil devido a uma falta de fiscalização dos órgãos responsáveis, algumas regiões superam as metas de coleta impostas pelo Ministério do Meio Ambiente (Tabela 1), porém é algo que deve ser mudado em comparação aos outros países. De acordo com Dias (2012):
Apesar de haver tecnologia para reciclagem da grande maioria dos materiais utilizados para compor as embalagens de alimentos, por exemplo, é necessária a sua absorção pelo circuito da indústria da reciclagem. Além disso, há resíduos que não podem ser reutilizados, por diferentes razões: higienização, impossibilidade de desmontagem, dificuldade de correta identificação e separação dos materiais, compartimentos, sistemas e subsistemas que compõem um produto já descartado.
Tabela 1: Metas de coleta impostas pelo Ministério do Meio Ambiente.
Fonte: Ministério do Meio Ambiente, 2012.
É visto que em países com maior nível de desenvolvimento a coleta do óleo lubrificante utilizado e seus itens semelhantes é bem maior que a do Brasil e vem crescendo mais ainda. Países como o Canadá possuem políticas próprias em relação incentivar a troca de óleo feita em casa, incentivando não somente as empresas (postos de gasolina e oficinas), mas também beneficia fazendeiros e pessoas que realizam a própria troca de óleo, gerando um lucro a quem realiza essa prática. 
Quando descartado corretamente o óleo tem um grande valor, um dos principais procedimentos realizados que vem crescendo bastante é o rerrefino, o processo de rerrefino consiste na retirada dos contaminantes do óleo, como os metais pesados e poeira, assim possibilitando ter novos óleos para reutilização. Como diz o Manual de procedimentos para fiscalizaçãodas atividades relacionadas a óleoslubrificantes usados ou contaminados:Resolução Conama 362/2005:
[...] quando coletados e corretamente encaminhados à reciclagem, por meio do processo de rerrefino (artigo 3º da Resolução Conama nº 362/2005), o Oluc representa um recurso mineral bastante valioso, pois possibilita a geração de importante parcela de óleos básicos [...]
2.3 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PNRS)
A lei nº 12.305/10 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que proporcionou as mudanças necessárias para resolução dos problemas decorridos ao manejo impróprio dos resíduos sólidos.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a Política Nacional de Resíduos Sólidos:
Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado).
Através da lei n° 12.305/10, implementou-se a relação de responsabilidade compartilhada entre fabricantes, importadores, distribuidores, negociantes e titulares da atividade de manipulação dos resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e embalagens pós venda e pós-consumo. 
Além do mais, o Ministério do Meio Ambiente afirma que a Política Nacional de Resíduos Sólidos:
Cria metas importantes que irão contribuir para a eliminação dos lixões e institui instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual, microrregional, intermunicipal, metropolitano e municipal; além de impor que os particulares elaborem seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
3 METODOLOGIA
O presente estudo trata-se de uma pesquisa, predominantemente, descritiva que, segundo Gil (2008), tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população, fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Uma de suas características significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados. 
Quanto ao método, a pesquisa será realizada por meio de um estudo de caso múltiplo sobre a logística reversa do óleo lubrificante usado e de seus poluentes associados à troca. Foram feitas visitas preliminares para conhecer a atual situação da coleta, obtendo assim dados de grande relevância sobre a área de pesquisa, em seguida, considerando-se essa análise para a elaboração de um questionário; ao final essas perguntas foram aplicadas aos gerentes e supervisores responsáveis dos postos de combustíveis. A sequência dos procedimentos realizados para a coleta de dados seguiu conforme a Figura 1.
Figura 1 - Elaboração do artigo
Fonte: elaboração própria dos autores
Para Gil (2008), o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo de um ou de poucos objetos, aprimorando o seu conhecimento amplo e detalhado. Corroborando Gil (2008), Yin (2001) confirma que o estudo de caso se refere ao estudo minucioso e profundo de um ou mais objetos, permitindo novas descobertas de aspectos que não foram previstos inicialmente.
Os dados utilizados serão levantados de duas formas, os dados primários obtidos a partir da coleta de dados e informações junto aos postos de combustíveis, e consulta bibliográfica a respeito do assunto abordado. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário semiestruturado, com perguntas abertas e fechadas focalizadas para identificar as ações desenvolvidas pelos postos de combustíveis. 
No que diz respeito à forma de análise dos dados, o estudo foi desenvolvido com natureza quali-quantitativa, o que, de acordo com Ribeiro (2008), atua realçando os valores, as crenças, as representações, as opiniões e atitudes e, ao mesmo tempo, atua para trazer à tona indicadores e tendências observáveis. Por se tratar de uma pesquisa onde a obtenção dos dados ter ocorrido in loco por meio das respostas dos questionários e não houve solicitação de autorização para divulgar nomes das empresas/pessoas, a análise dos dados foi realizada contabilizando os dados gerais sem identificação ou comparação dos postos de combustíveis. Todos os cuidados para a proteção do sigilo sobre os seres humanos envolvidos na pesquisa, entretanto, foram tomados; nenhum dos resultados encontrados foi expresso de maneira individual ou nominal.
Para tabulação dos dadosquantitativos e elaboração do gráfico foi utilizado o software Microsoft® Excel 2016.
4 ANÁLISE E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS
Diante da problemática apresentada durante o decorrer do estudo foi aplicado uma ferramenta de pesquisa no intuito de entender e mapear os processos realizados pelos postos da região metropolitana de Natal/RN, para verificar se há a coleta e o descarte de forma correta dos óleos lubrificantes utilizados e suas embalagens.
De forma a otimizar a interpretação das informações coletadas a partir dos questionários, foi elaborada a Figura 2, onde as respostas dadas pelos funcionários são apresentadas percentualmente.
Figura 2 - Questões referentes a ferramenta de pesquisa anexo 1
Fonte: elaborado a partir das entrevistas
No primeiro questionamento realizado aos funcionários das redes de postos de combustíveis entrevistadas, foi perguntado se era realizado a coleta do OLUC para suceder o descarte correto, e notou-se que em todos os postos da região da grande Natal é realizada a coleta do óleo lubrificante de forma correta. Assim sendo, observa-se que os postos estão agindo de acordo com um dos objetivos elencados na lei Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Como pode se observar no Inciso II Art. 7º da referida lei: “[...] não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos [...]”. 
As empresas mencionadas na pesquisa foram a LuBrasil, Lwart Lubrificantes e Ambiental. A LuBrasil começou seus trabalhos em 1977, em Piracicaba, onde funciona sua matriz até hoje, coletando 230 m³/mês de Óleo Lubrificante Usado ou Contaminado (OLUC), que serve como matéria-prima para o processo de reciclagem (rerrefino), produzindo 150 m³/mês de óleo básicorerrefinado. Hoje a LuBrasil atua em 21 Estados. Com início em 1975, a Lwart Lubrificantes possui duas unidades industriais, a matriz em Lençóis Paulista (SP) e uma filial em Feira de Santana (BA), além de contar com 15 centros de coleta. É a únicaindústria de rerrefino da América Latina a produzir o óleo básico do Grupo II, produto de alta qualidade em razão dos altos índices de pureza e desempenho. 
Com o óleo recolhido, a Ambiental desenvolve produtos como o Lubrificante XD 21, utilizado em máquinas de corte, sabres e correias; O Desmoldante XD 17, que é utilizado em formas de metal ou madeira para o desmolde de concreto. Possui também uma linha de produtos para limpeza, que compreende produtos como águasanitária, desinfetantes, pasta brilho, sabão líquido e detergentes. Sua matriz encontra-se sediada em Paraná.
De acordo com a pesquisa realizada, houve uma predominância da LU BRASIL no que se refere a coleta do OLUC (52,6%). Na grande maioria dos casos analisados, a coleta dos resíduos oleosos é realizada mensalmente (68%), como mostra o Figura 3, e em alguns postos a coleta é feita quinzenalmente devido ao grande fluxo de veículos devido a sua localização.
Figura 3 - Período de coleta do OLUC
Fonte: elaborado a partir das entrevistas
O quarto item mostra quantidade de óleo recolhido pelos postos, essa pergunta reflete bastante no porte e localização dos postos, podemos ver na Figura 4 que o maior percentual é de postos que coletam até 1.000 (mil) litros de óleo que é de 48%, devido a sua localização em bairros residenciais de baixo fluxo de veículos; já os postos de maior porte chegam a coletar cerca de 4.000 (quatro mil) litros de óleo, representando 20% da amostra.
Figura 4 - Quantidade de óleo recolhido
Fonte: elaborado a partir das entrevistas
A quinta pergunta teve o intuito de entender se os óleos eram diferentes para os tipos de veículos (carros, motos e caminhões), e foi unanime a resposta de que são diferentes, pois existe uma viscosidade ideal para cada veículo de acordo com o seu manual, o que implica no funcionamento dos diferentes tipos de motores.
Na pergunta seis foi questionado se era realizado a troca de óleo em todo tipo de veículo (carro, moto e caminhões) e apenas 26,3% dos postos realizam a troca em todos os tipos de veículos, esse número é referente aos postos localizados nas rodovias federais pois estes possuem um maior porte para receber veículos de grande pote como caminhões, em ambos os estabelecimentos as OLUC’s são estocados juntos, independente de qual modelo do veículo (carros, moto ou caminhões).
É de grande valia destacar que o procedimento de coleta do óleo gera lucro aos postos, pois ao serem questionados em relação à compra ou venda do mesmo, todos afirmaram que as empresas que realizam a coleta desses materiais pagam por esse serviço. Devido à política de alguns postos, eles não puderam informar o valor recebido pela coleta, em contrapartida, observamos nas informações dos demais postos que esse valor varia de acordo com o estabelecimento, recebendo em média R$0,55 por litro coletado. Porém, as embalagens plásticas não geram lucro, pois são separaras e destinadas à coleta seletiva realizada por empresas do ramo, sediadas em Natal, de forma gratuita.
Diante do exposto, verificou-se a preocupação dos proprietários de postos de combustíveis quanto ao procedimento que adotam para o descarte dos resíduos oleosos e suas embalagens.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi observado que os postos de combustíveis que fizeram parte do estudo de campo do presente trabalho fazem o descarte de forma correta do óleo lubrificante usado e esse descarte gera lucro para os estabelecimentos. Os OLUCs são coletados pelas empresas que recolhem esse material, visando: o rerrefino do mesmo; a reutilização para a fabricação de produtos de limpeza e criação de um desmoldante de concreto. 
Vale ressaltar que, as empresas que realizam a coleta do OLUC não coletam as embalagens e os filtros que são derivados das trocas de óleo. Entretanto, verificou-se que o descarte desses resíduos é feito através de outras empresas e destinado à reciclagem, de forma gratuita. 
Por fim, diante do que pode ser observado pelos pesquisadores nos locais visitados e de acordo com o que os respondentes das entrevistas afirmaram, os postos de gasolina da região metropolitana de Natal-RN têm dado a destinação adequada para os óleos lubrificantes, pois são coletados e têm destinação final que não afeta negativamente o meio ambiente e propicia a recuperação dos constituintes neles contidos.
REFERÊNCIAS
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DESCARTE DE ÓLEOS LUBRIFICANTES E SUAS EMBALAGENS: ESTUDO DE CASO DOS POSTOS DE GASOLINA E OFICINAS DA CIDADE DE ITUIUTABA, ESTADO DE MINAS GERAIS. Revista Eletrônica de Geografia, Minas Gerais, v. 3, n. 7, p.101-114, out. 2011. Disponível em: <http://www.observatorium.ig.ufu.br/pdfs/3edicao/n7/7.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2019.
DIAS, Sylmara Gonçalves. O desafio da gestão de resíduos sólidos urbanos. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 11, n. 1, p.18-18, jan. 2012. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/gvexecutivo/article/viewFile/22776/21542>. Acesso em: 12 maio 2019.
GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
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ANEXO I – Questionário aplicado aos funcionários dos postos de gasolina da região metropolitana de Natal
Questionário sobre descarte de óleos lubrificantes automotivos e embalagens
Vocês fazem a coleta de óleos lubrificantes?
( ) Sim ( ) Não
Qual empresa faz a coleta dos óleos lubrificantes?
Qual o tempo médio de coleta?
( ) Semanalmente ( ) Quinzenalmente ( ) Mensalmente ( ) Outro
Quantos litros de óleos são recolhidos?
( ) Menos de 1.000l ( ) De 1,001l a 4.000l ( ) Acima de 4.000l
	
Os óleos são diferentes para carros, motos e caminhões?
	( ) Sim ( ) Não
É realizada a troca de todos os tipos de veículos?
( ) Sim ( ) Não
A coleta é feita de forma junta ou separando os tipos de óleos?
( ) Junto ( ) Separado
Vocês fazem a coleta de pneus?
( ) Sim ( ) Não
Há algum tipo de lucro ou custo sobre o recolhimento do óleo?
( ) Lucro ( ) Custo
Os filtros e embalagens são recolhidos por uma empresa de reciclagem? 
( ) Sim ( ) Não

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