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Terapia do luto - contribuições e reflexões sob a perspectiva da AC

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Terapia do Luto: contribuições e reflexões sob a perspectiva 
da Análise do Comportamento 
 
 
 
 
 
Dafne Rosane Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo, janeiro/2014 
ESPECIALIZAÇÃO EM TERAPIA COMPORTAMENTAL: 
TEORIA E PRÁTICA 
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO USP-SP 
 
 
 
 
 
 
Terapia do Luto: contribuições e reflexões sob a perspectiva 
da Análise do Comportamento 
 
 
 
 
 
Autora: Dafne Rosane Oliveira 
Supervisora: Drª Maly Delitti 
Monitores: Bruna Garcia Forlim e Gabriel Delitti 
Coordenadora do curso: Drª Maria Martha Hubner 
 
 
 
 
Trabalho apresentado 
como requisito do Curso de 
Especialização em Terapia 
Comportamental: teoria e 
prática, oferecido pelo Hospital 
Universitário da Universidade 
de São Paulo, para a obtenção 
do título de Especialista em 
Terapia Comportamental. 
 
São Paulo, janeiro/2014 
ESPECIALIZAÇÃO EM TERAPIA COMPORTAMENTAL: 
TEORIA E PRÁTICA 
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO USP-SP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esse trabalho ao querido professor e 
orientador de mestrado Lincoln Gimenes, que 
mesmo sem querer reacendeu em mim um 
interesse muito genuíno, de forma peculiar, unindo 
um momento tão delicado de sua vida pessoal com 
a avidez de um eterno pesquisador, que busca 
sempre investigar e encontrar motivos para se ter 
um mundo melhor. 
 
Agradecimentos 
 
 
Aos meus pais, que me apoiaram em mais uma etapa de investimento em minha 
carreira. 
Aos meus irmãos, companheiros a cada minuto de alegria ou tristeza, e de cada 
conquista. 
Ao Ti e Ana, que me acolheram em seu lar por tantas semanas, com muito carinho e 
atenção. 
A minha amada dupla Gabi, que caiu como um anjo e me deixou aprender e ensinar na 
nossa parceria de sintonia perfeita. 
A minha querida e admirada supervisora Maly, que soube direcionar minha trajetória da 
teoria para a prática clínica, dosando reforço positivo, negativo e punição, e garantindo 
um ambiente de muito aprendizado. 
Aos queridos monitores, Bruna e Gabriel, que modelaram meu comportamento de 
terapeuta, com dicas muito importantes e elogios contagiantes. 
As minhas bolotas queridas, Gabi, Nana, Sarah e Lu, que fizeram meu ano mais feliz, 
com cada risada, com cada discussão, com cada almoço e happy hour que completavam 
o prazer de estar ao lado de vocês, analistas do comportamento tão adoráveis. 
A todos os professores que nos deram aula durante o curso e aos colegas de supervisão. 
A Martha Hubner e Regina Wielenska, que mesmo não sendo minhas supervisoras 
estiverem presentes esclarecendo dúvidas e ministrando ótimas aulas. 
A toda a equipe da especialização, Michele e Vilma, e novamente à querida professora e 
coordenadora Martha Hubner. 
E ao meu cliente, que permitiu ser ajudado e me ajudou muito no meu processo de 
aprendizagem de terapeuta. Sou muito grata por isso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Quem não pensa e não reflete sobre a morte, 
acaba por esquecer da vida. Morre antes, sem perceber (...) 
 
(...) “Eu não tenho medo de morrer... Só tenho pena. 
A vida é tão boa..." 
 
Rubem Alves 
 
 
Resumo 
 
 A Terapia do Luto é uma modalidade de atendimento clínico psicoterápico 
voltado para queixas relacionadas a diversos tipos de perdas que envolvam o processo 
de luto. Diversas abordagens dentro da Psicologia abordam o tema e exercem suas 
análises e intervenções de acordo com seu arcabouço teórico. O objetivo do presente 
trabalho é reunir as principais contribuições encontradas na literatura sobre o tema: 
perdas, morte, luto e terapia do luto, e fazer análises e reflexões sob a ótica da Análise 
do Comportamento. Hoje em dia há poucos trabalhos na literatura comportamental que 
abordem o tema diretamente, embora a Terapia Comportamental se ocupe por vezes 
com queixas relacionadas a diversos tipos de perdas. Será investigado como a Análise 
do Comportamento pode interpretar e aplicar seus preceitos na clínica comportamental 
que trabalha com o luto como queixa clínica, e formas de trabalhar o luto em 
modalidades educativas, preventivas e terapêuticas. 
 
 
 
Índice 
 
Introdução ........................................................................................................................1 
1. Análise do Comportamento ........................................................................................2 
1.1 Análise do Comportamento e o estudo da morte e luto .........................................4 
1.2 Terapia Comportamental .........................................................................................5 
2. Morte e luto ..................................................................................................................7 
2.1 Representações de morte ..........................................................................................8 
2.2 O processo do luto ...................................................................................................11 
2.3 Fases do luto .............................................................................................................12 
2.4 Tarefas do luto ........................................................................................................ 15 
2.5 Tipos de luto .............................................................................................................17 
2.6 Luto e DSM ..............................................................................................................19 
2.7 Mediadores do luto ..................................................................................................20 
3. Interpretações do luto a partir de conceitos comportamentais ............................22 
4. Análise funcional do luto...........................................................................................26 
5. Terapia Comportamental do luto ............................................................................28 
6. Velhice e o medo da morte ........................................................................................30 
Considerações Finais ....................................................................................................33 
Referências ....................................................................................................................34 
 
 
 
 
1 
 
 De uma forma geral a Psicologia estuda interações de organismos com seu 
ambiente, em especial referindo-se ao homem, mesmo que tenha que recorrer a estudos 
com outras espécies de animais para entendê-lo. (Todorov 2007, Keller & Schoenfeld, 
1966). Podemos falar de interações e estudá-las durante qualquer fase da vida, desde o 
nascimento até a morte. E nesse processo é notório que os organismos se relacionam 
entre si e formam vínculos. Podemos exemplificar com as relações que são criadas e 
cultivadas entre pais e filhos, tios, irmãos, amigos, padrinhos e madrinhas de qualquer 
natureza, companheiros de trabalho, animais de estimação e etc. Havendo vínculo de 
parentesco ou não, durante toda nossa vida criamos e cultivamos vínculos, alguns mais 
fundamentais e duradouros, outros mais transitórios e não por isso menos importantes. 
 Contudo, naturalmente, esses vínculos são rompidos em algum momento da 
vida. Portanto, são recorrentes eventos relacionados a perdas, que podem envolvermorte e o processo do luto. Nesse sentido, é tema propício para estudos em Psicologia: 
sobre a forma como criamos, rompemos e lidamos com a formação e rompimento de 
vínculos. E é natural que eventos relacionados às perdas são comumente motivos que 
levam as pessoas a buscar alguma ajuda, como a terapia. O rompimento de um 
relacionamento amoroso, a perda de um emprego, uma mudança de país, o término de 
uma faculdade: são exemplos de eventos que envolvem muitas perdas, e por isso 
comumente estão relacionados a eventos aversivos e a muito sofrimento a quem por eles 
passam. 
 Mas além dos tipos de perdas descritos, acontecem também as perdas 
ocasionadas por morte, o que geralmente envolve um processo de luto. Franco (2010) 
aponta que o luto pode ser entendido e trabalhado com base em múltiplas referências, e 
que acima de tudo o luto parte necessariamente de um posicionamento diante da 
realidade, pois é justamente desse fenômeno que se trata: formar e romper e vínculos. 
2 
 
Nesse sentido, falamos de luto com referência tanto às perdas em geral, como no que 
diz respeito a uma reação diante da ocorrência de morte. Todavia, é mais comum ouvir 
falar e comentar sobre as perdas em geral. Cotidianamente, parece ser mais fácil 
conversar com um amigo sobre um rompimento amoroso do que sobre a morte da 
pessoa amada. O assunto morte, mesmo estando muito presente no cotidiano, é pouco 
discutido tanto no âmbito familiar quanto no acadêmico. 
 Falar sobre morte pode causar estranhamento, repulsa e desconforto, por se tratar 
de um tema que gera muitas perguntas, às vezes muita revolta, e a sensação de não saber 
como agir que vem misturada com o sofrimento, inevitável. Dessa forma, estamos 
sujeitos a nos deparar com a ocorrência da morte de pessoas queridas, com as quais 
formamos vínculos, e é quando vivenciamos o processo do luto, que é uma resposta do 
organismo para lidar com a perda. Parkes (1998) aponta que o luto é uma resposta 
normal para um estresse que será vivido pela maioria em algum momento da vida. 
 No presente trabalho será feita uma análise do material disponível na literatura 
sobre tratamento clínico psicoterápico do luto em diversas abordagens. Entretanto, a 
base teórica que fundamenta as análises feitas neste estudo será a Análise do 
Comportamento. Hoje em dia há poucos trabalhos na literatura comportamental que 
abordem o tema. Portanto, serão analisadas as contribuições dos trabalhos de outras 
abordagens, e será feita uma proposta de estudo e intervenção direcionados para as 
queixas clínicas relacionadas à perdas, morte e luto, sob a perspectiva da Análise do 
Comportamento, o que vamos chamar de Terapia Comportamental do Luto. 
 
1. Análise do Comportamento 
 A Análise do Comportamento (AC) é uma ciência que se destina a estudar, em 
última instância, o comportamento humano, embasado pela filosofia do Behaviorismo, 
3 
 
que apresenta uma visão de homem e mundo que lhe são caraterísticas e que sustentam 
os princípios dessa abordagem. O homem é visto sob uma perspectiva interacionista: 
“Os homens agem sobre o mundo, modificam-no e, por sua vez, são modificados pelas 
consequências de sua ação. ” (Skinner, (1992/1957) 
 Para a AC todo comportamento tem uma função, alguma circunstância que 
mantém a ocorrência daquele comportamento em uma determinada situação. Tal função 
muitas vezes é nitidamente percebida, como quando uma criança chora e tem a atenção 
da mãe. Mas algumas vezes a função não é percebida claramente, e exige uma análise 
mais cuidadosa para averiguar o que está mantendo aquele comportamento. Em alguns 
casos, é necessário que essa análise seja feita rapidamente pois pode trazer prejuízos a 
quem emite o comportamento. Por exemplo, se uma criança tem comportamentos auto 
lesivos é importante entender sua função, para que ele possa ser extinguido e substituído 
por outro comportamento que não traga danos a quem está se comportando. 
 Nesse sentido, para entender porque fazemos o que fazemos, ou seja, porque um 
comportamento ocorre precisamos analisar a história de vida de quem se comporta. Essa 
análise é referenciada pelo modelo de seleção pelas consequências, que se constitui 
através de três níveis de seleção, a saber, o nível filogenético – relacionado à 
sobrevivência das espécies e à carga genética que carregamos; o nível ontogenético, que 
diz respeito aos comportamentos que emitimos, que operam sobre o ambiente, e por fim 
o nível cultural, que está relacionado à influência das práticas culturais, da cultura a qual 
está inserido o comportamento em questão. Portanto, qualquer comportamento, está 
sempre sendo influenciado por esses três níveis, em diferentes intensidades. (Skinner, 
1981) 
 A tradição da AC tem suas raízes na pesquisa básica, com experimentos com 
animais não humanos e humanos, investigando e ditando leis para o comportamento. 
4 
 
Porém, além disso a AC tem se ocupado a estudar qualquer fenômeno envolvido no 
comportamento humano, desde práticas parentais até comportamentos pró-ambientais. 
Acredita-se que a Análise do Comportamento tenha ferramentas importantes 
para a análise de processos comportamentais que estejam envolvidos em situações de 
perdas, morte e luto. Pretende-se, portanto, trazer uma discussão das principais 
produções na área de morte e luto, apresentar propostas de intervenção no contexto 
educativo e terapêutico, individual e grupal, por meio da terapia comportamental do 
luto; e ademais, dialogar por meio da linguagem da Análise do Comportamento, de 
acordo com a visão de homem e mundo característicos da abordagem. 
1.1. Análise do Comportamento e o estudo da morte e luto 
 Tradicionalmente, as abordagens que trabalham com luto, como a Psicanálise, a 
Gestalt e a Fenomenologia são mentalistas. A Análise do Comportamento difere dessas 
abordagens ao rejeitar o mentalismo: ao rejeitar que os eventos mentais sejam causa do 
comportamento. Isso apresenta implicações importantes, uma vez que pode se 
caracterizar como alvo de críticas ao estudo do luto pela AC. Nesse sentido, é possível 
que algumas pessoas rejeitem a abordagem do luto em termos comportamentais, por 
argumentar que os processos psicológicos, como o sofrimento do luto, são as causas das 
reações comportamentais do enlutado e que, portanto, deve-se abordar o psicológico e 
não o comportamento. Hoshino (2006) aponta que: 
“Esta dicotomia mente-corpo derivado das pressuposições filosóficas 
da antiguidade não mais se sustenta frente aos conhecimentos atuais 
das neurociências e a insistência em sua manutenção revela 
desconhecimento dos avanços tidos nesta área ou questão de fé. O 
segundo ponto é a crítica que muitas pessoas fazem ao behaviorismo e 
todas as demais posições correlatas acusando-os de negarem os 
processos psicológicos que são eminentemente subjetivos. Estas 
pessoas desconhecem que o neobehaviorismo radical aborda estes 
processos como comportamentos encobertos (privados) e sua 
5 
 
obediência aos mesmos princípios dos comportamentos observáveis. ” 
(p. 313) 
 
 E essa perspectiva não desumaniza em nada o tratamento dado ao enlutado. O 
estudo da morte e do luto envolve processos psicológicos básicos (como a memória e a 
percepção) e fenômenos complexos, que deverão ser analisados como qualquer outro 
comportamento. E além disso, Hoshino (2006) sugere que o luto humano seja uma 
manifestação filogeneticamente adquirida através de mutações sucessivas e preservada 
em função da vantagem trazida para a sobrevivência (valor adaptativo), o que mostra a 
influência do nível filogenético. 
1.2 Terapia Comportamental 
 O modelo clínico da terapia comportamental baseia-se na proposta doBehaviorismo para suas análises e intervenções. Na prática clínica tem como um dos 
instrumentos mais valiosos a análise funcional (AF). A AF identifica a relação entre os 
eventos ambientais e as ações do organismo, e por meio dela que é possível o 
levantamento correto dos dados necessários para o processo terapêutico. (Delitti, 1997). 
Dessa forma, busca-se entender as variáveis das quais o comportamento alvo na terapia 
é função, e possíveis formas de modificação do ambiente, para propiciar eventos 
antecedentes que sejam favoráveis às respostas desejadas. 
 Uma queixa, que corriqueiramente aparece em consultórios, está relacionada a 
diversos tipos de perdas que acontecem durante o curso da vida. De fato, desde que 
nascemos estamos vivenciando perdas, como a interrupção do leite materno, a perda de 
um amiguinho que vai morar longe, a morte de um animal de estimação, uma desilusão 
amorosa, a morte de um parente ou a separação de um casal. Como vimos, essas perdas 
podem ou não estar relacionadas à morte, e pode envolver um processo de luto. 
6 
 
 No trabalho clínico típico, quer em consultórios ou clínica-escolas, não é 
possível que haja um controle rigoroso de variáveis, para se saber claramente quais 
estão sendo manipuladas, quais estão sendo modificadas, em suma o que é função de 
que. (Guilhardi, 1997). Da mesma maneira, com queixas clínicas de luto, fica difícil a 
experimentação, pois muitas vezes pode ser aversivo no processo terapêutico que sejam 
levantados dados para a investigação científica do caso. 
 Uma possibilidade é que sejam feitos trabalhos por meio de entrevistas em 
pessoas enlutadas, identificando variáveis que influenciam o enfrentamento. O trabalho 
de Fernandes & Lopes (2010) investigou por meio de uma entrevista semiestruturada as 
respostas de enfrentamento e de culpa em pais enlutados. Foram identificadas as respostas 
de culpar outras pessoas pela morte do filho e justificar que o filho já havia cumprido sua 
missão de vida. Como respostas de culpa foram identificadas a responsabilidade pela 
morte do filho, por deixar de fazer algo relacionado ao papel social paterno, aprendido e 
socialmente cobrado, como por exemplo, estar distante do filho de quatro anos, no momento do 
acidente e morte por afogamento; e dúvidas quanto à busca do melhor tratamento para o 
filho de 18 anos, com cardiopatia congênita. Tanto os comportamentos de culpa como os de 
enfrentamento estavam relacionados à causa da morte. 
 Atualmente têm surgido diversos modelos clínicos em terapia comportamental. Cada 
um a sua maneira enfatiza algumas variáveis e apresenta formas de entender e intervir diante às 
queixas. Pode-se citar a FAP (sigla em inglês de Psicoterapia Analítico Comportamental), ACT 
(sigla em inglês para Terapia de Aceitação e Compromisso), e a Terapia Comportamental 
Dialética. O objetivo desse trabalho não é apresentar tais terapias, nem tão pouco analisá-las, 
mas como algumas premissas da FAP são muito compatíveis com a proposta da Terapia 
Comportamental do luto, elas serão mais especificadas em seções seguintes. 
 
 
7 
 
2. Morte e luto 
A morte é um evento natural que faz parte da vida de qualquer pessoa. Pode 
ocorrer de diversas formas e em diferentes momentos do ciclo de vida. Ainda assim, é 
um assunto que comumente causa desconforto, incertezas e temor. Trata-se de um 
evento que modifica o ambiente no qual ele ocorre, que compreende as pessoas que 
estão vivas. O efeito desse evento é proporcional às contingências que estavam em vigor 
e que envolviam o ambiente da pessoa que morreu. 
A Tanatologia (estudo da morte e o morrer) envolve o estudo desse tema a partir 
de diversos olhares, e muitas áreas se interessam por vertentes do tema, como a 
Psiquiatria, a Psicanálise, a Antropologia, a Etologia, e a Psicologia de uma forma geral. 
Combinato & Queiroz (2006) apontam que o ato de morrer, além de um fenômeno 
biológico natural, apresenta uma dimensão simbólica, relacionada tanto à psicologia 
como às ciências sociais. A morte apresenta-se como um fenômeno impregnado de 
valores e significados dependentes do contexto sociocultural e histórico em que se 
manifesta. Essa citação é muito compatível com a visão da AC de que o ambiente irá 
influenciar o efeito do evento morte naquele ambiente, a depender da história de vida 
dos envolvidos, e de fatores culturais que possam exercer influência. 
O luto é uma reação diante de uma perda. Parkes (1998) aponta que o luto 
refere-se a um processo, e não um estado, e envolve uma sucessão de quadros clínicos, 
que se mesclam e se substituem. Franco (2007) mostra que o processo de luto é uma 
resposta natural e esperada após uma perda importante, que pode ser decorrente de 
morte, afastamento, perda de capacidades físicas ou psicológicas, do ambiente 
conhecido – casa, cidade, país - e, ainda, por experiências que envolvem mudanças e 
exigem da pessoa uma reorganização de diversos fatores na vida de uma pessoa. 
8 
 
 Ademais, Hoshino (2006) destaca que a perda desencadeadora do luto consiste 
em deixar de se ter o que tinha, na maioria das vezes, alguém ou algo do ambiente a 
quem ou ao qual se tinha vínculo afetivo. Isto significa que a perda acarreta modificação 
de uma situação ambiental que proporcionava bem-estar. O fato de o luto ser reação a 
uma modificação, geralmente ambiental, implica que ele é um conjunto de respostas de 
interação com o meio. Portanto, trata-se de um conjunto de comportamentos, públicos e 
privados, que envolvem a perda de diversas fontes de reforçamento. 
 Vários estudiosos se debruçaram em entender o processo de luto e 
frequentemente postularam a existência de etapas e fases para a realização desse 
processo. Passar por essas etapas, que tem características típicas, seria uma forma de 
obter uma resolução para esse tipo de condição ao qual nos deparamos diante de uma 
perda. Tais fases serão descritas e analisadas posteriormente na seção que aborda o 
processo do luto. 
2.1 Representações de morte 
 Podemos falar de vários tipos de morte, a depender da forma como elas ocorrem, 
e a interpretação que damos a elas, que serão proporcionais à visão de morte, crenças e 
motivações envolvidas. Até porque, podemos falar de uma morte simbólica, por 
exemplo, se pensarmos em uma criança que nasça com alguma doença grave ou uma 
deficiência. Não se trata de uma morte concreta e isso pode representar uma morte 
simbólica, a morte do filho idealizado. Além disso, podemos falar da morte natural e 
não natural. Hoje em dia com o avanço da tecnologia em promover a extensão da vida é 
difícil falar em morte natural. Mas podemos pensar também em acidentes ou doenças 
graves que levam crianças a óbito, que evidentemente são encaradas como morte não 
normais, não naturais, pois fala-se que elas vão na contramão da lei da vida, que seria 
nascer, viver e morrer na velhice. 
9 
 
 Philippe Ariès (2003, 1975) é um autor conhecido na área de estudos da morte, 
por ter uma vasta literatura em que fala sobre a morte no ocidente e expõe diversas 
representações de morte, que serão descritas brevemente, de acordo com a análise do 
mencionado autor. Elas se constituem pela visão de morte da época e das características 
de vida, crenças e atitudes peculiares. 
 Uma representação diz respeito à morte domada, que se insere principalmente na 
visão da época, em meados da Idade Média, quando havia a consciência de que todos 
nós iremos morrer e que a morte faz parte da vida. Era comum que a morte ocorresse 
por doenças ou ferimentos fatais, e a morte temida era aquela que fosse abrupta, 
repentina, que não deixava tempo para despedidas. Isso está relacionado ao fato de que 
amorte estava envolvida em um evento familiar que incluía a espera no leito, e o que 
chamavam do cerimonial do moribundo, situação em que havia o lamento pela vida, a 
evocação de pessoas e coisas amadas, o perdão e a absolvição sacramental. (Ariès, 
2003, 1975) 
 Há também a morte interdita, que era permeada pela visão de que a morte era 
algo vergonhoso, que envolvia repugnância, fracasso, impotência e tendência de ocultar 
o moribundo, que ficava solitário. A morte não era mais vista como um fenômeno 
natural, e era comum a chamada medicalização da morte, quando os moribundos eram 
levados aos hospitais para morrer, lugar que era conveniente para esconder a 
repugnância e aspectos sórdidos ligados à doença. Dessa maneira, foi ficando mais 
comum a supressão do luto e das manifestações de dor. (Ariès, 2003, 1975) 
 Seguindo adiante fala-se da morte reumanizada. Diante do avanço da medicina 
que busca a todo custo impedir ou adiar a morte, surge a humanização da morte, junto 
com a rejeição a uma morte medicalizada, trazendo a possibilidade de que as pessoas 
possam se preparar para morrer. Nesse sentido fala-se muito em cuidados paliativos, 
10 
 
que representa o grande pilar do processo de reumanização da morte. (Ariès, 2003, 
1975) 
 Nesse contexto que se inserem as discussões éticas sobre o efeito dos avanços na 
medicina na escolha dos pacientes em se submeterem ou não aos processos que adiam a 
morte. Com descrições bem simples serão citados esses processos, que podem estar 
fortemente envolvidos em como as pessoas lidam com a finitude, seja da própria pessoa 
ou de pessoa queridas. Temos a distanásia, que refere-se a manter a pessoa viva mais 
tempo do que o necessário, sem que haja chances de melhora. A eutanásia, que no 
Brasil é crime, é ajudar uma pessoa a obter sua própria morte, seja por qual motivo for. 
E a ortotanásia, que é considerada como a boa morte, quando se cuida para que a pessoa 
tenha uma morte digna, sem procedimentos fúteis que iriam somente prolongar a vida 
sem qualidade. 
 Por fim, temos a descrição de Kovács (2003), que fala da morte escancarada, 
que convive com a morte interdita e a morte reumanizada. Ela está relacionada com as 
mortes violentas, em guerras, tragédias, desastres e emergências, envolvendo a 
banalização da morte: 
 “A morte escancarada por ser inesperada não permite preparo prévio. 
Envolve múltiplos fatores que podem dificultar a sua elaboração: 
perdas múltiplas (morte de várias pessoas da mesma família), perdas 
invertidas (filhos e netos que morrem antes de pais e avós), presença 
de corpos mutilados, desaparecimento de corpos e cenas de violência. 
” (Kovács, 2003, p. 150) 
 Essa representação de morte envolve a veiculação pela mídia de cenas fortes, de 
superexposição e sensacionalismo em cima de tragédias. São vários os exemplos dessa 
exposição, e Kovács (2003) apresenta uma reflexão importante em relação a isso, pois é 
fato que hoje em dia, com a globalização e a rapidez de transmissão dos meios de 
11 
 
comunicação é inevitável que as tragédias sejam noticiadas, contudo deve haver muito 
cuidado com a forma como as notícias são apresentadas, de modo a gerar uma reflexão 
em quem assiste, a fim de combater a banalização e criar possibilidades de discussão, e 
não somente gerar perplexidade e desconforto. 
 Portanto, fica claro que o ambiente em que a morte ocorre vai determinar em 
grande amplitude a forma como ela será encarada. E quando fala-se em ambiente faz-se 
referência ao qualquer aspecto envolvido que possa modificar o comportamento: as 
pessoas envolvidas (juntamente com sua história de vida permeada de aprendizagens 
que ajudam ou dificultam o enfrentamento), as condições nas quais as mortes 
acontecem, as expectativas em relação a ela, a forma como é veiculada, seja pelos 
familiares ou pelas redes de comunicação em massa. Sem contar que todos esses 
aspectos estão atuando em conjunto e de acordo com as valores e preceitos de uma 
sociedade, de uma cultura, de uma parcela da população, de uma família ou de uma 
pessoa que faça parte da vida de quem se foi. 
2.2 O processo do luto 
 Vimos que o luto faz referência a um estresse diante de uma perda, e que trata-se 
de um conjunto de comportamentos, públicos e privados, que envolvem a perda de 
diversas fontes de reforçamento. Acredita-se que qualquer pessoa irá passar por esse 
processo em algum momento da vida, seja o luto diante de mortes ou de outras perdas. 
 O comportamento de enfrentamento à morte é determinado por diversos fatores, 
e como qualquer outro comportamento ele é selecionado pelas suas consequências (cf 
Skinner 2003/1953), e sofre muita influência do nível ontogenético (em relação ao 
repertório que a pessoa possui para lidar com perdas e rompimento de vínculos) e do 
nível cultural, em referência à como a comunidade em questão enxerga a questão da 
12 
 
morte. Isso envolve muitos pontos de vista, crenças religiosas, sobre a finitude da vida e 
a existência de diversos tipos de rituais. 
 Kovács (2008) aponta que a expressão do luto terá características peculiaridades 
de acordo com os ritos familiares e a cultura em questão. Não há julgamentos em 
relação aos tipos de rituais, mas ressalta-se sua importância, como estratégia que facilita 
a elaboração do luto. Essa questão demonstra a influência do terceiro nível de seleção, a 
cultura. São vários os autores que investigaram e buscaram algumas regularidades na 
vivência do processo de luto. É comum falar de fases e estágios que devem ser vividos 
para a elaboração do processo de luto. 
 Quando falamos em elaboração do luto, termo comum na área, nos referimos à 
vivência da perda, ou seja, a entrar em contato com as contingências da perda, com os 
estímulos aversivos, com a perda de reforçadores e eventualmente o ganho de 
reforçadores também (como quando uma viúva recebe uma boa herança do marido), e 
lidar com essas novas contingências de forma que não haja sofrimento que impeça a 
pessoa de realizar suas atividades rotineiras e que lhe são reforçadoras. 
2.3 Fases do luto 
 Klüber-Ross (1996) é talvez a referência mais citada na área, e é conhecida pela 
elaboração das cinco fases do luto. A autora tem uma vasta produção nas questões da 
morte e luto, e inicialmente criou as fases quando investigava o processo que levava um 
paciente terminal aceitar sua condição. Mas ela percebeu que essas fases também se 
aplicavam as pessoas que vivenciavam uma perda. Inicialmente tem-se a fase da 
negação, quando a pessoa nega a ocorrência da morte e mostra não acreditar que a 
pessoa amada está de fato morta. Por exemplo, pais que esperam ansiosamente o filho 
chegar em casa, mulheres que colocam um prato na mesa para o marido falecido. 
13 
 
 A segunda fase é a raiva, marcado por sentimentos de revolta, inveja e 
ressentimento. É comum o aparecimento de agressividade e atribuição de causa ou 
culpa para algo ou alguém. A fase da barganha é marcada pela tentativa de alguma 
espécie de negociação que possa mudar ou evitar a perda. É comum o apelo a entidades 
divinas e quaisquer crenças por meio de pactos ou promessas. A fase da depressão é 
permeada por extrema tristeza, choro, introspecção e isolamento. E por fim, a última 
fase é a da aceitação, que não significa o fim do sofrimento, mas um período em que a 
pessoa deixa de lutar contra a morte, a aceita e isso facilita o enfrentamento. (Klüber-
Ross, 1996) 
 Parkes (1998) também postulou as fases do luto da seguinte maneira: Alarme, 
Torpor, Depressão, e Recuperação/Organização. Rando (1993) orgazinou as fases em: 
Evitação ou negação, Confrontação, Acomodação. E por fim, Saunders (1989, 1999) 
falou em: Choque,Consciência da perda, Conservação-retirada, Elaboração, Reparação. 
Todas essas classificações são similares às fases de Klüber-Ross, no sentido geral de 
não aceitar a morte inicialmente, confrontar, tentar evitar a realidade da forma que for 
possível, extrema tristeza diante da realidade e conseguir aceitar a condição. Essas fases 
são meras descrições de um conjunto de comportamentos que são comumente emitidos 
diante perdas. Não tem um compromisso cronológico, elas podem não acontecer na 
ordem descrita, e geralmente se mesclam e se confundem. E mesmo após a aceitação 
nada impede que a pessoa emita comportamentos típicos das fases anteriores. 
 A ideia de falar em fases do luto é interessante, uma vez que quando falamos em 
pesquisa que tem como objetivo gerar conhecimento para aplicação é notória a 
necessidade de uma sistematização, para facilitar a linguagem entre os pesquisadores e 
para o registro adequado dos achados em cada um dos pacientes. Contudo, é preciso 
14 
 
fazer uma análise cuidadosa para não encaixar a dor dos pacientes em fases sem ter a 
devida análise da função de cada comportamento dentro de um contexto. 
 Gimenes (2012) compartilha um exemplo pessoal em um relato proferido 
durante uma palestra na ABPMC (Associação Brasileira de Psicologia e Medicina 
Comportamental) em 2012, em que mostra de forma singela e nítida as fases do luto: 
“Numa nota pessoal quero dizer que estou vivendo um longo período 
de luto às avessas. Não removeram minhas fontes de reforçamento. 
Porém, minhas condições físicas me impedem de acessá-las. Já neguei 
que isso pudesse estar acontecendo comigo. Já tive raiva, já chutei o 
pau da barraca e rodei a baiana. Já tentei negociar com todas as 
entidades divinas. Já tive períodos de depressão e muito choro. 
Atualmente, estou tentando lidar com a aceitação, buscando novas 
fontes de reforçamento. Estar presente hoje aqui é uma dessas 
tentativas”. (Gimenes, 2012, p.77) 
 
 Nesse mesmo texto descrito acima, Gimenes aponta um o trabalho que traz uma 
contribuição muito relevante, ao comparar as fases do luto de Klüber-Ross com a 
extinção operante. Brevemente, a partir de um registro cumulativo de uma sessão de 
extinção foi possível identificar as semelhanças entre os comportamentos do rato nesta 
situação com os estágios do luto: negação, raiva, negociação ou barganha, depressão e 
aceitação. 
“Na negação, no início da extinção o rato continua respondendo como 
se nada houvesse mudado; na raiva, o animal começa a morder a barra 
e partes da caixa; na negociação, o animal volta a pressionar a barra 
tentando obter os reforços; na depressão, o animal para de responder e 
se isola em um canto da caixa; na aceitação, finalmente o rato volta a 
andar e farejar livremente pela caixa como fazia antes de aprender a 
responder na barra. Os estágios intermediários podem ou não ocorrer e 
sua duração varia de indivíduo para indivíduo. O importante é que em 
ambos os casos estamos descrevendo o processo da perda de uma 
fonte de reforçamento críticos. ” (Gimenes, 2012, p. 77) 
15 
 
 
2.4 Tarefas do luto 
 Outra autora muito conhecida por sua produção é James William Worden, 
principalmente com seu livro: Aconselhamento do Luto e Terapia do Luto: um manual 
para profissionais de saúde mental. Diferente das fases do luto ela fala sobre tarefas do 
luto como estratégias para se alcançar a resolução. Sua proposta é interessante, na 
medida em que dá mais autonomia a pessoa que está vivenciando o luto, pois na medida 
em que completa as tarefas a pessoa se sente segura para avançar no enfrentamento e 
entrar em contato com as novas contingências advindas com a morte. (Worden, 
2013/1932) 
 A primeira tarefa é aceitar a realidade da perda. Em meio à negação e a procura 
em encontrar o morto em outra pessoa (às vezes a pessoa jura ter visto a pessoa morta e 
pensa que ele pode estar vivo e precisando de ajuda), é necessário aceitar que a pessoa 
morreu e não irá voltar nunca mais. É válido pensar em uma questão de controle de 
estímulos, pois há uma atenção seletiva no ambiente que faz com que a pessoa foque 
sua atenção em qualquer coisa que lembre o falecido. Por exemplo, repara-se que vários 
carros iguais o dele passaram na rua, repara-se nas pessoas que tem um biotipo e 
características fenotípicas parecidas com o morto e com isso podem haver essas 
confusões que só atrapalham no discernimento de que a realidade é a morte. (Worden, 
2013/1932) 
 A segunda tarefa é processar a dor do luto, dar um espaço para a dor, que em 
outras palavras seria: entrar em contato com as contingências e não se esquivar. É 
comum que a esquiva aconteça por meio da idealização do morto, da evitação de 
lembranças, de objetos, o uso de drogas e viagens. A estratégia da esquiva pode ser 
muito boa a curto prazo, mas a longo prazo pode ter um efeito desastroso, pois muitas 
vezes quando a pessoa percebe que esteve longe e quer voltar para de fato se despedir 
16 
 
da pessoa, de suas coisas, objetos e lugares, é tarde demais. É comum que a família 
interfira nesse sentido, como por exemplo, um caso em que um viúvo, após o enterro de 
sua esposa, chega na casa onde viveu cinquenta anos de casamento e encontra tudo 
diferente: móveis novos, tudo organizado diferente e sem as fotos, sem as roupas, sem 
os pertences de sua esposa. Essa atitude é de extrema violência, embora com boa 
intenção, pois o enlutado está vulnerável e pode não perceber que o importante é que ele 
entre em contato com as contingências e que aos poucos, na medida em que haja 
habituação, ele consiga se desfazer do que não é mais necessário na ausência da pessoa 
amada. (Worden, 2013/1932) 
 A terceira tarefa é ajustar-se a um mundo sem a pessoa morta, o que envolve 
segundo Worden (2013/1932), ajustes internos, externos e espirituais. É uma fase de 
adaptação à perda, de análise dos papéis que eram antes desempenhados, das novas 
habilidades e funções que vem pela frente e de identificação e aceitação dos ganhos com 
a perda. Por exemplo, um pai que precise aprender a criar os filhos na ausência da mãe; 
e uma herança rejeitada por acreditar-se que o dinheiro é maldito. 
 A quarta tarefa é encontrar uma conexão duradoura com a pessoa morta em 
meio ao início de uma nova vida. Worden (2013/1932) diz que é preciso criar: “novos 
padrões de vida que incluam as relações modificadas, porém duradouras, com aquelas 
pessoas que foram importantes e amadas”. Em outras palavras, pode-se dizer que é 
esperado que o enlutado fique sob controle de estímulos relacionados ao morto que não 
lhe tragam um sofrimento insuportável, como por exemplo, falas características, valores 
compartilhados, costumes que podem ser repetidos até como uma espécie de 
homenagem ao morto. Dessa forma estabelece-se uma essa conexão com o morto sem 
que isso prejudique os planos e as atividades que são previstas nessa nova vida, sem o 
morto. 
17 
 
2.5 Tipos de luto 
 O processo de luto normal pode ser comparado a uma adaptação sadia à perda e 
torna-se organizado quando a morte é tomada como algo real, com o enlutado 
apontando certa disponibilidade para novos investimentos em sua vida, ou seja, diante 
da perda de uma fonte de reforçadores é preciso buscar outras fontes e lidar com as 
perdas. Esse processo sugere a reorganização da nova rotina do dia a dia, caracterizando 
assim um processo de luto bem elaborado. 
 Hoje em dia, fala-se em luto virtual. Diante da presença frequente e intensa das 
redes sociais e da internet como meio de comunicação imediato, tem sido comum a 
expressão da dor virtualmente. Fagundes (2012) conduziu um estudo em que analisou e 
realizou a comparação das fasesdo luto com a extinção operante em uma página de uma 
rede social, analisando as mensagens, principalmente da mãe e da namorada, no perfil 
de um jovem que morreu em um acidente de moto. Sobre isso Filipakis et al (2006) 
apontam uma vantagem e uma desvantagem desse tipo de expressão: 
“a) esta forma de enfrentamento auxilia no processo de elaboração de 
cada etapa da perda, por configurar uma forma de socialização e 
extravasamento dos sentimentos dos enlutados; 
b) pode haver um prolongamento desnecessário e martirizador de 
algumas etapas do processo de enlutamento”. 
 
 Quando se fala em luto patológico (termo substituído hoje em dia por luto 
complicado), falamos da intensificação dos processos presentes no luto normal (tanto 
em relação ao tempo de duração quanto em relação ao comprometimento provocado 
pelos sintomas). Essa intensificação assume um caráter irreversível, integrando-se a 
vida do enlutado e impedindo a reorganização de sua vida e a construção de novos 
projetos para o futuro (Kovács, 2008). 
18 
 
 Existem alguns fatores complicadores do luto, que se referem ao tipo de morte 
e/ou circunstância do acontecimento. Existe o luto antecipatório, quando normalmente 
são nítidas as fases do luto, por exemplo, diante de um diagnóstico de uma doença 
incurável. O luto parental, envolve a morte de um filho, que muitas vezes é chamada de 
morte invertida e costuma envolver culpa dos pais por algum motivo não ter cuidado do 
filho como deveria. O luto adiado, acontece normalmente quando não há vivência do 
luto, por muitos fatores, e ocorre muito tempo após o acontecimento da morte ou perda: 
quando as contingências reais da perda na estão mais presentes. O luto não autorizado, 
quando por questões de crenças e costumes não há aceitação socialmente, como o luto 
por animais, aborto, ou de amantes. Há também o luto coletivo, e um exemplo foi o 
acidente na boate Kiss, em Santa Maria no Rio Grande do Sul, onde houve muitas 
mortes e a cidade toda ficou de luto pelo acontecimento. Por fim o luto suspenso, que 
ocorre por desaparecimento, quando há ausência do corpo. 
 Segundo Rando (1993), há consequências sérias quando não se cuida de pessoas 
que apresentam risco para processos de luto complicado. É preciso: (a) identificar 
fatores de risco; (b) delinear tendências sócio-culturais e tecnológicas que possam 
exacerbá-las; (c) observar o que é necessário ser trabalhado para se evitar um luto 
complicado. 
 Há uma importante distinção que deve ser feita quando falamos de luto, tristeza 
e depressão. A tristeza está presente no luto e na depressão. O sentimento de tristeza 
geralmente se relaciona com a perda de reforçadores (Catania, 1999), ou seja, uma 
determinada fonte de reforço deixa de sê-lo. Quando o brinquedo preferido de uma 
criança quebra, ela fica triste porque não poderá mais brincar com ele. A perda de um 
ente querido provoca tristeza, já que não poderemos mais ter as interações sociais 
reforçadoras que tínhamos com aquela pessoa. 
19 
 
 Dependendo do oferecimento de reforçadores na vida da pessoa, pode acontecer 
de a perda ser muito significativa, e ou, as fontes de reforçamento serem muito restritas, 
o que permite que uma profunda tristeza se instale. Geralmente as pessoas com quadro 
de depressão se encaixam nesse perfil. (Hubner, 2012) Contudo, é importante não 
confundir depressão com luto, pois o luto não é uma doença e não precisa 
necessariamente do tratamento dado a uma doença. Alguns casos de luto podem 
precisar de medicação, mas trata-se de uma reação de a um estresse, a uma perda 
significativa, e após a resolução do luto, havendo a adaptação à perda, a pessoa deixa de 
sentir a tristeza profunda que pode ser confundida com depressão, e se tratada como tal 
pode trazer mais prejuízos do que benefícios ao enlutado. 
2.6 Luto e DSM 
 O luto não é uma doença. Embora possa ser permeado por extrema tristeza e 
com sintomas de depressão, o luto não é uma doença e não é a mesma coisa que 
depressão. O luto encontra-se no DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de 
Transtornos Mentais, que encontra-se na quinta edição) e desde a primeira publicação o 
luto já foi considerado como necessário de atenção, sendo classificado como “outras 
condições que podem ser foco de atenção clínica. ” (Parkes, 1998) 
 No DSM-IV ele é considerado como um transtorno de adaptação, e pode ser 
definido pelo conjunto de sintomas emocionais e comportamentais desenvolvidos por 
um ou mais estressor, como alguma doença, morte ou desemprego. Seus principais 
sintomas são: insônia, angústia, isolamento social, anedonia, irritabilidade, fadiga, baixa 
auto-estima, pessimismo, hostilidade, impulsividade e, às vezes, uso de substâncias. 
(Manfrinato, 2011) 
 Recentemente, estudiosos do luto estiverem presentes em uma polêmica que 
envolvia a publicação da quinta edição do DSM, pois essa edição excluiu a regra que 
20 
 
elimina o luto dos sintomas de depressão. A mudança é justificada pela ressalva de que 
os médicos deverão ficar alerta para diferenciar o luto normal do diagnóstico de uma 
doença mental e outra ressalva para o fato de que a depressão e o luto podem coexistir. 
(Kupfer, 2013) Contudo, essa questão levanta outra preocupação, pois uma pessoa que 
está de luto por ao menos duas semanas pode ser diagnosticada com depressão, e poderá 
ser medicada para isso. É preocupante que pacientes enlutados sejam medicados sem 
necessidade, uma vez que o medicamento pode deixar a pessoa em uma situação em que 
não seja possível vivenciar de fato as contingências, e isso, como já vimos, é um fator 
de risco para um luto complicado. 
2.7 Mediadores do luto 
 Além das tarefas do luto, Worden (2013/1932) apresenta em seu livro 
mencionado, uma seção muito interessante em que vai elencando fatores que 
influenciam a vivência do luto, pois sabe-se que esses efeitos são muito diferentes. Para 
algumas pessoas o luto é uma experiência muito intensa, para outros muito leve; para 
alguns o luto começa com o comunicado sobre a morte, e para outros trata-se de uma 
experiência adiada. E até mesmo sobre o fim do processo, os autores não tem um 
consenso. Bowbly (1980) e Parkes (1998) são unânimes ao afirmar que o luto acaba 
quando a pessoa acaba o processo de restituição. Para Worden (2013/1932) o luto acaba 
quando a tarefas do luto são cumpridas. Alguns autores falam de períodos, quatro 
meses, um ano, dois anos. É comum falar-se em um ano pelo menos, pois é quando o 
enlutado vive com a ausência do morto, ao menos uma vez, todas as comemorações e 
datas importantes de um ano. 
 Um dos mediadores do luto refere-se ao vínculo, a quem era a pessoa que 
morreu, qual era o relacionamento entre elas, seus conflitos, suas conquistas juntos, ou 
seja, de que forma ocorria o relacionamento. Essa questão é muito importante, pois mais 
importante que parentesco ou tempo de convivência a intensidade do vínculo é um fator 
21 
 
fundamental na magnitude do luto. Outro mediador é a condição da perda, como a 
pessoa morreu: inicialmente fala-se da sigla NASH (natural, acidental, suicídio e 
homicídio), e sobre fatores de como ocorreu: se foi repentina ou inesperada, se envolvia 
uma grande distância física ou se foi em local próximo, se a morte foi violenta e/ou 
traumática, se envolve múltiplas perdas, mortes evitáveis, perdas ambíguas, mortes 
estigmatizadas (que normalmente estão relacionadas com o luto não autorizado). 
(Worden, 2013/1932) 
 Outra questão refere-se aos antecedentes históricos: idade, gênero, história de 
como a pessoa resolve seus problemas e suas estratégias de enfrentamento. É importante 
a investigação da história prévia em relação a transtornos psiquiátricos,tentativas de 
suicídio e abuso de drogas, se existe uma rede social de apoio, se houve ganhos 
secundários com a perda (bens materiais por exemplo), e se existem estressores 
concorrentes: outras questões que já aconteciam antes da perda ou que se intensificaram 
com a perda, como por exemplo outras perdas. Outra questão muito importante são os 
rituais: evidentemente que não existe um ritual específico obrigatório, pois isso vai 
depender das crenças de cada pessoa, mas é fato que os rituais após a morte ajudam na 
elaboração do luto, na medida em que funcionam como uma homenagem, uma 
celebração ao morto, e uma confirmação de que aquilo realmente aconteceu. (Worden, 
2013/1932) 
 Todos esses mediadores nada mais são que descritores das contingências que 
vão mediar a interpretação da perda pelo enlutado. Uma leitura correta do ambiente irá 
facilitar a compreensão do ocorrido, e minimizar as chances de que a morte esteja 
envolvida com culpa, o que é muito comum de acontecer. Além disso, essa leitura do 
ambiente, que pode ser direcionada pelo terapeuta durante o processo terapêutico, 
envolve ainda a adaptação e a programação de contingências futuras que facilitem a 
22 
 
resolução do luto. E naturalmente que a história de vida, o repertório comportamental e 
a variabilidade comportamental vão mediar esse enfrentamento. 
 
3. Interpretações do luto a partir de conceitos comportamentais 
 A literatura científica em psicologia experimental dispõe de vários conceitos 
construídos e validados em laboratórios que descrevem a forma como nos relacionamos 
com o mundo. Essa seção exige algum conhecimento prévio desses conceitos que 
podem ser adquiridos com a literatura especializada. (cf Skinner, 1978, Keller & 
Schoenfeld, 1966, Sidman, 1976, Miguel, 2000) 
 Para interpretarmos as reações diante uma perda fala-se em controle de 
estímulos. Pois sabemos que processos psicológicos, como a memória, atenção e 
percepção, estão envolvidos com a compreensão das relações entre estímulos e 
ambiente, que são selecionados por meio de contingências de reforçamento. E estar 
atento a algo, prestar atenção/estar atento a/focar a atenção sobre, nada mais é que um 
comportamento operante, controlado por suas consequências e estímulos antecedentes. 
(Strapasson & Dittrich, 2008) 
 Portanto, diante de uma perda, de algo ou alguém com o qual havia um vínculo, 
a atenção fica focada naquilo, nas lembranças do vínculo, e em qualquer outro tipo de 
estímulo que tenha uma equivalência funcional ou semelhança física com o objeto ou 
pessoa perdida. Lembrar é ver na ausência da coisa vista, e é comum que o enlutado 
lembre de muitas coisas relacionadas a perda, e que até pense ver de fato a pessoa, uma 
vez que há uma sensibilidade alterada que faz com que o enlutado fique sob controle de 
estímulos que lembrem o morto. 
 Por exemplo, uma mãe, após perder o filho adolescente pode jurar que viu a 
bicicleta do filho na porta do supermercado, quando na verdade é só uma bicicleta 
23 
 
parecida. Um viúvo pode se chatear por sentir a todo momento cheiro de comida, como 
quando sua mulher cozinhava, e na verdade o cheiro esteve sempre presente, vindo de 
outras casas próximas, mas ele nunca havia percebido até a morte de sua mulher. Ou até 
mesmo, morre um cachorro querido, e seu dono começa a reparar e achar que existem 
muitos cachorros pela rua e isso lhe traz sofrimento; e na verdade os cachorros sempre 
estiveram lá, mas antes não faziam parte do ambiente do dono. 
 Conforme já apontado podemos falar em termos de extinção sobre o processo 
que ocorre diante uma perda. Se pensarmos que a extinção é uma operação que 
suspende o reforço, e que a perda trata-se da retirada de um reforçador crítico para a 
pessoa, podemos interpretar a extinção operante como similar à reação de luto. A tabela 
1, adaptada do trabalho de Fagundes (2012) ilustra a comparação: 
 Tabela 1. 
Comparação entre as fases do luto e as fases da curva da extinção. 
Fases do luto – Kluber-Ross Fases da curva de extinção 
Negação Burst1 
Raiva Agressividade adjuntiva 
Barganha Variabilidade comportamental 
Depressão Diminuição da taxa de respostas acompanhada de respondentes 
Aceitação Retorno ao nível operante 
 
 Da mesma forma, se pensarmos que operação estabelecedora são operações, 
eventos, que estabelecem ou modulam o valor de um determinado estímulo como 
reforçador, podemos dizer que a morte pode se tornar uma operação estabelecedora, de 
privação e/ou estimulação aversiva. Parkes (1998) que não compartilha da literatura 
comportamental apresenta trechos que nos fazem pensar que a comparação faz sentido: 
 
 
1 Burst é o “jorro constante de respostas mesmo na ausência da apresentação do reforço” (Bravin, 2008, 
p. 8) 
24 
 
“Privação implica ausência de uma pessoa ou objeto necessários. (...) 
Privação significa a falta daqueles “suprimentos” essenciais que foram 
anteriormente fornecidos pela pessoa perdida. (...) De certa forma, são 
equivalentes psicológicos para comida e bebida. As pessoas têm 
necessidade de outras pessoas, e a perda do marido, da mulher ou de 
um filho, provavelmente deixam um grande vazio. “ 
(Parkes, 1998) 
 
 Conforme apontamos, algumas pessoas a depender de sua história de vida, tem 
mais facilidade ou menos dificuldade em lidar com o luto. E isso pode estar relacionado 
aos modelos de aprendizagem durante a vida, pois pode ter havido aprendizagem por 
modelação: por bons modelos que foram prontamente seguidos, ou até mesmo, com 
grupos de apoio, quando pessoas aprendem a lidar com a dor a partir do modelo de 
outras pessoas que passam por situações similares. 
 Além disso, pode haver a aprendizagem por modelagem: a partir de 
aproximações sucessivas com perdas pequenas tem-se um repertório que pode facilitar a 
resolução de um luto. Isso mostra que é importante que crianças vivenciem perdas, por 
exemplo, a perda de um brinquedo adorado, a morte de uma plantinha ou um animal de 
estimação. Muitas vezes os pais inventam histórias, com o intuito de poupar a dor das 
crianças, mas isso nada mais é do que uma esquiva experiencial, que pode prejudicar a 
forma com a qual a criança irá lidar com perdas futuras. 
 A falta de contato com uma alguma situação de perda ou morte traz consigo 
muita desinformação e incertezas, o que pode fazer com que as crianças tenham crenças 
errôneas sobre a morte, inclusive, sentir-se culpada, não aceitar, ter medo de morrer e de 
que pessoas amadas também morram. Pode acontecer que, em virtude de diversos 
acontecimentos que desagradam as crianças, elas desejem algum mal a outra pessoa, 
como, por exemplo, desejar a morte de um irmão. Nesses casos, a criança passa a pensar 
que foi responsável pela morte: havendo uma contiguidade entre o desejo da criança e 
25 
 
um acontecimento real, ou até mesmo com a criação de uma falsa relação contingente 
entre esses eventos, pela criança. 
 Portanto, é indicado, tanto a pais quanto educadores, que haja muita 
transparência, pois por mais que os adultos tentem esconder seu sofrimento, ou tentem 
poupar a criança, é fato que o sofrimento existe e que a criança sente. Kovács (2010) 
aponta que as crianças buscam o adulto como apoio, que pode acolher e legitimar seus 
sentimentos, responder perguntas, em uma tentativa de ordenar o mundo que fica 
abalado após perdas significativas. Mas muitas vezes não há esse espaço, nem na 
família e nem na escola, e essa falta de esclarecimentos pode levar a consequências 
ruins para a criança e dificuldades no processo de luto. Participar dos rituais,do velório, 
por exemplo, faz a criança se sentir parte da família, e da situação pela qual a família 
está passando. 
 Ademais, podemos falar acerca do desamparo aprendido, que refere-se a dados 
experimentais que demonstram a dificuldade de aprendizagem operante apresentada por 
organismos que tiveram experiência prévia com eventos aversivos incontroláveis. 
Impede-se que os animais aprendam uma resposta de fuga e esquiva - aprendizagem 
operante. (Hunziker, 2003) E esse modelo inclusive é comparado com um modelo 
animal de depressão, que demonstra a impossibilidade de controle sobre o meio. É 
comum, no senso comum falar que diante a morte temos a sensação de impotência, de 
que nada podemos fazer, e é nesse sentido que é feita a comparação com o desamparo 
aprendido. 
 Por fim, é importante ressaltar que todas essas comparações são meras 
especulações teóricas criadas a partir de conceitos disponíveis e construídos pela 
psicologia experimental, e analisado mediante a literatura que mostra algumas 
regularidades na reação ao luto. São interpretações que trazem indícios e incentivo para 
26 
 
que haja pesquisas empíricas que possam, ou não, atestar com alguma veracidade essas 
comparações. 
 
4. Análise funcional do luto 
 Conforme apontado, a análise funcional é um instrumento extremamente 
importante para análise e intervenção na clínica comportamental. Fernandes & Lopes 
(2010) apresentam uma análise muito coerente: com relação à ausência por morte de um 
ente querido, respostas de enfrentamento são emitidas e diversificadas, constituindo-se 
numa classe operantes que têm como consequência evitar, minimizar, terminar com os 
aversivos ou produzir mais punitivos. Nesse caso, o processo de enlutamento pode ser 
complexo, longo e doloroso, chegando a níveis disfuncionais quando não é finalizado 
de maneira adequada. 
 Para Guilhardi (2013) é preciso ter sempre em conta que as funções que os 
eventos têm para cada pessoa são construídas socialmente, como resultado da ação de 
contingências de reforçamento. Dessa forma, retificá-las implica em desconstruir e 
reconstruir, e ocasionar novas contingências de reforçamento ou novas inter-relações 
entre contingências. E mais que isso, o terapeuta não pode simplesmente desejar mudar 
as funções dos eventos, pois há necessidade de conhecer seus determinantes e manejá-
los apropriadamente. 
 Guilhardi (2013) em uma análise sobre o perdão faz uma análise muito valiosa 
sobre um caso descrito em seu texto que envolve perdas em um relacionamento 
amoroso. A citação apresenta uma análise funcional que descreve o caso de Maria, que 
foi traída pelo marido: 
“Maria somente terá perdoado plenamente se sua dor se esvanecer. 
Uso o termo esvanecer para destacar que a dor diminui 
gradativamente até níveis suportáveis. A dor não cessa abruptamente, 
27 
 
pois os sentimentos se alteram lentamente, seguindo os princípios 
comportamentais que regulam os processos de extinção operante e 
respondente. Maria conservará, provavelmente, o comportamento de 
se lembrar do ocorrido, mas sem a terrível moldura do sofrimento. 
Lembrar, neste episódio, significa: 1. ver na ausência do episódio 
visto; 2. imaginar quais foram os comportamentos de João, uma vez 
que Maria não teve acesso e não pode ter visto o que ocorreu 
exatamente; 3. repetir para si mesma os tatos verbais expressos por 
João; 4. ampliar os tatos de João com seus próprios tatos: ela faz a si 
mesma questões sobre o que ocorreu, porque ocorreu, como ocorreu, 
com que intensidade ocorreu, quando ocorreu e emite suas próprias 
respostas, uma vez que as apresentadas por João não a convencem. 
Pensar, ver as cenas, imaginar situações ocorridas etc., sem 
consequências sociais e ambientais reais, fazem parte dos longos 
processos de extinções respondente e operante. Longos e dolorosos!” 
(p. 9) 
 
 Nesse sentido que é válido destacar a FAP (Terapia Analítico Funcional), que 
aponta que a esquiva de sentimentos é obtida por meio de contatos reduzidos com as 
variáveis de controle para os comportamentos clinicamente relevantes, o que por sua 
vez diminui a oportunidade para a aquisição de novo comportamento. 
(Kohlenberg & Tsai, 2001) A esquiva de sentimentos é muito comum em casos de luto, 
pois a estimulação aversiva frequente impede que o enlutado entre em contato com os 
sentimentos extremamente dolorosos. 
 E nesse caso, a FAP demonstra que a explicação que é dada ao cliente, o 
enlutado, é que é muito importante entrar em contato com os sentimentos, e não deve 
envolver apelos tais como: “É bom colocar para fora, liberar aqueles sentimentos 
reprimidos” ou, “Se você segurá-los eles vão sair de outro jeito”. Ao invés disso é dito 
ao cliente que a emoção é apenas um produto eventual do lidar com os problemas, ou de 
entrar em contato com estímulos importantes. A ausência de emoção, entretanto, é um 
28 
 
problema sério indicando uma esquiva que interfere com a terapia e também interfere 
em outras áreas da vida do cliente. (Kohlenberg & Tsai, 2001) 
 Portanto, a FAP mostra que a expressão emocional é crucial, não porque seja 
curativa por si mesma, mas porque serve para mostrar que o cliente está em contato com 
variáveis de controle importantes, e que novos comportamentos podem agora ser 
aprendidos. A citação seguinte mostra o caso de um paciente que fala sobre a perda de 
Jesse, e mostra que é preciso entrar em contato com as contingências aversivas e lidar 
com elas, e se encaixa perfeitamente para casos de luto: 
 
“É importante que você se deixe entristecer, porque se você evitar 
pensar, sentir, falar sobre Jesse, você acabará evitando muitas coisas, 
tais como atividades que vocês faziam juntos ou encontrar novos 
homens, coisas estas que poderiam aflorar quaisquer sentimentos 
sobre ele. Evitando todas essas coisas, não é apenas a riqueza da sua 
vida que sofrerá interferência, mas você também não terá 
oportunidade de imaginar o que acontece de errado e de aprender 
novas formas de lidar com alguém próximo a você quando problemas 
semelhantes aparecerem”. (Kohlenberg & Tsai, 2001, p.253) 
 
5. Terapia Comportamental do Luto 
 A Terapia do Luto é indicada para queixas clínicas que envolvam qualquer tipo 
de perda, seja por morte, fim de relacionamento ou mudança de país. Está relacionada a 
alguns procedimentos e técnicas específicas, e muitas delas são usadas por diversos 
tipos de abordagens teóricas, contudo com diferentes interpretações dos resultados e 
consequente programação de intervenções diferenciadas. Pode ser feita em diversas 
modalidades. 
 Existem, incialmente, a possibilidade de grupos educativos e preventivos, que 
tem o objetivo de trazer reflexões sobre a morte, perdas e luto, como um fator de 
29 
 
proteção para lidar com as reais ocorrências desses eventos durante a vida. Além da 
modalidade grupo pode ser realizado um trabalho individual e até mesmo com caráter 
terapêutico. O grupo pode ser também terapêutico e costuma trazer bons resultados, pois 
o compartilhamento da dor muitas vezes minimiza as contingências aversivas 
envolvidas. 
Será apresentado um modelo de grupo de reflexão sobre a vida e a morte, em 
dez encontros2. A tabela 2 apresenta uma descrição das atividades de cada encontro, 
que envolviam vivências, atividade em que os participantes do grupo deveriam fazer 
atividades e trazê-las para discutir com o grupo, como escrever cartas e trazer objetos 
pessoais. 
Tabela 2. 
Descrição dos encontros do grupo educativo de reflexões sobre a vida e a morte. 
Primeiro encontro Apresentação dos terapeutas e dos participantes, integração e 
levantamento de expectativas. 
Segundoencontro Vivência 1: Sobre a vida a morte e o morrer (discussão da 
banalização da morte, representações de perdas, morte, luto e 
vida.) 
Terceiro encontro Vivência 2: Perdas passadas (compartilhamento do álbum de 
retratos de pessoas falecidas e carta ao morto) 
Quarto encontro Discussão das Tarefas do luto: Ele morreu? Por que? Preciso falar 
sobre isso? Perdas e ganhos após a sua morte? Qual o meu projeto 
de vida na ausência dele? 
Quinto encontro Vivência 3: Minha morte (cinco objetos que caracterizem o 
participante, carta sobre a própria morte, visita ao cemitério) 
Sexto encontro Discussão sobre os rituais de passagem, e a criança e a morte. 
Sétimo encontro A boa morte – discussões de bioética. 
Oitavo encontro Perdas futuras – objetos da pessoa escolhida e carta de despedida 
para alguém que ainda não morreu. 
Nono encontro Discussão e Retomada das primeiras vivências. 
Décimo encontro Retomada das discussões e encerramento. 
 
 
2 Atividade realizada pela prof. Alessandra de Andrade Lopes como atividade extracurricular no curso de 
Psicologia da Unesp-Bauru. 
 
30 
 
 Outra proposta é apresentada por Silva (2009), como Terapia Cognitivo-
Comportamental do Luto. O modelo é composto por 12 sessões, individuais. De uma 
maneira geral essa intervenção inicia-se com uma função psicoeducativa, com o 
esclarecimento sobre as fases do luto, alterações cognitivas, fisiológicas e 
comportamentais consideradas comuns, como o objetivo de reduzir os índices de 
ansiedade. Adiante, é trabalhado o reconhecimento da realidade da perda, e o sujeito é 
estimulado a compartilhar a experiência e elaborar rituais de despedida. São utilizadas 
técnicas para o controle da ansiedade e da depressão em momentos agudos. E seguida, 
direciona-se o foco na resolução de problemas pendentes entre o sujeito enlutado e o ser 
perdido, a criação de uma rede de apoio social, a reorganização do sistema familiar e a 
redistribuição de papéis. Busca-se propiciar a readaptação do sujeito à vida cotidiana, a 
organização dos horários de atividades semanais, o investimento em novos objetivos de 
vida e em novas relações, além da prevenção de recaída. 
 Todas essas intervenções partem do princípio de que é preciso entender a forma 
como a pessoa lida com perdas, como ela entende a vida, a morte, o luto e as perdas em 
geral, que invariavelmente temos por toda a vida. Algumas reflexões são fundamentais 
para a preparação para lidar com perdas. Pois como qualquer outro repertório, é preciso 
que aprendamos a lidar com elas, e muitas vezes podemos lidar com essa aprendizagem 
antes que uma perda muito substancial aconteça. 
 
6. Velhice e o medo da morte 
 A velhice talvez seja a fase do desenvolvimento humano que menos tem a 
atenção de estudiosos em Psicologia. Isso tem mudado nos tempos atuais, pois com os 
avanços da medicina a expectativa de vida tem aumentado e essa parcela da população 
tem aumentado. Nessa fase talvez seja mais fácil aceitar a proximidade da morte, até por 
31 
 
uma questão temporal, pois se encaminha para o término da vida, e porque trata-se de 
um período de muitas perdas: a perda da juventude, da capacidade física e diversos 
declínios comuns, na visão e audição por exemplo. Mas isso não quer dizer que não haja 
sofrimento ou que seja fácil aceitar a morte na terceira idade. E mais uma vez, fica 
nítida a importância de que haja um repertório de aprendizagem para lidar com perdas, 
morte e luto. 
 Em 1985, o principal expoente do Behaviorismo, B.F. Skinner, publicou em 
parceria com a colega M.E. Vaughan o livro Viva bem a velhice: aprendendo a 
programar a sua vida. Nesse livro eles apresentam reflexões sobre a velhice, como 
ocorre o contato com o mundo durante a velhice, com passado e lembranças, com as 
mudanças físicas corporais, os pensamentos, a necessidade de manter-se ocupado, 
organizar-se no dia a dia, a relação da convivência com as pessoas, estar bem consigo 
mesmo, o papel de velho na sociedade, e, por fim, o medo da morte. A citação a seguir 
descreve o cerne do livro: 
 
“Num roteiro que funciona bem, você viverá relativamente livre de 
aborrecimentos, terá chances de fazer várias das coisas que aprecia e 
menos razões para fazer o que não gosta. O senso de humor dará conta 
de alguns aborrecimentos remanescentes. Seria mais fácil você 
conseguir boa parte disso, se você tivesse sido preparado quando era 
jovem. Tal preparo teria sido mais provável, se você tivesse olhado 
para a velhice que se prenunciava no futuro, não como algo a ser 
temido, mas como um problema a ser resolvido.” (Skinner & 
Vaughan, 1985, p. 112) 
 
 As reflexões são muito interessantes e servem como uma leitura não técnica para 
qualquer idade. A ideia geral do livro é pensar em planejamento, em como nossas ações 
diárias refletem nessa fase da vida. Apresenta-se que planejar nossa vida e nossa velhice 
aumenta as chances de uma vida saudável, buscando identificar e lidar com as 
32 
 
dificuldades. Ao final do livro o tema da morte é abordado, como um final necessário, e 
falando-se sobre o medo da morte. Os autores apontam que grande parte do problema 
está na incerteza da morte, pois é algo com o qual não aprendemos por experiência 
pessoal. Os autores ressaltam que: 
“...a única coisa que devemos temer da morte, é o medo da morte que 
nos impede de viver bem nossas vidas. Se, depois da morte, você vier 
a ser recompensado ou castigado pelo que fez em sua vida, e se não 
está bem seguro de como será, talvez deva tomar cuidado para não 
ficar sempre lembrando “que um dia morrerá” (memento mori), sob 
pena de provavelmente desfrutar menos da vida. ” (p. 97 ) 
 
 Skinner & Vaughan (1985) sugerem que provavelmente é melhor não pensar na 
morte. Mas acredita-se que esse argumento é contraditório com a linha de raciocínio 
exposta durante todo o livro. Talvez os autores estivessem se esquivando de tratar a 
morte como qualquer outro tema trabalhado no livro, que envolve a perspectiva de 
conhecimento e planejamento para a vida. Pois durante todo o livro apresenta-se que 
devemos ter conhecimento das mudanças ocorridas nas contingências, para ajudar a 
lidar com elas e programar uma vida saudável. Fica o questionamento: se os autores 
afirmam que o medo da morte pode atrapalhar o desfrute da vida, porque não refletir 
sobre a morte, para lidar com esse medo e justamente valorizar a vida? 
 E é com essa perspectiva que acredita-se que devamos encarar a morte, tanto 
como profissionais quanto em qualquer outro papel de nossas vidas. Pois acredita-se 
que, quanto mais pensamos na morte mais temos motivos para prestar atenção à vida, e 
vivê-la com qualidade. A partir do momento que reflexões sobre a morte estão presentes 
no repertório de um indivíduo é mais provável que ele se exponha às contingências 
aversivas que envolvem perdas e consiga lidar melhor com elas. O sofrimento é 
inevitável, mas uma mudança no controle de estímulos pode facilitar a vivência de uma 
grande dor. 
33 
 
 
Considerações Finais 
 O presente trabalho teve como objetivo apresentar as principais contribuições na 
Terapia do Luto, inicialmente contextualizando o tema de perdas, morte e luto, trazendo 
os materiais disponíveis na literatura e apontando o olhar da Análise do 
Comportamento. Acredita-se que a Terapia Comportamental tem uma base teórica que 
lhe permite estudar qualquer tipo de queixa clínica, e que a análise funcional continua 
sendo um instrumento valioso também nas queixas relacionadas ao luto. 
 É de extrema importância o conhecimento dos tipos de luto, dos mediadores do 
luto, e das consequênciasa longo prazo que podem aparecer se não houver um 
acolhimento cuidadoso para tais queixas. É tentador e pode parecer uma boa opção a 
esquiva dos sentimentos de dor e saudade, que poderiam ser uma boa opção com outro 
tipo de queixa. Mas no caso do luto é importante que o terapeuta conduza a manutenção 
do contato do cliente com as contingências aversivas do luto e que possa direcioná-lo, 
seja por meio das tarefas, da explicação das fases do luto e de qualquer outra estratégia 
que possibilite a vivência do luto, para que se alcance a resolução do luto, a 
reorganização da vida e a investida em uma vida saudável. 
 E vale ressaltar que para trabalhar com questões de luto o terapeuta precisa ter 
passado por esse passado de aprendizagem sobre os tipos e determinantes do luto, as 
representações de morte, ou seja, entrar em contato com sua própria morte por meio das 
reflexões sugeridas, para ter em seu repertório esse enfrentamento baseado na premissa 
de que é importante refletir sobre a morte, justamente porque assim estamos buscando 
que a vida seja de qualidade e nos colocando de frente diante os acontecimentos da vida, 
que vez ou outra não podem ser evitados. 
 
34 
 
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