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MEMORIAL DESCRITIVO E DE CÁLCULOS PROJETO DE SPDA BLOCO B PROJETISTAS: Luzerna, 04 de Dezembro de 2018. 2 1. IDENTIFICAÇÃO DA OBRA DADOS DA OBRA: Nome: Bloco B – IFC Campus Luzerna Endereço: Av. Frei João, 550, Luzerna - SC, 89609-000 2. OBJETIVO Este projeto visa a elaboração de um Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (SPDA), para o bloco B do Instituto Federal Catarinense Campus Luzerna. Através deste memorial será esclarecido condições e características técnicas para execução dos serviços, tendo como padrão a NBR 5419 posteriormente citada. As especificações têm por finalidade estabelecer características técnicas mínimas. 3. NORMAS O projeto foi elaborado e deve ser executado conforme a Norma: ABNT NBR 5419-1:2015 – Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas: Princípios Gerais ABNT NBR 5419-2:2015 – Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas: Gerenciamento de Risco. ABNT NBR 5419-3:2015 – Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas: Danos físicos a estruturas e perigos à vida. ABNT NBR 5419-3:2015 – Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas: Sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura. 4. DOCUMENTOS O projeto global para as instalações em questão é composto apenas pelo presente memorial descritivo e de cálculos. 5. CONSIDERAÇÕES PARA O PROJETO 3 Neste projeto foram observadas quatro fontes de danos: S1: Descargas atmosféricas na estrutura; S2: Descargas atmosféricas perto da estrutura; S3: Descargas atmosféricas na linha; S4: Descargas atmosféricas perto da linha. Os danos, conforme analisados, são: D1: Ferimentos aos seres vivos por choque elétrico; D2: Danos físicos; D3: Falhas de sistemas eletroeletrônicos. Além disso, foram considerados três tipos de perdas: L1: Perda de vida humana, incluindo ferimento permanente que considera o número de pessoas em perigo; L2: Perda de serviço público, que leva em conta o número de usuários não servidos; L4: Perda de valores econômicos, que leva em consideração o valor econômico da estrutura, conteúdo e sistemas internos, já que não existem animais neste projeto. A perda L3 não foi considerada, já que não existe patrimônio cultural no Bloco B do IFC Campus Luzerna. Já para os ricos, os avaliados neste trabalho foram: R1: Risco de perda de vida humana (incluindo ferimentos permanentes); R2: Risco de perda de serviço ao público; R4: Risco de perda de valores econômicos. O risco R3 não foi considerado, pelo mesmo motivo pelo qual a perda L3 não foi considerada. 6. CÁLCULO DE RISCO DE ACORDO COM AS CARACTERÍSTICAS DA EDIFICAÇÃO E CLASSE DE SPDA ADOTADO 6.1. Densidade de descargas atmosféricas para a terra por ano por km²: A densidade de descargas atmosféricas para a terra por km² por ano, denominada de NG, foi obtida através do site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, onde para a cidade de Luzerna o valor atual é de 8,7 descargas atmosféricas para a terra por km² por ano. 4 6.2. Análise do número médio anual de eventos perigosos ND devido a descargas atmosféricas na estrutura e NDJ em uma estrutura adjacente: Afim de analisar o número médio anual de eventos perigosos ND devido a descargas atmosféricas na estrutura, no caso o bloco B do IFC campus Luzerna, primeiramente foi determinada a área de exposição equivalente AD para uma estrutura retangular: 𝐴𝐷 = 𝐿 ∗ 𝑊 + 2 ∗ (3 ∗ 𝐻) ∗ (𝐿 + 𝑊) + 𝜋 ∗ (3 ∗ 𝐻)² Como o comprimento L equivale a 60,5m, a largura W a 16,7m e a altura H – que é a altura mínima da estrutura, a 10,95m: 𝐴𝐷 = 9472,553𝑚² Contudo, levando em conta a planta da estrutura, é possível perceber que a característica física do bloco não é retangular, mas sim complexa. Deste modo, se faz necessário calcular a área de exposição equivalente para uma estrutura complexa AD’: 𝐴𝐷 ′ = 𝜋 ∗ (3 ∗ 𝐻𝑃)² Como a altura máxima HP da estrutura, considerando a saliência, corresponde a 16,05m: 𝐴𝐷 ′ = 7283,54𝑚² Deste modo, a área de exposição para o bloco B equivale a 7283,54 m². O número de eventos perigosos ND para a estrutura foi determinado por: 𝑁𝐷 = 𝑁𝐺 ∗ 𝐴𝐷 ∗ 𝐶𝐷 ∗ 10 −6 Onde NG é a densidade de cargas atmosférica para a terra em Luzerna, que equivale a 8,7. Já AD é a área de exposição equivalente para a estrutura, que é complexa. CD, por sua vez, nada mais é do que o fator de localização da estrutura, a qual se encontra, em seu pior caso, cercada por objetos da mesma altura ou mais baixos do que a mesma. Portanto, CD=0,5. 𝑁𝐷 = 8,7 ∗ 7283,54 ∗ 0,5 ∗ 10 −6 = 0,03168 5 No caso do número de eventos perigosos NDJ para uma estrutura adjacente, o bloco A, inicialmente foi obtida a área de exposição equivalente da estrutura adjacente ADJ’, que também possui a característica de ser complexa. Deste modo: 𝐴𝐷𝐽 ′ = 𝜋 ∗ (3 ∗ 𝐻𝑃) 2 = 7238,23𝑚² Onde HP é a altura máxima do bloco A, que possui o valor de 16m. Deste modo, para calcular NDJ, foi aplicada a equação abaixo: 𝑁𝐷𝐽 = 𝑁𝐺 ∗ 𝐴𝐷𝐽 ∗ 𝐶𝐷𝐽 ∗ 𝐶𝑇 ∗ 10 −6 = 8,7 ∗ 7238.23 ∗ 0,5 ∗ 1 ∗ 10−6 = 0,03148 Em que NG é a densidade de descargas atmosféricas para a terra, que conforme anteriormente afirmado corresponde a 8,7. ADJ’, por sua vez, possui o valor de 7238,23m². Já CDJ, que é o fator de localização da estrutura adjacente, conforme a Tabela A.1 e considerando o pior caso, de uma estrutura que se encontra rodeada por estruturas menores ou da mesma altura da mesma, equivale a 0,5. O fator tipo de linha CT, descrito na Tabela A.3, equivale a 1, pois a linha que é conectada ao bloco B é uma linha de energia/sinal que não é aérea. 6.3. Avaliação do número médio anual de eventos perigosos NM devido a descargas atmosféricas perto da estrutura: O número médio anual de eventos perigosos devido a descargas atmosféricas próximas ao bloco B, NM, pode ser obtido de acordo com a equação descrita abaixo: 𝑁𝑀 = 𝑁𝐺 ∗ 𝐴𝑀 ∗ 10 −6 Onde NG equivale a 8,7 e AM é a área de exposição equivalente de descargas atmosféricas que atingem localidades próximas à estrutura, e está abaixo calculada: 𝐴𝑀 = 2 ∗ 500 ∗ (𝐿 + 𝑊) + 𝜋 ∗ 500 2 = 2 ∗ 500 ∗ (60,5 + 16,7) + 𝜋 ∗ 5002 = 862598,16 6 Além disso, é importante ressaltar que a área de exposição equivalente AM se estende a uma linha localizada a uma distância de 500m do perímetro da estrutura, conforme a Figura A.5 da ABNT NBR 5419-2. Deste modo, o valor de NM é de: 𝑁𝑀 = 8,7 ∗ 862598,16 ∗ 10 −6 = 7,5046 6.4. Avaliação do número médio anual de eventos perigosos NL devido a descargas atmosféricas na linha: O número de sobretensões de amplitude não inferior a 1kV na seção da linha, conhecido como NL, é dado por: 𝑁𝐿 = 𝑁𝐺 ∗ 𝐴𝐿 ∗ 𝐶𝐼 ∗ 𝐶𝐸 ∗ 𝐶𝑇 ∗ 10 −6 Onde NG tem o valor de 8,7. O fator tipo de linha CT, por sua vez, é dado através da Tabela A.3 e equivale a 1, já que se trata de uma linha de energia/sinal. Já o fator de instalação da linha CI, presente na Tabela A.2, corresponde a 0,5 afinal a energia chega no bloco B através de tubulação enterrada. No caso do fator ambiental CE, conforme expresso na Tabela A.4, como o ambiente onde se encontra o bloco B é urbano, CE é igual a 0,1. AL, por fim, é a área de exposição equivalente de descargas atmosféricas que atingem a linha, e está representada na FiguraA.5 da segunda parte da ABNT NBR 5419, e pode ser obtida através de: 𝐴𝐿 = 40 ∗ 𝐿𝐿 O valor de LL é desconhecido, logo, em conformidade com a norma, foi assumido o valor de 1000m para o mesmo. Assim: 𝐴𝐿 = 40 ∗ 𝐿𝐿 = 40 ∗ 1000 = 40000 𝑚² Portanto, a número médio anual de eventos perigosos devido a descargas atmosféricas na linha tem o valor de: 𝑁𝐿 = 8,7 ∗ 40000 ∗ 0,5 ∗ 0,1 ∗ 1 ∗ 10 −6 = 0,0174 7 6.5. Avaliação do número médio anual de eventos perigosos NI devido a descargas atmosféricas perto da linha: O número de sobretensões de amplitude não inferior a 1kV na seção da linha, denominado de NI pode ser expresso através da equação matemática abaixo exposta: 𝑁𝐼 = 𝑁𝐺 ∗ 𝐴𝐼 ∗ 𝐶𝐼 ∗ 𝐶𝐸 ∗ 𝐶𝑇 ∗ 10 −6 Os coeficientes CI, CE e CT foram acima expressos. Já AI, a área de exposição equivalente de descargas atmosféricas para a terra próxima da linha, pode ser descrita por: 𝐴𝐼 = 4000 ∗ 𝐿𝐿 = 4000 ∗ 1000 = 4000000 𝑚² Já que o comprimento da seção da linha LL é desconhecido, conforme afirmado na norma, neste caso, pode-se atribuir o valor de 1000m. Neste caso: 𝑁𝐼 = 8,7 ∗ 4000000 ∗ 0,5 ∗ 0,1 ∗ 1 ∗ 10 −6 = 1,74 6.6. Probabilidade PA de uma descarga atmosférica em uma estrutura causar ferimentos a seres vivos por meio de choque elétrico: Conforme descrito na ABNT NBR 5419-2, os valores correspondentes à probabilidade PA de choque elétrico em seres vivos devido à tensão de toque e passo causados por uma descarga atmosférica em uma estrutura dependem do SPDA e das medidas de proteção adicionais assumidas, uníssono à expressão matemática abaixo exposta: 𝑃𝐴 = 𝑃𝑇𝐴 ∗ 𝑃𝐵 O valor de probabilidade PTA de uma descarga atmosférica em uma estrutura causar choque elétrico a seres vivos devido a tensões de toque e passo perigosas é obtido através da Tabela B.1, considerando que a isolação elétrica e a equipotencialização efetiva do solo são as medidas de proteção adicionais adotadas. Como mais de uma medida foi tomada, o valor de PTA é o produto dos respectivos valores: 𝑃𝑇𝐴 = 10 −2 ∗ 10−2 = 10−4 8 A probabilidade PB de uma descarga atmosférica em uma estrutura causar danos físicos, sabendo que a intenção do SPDA é reduzir PB o quanto possível, é dada na Tabela B.2 na ABNT NBR 5419-2, onde, dada a classe correspondente do SPDA, há o respectivo valor de PB, conforme abaixo descrito: Classe do SPDA PB I 0,02 II 0,05 III 0,1 IV 0,2 Para obter o valor de PA para todas as classes, foi realizado o produto de PTA pelos respectivos valores de PB de acordo com cada classe. Para a classe II, por exemplo, o cálculo foi realizado do seguinte modo: 𝑃𝐴 = 10 −4 ∗ 0,05 = 5 ∗ 10−6 Na tabela abaixo, constam os resultados para PA para cada classe ou nível do SPDA: Classe do SPDA PA I 2x10^(-6) II 5x10^(-6) III 1x10^(-5) IV 2x10^(-5) 6.7. Probabilidade PC de uma descarga atmosférica em uma estrutura causar falha a sistemas internos: A probabilidade PC de uma descarga atmosférica em uma estrutura ocasionar falha a sistemas internos é calculada por: 𝑃𝐶 = 𝑃𝑆𝑃𝐷 ∗ 𝐶𝐿𝐷 9 Onde CLD é um fator, o qual depende das condições de blindagem, aterramento e isolamento da linha a qual o sistema interno se encontra conectado. Como a linha externa é do tipo linha enterrada não blindada, conforme a ABNT NBR 5419-2, CLD equivale a 1. Já PSPD, depende apenas do sistema coordenado de DPS, segundo a NBR 5419-4 e do nível de proteção contra descargas atmosféricas para o qual os DPS foram projetados. Na tabela abaixo, estão listados os níveis para o SPDA com os correspondentes valores para PSPD. Nível de Proteção PSPD I 0,01 II 0,02 III 0,05 IV 0,05 Deste modo, afim de obter PC para a classe II, por exemplo, nos resta multiplicar PSPD para o nível II por CLD: 𝑃𝐶 = 0,02 ∗ 1 = 0,02 6.8. Probabilidade PM de uma descarga atmosférica perto de uma estrutura causar falha em sistemas internos: A probabilidade PM de uma descarga atmosférica próxima a uma estrutura causar falha em sistemas internos depende das medidas de proteção contra surtos adotadas. Segundo a ABNT NBR 5419-2, PM deverá ser determinado por: 𝑃𝑀 = 𝑃𝑆𝑃𝐷 ∗ 𝑃𝑀𝑆 Os valores para PSPD foram acima descritos. No caso de PMS, o mesmo é dado levando em consideração: 𝑃𝑀𝑆 = (𝐾𝑆1 ∗ 𝐾𝑆2 ∗ 𝐾𝑆3 ∗ 𝐾𝑆4)² O fator KS1 leva em conta a eficiência da blindagem por malha da estrutura, SPDA ou outra blindagem na interface ZPR/01. O fator KS2 se atenta à eficiência da blindagem por malha de blindagem interna a estrutura na interface ZPR X/Y. Considerando a nova instalação, aplicada neste caso, KS1=KS2=1. KS3, por sua vez, se refere às características da fiação interna, e de acordo com a Tabela B.5 da ABNT NBR 5419-2, neste caso foi considerado o tipo de fiação interna como 10 cabo não blindado, sem preocupação no roteamento no sentido de evitar laços. Para tanto, KS3 equivale a 1. Já para o fator KS4, que no que lhe concerne está relacionado à tensão suportável de impulso do sistema a ser protegido, foi adotado o valor 1, que é o máximo valor que KS4 pode obter. 𝑃𝑀𝑆 = (1 ∗ 1 ∗ 1 ∗ 1) 2 = 1 Para a classe II do SPDA, PM equivale a: 𝑃𝑀 = 0,02 ∗ 1 = 0,02 O valor de PM para as demais classes consta abaixo: Classe do SPDA PM I 0,01 II 0,02 III 0,05 IV 0,05 6.9. Probabilidade PU de uma descarga atmosférica em uma linha causar ferimentos a seres vivos por choque elétrico: De acordo com a ABNT NBR 5419-2, os valores de probabilidade PU de ferimentos a seres vivos dentro da estrutura ocasionados devido a tensão de toque por uma descarga atmosférica em uma linha que adentra à estrutura dependem das características da blindagem da linha, da tensão suportável de impulso dos sistemas internos conectados à linha, das medidas de proteção como restrições físicas ou avisos visíveis de alerta e interfaces isolantes ou DPS utilizados para ligação equipotencial na entrada da linha que obedeça a ABNT NBR 5419-3. Para obter o valor numérico de PU, foi utilizada a seguinte expressão: 𝑃𝑈 = 𝑃𝑇𝑈 ∗ 𝑃𝐸𝐵 ∗ 𝑃𝐿𝐷 ∗ 𝐶𝐿𝐷 O fator CLD está ligado à blindagem, aterramento e condições da isolação da linha, e conforme já afirmado, no caso deste projeto, equivale a 1. PLD, por sua vez, nada mais é do que a 11 probabilidade de falha de sistemas internos ocasionada por descargas atmosféricas na linha conectada dependendo das características da linha, a qual neste caso é enterrada e não blindada e conforme a Tabela B.8 da norma possui o valor de 1. O fator PTU depende das medidas de proteção contra tensões de toque. Neste projeto, existem pelo menos duas medidas de proteção: isolação elétrica dos condutores de descida onde PTU=1x10^(-2) e a restrição física, onde PTU=0. Como foi adotada mais de uma medida de proteção, o valor de PTU é o produto de ambas, portanto, PTU=0. Já o fator PEB depende das ligações equipotenciais para descargas atmosféricas e do nível de proteção contra descargas atmosféricas para o qual é realizado o projeto: Nível de Proteção PEB I 0,01 II 0,02 III 0,05 IV 0,05 Como PTU equivale a zero para qualquer classe, PU será igual a zero para todos os níveis de SPDA. Nível de Proteção PU I 0 II 0 III 0 IV 0 6.10. Probabilidade PV de uma descarga atmosférica em uma linha causar danos físicos: Os valores da probabilidade PV de danos físicos devido a uma descarga atmosférica em umalinha que adentra a estrutura dependem também das características da blindagem da linha, da tensão suportável de impulso dos sistemas internos conectados à linha e das interfaces isolantes ou dos DPS instalados para as ligações equipotenciais na entrada da linha, conforme afirmado na ABNT NBR 5419-3. Deste modo, PV é dado por: 𝑃𝑉 = 𝑃𝐸𝐵 ∗ 𝑃𝐿𝐷 ∗ 𝐶𝐿𝐷 12 De acordo com o acima descrito, PLD e CLD equivalem a 1, e PEB depende da classe do SPDA. Para a classe II, onde PEB=0,02, PV=0,02*1*1=0,02. Os demais valores estão abaixo representados: Nível de Proteção PEB PV I 0,01 0,01 II 0,02 0,02 III 0,05 0,05 IV 0,05 0,05 6.11. Probabilidade PW de uma descarga atmosférica em uma linha causar falha de sistemas internos: Os valores da probabilidade PW de uma descarga atmosférica em uma linha que adentra a estrutura ocasionar falha dos sistemas internos dependem das características da blindagem da linha, da tensão suportável de impulso dos sistemas internos conectados à linha e das interfaces isolantes ou do sistema coordenado de DPS instalado. Conhecendo os valores de PLD e CLD, os quais equivalem a 1, e dado o valor de PSPD que varia de acordo com o nível de proteção, é possível calcular PW: 𝑃𝑊 = 𝑃𝑆𝑃𝐷 ∗ 𝑃𝐿𝐷 ∗ 𝐶𝐿𝐷 Para o nível de proteção II, PW equivale a: 𝑃𝑊 = 0,02 ∗ 1 ∗ 1 = 0,02 Já para as demais classes ou níveis de proteção, se tem: Nível de Proteção PSPD PW I 0,01 0,01 II 0,02 0,02 III 0,05 0,05 IV 0,05 0,05 13 6.12. Probabilidade PZ de uma descarga atmosférica perto de uma linha que entra na estrutura causar falha de sistemas internos: Os valores de probabilidade PZ de uma descarga atmosférica próxima a uma linha que entra na estrutura gerar falha de sistemas internos dependem das características da blindagem da linha, da tensão suportável de impulso do sistema conectado à linha e das interfaces isolantes ou do sistema coordenado de DPS instalado. 𝑃𝑍 = 𝑃𝑆𝑃𝐷 ∗ 𝑃𝐿𝐼 ∗ 𝐶𝐿𝐼 A probabilidade de falha de sistemas internos devido a uma descarga atmosférica perto da linha conectada, PLI, consta na Tabela B.9 da ABNT NBR 5419-2, e depende das características da linha e dos equipamentos e neste projeto equivale a 1. Já CLI é um fator que depende das condições de blindagem, aterramento e isolação da linha. Como se sabe que a linha externa é enterrada e não blindada, CLI=1. PSPD, por fim, depende de cada nível de proteção. Calculando para o nível de proteção II, PZ corresponde a: 𝑃𝑍 = 0,02 ∗ 1 ∗ 1 = 0,02 Para os demais níveis de proteção: Nível de Proteção PSPD PZ I 0,01 0,01 II 0,02 0,02 III 0,05 0,05 IV 0,05 0,05 6.13. Perda de vida humana L1: Devido à similaridade do bloco, foi considerada uma única zona. Conforme esperado, pode-se dizer que características da zona afetam a perda de vida humana. Além disso, é importante ressaltar que o valor máximo da perda em uma zona pode ser reduzido pela relação entre o número de pessoas na zona dividido pelo número total de pessoas na estrutura inteira. 14 Para cada tipo de dano tem-se as respectivas perdas típicas. Para o dano D1, caracterizado por representar o dano de ferimentos aos seres vivos através de choque elétrico, existem duas perdas típicas, LA e LU. A perda LA é dada por: 𝐿𝐴 = 𝑟𝑡 ∗ 𝐿𝑇 ∗ 𝑛𝑧 𝑛𝑡 ∗ 𝑡𝑧 8760 Onde rt é um fator de redução da perda de vida humana dependendo do tipo do solo ou piso e equivale a 1x10^(-3) segundo a ABNT NBR 5419-2, já que a maior parte do piso é de cerâmica. LT é o número relativo médio típico de vítimas feridas por choque elétrico devido a um evento perigoso e para D1 corresponde a 1x10^(-2). O número total de pessoas na estrutura nt neste projeto é de 500 pessoas, assim como o número total de pessoas na zona nz, considerando o pior caso. Já o tempo durante o qual as pessoas estão presentes na zona tz foi estimado levando em conta 18h por dia em dias úteis, durante um ano. Deste modo, tz=4320h. 𝐿𝐴 = 4,9315 ∗ 10 −6 A perda típica LU, por sua vez, é expressa de acordo com: 𝐿𝑈 = 𝑟𝑡 ∗ 𝐿𝑇 ∗ 𝑛𝑧 𝑛𝑡 ∗ 𝑡𝑧 8760 = 4,9315 ∗ 10−6 Para o dano D2, que representa os danos físicos, existem as perdas típicas, LB e LV, que são matematicamente iguais e determinadas por: 𝐿𝐵 = 𝐿𝑉 = 𝑟𝑝 ∗ 𝑟𝑓 ∗ ℎ𝑧 ∗ 𝐿𝐹 ∗ 𝑛𝑍 𝑛𝑡 ∗ 𝑡𝑧 8760 Onde nt, nz e tz foram acima descritos. O número relativo médio de vítimas por danos físicos devido a um evento perigoso LF equivale a 1x10^(-1), já que na Tabela C.2 da ABNT NBR 5419- 2 o bloco B do IFC Campus Luzerna se enquadra na categoria escola. O fator de redução da perda devido a danos físicos dependendo das providências tomadas para reduzir as consequências de incêndio, rp, de acordo com a Tabela C.4 corresponde a 0,2 afinal no bloco existe alarme de automático. O fator de redução de perda devido a danos físicos dependendo do risco de incêndio ou explosão da estrutura, rf, foi considerado normal para incêndio, portanto, rf=1x10^(-2). Por fim, 15 o fator de aumento da perda devido a danos físicos quando um perigo especial estiver presente, hz, foi caracterizado como nível médio de pânico, em função do número de ocupantes. Assim: 𝐿𝐵 = 𝐿𝑉 = 4,9315 ∗ 10 −4 Para o dano D3, que representa falhas de sistemas eletroeletrônicos, existem as perdas típicas LC, LM, LW e LZ, que são matematicamente iguais e determinadas por: 𝐿𝐶 = 𝐿𝑀 = 𝐿𝑊 = 𝐿𝑍 = 𝐿𝑂 ∗ 𝑛𝑍 𝑛𝑡 ∗ 𝑡𝑍 8760 Os fatores nz, nt e tz estão acima listados. Lo, por sua vez, é o número relativo médio típico de vítimas por falha de sistemas internos devido a um evento perigoso, e neste caso, onde não se trata de uma estrutura típica de um hospital, por exemplo, Lo equivale a 0. Deste modo: 𝐿𝐶 = 𝐿𝑀 = 𝐿𝑊 = 𝐿𝑍 = 0 6.14. Perda inaceitável de serviço ao público L2: A perda de serviço ao público é afetada pelas características da zona da estrutura e deve ser considerada já que o IFC é uma instituição pública que presta serviços. Além disso, o valor máximo da perda devido ao dano na zona deve ser reduzido pela relação entre o número de usuários servidos pela zona dividido pelo número total de usuários servidos pela estrutura inteira. Para este tipo de perda, existem dois tipos de danos. Para o dano D2, que trata de danos físicos, existem duas perdas típicas, matematicamente iguais, LB e LV. 𝐿𝐵 = 𝐿𝑉 = 𝑟𝑃 ∗ 𝑟𝑓 ∗ 𝐿𝐹 ∗ 𝑛𝑍 𝑛𝑡 O fator de redução da perda devido a danos físicos dependendo das providências tomadas para reduzir as consequências de incêndio, rp, equivale a 0,2, pois conforme já afirmado neste memorial, no bloco B existe alarme automático. O fator de redução da perda devido a danos físicos dependendo do risco de incêndio rf, foi caracterizado como normal e equivale a 1x10^(-2). Para a perda L2, LF é igual a 1x10^(-2), pois foi admitido que o tipo de serviço se encaixa na categoria “gás, água e fornecimento de energia”. 𝐿𝐵 = 𝐿𝑉 = 2 ∗ 10 −4 16 Para o dano D3, falhas de sistemas eletroeletrônicos, existem quatro perdas típicas, matematicamente iguais, LC, LM, LW e LZ, dadas por: 𝐿𝐶 = 𝐿𝑀 = 𝐿𝑊 = 𝐿𝑍 = 𝐿𝑂 ∗ 𝑛𝑍 𝑛𝑡 Neste caso, LO, que é o número relativo médio típico de usuários não servidos, resultante da falha de sistemas internos devido a um evento perigoso corresponde a 1x10^(-2), pois o tipo de serviço se encaixa em “gás, água, fornecimento de energia”. Assim: 𝐿𝐶 = 𝐿𝑀 = 𝐿𝑊 = 𝐿𝑍 = 1 ∗ 10 −2 Onde nz e nt são iguaisa 500. 6.15. Perda econômica L4: No caso da perda econômica L4 a mesma não pôde ser estimada, já que depende de fatores como o desejo do cliente e de valores em dinheiro. 6.16. Análise dos Riscos O risco é um valor relativo a uma provável perda anual média. Para cada tipo de perda que pode aparecer na estrutura, deve-se avaliar o risco resultante. Neste trabalho foram considerados três tipos de riscos: R1: Risco de perda de vida humana – incluindo ferimentos permanentes; R2: Risco de perda de serviço ao público; R4: Risco de perda de valores econômicos. O risco R3 não foi avaliado, já que neste projeto não há patrimônio cultural. 6.17. R1: Risco de perda de vida humana Para o cálculo de R1 é necessário obter os componentes RA, RU, RB e RV. O componente RA é relativo a ferimentos aos seres vivos causados por choque elétrico devido às tensões de toque e passo dentro da estrutura e fora nas zonas até 3m ao redor dos condutores de descidas, caracterizado com a perda do tipo L1. RA é calculado por: 17 𝑅𝐴 = 𝑁𝐷 ∗ 𝑃𝐴 ∗ 𝐿𝐴 Onde ND é o número de eventos perigosos para a estrutura, que é do tipo complexa, e conforme já calculado equivale a 0,03168. LA, também já calculado é igual a 4,9315x10^(-6). Já PA, acima descrito, possui para cada nível de proteção um valor. Para o nível II de proteção, RA equivale a: 𝑅𝐴 = 0,03168 ∗ (5 ∗ 10 −6) ∗ (4,9315 ∗ 10−6) = 7,8115 ∗ 10−13 Para os demais níveis de proteção, PA e os respectivos RA constam na tabela abaixo: Nível de Proteção PA RA I 2x10^(-6) 3,1246x10^(-13) II 5x10^(-6) 7,8115x10^(-13) III 1x10^(-5) 1,5623x10^(-12) IV 2x10^(-5) 3,1246x10^(-12) O componente RB é relativo a danos físicos causados por centelhamentos perigosos dentro da estrutura iniciando incêndio ou explosão, os quais podem também colocar em perigo o meio ambiente. É dado por: 𝑅𝐵 = 𝑁𝐷 ∗ 𝑃𝐵 ∗ 𝐿𝐵 Conhecendo os valores de ND, PB e LB, e sabendo que PB varia de acordo com o nível de proteção adotado, para o nível II, temos: 𝑅𝐵 = 0,03168 ∗ 0,05 ∗ (4,9315 ∗ 10 −4) = 7,8115 ∗ 10−7 Para os demais valores, RB corresponde a: Nível de Proteção PB RB I 0,02 3,1246x10^(-7) II 0,05 7,8115x10^(-7) III 0,1 1,5623x10^(-6) 18 IV 0,2 3,1246x10^(-6) O componente RU, por sua vez, está relacionado a ferimentos aos seres vivos causados por choque elétrico devido às tensões de toque e passo dentro da estrutura, e se dá através de: 𝑅𝑈 = (𝑁𝐿 + 𝑁𝐷𝐽) ∗ 𝑃𝑈 ∗ 𝐿𝑈 Conforme calculado, LU equivale a 4,9315x10^(-6), PU é igual a 0, já NL e NDJ equivalem a, respectivamente, 0,0174 e 0,03148. Desta forma, é possível obter o valor de RU: 𝑅𝑈 = (0,0174 + 0,03148) ∗ 0 ∗ (4,9315 ∗ 10 −6) = 0 Já o componente RV, relativo a danos físicos decorrentes da descarga atmosférica transmitida ou ao longo das linhas é calculado por: 𝑅𝑉 = (𝑁𝐿 + 𝑁𝐷𝐽) ∗ 𝑃𝑉 ∗ 𝐿𝑉 Onde NL, NDJ e LV correspondem a 0,0174, 0,03148 e 4,9315x10^(-4). PV, por sua vez, varia de acordo com o nível de proteção adotado. Considerando o nível II como o adotado, RV é igual a: 𝑅𝑉 = (0,0174 + 0,03148) ∗ 0,02 ∗ (4,9315 ∗ 10 −4) = 4,8210 ∗ 10−7 Realizando a soma de RA, RU, RB e RV, de acordo com a ABNT NBR 5419-2 é possível obter o valor do risco R1: 𝑅1 = 𝑅𝐴 + 𝑅𝐵 + 𝑅𝑈 + 𝑅𝑉 Analisando esta soma para cada nível de proteção: Nível de Proteção R1 I 5,5351x10^(-7) II 1,2633x10^(-6) III 2,7676x10^(-6) 19 IV 4,3299x10^(-6) Em R1, analisando o risco tolerável, é possível perceber que para nenhum valor o risco é menor do que o risco tolerável. Logo, de acordo com esta análise, para o risco R1 pode-se dizer que não é necessário o uso de SPDA. 6.18. R2: Risco de perda de serviço ao público Para o cálculo de R2 é necessário obter os componentes RB, RM, RW, RC, RV e RZ. O componente RB, conforme já mencionado, está relacionado a danos físicos ocasionados por centelhamentos perigosos dentro da estrutura iniciando incêndio ou explosão, os quais podem também colocar em perigo o meio ambiente, e é expresso por: 𝑅𝐵 = 𝑁𝐷 ∗ 𝑃𝐵 ∗ 𝐿𝐵 O risco R2 está ligado à perda L2, portanto, o valor de LB utilizado neste caso, é o calculado na perda L2, que equivale 2x10^(-4). PB, acima citado, depende do nível de proteção escolhido. Conforme posteriormente confirmado, neste projeto está sendo utilizado o nível II, portanto, RB equivale a: 𝑅𝐵 = 0,03168 ∗ 0,05 ∗ (2 ∗ 10 −4) = 3,168 ∗ 10−7 Para os demais níveis, RB equivale a: Nível de Proteção RB I 1,2672x10^(-7) II 3,168x10^(-7) III 6,336x10^(-7) IV 1,2672x10^(-6) O componente RM, relativo a falhas de sistemas internos causados por descargas atmosféricas próximas à estrutura, é dado por: 𝑅𝑀 = 𝑁𝑀 ∗ 𝑃𝑀 ∗ 𝐿𝑀 20 Em que LM tem o valor de 1x10^(-2), NM de 7,5046, conforme já calculado, e PM variando de acordo com cada nível de proteção. Para o nível II: 𝑅𝑀 = 7,5046 ∗ 0,02 ∗ (1 ∗ 10 −2) = 1,501 ∗ 10−3 Para os demais valores, os resultados estão na tabela: Nível de Proteção RM I 7,5046x10^(-4) II 1,501x10^(-3) III 3,7523x10^(-3) IV 3,7523x10^(-3) O componente RW, relativo a falhas de sistemas internos causados por sobretensões induzidas nas linhas que entram na estrutura e transmitidas a esta, se dá através de: 𝑅𝑊 = (𝑁𝐿 + 𝑁𝐷𝐽) ∗ 𝑃𝑊 ∗ 𝐿𝑊 Levando em conta que todos os termos acima foram devidamente calculados, para o nível II de proteção, temos que: 𝑅𝑊 = (0,0174 + 0,03148) ∗ 0,02 ∗ (1 ∗ 10 −2) = 9,776 ∗ 10−6 Para os demais valores, considerando a variação de PW de acordo com o nível de proteção: Nível de Proteção RW I 4,888x10^(-6) II 9,776X10^(-6) III 2,444X10^(-5) IV 2,444X10^(-5) O componente RC, relativo a falhas de sistemas internos causados devido às descargas elétricas na estrutura é dado por: 𝑅𝐶 = 𝑁𝐷 ∗ 𝑃𝐶 ∗ 𝐿𝐶 21 Conhecendo os termos citados e sabendo que PC varia conforme o nível de proteção, para o nível II, sabemos que: 𝑅𝐶 = 0,03168 ∗ 0,02 ∗ (1 ∗ 10 −2) = 6,336 ∗ 10−6 E para os demais níveis: Nível de Proteção RC I 3,168x10^(-6) II 6,336x10^(-6) III 1,584x10^(-5) IV 1,584x10^(-5) Para o componente RV, relacionado aos danos físicos devido à corrente da descarga atmosférica transmitida ou ao longo das linhas: 𝑅𝑉 = (𝑁𝐿 + 𝑁𝐷𝐽) ∗ 𝑃𝑉 ∗ 𝐿𝑉 Tendo consciência da variação de PV conforme a classe do SPDA e dos valores de NL, NDJ e LV já calculados e que permanecem inalterados, para o nível II tem-se: 𝑅𝑉 = (0,0174 + 0,03148) ∗ 0,02 ∗ (2 ∗ 10 −4) = 1,9552 ∗ 10−7 Para os demais valores calculados de PV: Nível de Proteção RV I 9,776x10^(-8) II 1,9552X10^(-7) III 4,888X10^(-7) IV 4,888X10^(-7) Por fim, no caso do componente RZ, relativo a falhas de sistemas internos causados por sobretensões induzidas nas linhas que entram na estrutura e transmitidas a esta, temos que: 22 𝑅𝑍 = 𝑁𝐼 ∗ 𝑃𝑍 ∗ 𝐿𝑍 Utilizando os valores já calculados para os termos acima, cujo nível de proteção é II: 𝑅𝑍 = 1,74 ∗ 0,02 ∗ (1 ∗ 10 −2) = 3,48 ∗ 10−4 Já para os demais níveis: Nível de Proteção RZ I 1,74x10^(-4) II 3,48x10^(-4) III 8,7x10^(-4) IV 8,7x10^(-4) Realizando a soma de RB, RM, RW, RC, RV e RZ de acordo com a ABNT NBR 5419-2 é possível obter o valor do risco R2: 𝑅2 = 𝑅𝐵 + 𝑅𝑀 + 𝑅𝑊 + 𝑅𝐶 + 𝑅𝑉 + 𝑅𝑍 Analisando estasoma para cada nível de proteção: Nível de Proteção R2 I 9,3274x10^(-4) II 1,8656x10^(-3) III 4,6637x10^(-3) IV 4,6643x10^(-3) Para R2, é possível perceber que para o nível de proteção I o risco R2 é menor do que o risco tolerável. Já para o nível de proteção II, pode-se observar que há um valor muito próximo, porém maior, que o risco tolerável. Deste modo, foi admitido o nível de proteção II para o SPDA neste projeto. 7. DIMENSIONAMENTO DO SPDA 23 Obedecendo a ABNT NBT 5419-3, e de acordo com os cálculos e considerações acima realizados e devidamente descritos, foi admitido que o SPDA neste projeto equivale ao nível de proteção II e consequentemente à classe de SPDA II. No presente projeto, foi escolhida a blindagem por gaiola de Faraday, já que possui custo menos elevado e se adequa melhor ao tipo de estrutura que se encontra no bloco B do IFC Campus Luzerna. Neste trabalho, o qual segue as recomendações da norma, foram considerados fatores dependentes da classe do SPDA e não dependentes do SPDA. 7.1. SPDA nível II: Características Nos parâmetros de descarga atmosférica, de acordo com a ABNT NBR 5419-1, para o primeiro impulso positivo no nível de proteção II, relacionado aos parâmetros da corrente, temos que a corrente de pico I tem o valor de 150kA, a carga do impulso QCURTA de 75C, a energia específica W/R de 5,6MJ/Ω, e os parâmetros de tempo T1/T2 de 10/350 µs/µs. Para o primeiro impulso negativo, também levando em consideração os parâmetros da corrente, o valor de pico I é igual a 75kA, a taxa média de variação di/dt de 75kA/µs e os parâmetros de tempo T1/T2 de 1/200 µs/µs. Para o impulso subsequente, os parâmetros da corrente para a classe de proteção II são de 37,5kA para o valor de pico I, 150kA/µs para a taxa média de variação di/dt e 0,25/100 µs/µs para os parâmetros de tempo T1/T2. No caso da componente longa da descarga atmosférica, a carga da componente longa QLONGA é de 150C, e os parâmetros de tempo TLONGA de 0,5s. Por fim, para a descarga atmosférica, a carga da descarga atmosférica QFLASH corresponde a 225C. 7.2. Subsistema de descida De acordo com a seção 5.3.3 da ABNT NBR 5419-3, como neste projeto estamos tratando de um SPDA não isolado, o nível de condutores de descida deve ser igual ou maior que 2, mesmo se o valor do cálculo do perímetro dividido pelo espaçamento para o nível correspondente for menor. Como a classe do SPDA adotado é de nível II, as distâncias entre os condutores de descida e entre os anéis condutores deve ser de 10m. Além disso, de acordo com a norma, é aceitável que os condutores de descidas estejam espaçados até 20% além de 10m. Portanto, o máximo espaçamento entre os condutores de descida poderá ser de 12m. Preferencialmente, em cada canto saliente da estrutura deverão ser instalados pelo menos um condutor de descida. 24 7.3. Isolação e Distância de Segurança contra Centelhamento Perigoso A isolação elétrica entre os condutores de descida e as partes metálicas estruturas, instalações metálicas e sistemas internos é dada por: 𝑠 = 𝑘𝑖 𝑘𝑚 ∗ 𝑘𝑐 ∗ 𝑙 Onde l é o comprimento, dado em metros, ao longo dos condutores de descida desde o ponto onde a distância de segurança deve ser considerada até a equipotencialização mais próxima e equivale a 11 metros, arredondando a altura do bloco B. Já ki equivale a 0,05 de acordo com o nível II de proteção escolhido, km depende do material isolante e tem o valor de 0,5 já que há contato com concreto e kc depende da descarga atmosférica pelos condutores de descida e é calculado de acordo com a Tabela 12 da ABNT NBR 5419-3, como são mais de 3 descidas, kc é igual a 0,44. Para se obter o número de descidas, se faz necessário calcular o perímetro da estrutura, basta somar os comprimentos de todos os lados da mesma. Sabe-se que a largura L do bloco B corresponde a 16,7m e o comprimento W a 60,5m. Deste modo, o perímetro equivale a P=(16,7*2)+(60,5*2)=154,4m. Assim, pode-se obter o número de descidas, que consiste na relação entre o perímetro e a distância entre os condutores de descida. 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑖𝑑𝑎𝑠 = 𝑃𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑖𝑑𝑎 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑖𝑑𝑎𝑠 = 154,4 10 = 15,44 Porém o espaçamento ou distância entre os condutores de descida pode ser até 20% superior a 10m, logo: 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑖𝑑𝑎𝑠 = 154,4 12 = 12,87 25 Considerando valores inteiros, o número de descidas deverá ser entre 13 e 16, dependendo da distância assumida entre os condutores. Inserindo os termos definidos na equação, é possível obter o valor de s: 𝑠 = 𝑘𝑖 𝑘𝑚 ∗ 𝑘𝑐 ∗ 𝑙 = 0,05 0,5 ∗ 0,44 ∗ 11 = 0,484𝑚 Onde s é a distância de segurança para centelhamentos perigosos. 7.4. Subsistema de Aterramento: Comprimento mínimo dos eletrodos de terra Considerando que a armadura da fundação não possa ser aproveitada, o arranjo de aterramento a ser utilizado é composto por um condutor em anel, externo à estrutura do bloco B, tendo pelo menos 80% de contato com o solo em seu comprimento ou elemento condutor conectando as armaduras descontínuas da fundação. As medidas preventivas, descritas anteriormente neste memorial, devem ser consideradas. Mesmo que 20% do eletrodo convencional não esteja em contato direto com o solo, a não- descontinuidade elétrica do anel deverá ser garantida ao longo do comprimento inteiro do mesmo. Para o eletrodo de aterramento em anel ou conectando a fundação descontínua, o raio médio re da área contemplada pelos eletrodos não poderá ser menor que o valor de I1, conforme ilustrado na Figura 3. Levando em conta as características físicas da localização do bloco B, com o solo úmido possuindo valor menor do que 500Ω, I1 tem o valor de aproximadamente 5m. Desta maneira, I1 poderá ter qualquer valor desde que esteja acima de 5m. 7.5. Equipotencialização para descargas atmosféricas A equipotencialização é obtida através da conexão do SPDA com instalações metálicas, sistemas internos e partes condutivas externas e linhas elétricas interligadas com a estrutura. Além disso, devem ser considerados os efeitos causados quando uma equipotencialização é estabelecida com sistemas internos para fins de proteção, já que uma da corrente de descarga atmosférica pode fluir por tais sistemas. Os meios de conexão entre o SPDA e os fatores acima listados devem ser realizados pelo método direto - condutores de ligação, onde a continuidade elétrica não será garantida pelas ligações naturais. 26 Neste projeto o SPDA será considerado externo, contendo isolação. Neste caso, a equipotencialização deve ser realizada apenas ao nível do solo, retilíneas e curtas na medida do possível e deve conter condutores que interligam diferentes barramentos de equipotencialização e condutores que ligam essas barras ao sistema de aterramento. As dimensões mínimas dos condutores que interligam diferentes barramentos de equipotencialização ou que ligam essas barras ao sistema de aterramento serão enterrados, de cobre, com área da seção reta equivalente a 50mm². No caso dos condutores que ligam as instalações metálicas internas aos barramentos de equipotencialização, deverão ser de cobre com área da seção reta de 6mm². Os DPS, por sua vez, deverão possuir corrente de impulso maior ou igual à corrente da descarga atmosférica que flui do SPDA externo para esses elementos metálicos interligados relevantes no dimensionamento do DPS, conforme o anexo C. Neste projeto, considerando amaior corrente possível, conforme afirmado na ABNT NBR 5419-3, o DPS deve suportar uma corrente de até 66KA, considerando o nível de proteção II. No caso dos condutores externos, a equipotencialização deve ser realizada do ponto de maior proximidade de onde os elementos condutores externos adentram na edificação, segundo a ABNT NBR 5419-3. É de suma importância destacar que as equipotencializações para fins de proteção contra descargas atmosféricas são obrigatórias. Os condutores vivos dos sistemas internos que não forem blindados e que não estejam dentro de eletrodutos metálicos precisam ter sua equipotencialização ao BEP através de DPS’s. Os condutores PE e PEN, por sua vez, em um esquema TN, se houver na edificação, deverão ser ligados diretamente ao BEP. 7.6. Espessura mínima de placas ou tubulações metálicas nos sistemas de captação Neste projeto foi considerado que chapas metálicas de cobre localizadas na superfície da estrutura serão os condutores naturais contidos no bloco B. Deste modo, conforme a seção 5.2.5 da ABNT NBR 5419-3, tais chapas deverão possuir continuidade elétrica entre as diversas partes, possibilitando uma execução de forma duradoura, além de espessura de metal superior a 0,5mm, 5mm para proteção contra perfuração e demais problemas que prejudiquem a proteção, e revestimento com materiais condutores. 7.7. Manutenção e Inspeção 27 A principal condição para a confiabilidade de um SPDA é a regularidade das inspeções. O responsável pela estrutura deve ser informado de todas as irregularidades analisadas via relatório técnico emitido após cada inspeção periódica, recomendando fatores como por exemplo o prazo de manutenção no sistema. As inspeções, por sua vez, deverão ser feitas após a instalação do SPDA, no momento da emissão do documento “as built”, após alterações ou reparos ou quando houver suspeita de que a estrutura foi atingida por uma descarga atmosférica, inspeção visual semestral apontando possíveis pontos de deterioração no sistema, periodicamente, sempre por profissional capacitado. Além disso, nas inspeções periódicas se faz necessário observar se há deterioração e corrosão dos captores, condutores de descida e conexões, condição das equipotencializações, corrosão dos eletrodos de aterramento e verificação da integridade física dos condutores para os subsistemas de aterramento não naturais, se houver. 7.8. Componentes: Materiais do SPDA e condições de uso Os componentes de um SPDA devem suportar os efeitos eletromagnéticos da corrente de descarga atmosférica e esforços acidentais previsíveis sem serem danificados. Quanto à fixação, deve ocorrer da seguinte maneira: - até 1,0m para condutores flexíveis (cabos e cordoalhas) na horizontal; - até 1,5m pata condutores flexíveis (cabos e cordoalhas) na vertical ou inclinado; - até 1,0m para condutores rígidos (fitas e barras) na horizontal; - até 1,5m para condutores rígidos (fitas e barras) na vertical ou inclinado. O número de conexões ao longo dos condutores deve ser o menos possível. Além disso, devem ser realizadas de forma segura e através de solda elétrica ou exotérmica e conexões mecânicas de pressão ou compressão. Não são permitidas emendas em nenhum cabo de descida, exceto no conector para ensaios, que é obrigatório, a ser instalado próximo ao solo (altura até 1,5m do piso), proporcionando um acesso mais simples para a realização dos ensaios. Conforme já afirmado, os materiais utilizados serão compostos por cobre. 7.9. Materiais, configuração e dimensões mínimas para captores, descidas e eletrodos de aterramento: 28 De acordo com a Tabela 6 da ABNT NBR 5419-3, no caso de condutores de captação, hastes captoras e condutores de descidas, utilizando o material cobre, as dimensões mínimas e configurações são: Configuração Área da Seção Mínima (mm²) Comentários Fita maciça 35 Espessura 1,75mm Arredondado maciço 35 Diâmetro 6mm Encordoado 35 Diâmetro de cada fio da cordoalha 2,5mm Arredondado maciço 200 Diâmetro 16mm Para o eletrodo de aterramento, será de cobre, com área de seção mínima de acordo com a ABNT NBR 5419-3 de 15mm² de forma arredondado maciço e cravado. 7.10. Dimensões mínimas dos condutores de conexão: De acordo com a seção 6.2.2, as dimensões mínimas dos condutores que interligam diferentes barramentos de equipotencialização ou que ligam essas barras ao sistema de aterramento, para o nível II de SPDA, utilizando o modo de instalação enterrado e material cobre equivale a 50mm² se for externo e 6mm² se a instalação metálica foi interna aos barramentos de equipotencialização. ________________________________ Camila Greice Hetkowski Engenheira de Controle e Automação CREA/SC xxxxx __________________________________ Sabrina Zanella 29 Engenheira de Controle e Automação CREA/SC xxxxx
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