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Instituições Sociais Bibliografia Vila Nova, Sebastião. Introdução à Sociologia. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2009, p. 173-184. Divisão da Sociologia por Auguste Comte Remonta a criação da própria Sociologia a sua divisão, através de Auguste Comte, em estática e dinâmica social. Dinâmica: diz respeito ao estudo dos processos e, sobretudo, da mudança social. Estática: se refere ao estudo dos componentes da sociedade necessários à sua estabilidade. Instituições Sociais São conjuntos de valores, crenças, normas, posições e papéis referentes a campos específicos de atividades e de necessidades humanas. As normas e os valores compreendidos por cada instituição orientam e regulamentam as necessidades humanas. As instituições estabelecem o modo socialmente aceito de satisfazer a determinadas necessidades e realizar certas atividades. Servem para estruturar a sociedade. Características das Instituições Universalidade: Existem, segundo as evidências etnográficas disponíveis, em todas as sociedades, desde as tribais até as complexas sociedades urbano-industriais. Coercitividade: estabelecem regras e costumes que devem ser seguidos. Interdependência: Provocam muitas vezes mudanças mútuas. Aquilo que ocorre num campo institucional tende a refletir nos demais. Exterioridade: é exterior ao indivíduo, independe de uma vontade exclusiva. A satisfação das necessidades humanas são orientadas por valores e reguladas por normas Se certo número de valores e de normas vale para todas as situações sociais, grande parte se refere a determinadas posições, assim como a campos específicos de necessidades e de atividades humanas: o familial, o político, o econômico, o religioso, o educacional e o recreativo. O que queremos dizer quando afirmamos, por exemplo, que a família é uma instituição? O que significa dizer que a educação, a religião, o governo, a economia ou recreação são instituições sociais? Família A família, como instituição, refere-se universalmente à orientação e à regulamentação das relações de parentesco, da procriação, das relações sexuais e da transmissão dos componentes intermentais básicos da sociedade. As formas de organização da família refletem as imposições da coletividade para a sua própria sobrevivência. Ex: Nas sociedades tradicionais agrárias, o tipo predominante de família é a extensa ou patriarcal, que compreende várias gerações de parentes, por consanguinidade, por casamento ou por agregação. É comum, em muitas sociedades, como no Brasil colonial que esse tipo de família seja, ao mesmo tempo, unidade de consumo e de produção, ou seja, que os principais bens necessários à família – alimentos, vestuário, calçado, etc. – sejam produzidos por ela própria. Economia As atividades econômicas são institucionalizadas à medida que são explicadas por crenças, legitimadas por valores e reguladas por normas. Assim, em todas as sociedades, para a produção, a circulação, a distribuição e a troca de bens escassos, existem crenças, valores, normas, posições e papéis determinados. O capitalismo não existe apenas como um conjunto de práticas econômicas, mas, também, como um complexo de crenças, valores e normas sociais, ou seja, como uma instituição, o mesmo se podendo afirmar dos modos feudal e escravista de produção. Cada modo de produção é uma instituição. Importância de cada instituição social é relativa, de acordo com o nível de complexidade social, decorre do grau de complexidade e diversificação da divisão do trabalho. Nas sociedade tribais, as instituições econômicas são menos importantes do que as instituições da família e da religião. Instituições Políticas As instituições políticas não são exclusivas das sociedades letradas. Caciques, chefes tribais de todo tipo, conselhos de anciãos com a atribuição e o poder de julgar e deliberar são evidências da existência de instituições políticas em sociedade tribais. A finalidade explícita das instituições políticas é o controle social formal; ordenar a sociedade. À medida que as sociedades de tornam mais complexas, as instituições políticas se apresentam de modo mais ostensivo e passam a ser conduzidas por um quadro de pessoal especializado. Extensão territorial e populacional , bem como heterogeneidade cultural são fatores de surgimento e desenvolvimento da necessidade de instituições políticas mais bem definidas e de um quadro pessoal e administrativo necessário ao controle social. Os estados contemporâneos têm apresentado a tendência a serem conduzidos segundo critérios racionais e, logo, ampliar o seu aparato tecnoburocrático. Religião As instituições religiosas dizem respeito às relações que os homens estabelecem que o domínio metaempírico da realidade. Uma das instituições mais importantes para a organização social, precisamente pelo seu conteúdo moral que reflete no comportamento real das pessoas. As crenças e os valores religiosos são fatores muito poderosos de formação de atitudes. A religião é um dos mais fortes componentes do ethos, ou seja, do caráter, do modo de ser de qualquer povo. Recreação Em todas as sociedades existem modos culturalmente estabelecidos para o alívio das tensões acumuladas nos indivíduos em decorrência das frustrações geradas pelas inevitáveis restrições da vida social. Ex. Carnaval, futebol, o jogo (fundamento do lazer). Na espécie humana a inclinação à brincadeira, ao jogo, é moldada pela cultura. A recreação é institucionalizada em toda e qualquer sociedade, o que equivale a dizer que ela é submetida a um código de normas dotadas de significado que estabelece como os indivíduos podem satisfazer às necessidades de alívio das tensões, resultantes de uma submissão às expectativas de comportamento padronizado para os papéis que eles desempenham, do modo culturalmente definido como correto em sua sociedade. Educação A educação constitui uma instituição universal pelo fato de que em todas as sociedades – das comunidades tribais às complexas sociedades urbano-industriais – é necessário garantir não apenas a continuidade biológica, mas, igualmente, a transmissão das normas, dos valores, dos símbolos e das crenças, enfim, da estrutura intermental sem a qual nenhuma sociedade pode funcionar. Foi a partir da Revolução Industrial, com a emergência da economia capitalista e a ampliação do trabalho social, que a escola veio a afirmar-se como uma instituição absolutamente necessária ao funcionamento da sociedade de classes, como meio de garantir o treinamento dos indivíduos para a multiplicidade das novas posições que a economia desse novo tipo de sociedade burguesa passou a demandar. É a escola que permite maior eficiência no processo de transmissão de conhecimentos e técnicas, mas, igualmente, facilita a integração do indivíduo a cultura cosmopolita transnacional.
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