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Inspeção de abdômen

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Inspeção de abdômen 
Posição
O examinador deve ficar à direita do paciente. Seus braços precisam estar esticados ao longo do corpo (braços atrás da cabeça, por exemplo, aumentam a tensão dos músculos abdominais), os joelhos idealmente precisam estar levemente dobrados (para aliviar a tensão dos músculos abdominais. Pode-se colocar um travesseiro em baixo dos joelhos), o paciente deve estar despido da região inferior do esterno até os joelhos (com a genital coberta).
Caso o paciente tenha se queixado de dor, a área dolorida deve ser examinada por último, afim de evitar tensão provocada pelo toque.
Avaliação dos aspectos gerais.
Análise de atitudes e fácies
- Pacientes com cólica renal ou biliar se contorcem no leito
- Pacientes com peritonite permanecem imóveis, com o joelho fletido para relaxar a musculatura abdominal e diminuir a pressão.
- Pacientes com palidez das mucosas e sudorese podem traduzir choque inicial da pancreatite ou perfuração da úlcera gástrica
- Sinais de depleção e desnutrição
- Análise da boca e da mucosa oral
 * Depósito de melanina: Síndrome de Peutz-Jeghers
 * Telangiectasias: Osler-Weber-Rendu 
- Fácie cushingnóide
Análise da frequência respiratória
Inspeção da pele e dos fâneros
Icterícia: avaliar esclera e mucosas. Perguntar se o paciente está sentindo pruridos generalizado.
Telangiectasias: pode indicar cirrose alcoólica e doença vascular de colágeno. Também é frequente na gravidez.
Ulceração dolorosa de membro inferior: pode acompanhar doença inflamatória intestinal. Ex. pioderma gangrenoso
Alterações nas unhas: examinar alterações no leito ungueal, principalmente no tamanho da lúnula. Ex. pacientes com cirrose apresentam unhas de Lindsay. 
Inspeção do contorno do abdômen e hérnias
Forma do abdômen: escafoide (pode estar relacionado à caquexia) ou protuberante (ascite, gases, esplenomegalia, obesidade)
Assimetria, distensão, massas, ondas peristálticas visíveis devem ser pesquisadas olhando por cima do abdome 
Estrias: quando prateadas, indicam perda de peso. Estrias violáceas indicam distúrbio adrenal.
Cicatriz umbilical: pressão intra-abdominal elevada ou hérnia.
Equimose: pode ser sinal de pancreatite hemorrágica ou estrangulamento de alça intestinal (sinal de Grey-Turner). Quando periumbilical, indica hemoperitônio (Sinal de Cullen).
Tosse voluntária: aumenta a pressão intra-abdominal, provocando abaulamento súbito das áreas inguinal, umbilical e femoral em casos de hérnias. Em pacientes com cirurgias prévias, pode ocorrer o abaulamento da cicatriz da cirurgia. Essa técnica também permite avaliar áreas de maior dor, já que a elevação da pressão gera aumento da dor em áreas específicas.
Inspeção de veias superficiais
A drenagem dos dois terços distais do abdômen é feita em direção inferior.
Na presença de obstrução da veia cava superior, as veias podem se apresentar dilatadas e o fluxo ter direção cefálica
Em pacientes com hipertensão portal, temos o quadro de cabeça de medusa, com as veias irradiando do umbigo. Ocorre devido ao retorno do fluxo das veias pelo ligamento falciforme.
Com as veias dilatadas, para determinar o fluxo sanguíneo, faz-se a seguinte manobra: pressione os indicadores em uma veia dilatada, de sentido cefálico-caudal. Depois, deslize com um dos dedos por aproximadamente 10cm no sentido cefálico e depois solte, para ver se o fluxo vai no sentido caudal. Depois repita, mas solte o dedo que não foi deslizado, para ver se o fluxo vai no sentido cranial.

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