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LIGA NÍQUEL-TITÂNIO NITINOL MESTRANDO PPCEM-MICHEL BRITO UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – UFPB Níquel é um elemento químico de símbolo Ni de número atômico 28 e de massa atômica 58,7 uma. À temperatura ambiente, encontra-se no estado sólido. É um elemento de transição situado no grupo 10 da Classificação Periódica dos Elementos. Material com grande resistência à oxidação, à corrosão e mecânica. Sua utilização varia desde cunhagem de moedas até material bélico e fabricação de aços de alta qualidade como os aços inoxidáveis. Tem peso especifico de 8,89 g/cm3, ponto de fusão de 1455°C e estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC) NÍQUEL O elemento químico representado na tabela periódica com o símbolo Ti, número atômico 22 com massa atômica 47,90 uma. Trata-se de um metal de transição leve, forte, cor branca metálica, lustroso e resistente à corrosão, sólido na temperatura ambiente. Boa resistência a corrosão, resistência mecânica, variando entre 240 e 690MPa Possui densidade de 4.54g/cm3 a 298K, intermediaria a do aço, que possui densidade de 7.85g/cm³, TITÂNIO Propriedade (20°C) Níquel Titânio Símbolo Ni Ti Eletronegatividade 1,91 1,51 Raio atômico 124 pm 140pm Estrutura cristalina CFC Hexagonal Massa específica(g/cm³) 4,54 8,89 Numeroatômico 28 22 Ponto de Fusão 1455°C 1.668 °C Tabela de comparação INTODUÇAO: Memória de forma foi demonstrado pela primeira vez em 1932 pelo físico Sueco Olander em seu estudo baseado em ligas compostas por Au-Cd. Já primeiros relatos da existência da liga Nitinol datam do fim dos anos 50, mais precisamente em 1959, quando William Buehler anunciou a sua descoberta, visando encontrar outras ligas com características de memória de forma. O nome comercial atribuído à liga advém de uma combinação de palavras: as iniciais dos elementos principais (níquel e titânio) e do seu local de descoberta, no laboratório naval da marinha americana, no Naval Ordance Laboratory. A liga Nitinol tem uma vasta aplicação devido às propriedades de superelasticidade, memória de forma, biocompatibilidade e alta resistência à corrosão. Essas características estão presentes graças à combinação dos elementos níquel e titânio em composições equiatômicas. O efeito memória de forma, um dos efeitos mais interessantes e conhecidos nessas ligas, pode ser explicado através de transformações de fase austeníticas para martensíticas, que também propicia o aparecimento do fenômeno da superelasticidade Liga Níquel - Titânio (NITINOL) Diagrama de fases Representação parcial do diagrama de fases da liga Nitinol na composição equiatômica. Fonte KOMPATSCHER apud CAMPISTA (2005) Porcentagem dando fase entre 48 à 58%Níquel: O Nitinol é extremamente difícil de fazer, devido ao controle de composição excepcionalmente apertado necessário, e a tremenda reatividade do titânio. Cada átomo de titânio que combina com oxigênio ou carbono é um átomo que é roubado. INFLUÊNCIA DO BALANCEAMENTO QUÍMICO: Temperaturas de transformação, em função da aplicação da liga e sua composição Transformação de fase na ausência de tensão A austenita é caracterizada por uma estrutura cúbica de corpo centrado (CCC), onde o átomo de níquel está no centro da estrutura cristalográfica e o átomo de titânio está nos oito vértices do cubo. A fase austenítica é microestruturalmente simétrica, por isso pode ser considerada fase de origem. A estrutura ordenada CCC é do tipo B2. A fase martensítica do NiTi é menos simétrica e caracterizada por uma estrutura monoclínica B19’. Deformação por maclação : Mecanismo importante na deformação plástica de metais HC e CCC, principalmente a baixas temperaturas e em altas velocidades de deformação Com a aplicação de tensões nas estruturas de contornos de maclas, estes irão se movimentar e durante esta deformação, produzirão uma forma para melhor acomodar estas tensões. Este mecanismo de reorientação é conhecido como demaclação. Maclação e demaclação são processos tipicamente usados em SMA, estes mecanismos são a base para explicar as propriedades macroscópicas das SMA Recuperaçao por Maclaçao: RECUPERAÇÃO : A transformação reversa induzida por aquecimento recupera a deformação plástica, a passagem para austenita produz uma grande tensão de transformação com a mesma amplitude, porém com sentido oposto a deformação plástica, assim, a SMA retorna sua forma. Contorno de macla Maclação e demaclação são processos tipicamente usados em SMA, estes mecanismos são a base para explicar as propriedades macroscópicas das SMA. APARECIMENTO DE UMA TERRCEIRA FASE: Sob certas circunstâncias, como trabalho a frio, ciclos térmicos, tratamento térmico ou composição química, uma fase intermediária conhecida como romboédrica ou fase-R, pode aparecer entre a austenita e a martensita. Esses precipitados, além de endurecer a liga, também dificultam o deslizamento das discordâncias, que favorecem o comportamento superelástico da liga Dois caminhos de transformação em ligas de NiTi: primeiro estágio de transformação B2 → B19’, segundo estágio de transformação B2 → fase-R → B19’, transformação reversa B19’ → B2, fase-R → B2. (Adaptado de YANG, 2003). Martensita Induzida por tensao Md: Transformação de fase martensítica que pode ser induzida por carregamento mecânico enquanto o material está na fase austenítica Md (temperatura máxima na qual a martensita pode ser induzida por tensão) SUPERELASTICIDADE: capacidade do material em sofrer grandes deformações quando submetido a um carregamento e retornar ao seu estado original com o alívio da carga. No caso do Nitinol, sendo possível recuperar totalmente uma deformação de até 10% para algumas composições da liga Comportamento da liga na fase austenítica, em uma temperatura acima de Md. Temperatura inferior que em A, acima de Af e abaixo de Md Baixa temperatura, com estrutura martensítica estabilizada Os efeitos da superelasticidade podem ser relacionados à memória de forma se levar em consideração a temperatura e o carregamento em que o material está sujeito Relação Tensão temperatura, com a transformação de fase, regra de Clausius-Clapeyron, dσ/dT É possível observar que um aumento na tensão aplicada aumenta as quatro temperaturas de transformação de fases de modo linear Temperaturas de transformação, em função da aplicação da liga e sua composição One Way Shape Memory Effect (OWSME) Macroscopicamente o mecanismo OWSME; (a) Martensita, (b) Carregamento e deformação na fase martensita (T < Mf), (c) Aquecimento acima da temperatura final da austenita (T > Af), (d) Resfriamento até a fase martensita (T < Mf). Two Way Shape Memory Effect (TWSME) Macroscopicamente o mecanismo TWSME; (a) Estado martensítico, (b) várias deformações irreversíveis, (c) aquecimento, (d) resfriamento Stress Assisted Two Way Shape Memory Effect (SATWSME) SMA é deformada por uma carga mecânica que é mantida durante o processo de aquecimento – resfriamento (Md> T > Af). Portanto, um deslocamento sob carga (trabalho externo) pode ser obtido ou, se a SMA é deformada por uma transformação prevista, um esforço mecânico é gerado. O intervalo de temperatura para a transformação da martensita em austenita, decorrente do aquecimento, é um pouco maior em relação a transformação inversa no resfriamento Histereses são geralmente definidas como a diferença entre as temperaturas nas quais o material é transformado 50% em austenita no aquecimento e 50% transformado em martensita no resfriamento. Esta diferença pode ser até 30-40°C e está relacionado com a energia dissipada durante a transformação. Análise de DSC (Differential Scanning Calorimeter) relacionada a uma liga de NiTi. Micrografia: Propriedades mecânicas Aplicações: Video do MIT NITINOL REFERÊNCIAS SASHIHARA, E. M. Produção da Liga Ni-Ti com efeito de memória de forma em forno de fusão por feixe eletrônico e sua caracterizaçãoGODOI, Renan Pereira de. Estudo e Caracterização da Liga Nitinol. 2015. FERNANDES, G.F. Construção e caracterização de mola helicoidal com memória de forma aplicada em um atuador linear termoativado. 2014 OTSUKA, K., and REN, X., 2005, Physical metallurgy of Ti-Ni-based shape memory alloys, Progress in Materials Science, 50, pp. 511-678. OSHIMA R, NAYA E., J Jpn Inst Met, 1975;39:175 OTUKA K. and WAYMAN C. M., 1998, Shape Memory Materials, Cambridge University Press. Obrigado!
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