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Estudo do controle postural em adultos com vestibulopatias periféricas da avaliação ao tratamento

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Londrina 
2014 
 
 
 
 
 
 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO 
EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRICILA PERINI RIGOTTI FRANCO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DO CONTROLE POSTURAL EM ADULTOS COM 
VESTIBULOPATIAS PERIFÉRICAS: DA AVALIAÇÃO AO 
TRATAMENTO 
 
 
PRICILA PERINI RIGOTTI FRANCO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cidade 
ano 
AUTOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Londrina 
2014 
 
 
ESTUDO DO CONTROLE POSTURAL EM ADULTOS COM 
VESTIBULOPATIAS PERIFÉRICAS: DA AVALIAÇÃO AO 
TRATAMENTO 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada à UNOPAR, como requisito 
parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências 
da Reabilitação. 
 
Orientador: Dra. Luciana Lozza de Moraes Marchiori 
 
 
PRICILA PERINI RIGOTTI FRANCO 
 
 
 
 
ESTUDO DO CONTROLE POSTURAL EM ADULTOS COM VESTIBULOPATIAS 
PERIFÉRICAS: DA AVALIAÇÃO AO TRATAMENTO 
 
 
 
 
Dissertação apresentada à UNOPAR, no Mestrado em Ciências da Reabilitação, 
área e concentração em aspectos funcionais e biológicos associados ao 
desempenho humano e à promoção de saúde como requisito parcial para a 
obtenção do título de Mestre conferida pela Banca Examinadora formada pelos 
professores: 
 
 
 
 
 
_________________________________________ 
Profa. Dra. Luciana Lozza de Moraes Marchiori 
UNOPAR 
 
 
 
 
_________________________________________ 
Prof. Dr. Rubens Alexandre da Silva Junior 
UNOPAR 
 
 
 
 _________________________________________ 
Profa. Dra. Kátia Cristina Álvares Kreling 
UEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este mestrado à Deus, que fоі meu 
sustento е mе dеυ coragem para seguir 
nesta longa caminhada, à meu esposo pela 
paciência e amor, à minha família pelo 
incentivo e apoio em todas as minhas 
escolhas e decisões e a minha querida 
orientadora, pela amizade e confiança. A 
vitória desta conquista dedico a todos vocês. 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente à DEUS, que me permitiu sonhar de uma forma 
que alargasse meus horizontes, por sua grandeza e amor incondicional, por me 
amparar nos momentos difíceis e me dar força e persistência para que pudesse 
concluir este trabalho. 
À minha orientadora Profa. Dra. Luciana Lozza de Moraes Marchiori, por 
acreditar em mim, me mostrando o caminho da ciência e disciplina na vida 
acadêmica. Agradeço, pela honra de sua convivência, pelo exemplo de profissional, 
generosidade e humildade, e, sobretudo pela amizade que sempre fará parte da 
minha vida. 
Ao meu amado esposo Denis Franco, meu porto seguro, aquele que 
incentivou e acreditou no meu potencial, foi paciente e consolador nos momentos de 
ansiedade, nervosismo e aflição. Esteve sempre ao meu lado, me ajudou e foi 
dedicado com profundo amor mesmo nos momentos de ausência. 
Aos meus pais amados Étore e Iracema, que me proporcionaram educação 
e principios morais, com seu exemplo de pais e dedicação ao trabalho. Por me 
mostrarem que a educação é a maior riqueza que alguém pode conquistar. 
Agradeço profundamente pela pessoa e profissional que sou, assim como, por todas 
as conquistas alcançadas, pois sem o amor de vocês não seria possível. 
Às minhas amadas irmãs Daniela e Ariela, pelo amor e amizade, por me 
tornarem capaz de enfrentar novos desafios sabendo que vocês estarão sempre ao 
meu lado, desejando que eu seja feliz. 
Aos meus sobrinhos Laura e Rodrigo, amores da minha vida, pessoas às 
quais espero ser exemplo a ser seguido. Lamento pelos momentos em que não 
estive presente. 
Ao Prof. Dr. Rubens Alexandre da Silva Junior, pela atenção, generosidade 
e permitir que pudessemos compartilhar de seu grande potencial acadêmico e 
realizar nossos estudos no Laboratório de Avaliação Funcional e Performance 
Motora Humana (LAFUP) – Universidade Norte do Paraná – Unopar. Londrina, PR. 
À aluna do curso de fonoaudiologia Vanessa Gorres, que me ajudou 
incessantemente na coleta de dados, sempre dedicada, estudiosa, responsável e 
 
acima de tudo se mostrou uma grande amiga. 
À Profa. Dra. Viviane Souza Pinho Costa pelo aprendizado, atenção e 
amizade. 
Aos meu parceiros e amigos Dr. Francisco Borges e Dr. Ricardo Borges, os 
quais tenho como exemplo de profissionais e que me apoiaram a seguir em frente 
nesta caminhada, nutrindo meu sonho e me ajudando a conquistá-lo. 
Agradeço à Edna Itaukussu e Adriane Schultz, pela amizade que firmamos, 
cumplicidade, compania e aprendizado nos bons e maus momentos durante o 
mestrado, pois vocês assim como eu vivenciados o mesmo lado deste processo. 
Aos meus amigos Danilo Mantovani, Patrícia Medeiros e Daniela Barbosa, 
pela amizade sincera, dedicação e motivação, mesmo que de longe, vocês tem um 
lugar especial em minha vida. 
Agradeço a todos os professores e colegas do mestrado em Ciências da 
Reabilitação (Programa Associado entre Universidade Estadual de Londrina [UEL] e 
Universidade Norte do Paraná [UNOPAR]), pelo exemplo e conhecimento adquirido, 
sem vocês isso não seria possível. 
Agradeço a todos que fazem parte do Laboratório de Avaliação Funcional e 
Performance Motora Humana (LAFUP) – Universidade Norte do Paraná – Unopar. 
Londrina, PR. 
Agradeço a todos que fazem parte da Clínica de Fonoaudiologia da 
Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). 
Agradeço aos colaboradores Dr. Lucas Uliani Lima, Dra. Claudia Regina 
Sanches Vaz e Dra. Ana Maria Ciola, pela compreensão e ajuda profissional, para 
que eu pudesse atingir meu objetivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"Se as coisas são inatingíveis... ora! 
Não é motivo para não querê-las... 
Que tristes os caminhos, se não fora 
A presença distante das estrelas!" 
 
Mário Quintana 
 
FRANCO, Pricila Perini Rigotti. Estudo do controle postural em adultos com 
vestibulopatias periféricas: da avaliação ao tratamento. 2014. 126p. Dissertação 
(Mestrado em Ciências da Reabilitação) – UEL/UNOPAR, Londrina, 2014. 
 
 
RESUMO 
 
 
As tonturas e vertigens podem fazer parte de quadros de vestibulopatias. A Vertigem 
Postural Paroxística Benigna (VPPB) é a vestibulopatia mais comum encontrada e 
ocorre com frequência na população adulta e idosa. A Manobra de 
Reposicionamento Otolítico (MRO) de Epley para a VPPB de Canais Semicirculares 
(CSC) posteriores consiste em eliminar a vertigem e o desequilibrio o que melhora a 
qualidade de vida e reduz os riscos de quedas. A posturografia permite avaliar 
quantitativamente a componente vestíbulo-espinhal do equilíbrio corporal nas 
vestibulopatias periféricas, bem como, monitorar os efeitos do tratamento com MRO 
de Epley. OBJETIVO: Comparar os achados da posturografia estática em indivíduos 
com VPPB, com outras vestibulopatias periféricas e sem vestibulopatias, bem como, 
verificar a resposta dos parâmetros estabilométricos após a manobra de MRO em 
adultos com VPPB, para constatação da melhora deste tratamento no equilíbrio 
destes pacientes. MÉTODOS: A amostra total foi de 53 pacientes, sendo 29 
pacientes adultos com VPPB, 09 pacientes com Disfunção Vestibular (DV) e 11 
sujeitos (grupo controle) saudáveis. Avaliados em uma Plataforma de Força, 
utilizando-se de duas posições dos pés (P1-bipodal e P2-semi tandem), com uma 
situação visual (olhos abertos)para verificar parâmetros estabilométricos em cada 
vestibulopatia periférica. Posteriormente, o grupo com VPPB sofreu intervenção com 
MRO de Epley e foram investigados os efeitos no equilíbrio 5 minutos após a 
aplicação do tratamento. RESULTADOS: Os achados revelaram que não há 
diferença estatisticamente significante quando comparados os grupos com VPPB e 
Disfunção Vestibular, ambos apresentam controle postural semelhante, como por 
exemplo, para a área do centro de pressão-ACOP (p=0,47 na P1 e p=0,98 na P2). 
Com relação ao grupo controle (G3), encontrou-se diferença estatisticamente 
significante para o G1 e G3, no entanto, o G2 não apresentou resultado 
estatisticamente significante quando comparado ao G3, embora tenha um 
desempenho 37,5% pior para a A-COP. O efeito da MRO de Epley no grupo com 
VPPB mostrou significância para a P1, com relação ao Deslocamento total (p=0,01), 
 
A-COP (p=0,04), Amplitude Anteroposterior (p=0,02), Velocidade Anteroposterior 
(p=0,03), Velocidade médio-lateral (0,04) e Frequência médio-lateral (p=0,05), porém 
o tamanho do efeito da intervenção (d) foi pequeno (d<0,5). Já na posição P2 houve 
significância para deslocamento total, A-COP (p=0,02), Amplitude médio-lateral 
(p=0,05), Velocidade Anteroposterior (p=0,01) e Frequência médio-lateral (p=0,05) 
com tamanho do efeito médio para A-COP (d=0,52) e amplitude Anteroposterior 
(p=0,63). O G1 obteve uma melhora de 42,42% para A-COP na P1 e 39,04% para a 
P2, após a manobra de reposicionamento otolítico, bem como, apresentou uma 
melhora geral para as demais variáveis, mesmo aquelas onde não se verificou 
significância estatística. CONCLUSÃO: Este estudo mostra a importância da 
verificação dos parâmetros estabilométricos no estudo das vestibulopatias 
periféricas e a caracterização do padrão funcional na condição postural, pois 
fornecem dados quantitativos sobre o desequilíbrio na crise vertiginosa ou fora dela. 
Com relação ao tratamento da VPPB a posturografia auxilia na comprovação dos 
efeitos da MRO de Epley, que tem mostrado significativa melhora no equilíbrio 
corporal e redução do sintoma de vertigem na população adulta, imediatamente 
após a sua aplicação em VPPB de CSC posterior. 
 
Palavras-chaves: Tontura, Vertigem, Equilíbrio Postural, Doenças Vestibulares, 
Adultos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FRANCO, Pricila Perini Rigotti. Study of Postural Control in adults with 
Peripheral Vestibulopathies: from evaluation to the treatment. 2014. 126p. 
Dissertation (Master of Science in Rehabilitation) – UEL/UNOPAR, Londrina, 2014. 
 
ABSTRACT 
 
Dizziness and vertigo can be part of vestibulopathy causes. The Benign Paroxysmal 
Positional Vertigo (BPPV) is the most commom vestibulopathy found and usually 
occurs in the adult and elderly population. The Olithic Repositioning Maneuver 
(ORM) from Epley for Posterior Semicircular Canal BVVP consists of eliminating the 
vertigo and imbalance which improves life quality and decreases risks of falling. The 
posturography test permits to evaluate quantitatively the vestibulospinal components 
of corporal balance in peripheral vestibulopathies, and also, monitor the effects of the 
treatment using the Olithic Repositioning Maneuver (ORM). OBJECTIVE: To 
compare the results of static posturography in individuals with BVVP, other peripheral 
vestibulopathies, and without vestibulopathy, verifying also the stabilometric 
parameters the maneuver of Epley in adults with BVVP, to check the improvement of 
this treatment in these pacients’ balance. METHODOLOGY: The total sample was 
from 53 patients, among them 29 patients with BPPV, 09 with Vestibular Dysfunction 
and 11 healthy individuals (control group). Evaluated on a force platform using 2 feet 
position (bipedal and semi-tandem), with a visual situation (open eyes) to verify 
stabilometric parameters in each peripheral vestibulopathy, subsequently the group 
with BPPV suffered intervention with ORM from Epley and the effects in balance 5 
minutes after the application of the treatment were investigated. RESULTS: Results 
showed no significant statistically difference when compared the groups BPPV and 
the VD group both presented similar postural control, such as a Center of Pressure-
COP (p=0,47 in P1 and p=0,98 in P2). In relation to the control group (G3) significant 
statistically difference was found for G1 and G3, G2 group didn’t present significant 
statistically result when compared to G3, although G2 group had a performance 
37,5% worse for a COP . The effect of ORM from Epley on group with BPPV found 
significance for P1 in relation to the total displacement (p=0,01), COP (p=0,04), 
antero-posterior amplitude (p=0,02), Velocidade antero-posterior (p=0,03), speed 
medium lateral (0,03) and frequency medium lateral (p= 0,05) however, the effect of 
the intervention (d) was low (d < 0,5). In position P2 there was significance for total 
 
displacement COP (p=0,02), amplitude médio-lateral (p=0,05), speed antero-
posterior (p=0,01) and frequency medium lateral (p=0,05), with medium effect for 
COP ( d=0,52) and amplitude antero-posterior (p=0,63). G1 group had an 
improvement of 42,42% for COP in P1 and 39,04% for P2, after ORM, and also 
presented a general improvement for the others variables, even those which a 
significant statistic wasn’t verified. CONCLUSION: This research shows the 
importance of the verification of stabilometric parameters in the study of the 
functional pattern in the posture condition, because they provide quantitative data 
about the imbalance in the vertigo crisis or out of it. In relation to the treatment of 
BVVP the posturography helps the confirmation of the effects of ORM from Epley, 
that has shown significant improvement in the corporal balance and reduction in 
vertigo symptoms in adults, right after its application in BPPV and CBS position. 
 
Keywords: Dizziness. Vertigo. Postural Balance. Vestibular Deseases, Adults. 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1 – Labirinto ósseo direito (cápsula ótica), visão ântero-lateral: osso 
esponjoso circundante removido. .............................................................................. 17 
Figura 2 – Labirínto membranoso ............................................................................. 17 
Figura 3 – Células ciliadasdo labirínto ...................................................................... 18 
Figura 4 – Sistema vestibular central ....................................................................... 19 
Figura 5 – Ductos Semicirculares ............................................................................. 21 
Figura 6 – Caracteristicas do nistagmo de posicionamento ..................................... 27 
Figura 7 – Manobra de Dix-Hallpike ......................................................................... 28 
Figura 8 – Manobra de reposicionamento de Epley ................................................. 30 
Figura 9 – Plataforma de Força ................................................................................ 32 
Figura 10 – Posição 1 Bipodal (P1) .......................................................................... 61 
Figura 11 – Posição 2 Semi Tandem (P2) ................................................................ 61 
Figura 12 – Desempenho expresso em porcentagem da A-COP em comparação no 
G1, G2 e G3 na P1 e P2 ........................................................................................... 61 
Figura 13 – Posição 1 Bipodal (P1) .......................................................................... 70 
Figura 14 – Posição 2 Semi Tandem (P2) ................................................................70 
Figura 15 – Desempenho dos grupos G1 e G2 nas P1 e P2 para a A-COP 
expressos em porcentagem ...................................................................................... 77 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 – Valores descritivos e análise comparativa o G1, G2 e G3 na P1 e P2 de 
olhos abertos ............................................................................................................ 58 
Tabela 2 – Análise Comparativa dos parâmetros estabilométricos para o G1, G2 e 
G3 na P1 e P2 de olhos abertos ............................................................................... 59 
Tabela 3 – Valores descritivos e análise comparativa para P1 no G1 pré e pós MRO 
de Epley (N=29) ....................................................................................................... 73 
Tabela 4 – Valores descritivos e análise comparativa para P2 no G1 pré e pós MRO 
de Epley (N=29) ....................................................................................................... 74 
Tabela 5 – Valores descritivos e análise comparativa para a P1 no G2 pré e pós-
repouso (N=11) ........................................................................................................ 75 
Tabela 6 – Valores descritivos e análise comparativa para P2 no G2 pré e pós-
repouso (N=11) ........................................................................................................ 76 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
VPPB Vertigem Posicional Paroxística Benigna 
PF Plataforma de Força 
CSC Canal Semicircular 
VPPB CP Vertigem Posicional Paroxística Benigna de Canal Posterior 
DV Disfunção Vestibular 
DVPD Disfunção Vestibular Periférica Deficitária 
P1 Posição 1 
P2 Posição 2 
G1 Grupo 1 
G2 Grupo 2 
A-COP Área de Elipse do Centro de Pressão 
Vel.AP Velocidade Anteroposterior 
Vel.ML Velocidade Médio Lateral 
Freq. AP Frequência Anteroposterior 
Freq. ML Frequência Médio Lateral 
RVO Reflexo Vestibulo Ocular 
CH Canal Horizontal 
IMC Índice de Massa Corporal 
VENG Vectoeletronistagmografia 
EPR Espectro de Potencia Relativa 
GS Voluntários Sádios 
GV Voluntários vestibulopatas 
ACAI Artéria Cerebelar ântero-inferior 
RVO Reflexo Vestibulo Ocular 
DH Dix Hallpike 
MR Manobra de Reposicionamento 
CP Controle Postural 
CG Centro de Gravidade 
VO Velocidade de Oscilação 
EPO Espectro de Potência Relativa 
CP Canal Posterior 
CH Canal Horizontal 
 
RVE Reflexo Vestíbulo Espinhal 
BRUTM Balance Rehabilitation Unit 
IVB Insuficiência Vértebro Basilar 
SDI Síndrome do desequilíbrio do Idoso 
IMC Índice de Massa Corporal 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14 
2 REVISÃO DE LITERATURA – CONTEXTUALIZAÇÃO ......................................... 16 
2.1 ANATOMIA DO SISTEMA VESTIBULAR ........................................................... 16 
2.1.1 Sistema Vestibular Periférico ........................................................................... 16 
2.1.1.1 Labirínto ósseo .............................................................................................. 16 
2.1.1.2 Labirínto membranoso ................................................................................... 17 
2.1.1.2.1 Células ciliadas .......................................................................................... 18 
2.2. SISTEMA VESTIBULAR CENTRAL ................................................................... 19 
2.3 FISIOLOGIA DO SISTEMA VESTIBULAR PERIFÉRICO ................................... 20 
2.3.1 Canais Semicirculares ...................................................................................... 20 
2.3.2 Mecanismos Vestibulares Para Estabilizar os Olhos ....................................... 21 
2.3.3 Outros Fatores Relacionados ao Equilíbrio ...................................................... 21 
2.3.3.1 Proprioceptores do pescoço .......................................................................... 21 
2.3.3.1.1 Informações Proprioceptivas e exteroceptivas ........................................... 22 
2.3.3.1.1.1 Importância das Informações visuais na manutenção do equilibrio ........ 22 
2.3.3.1.1.1.1 Conexões neurais do sistema vestibular com o sistema nervoso central . 
 .................................................................................................................................. 22 
2.4. VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA BENIGNA ........................................ 23 
2.4.1 Fisiopatologia da vertigem posicional paroxística benigna ............................... 24 
2.4.1 Diagnóstico da vertigem posicional paroxística benigna .................................. 26 
2.4.1.1. Tratamento da vertigem posicional paroxística benigna............................... 29 
2.5. ANALISE DO EQUILIBRIO CORPORAL ........................................................... 31 
2.6. ASSOCIAÇÃO ENTRE A MANOBRA DE EPLEY E POSTUROGRAFIA .......... 32 
2.7. ASSOCIAÇÃO ENTRE A POSTUROGRAFIA E OUTRAS VESTIBULOPATIAS .. 
 .................................................................................................................................. 36 
3 ARTIGOS........................ ....................................................................................... 41 
CONCLUSÃO GERAL .............................................................................................. 62 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 88 
ANEXOS ................................................................................................................... 93 
ANEXO A – Anamneses (Conselho Ferderal de Fonoaudiologia/Comitê de Audição e 
Vertigem) ................................................................................................................... 93 
ANEXO B – Protocolo de Parecer do Comitê de Ética ............................................. 96 
 
ANEXO C – Normas de formatação do periódico Brazilian Journal of 
Otorhinolaryngology...................................................................................................98 
ANEXO D – Normas de formatação do periódico CoDAS-Jornal da Sociedade 
Brasileira de Fonoaudiologia....................................................................................115
14 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
As vestibulopatias periféricas compreendem as doenças que acometem o 
sistema vestibular periférico como o labirinto e o nervo vestibular, com sintomas 
direitamente relacionados ao prejuízo do equilíbrio corporal. Elas normalmente se 
manifestam através do sintoma de tontura ou vertigem, a qual se caracteriza pela 
insegurança em relação à movimentação ou posição do corpo, sendo um dos 
sintomas mais comuns relatados nos serviços de saúde que afeta milhares de 
pessoas, já a vertigem é a denominação que se atribui à tontura rotatória, com a 
sensação do corpo estar girando no ambiente ou do ambiente estar girando ao redor 
do corpo1. 
A Disfunção Vestibular é uma vestilopatia periférica, na qual a dinâmica 
funcional do labriríntico encontra-se alterada, o que acarreta uma exacerbação dos 
reflexos oculomotores gerados relacionados à percepção e manutenção de 
respostas relacionadas aos movimentos cefálicos e posturais do corpo. Já a 
Vertigem Postural Paroxística Benigna (VPPB) é a vestibulpatia periférica mais 
comum encontrada, pode ocorrer em todas as faixas etárias com maior incidência 
nos idosos e incomum de ser encontrada em crianças. Trata-sede uma disfunção 
vestibular de origem periférica de predominância unilateral, que ocasiona episódios 
de vertigens habitualmente intensas, de breve duração, rotatórias, náuseas e 
tipicamente desencadeadas, por determinadas mudanças posturais da cabeça, 
ocasionado por uma disfunção na orelha interna1-3. 
A fisiopatologia da VPPB é explicada pela presença de cristais de carbonato 
de cálcio, vindos do fracionamento de estatocônios da mácula utricular que se 
deslocam e flutuam na corrente endolinfática para os canais semicirculares, pode 
ocorrer de duas formas: a ductolitíase, na qual os cristais permanecem flutuantes na 
endolinfa e a cupulolitíase onde se aderem cúpula4. 
A avaliação do individuo com tontura é desafiante e complexo, devido à 
quantidade de possibilidades diagnósticas. Mais de 60 enfermidades têm sido 
relacionadas como causadoras de tontura, que podem representar a queixa principal 
do paciente ou um frequente sintoma1,5. 
O diagnóstico abrange a história clínica típica, vectoeletronistagmografia, 
pesquisa do nistagmo de posicionamento (durante as manobras de Dix-Hallpike, 
Brandt Daroff e/ou Roll Over), que permite identificar o tipo de lesão na VPPB 
15 
 
(ductolitíase ou cupulolitíase), o lado e o número de canais envolvidos (unilateral, 
bilateral ou multicanal)4,6, bem como, medidas com a posturografia. 
Embora o tratamento da VPPB seja multiprofissional, longo e oneroso, 
algumas medidas vêm sendo tomadas com o intuito de torná-lo mais eficaz e menos 
exaustivo ao paciente. Sendo assim, a manobra de reposicionamento de Epley 
constitui uma forma de tratamento com boa viabilidade, baixo custo e índice de 
efeitos colaterais praticamente insignificantes. Esta é uma técnica simples e bem 
tolerada de terapia física que pode aliviar a vertigem em grande maioria dos 
pacientes. Segundo a literatura, cerca de 75% dos pacientes ficam livres dos 
sintomas com uma manobra2,7. 
Apesar da constatação da melhora clínica dos pacientes após a realização 
da manobra de Epley, relatada em vários estudos, há escassez de dados na 
literatura, que quantifiquem a melhora desta manobra com ênfase nas medidas de 
equilíbrio postural. Sendo assim, é de suma importância à avaliação do equilíbrio por 
meio de parâmetros estabilográficos obtidos com uma PF, após a manobra de Epley, 
tanto para o prognóstico como para o tratamento de pacientes com VPPB. A PF é o 
principal método para quantificar o equilíbrio associado aos mecanismos 
neuromusculares e biomecânicos de controle postural4. 
A partir destas colocações o objetivo deste estudo foi comparar os achados 
da posturografia estática em indivíduos com VPPB e outras vestibulopatias, bem 
como, verificar a resposta dos parâmetros do equilíbrio postural à manobra de 
reposicionamento de Epley em indivíduos adultos com VPPB para constatação da 
melhora deste tratamento no equilíbrio e qualidade de vida dos pacientes. 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA – CONTEXTUALIZAÇÃO 
 
2.1 ANATOMIAS DO SISTEMA VESTIBULAR 
 
O sistema vestibular humano constitui-se por três partes: um sistema 
sensorial periférico, um processador central e um mecanismo de resposta motora9. 
 
2.1.1 Sistema Vestibular Periférico 
 
A porção periférica inicia-se por uma escavação na porção petrosa do osso 
temporal denominada labirinto ósseo, que por sua vez, é preenchido por uma série 
de estruturas membranosas que se moldam a parte óssea, o labirinto membranoso. 
O espaço existente entre os labirintos ósseo e membranoso é preenchido um líquido 
com composição semelhante ao do líquido cefalorraquidiano: a perilinfa. Já o 
labirinto membranoso é preenchido por um líquido com composição bastante 
peculiar, rico em potássio e pobre em sódio e cálcio: a endolinfa10. 
 
2.1.1.1 Labirinto ósseo 
 
O labirinto ósseo consiste em três canais semicirculares (CSC), a cóclea e 
uma câmara central, chamada de vestíbulo. O labirinto ósseo é preenchido pelo 
fluído perilinfático semelhante ao líquor, que se comunica através do aqueduto 
coclear, com o líquor no espaço subaracnóideo9. 
 
17 
 
 
Figura 1. Labirinto ósseo direito (cápsula ótica), visão ântero-lateral: osso esponjoso 
circundante removido. Fonte: Netter. Atlas de Anatomia Humano, 2000 lâmina 90. 
 
 2.1.1.2 Labirinto Membranoso 
 
 O labirinto membranoso é formado por duas unidades estruturais: os CSC 
(em número de três: horizontal, anterior e posterior) e os órgãos otolíticos (em 
número de dois: sáculo e utrículo). Tais estruturas são revestidas em determinados 
pontos por células receptoras, formando as cristas ampulares (no interior dos CSC) 
e as máculas (no interior dos órgãos otolíticos)10. 
 
 
Figura 2. Labirinto membranoso 
Fonte:http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/variedades/cor
poral_paula/corporal_paula.htm 
18 
 
 2.1.1.2.1 Células Ciliadas 
 
 As células ciliadas especializadas, contidas em cada ampola e nos órgãos 
otolíticos, são sensores biológicos que convertem o deslocamento provocado pelo 
movimento cefálico em uma descarga neural. As células ciliadas das ampolas 
localizam-se acima de um tufo de vasos sanguíneos, fibras nervosas e tecidos de 
suporte, chamado de crista ampular. As células ciliadas do sáculo e do utrículo, as 
máculas, localizam-se na parede medial do sáculo e no assoalho do utrículo. Cada 
célula ciliada é inervada por um neurônio aferente localizado no gânglio de Scarpa, 
que está próximo das ampolas. Uma membrana gelatinosa, chamada de cúpula, 
reveste cada uma das cristas. Esta membrana causa diferenciais na pressão 
endolinfática observada nas suas circunjacências; tais variações são associadas aos 
movimentos cefálicos, e serão transmitidas às células ciliadas9. 
Essas membranas otolíticas são estruturas similares às cúpulas, mas como 
contêm cristais de carbonato de cálcio chamados de otocônias, a sua massa é 
substancialmente maior. A massa da membrana otolítica, faz com que as máculas 
sejam sensíveis à gravidade. Por outro lado, a cúpula normalmente apresenta a 
mesma densidade que o fluido endolinfático circunjacente e é insensível à 
gravidade9. 
 
 
Figura 3. Células Ciliadas do Labirinto. 
Fonte: 
http://classconnection.s3.amazonaws.com/450/flashcards/1012450/png/vestibular_a
pparatus1331526212220.png 
19 
 
2.2 SISTEMA VESTIBULAR CENTRAL 
 
Há quatro núcleos vestibulares em cada metade do tronco encefálico, no 
assoalho do IV ventrículo. Anatomicamente, dividem-se em núcleo vestibular lateral 
(de Deiters), núcleo vestibular medial (de Schwalbe), núcleo vestibular superior (de 
Bechterew) e núcleo vestibular inferior (de Roller). Conforme assinalado por Brodal 
(1981), cada núcleo é uma unidade distinta, tanto do ponto de vista citoarquitetônico 
quanto funcional. O sistema vestibular desempenha seu papel a partir da integração 
com outros sistemas: motor (sistema descendente ventromedial) – através de 
conexões com neurônios motores localizados na porção ventromedial da medula 
espinal; motor ocular extrínseco – através das conexões que estabelece com os 
núcleos do tronco encefálico responsáveis pela motricidade ocular; proprioceptivo – 
a partir das informações captadas pelos receptores dos músculos estriados e 
tendões (fusos neuromusculares e órgãos neurotendinosos de Golgi, 
respectivamente)10. 
 
 
Figura 4. Sistema Vestibular Central 
http://www.medicinageriatrica.com.br/tag/reabilitacao-vestibular/ 
 
 
 
 
20 
 
2.3 FISIOLOGIA DO SISTEMA VESTIBULAR PERIFÉRICO 
 
De um modo geral as células ciliadas dos CSCs e órgãos otolíticos 
convertem a energiamecânica, gerada pelo movimento cefálico, em descargas 
neurais direcionadas a áreas específicas do tronco encefálico e do cerebelo9. 
 
2.3.1 Canais Semicirculares 
 
Os CSCs fornecem informações sensoriais sobre a velocidade, permitindo 
que o Reflexo Vestíbulo Ocular (RVO) produza um movimento ocular cuja 
velocidade seja igual à do movimento cefálico. O resultado desejado é que o olho 
permaneça imóvel no espaço durante o movimento cefálico, possibilitando uma 
visão clara. Por causa dessas considerações, nas frequências de movimentos 
cefálicos rápidos, o deslocamento da endolinfa é proporcional à velocidade cefálica 
angular e os canais funcionam como sensores de velocidade9. 
 A segunda característica dinâmica tem a ver com a sua resposta a uma 
rotação prolongada, em velocidade constante. Os canais reagem de uma forma 
razoavelmente satisfatória apenas no primeiro segundo, porque a sua resposta 
decai exponencialmente com uma constante de tempo de 7 segundos. Isto se deve 
a cúpula, que tende a retornar para a sua posição de repouso9. 
Os CSCs estão alinhados em três disposições espaciais, cada plano de 
cada canal, dentro de cada labirinto, é praticamente perpendicular a outros planos 
de canais. Os planos dos canais são próximos aos planos dos músculos extra-
oculares, permitindo assim conexões relativamente simples entre os neurônios 
sensoriais associados a cada canal individual e os neurônios de resposta motora, 
relacionados a músculos extra-oculares individuais9. 
Quando o movimento cefálico angular ocorre dentro do seu plano 
compartilhado, a endolinfa do par coplanar é deslocada em direções opostas em 
relação às ampolas; a descarga neural aumenta em um nervo vestibular e diminui no 
lado oposto9. 
 
21 
 
 
 
Figura 5. Ductos semicirculares 
Fonte: BEAR et al11. 
 
2.3.2 Mecanismos Vestibulares para Estabilizar os Olhos 
Para que os olhos detectem uma imagem durante a movimentação da 
cabeça é preciso que eles permaneçam fixos por tempo suficiente para conseguir-se 
uma imagem clara. Felizmente, a cada vez que a cabeça é rodada subitamente, 
sinais dos CSCs fazem com que os olhos rodem numa direção igual e oposta à 
rotação da cabeça. Isto resulta de reflexos transmitidos pelos núcleos vestibulares e 
pelo fascículo longitudinal medial aos núcleos oculomotores12. 
 
2.3.3 Outros Fatores Relacionados ao Equilíbrio 
 
2.3.3.1 Proprioceptores do Pescoço 
 
O sistema vestibular detecta orientação e o movimento apenas da cabeça. 
Portanto, é essencial que os centros nervosos também recebam informações 
apropriadas sobre a orientação da cabeça em relação ao corpo. Entre as 
informações mais importantes do equilíbrio está aquela transmitida por receptores 
articulares do pescoço. Quando a cabeça está inclinada numa direção por curvatura 
do pescoço, impulsos dos proprioceptores cervicais impedem os sinais originados no 
aparelho vestibular de dar ao indivíduo um senso de desequilíbrio. No entanto, 
quando o corpo inteiro se inclina numa direção, os impulsos do aparelho vestibular 
não recebem oposição dos sinais dos proprioceptores do pescoço, portanto, neste 
caso, o indivíduo realmente percebe uma mudança do estado do equilíbrio do corpo 
inteiro12. 
22 
 
2.3.3.1.1 Informações Proprioceptivas e Exteroceptivas de Outras Partes do 
Corpo. 
 
Outras informações proprioceptivas vindas de outras partes do corpo 
também são importantes na manutenção do equilíbrio. Por exemplo, as sensações 
de pressão das plantas dos pés dizem ao indivíduo (1) se o peso está distribuído 
igualmente entre os dois pés e (2) se o peso nos pés é mais para frente ou para trás. 
Informações exteroceptivas como a pressão do ar contra a parte da frente do corpo 
sinaliza que a força está se opondo ao corpo numa direção diferente daquela 
caudada pela tração gravitacional, como resultado, o indivíduo se inclina para frente 
para se opor a isto12. 
 
2.3.3.1.1.1 Importância das Informações Visuais na Manutenção do 
Equilíbrio. 
 
Mesmo após a destruição do aparelho vestibular e até da perda da maior 
parte das informações proprioceptivas do corpo, um indivíduo ainda pode usar os 
mecanismo visuais de maneira razoavelmente eficaz para manter o equilíbrio. Até 
mesmo um movimento linear ou rotacional discreto do corpo muda instantaneamente 
as imagens visuais na retina, e estas informações são retransmitidas aos centros do 
equilíbrio12. 
 
 2.3.3.1.1.1.1 Conexões Neuronais do Sistema Vestibular com o Sistema 
Nervoso Central 
 
A maior parte das fibras vestibulares termina no tronco cerebral nos núcleos 
vestibulares, que estão localizados aproximadamente na junção do bulbo e parte da 
ponte12. 
A via primária para os reflexos do equilíbrio começa nos nervos vestibulares, 
onde os nervos são excitados pelo sistema vestibular. A via então passa para os 
núcleos vestibulares e cerebelo. A seguir, são enviados sinais para os núcleos 
reticulares do tronco cerebral, bem como para a medula espinhal por meio dos tratos 
vestibuloespinhais e reticuloespinhais. Os sinais para a medula controlam a inter-
relação entre facilitação e inibição dos muitos músculos antigravitários, deste modo, 
23 
 
controlando automaticamente o equilíbrio12. Isto significa que a lesão grave de 
qualquer dos lobos e CSCs causa perda do equilíbrio dinâmico durante alterações 
rápidas do movimento, mas não perturba intensamente o equilíbrio sob condições 
estáticas. Acredita-se que a úvula do cerebelo desempenhe um importante papel 
semelhante no equilíbrio estático12. 
 Sinais transmitidos cranialmente para o tronco cerebral e provenientes de 
ambos os núcleos vestibulares e do cerebelo por meio do fascículo longitudinal 
medial causam movimentos corretivos dos olhos a cada vez que a cabeça gira, de 
modo que os olhos continuam fixados num objeto visual específico. Os sinais 
também ascendem (seja através deste mesmo trato ou através de tratos reticulares) 
para o córtex cerebral, terminando num centro cortical primário para o equilíbrio, 
localizado no lobo parietal profundamente na fissura cerebral lateral, no lado oposto 
da fissura a partir da área auditiva do giro temporal superior. Estes sinais informam à 
psique sobre as condições de equilíbrio do corpo12. 
 
2.4 VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA BENIGNA 
 
Segundo o Clinical practice guideline: Benign paroxysmal positional vertigo a 
tontura é responsável por cerca de 5,6 milhões de visitas médicas nos Estados 
Unidos por anos, e entre 17 a 42 % dos pacientes com vertigem, finalmente, são 
diagnosticados com VPPB13. 
A tontura é um sintoma com alta prevalência nos idosos e tem sido 
considerada desde então uma síndrome geriátrica14. Juntamente com as alterações 
do equilíbrio corporal, representam de 5% a 10% das visitas às clínicas médicas ao 
ano e acometem 40% das pessoas com idade acima de 40 anos15. A VPPB é 
provavelmente a causa mais comum de vertigem vestibular representando 
aproximadamente 20-30% dos diagnósticos em tonturas em clínicas 
especializadas16. 
O diagnóstico da VPPB ainda é duvidoso, devido ser uma disfunção 
vestibular periférica, representando cerca de 19% das causas de vertigens17. Um 
outro estudo constatou que a incidência da VPPB foi de 64 por 100.000 habitantes 
por ano com aumento da incidência de 38% a cada década de vida18. 
Estima-se que 25% dos idosos com mais de 70 anos, com queixas de 
tontura, tenham VPPB e a grande maioria permanece com a queixa por mais de um 
24 
 
ano17. Em outro estudo verifica- que cerca de 30 % dos idosos acima de 70 anos já 
apresentaram pelo menos um episódio de VPPB19. 
Estudiosos avaliaram a prevalênciae incidência da VPPB através de um 
questionário via telefone aplicado em 4.869 participantes da rede nacional de saúde. 
Os critérios de diagnóstico para a VPPB foram pelo menos cinco crises de vertigem 
vestibular com duração <1 min sem sintomas neurológicos concomitantes e, 
invariavelmente, provocada por alterações típicas na posição da cabeça. A VPPB foi 
responsáveis por 8% dos indivíduos com moderada ou severa tontura / vertigem. A 
prevalência total de VPPB foi de 2,4%, a prevalência em um ano foi de 1,6% e a 
reincidência em um ano foi de 0,6%. A duração média de um episódio foi de duas 
semanas. Em 86% dos indivíduos afetados, a VPPB levou a consulta médica, a 
interrupção das atividades diárias ou licença médica16. 
A população adulta jovem também é afetada pela VPPB, um estudo tipo 
coorte, foi realizado com 198 jovens adultos (99 homens e 99 mulheres), pacientes 
de um hospital de uma pequena cidade do meio oeste dos Estados Unidos com 
população de 125.000 habitantes. A média de idade abrangeu 18-34 anos sem 
nunca ter recebido tratamento labiríntico e a prevalência de VPPB foi de 9% na 
população adulta jovem19. 
 
2.4.1 Fisiopatologia da VPPB 
 
A VPPB é um dos quadros otoneurológicos que pode acarretar alterações no 
equilíbrio corporal que interferem diretamente na qualidade de vida. Esta doença 
apresenta um quadro clínico caracterizado por crise vertiginosa súbita, 
habitualmente intensa, com segundos de duração, desencadeadas por 
determinados movimentos da cabeça20. 
Muitos casos, no entanto, têm história clínica atípica, em que o paciente 
refere apenas tonturas, que podem ser de diversos tipos, mal-estar e/ou enjôos, 
relacionados ou não com mudança de posição da cabeça. Há, ainda, pacientes com 
sintomas vagos, de descrição difícil, como por exemplo, o mal-estar, impressão de 
"vazio no estômago", fadiga física e/ou mental, desconforto físico, impressão de 
desmaio iminente, calafrios entre outros21. 
Estes sintomas e sinais são determinados pela presença indevida no 
labirinto de partículas de carbonato de cálcio resultantes do fracionamento de 
25 
 
estatocônios da mácula utricular. O depósito de partículas na cúpula do ducto 
semicircular foi denominado cupulolitíase. Ductolitíase refere-se à presença de 
partículas flutuando livremente no ducto semicircular em vez de aderidos à cúpula. 
Apesar de ser idiopática na maioria dos casos, a VPPB pode ser ocasionada por 
traumatismo crânio-encefálico, insuficiência vertebrobasilar, pós-cirurgia otológica, 
hidropisia endolinfática, neurite vestibular ou doença de orelha média. A associação 
da VPPB com a doença de Ménière também tem sido relatada22. 
Segundo Weider et al.21, o primeiro a descrever a VPPB foi Busch, em 1882, 
após a primeira descrição, os trabalhos referidos como importantes por estes 
autores foram os de Adler, em 1897, e Báràny em 1921. 
Bárány descreveu a fisiopatologia da VPPB pela primeira vez em 1921, após 
Dix Hallpike lhe aferiu o termo definitivo. Em 1969 Schuknecht, desenvolveu a teoria 
da cupulolítiase, da qual micropartículas estariam aderidas fixamente a cúpula do 
canal semicircular (CSC), e desta forma, modificaria a mecânica de transdução dos 
líquidos labirínticos com aceleração angular para aceleração linear. No entanto, 
outras teorias surgiram e atualmente tem-se a teoria da canalitíase onde as 
partículas de carbonato de cálcio circulariam livremente pela endolinfa do CSC e 
golpeariam os terminais nervosos sensíveis da cúpula e existentes no término de 
cada canal semicircular e ampolas2,3,6. 
No que se refere à etiopatogenia, denominaram de cupulolitíase trata-se de 
um depósito de partículas na cúpula do canal semicircular posterior24,25. Mais tarde, 
propuseram que estas partículas estariam flutuando, o que é denominado 
canalitíase. Porém, o corpo é capaz de absorver normalmente o cálcio dentro de 
horas ou dias, sem desencadear os sintomas. Estes seriam desencadeados quando 
o metabolismo corporal está com dificuldades na absorção do cálcio. Na presença 
destas partículas de carbonato de cálcio livres nos canais semicirculares 
provenientes do fracionamento dos otólitos da mácula utricular e em quantidade 
suficiente para ativarem as terminações nervosas, há um disparo da vertigem 
durante a movimentação cefálica, caracterizando a VPPB9,10. 
As teorias atuais sobre o substrato fisiopatológico da VPPB são as 
seguintes: 1) ductolitíase (pedaços de otólitos provenientes do utrículo, que passam 
a flutuar na corrente endolinfática de um dos ductos semicirculares), em que a 
duração do nistagmo de posicionamento é inferior a um minuto; e 2) cupulolitíase 
(pedaços de otólitos provenientes do utrículo, que se depositam sobre a cúpula da 
26 
 
crista ampular de um dos ductos semicirculares), em que a duração do nistagmo de 
posicionamento é superior a um minuto20. 
O canal semicircular mais acometido na VPPB é o posterior11, todavia, pode 
haver depósito de otólitos nos CSCs lateral e anterior21. 
 
2.4.1.1 Diagnóstico da VPPB 
 
O diagnóstico da VPPB é baseado na história clínica e presença do 
nistagmo, assim como, os distúrbios unilaterais são muito mais comuns do que os 
bilaterais20. 
O CSC posterior é o mais freqüentemente acometido (85-95% dos casos), 
enquanto o CSC horizontal é acometido em 5 a 10% dos casos5. Existem poucos 
relatos na literatura de comprometimento do CSC anterior5,6. Essas freqüências são 
explicadas pela relação anatômica dos canais com o utrículo: a posição do CSC 
posterior facilita o depósito de otólitos soltos no seu interior, enquanto a entrada de 
partículas no canal anterior é muito mais difícil e, portanto incomum. O CSC 
horizontal por sua vez tem uma abertura mais larga e movimentos de rotação lateral 
(por exemplo, ao virar na cama durante o sono) facilitam a saída das partículas19. 
As características do nistagmo de posicionamento, pesquisado às manobras 
de Dix- Hallpike ou Brandt Daroff, presente na grande maioria dos casos de VPPB, 
apontam o canal, o(s) labirinto(s) lesado(s) e possibilitam a distinção entre 
ductolitíase e cupulolitíase, orientando a seleção de exercícios de reabilitação mais 
indicados para cada caso, parte fundamental da terapêutica. O nistagmo de 
posicionamento típico acompanha-se de vertigem e/ou enjôo, apresenta latência, é 
paroxístico e fatigável à repetição da manobra desencadeante21. 
 
27 
 
 
Figura 6. Características do nistagmo de posicionamento. 
Fonte: Ganança et al., 200021 
 
 A manobra de Dix-Hallpike (DH) é considerada o critério de teste padrão 
ouro de diagnóstico, cujo teste provocativo culmina em nistagmo após estimulação 
do CSC posterior da orelha interna. O paciente é colocado na posição supina com a 
cabeça virada lateralmente a 45 graus para o lado a ser testado, com ume leve 
extensão de cervical de 20 graus. O teste é considerado positivo quando há 
nistagmo vertical rotatório em direção da orelha avaliada. Outro critério inclui a 
latência de início do nistagmo de não mais do que 15 segundos, com uma duração 
total menor de 60 segundos13. 
 
 
28 
 
 
 
Figura 7. Manobra de Dix Hallpike 
Fonte: http://dailyem.wordpress.com/2013/09/02/the-dix-hallpike-test-for-bppv/ 
 
A visualização do nistagmo pode ser melhorada com o uso da 
nistagmografia, com os óculos de Frenzel, e da videonistagmografia 
computadorizada, com a Vídeo-Frenzel. O primeiro é um óculos de aumento que o 
paciente utiliza e a Vídeo-Frenzel é composta por um óculos, sem entrada de luz, 
com uma câmera infravermelha acoplada que filma a movimentação ocular e envia a 
imagem para um computador. A videonistagmografia computadorizada possibilitaum 
diagnóstico mais eficaz, já que mostra o exato movimento do globo ocular, reduz a 
fixação ocular e a inibição do nistagmo26,27,28,29. 
O paciente deve ser avisado sobre a possibilidade de o teste causar 
vertigem e náuseas e dar a sensação de estar caindo. Ele deve ser orientado de que 
a sensação será passageira, mas alguns precisam de uma dose de sedativo e 
antiemético. O teste deve ser iniciado pelo lado em que se suspeita que não seja 
afetado, pois, após o desconforto causado pelos sintomas de um teste positivo, 
dificilmente o terapeuta conseguirá testar o lado contralateral. Cuidados com 
sintomas como fraqueza e escurecimento da visão devem ser tomados, esses 
sintomas podem ocorrer por compressão da artéria vertebral, comum em idosos, na 
extensão da coluna cervical29. 
29 
 
2.4.1.1. Tratamento da VPPB 
 
A VPPB é um problema mecânico do labirinto e deve ser tratada como tal19. 
Os sintomas tendem a se resolver espontaneamente depois de algumas semanas 
ou meses. Mas alguns pacientes, no entanto, experimentam recorrência meses ou 
anos mais tarde, podendo variar desde episódios curtos até décadas de sofrimento 
com intervalos curtos de remissão30. 
Historicamente é comum tentar tranquilizar os pacientes diagnosticados com 
VPPB de que sua condição é benigna e que desaparecerá espontaneamente nos 
meses subsequentes, no entanto, evidências recentes mostram relativamente à alta 
qualidade do tratamento com a manobra de resposicionamento (MRO). O tratamento 
com MRO consiste em eliminar a vertigem devido à VPPB o que melhora a 
qualidade de vida e reduz os riscos de queda13. 
Cada ponto de apresentação de otólitos livres requer uma estratégia 
diferente de tratamento através de manobras compostas por movimentos da cabeça 
para restaurar a função semicircular normal e desta forma eliminar o nistagmo 
posicional e a vertigem31. 
As manobras de reposicionamento otolítico de Epley para os canais 
semicirculares verticais ou para os canais semicirculares laterais, a manobra 
liberatória de Semont e os exercícios de Brandt-Daroff costumam ser altamente 
eficazes na grande maioria dos casos21. 
A MRO de Epley para a VPPB de canais semicirculares posteriores ou 
anteriores foi realizada colocando o paciente na posição da prova de Dix & Hallpike 
que desencadeia o nistagmo de posicionamento, mantendo esta posição por três a 
quatro minutos21. 
 A seguir, a cabeça do paciente foi vagarosamente conduzida, com o auxílio 
das mãos do examinador para a inclinação de 45 graus do outro lado e o paciente 
moveu o corpo na mesma direção, assumindo o decúbito lateral. A movimentação 
cefálica no mesmo sentido e direção prosseguiu, até que o nariz apontou 45 graus 
para baixo. O paciente permaneceu por mais três a quatro minutos nesta posição. 
Finalmente, o paciente voltou lentamente a sentar-se. Em seguida, foi colocado um 
colar cervical, mantido por dois dias consecutivos, para restringir a movimentação da 
cabeça do paciente. O paciente foi instruído para dormir sentado nestes dois dias e 
evitar deitar do lado afetado por uma semana21. 
30 
 
Na VPPB bilateral, a manobra de Epley foi executada para o outro lado 
somente após o desaparecimento do nistagmo de posicionamento correspondente 
ao distúrbio vestibular do lado inicialmente tratado21. 
Embora o tratamento da VPPB seja multiprofissional, longo e oneroso, 
algumas medidas vêm sendo tomadas com o intuito de torná-lo mais eficaz e menos 
exaustivo ao paciente. Sendo assim, a manobra de reposicionamento de Epley 
constitui uma forma de tratamento com boa viabilidade, baixo custo e índice de 
efeitos colaterais praticamente insignificantes. Esta é uma técnica simples e bem 
tolerada de terapia física que pode aliviar a vertigem em grande maioria dos 
pacientes. A literatura científica da área vem demonstrando que, cerca de 75% de 
pacientes ficam livres dos sintomas com uma manobra2,7,32. 
 
 
 
Figura 09. Manobra de reposicionamento de Epley 
Fonte: http://www.vertigemetontura.com.br/Epley%20original-3.jpg 
 
2.5 ANÁLISE DO EQUILIBRIO CORPORAL 
 
Para entender o equilíbrio corporal, especifica-se aquela situação na qual o 
corpo adota uma determinada posição em relação ao espaço, o qual a cabeça é 
dirigida para cima e a face para frente com ereção do corpo todo com o intuito de 
posicionar a cabeça na parte alta, essa posição em pé é a posição ortostática ou 
ereta33. Sendo assim, mesmo um comportamento cotidiano como a manutenção da 
posição ereta, ao contrário do que parece, é uma tarefa complexa que envolve um 
complexo relacionamento entre informação sensorial e atividade motora34,35. 
31 
 
Para o equilíbrio corporal estático ser mantido é necessário um conjunto de 
estruturas funcionalmente entrosadas: o sistema vestibular, os olhos e o sistema 
proprioceptivo. A manutenção do equilíbrio geral é realizada pelo sistema vestibular, 
esse sistema detecta as sensações de equilíbrio, sendo composto de um sistema de 
tubos ósseos e câmaras na porção petrosa do osso temporal chamado de labirinto 
ósseo e dentro dele um sistema de tubos membranosos e câmaras chamadas de 
labirinto membranoso (ou membranáceo), que é a parte funcional do sistema 
vestibular36. 
Segundo estudos, foi constatado que 65% dos indivíduos com idade superior 
a 60 anos experienciam frequentemente a episódios de perda de equilíbrio e 
tonturas37. Desta forma, para ajudar avaliar com precisão a oscilação do equilíbrio 
postural utiliza-se a posturografia. 
Define-se como posturografia qualquer estudo ou técnica que avalie a 
oscilação do corpo ou de uma variável associada a essa oscilação. A posturografia 
estática (estabilometria) fornece informações sobre a capacidade de integrar 
múltiplas entradas que contribuem para o controle da postura. A estabilometria usa 
um transdutor de força vertical para determinar flutuações instantâneas no Centro de 
Pressão38. 
A posturografia é comumente dividida em posturografia estática, quando a 
postura ereta quieta do sujeito é estudada e posturografia dinâmica, quando a 
resposta a uma perturbação aplicada sobre o sujeito é estudada. A medida 
posturográfica mais comumente utilizada na avaliação do controle postural (CP). O 
CP e o ponto de aplicação da resultante das forcas verticais agindo sobre a 
superfície de suporte. O equipamento mais utilizado para mensurar o CP é a PF. Os 
dados do CP adquiridos podem ser visualizados de duas formas: por um 
estatocinesigrama ou por um estabilograma39. 
 O Centro de Gravidade (CG) é uma medida de deslocamento e é totalmente 
independente da velocidade ou aceleração total do corpo e de seus segmentos. O 
CP também é uma medida de deslocamento e é dependente do CG, mas o CP 
expressa à localização do vetor resultante da força de reação do solo em uma 
plataforma de força. Por conseguinte, o deslocamento do CG é a grandeza que 
realmente indica a oscilação do corpo inteiro, e a grandeza CP, é na verdade, uma 
combinação da resposta neuromuscular ao deslocamento do CG e da própria 
posição do CG39. 
32 
 
Outros estudos também referem que a medida estabilométrica comumente 
utilizada na avaliação do controle postural é o centro de pressão (COP), que é o 
ponto de aplicação da resultante das forças verticais agindo sobre a superfície de 
suporte e representa um resultado coletivo do sistema de controle postural e da 
força da gravidade. A PF consiste de uma placa sob a qual sensores de força estão 
dispostos de tal forma que medem os componentes da força e do momento de força, 
nas direções ântero-posterior, médio-lateral e vertical, agindo sobre a plataforma40. 
Este tipo de avalição pode complementar os testesconvencionais de 
diagnóstico vestibular, que são redundantes na análise do RVO, e apresenta valor 
na abordagem clínica, documentação e monitorização do tratamento dos distúrbios 
do equilíbrio corporal41. 
Nos últimos anos, alguns sistemas de realidade virtual e plataforma de força 
estática e dinâmica foram desenvolvidos objetivando o aprimoramento dos métodos 
de avaliação do equilíbrio corporal e de reabilitação dos sistemas equilibratórios42. 
 
 
Figura 09. Plataforma de Força 
Fonte: 
http://www.cefid.udesc.br/imagens/id_submenu/1762/plataforma_de_forca_biomec_4
10_emg.jpg 
2.6 ASSOCIAÇÃO ENTRE A MANOBRA DE EPLEY E POSTUROGRAFIA 
Os pacientes com VPPB tendem a restringir suas movimentações, evitando 
o aparecimento das crises vertiginosas, levando a distúrbios posturais, prejuízo no 
equilíbrio corporal e na capacidade funcional e, consequentemente, redução em sua 
qualidade de vida. A tontura de origem vestibular limita o controle postural, 
prejudicando a estabilidade e o alinhamento corporal, o que ocasiona um déficit de 
33 
 
equilíbrio e aumento do risco de queda nesta população7. Nos episódios, é comum o 
aparecimento de náuseas, vômitos, cefaléia, desequilíbrio e/ou quedas42. 
Além da queixa de vertigem abrupta durante movimentos cefálicos bruscos, 
Outras queixas associadas à VPPB incluem problemas de equilíbrio que podem 
durar horas ou dias após a interrupção do episódio, assim como sensações mais 
vagas, como a tontura ou uma sensação de flutuar43. 
A posturografia permite avaliar quantitativamente a componente vestíbulo-
espinhal do equilíbrio corporal. Ela é realizada em PF estáticas (estabilometria ou 
estatocinesiometria) e dinâmicas (posturografia dinâmica). A estabilometria tem sido 
utilizada por muitos autores em pesquisa e avaliação clínica. Ela provê medidas da 
função vestíbulo-espinhal, dando informações complementares indispensáveis para 
avaliação de pacientes com tontura, além de analisar as interações sensoriais44. 
Um estudo teve como objetivo avaliar as características clínicas e funcionais 
do equilíbrio corporal em idosos com VPPB, pré e pós-manobra de Epley 
modificada. A amostra foi composta por 30 idosos, dois do gênero masculino e 28 
do feminino, com idade igual ou superior a 60 anos com VPPB. A manobra de Epley 
modificada foi feita semanalmente até que desaparecessem a vertigem e o nistagmo 
de posicionamento, após era reencaminhado para reavaliação médica e funcional na 
semana seguinte, com os mesmos testes funcionais realizados na avaliação pré-
tratamento. Nos testes de equilíbrio estático e dinâmico realizados, observaram as 
mesmas alterações, confirmando que a VPPB altera o controle postural em 
pacientes não tratados, levando a aumento do risco de quedas, instabilidade 
corporal e limitação das atividades de vida diária. Contudo, os resultados deste 
estudo demonstraram que os pacientes idosos com VPPB apresentam prejuízos 
funcionais relacionados ao equilíbrio corporal e que a manobra de Epley modificada 
é eficiente para a resolução dos sintomas clínicos e para o restabelecimento dos 
aspectos funcionais do equilíbrio corporal42. 
Em outro estudo, foram comparados os resultados obtidos na posturografia 
estática em idosos antes e após as MRO e após um intervalo de 12 meses do 
tratamento inicial para VPPB. A amostra foi composta por 21 indivíduos com idade 
entre 60 a 79 anos, sendo 82,6% do sexo feminino e 17,4% do masculino. A 
posturografia estática quando comparada nos momentos pré e pós-manobra 
apresentou melhora significativa no equilíbrio corporal na população idosa, 
demonstrando que há eficácia nas manobras de reposicionamento otolítico no 
34 
 
tratamento da VPPB. Porém, após 12 meses do tratamento os resultados mostraram 
alterações do equilíbrio corporal semelhantes ao momento pré-tratamento. Portanto, 
os resultados desta pesquisa permitem concluir que a posturografia estática aponta 
que houve um aumento da oscilação corporal, indicando piora no equilíbrio corporal 
após 12 meses do tratamento para VPPB43. 
Costa et. al.44, avaliaram a resposta dos parâmetros estabilométricos à 
manobra de reposicionamento de Epley em indivíduos com VPPB previamente 
confirmada através da manobra de Dix-Hallpike em 13 indivíduos do sexo feminino 
com VPPB. Após a manobra de repocisionamento de Epley em todos os indivíduos 
os escores das variáveis estabilométricas apresentaram-se reduzidos: largura de 
deslocamento do centro de pressão no sentido ântero-posterior reduziu para 06 mm 
(DP± 7,25mm), bem como, a largura de deslocamento do centro de pressão no 
sentido látero-lateral com 3.84mm (DP±4.65), a área de deslocamento do centro de 
pressão 22,30mm (DP±4.56) e velocidade média quadrática foi de 5,39mm/s (DP 
±4.13). Este estudo concluiu que as respostas finais dos parâmetros 
estabilométricos, após a manobra de reposicionamento de Epley em indivíduos com 
VPPB, resultaram em comprovação da efetividade em relação ao equilíbrio postural 
de forma imediata, proporcionando melhor estabilidade em relação às oscilações 
ocorridas no corpo anteriormente à sua aplicação. 
A manutenção da estabilidade postural foi investigada em pacientes com 
VPPB "idiopática" do CSC posterior em comparação com indivíduos saudáveis, 
através da posturografia estática em duas condições: com os olhos abertos e 
fechados. O efeito da manobra de reposicionamento de Epley na recuperação da 
estabilidade postural em pacientes com diferentes durações de VPPB e menos de 
60 dias após o primeiro episódio de vertigem de posicionamento (grupo I) e mais de 
60 dias (grupo II) foi examinado. A investigação foi feita uma hora após o teste de 
Dix-Hallpike positivo e 07 dias após o tratamento com a manobra de Epley. 
"Velocidade de oscilação" (VO) e o "espectro de potência relativa" (EPR) dos 
estabilogramas foram calculados para avaliar a estabilidade postural para cada 
sujeito e cada condição experimental. Os resultados mostraram que a manutenção 
postural em pacientes com VPPB dependia da duração da doença. Os pacientes 
com duração dos sintomas da VPPB com menos de 60 dias após o primeiro episódio 
demonstrou uma alta dependência do input visual para a estabilidade postural. Uma 
semana após a manobra de Epley, também foram encontradas diferenças na 
35 
 
recuperação do controle postural em ambos os grupos de pacientes. Assumimos 
que a função otólitítica perturbada com a dinâmica deficiente de um canal 
semicircular gera um padrão particular de manutenção postural. O diferente grau de 
restauração da estabilidade postural uma semana após o tratamento com manobra 
de reposição otlítica em pacientes com VPPB com diferentes durações da doença 
nos dá razão para acreditar que após a remoção do otoconia do canal semicircular, 
algum estímulo de outros subsistemas sensoriais e mecanismos de adaptação 
ocorridos levam a um novo padrão de manutenção postural45. 
Em seu estudo Celebisoy et al.46, avaliaram 32 pacientes com VPPB de 
canal posterior (CP) e 12 pacientes com VPPB de canal horizontal (CH) antes e 
após o tratamento com manobra de reposicionamento otolítico (MRO). O equilíbrio 
estático foi medido no centro médio de gravidade e a oscilação da velocidade 
registrada em quatro condições diferentes: em uma plataforma estática e em 
espuma com olhos abertos e fechados. O equilíbrio dinâmico foi medido em teste 
conjunto de caminhada. Pacientes com VPPB de CP apresentaram maior velocidade 
de oscilação na postura em espuma com os olhos fechados. Após a MRO a 
velocidade diminuiu significativamente. Os resultados dos pacientes VPPB CH não 
eram diferentes dos voluntários saudáveis através de todas as quatro condições de 
teste.A velocidade da caminhada dos pacientes tanto com VPPB CP e VPPB CH foi 
significativamente baixa, ela aumentou somente após o tratamento nos dois grupos. 
Desta forma, concluiu-se que pacientes com VPPB CP tinham sua capacidade de 
equilíbrio estático prejudicado devido a um coágulo no canal afetado. A capacidade 
de equilíbrio dinâmico medido pela velocidade de caminhada foi prejudicada tanto 
em pacientes com VPPB de CP e pacientes VPPB CH. Os déficits estáticos e 
dinâmicos melhoraram significativamente após MRO. 
Trinta e dois pacientes afetados por vertigem posicional paroxística benigna 
idiopática (VPPB) do canal semicircular posterior foram estudados antes, 03 dias e 
um mês após uma manobra Semont resolutiva por meio da posturografia dinâmica. 
O controle postural (CP) global em pacientes com VPPB mostrou-se prejudicado, 
como demonstrado pelos escores de equilíbrio patológicos. Os dados obtidos antes 
do tratamento mostraram um padrão específico de comprometimento vestibular e um 
escore composto patológico. Após a manobra liberatória do Teste de Integração 
Sensorial houve uma melhora significativa na composição. No entanto, diferenças 
significativas de CP ainda foram detectadas três dias e um mês após a recuperação 
36 
 
clínica da VPPB. Após a manobra liberatória uma melhora consistente no controle 
postural global tem sido observada, mas as diferenças residuais CP parecem sugerir 
que há danos às máculas otoconiais, mesmo quando não há melhora significativa 
nos sinais clínicos47. 
 
2.7 ASSOCIAÇÃO ENTRE POSTUROGRAFIA E OUTRAS 
VESTIBULOPATIAS 
 
Além da VPPB outras vestibulopatias são causadoras de tontura, bem como, 
um dos sintomas mais referidos na prática clínica, chega a estar presente em 5% a 
10% da população mundial, sendo a sétima queixa mais encontrada em mulheres e 
a quarta nos homens. A vestibulopatia causada por desordens no sistema vestibular 
- labirinto e nervo vestibular - é denominada vestibulopatia periférica ou 
labirintopatia. Representa a maior parte dos casos de alterações do equilíbrio. 
Quando a origem da vestibulopatia está em disfunções acima do nervo vestibular, 
ela é chamada de vestibulopatia central48. 
A instabilidade e os desequilíbrios posturais em indivíduos com 
vestibulopatias, habitualmente, manifestam-se pelo aumento da oscilação do corpo 
nas condições de conflito visual e somatossensorial, redução do limite de 
estabilidade, desvio a marcha, quedas e redução de sua capacidade funcional. A 
integração funcional no sistema nervoso central das informações de estruturas 
sensoriais do sistema vestibular (constituído pelo labirinto, nervo vestibular, vias, 
núcleos e inter-relações no sistema nervoso central), do sistema visual e do sistema 
somatossensorial desencadeia reflexos vestíbulo-oculares e vestíbulo-espinhais 
para estabilizar o campo visual e manter a postura ereta. Quando há conflito na 
integração das informações vestibulares, visuais e somatossensoriais ocorrem 
sintomas e sinais de perturbação do equilíbrio corporal49. 
Muitas vezes as vestibulopatias são incapacitantes, tendo grande impacto no 
dia-a-dia e na produtividade do paciente49. 
Diante disso um estudo buscou investigar a influência da manipulação de 
informações sensoriais sob variáveis do equilíbrio corporal em indivíduos com e sem 
queixas de tontura. Participaram do estudo 47 indivíduos, sendo 24 com queixas de 
tontura e 23 sem queixas de tontura. Com o aumento da dificuldade imposta pelas 
quatro diferentes condições, expressas neste estudo, pode-se vislumbrar que diante 
37 
 
da sensibilização da informação proprioceptiva e com a ausência da visual, os 
indivíduos apresentaram maiores oscilações. Porém, a manutenção da postura em 
pé foi mantida mesmo sofrendo vários desafios. Com relação à comparação entre os 
grupos com e sem queixas de tontura se aceita a hipótese nula, uma vez que não 
foram encontradas diferenças estatisticamente significantes no equilíbrio corporal em 
diferentes condições sensoriais50. 
Pacientes com disfunção vestibular (31 sujeitos) foram acompanhados por 
um período aproximado de 260 dias, através de medidas seriadas das oscilações 
posturais, usando os parâmetros de deslocamento e área na estabilometria. 
Encontraram uma correlação da melhora clínica com a diminuição das oscilações 
posturais ao longo do tempo, confirmando para os autores a utilidade do exame no 
acompanhamento de pacientes com disfunções vestibulares. Em suma, os achados 
demonstram que os parâmetros estabilométricos escolhidos são úteis para avaliação 
funcional de pacientes com queixa de tontura. Contudo, eles sugerem, pelos 
resultados do presente estudo, que esteja ocorrendo uma compensação deficiente 
do RVE em relação à compensação alcançada em nível do RVO, já que os 
resultados eletronistagmográficos foram normais51. 
Outro estudo se propôs a analisar os resultados da estabilometria de 
pacientes com queixa de tontura que apresentaram eletronistagmografia normal e 
compará-los aos de um grupo de pessoas saudáveis. No total foram avaliados 22 
pacientes sendo 15 mulheres e sete homens com idade média de 47,6±9 anos, já o 
grupo controle foi de 25 sujeitos saudáveis sendo 18 mulheres e sete homens com 
idade média de 46,8±7 anos. Todos os indivíduos foram submetidos à estabilometria 
com os olhos abertos, em seguida por olhos fechados, durante 30 segundos cada. 
Como resultado, verificou-se que o grupo de pacientes apresentou resultados 
estatisticamente significativos em todos os parâmetros estabilométricos avaliados 
quando comparados ao grupo controle. Na comparação dos resultados com os olhos 
fechados e abertos, apenas a velocidade média ântero-posterior no grupo controle 
foi significativa. Desta forma, conclui-se que o grupo de pacientes apresentou 
resultados estatisticamente significativos em relação ao grupo controle em todos os 
parâmetros estabilométricos analisados, demonstrando, assim, que o grupo de 
pacientes com queixa de tontura apresentou maior instabilidade na posição 
ortostática do que o grupo de sujeitos saudáveis52. 
38 
 
A posturografia estática foi avaliada utilizando-se realizade virtual no 
Balance Rehabilitation Unit (BRUTM) em pacientes com diagnóstico de doença de 
Ménière definida. A amostra foi composta por 40 indivíduos do grupo controle e 30 
pacientes com doença de Ménière definida no período intercrítico da afecção. O 
grupo controle foi constituído por nove indivíduos do gênero masculino (22,5%) e 31 
do feminino (77,5%). O grupo de pacientes com doença de Ménière foi constituído 
por oito indivíduos do gênero masculino (26,7%) e 22 do feminino (73,3%). Houve 
diferença significante entre os valores da velocidade de oscilação nas condições de 
superfície firme, estimulação optocinética para baixo (p=0,038) e interação vísuo-
vestibular horizontal (p=0,049) e da área de elipse nas condições de superfície firme, 
olhos fechados (p=0,001), estimulação optocinética para a esquerda (p=0,007), 
estimulação optocinética para baixo (p=0,003), interação vísuo-vestibular horizontal 
(p=0,003) e interação vísuo-vestibular vertical (p=0,028) entre os pacientes com 
doença de Ménière e o grupo controle. Os resultados indicaram que a posturografia 
do Balance Rehabilitation Unit (BRUTM) é um método que pode auxiliar na 
identificação das alterações dos sistemas sensoriais relacionados com o equilíbrio 
corporal de pacientes com doença de Ménière, pois avalia o equilíbrio corporal 
utilizando estímulos que ocorrem na vida diária. As informações sobre as alterações 
dos valores da velocidade de oscilação e da área de elipse na posturografia em 
situações com ou sem privação visual, somatossensorial ou vestibularpodem 
contribuir de modo relevante na programação e no acompanhamento do tratamento 
dos distúrbios de equilíbrio corporal em pacientes com doença de Ménière. 
Concluíram que a avaliação do equilíbrio corporal pela posturografia do Balance 
Rehabilitation Unit (BRUTM) possibilita a identificação de anormalidades da 
velocidade de oscilação e da área de elipse em pacientes com doença de Ménière, 
nas condições em que houve privação da visão e conflito visual por meio de 
estímulos optocinéticos e de estímulos que integram o sistema visual e vestibular53. 
Os distúrbios do equilíbrio corporal também foram estudados a fim de 
caracterizar a prevalência das etiologias que acometem os pacientes idosos do 
Setor de Otoneurologia do HCFMUSP. Os dados descritos representam o resultado 
de um estudo prospectivo das características da população de idosos (acima dos 65 
anos) com queixas de alteração do equilíbrio corporal, definidas como desequilíbrio 
e/ou tontura. Dos 55 pacientes avaliados, 45 eram do sexo feminino (81,8%) e 10 
eram do sexo masculino (18,2%). A média de idade dos pacientes era de 72,3 anos 
39 
 
(desvio padrão de ± 6,46 anos) e mediana de 71 anos. Todos os pacientes foram 
submetidos à avaliação clínica padronizada por uma ficha de atendimento 
otoneurológico, composta de anamnese dirigida para a queixa de equilíbrio, 
sintomas correlatos e doenças associadas, exame físico geral e otoneurológico, 
avaliação audiométrica, exames laboratoriais para investigação metabólica e 
hematológica, exame eletronistagmográfico, quando indicado, para elucidar a 
pesquisa diagnóstica, posturografia computadorizada para quantificar o déficit de 
equilíbrio e demais exames específicos, dependendo da etiologia em questão. O 
paciente idoso com alteração do equilíbrio corporal apresentou mais de uma 
etiologia relacionada ao seu problema em 51% dos casos, sendo as patologias mais 
frequentes: insuficiência Vértebro-Basilar – IVB (40%), Alteração Metabólica 
relacionada a metabolismo de açúcar e colesterol (40%), Síndrome do Desequilíbrio 
de Idoso – SDI (30%), Vertigem Posicional Paroxística Benigna – VPPB (14,5%), 
Vestibulopatia Cervical (7,2%) e Alterações Hormonais (5,4%), entre outras. As 
alterações proprioceptivas são citadas como responsáveis por aproximadamente 
17% dos casos de desequilíbrio no idoso, sendo que em 7% dos casos podem ser 
causa primária da doença. Acreditamos que, a partir do uso da posturografia 
dinâmica computadorizada, possamos aumentar o numero de casos diagnosticados 
de disfunção proprioceptiva isolada ou associada a outras etiologias54. 
O presente estudo investigou a eficiência da estabilometria e 
baropodometria estática na avaliação do equilíbrio em sujeitos normais e 
vestibulopatas. Participaram do estudo 52 voluntários (26 homens e 26 mulheres), 
com média de idade de 50±10 anos, IMC abaixo de 25 kg/m2, sem distúrbios 
osteoarticular, sensório-motor e deficiência visual. Após diagnóstico de 
vestibulopatia pela vectoeletronistagmografia (VENG), os sujeitos foram divididos em 
dois grupos: 26 voluntários sadios (GS) e 26 voluntários vestibulopatas (GV). O 
exame de estabilometria com olhos abertos e fechados e a baropodometria estática 
foi realizado durante 1 minuto em repouso e na posição ortoestática. Na 
estabilometria, a velocidade média de oscilação em milímetros por segundos (mm/s), 
deslocamento Antero/Posterior (A/P) em mm/s e o deslocamento Latero-Lateral (L/L) 
em mm/s, com olhos fechados, apresentou diferença estatística significante, p<0,05, 
entre os grupos. A descarga de peso e distribuição de carga, na baropodometria 
estática, não apresentou diferença estatística com relação à base de apoio. Estes 
resultados sugerem que a estabilometria e a baropodometria estática foram 
40 
 
eficientes na avaliação de pacientes vestibulopatas identificando diferenças no 
equilíbrio estático, deslocamento A/P e L/L, com a mesma descarga e distribuição de 
peso na base de apoio55. 
O objetivo deste estudo foi investigar os parâmetros estabilométricos nas 
vestibulopatias periféricas, bem como, os efeitos do tratamento com MRO de Epley, 
no equilíbrio de pacientes adultos com VPPB. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
3. Artigo 1 O artigo será sumetido ao peródico: CoDAS - Sociedade Brasileira de 
Fonoaudiologia ISSN 2317-1782 (continuação do Jornal da Sociedade Brasileira de 
Fonoaudiologia – ISSN 2179-6491). 
 
Estudo da posturografia estática nas vestibulopatias periféricas 
 
Study of static posturography on peripheral vestibulopathies 
 
Estudo da posturografia estática nas VP 
 
Pricila Perini Rigotti Francol, Vanessa Cristina Gorresll, Rubens Alexandre da 
Silva Juniorlll, Ricardo BorgeslV, Lucas Uliani LimaV, Ana Maria CiolaVI, Luciana 
Lozza de Moraes MarchioriVII. 
lFonoaudióloga. Especialização em Audiologia. Professor Assistente do curso de 
Fonoaudiologia da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) – Londrina (PR), 
Brasil. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação - 
Programa Associado entre Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Universidade 
Norte do Paraná (UNOPAR) - Londrina (PR), Brasil. 
IIGraduanda em Fonoaudiologia pela Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) – 
Londrina (PR), Brasil. 
IIIPós-doutor em Envelhecimento e Desempenho Motor pela University of Ottawa 
(Ottawa, ON, Canadá). Mestre e Doutor em Reabilitação pela Université de Montréal 
(Montreal, QC, Canadá). Professor Titular da Universidade Norte do Paraná 
(UNOPAR, Londrina): Programas de Pós-Graduação de Mestrado e Doutorado em 
Ciências da Reabilitação associado UEL/UNOPAR, e Mestrado Profissional em 
42 
 
Exercício Físico na Promoção da Saúde. Docente do Curso de Fisioterapia 
UNOPAR. Coordenador do Laboratório de Avaliação Funcional e Performance 
motora humana: LAFUP desde 2009 (UNOPAR). Editor Científico Revista UNOPAR 
Científica (área da Ciências da Saúde). Membro Titular do Comitê Assessor da 
FUNADESP. Consultor Científico da CAPES. Colaborador dos programas de 
Mestrado e Doutorado em Reabilitação da Université de Montréal (Canadá). 
Professor Pesquisador UNIC (Cuibá, MS). Expertise de Ensino e Pesquisa: 
Disfunções neuro-músculo-esqueléticas, Controle Postural, Desportiva, Exercícios, 
Dor Lombar Crônica, Envelhecimento, Biomecânica, Instrumentação e sinais 
biológicos (Dinamometria, Cinemática, Ultra-som, Plataformas de força e EMG). 
IVMédico. Especialista em otorrinolaringologia pela Associação Médica Brasileira e 
Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia. Residência médica em 
otorrinolaringologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Mestrado em 
medicina, área de concentração em otorrinolaringologia, pela Faculdade de Ciências 
Médicas da Santa Casa de São Paulo. Professor assistente no curso de medicina da 
Universidade Estadual de Londrina (UEL) – Londrina, Brasil. Supervisor do programa 
de residência médica em otorrinolaringologia do Hospital Universitário de Londrina 
(UEL). 
VMédico. Especialista em otorrinolaringologia pela Universidade Estadual de 
Londrina (UEL) – Londrina-PR, Brasil. 
VIMédica. Especialista em Otorrinolaringologia pelo Instituto CEMA – São Paulo, SP, 
Brasil, especialista em cirurgia geral pela Universidade Estadual de Londrina – PR, 
Brasil. 
 
43 
 
VIIFonoaudióloga. Doutor em Medicina e Ciencias da Saúde pela Universidade 
Estadual de Londrina; Professor Titular na Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) 
Londrina-PR, Brasil. Programa de Pós-Graduação de Mestrado e Doutorado (Nota 4) 
em Ciências da Reabilitação associado UEL/UNOPAR e do Curso

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