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';:·1" -'.;;.~ . . ." ~ o":! / 20. CODIGO DE ETICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL Aprovado em 08/05/1965 .1 INTFmDuç~o COl"lr,;;_iderandoque: a fDrma~~o da consciência profissional é fator essencial em qualqu~r profissâo e que um Código de Etica constitui valioso instrumento de apoio e orienta~~o para os assistente~ s6ciais; .-- o Sel~viç.~D!:3c:>ci.ed c:\cJquin;~no mundo atual uma amplitude técni,ca e cientifica, im~ondo aos membros da profiss~o maiores enca~gos e responsabilidades; - sÓ à luz de uma concep~~o de vida, baseada na natureza e destino do homem, poderà, de fato, oServiio Social desempenhar a tarefa que- 1he cabe na c.ornp I e:,:idadS:!do mundo moderno; um Código de Etica se destina a prbfissionais de diferentes credos e principias filos6ficos, devendo ser apli~àvel a todos. o Cdnselho Federal de Assistentes Sociais - CFAS, no uso de suas atribui~~es conferidas p~)o item IV, art. 90. do Requlamento aprovado _pelo Det. 994 d~ 15 de maio de 1962, r~soive ap~ova~ o Código de Etica ali2ertado nos dir~ito~fundamentais d~ homem e nas exigênci~~ elo be~~co~u~, principias estes reconhecidos pel~ própria filosofia do Servi~o Social. CAPITULO I DA PROF I SS~lO Art. 10. O Servi~o Social constitui o objeto da profiss~o liberal de assistente 50cial~ de natureza técnico-cientifica e cujo exercicio é regulado em todo o territ6riona~ional pela lei no. 3.252 de 17-8-1957~ cujo Regulamento foi aprovado pelo Decreto :no. 994 de 15~5-1962. Art; 20. - O a~~~stente social~ no ~esempenho dàprofis~âo, ê obrigado ar~~peitaf as ~xi~~ncias previ~tasna legisla~~o que ihe é especifica, iMclusive as contidas neste Código. Art. 30. - Ao Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFAS) e aos Conselhos Regionais de Assistentes Sociais (ÇRAS), 6rg~o5 criados para orientar, disciplinare fiscalizar o exetcicio da profiss~o ,de assistente social, caberá a aplica~~o de medidas disciplinares, que ve~ham garantir a fielobservància das exigências da proflss~o e do presente Ç~digo. I . ··----l1 1,1 \' , CAPITULO 11 nus n~VERES ~UNDAMENTAIS Art. 40. - o ~5si5tente social no desempenho das tarefas inerentes à sua profi5s~O deve respeitar a dignidade da pessoa humana que, por sua natureza ~ um ser inteligente e livre. Art. 50. - No.exercicio de sua profiss~o, o assist~nte social te~ o dever de respeitar aspo5iç~es filos6ficas, politica~ e religiosas daqueles a quem $e destina sua atividade, prestarido- lhes os serviços que lhes s~o devidos, tendo-se em vista o principio de-auto-determina~~o. Art. 60. - O assistente social deve zelar pela tamilia, grupo natural para o desenvolvimento d~pessoa humana e.base essencial da sociedade, defendendo a prioridade dos seus direitos e e~corajando as medidas que favoreçam a sua estabilidade e integridade. Art. 70. Ao assistente social cumpre contribuir para o bem comum, esforçando-se para que o maior número de criaturas humanas dele se beneficiem, capacitando individuos, grúpos e comunidades para sua melhor integraç~o social. Art. 80. O assisténte social deve colaborar com os poderes públicos na preservaçâo do bem comum e dos direitos individuais, dentro dos principio~ democr~ticos, lutando inclusive para a estabslecimsnto de uma ordem social justa. d _a~sistente .social estimulará gr~pal e comunitária no processo de pela corre~~o dos desniveis sociais. a participa~~o de aerivoIvimen to, Art.9a ~ iridividual ~ propugnando fArto 10 O assistente social .no cumprimento de seus deveres civicos, colaborará nos programas nacionais e internacionais, que se destinem a atender ~s reais necessidades de melhoria das condiç~es de vida para a sua p~tria e para a humanidade. Art. 11 - Ao assistente sociil cumpre respeitar a justi~a em tdd~s as suas formas, comutativa, distributiv~ e social, lutando para o seu fiel cumprimento, dentro dos principias de fraternidade, na plano nacional e internacional. Art. 12 - O assistente social, conforme estabelecem os principios ético5B a Lei pen~l, déve pautar tOda a sua vida profis~ional {ncondiciónalmentepelaverdade. Art. 13 - O"assistente social noexerc~cio. de'sua. profiss~o deve aperfeiçoarsernpre· seus ccnhec í men toe, incentivando· o pr.ogresso,·a atualiia~~o-e difus~o- do Serviço Social • ..:..- O assistente social tem o dever de tespeitar a~ outras profissDes, exigindo outrossim respeito ~o Servi~o Social, quer atuando individualmente nrt.. 14- éticas das r.elativas normas àquelas OLl em 25 :>. equipes. CAPITULO 'III DO SEGREDO PROFISSIONAL Art. 15 - O assistente social é obrigado pela Etica e pela Lei (e rt , 154 do Código Penal) aguardar segredo sobre todas as conf~dências recebidas e fatos de .que ten~a conheci~ento ou haja observado no ~xercicio de 5GB atividadeprofi5sional,obriq~ndo-se a exigir o mesmo segredo de todos os seus colaboradores. $ 10. - Tendo-se em vista exclusivamente impedir um mal maiOr, serà admissivel a revelaiâo do segredo profissio~al para evitar um dano grave, injusto e atual ao próprio cliente, ao assistente social, a terceiros e ao bem comum. $ 20. A revelaç~o s6 serà feita, ap6s terem sido empregados tod~s os recursos e todos os esfor~os; para que o prbprio cliente se disponha a revelá-Io. $ 30. - A revelaç~o serà feita dentro do estríto necessàrio, o mais discret-a-mente possivel, que r-em relaç~o ao grau e ao nL.lmerO de pessoas que dele devam tomar conhecimento. Art. 16 Além do segredo pr6fissional, ao qual está ~oral e legalmente sujeito, o assistente social deve guardar discriç~o no que' concerne ao exercicio de sua profiss~o, sobretudo quanto à intimidade das vidas particulares, dos lares e das. i~stitui~bes 6nde trabalhe. . (kt. 1.7 U C::lssistE'mt.E~s;ocl.aln~D S(;~ c)bl'"iç~t:\a dF:por", corno te~;ternLlnha~ sobre 'fatos de qUE! tenha conhecim.ento pr-ofissional, mas intimado a prestar depoimento, deverá comparecer perante à autoridade competente pára declarar-lhe que está ligado à obrl.gac;~o do segredo pro'físsional, de acordo com oart. 1·44 do Código Civil. CAPITULO IV DOS DEVERES PARA COM AS PESSOAS, GRUPOS E COMUNIDADES ATINGIDOS PELO SERVIÇO SOCIAL Art ..18 - O respeito pela pessoa humana, consideradonos~rts. 40. e 50. deste '.Cbdigo ,-,'d.eve .nortear a atuac;~odo' assisten te. social', mesmo.que esta atitude. reduza aeficàcia imediata'da aç~o. Art. 19 - O assistente social em seu trabalho junto aos cliehtes, grupos e comunidades, deve ter o sentido de justi~a, empregando o máximo de seus conhecimentos e o melhor de sua capacid~de profissional~ para a 50lu~ào dos vàrios problemas sociais. 26 .:'.' ,y ':..•.. Art. 20 A a~~o do assistente social serà perseverante. a despeito das dificuldades encontradas, n~o abandonando nenhum trabalho sem justo. motivo. CAF' I TUL.O V I': Art. 21 - O assistente social esforÇar-se-á para que seja mantido um bom entrosamento entre as agências de Serviço Social e demais obras ou serviços da comunidade, com o objetivo de assegurar m0tua compreens~o e eficiente colaboraçâo. $ 0nito As criticas construtiVa~ que contribuam para o aperfeiçoamento do Se~viço Social e entendimento crescente entre as obras, poder~o ser feitas pertinentémente"e com discriç~o. A~t. 22 - O assistente social deve interessa~-se por todos os grandes problemas sociais da comunidade, dentro de uma perspectiva da realidade brasileira, colaborando com seus recursos pessoais e r.éc ní.coe , para C) de:.envolvimento solidário e hal~mÓni.codo pais. DOS DEVERES PARA COM OS SERVIÇOS EMPREGADORES Art. 23 - O assistente social, profissional liberal, tecnicamente independen te na e:-:ecuç~ode seu traba lho, se obriga a "prestar contas e seguir diretrizes emanadas do seu chefe hieràrquico, observando ~s normas administrativas da entidade que o empreg~. Art. "24 - O assistente Social tem por dev~r "tratar superiores, colegas ~subordinados hie~árquic6s com o respeito e cortezia devidos, usando discri;~o, lealdade e justiça no convivio que as obriga;bes do trabalho impbém. Art. 25 - O assistente sqcial deve zelar pelo bom nome da entidade que o emprega, p~estando-lhe todo e5for~o para que a mesma alcance com êxito seus legitimas objetivos. Art. 26 - O assistente social zelarà para que sej~ ~antida em seus serviios perfeita organiza~~o, fator valioso de eficiência e procf ut í.v i dade , Sf?mcontudo bUl~ocratizar suas 'funçô;es. Art. 27 O assistente social deve ser pontual e assiduo no cumprimento de seus deveres para"com a entidade, jamais relegando Qseu trabalh6 para ocupa~-se de assuntos estran~os ~natur~za do seu cargo. Ar't. 28 "O assistente social e:':ercerá""suas."funçôes com honestidade,. obedecendo rigol"osamene ':-;\05" pr'eceitos·ét"icos" eàs legitimas ex~gências da entidade, n~o se prevalecendo de sua 5ituaç~o para obter vantagens. 27 .,.. " .~. CAF'ITULO V I DO~ DEVERES PARA COM OS COLEGAS Art. 29 O assistente ~ocial deve ter uma atitude leal, de solidariedade e consideraç~o a seus colegas abstendo-se de criticas e quaisquer atos suscetiveis de prejudicà-los, .óbse~vando os deveres de ajud~ m6tua profission~l. $ 6nico O espirito de solidariedade n~o poderà entretanto, induzir o assistente social a ~er conivente com o erro, ou deixa~ de combater através de processos adequados os ~tos qu~ infrinjam os principias éticos e os dispositivos legais que regulam o exercicio da profiss~o. Art. 30 O assistente social n~o aceitarà cargo ou funç~o antBriormente ocupados por um colega, cuja desistência tenha ocorrido por raz~es de ética profissional previstas no presente Có d .1.t]Cl, dE'!:;dE~ -qu.em.-antid-c\sas razí~Jesde lenninant<-:sdo c:dastamento. CAPITULO VII DAS ASSOCIAÇ~ES DE CLASSE Art. 310 àssistente social deve colaborar re~rese~tativ~s de sua clásse, ~elando pelas suas no sentido de um aperfeiçoament6 cada vez maiof do e dignificaç~o da profiss~o. com os. 6rg~os pn?rn)gati vas, . Servi<;o Social $ 6nico O assistente social n~o deve excusar-se~ causa~ de prestar aos ~rg~os de classe qualquer solicitada no ~mbito profissional. sem jLlsta colaboraç:~o {'\rt.32 - E devel~ de todo assistente social repreaeriter, jun-to'aos órg~os de classe, sobre assunto de interesse profissional geral ou pessoal e do bem comum. CAF'ITULO VI II DO TRABALHO EM EQUIPE Art. 33 - O assistente socialdeve.exercer suas_~un<;bes'na~ equipe com· imparc ialidade, independente de sua pos í.cào : hierárquica •. Art. 34 - O trabalho em equipe n~o dimiriui a responsabilidade de cada profissional pelos seus atos e funçbes, devendo, na sua atua<;~occolaborar para o ~xito do trabalho em comum .. '" a) advertência confidencial; b) censura conf~dencial; c) censura p~blica; d) 5uspens~c do exercicio da prefi~s~e; a) cassa~~o do exercicio profissional. I' CAF' I TULO I X DA RESPONSAB I L IDADE E DA PF~ESER\,lAÇAO DA DI GN IDADE F'ROF 155 I ONAL Art. 35 - O assistente social responderá civil e penalmente por ates profissionais danosos a que tenha dado causa no exercicio de sua pro~iss~o, por ignor8ncia culpável, om~ss~o~ imprudênc~a, negligénc~a, cólabora~~o Ou má fé~ Art. 36 Além do respeito às disposi~~es legais, a responsabilidade moral deve ser o alicerce, em que se assentará o trabalho do assistente social; pois na consciência reta estará a maior garantia do respeito e'exercicio dos direitos individuais e sociais. Art. 37 - Todo assistente social, mesmo fora do exercicio de sua pro':f:iSs<:.'l:o,deverá abster-se de qualquer a~~o que possa desaboná- Ia, procurando firmar sua conduta pessoal por elevado padr~o ético, contribuindo para bom conceito da profiss~o. Art.. ~~B. - E da responsabi I idade do assistente 'social zeLar prerrogativas de seu cargo ou fun;bes, bem como respeitar ou t.r ern , pelas as de CAF' ITUL,O X DA APLICAÇAO E OBSERVANCIA DO CODIGO Art. 39 - Todos os que exercem a profiss~o de lem o dever de acatar as decis~es deste Código e no respecti~o Conselho Regional de Assistentes dever~o declarar conhecê-Io, comprom~tendo-se, f·e~peitá-lo. assistente social ao inscreverem-se Sociais (eRAS), por escrito, a Art. 40 - Compete aos Conselhos Regionais de Assistentes Sociais (CF~nS) , em primeira inst:itnci'a,a apl,lI'"a~~Ode faltas cometidas contra este Código, bem como, a aplica~~o de penalidades, cabendo recurso ao Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFAS), conforme estabelecem os arts. 90. e 12 do Regulamento aprovado pelo Decreto no. 994 de 15-5-1962. Art. 41 Os infratores ao presente Cbdigo est~o sujeitos às se~uint~~ ~edi~as discipl~nares~ , , -------..,,'" "., ~• Art. 42 - 05 processos relativas às infra~~ d , t ~ - • as o nresenta CbdlnOobedecer~o ao dlspes' o ne ~egimento Intern~ do C ~l v" ~., «("f-A~') onse ho Fed"~r"'l'd-~5s1stentes boclals -- ~ - (CAP. IV g - -- ~rt. 13 a 17) a a norm-~contidas em "Instl'-uc;t!es"esp(~cialmenb;,)b d ••••alxa as pelo Conselho p~rtleste 'l'ill1. Art. 43 - E dever de todo assistente social zelar pel~ ob '." = serv3nc14das normas contldas neste CbdlgO, dar conhecimento ao C lh Regional de Assistentes Sociais (CRAS) da res~ectiya Regi~~nseco: ní scr í.cão .« 'fundarnentaç'ae"de atos qu e constit.uírem infraç:be~ aos principies ~ticos. nele contidos. $ 0nico- Em ca~o de d8vida scbre~ enquadramentode determinado fato nos principias contidos neste Cbdigo, o assistente social poderà formular ao respectivo Conselho Regional de Assistentes Sociais (CRAS) consulta que, n~o assumindo caráter de den8ncia. incorrérà nas mesmas exigências de discriç:âo e fundamentaç:âo. ' CAPITULO XI DAS DISfOSIÇOES GERAIS Art. 44 - Caberá ao Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFAS) qualquer alteraç~o do presente Cbdigo, consultando os Conselhos Reqionais de Assistentes Sociais (eRAS), competindo, ainda àqwele 6rg~o, como Tribunal Superior de Etica Profissional, firmar jurisprudência na aplica~~o do mesmo e ainda nos casos omis~os. . . Art. 45 - Caber~ ao C~nsel~6 Federàl de Assistentes Sociais (CFAS) e aos Conselhos Regionais de Assistentes Sociais (CRAS) promoverem a mais ampla divulga~~o déste CÓdigo, de modo que seja do pleno conhecimento de entidades nas quais se desenvolvam programa~ de Se rv i'~o Soe 1.ê:'\ I Art. 46 pu oI iCéH;:3:0. O presente Cbdigo entrarà em vigor na data de sua Rio de Janeiro,B de maio de 1965 CONSELHE IfiOS Helena Iracy Junqueira Mar"ié,August.:\de Luna Albano Ar-lette Braga Nair Cruz de Oliveira Abelardo Vieira de Araujo Nair de Souza Motta
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