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8 Cap VIII(Pescoço)

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Valnir de Paula 
 
 CAP VIII 
 O ESTUDO DO PESCOÇO 
 
 
 
 
A tomografia computadorizada (TC) de alta 
resolução e o estudo de imagens por ressonância 
magnética (IRM) mostraram ser instrumentos 
inestimáveis para a avaliação das estruturas de te-
cidos moles do pescoço. Embora haja várias 
modalidades de exame por imagens disponíveis 
para a avaliação de uma massa no pescoço, 
incluindo radiografia, ultra-sonografia, angiografia e 
exame por radioisótopos, a TC e a IRM fornecem 
detalhes anatômicos que não podem ser obtidos 
com estas outras modalidades. A TC e a IRM 
demonstram tanto a localização precisa de uma 
massa no pescoço quanto sua relação com 
estruturas vasculares, musculares e neurais 
adjacentes. Além de fornecer estes detalhes 
anatômicos, a TC e a IRM freqüentemente são 
capazes de caracterizar a vascularização e a 
arquitetura interna (sólida versus cística) de uma 
massa no pescoço. 
 
 
 
 
 
 A combinação de caracterização dos 
tecidos moles e localização anatômica assegurada 
pela TC e pela IRM permite aos radiologistas fazer 
uma contribuição significativa para a avaliação pré-
operatória do paciente com uma massa no pescoço. 
Embora nem sempre seja possível um diagnóstico 
tecidual exato, a análise cuidadosa dos aspectos das 
imagens de uma massa no pescoço em combinação 
com a história clínica e o exame ffsico produzem um 
diagnóstico diferencial razoavelmente curto em quase 
todos os casos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Adenopatia Cervical e Massas do Pescoço465 
8.1 - ANATOMIA MACROSCÓPICA 
 
O pescoço é composto da nuca, localizada 
posteriormente, e da cérvix, localizada anteriormente. 
A nuca consiste basicamente na coluna vertebral e 
sua musculatura associada. Para fins práticos, a 
cérvix (que também significa pescoço) pode ser 
considerada como um cilindro de tecidos moles cuja 
extensão superior é uma linha que conecta o occiput 
e a ponta do queixo e cuja extensão inferior acom-
panha o trajeto da primeira costela na entrada do 
tórax. 
O ponto de reparo mais importante a ser 
identificado no estudo do pescoço em qualquer plano 
é o músculo esternocleidomastóideo. O músculo 
esternocleidomastóideo tem sua origem na ponta da 
mastóide e na incisura digástrica na base do crânio, e 
estende-se para a frente, para baixo e medialmente, 
espiralandose através da porção anterior do pescoço, 
de cada lado, para se inserir como dois ventres no 
terço medial da clavícula e do manúbrio. O trajeto do 
músculo esternocleidomastóideo é a base para a 
divisão dos tecidos moles do pescoço em dois 
espaços pares: os triângulos anterior e posterior. 
Todas as estruturas localizadas anteriores ao 
músculo esternocleidomastóideo situam-se dentro do 
triângulo anterior; aquelas profundas e posteriores a 
ele estão no triângulo posterior. 
O osso hióide divide este triângulo em uma 
porção supra-hióide e uma infra-hióide, e cada uma 
destas possui duas subdivisões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A divisão supra-hióide contém os triângulos 
submandibulares localizados lateralmente e os 
triângulos submentais localizados medialmente. 
Superiormente estes triângulos são separados da 
cavidade oral pelo músculo milo-hióideo. Este 
músculo forma uma alça que conecta as duas 
 
Fig. 8.1 
 
Tomografia Computadorizada 95 
superfícies internas da mandíbula com o osso hióide. 
Por definição, as estruturas acima do músculo milo-
hióideo estão na cavidade oral; aquelas abaixo estão 
no pescoço. 
A base de cada triângulo submandibular é 
formada pelo ramo da mandíbula. Os outros dois 
lados de cada triângulo submandibular são formados 
pelos ventres anterior e posterior do músculo 
digástrico. O músculo digástrico tem sua origem em 
uma depressão na base do crânio entre a ponta da 
mastóide e o processo estilóide, conhecida como 
incisura digástrica. O ventre posterior do músculo 
digástrico estende-se para a frente, para baixo e 
medial-mente desde a incisura digástrica até o como 
maior do osso hióide. O ventre anterior do músculo 
digástrico estende-se do como maior para a frente, 
para cima, e medialmente até inserir-se na borda an-
terior da mandíbula, abaixo da fixação do músculo 
milo-hióideo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A base do triângulo submental é formada pelo 
osso hióide As principais estruturas contidas no 
triângulo submandibular são numerosos pequenos 
linfonodos e as glândulas salivares sub-mandibulares. 
. Os outros dois lados do triângulo submental 
são formados pelos ventres anteriores dos músculos 
digástricos. Nenhuma importante estrutura anatômica 
está localizada neste triângulo, exceto alguns 
pequenos linfonodos e ramos da artéria e veia faciais. 
 
A divisão infra-hióide do triângulo anterior é 
dividida pelo ventre superior do músculo omo-hióide 
em duas partes: o triângulo carotídeo súpero-
lateralmente e o triângulo muscular ínfero-
medialmente. A porção infra-hióide do triângulo 
anterior contém a laringe, a hipofaringe, a traquéia, o 
esôfago, os linfonodos e as glândulas tireóide e 
paratireóide. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8.2 – MODALIDADES DE IMAGEM 
 
 
A IRM e a TC devem ser consideradas 
 
Fig. 8.2 
Valnir de Paula 
modalidades para exame de massas do pescoço 
complementares, e não competitivas. As vantagens 
que a IRM oferece sobre a TC no exame de outras 
partes do corpo (capacidade multiplanar, ausência de 
radiação ionizante, agentes de contraste mais 
seguros) também se aplicam ao exame dos tecidos 
moles do pescoço. Por comparação, os exames de 
TC oferecem as vantagens de avaliação superior da 
integridade óssea, menor tempo de exame, maior 
acesso ao paciente, e menor custo.
 
Os autores 
preferem usar a TC contrastada como o estudo inicial 
para avaliar massas do pescoço em adultos. Em 
crianças e em adultos cuja condição clínica impede o 
uso de contraste iodado, a IRM é o estudo de 
escolha, lembrando que pode ser necessário um 
estudo não-contrastado limitado para a avaliação da 
integridade óssea. 
 
 
 
8.2 - TÉCNICA DE EXAME 
 
O exame do pescoço por TC é realizado 
com o paciente em decúbito dorsal no gantry. 
Imagens axiais contíguas com espessura de 5 mm 
geralmente são obtidas a partir do nível da borda 
superior da órbita até o ápice pulmonar(fig. 8.3). 
Deve-se ter sempre cuidado para evitar a degradação 
da imagem por amálgama dentário. Uma solução 
comum é adquirir imagens desde a borda superior da 
órbita até o palato duro, utilizando uma angulação do 
pórtico paralela à base do crânio central. São então 
obtidas imagens desde a crista alveolar da mandíbula 
até o ápice pulmonar, com uma angulação do gantry 
paralela ao corpo da mandíbula. Se o queixo do 
paciente estiver totalmente estendido, esta última 
série pode ser obtida com uma angulação do gantry 
de O grau. 
O realce por contraste intravenoso é 
essencial para exames dos tecidos moles do pescoço 
por TC, a fim de facilitar tanto a caracterização 
tecidual das massas do pescoço quanto a separação 
entre massas do pescoço e estruturas vasculares 
normais. A maioria dos pesquisadores recomenda um 
bolo rápido inicial de aproximadamente 50 ml de 
material de contraste, administrado 1 a 2 minutos 
antes da aquisição da imagem, seguido por uma 
infusão com gotejamento rápido constante dos 100 a 
150 ml restantes durante o scanning. Injetores 
elétricos, comumente usados para exame do abdome 
ou tórax por TC, podem ser facilmente adaptados 
para exames de TC do pescoço. A administração de 
contrastedeve ser interrompida durante alterações na 
angulação do pórtico (gantry). 
 
 
 
8.3.1 Preparo prévio: Jejum de 6 horas 
8.3.2 Anamnese : Investigar sinais e sintomas 
apresentados. Verificar a existência de 
massa palpápel. Investigar se há cirurgia 
prévia. 
8.3.3 - Exames anteriores de interesse: TC, 
IRM, Ultrassom da região à ser estudada. 
8.3.4 - Preparo imediato: Retirar qualquer 
objeto radiopaco da área de interesse, 
como brincos, próteses dentárias, 
grampos, óculos, etc. efetuar punção 
venosa. 
 
 
8.3.5 – Posicionamento: O paciente é 
posicionado na mesa de exames em 
supino, com os braços ao longo do corpo. 
Deve-se efetuar tração dos braços com 
faixa própria, objetivando deprimir os 
ombros e expor o pescoço ao máximo. 
 
a) Colocar um travesseiro embaixo dos joelhos 
para relaxamento da região lombar. 
b) A cabeça do paciente é posicionada, de 
forma que os MAEs fiquem simétricos em 
relação às linhas luminosas vertical e 
horizontal de posicionamento. 
c) Elevar ou baixar o queixo, de modo que a 
LIOM (linha infra órbito meatal) fique 
perpendicular à mesa. 
d) Levar a mesa até a posição de início do 
escanograma (linha luminosa central no topo 
da orelha). 
e) Zerar o marcador de posição da mesa. 
 
 
 
8.3 – ANATOMIA SECCIONAL 
 
 
Fig. 8.3 
 
Tomografia Computadorizada 97 
 
 
 
 
 
 
Fig. 8.4 
Fig. 8.5 
Fig. 8.6 
Cortes axiais de TC com contraste endovenoso : 
Observe que os vasos sanguíneos poderiam ser confundidos com linfonodos ou outras massas em um 
exame não contrastado. Além da opção pelo uso do contraste no volume adequado ao peso do paciente, 
também é muito importante o seu aproveitamento, não retardando a execução dos cortes após a 
injeção.

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