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INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS ENGENHARIA QUÍMICA 4º PERÍODO Prática 4 - Determinação da capacidade calorífica do calorímetro Relatório feito para aprovação na disciplina de Físico-Química Experimental Docente: Daniel Magalhães Discentes: Ayrton Reis, Daniel Felipe, Felipe Félix, Letícia Lopes, Talisson Bonfim Montes Claros, Minas Gerais, 07 de Novembro 2018. Sumário 1- INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3 2 – OBJETIVOS ......................................................................................................... 5 3 – MATERIAIS E REAGENTES ............................................................................... 6 3.1 – Materiais e equipamentos ........................................................................... 6 3.2 – Reagentes ..................................................................................................... 6 4 – PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ................................................................... 6 6- DISCUSSÃO .......................................................................................................... 8 7- CONCLUSÃO ........................................................................................................ 8 8- REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 8 9- ANEXOS ................................................................................................................ 9 1- INTRODUÇÃO Em Termodinâmica, o calor é definido como uma quantidade que escoa através da fronteira de um sistema durante uma mudança de estado, em virtude de uma diferença de temperatura entre o sistema e suas vizinhanças, e escoa de um ponto a temperatura mais alta para um ponto a temperatura mais baixa (CASTELLAN, 1986). Segundo Masterton, capacidade térmica é definida pela capacidade de um corpo de mudar sua temperatura ao receber ou liberar calor. É representada pela razão entre a quantidade de calor e a variação de temperatura: C = Q / ∆ T (Eq.1) C = capacidade térmica do corpo (cal/ ºC). Q = quantidade de calor trocada pelo corpo. ΔT = a variação de temperatura do corpo. Calor específico determina a capacidade específica de uma substância de mudar sua temperatura ao receber ou liberar calor para cada massa unitária que esta vier a se incluir. É definido como: c = Q/ m ∆ T (Eq.2) c = a capacidade térmica do material. m = a massa do material. Q = o calor trocado. ΔT = a variação de temperatura do corpo. A unidade usual para determinar o calor específico é cal / g°C. No sistema internacional usase J/K.kg. A determinação da capacidade calorífica do calorímetro ocorre por meio da calibração, no qual é feita por meio da mistura no interior do calorímetro de quantidades designadas de água fria e quente. Figura 01 - Calorímetro. Fonte: Bueno, 1980 Quando se eleva a temperatura do sistema ao longo de um determinado caminho, pode-se definir uma capacidade de aquecimento. Caso o aquecimento ocorra a volume constante, tem-se a capacidade calorífica. Figura 02 - Determinação da capacidade calorífica do calorímetro. Fonte: Bueno, 1980. A capacidade calorífica é definida matematicamente por: (Eq.3) Fonte: (MOORE; SPENCER, 2001) ou (Eq.4) Fonte: (MOORE; SPENCER, 2001) em que: 𝑈= Energia interna T= Temperatura S= entropia A calorimetria é o método experimental básico empregado na termoquímica e física térmica que permite a medição da diferença na energia U ou entalpia H de um sistema como resultado de algum processo sendo feito no sistema (MOORE; SPENCER, 2001, tradução nossa) Segundo Atkins (1999), há princípios de Calorimetria que são destacados: 1. Princípios de transformações inversas: a quantidade de calor que um corpo recebe é igual, em módulo, à quantidade de calor que um corpo cede ao voltar, pelo mesmo processo, à situação inicial. 2. Princípio do Equilíbrio Térmico: quando vários corpos inicialmente a temperaturas diferentes trocam calor entre si, e só entre si, observamos que alguns perdem enquanto outros recebem calor, de tal maneira que decorrido um certo tempo, todos estacionam numa mesma temperatura, chamada temperatura de equilíbrio térmico. 3. Princípio da Igualdade das Trocas de Calor: quando vários corpos trocam calor apenas entre si, a soma das quantidades de calor que alguns cedem é igual, em módulo, à soma das quantidades de calor que os restantes recebem. Q1 + Q2 + ... + Qn = 0 (Eq.5) Segundo Moore e Spencer (2001) “os valores de Cv (T) podem ser derivados de um calorímetro (instrumento usado para medir a diferença de energia interna) de volume constante medindo ΔU para valores pequenos de (T2– T1) e avaliando ΔU / (T2 - T1) como uma função da temperatura”. 2 – OBJETIVOS Determinar a capacidade calorífica do calorímetro. 3 – MATERIAIS E REAGENTES 3.1 – Materiais e equipamentos ● Calorímetro; ● Banho-maria; ● Termômetro; ● Proveta de 200 mL. 3.2 – Reagentes ● Água. 4 – PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Com o auxílio de proveta, foi medido 100 mL de água fria. Em seguida, a água foi transferida para o calorímetro e foi medida a sua temperatura. Posteriormente, foi adicionado ao calorímetro 100 mL de água quente. Após o sistema formado pela água quente e água fria entrar em equilíbrio térmico, foi medida a temperatura resultante do sistema. Foram anotados os resultados encontrados. Este procedimento foi repetido novamente 8 vezes. 5- RESULTADOS Tabela 1: Temperatura da água nas diferentes situações. Experimento Temperatura água fria (º C) Temperatura água quente (º C) Temperatura no calorímetro após mistura 1 28 65 45 2 28 61 44 3 28 64 44 4 28 63 44 5 28 62 43 6 28 62 44 7 28 62 44 8 27 62 43 9 28 59 42 Tabela 2: Quantidade de calor absorvido ou liberado pelos envolventes. Replicata Água quente (cal) Água fria (cal) Calorímetro (cal) 1 -1960,0 1693,2 266,8 2 -1671,1 1593,6 77,5 3 -1962,0 1593,6 368,4 4 -1865,8 1593,6 272,2 5 -1865,8 1494,0 371,8 6 -1767,6 1593,6 174,0 7 -1767,6 1593,6 174,0 8 -1865,8 1593,6 272,2 9 -1672,8 1394,4 278,4 Média -1822,1 1571,5 250,6 Tabela 3: Capacidade calorífica do calorímetro (calculada em anexo). Replicata C em cal/ºC 1 15,69 2 4,84 3 23,05 4 17,01 5 24,79 6 10,88 7 10,88 8 17,01 9 19,89 Tabela 3: Informações adquiridas a partir dos valores encontrados para a capacidade calorífica Média Desvio padrão Erro padrão 16,01 6,33 2,11 6- DISCUSSÃO O calorímetro utilizado foi um calorímetro didático, deste modo, segundo Vuolo e Furukawa (1993) “não apresentam boa acurácia devido a isolação térmica ruim, além de capacidade térmica relativamente alta”. O valor médio relacionado a capacidade calorífica encontrado foi de 16,01 cal/ºC. Sabendo que o calorímetro absorveu em média 250,6 cal do sistema com água fria e água quente e da sua capacidade calorífica do calorímetro anteriormente citada, podemos prever a variação de temperatura que ocorreuno calorímetro. No caso do presente experimento, houve uma elevação da temperatura de 15,6 ºC no calorímetro levando em consideração a observação acima. Tendo conhecimento do calor absorvido pelo calorímetro, pode-se inferir que o calorímetro apresenta um poder isolante insatisfatório. Dessa maneira, o calorímetro não é passível de ser utilizado para, por exemplo, mensurar a troca de calor entre dois corpos ou entalpia de alguma reação, utilidades do calorímetro que seriam comprometidas pelo calor que o calorímetro absorve do sistema. 7- CONCLUSÃO A partir do experimento proposto, foi possível observar como se dá o funcionamento de um calorímetro didático, construído com materiais de baixo custo, e mensurar sua capacidade calorífica, que foi de 16,01 cal/ºC, que é um valor relativamente alto, referente à perda de calor da água para o recipiente, o que compromete a finalidade principal do calorímetro que é ser isolante térmico. 8- REFERÊNCIAS MOORE, John H.; SPENCER, Nicholas D. Encyclopedia of Chemical Physics and Physical Chemistry. Londres: Taylor e Francis, 2001. v.1. VUOLO, J. H.; FURUKAWA, C. H. Calorímetro didático. São Paulo: Rev. Bras. Ens. Fis., 1993. v. 17. p. 140-151. MASTERTON, W. L.; SLOWINSKI, E. J.; STANITSKI, C. L., Princípios de Química; 6ª ed. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro. 1990. BUENO, W.A., DEGRÈVE, L., Manual de Laboratório de Físico-Química, McGraw-Hill, São Paulo.1980. 9- ANEXOS Cálculo da capacidade calorífica do calorímetro A capacidade calorífica do calorímetro foi calculada usando a seguinte equação: (𝑚𝐻2𝑂(𝑓𝑟𝑖𝑎) ∗ 𝑐𝐻20) ∗ (𝑇𝑓 − 𝑇𝑖) + (𝑚𝐻2𝑂(𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒) ∗ 𝑐𝐻20) ∗ (𝑇𝑓 − 𝑇𝑞) + 𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 ∗ 𝛥𝑇 = 0 Sendo m=massa; c=calor especifico; C=capacidade calorífica; Tf=temperatura final; Ti=temperatura inicial da água fria; Tq=temperatura inicial da água quente 𝛥𝑇= variação de temperatura. A massa da água foi calculada utilizando a sua densidade de acordo com a temperatura da mesma. Os valores para a capacidade calorífica do calorímetro encontrados foram: Experimento 1: 15,69 cal/ºC Experimento 2: 4,84 cal/ºC Experimento 3: 23,05 cal/ºC Experimento 4: 17,01 cal/ºC Experimento 5: 24,79 cal/ºC Experimento 6: 10,88 cal/ºC Experimento 7: 10,88 cal/ºC Experimento 8: 17,01 cal/ºC Experimento 9: 19,89 cal/ºC
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