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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA Vice-Reitoria de Ensino de Graduação – VREGRAD Divisão de Assuntos Pedagógicos – DAP Código e Nome da Disciplina J589 – DIREITO ADMINISTRATIVO I Créditos Teórico / Prático 4,0 Curso DIREITO Centro CCJ Segundas e Quartas 19h00min – 20h40min 21h00min – 22h40min Terças e Quintas 09h30min – 11h10min Professor: João Marcelo Rego Magalhães Aula 18 UNIDADE V – ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA Administração Pública Atividade administrativa Órgãos públicos Agentes públicos Administração Indireta Entidades paraestatais A administração atual e as modernas técnicas de gestão pública 2. Atividade administrativa 2.1. Desconcentração administrativa Desconcentração administrativa é a distribuição de competências dentro de uma mesma pessoa jurídica da Administração Pública. Na desconcentração administrativa não ocorre a criação de uma nova pessoa jurídica administrativa; as competências são distribuídas dentro de secretarias, coordenadorias, chefias ou outros departamentos administrativos dentro de uma mesma pessoa jurídica. A Desconcentração pode ser realizada através de norma interna do órgão, atribuindo a determinados setores competências que antes estavam centralizadas. Alguns autores citam ainda o conceito de concentração administrativa, que seria um instituto inverso da desconcentração, ou seja, quando uma determinada pessoa jurídica administrativa reúne em um só órgão competências antes distribuídas a vários outros. 2.2. Centralização e descentralização administrativa Ocorre centralização administrativa quando o Estado executa suas tarefas diretamente por meio dos órgãos e agentes integrantes da denominada Administração Direta. Neste caso, os serviços são prestados diretamente pelos órgãos despersonalizados das pessoas políticas do Estado (União, estados, Distrito Federal e municípios). A descentralização administrativa ocorre quando, por lei ou por contrato administrativo, determinadas competências são transferidas a outras pessoas jurídicas da Administração Pública. Pressupõe a existência de uma pessoa jurídica distinta do Estado, que, investida dos necessários poderes de administração, exercita atividade pública ou de interesse público. O melhor exemplo de descentralização administrativa é a criação ou autorização de criação das entidades da Administração Indireta (neste caso uma descentralização por lei). São pessoas jurídicas formadas por meio de descentralização as autarquias, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as fundações. Ressalte-se que a descentralização pressupõe a existência de 2 pessoas distintas: o Estado (União, estados, Distrito Federal e municípios) e a pessoa administrativa que executará o serviço. A descentralização pode ocorrer por outorga ou por delegação. A descentralização será por outorga quando o Estado cria uma entidade (pessoa jurídica da Administração Indireta) e a ela transfere determinado serviço público. A outorga pressupõe obrigatoriamente a edição de uma lei que institua a entidade, ou autorize a sua criação, e normalmente seu prazo é indeterminado. A descentralização será por delegação quando o Estado transfere, por contrato (concessão ou permissão de serviços públicos), unicamente a execução de um serviço para a pessoa delegada, para que o preste à população por sua conta e risco, sob fiscalização do Estado. Vale salientar que enquanto a outorga transfere a titularidade do serviço público transferido, a delegação transfere tão-somente a execução, ficando a titularidade do serviço público com a pessoa política responsável pela delegação. Em nenhuma forma de descentralização há hierarquia. Na relação entre a Administração Direta e a Administração Indireta (tema adiante analisado) diz-se que há vinculação (e não subordinação). A primeira exerce sobre a segunda o denominado controle finalístico ou tutela administrativa ou supervisão. Para exercício desse controle finalístico é exigida expressa previsão legal, que determinará os limites e instrumentos de controle (atos de tutela). 3. Órgãos públicos Entre a pessoa jurídica administrativa em si e os chamados agentes públicos, compõe o Estado um grande número de repartições internação, necessárias à sua organização, tão grande é a extensão que alcança e tamanhas as atividades a seu cargo. Tais repartições é que constituem os órgãos públicos. Dito de outra forma, podemos conceituar órgão público como o compartimento na estrutura estatal a que são cometidas funções determinadas, sendo integrado por agentes que, quando as executam, manifestam a própria vontade do Estado (Teoria do Órgão). Os órgão públicos são entidades despersonalizadas. Não custa mencionar que a Lei 9.784/99 traz, em seu art. 2º, o conceito de órgão público, qual seja, a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração Direta e da estrutura da Administração Indireta. 4. Agentes públicos Os agentes públicos são o elemento físico da Administração Pública. Na verdade, não se poderia conceber a Administração sem sua presença. São integrantes dos órgãos públicos, cuja vontade é imputada à pessoa jurídica administrativa (Teoria do Órgão). Utilizando-se da conceituação mais difundida na doutrina, temos que agentes públicos são todos aqueles que, a qualquer título, executam uma função pública como prepostos (representantes) do Estado. O conceito apresentado é doutrinário e não deve encerrar a discussão sobre o tema, posto que a definição de agente público pode variar de forma significativa em função do contexto em que for empregada. Existem definições legais de agente público, como ocorre, por exemplo, no Código Penal, no Estatuto dos Servidores Públicos Federais e na Lei de Improbidade Administrativa, mas tais diplomas deixem claro que as definições devem ser usadas para os efeitos da respectiva lei. Vejamos os conceitos contidos no Código Penal, no Estatuto dos Servidores Federais (lei 8.112/90) e na Lei de Improbidade Administrativa (lei 8.429/92), respectivamente: Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público. Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. Com a intenção de afastarmos a controvérsia que pode surgir das várias definições legais apresentamos a mais aceita classificação doutrinária de agente público: Agentes políticos Servidores públicos Servidores estatutários Empregados públicos Temporários Agentes delegados ou colaboradores Agentes políticos são aqueles responsáveis pela titularização da função típica de cada um dos “Poderes”, cabendo-lhes estabelecer ou decidir as diretrizes políticas dos entes públicos. Servidores públicos são todos os agentes que, exercendo com caráter de permanência uma função pública, integram o quadro funcional das pessoas federativas, inclusive suas autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. Agentes delegados ou colaboradores são os que, embora particulares, executam uma função pública em decorrência de um vínculo jurídico com o Estado. � PAGE �4��
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