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Varvito de Itu - Processo de Formação_rfinal

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1 
 
VARVITO DE ITU 
PROCESSO DE FORMAÇÃO 
 
Resumo – O Parque Estadual em Itu, o paredão de varvito, já foi área de exploração econômica, 
atividade que degradou parte do resultado de 280 milhões de anos de processos geológicos. Por 
meio de transformações físicas que a ação de gelo e degelo promoveu, fragmentando rochas e 
depois as unindo, formou-se o varvito. Este artigo busca descrever a formação do varvito e 
relacionar, por meio de visita ao local e pesquisa bibliográfica, o processo de sedimentação, 
essencial para a formação do paredão detrítico, com as transformações físicas do local. A pesquisa 
de campo realizada permitiu observar os detalhes oriundos do complexo processo de 
transformação, como a variação de cores e as espessuras de camadas. Unindo esta à pesquisa de 
referenciais teóricos é possível perceber e descrever a delicadeza envolta em todo o longo processo 
de milhares de anos para a formação do material, sendo que o seu reconhecimento é o primeiro 
passo para a preservação, pois se entende o quão é importante preservar este patrimônio natural. 
 
Palavras-Chave – Varvito; Sedimentação; Patrimônio Natural. 
 
Abstract – The State Park in Itu, the varvito wall, was once an area of economic exploration, an 
activity that degraded part of the result of 280 million years of geological processes. By means of 
physical transformations that the action of ice and melting promoted, breaking up rocks and then 
uniting them, the varvito was formed. This article aims to describe the formation of varvito and to 
relate, through a site visit and bibliographic research, the sedimentation process, essential for the 
formation of the detrital wall, with the physical transformations of the site. The field research carried 
out allowed us to observe the details of the complex transformation process, such as color variation 
and layer thicknesses. Joining this to the research of theoretical references is possible to perceive 
and describe the delicacy involved throughout the long process of thousands of years for the for-
mation of the material, and its recognition is the first step towards preservation, because one under-
stands how important it is preserve this natural heritage. 
 
Keywords – Varvito; Sedimentation; Natural patrimony. 
2 
1. INTRODUÇÃO 
 
O paredão do parque geológico do varvito é oriundo do transporte da água do degelo e 
deposição de areia, argila e silte. A ação, chamada de pro glaciais, acontece devido à influência de 
geleiras. Segundo Assine; Veseley (s.d), os chamados ambiente pró-glaciais abrangem tanto a zona 
de contato com a margem da geleira (ice-contact zone) quanto seus arredores, desde que haja 
ainda influência do gelo ou da água de degelo, como no ambiente flúvio-glacial. 
 
Evidências sedimentológicas, palinológicas e paleomagnéticas 
indicam um provável controle sazonal (anual) na deposição dos pares de 
litologias do varvito, semelhantemente às argilas várvicas pleistocênicas. 
Cerca de 300 pares de litologias estão representados na pedreira de Itu. 
Estruturas sedimentares típicas do varvito estão belissimamente expostas 
na pedreira, assim como abundantes icnofósseis representando 
invertebrados aquáticos bentônicos. São também notáveis, embora 
relativamente raros, dispersos no varvito, clastos caídos de tamanho e 
composição diversos e montículos de detritos glaciogênicos liberados de 
gelo flutuante (icebergs). (Rocha-Campos, s.d.). 
 
Este artigo busca descrever a formação do varvito e relacionar, por meio de visita ao local e 
pesquisa bibliográfica, o processo de sedimentação, essencial para a formação do paredão 
detrítico, com as transformações físicas do local. Além disso, busca mostrar que o processo de 
milhares de anos precisa de preservação para que não se perca o histórico da região. 
 
2. VARVITO DE ITU: HISTÓRICO DA TRANSFORMAÇÃO DA ANTIGA PEDREIRA EM PARQUE 
ESTADUAL 
 
Localizado na Avenida do Varvito, s/n, a cerca de 100 km de São Paulo (Figura 1), a região 
foi explorada economicamente como pedreira e exploração do varvito no período de 1720 a 1993, 
para uso em revestimento de ruas e piso, fachadas e fabricação de bancos e mesas. 
 
Figura 1. Distância do centro de São Paulo até Parque do Varvito 
Fonte: Google Maps (site: 2018) 
 
Segundo Rondino (2005, p. 53), já havia menções referentes à especifica formação rochosa 
de Itu em relatórios da “Viagem Mineralógica na Província de São Paulo” dos pesquisadores José 
Bonifácio de Andrade e Silva e seu irmão Martim Francisco Ribeiro de Andrade, durante sua 
expedição realizada em 1820. 
3 
Contudo, Oliveira; Ferrão (2012) afirmam que o reconhecimento da laje de Itu como varvito 
deve-se a Othon H. Leonardos, geólogo do Serviço de Fomento da Produção Mineral do Brasil. 
Desde então, o parque é visitado por geólogos, cientistas, professores e estudantes do Brasil e do 
exterior. 
Em 1974, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico 
(CONDEPHAAT), dentro da categoria “Área Natural ou Sítio Paisagístico”, enquadrou parcialmente 
a pedreira como área tombada. 
Conforme definição do CONDEPHAAT (s.d.), o objetivo do tombamento é “preservar para a 
população bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e até afetivo. A intenção é 
impedir que esses bens venham a ser destruídos ou descaracterizados”. 
Apesar do tombamento, o dono da área continuou a explorar a área (Figura 2), até que em 
1993, a Prefeitura Municipal de Itu ordenou a desapropriação. De acordo com Rocha-Campos (s.d., 
p.153), a Prefeitura “[...] buscou integrar a proteção e a valorização do importante monumento 
geológico representado pela pedreira de varvito, com o aproveitamento planejado e racional da área 
para atividades de lazer, cultura e educação ambiental”. Sendo assim, em 1995, foi inaugurado o 
Parque do Varvito. 
 
 
Figura 2. Reprodução de cartão postal - Pedreira de Varvito em 1997 
 Fonte: Mercado Livre (site: 2017) 
 
3. VARVITO – LOCALIZAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E FORMAÇÃO 
 
Segundo a etimologia da palavra, varvo significa camada e ito, rocha; daí tem-se ideia do 
significado de varvito: conjunto formado por camadas de rochas. 
Luiz Horório, guia turístico e gestor ambiental, relata em entrevista fornecida ao Jornal 
Cruzeiro (2015) que, durante a Era Glacial, havia um lago que iniciava no parque e terminava em 
Botucatu, com cerca de 200 quilômetros de extensão. Esse lago passava por épocas de gelo - 
quando a superfície da água congelava e as partículas em suspensão decantavam - e, de degelo - 
quando a água escorria varrendo os resíduos mais pesados até o fundo do lago. A periódica 
variação explica a diferença de cores e espessuras entre as camadas (Figura 3). 
 
 
4 
 
Figura 3. Camadas do paredão 
Fonte: Própria (2017) 
 
De acordo com CAETANO-CHANG & FERREIRA (2006), observa-se que nas camadas ou 
lâminas cinza-claras, a granulometria dominante é silte, desde grosso até muito fino; a argila ocorre 
geralmente em quantidades próximas a 10%; já a areia, quando presente, ocorre apenas como 
traço, na forma de grãos caídos e esparsos. A Figura 4 mostra a análise microscópica da 
composição do Varvito. 
 
Em geral, as camadas de siltito apresentam laminação plano-paralela 
sutil, de espessura milimétrica, menos comumente centimétrica; são 
microgradadas, com variação de silte grosso-médio a médio-fino e a fino-
muito fino lamítico. Laminações cruzadas cavalgantes são relativamente 
comuns nas camadas mais espessas; nestes casos, a descrição 
microscópica revela presença de filmes descontínuos e paralelos de argila 
que evidenciam microlâminas frontais. Passagem deste tipo de laminação, 
para laminações onduladas com drapes de argila, também são observadas, 
indicando situações de baixa energia do corpo de água, mesmo na 
deposiçãodos siltitos mais espessos. Os ritmitos mais delgados exibem 
lâminas de siltito maciço ou microgradado. Feições de bioturbação são 
comuns nas lâminas de siltito. (CAETANO-CHANG & FERREIRA , 2006, 
p.17). 
 
 
 
5 
 
Figura 4. Análise microscópica da composição do Varvito 
(1) Feição de bioturbação preenchida por siltes grossos (acima) e fragmento de arenito caído em siltito 
(abaixo, à direita) (NX; 25x). Pedreira de Itu. (2) Fragmento de arenito (grânulo) e grão de quartzo (areia 
média) caídos em ritmitos siltito/folhelho, deformando lâminas adjacentes. Notar contato não-erosivo, 
abrupto, entre lâminas de siltito e folhelho sobreposto (NX; 25x). Parque do Varvito, Itu. (3) Ritmito 
siltito/folhelho exibindo grão de quartzo tamanho areia fina, com eixo maior verticalizado, deformando 
lâmina de folhelho (NX;50x). Parque do Varvito, Itu. (4) Ritmitos siltito/folhelho. Notar: lâmina 
submilimétrica de silte intercalada ao folhelho; gradação normal na lâmina inferior do siltito; contatos 
erosivos sutis na parte superior das lâminas de folhelho, com início de levantamento de minúsculas 
placas (rip-up clasts); contato inferior da lâmina central de folhelho não-erosivo e abrupto (NX; 25x). 
Parque do Varvito, Itu. 
Fonte: CAETANO-CHANG & FERREIRA (2006, p.17). 
 
3.1. BACIA DO PARANÁ E SUBGRUPO DE ITACARÉ 
A bacia sedimentar do Paraná está localizada no centro leste da América do Sul, também 
conhecida como Bacia Palezóica Intracontinental, ou seja, está em regiões tectônicas estáveis, 
formada no período glacial Paleozóico; seu surgimento ocorreu há 400 milhões de anos, segundo 
Instituto de Terras, Cartografias e Geologia do Paraná. 
A sedimentação de ltu pertence ao Grupo Tubarão, localizado no nordeste da bacia Paraná, 
dividido nas regiões Itararé, Rio Bonito e Parlemo, introduzindo ao subgrupo de Itararé a região de 
Itu, Capivari, Gramadinho, Tiête e Itapetininga. A formação de Itu é constituída por arenitos 
grosseiros a finos, conglomeráticos; varvitos, folhelhos e siltitos, diamictitos próximo à base. (Diniz, 
1990). 
Além dessa divisão, o grupo Itararé está caracterizado na associação litológica II, que constituí 
depósitos mais próximos de blocos de gelo. Os ritmitos associados são interpretados como 
depósitos em lagos periglaciais, ou seja, lagos submetidos a intenso ciclo de congelamento e 
caracterizados por erosão, refletindo a ciclicidade no suprimento derivado do degelo. Blocos de gelo 
flutuantes deixaram episodicamente, nesses lagos, seixos e matacões com mais de 1 m de 
diâmetro. 
 
3.2. SEDIMENTAÇÃO 
Em resumo, o varvito é uma rocha clástica ou sedimentar, cuja formação é oriunda da 
fragmentação de rochas, resultando em fragmentos e posterior deposição de areia, silte e argila, 
que ao longo do tempo foram compactados e formaram o ritmito. 
6 
Chamado de varvito ou ritmito, a rocha é o resultado da deposição de solo composto por siltito, 
argilito e arenito, em camadas sucessivas, sob um controle anual e climático. (Rocha-Campos, s.d.). 
Segundo o Parque geológico do Varvito (1995), para tentarem descobrir a idade do paredão, 
historiadores (não identificados) contaram 300 camadas depositadas no lago, o que significa 300 
anos, visto que as camadas eram depositadas anualmente. Porém, essa contagem não foi realizada 
até o final devido a grande quantidade de laminas. 
Durante a visita ao parque, a contagem das camadas tornou-se inviável, mas as mesmas 
podiam ser identificadas com facilidade devido a cor causada pela sua composição mineralógica. 
As cores permitem saber em qual período do ano houve a deposição das partículas, sendo as 
camadas espessas e de cor mais clara, compostas por areia, enquanto as mais finas e escuras 
compostas por argilito ou siltito, isto, com auxílio das informações apresentadas no parque. 
 
 
Figura 5. Formação do Varvito. 
Fonte: Parque Geológico do Varvito (1995) 
 
3.3. INTEMPERISMO 
Intemperismo é a fragmentação física de rochas e minerais causada pelo clima ou 
temperatura, ou seja, a ação mecânica causada por agentes da natureza, como ocorreu em Itu. 
Dentre os agentes transportadores na natureza, a água é o principal entre eles, cumprindo ao 
mesmo tempo função de intemperismo e transporte, causando posterior separação de partículas 
conforme a força do fluido em levar o grão, deixando que o mesmo deposite no fundo do lago. 
(Caputo, S.D) 
Os depósitos de varve são característicos dos lagos glaciais. Varvitos são depósitos clásticos 
finos de aspecto rítmico (ritmitos), compostos por estratos sílticos e argilosos alternados. Os pares 
possuem espessuras de poucos milímetros a poucos centímetros. (Assine e Vanely, pg. 20). 
Segundo ITU (1995), o Parque Geológico do Varvito, durante a primavera e o verão, o 
derretimento do gelo tinha como resultante grande quantidade de água transportada para o fundo 
do lago, um volume de areia, argila e silte maior devido ao período quente. Já no outono e no 
inverno, as águas do derretimento cessavam devido ao frio, congelando a superfície do lago e 
facilitando a sedimentação das partículas mais finas, argila e silte, formando, assim, as lâminas do 
Varvito. 
 
3.3.1. Transporte 
Deve-se considerar a energia da água como um agente transportador na remoção e 
carreamento de partículas, visto que há uma separação por tamanho das partículas devido à perda 
de energia, forçando a decantação dos grãos ao longo do trajeto da bacia. A deposição e transporte 
são controlados pelas leis da hidrodinâmica (Caputo, s,d). 
Dentro do estudo do fluxo de regime da água durante o transporte dos grãos, determina-se 
se há comportamento laminar ou turbulento, conforme o número de Froude (FR): 
7 
𝐹𝑅 =
𝑣
√𝑔ℎ
 
Onde: 
FR: Número adimensional que caracteriza o comportamento do fluido 
Sendo, Laminar: FR < 1 ; Transição: FR = 1; Turbidez: FR > 1 
v : Velocidade da água; g: Aceleração da gravidade ; h: profundidade da bacia 
 
Com base no resultado do número de Froude, é permitido saber qual o comportamento da 
água em relação à região estudada, tendo como observação a análise do fluxo da água 
(MEDEIROS, R.A, 1980, apud Caputo, s.d.); o autor representa o regime hídrico conforme o formato 
do solo e das linhas formadas no mesmo, na figura a seguir. 
 
8 
 
Figura 6. Leitos conforma número de Froude 
Fonte: MEDEIROS, R.A (1980, p. 58), apud Caputo, (s.d., p. 12) 
 
Segundo Rocha-Campos (s.d.), a partir de análise de lâminas do varvito de Itu, foi possível 
dizer que houve decantação em ambiente dominado por correntes de turbidez, associadas com 
correntes intermediárias ou de transição produzidas por água de degelo, durante o verão. Os 
estratos areno-siltosos de verão eram encobertos por lâminas silto-argilosas depositadas a partir 
de suspensão, quando o corpo de água se fechava durante o inverno. Já as lâminas escuras, que 
podem ser observadas na Figura 7, apresentam linhas uniformes devido ao regime do fluido ser 
laminar, o que justifica a presença de partições argilosas. 
 
 
Figura 7. Camadas de deposição do Varvito 
Fonte: Própria (2017) 
 
3.4. Diagênese 
Após o processo de deposição das partículas, as mesmas passam por uma fase de formação 
da rocha sedimentar, a litificação, dentre os processos, para o estudo do Varvito, cita-se a 
compactação e cimentação. 
O efeito do peso das novas camadas faz com que a água seja expulsa dos poros e interstícios 
dos sedimentos, sendo que os mais antigos vão endurecendo, sofrem a litificação, até 
transformarem-se em rochas sedimentares duras. (Caputo, s.d.). 
9 
A litificação do sedimento ritmito de Itu é composto por argila e o processo ocorre por 
compactação, em que as partículas de argila expulsam a água dos poros devido a compactação 
causada pelas camadas sobrepostas sobre elas, formando assima rocha sedimentar. 
Além do processo de compactação, outro fator que atua no processo da formação da rocha é 
a cimentação, em que há a deposição de precipitados minerais nos interstícios do sedimento 
produzindo a colagem das partículas constituintes, cujo o processo de agregação é o mais comum 
nos sedimentos grosseiros e arenosos. (Caputo, s.d.). 
 
4. CONCLUSÕES 
 
Foi possível perceber durante a visita ao Parque de Itu e, as camadas de diferentes 
espessuras e cores que formam a rocha de origem sedimentar, o varvito de Itu. Ela é resultado de 
anos de gelo, degelo e transformação das rochas originais que, ao serem desgastadas, 
transportadas e compactadas, deram origem a uma nova formação. 
O estudo da formação geológica de Itu permite maior compreensão dos diferentes climas e 
situações que o local passou, resgatando informações de um ambiente que atualmente não pode 
ser visualizado, como o grande lago que cobria a região, assim como as variações climáticas que 
levaram o local a tornar-se o que atualmente é possível avistar. A compreensão do complexo 
processo de formação motiva ações de conservação e preservação de milhares de anos que a 
natureza levou para compor. 
 
REFERÊNCIAS 
 
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<http://www.geologiadobrasil.com.br/pdfs/ambientesglaciais.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2018. 
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<http://www.ige.unicamp.br/terraedidatica/>. Acesso em: 15 jan. 2018 
CAPUTO, Vicente. Intemperismo e rochas sedimentares. SD. Disponível em: 
<http://www.ufpa.br/larhima/Material_Didatico/Graduacao/Geologia_Geral/Sedimentos%20e%20R
ochas%20sedimentares.doc>. Acesso em: 25 jan. 2018. 
CAETANO-CHANG, Maria Rita; FERREIRA, Silvia Maria. Ritmitos de itu: Petrografia e 
considerações paleodeposicionais. Geociencias, v. 25, n. 3, p. 345-358, 2006. Disponível em: 
<http://hdl.handle.net/11449/69324> 
CONDEPHAAT, Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico. 
Pedreira de Varvitos. Disponível em: < http://condephaat.sp.gov.br/benstombados/pedreira-de-
varvitos/>. Acesso em: 14 jan. 2018. 
DINIZ, Hélio Nóbile. Estudo hidrogeológico do subgrupo Itararé no médio rio Tietê, município de 
Tietê, SP. 2005. Dissertação (Pós-graduação em Recursos Minerais e Hidrogeologia ) - Instituto de 
Geociências, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. Disponível em: 
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44133/tde-26012011-143359/publico/hnd.pdf>. 
Acesso em: 30 jan. 2018. 
ITU, Linha do Tempo. 2007. Disponível em: 
<http://www.itu.com.br/conteudo/detalhe.asp?cod_conteudo=9762&adm=1>. Acesso em: 27 dez. 
2017. 
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<http://www.itu.com.br/sustentabilidade/noticia/parque-do-varvito-tesouro-arqueologico-em-itu-
completa-20-anos-20150723>. Acesso em: 27 dez. 2017. 
10 
JORNAL CRUZEIRO. Parque conta história desde a Era Glacial. 2015. Disponível em: 
<https://www.jornalcruzeiro.com.br/materia/608181/parque-conta-a-historia-desde-a-era-glacial>. 
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