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Simulação

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Livro Flávio Tartuce - Simulação
Flávio Tartuce se filia a corrente que entende a simulação como vício social do negócio jurídico, mas que causa a sua nulidade. 
Na simulação há um desacordo entre a vontade declarada ou manifestada e a vontade interna, podendo ser declarada por um terceiro ou entre as partes.
A simulação passou a ser questão de ordem pública, podendo então gerar nulidade do negócio jurídico.
Na simulação as duas partes contratantes estão combinadas com objetivo de iludir terceiros, que através de uma declaração enganosa da verdade, visam alcançar fim contrário à lei.
Segundo o Enunciado n. 152, aprovado na III Jornada de Direito Civil, promovida pelo Conselho da Justiça Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça, “toda simulação, inclusive a inocente, é invalidante”.
Apesar da aprovação do Enunciado n.152 pela Jornada de Direito Civil, há autores que discordam dessa corrente e acham que os negócio jurídicos produzidos sem a intenção de prejudicar terceiros ou violar a lei não devem ser anulados. Exemplos de autores renomados que seguem essa linha de pensamento são Cristiano Chaves de Farias,Nelson Rosenvald e Silvio de Salvo Venosa. Flávio Tartuce discorda desses autores alegando que “a causa da nulidade da simulação está relacionada com a repercussão social deste ato condenável, e não com a intenção das partes”.
O Código Civil de 1916 não considerava defeito quando não houvesse intenção de prejudicar a terceiros ou de violar disposição de lei, ou seja, mantinha o negócio jurídico como válido caso fosse praticado na inocência. Já o Código Civil de 2002 não aprova a simulação inocente, tornando o negócio jurídico nulo. Como Zeno Veloso disse “Seja inocente ou maliciosa, a simulação é sempre causa de nulidade do negócio jurídico”
O art. 167 do CC/2002 reconhece a nulidade absoluta do negócio jurídico simulado, mas prevê que subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. Trata-se da simulação relativa, aquela que em sua aparência é uma coisa e em sua essência é outra. Na simulação há dois negócios, o simulado(aparente) e o dissimulado(escondido). Segundo o Enunciado n. 153 do CJF/STJ, também aprovado na III Jornada de Direito Civil, “na simulação relativa, o negócio simulado (aparente) é nulo, mas o dissimulado será válido se não ofender a lei nem causar prejuízo a terceiros”
“Para exemplificar, ilustre-­se com o caso em que um proprietário cede um imóvel a outrem celebrando, na aparência, um contrato de comodato. Mas, por detrás dos panos é cobrado aluguel, havendo uma locação. Aplicando a regra comentada e o teor do enunciado, o comodato é inválido, mas a locação é válida, desde que não ofenda a lei ou os direitos de terceiros e tenha todos os requisitos de validade (art. 104 do CC). Mais uma vez, com esse entendimento, há a busca pela conservação negocial, pela manutenção da autonomia privada”.
Devido o fortalecimento do princípio da boa-fé e ao seu “vício social”, a simulação passou a receber tratamento diferente dos outros vícios dos negócios jurídicos. O erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão e fraude contra credores estão sujeitos a anulação, enquanto a simulação está sujeita a nulidade.
Simulação absoluta – situação em que na aparência se tem determinado negócio, mas na essência a parte não deseja negócio algum. Mesmo o ato sendo praticado com intuito de fraude contra credores, prevalece a simulação, por envolver ordem pública, sendo nulo de pleno direito. 
Simulação relativa – situação em que o negociante celebra um negócio na aparência, mas na essência almeja um outro ato jurídico.A simulação relativa, é mais comum de ocorrer na prática, pode ser assim subclassificada: 
Simulação relativa subjetiva – caso em que o vício social acomete o elemento subjetivo do negócio, pessoa com que este é celebrado (art. 167, § 1.º, I, do CC). A parte celebra o negócio com uma parte na aparência, mas com outra na essência, entrando no negócio a figura do laranja, que muitas vezes substitui somente de fato aquela pessoa que realmente celebra o negócio jurídico ou contrato. Trata-se do negócio jurídico celebrado por interposta pessoa. 
Simulação relativa objetiva – caso em que o vício social acomete o elemento objetivo do negócio jurídico celebrado, o seu conteúdo. Celebra-se um negócio jurídico, mas na realidade há uma outra figura obrigacional, sendo mascarados os seus elementos verdadeiros. 
Em todos os casos de simulação supracitados, o negócio jurídico é nulo por envolver preceitos de ordem pública.
Pesquisa sobre Simulação
Fontes:
https://luizbraghini.jusbrasil.com.br/artigos/317208765/simulacao-do-negocio-juridico
https://ferreiravitoria.jusbrasil.com.br/artigos/433359518/reserva-mental-x-simulacao
Código Civil 2002 art.167
O que é simulação?
“Um desacordo intencional entre a vontade interna e a declarada, no sentido de criar, aparentemente, um ato jurídico que, de fato, não existe, ou então oculta, sob determinada aparência, o ato realmente querido” (Monteiro, W. B, Curso de Direito Civil, Editora Saraiva, edição 2005).
“Uma declaração enganosa da verdade, visando a produzir efeito diverso do ostensivamente indicado” (Beviláqua, Clóvis).
 2. Características
Declaração bilateral de vontade (em regra). Segundo Espínola é possível se tratar de vontade unilateral.
Sempre participa em acordo com o agente outra (s) pessoa (s), a quem ela se destina.
Não corresponde à verdadeira intenção das partes.
É feita para enganar terceiros.
 3. Diferença entre simulação e reserva mental
A simulação engana terceiro, há o conluio entre as partes; a reserva mental o agente declara coisa diferente, ocultando a sua verdadeira intenção, existe apenas uma declaração em desacordo com a vontade.
A simulação pressupõe o consenso, o acordo, sendo isto irrelevante para caracterização da reserva mental.
Reserva mental é uma declaração não querida em seu conteúdo, tendo por objetivo enganar o destinatário, sendo que a vontade declarada não coincide com a vontade real do declarante. O declarante oculta a sua verdadeira intenção.
 4. Simulação no Código Civil de 2002
 Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
 § 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
 § 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado.

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