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Ortopedia Matheus Teixeira Descrição de Radiografia • Descrever a localização • Incidência: AP ou perfil • Com fratura ou luxação da epífise, metáfise ou diáfise do osso X • Fratura simples, dupla ou cominutiva • Fratura transversal. Longitudinal ou oblíqua • Fratura alinhada, angulada, cavalgada ou desviada • Fratura aberta ou fechada Ex: radiografia do antebraço em AP, com fratura em diáfise distal da ulna, simples, transversal, cavalgada e fechada. Em fratura diafisária do úmero geralmente tem lesão do nervo radial. Neuropráxia é uma das formas de lesão de nervo que caracteriza-se por ser um episódio de paralisia motora com pouca ou nenhuma disfunção da sensibilidade ou da função autonômica. Não há ruptura do nervo ou de sua bainha de mielina. Axonotmese é um tipo de lesão do nervo que ocorre quando há rompimento dos axônios, mas a bainha de mielina se mantém intacta. Como resultado os estímulos elétricos deixam de ser transmitidos, causando paralisia sensorial e motora. Neurotmese é uma lesão neural com ruptura total do axônio e das fibras nervosas com separação do coto proximal e distal. Quando há fratura de úmero, deve ser feita uma imobilização em pinça de confeiteiro. Escoliose – desvio lateral da coluna, podendo ou não estar associado a rotação da coluna vertebral. Esta rotação é evidenciada pelo teste de Adams, que quando positivo é chamado de giba escoliótica. Os achados clínicos da escoliose são: desnível de ombro e/ou pelve, desnível de mamilo (homem) e proeminência da mama (mulheres). Osteoartrite (artrose) – presença de osteófitos, diminuição do espaço articular e esclerose subcondral. Em seu último estágio, há presença de cistos subcondral. Para seu tratamento pode-se fazer osteotomia ou osteoplastia. Exame Físico do Membro Superior Inspeção estática: Sinal da Dragona – luxação gleno-umeral Sinal da tecla de piano – luxação acrômio-clavicular Lesão do plexo braquial – atrofia muscular Sinal do Popeye – lesão do tendão braquial cabo longo Inspeção dinâmica: É sempre feita de forma passiva e ativa com os movimentos de flexão, extensão, abdução, adução, elevação, rotação interna e externa. Manguito rotador: supraespinhoso, infraespinhoso, subescapular e redondo menor. Testes específicos: Teste do impacto de Neer – o MS em extensão e rotação neutra, é elevado passiva e rapidamente no plano da escápula pelo examinador. A dor ocorre pela irritação da bolsa serosa e do tendão do supraespinhal. Teste de Jobe – indica alteração do supraespinhal, que é testado pela elevação ativa do MS em extensão e rotação interna (com o polegar voltado para o chão) contra resistência imposta pelo examinador. Teste do infraespinhal de Patte – MS é posicionado a 90° com o cotovelo a 90° de flexão e o paciente deve forçar a rotação externa contra resistência oposta pelo examinador. Teste do subescapular de Gerber – o paciente coloca o dorso da mão nas costas na máxima rotação interna e procura ativamente afastá-la das costas. A incapacidade de realizar essa manobra indica lesão do subescapular. Teste da apreensão – o examinador colocando-se atrás do paciente, faz, com uma das mãos, abdução, rotação externa e extensão passivas forçadas do paciente, ao mesmo tempo em que pressiona com o polegar da outra mão a face posterior da cabeça do úmero. Quando há instabilidade anterior, a sensação de luxação iminente produz temor e apreensão no paciente. Cotovelo O ângulo de carregamento do cotovelo é observado quando há extensão, onde o antebraço supinado desvia-se lateralmente. A bursite corresponde a uma inflamação de uma bursa (ou bolsa), uma espécie de almofada que se situa entre o osso e a pele, amortecendo os impactos no cotovelo. Essa bolsa contém um fluido que reduz o atrito e facilita o movimento da pele sobre o osso subjacente. A bolsa do olecrânio situa-se entre a pele e uma saliência óssea do osso cúbito, na região posterior do cotovelo, designada como olecrânio. Normalmente, essa bolsa é achatada. Se estiver irritada ou inflamada, acumula-se mais fluido no seu interior e ocorre bursite. Os movimentos do cotovelo são pronação, supinação, extensão e flexão. Epicondilite lateral – extensor radial curto do carpo. O teste de Cozen reproduz a dor experimentada pelo paciente, que, ao realizar a extensão do punho contra a resistência e com o cotovelo a 90° de flexão e o antebraço em pronação, refere do no epicôndilo lateral. Hipertrofia do nervo ulnar – O acometimento do nervo ulnar é uma das mais frequentes manifestações do SNP na hanseníase. Existem casos em que o acometimento desse nervo é isolado, sem lesões cutâneomucosas. Nesses, o diagnóstico de certeza é difícil mesmo havendo hipertrofia do nervo ao nível do cotovelo. Punho e mão: O cisto sinovial acomete preferencialmente o punho. Dedo em gatilho – é o travamento do dedo em posição dobrada causado por inflamação do tendão. Cientificamente é conhecido como tenossinovite estenosante. Seu tratamento deve ser cirúrgico. Um paciente com trauma de mão com lesão do flexor dos dedos apresenta ausência da capacidade para fletir o dedo lesionado. Normalmente, a mão em repouso apresenta-se com os dedos em flexão que aumenta do segundo para o quinto dedo. Se apenas o flexor profundo está lesado, a articulação interfalângica distal fica estendida. Se os dois tendões foram lesados, as duas articulações interfalângicas ficam estendidas. Se apenas o tendão flexor superficial foi lesado, o dedo fica em posição de menor flexão que o normal. O tratamento é emergencial e cirúrgico. Tendinite de De Quervain – A tenossinovite estenosante De Quervain caracteriza-se por ser a inflamação da bainha do abdutor longo e extensor curto do polegar, no primeiro compartimento dorsal do punho, acometendo mais frequentemente as mulheres na faixa etária entre 30 e 50 anos. Essa doença está associada principalmente a trauma crônico secundário e sobrecarga das atividades diárias das mãos e punho. É diagnosticado pelo teste de Finkelstein. Síndrome de Túnel do Carpo – compressão dolorosa do nervo mediano. Sintomas de parestesia e dor no território do nervo mediano (1º dedo até a borda radial do 3º dedo), atrofia ou hipotrofia da musculatura hipotenar. O túnel do carpo é composto pelo nervo mediano, flexor superficial e profundo do segundo ao quinto dedo e flexor longo do polegar. Pode ser diagnosticado pelo teste de Fallen ou de Tinel. Avaliação Ortopédica do Quadril A avaliação é feita pela inspeção, palpação, mobilidade articular e testes especiais. Inspeção Na inspeção estática é possível observar os desvios posturais, contraturas, cicatrizes e hipotrofias. Já na dinâmica observa-se a marcha. Palpação Na face anterior palpa-se a espinha ilíaca ântero-superior, na lateral o trocânter maior e na face posterior a espinha ilíaca póstero-superior e as cristas ilíacas. Mobilidade articular Flexão, extensão, rotação interna e externa, abdução e adução. Lembrando que a rotação interna e externa deve ser feita com a perna fletida a 90°. Testes Especiais Teste de Trendelemburg – avaliação do glúteo médio. Flexão de um dos joelhos, mantendo o quadril em extensão. Quando a musculatura glútea contralateral for hígida, a crista ilíaca ipsilateral ao joelho fletido se mantém. Se houver insuficiência do glúteo médio, observa-se a queda da crista ilíaca ipsilateral ao joelho fletido. Teste de Thomas – avalia o grau de contratura em flexãodo quadril. Paciente em decúbito dorsal e um quadril flexionado até o tronco. O quadril contralateral, se comprometido, não consegue ser totalmente estendido e o ângulo de flexão é registrado (15°). Teste de Ober – avalia o grau de contratura do trato iliotibial. Paciente em decúbito lateral com o joelho fletido a 90° e o quadril estendido e abduzido. Presença de contratura da musculatura abdutora caso o membro permaneça em abdução. Teste de Patrick Fabere – avaliação articular do quadril e sacroilíaca. Paciente em decúbito dorsal, faz-se em 4 com o membro inferior sobre o outro, apoiando o tornozelo sobre o joelho oposto. O examinador com uma mão apoiada sobre a face medial do joelho e a outra apoiada no quadril oposto, exerce pressão (“abre”) com ambas as mãos contra a mesa do exame, verificando o desencadeamento de dor. Manobra de Ortolanni – utilizada para diagnóstico de displasia do desenvolvimento de quadril no recém- nascido. Avalia se há luxação do quadril. Quadril e joelhos fixados em flexão de 90°. Realizar a abdução da coxa e, simultaneamente, exercer pressão com o indicador e o dedo médio sobre o trocânter maior. Na presença de DDQ produz-se em estalo provocado pela cabeça femoral sendo reduzida ao acetábulo. Manobra de Barlow – Utilizada para o diagnóstico de Displasia do Desenvolvimento de Quadril no recém-nascido. Avalia se quadril é luxável. Inverso da manobra de Ortolanni. Quadril e joelhos fixados em flexão de 90°. 1ª etapa: pressionar a coxa aduzida no lado medial com o polegar e no sentido longitudinal. A cabeça femoral instável desloca-se do acetábulo alojando-se posterior ao rebordo. 2ª etapa: fazer a abdução da coxa e pressionar do trocanter maior com o indicador e o dedo médio da mão do examinador. A cabeça do fêmur retorna ao acetábulo. Sinal de Galeazzi – avalia o comprometimento dos membros inferiores. Quadril e joelhos em flexão. O joelho do lado comprometido é mais baixo porque a cabeça do fêmur fica posterior ao acetábulo nessa posição ou porque há um fêmur curto. Escoliose É um desvio lateral da coluna vertebral, podendo ou não ser acompanhado da rotação das vértebras. Os sinais clínicos evidentes são: desnivelamento dos ombros e cristas ilíacas, giba, triangulo do talhe assimétrico e protrusão de mamilo. O diagnóstico é feito por Raio-X e pelo teste de Adams. O tratamento depende da angulação: • 0-19: tratamento conservador • 20-39: órtese (colete de milwaukee) • > 40: cirúrgico Lesões menisco-ligamentares Os ligamentos importantes são: da patela, colateral fibular (lateral), colateral tibial (medial) ligamento poplíteo oblíquo e poplíteo arqueado. Ligamento colateral tibial (medial) – tem sua origem no epicôndilo medial e se insere na borda medial da tíbia. Estabiliza o joelho contra forças que provocam valgismo em extensão e flexão como também produtores de rotação lateral. Teste da Abdução (estresse em valgo) – Com uma mão na face lateral do fêmur distal e outra na face medial da perna. Aplica-se uma força (movimento valgisante). Dor = possível lesão do ligamento colateral medial. Ligamento colateral fibular (lateral) – Do côndilo lateral do fêmur em direção obliqua caudal e posteriormente para a cabeça da fíbula. Possui função impedindo a abertura lateral do espaço articular, bloqueia a rotação medial e impede o deslocamento anterior em flexão a 90 com a tíbia rodada medialmente. Teste da Adução (estresse em varo) – O teste do ligamento colateral tibial a 30° de flexão do joelho com a tíbia rodada externamente isola esse ligamento, pois relaxa os ligamentos cruzados, pouco contribuindo para a estabilização medial primária. Realiza-se então estresse em varo da articulação Ligamento cruzado anterior – limita a anteriorização da tíbia em relação ao fêmur. Limita a hiperextensão. Teste da Gaveta anterior – Decúbito dorsal, joelho em 90 ° de flexão, estabiliza-se o pé do paciente e apoiando as duas mãos na região posterior do joelho promove-se uma anteriorização da tíbia. Ligamento Cruzado posterior – limita a flexão do joelho e restringe a posteriorização da tíbia em relação ao fêmur. Associado a traumas de grande energia. Teste da Gaveta posterior – Pesquisado da mesma forma que o da gaveta anterior, entretanto o examinador promove uma posteriorização da tíbia. Meniscos São responsáveis por amortecer o impacto entre o fêmur e a tíbia; alivia a pressão sobre a cartilagem articular; auxilia na nutrição da cartilagem; auxilia na estabilização. São estruturas amplamente avascularizadas com exceção das proximidades de sua inserção periférica. Em alça de balde – rotura com formação de fragmento livre que se desloca em direção à porção central da articulação, podendo levar a um bloqueio articular. “travamento do joelho”. Manobra de Steinman - Paciente sentado com joelhos fletidos a 90° e pendentes. Palpação das interlinhas medial e lateral do joelho e rotação externa e interna da perna com extensão. Teste de compressão de Apley – Compressão axial em pé com rotação externa para avaliação de menisco medial e rotação interna para avaliação de menisco lateral. Marcha de Pato – Com o paciente agachado sobre os calcanhares é solicitado que ele dê alguns passos. Na presença de lesão do corno posterior do menisco medial a dor impede a realização do movimento. Fratura de Membros Inferiores Uma fratura transversal da patela é mais difícil para tratamento que uma fratura longitudinal devido a inserção dos tendões que fixam a patela. O tendão do músculo quadríceps femoral se insere na parte superior da patela e o ligamento da patela se insere na parte inferior. Portanto quando há fratura transversal ocorre diástase (afastamento) das duas porções ósseas. Quando há fratura transversal o tratamento deve ser cirúrgico com banda de tensão. A fratura pode ser por mecanismo direto (trauma) ou indireto (tração). A radiografia para este tipo de lesão deve ser AP, perfil e axial de joelho. O tornozelo é formado pelo maléolo tibial, maléolo fibular, maléolo posterior e tálus, e são fixados pelo ligamento deltoide. É cirúrgico quando acomete dois ou mais maléolos ou quando há perda da pinça articular. Fraturas e Luxações de Membros Superiores Fratura de Escápula – dor e aumento de volume com crepitação. Sempre fazer raio-x de tórax em AP verdadeiro e perfil. Tratamento conservador com tipoia e reabilitação. Fratura de Clavícula – o músculo ECM puxa a parte proximal para cima. RX em AP e inclinada. Luxação acrômio-clavicular – é fixado pelo ligamento conoide, trapezoide e acrômio-clavicular. Quando há lesão de alguma dessas estruturas ocorre o levantamento da clavícula. Sinal de tecla de piano é típico da luxação acromioclavicular. Caracteriza-se pela elevação da extremidade lateral da clavícula sob a pele que reduz com a pressão digital realizada pelo examinador, porém retornando à posição original uma vez cessada a pressão. Não existe tratamento conservador, somente cirúrgico. Fratura de úmero proximal – geralmente ocorre com queda com o braço estendido. Rotação externa e abdução evidencia a fratura. RX em AP e perfil da escápula. Tratamento conservador com tipoia. Luxação de ombro – sinal da dragona é a perda do contorno arredondado do ombro após um evento traumático. Este sinal sugere luxação anterior da articulação escapuloumeral. A luxação geralmente é anterior. Quando posterior ocorre por descarga elétrica ou convulsão. Sempre deve ser feita a redução: • Método de Kocher: tração contínua do braço,cotovelo a 90°, rotação externa do braço, flexão do braço e adução sobre o tórax e rotação interna do braço levando à redução. • Método de Tração-contratração: faixa de lençol em torno do tórax para a contratração => 05 min após a medicação inicia-se uma tração suave no braço comprometido (podendo-se fazer rotação interna e externa p/ desencaixar a cabeça do rebordo glenoidal). • Método de Hipócrates: contratração axial com o pé associado a tração do punho ipsilateral. Não recomendado por poder causar lesão do plexo braquial. • Método de Stimson: paciente em decúbito ventral com braço pendente na borda da maca com pesos fixados no punho. Fratura da diáfise do úmero – pode ocorrer lesão do nervo radial com clínica de mão em gota. Tratamento cirúrgico quando tiver fratura aberta, lesão do nervo ou quando tiver fratura de rádio e ulna (formando o cotovelo flutuante). Haste intramedular ou placa e parafuso. O fixador externo é usado quando há fratura aberta. Fratura distal de úmero – redução anatômica e funcional. Tratamento cirúrgico com fios de kirschner. Fratura de olecrano – muito frequente ocorrer lesão do nervo ulnar. O tríceps se insere no olecrano. O paciente precisa fazer um teste de estabilidade elevando o antebraço contra a gravidade. Se houver uma diferença de 2mm tem que fazer correção cirúrgica com banda de tensão. Fratura de cabeça de rádio – a cabeça do rádio é próxima ao cotovelo. Geralmente ocorre essa fratura quando o indivíduo cai com a mão espalmada. Luxação de cotovelo – deve sempre fazer a redução: • Manobra de Parvin: com o paciente em decúbito ventral e o membro pendente, tracione o punho por alguns minutos e, quando o olecrano começar a escorregar distalmente, levante o braço. • Manobra de Meyn e Quigley: com o paciente em decúbito ventral e o antebraço pendente ao lado da maca, faça tração longitudinal aplicada no punho e direcione o olecrano com a outra mão. Fratura de ossos do antebraço – fratura de Monteggia é uma fratura da ulna que afeta a articulação com o rádio. Mais precisamente, é uma fratura do terço proximal da ulna com luxação da cabeça do rádio. Fratura de Galeazzi é uma fratura da região distal do rádio com ruptura da membrana interóssea e da ligação com a ulna, com subluxação da ulna. O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico quando há cinostose (perda da pronossupinação). Fratura em galho verde – fratura incompleta na cortical, em crianças, resulta em desvio angular e rotacional. Fratura de rádio distal – deformidade em dorso de garfo (colles). Smith é o inverso de Colles. A distrofia simpático-reflexa é a principal complicação. Fratura de escafoide – O escafoide está localizado ao lado da tabaqueira anatômica do processo estiloide do rádio. Tratamento conservador com gesso axilo-palmar. Luxação de Bennett – fratura do 1º metacarpiano com trapézio. Tratamento sempre cirúrgico. Fratura de boxer – fratura da cabeça do 5º metacarpo. Redução necessária. Dedo em martelo – lesão do tendão extensor. Tratamento com órtese estática.
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