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7 Semio Abdome e Digestorio

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1 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
EXAME DO ABDOME 
ANATOMIA 
Está localizado entre o diafragma torácico que 
forma o teto da cavidade abdominal e a pelve. A 
linha que liga o promontório sacral à sínfise púbica 
é o seu limite inferior. Superiormente se estende 
até aproximadamente o quinto EI anterior quando 
em decúbito dorsal. 
 
Limites: 
• Superior: diafragma 
• Inferior: músculos do assoalho pélvico 
• Anterior: músculos retos abdominais 
• Lateral: músculos oblíquos e transverso 
• Posterior: musculo quadrado lombar e 
psoas 
OBS: O pâncreas a dor é no andar superior do 
abdome, porque ele ocupa quadrante direito e 
esquerdo! Dor em barra. 
Anteriormente: pode ser dividido em 4 
quadrantes (duas linhas perpendiculares passam 
pela cicatriz umbilical) ou em nove regiões 
 
 
 
 
 
 
 
2 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
Posteriormente: é delimitado pelo rebordo costal 
superiormente e pelas cristas ilíacas 
inferiormente, sendo dividido no plano mediano 
em região lombar direita e esquerda 
 
OBS: Rins geralmente não são palpáveis, só em 
condições patológicas! Rim direito mais baixo pelo 
fígado e mais fácil de palpação na patologia. 
OBS: Sequência do exame: inspeção, ausculta, 
percussão, palpação 
OBS: Tamanho hepático normal: 6 a 12 cm na linha 
hemiclavicular direita e de 4 a 8 cm abaixo do 
apêndice xifoide 
 
ANATOMIA RADIOLÓGICA 
 
 
 
A: Lobo direito do fígado, lobo esquerdo do fígado, 
uma parte do estomago, o baço, próximo a coluna 
lombar vê os grandes vasos passando, a aorta 
abdominal, veia cava 
 
3 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
B: Os rins (com rim direito eliminando contraste), 
corte das vísceras ocas, parte escura é gás, mais 
cinza/hiperdenso são líquidos e fezes 
C: Polo inferior dos rins, musculatura lombar 
próximo a coluna, vísceras 
 
DOR ABDOMINAL 
Dor visceral: 
• Órgãos abdominais ocos, como o intestino 
ou a arvore biliar, contraem-se de forma 
extremamente vigorosa ou são distendidos 
ou esticados. Os órgãos sólidos, como o 
fígado, também podem causar dor no caso 
de estiramento de sua capsula 
• A dor visceral pode ser de localização 
difícil. Tipicamente ocorre próximo a linha 
media 
• Sentida como corrosão, queimação, cólica 
ou ser vaga e imprecisa. Quando é intensa, 
pode associar-se a sudorese, palidez, 
náuseas, vômitos e inquietação 
• Dor visceral no quadrante superior direito 
pode resultar de distensão da capsula 
hepática na hepatite alcoólica 
• Dor visceral periumbilical pode implicar a 
fase inicial da apendicite aguda, por 
distensão do apêndice inflamado. 
 
Dor parietal: 
• Origina-se de inflamação no peritônio 
parietal 
• A sensação álgica é constante e vaga, 
geralmente mais intensa que a dor visceral 
e com uma correspondência de localização 
mais precisa sobre a estrutura envolvida 
• É tipicamente agravado por movimentos 
ou tosse 
• Os pacientes preferem ficar, em geral, 
deitados ou imóveis 
• Ocorre transição gradual da dor visceral 
para dor parietal no quadrante inferior 
direito do abdome, secundaria a 
inflamação do peritônio parietal adjacente 
Dor referida: 
• É percebida em locais mais distantes, que 
são inervados aproximadamente pelos 
mesmos níveis espinais que as estruturas 
acometidas 
• Aparece, com frequência, quando a dor 
inicial torna-se mais intensa, parecendo 
irradiar-se ou disseminar-se a partir do seu 
ponto de origem 
• Pode ser sentida superficial ou 
profundamente, mas em geral é bem 
localizada 
• Dor de origem duodenal ou pancreática 
pode ser referida para o dorso; dor 
originada nas vias biliares pode ser referida 
para o ombro direito ou a região posterior 
direita do tórax 
• Dor da pleurisia ou do infarto agudo da 
parede inferior do miocárdio pode ser 
referida para a região epigástrica 
O ato de dobrar o corpo devido à dor em caráter 
de cólica indica calculo renal. A dor epigástrica 
súbita, em caráter de facada, ocorre na 
pancreatite por cálculos biliares 
A dor epigástrica ocorre na gastrite e na doença 
por DRGE. Dor no quadrante superior direito e na 
região superior do abdome é comum na colecistite 
A distensão abdominal pode ocorrer na doença 
inflamatória intestinal, eructação por aerofagia ou 
deglutição de ar 
Pirose + refluxo de ácido ou regurgitação 
(eliminam o conteúdo esofágico ou gástrica sem 
náuseas ou ânsia de vomito) mais de 1x na semana 
pode ser DRGE 
Dor no quadrante inferior direito, ou que migra a 
partir da região periumbilical, associada a rigidez 
da parede abdominal á palpação, é mais 
provavelmente causada por apendicite. Nas 
mulheres avante a possibilidade de doença 
inflamatória pélvica, ruptura de um folículo 
ovariano e gravidez ectópica 
 
4 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
Dor em cólica, que se irradia para o quadrante 
inferior direito ou esquerdo do abdome, pode ser 
causada por calculo renal 
Dor no quadrante inferior esquerdo com massa 
palpável pode ser decorrente de diverticulite. Dor 
abdominal difusa com peristalse ausente e 
abdome rígido, defesa ou descompressão 
dolorosa na palpação indica obstrução do ID ou IG 
Vômitos e dor indicam obstrução do ID 
 
ANAMNESE 
Cavidade bucal: 
• Dor: odontalgia, glossoalgia, estruturas 
anexas (ATM, glândulas salivares) 
• Halitose: causas bucais e não bucais 
(respiratórias, metabólicas, digestivas) 
Esôfago: 
• Disfagia: dificuldade de deglutição, alta 
(orofaringe/tipo engasgo) ou baixa 
(esofágica/tipo entalo) → Causas: benignas 
ou malignas, mecânicas ou motoras 
• Pseudodisfagia e “globus histérico” 
• Odinofagia: dor ao deglutir → Causas: 
ulcerações do esôfago, infecções por 
citomegalovírus, herpes, moniliase 
• Pirose: azia, queimor 
• Dor esofagiana 
• Regurgitação: retorno do alimento sem 
náuseas ou uso de prensa abdominal 
• Eructação: arroto 
• Soluço: contrações espasmódicas do 
diafragma 
• Sialose: sialorreia, ptialismo, 
hipersalivaçao 
• Linfonodo de Virchow: Sinal de Troisieur 
 
Estomago: 
• Dor 
• Náuseas e vômitos 
• Dispepsia (tipo refluxo, ulcera e 
dismotilidade) 
• Saciedade precoce: sensação de que o 
estomago fica cheio logo depois de iniciar 
a alimentação de forma desproporcional 
ao volume de alimento ingerido 
• Plenitude pós prandial: sensação de que a 
comida permanece de forma prolongada 
no estomago 
• Pirose: sensação de queimação 
retroesternal, após alimentação, noturna, 
piora com o decúbito dorsal. Causas: 
angina atípica (resultando em infarto), RGE 
• Doença do refluxo gastroesofagico (RGE): 
saciedade precoce + plenitude pós 
prandial + pirose 
Hematêmese: 
• Hemorragia digestiva alta, acima do ângulo 
de Treitz 
• Ulcera péptica, varizes de esôfago, 
Mallory-Weiss, lesão aguda de mucosa 
gastro-duodenal (LAMGD) e tumor de 
estomago 
Intestino: 
• Diarreia aguda < 14 dias de duração 
• Informações importantes da diarreia: 
duração, frequência, consistência, 
produtos patológicos (muco, sangue, pus), 
presença de gordura (esteatorreia), 
sintomas associados 
• Aumento da pressão osmótica do 
conteúdo intraluminal: laxativo osmótico / 
má digestão 
• Aumento da secreção de água e eletrólitos 
(enterotoxinas, medicamentos) 
• Aumento da permeabilidade da mucosa 
(exsudativa – alterações inflamatórias, 
neoplásicas, isquêmicas) 
• Alteração motilidade intestinal 
(psicogênica) 
• Dor: distensão de alças, aumento da 
tensão muscular/contrações, condições 
inflamatórias ou congestivas (edema), 
isquemia (obstrução arterial, processos 
inflamatórios do peritônio 
• Distensão abdominal 
 
5 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
• Flatulência/meteorismo 
• Dispepsia 
Hemorragia digestiva baixa 
• Originada distalmente ao ângulo de Treitz 
• Melena: fezes enegrecidas (sangue 
digerido) → ID ou HDA → Diagnostico pelo 
teste da catalase se duvida 
• Enterorragia/Hematoquezia: sangue vivo 
• Diarreia associada é comum (sangue em 
TGI) 
• Doençasinflamatórias, tumores, 
isquemia, anomalias vasculares 
(hemangioma) e não vasculares 
(divertículos), medicamentos, doenças 
sistêmicas (linfoma), doença 
hemorroidária, fissura anal 
OBS: 
 
OBS: Hematêmese é vomito com sangue vermelho 
escuro ou borra de café; é em jato. É diferente de 
hemoptise que é sangramento do aparelho 
respiratório. 
 
Fígado, vesícula e vias biliares: 
• Dor em QSD 
• Distensão da capsula de Glisson 
(hepatomegalia) 
• Biliar: tipo cólica, em geral após 
alimentação gordurosa 
• Colecistite a dor é contínua 
• Icterícia: coloração amarelada de mucosas 
e pele pelo aumento de pigmentos biliares 
no plasma (hiperbilirrubinemia) 
Pâncreas: 
• Pancreatite: forma clássica é em faixa com 
irradiação posterior, quando 
acometimento de toda a glândula, forte 
intensidade e rápida progressão 
• Náuseas, vômitos 
• Icterícia é comum 
• Diarreia e esteatorreia: insuficiência 
pancreática exógena e leva a má absorção 
e desnutrição 
Cólon, teto e ânus – particularidades: 
• Dor perineal: fácil avaliação, órgãos 
acessíveis a manobras e instrumental 
simples 
• Lesões segmentares dão sem seu trajeto 
• Tenesmo: dor espasmódica com urgência 
evacuatória, que resulta em pequena 
quantidade de fezes ou muco. Afecções do 
reto 
• Obstipação: retenção por mais de 48h ou 
ressecamento, vários fatores 
fisiopatológicos 
• Prurido anal: má higiene, doenças 
perianais, diabetes mellitus, hepatopatia 
crônica, oxiurose (enterobiose) 
 
OBS: O exame físico é feito pelo lado direito do 
paciente, exceto na palpação do baço pode ser 
pelo lado esquerdo! 
 
 
 
 
6 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
INSPEÇÃO 
Examinar o paciente sempre pela direita! 
Iluminação adequada, desnudamento 
Sentado: posição ortostática 
Deitado: decúbito dorsal 
Aquecer mãos e esteto 
Unhas aparadas 
Bexiga vazia 
Fáceis (dor ?) 
Observar: 
• Tipo de abdome 
• Movimentação respiratória 
• Presença de cicatrizes 
• Abaulamentos na parede ou herniações 
• Alterações na pele 
• Presença de circulação colateral 
• Depressões 
• Movimentos peristálticos 
Estática: forma/tipo do abdome, assimetrias, 
abaulamentos, retrações, pilificação e lesões de 
pele, cicatrizes e circulação colateral (turgência 
venosa) 
 
Dinâmica: diástase de retos/hérnias – manobras 
para aumento de pressão intra-abdominal – 
movimento peristálticos, respiratório e pulsações 
→ Manobra de Smith, de Bates e de Valsava, 
movimentos respiratórios, pulsações e 
movimentos peristáltico visíveis 
A) TIPOS (FORMAS) DE ABDOME: 
• Normal ou atípico: plano, simétrico e sem 
aumento ou diminuição do volume, pode 
ser levemente abaulado 
• Globoso ou protuberante: diâmetro 
anteroposterior>diâmetro transverso; 
gravidez, ascite, obesidade, 
hepatoesplenomegalia volumosa, 
obstrução intestinal, tumores policísticos 
do ovário 
 
• Em ventre de batráquio: em decúbito 
dorsal, o diâmetro transversal>diâmetro 
anteroposterior; ascite em fase de 
regressão 
 
• Em avental: obesos, a porção inferior do 
abdome cai como um avental sobre a raiz 
das coxas 
 
• Pendular ou ptotico: variante do abdome 
em avental, mas resultante de uma grande 
fraqueza da musculatura do andar inferior 
do abdome, não necessariamente 
associada a obesidade; flacidez abdominal 
do puerpério 
 
 
7 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
• Escavado: parede abdominal retraída; 
pessoas emagrecidas 
 
B) CIRCULAÇÃO COLATERAL: 
• Circuito venoso anormal visível no exame 
físico de pele 
• Veias dilatadas: impedimento do fluxo 
venoso através dos troncos venosos 
principais (cava inferior e superior e tronco 
braquiocefalico) 
• Não confundir com desenho venoso em 
pessoas brancas! A topografia é normal e 
as veias não são sinuosas. 
• Direção do fluxo sanguíneo: do abdome 
para o tórax, do ombro para o tórax e da 
pelve para o abdome 
 
 
• Presença de frêmitos (ao tocar o paciente) 
e sopros (ao auscultar o paciente), 
causados por recanalização da veia 
umbilical 
• Portal: obstrução ao fluxo venoso 
proveniente das tributarias da veia porta 
(veias esplênica e mesentérica superior), 
em direção ao fígado, levando a formação 
de vasos colaterais e recanalização da veia 
umbilical, culminando com um fluxo 
centrifugo com relação ao umbigo. O 
obstáculo pode ser nas veias supra 
hepáticas ou fígado ou porta. Causa 
principal é a esquistossomose. Cabeça de 
medusa (cordões bem tortuosos). 
• Cava inferior: obstrução ao nível da VCI o 
que leva a um aumento do fluxo venoso 
em vasos colaterais na parede abdominal 
em direção ascendente. Fluxo: abdome → 
tórax à procura da VCI 
• Cava superior: obstrução ou compressão 
da VCS levando ao aumento do fluxo em 
vasos colaterais com direção descendente. 
Fluxo: tórax → abdome. Por estase de 
jugular, cianose e edema é a síndrome da 
VCS 
 
8 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
 
 
 
 
 
 
9 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
OBS: Pode existir de forma mista, a portocava! 
C) ALTERAÇÕES NA PELE: a pele deve ser lisa, 
uniforme, com coloração homogênea; 
presença de cicatrizes, hematomas, padrões 
venosos, lesões, estrias, aberturas artificiais 
(drenos ou ostomias) 
• Telangiectasias ou aranhas vasculares: 
arteríola central que emite ramos, o fluxo 
desaparece à compressão central; 
hepatopatias 
• Sufusões hemorrágicas – equimose, 
petéquias: extravasamento de sangue na 
derme; locais de trauma e em pontos de 
injeção subcutânea de heparina, 
insuficiência hepática, pancreatite aguda, 
rotura de prenhez ectópica com 
hemorragia peritoneal, diáteses 
hemorrágicas 
 
• Sinal de Halstead: equimose em todo o 
abdome 
• Sinal de Cullen: equimose periumbilical; 
hemorragia no retroperitônio por 
pancreatite necrosante e prenhez ectópica 
rota (também em Turner) 
• Sinal de Grey-Turner: equimose nos 
flancos na pancreatite aguda e em 
hemorragia retroperitoneal, aneurisma 
roto de aorta abdominal 
 
• Estrias: esbranquiçadas denotam processo 
antigo causada por obesidade, hipertrofia 
rápida da musculatura; róseas purpúreas 
ou violáceas tem como iniciadoras a 
Síndrome de Cushing 
OBS: típica de Sindrome de Cushing por uso de 
corticoides ou por disfunção da hipófise → 
 
• Cicatrizes: deve registrar localização e 
extensão 
• Cicatriz umbilical: desviada ou centrada, 
plana, protusa ou intrusa, protuberando 
(por hérnia umbilical, ascite, gravidez), 
nódulos endurecidos (não seria inspeção, 
com o dedo indicador iria palpar, porque 
pode ser neoplásico), eczemas e 
inflamações, Sinal de Sister Mary Joseph 
• Herniações: localização e relação com 
cicatrizes cirúrgicas (hérnia incisionais) 
• Abaulamentos: localização, pulsatilidade e 
extensão; sinal de Mary-Joseph/irmã 
Maria José (nódulo umbilical metastático 
indicativo de neoplasia intrabdominal, de 
câncer do trato gastrointestinal) 
 
 
 
10 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
 
D) MOVIMENTOS DO ABDOME 
• Movimentos respiratórios: sexo 
masculino apresenta respiração do tipo 
toracoabdominal que caracteriza 
movimentos abdominal no quadrante 
superior ao respirar. Sexo feminino o 
movimento é torácico devido a gravidez. 
Inflamação do peritônio com rigidez da 
parede abdominal leva a abolição desses 
movimentos 
• Pulsações: visíveis em indivíduos muito 
emagrecidos, na presença de aneurismas 
ou massas próximas ao vaso arterial que 
transmitam a pulsação 
• Movimentos peristálticos visíveis: sinal de 
luta contra uma obstrução em algum 
ponto do TGI 
E) INSPEÇÃO DINÂMICA: 
• Manobra de Smith e Bates: pede-se ao 
paciente que contraia a musculatura 
abdominal elevando os MMII sem fletir os 
joelhos, se a massa visível desaparecer está 
abaixo da parede abdominal (preocupante 
e deve investigar), se permanecer visível e 
palpável indica que é massa da parede 
abdominal, por lipoma, ou 
enfraquecimento/falha da musculatura, 
por hérnias 
 
• Manobra de Valsalva: solicitaao paciente 
para tossir ou para soprar a sua mão em 
punho sem deixar que o ar escape, 
aumentando assim a pressão intra-
abdominal, fazendo com que o conteúdo 
herniario se insinue. Avalia herniações 
devido ao aumento da pressão intra-
abdominal. Diferencia se é lipoma (não 
aumenta) ou hérnia (aumenta) após a 
manobra de Smith e Bates 
 
F) EVISCERAÇÃO: 
 
 
AUSCULTA 
Sempre realizada antes da palpação e percussão 
abdominal! Em casos de abdome agudo elas 
podem alterar os ruídos peristálticos. 
Avalia a motilidade intestinal e presença de 
sopros arteriais. 
Escutar por pelo menos 10 segundos cada 
quadrante e deve ter pelo menos 2 ruído 
hidroaéreos (movimentos peristálticos do 
abdome) para ser normal! 
Ruídos hidroaéreos: 
• Normal: 5 a 34 ruídos do borborigmo 
(borbulhamentos prolongados e intensos 
– gases sem líquidos, como fome 
gastroenterocolites) intestinal por minuto 
ou um borborigmo a cada 4 a 5 incursões 
respiratórias 
• Aumentado ou hiperperistáltico: acima de 
34 ruídos por minuto; “peristalse de luta” 
(intestino tenta vencer uma obstrução) e 
diarreia 
 
11 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
• Hipoperistaltico: <5 ruídos por minuto; 
fases tardias de obstrução intestinal 
• Ausente ou aperistaltico: não se ausculta; 
íleo metabólico, peritonite, choque 
Ausculte os sons intestinais e observe sua 
frequência e características. Os sons normais 
consistem em estalidos e gorgolejos, que 
ocorrem em uma frequência estimada de 5 a 34 
por minuto. Ocasionalmente são auscultados 
borborigmos – gorgolejos prolongados de 
hiperperistaltismo – que correspondem ao 
familiar “estômago roncando”. Como os sons 
intestinais são amplamente transmitidos pelo 
abdome, a ausculta em um único ponto, como o 
quadrante inferior direito, é, em geral, suficiente. 
Onde colocar o esteto? Na região direita 
lateroinferiormente à cicatriz umbilical e lateral 
ao reto abdominal – QID (válvula ileocecal): 
 
OBS: Em caso de ausência de sons deve-se 
auscultar em todos os focos 
OBS: Sopros sugerem doença vascular obstrutiva 
Quanto tempo ouvir? Um minuto! 
OBS: Para dizer se há ausência de ruídos deve 
ouvir no mínimo 5 minutos de forma continua em 
cada quadrante 
Obstrução: 
• 1º sinal de obstrução: aumento dos ruídos 
hidroaéreos 
• 2º sinal de obstrução: presença de ruídos 
metálicos (tentativa de luta dos 
movimentos peristálticos para vencer a 
obstrução) 
• 3º sinal de obstrução: Íleo paralitico → não 
ausculta os ruídos hidroaéreos no abdome, 
a musculatura abdominal fica 
exaurida/exausta sem conseguir contrair, 
por obstrução ou causa metabólica, como 
hipocalemia e hipomagnesemia. O 
organismo procura um meio de eliminar 
isso, são os vômitos fecalóides. 
Sons vasculares: 
• Aorta: sopros aórticos podem ser audíveis 
do apêndice xifoide até a cicatriz umbilical, 
porque se divide nas ilíacas comuns na 
altura da cicatriz umbilical 
• Renais: emergem da aorta na altura da 
região mediana entre o apêndice xifoide e 
a cicatriz umbilical; estenose de artérias 
renais → sopros audíveis nelas 
• Femorais: aterosclerose gera sopro 
assimétrico; sopro de “Pistol Shot” da 
insuficiência aórtica, se transmite 
simetricamente 
• Venosas: sinal de Cruveilhier-Baumgarten 
é um zumbido venoso em cima da 
circulação portal que denota hipertensão 
portal 
 
 
12 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
 
OBS: Descreve os sons: RHA normais (presentes), 
ausentes, hipoativos (diminuídos), hiperativos 
(aumentados) 
Ruídos abdominais e de atrito: Se o paciente for 
hipertenso, deve-se auscultar o epigástrio e os 
quadrantes superiores do abdome à procura de 
sopros. Em uma fase posterior do exame, quando 
o paciente estiver sentado, deve-se auscultar 
também os ângulos costovertebrais. Sopros 
epigástricos restritos à sístole são normais. 
Um sopro com componentes sistólicos e 
diastólicos em uma dessas regiões é muito 
sugestivo de estenose da artéria renal como causa 
da hipertensão arterial. Estima-se que 4 a 20% dos 
indivíduos normais apresentem sopros 
abdominais. 
Sopros com componentes sistólicos e diastólicos 
sugerem turbulência do fluxo sanguíneo por causa 
de doença arterial aterosclerótica. 
Ruídos de atrito são auscultados em pacientes 
com hepatoma, infecção gonocócica peri-
hepática, infarto esplênico e carcinoma 
pancreático 
 
PERCUSSÃO 
Avalia a distribuição de gases no abdome, 
identifica massas solidas, presença de liquido 
livre na cavidade, tamanho do fígado 
(hepatimetria), aumento esplênico e áreas 
dolorosas 
Sons procurados: timpanismo, hipertimpanismo, 
submacicez e macicez 
O timpanismo costuma predominar, em função 
dos gases existentes no sistema digestório, mas 
também são típicas regiões esparsas de macicez, 
em virtude de haver líquido e fezes. Abdome 
protuberante e totalmente timpânico sugere 
obstrução intestinal 
Som timpânico: ar dentro de víscera 
• Percebido em quase todo o abdome 
(porque o intestino ocupa grande parte) 
• Mais nítido no espaço de Traube 
• Variações dependem das diferentes 
quantidades de ar e fezes/liquido em cada 
segmento 
Macicez: áreas de projeção de vísceras maciças. 
• Ascite e tumorações também geram 
• As áreas de macicez podem indicar útero 
gravídico, tumor ovariano, distensão da 
bexiga, hepatomegalia ou esplenomegalia 
• Macicez nos flancos é uma indicação de 
pesquisa adicional de ascite 
Submacicez: Interposição de víscera maciça sobre 
alça intestinal. Víscera maciça sobre a víscera oca 
Hipertimpanismo: Aumento da quantidade de ar 
dentro de uma víscera ou cavidade 
• Distensão gasosa intestinal, 
pneumoperitônio 
Regiões de macicez: massas ou visceromegalias → 
indicação de palpação subsequente 
• Vísceras maciças normais: fígado 
• Vísceras maciças aumentadas: 
esplenomegalia 
• Tumor ovariano 
• Distensão da bexiga 
• Útero gravídico ascite 
• Fezes 
• Demais tumores 
Percuta brevemente a borda anteroinferior do 
tórax, acima das margens costais. À direita, 
geralmente se observa a macicez hepática, 
enquanto, à esquerda, verifica se o timpanismo 
sobrejacente à bolha de ar gástrica e à flexura 
esplênica do colo intestinal 
 
13 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
Deve-se percutir as 9 regiões analisando macicez 
ou timpanismo e o espaço de Traube (delimitado 
pelo rebordo costal, linha axilar anterior e 6º EI 
esquerdo). Som mais nítido no espaço de Traube 
OBS: Macicez no espaço de Traube → 
esplenomegalia (2,5x), estomago cheio 
(alimentação), fecaloma, adenocarcinoma 
gástrico, ascite volumosa, situs invesus ou extenso 
derrame pleural á esquerda 
OBS: Linha de Piorry (da fúrcula esternal à 
extremidade distal da primeira costela flutuante 
esquerda) delimitada no espaço de Traube → se 
percutir medial a linha e o som for maciço indica 
crescimento esplênico verdadeiro e diferencia das 
outras causas 
 
No aumento do baço, ele cresce medialmente no 
sentido anterior e inferior, deslocando a flexura 
esplênica do cólon e o estomago que ocupam o 
espaço de Traube dando timpanismo ao espaço 
Macicez móvel de decúbito (ascite moderada): 
pacientes com macicez nos flancos e timpanismo 
na região umbilical → pesquisa se há liquido livre 
na cavidade (devido ao decúbito dorsal, esse 
liquido escorre para os flancos e as alças flutuam). 
Para descobrir se o liquido é livre na percussão 
descobre o ponto entre o timpanismo e a macicez, 
então pede que o paciente faça decúbito lateral 
para o liquido escorrer e as alças sejam 
transferidas para cima → a área anteriormente 
maciça fica timpânica. Ou seja, é uma mudança de 
macicez com mudança de decúbito, sinal de 
liquido livre na cavidade 
 
Sinal de piparote: evidenciado através da 
sensibilidade de ondas liquidas no lado oposto ao 
que se estimula com percussões a parede 
abdominal. Pede a outro examinador ou ao 
paciente que comprima com as bordas ulnares das 
mãos a região mediana,para, dessa forma, 
impedir que haja transmissão via tecido celular 
subcutâneos e se realiza a percussão em um dos 
lados. Com a outra mão sente-se a onda liquida. 
Sensibilidade menor que a da macicez móvel de 
decúbito, pois há necessidade de um volume 
maior de onda liquida. 
 
Sinal da poça: na suspeita de pequeno volume 
ascitico, pede ao paciente que fique na posição 
genupalmar e se inicia a percussão de baixo para 
cima na região periumbilical, se tiver liquido livre 
a região fica maciça. É o sinal de maior 
sensibilidade na presença de liquido ascitico, 
sendo positivo na existência de apenas 150 mL. 
 
14 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
 
Hepatimetria: 
• Percutir de cima para baixo 
• O som atimpanico ou claro é pulmoanar 
• Som maciço é hepático 
• No ponto de sobreposição do pulmão com 
o fígado o som é submaciço, enquanto o 
inferior é daod pleo fim da macicez 
hepática e inicio do timpanismo abdominal 
• Sinal de Chilaiditi: flexura direita do cólon 
está sobre o fígado e resulta em 
hepatimetria falseada, sendo necessário 
palpa para delimitar a borda inferior 
• Sinal de Joubert: timpanismo em área de 
macicez e indica perfuração da víscera oca 
(pneumoperitonio). É falseado quando a 
flexura hepática do cólon está, nessa 
região, sendo responsável pelo 
timpanismo (Sinal de Chilaiditi) 
• Sinal de Torres Homem: percussão sobre a 
loja hepática for dolorosa → abscesso 
hepático amebiano causando processo 
inflamatório e dor 
 
PALPAÇÃO 
Dificultada em obesos e facilitada em magros 
Pode sentir o rim direito, aorta, promontório, 
fígado, baço (3% das vezes), ceco, sigmoide, bexiga 
e útero gravídico 
Antes da palpação deve perguntar ao paciente 
sobre dor de algum ponto e solicitar que aponte. E 
deve examinar áreas não dolorosas primeiro. 
Mantendo a mão e o antebraço no plano 
horizontal, com os dedos juntos e retos sobre a 
superfície abdominal, palpe o abdome com 
movimentos descendentes leves e suaves. Ao 
deslocar sua mão de uma região para outra, eleve-
a um pouco acima da pele. Palpe todos os 
quadrantes com movimentos suaves e uniformes 
A rigidez involuntária (espasmo muscular) 
tipicamente persiste, apesar dessas manobras, 
sugerindo inflamação peritoneal 
A) SUPERFICIAL: 
• Procura doenças da parede abdominal 
• Antes de começar deve aquecer as mãos, 
despir o abdome desde o apêndice xifoide 
a sínfise púbica e perguntar onde sente dor 
• Avalia pele, subcutâneos, tumorações 
superficiais 
• Identifica hipersensibilidade abdominal, 
resistência muscular, distensão e presença 
de massas 
• 4 quadrantes no sentido horário 
• Palma da mão com os dedos estendidos e 
aproximados sobre o abdome, movimento 
de vai e vem ou rotatórios 
• Deprime o abdome aproximadamente 1cm 
• Movimentos suaves e sem rotação 
• O abdome deve ser macio, com suavidade 
consistente, insensível e com ausência de 
massas 
• Avalia dor, tensão da parede, alteração no 
tecido celular subcutâneos, herniações, 
massas, diástases (comum em RN), 
visceromegalias, defesa abdominal 
(contratura involuntária – extremo: 
abdome em tabua) 
• Pulsações de VD (quando hipertrofiado) – 
subcostal esquerdo 
• Pulsação de aorta/Massa pulsátil 
(aneurisma), ilíacas, renais (normais de 
sentir em pacientes magros) 
• Pulsação arrítmica, turbilhonamento, 
irregular → Significa patologias 
• Proteção voluntaria, para o frio por 
exemplo, é diferente de rigidez 
involuntária, como peritonite 
 
15 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
 
• Sensibilidade: pesquisa de pontos 
dolorosos → Hiperestesia cutânea 
➢ Ponto cístico: traça uma linha 
hemiclavicular longitudinal na região 
direita, traça outra linha da crista ilíaca 
esquerda que passe pela cicatriz 
umbilical e encontre a hemiclavicular 
direita. Local da vesícula 
➢ Ponto apendicular/Ponto de 
McBurney: fica na interseção do terço 
distal com o terço médio da bissetriz 
que vai da crista ilíaca direita até o 
umbigo. Local do apêndice 
➢ Espigástrico: logo abaixo do apêndice 
xifoide. Região do estomago 
➢ Esplênico: encontro da linha 
hemiclavicular esquerda com o 
rebordo costal esquerdo 
 
B) PROFUNDA: 
• Utiliza uma das mãos para sentir 
enquanto a outra empurra 
• Não é uma questão de força! 
• Em busca de massas e/ou visceromegalias 
• Pesquisa massas previamente delimitadas 
pela percussão, registrando localização, 
tamanho, formato, consistência, pulsações 
e mobilidade com a respiração 
• Observar localização, forma, volume, 
limites, consistência, mobilidade e 
pulsabilidade 
• Palpar em todas as regiões, deixando por 
último a parte dolorosa 
• Doenças da cavidade abdominal ou das 
vísceras 
• As massas abdominais podem ser 
classificadas de diversas maneiras: 
fisiológicas (útero gravídico), inflamatórias 
(diverticulite do colo intestinal), vasculares 
(aneurisma da aorta abdominal), 
neoplásicas (carcinoma de colo intestinal) 
ou obstrutivas (bexiga distendida ou alça 
intestinal dilatada). 
 
 
ÓRGÃO ESPECÍFICOS 
A) PALPAÇÃO: 
Do fígado: 
• Normalmente impalpável ou no máximo a 
1cm do rebordo costal direito 
• Em crianças menores de 2 anos é normal 
palpar o fígado 2 ou 3cm abaixo do rebordo 
costal direito, é fisiológico 
• Na inspiração o fígado desce junto com o 
diafragma, é preciso palpar o fígado de 
forma coordenada com a expiração, na 
subida do diafragma ele fica mais exposto 
• Coordenar palpação com movimentos 
respiratórios, partindo de flanco e 
mesogastro 
• O que buscar: hepatomegalia e suas 
características, distancia da borda para o 
rebordo costal, dor, características da 
borda hepática (regular ou irregular, fina 
ou romba) e da superfície hepática (lisa, 
irregular, nodular) e reflexo hepato-jugular 
 
16 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
(fígado congesto, cheio de água, a jugular 
fica turgida ao palpar o fígado) 
• Fígado de consistência firme ou 
endurecida, com borda romba ou 
arredondada e de contorno irregular, 
sugere anormalidade hepática 
• Palpação simples ou bimanual → Coloque 
a mão esquerda por baixo do paciente, 
paralela à 11a e à 12a costelas, de modo a 
sustentá-las bem como as partes moles 
adjacentes. Lembre ao paciente que ele 
pode relaxar apoiado na sua mão. O fígado 
do paciente é mais fácil de ser palpado com 
a mão direita, ao se exercer compressão 
para cima com a mão esquerda. 
 
• Palpação em garra – método de Mathieu: 
tenta calvar o abdome, útil em pcts mais 
obsesos → Fique de pé à direita do tórax 
do paciente e coloque as duas mãos, lado 
a lado, sobre o lado direito do abdome, 
logo abaixo da borda da macicez hepática. 
Pressione com os dedos para dentro e para 
cima, em direção ao rebordo costal. Peça 
ao paciente que respire fundo. A borda 
hepática mostrada a seguir é palpável com 
as polpas digitais das duas mãos. 
 
OBS: Manobra de Lemos Torres: paciente em 
decúbito dorsal, com a mão esquerda do 
examinador na região lombar do paciente tentado 
anteriorizar o fígado, puxa a lombar para cima e 
com a mão direita tenta palpar o rebordo costal no 
fígado. CUIDADO! Ao palpar na inspiração pode 
colocar a mão por cima do fígado e não palpe a 
borda, por isso deve palpar na expiração. 
 
Da vesícula biliar: 
• Normalmente impalpável 
• Palpar abaixo da margem do fígado na 
borda lateral do musculo reto abdominal 
• Buscar ponto cístico: encontro da linha 
hemiclavicular direita com rebordo costal 
• Quando palpável: vesícula hidrópica por 
processo obstrutivo ou vesícula neoplásica 
por tumor da cabeça do pâncreas, da 
ampola duodenal ou da própria 
vesícula/Vesícula de Corvoisier-Terrier 
(Vesícula em Porselana – a princípio não é 
dolorosa) – Icterícia, vesícula palpável e 
indolor 
• Sinal de Murphy: dor a compressão do 
ponto cístico/sob o rebordo costal direito 
durante a inspiração. Indicativo de 
colecistite (maioria é causada por 
colelitíase). Positivo paciente interrompeabruptamente a inspiração por dor. 
• Colelitíase: pedra na vesícula, causa dor 
por processo inflamatório e é a colecistite, 
mas não palpa a vesícula mesmo assim, ao 
palpar o ponto que o paciente sente dor 
 
17 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
 
Do baço: 
• Semelhante a hepática, porem a esquerda 
(único na semiologia, o resto sempre é pelo 
lado direito) 
• Com a mão esquerda, segura-se o 
paciente, de modo a apoiar e comprimir 
para frente a região inferior da caixa 
torácica e os tecidos moles adjacentes. 
Com sua mão direita por baixo do rebordo 
costal esquerdo, faça pressão para dentro, 
na direção do baço. Inicie a palpação em 
uma altura suficientemente baixa para 
permitir a detecção de um possível 
aumento de baço. Solicite ao paciente que 
inspire profundamente. Tente palpar a 
extremidade ou a borda do baço, descendo 
de encontro às pontas de seus dedos. 
Fique atento a qualquer 
hipersensibilidade, avalie o contorno 
esplênico e meça a distância entre o ponto 
mais baixo do baço e o rebordo costal 
esquerdo. A manobra é repetida com o 
paciente em decúbito lateral direito e as 
pernas discretamente flexionadas na 
altura dos quadris e nos joelhos. Nessa 
posição, a gravidade traz o baço para 
frente e para a direita, passando a ocupar 
uma localização palpável. 
• Normalmente não palpável e Traube livre 
(percussão timpânica em região de 
rebordo costal esquerdo) 
• Esplenomegalia: primeira alteração é 
“ocupação” do espaço de Traube (espaço 
oco no hipocôndrio esquerdo, primeira 
região que o baço ocupa, está 3x maior que 
seu tamanho normal) 
• Palpação em garra – método de Mathieu 
Cadareli: semelhante a palpação do fígado, 
mas pelo lado esquerdo 
 
• Posição de Schuster: sensibiliza palpação, 
aumenta a chance de palpação do baço. 
Paciente em DLD com MID em extensão e 
coxa esquerda fletida em 90º com abdome 
 
• Normalmente o baço é confundido com 
última costela (flutuante) 
• Calazar: baço palpável 
De ceco: 
• Ponto de McBurney – apêndice: Sinal de 
Blumberg (dor no ponto de McBurney, 
sugestivo de apendicite) 
 
18 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
 
Do pâncreas: 
• Normalmente não é palpável 
• Sinal de Grey-Turner ou Cullen são 
sugestivos de abdome agudo inflamatório 
por pancreatite 
• Sinal de Grey-Turner: equimoses em 
flancos 
 
• Sinal de Cullen: equimoses periumbilical 
 
De cólon transverso: 
• Cólon cheio de fezes consegue palpar se a 
pessoa for magra 
De sigmóide / toque retal: 
• Consegue palpar com mais frequência; 
paciente com fecaloma (parece um tumor, 
mas ao evacuar a massa some) 
Dos rins: 
• Técnica bimanual na tentativa de “pinçar” 
o pólo inferior do rim na inspiração e 
punho-percussão/nefrolitiase – paciente 
sente dor, sinal de Jordan/Giordano 
positivo) → É realizada nos ângulos 
costovertebrais (constituído pela borda 
inferior da 12ª costela e pelos processos 
transversos das vertebras lombares 
superiores). A simples compressão da 
região com as pontas de seus dedos pode 
ser suficiente para desencadear dor, mas, 
se isso não ocorrer, recorra à punho 
percussão. Coloque a mão espalmada 
sobre o ângulo costovertebral e, a seguir, 
desfeche um golpe com a superfície ulnar 
de seu punho. Use apenas força suficiente 
para produzir abalo/vibração perceptível, 
porém indolor. 
 
 
OBS: Palpação do rim direito é pelo lado direito e 
do esquerdo pelo lado esquerdo 
 
 
19 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
Da aorta: 
• Comprima firme e profundamente a região 
superior do abdome, um pouco à esquerda 
da linha média, e identifique as pulsações 
aórticas. Em pessoas com mais de 50 anos, 
procure avaliar a largura da aorta pela 
compressão profunda da região superior 
do abdome com uma das mãos de cada 
lado da aorta, conforme ilustrado. Nessa 
faixa etária a aorta normal não ultrapassa 
3,0 cm de largura (média de 2,5 cm). Essa 
medida não inclui a espessura da parede 
abdominal. A facilidade de palpar as 
pulsações aórticas varia muito em função 
da espessura da parede abdominal e do 
diâmetro anteroposterior do abdome. 
• Os fatores de risco para aneurisma da 
aorta abdominal (AAA) são idade de 65 
anos ou mais, história de tabagismo, sexo 
masculino e um familiar em primeiro grau 
com história de reparo cirúrgico para AAA. 
Massa pulsátil periumbilical ou na região 
superior do abdome, com 3 cm ou mais de 
largura, sugere AAA. A sensibilidade da 
palpação melhora com o aumento do 
diâmetro do AAA. 
B) PERCUSSÃO: 
Do fígado: 
• Direção: da área timpânica para maciça 
• Permite identificar a extensão aproximada 
do fígado (dimensões verticais) 
• Borda superior: do 5º ao 7º EIC à direita 
• Borda inferior: margem costal ou 
ligeiramente abaixo dela 
• Determine as bordas inferior e superior 
(marque com uma caneta). Extensão 
normal: 6 a 12 cm (linha hemiclavicular) 
 
• Hepatimetria: tamanho do fígado do 
paciente; começa a percutir os EI desde o 
mamilo descendo até o som ficar maciço, 
nesse ponto é a borda superior do fígado e 
marca com uma caneta. Continua até o 
som voltar a ser timpânico, significa que o 
fígado acabou, marca a borda inferior e 
marca com a caneta para medir. 
 
• Sinal de Jobert: não encontro de macicez 
hepática e/ou área de timpanismo antes 
da área maciça. Significa que existe uma 
coluna de ar (gás) entre o diafragma e o 
fígado, sugestivo de pneumoperitonio, que 
por sua vez sugere perfuração de víscera 
oca, por ulcera gástrica ou duodenal 
perfura preenche esse espaço de Morus. 
Determinante para o grau de urgência. 
Do baço: 
• Posteriormente à linha axilar media 
consegue a percussão. Se passar dessa 
linha em direção a linha axilar anterior está 
aumentado 
• Paciente lateralizado é melhor 
• Inicie pelas áreas de ressonância pulmonar 
→ percussão da região inferior esquerda 
da parede torácica anterior: entre o som 
claro atimpanico do pulmão acima e o 
rebordo costal, uma região denominada 
espaço de Traube percebe a extensão 
lateral do timpanismo. 
• Macicez esplênica: do 9º ao 11º EI 
• Área normal: ate 7 cm de largura 
 
20 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
 
• Pesquisa do sinal de percussão esplênica: 
Percuta o espaço intercostal mais baixo na 
linha axilar anterior esquerda, conforme 
mostrado a seguir. O som, nesta região, 
costuma ser timpânico. Em seguida, peça 
ao paciente que respire fundo, e torne a 
percutir. Quando o tamanho do baço for 
normal, a nota de percussão permanecerá, 
em geral, timpânica. A transição de uma 
percussão timpânica para macicez durante 
a inspiração sugere esplenomegalia (sinal 
de percussão esplênica positivo). Também 
pode ser positivo no baço de tamanho 
normal. 
 
OBS: Macicez móvel de decúbito: ascite 
moderada/menor. Mudança da área de macicez 
com mudança de decúbito, sinal de liquido livre na 
cavidade 
OBS: Semicírculo de Skoda: se desconfia que o 
paciente tem ascite faz uma percussão em sentido 
radial, sempre partido do umbigo/centro do 
abdome em direção a periferia. Vai ter um 
timpanismo no centro do abdome que forma um 
semicírculo e uma macicez na periferia 
 
OBS: 
 
 
PESQUISA DE IRRITAÇÃO PERITONEAL 
Inervação → Peritônio parietal → Irritação → Dor 
localizada que pode ser desencadeada pela 
percussão 
Sinais: 
• Hipersensibilidade à palpação superficial, 
com abdome rígido ou em tabua, 
• Dor ao mínimo toque 
• Descompressão dolorosa (sinal de 
Blumberg) por desaceleração súbita do 
peritônio 
Causas: 
• Ar livre na cavidade por rotura de alça: 
Sinal de Joubert 
• Sangue livre na cavidade 
• Apendicite: 
➢ Pesquisa descompressão dolorosa no 
ponto de Macburney (traça-se uma 
linha entre a cicatriz umbilical e a 
espinha ilíaca anterossuperior, 
realizando a compressão no ponto de 
junção do terço lateral com os dois 
terços mediais) 
 
21 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
 
➢ Sinal do Obturador: flexão da coxa na 
articulaçãocoxofemoral na rotação 
interna do quadril, estirando o músculo 
obturador interno. Se dor no 
hipogástrio é sinal de irritação desse 
musculo; apêndice mergulhado na 
cavidade pélvica 
➢ Sinal de Rovsing: comprime o cólon 
descendente e o ar se desloca em 
direção ao ceco. Se houver inflamação 
do apêndice essa distensão é dolorosa 
➢ Sinal do Psoas: extensão forçada da 
coxa com estiramento das fibras do 
musculo psoas ou flexão da coxa contra 
a resistência. Se positivo é irritação do 
musculo psoas por apendicite com o 
apêndice retrocecal encostando no 
psoas. 
 
 
• Vesícula biliar: 
➢ Sinal de Muyphy: na expiração coloca 
a mão no ponto entre a junção do 
reborodo costal com o musculo reto 
abdominal (cístico) e pede ao paciente 
para inspirar. Se colecistite (inflamação 
da VB) ela vai descer na inspiração e 
tocar a mão do examinador, gerando 
dor e o paciente interrompe a 
inspiração. Se houver hepatomegalia 
não usa o rebordo costal e sim a borda 
inferior do fígado com a junção do 
musculo reto abdominal 
➢ Sinal ou regra de Courvoisier-Terrier: 
ao palpar o hipocôndrio direito sente 
uma massa ovalada que é a VB 
distendida e palpável por efeito de 
massa de neoplasia de vias biliares 
extra-hepaticas – tumores 
periambulares. Vesícula palpável e 
indolor é positivo, palpável e dolorosa 
é distensão aguda por obstrução súbita 
do ducto cístico por calculo biliar e não 
é o sinal! 
 
ACHADOS DURANTE A PALPAÇÃO 
Diástase do reto abdominal: separação dos 
músculos retos abdominais sentida na palpação 
durante a contração da parede abdominal; 
gestações e obesidade 
Hérnias: manobra de Valsava evidencia hérnias 
umbilicais, incisionais ou epigástricas. Na presença 
de hérnias deve tentar palpar o anel herniario: 
• Hérnia redutível: o examinador é capaz de 
palpar o anel e colocar o conteúdo 
herniario de volta à cavidade pela 
digitopressão 
 
22 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
• Hérnia encarcerada: abaulamento 
irredutível, deve considerar obstrução 
intestinal ou isquemia de alça, caso não 
tenha deve aplicar a manobra de Taxe 
(redução manual do conteúdo herniário) 
com posição de Trendelenburg 
• Hérnia estrangulada: isquemia de 
conteúdo herniario, é emergência 
cirúrgica! 
Fígado: 
• Método bimanual: mão esquerda na 
região dorsal do paciente e faz tração 
anterior, enquanto a mão direita é 
aprofundada na região anterior desde a 
fossa ilíaca até o rebordo costal durante a 
expiração. O objetivo é palpar a borda 
hepática na subida da mão direita durante 
a inspiração. No ponto de encontro da 
borda hepática é delimitada a borda 
inferior, enquanto a superior é dada por 
percussão. Analisa a localização da borda 
inferior do fígado, a consistência, 
superfície (lisa, nodulada), formato da 
borda (romba indica aumenta hepático), 
sensibilidade álgica gerada pela distensão 
rápida da capsula de Glisson (IC aguda), 
delimitação de massas 
 
• Método em garra: palpa o fígado com as 
mãos apoiadas no rebordo costal, com os 
dedos tentando entrar por debaixo do 
rebordo costal 
 
OBS: Hepatomegalia congestiva se torna dolorosa 
à palpação e é acompanhada do reflexo 
hepatojugular, classicamente nos casos de IC 
 
 
Baço: 
• Raramente é palpado no adulto normal, 
mais fácil na criança 
• Com a mão esquerda traciona o rebordo 
costal e as partes moles anteriormente, 
com a direita aprofunda desde a cicatriz 
umbilical em direção ao baço, durante a 
expiração e indo em direção ao órgão na 
inspiração. Inicia com a mão direita em 
torno da cicatriz umbilical para se pegar 
um baço que tenha aumentado bastante 
 
23 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
 
• Pode palpar também em garra, mas para 
isso é necessário examinar o paciente pelo 
lado esquerdo e faz como no fígado 
 
• Manobra de Schuster: o paciente é 
colocado em semidecubito lateral direito 
com o braço esquerdo sobre a cebeça. 
Membro inferior direito neutro e o 
esquerdo fletido, apoia-se a mãe esquerda 
sobre o rebordo costal e a direita é usada 
para palpar desde a cicatriz umbilical até 
abaixo do rebordo em encontro ao baço 
 
Palpação de massas pulsáteis: 
• Indica presença de aneurismas ou 
presença de massa que encosta no vaso e 
passa a sensação de pulsação 
• Diferencia pela direção da distensibilidade 
da massa: se somente pulsar para cima 
indica massa encostada na aorta, se tiver 
pulsação lateral na palpação é indicativo 
de ser um aneurisma 
• Massa sentida subxifoideana e pulsando 
no sentido craniocaudal é crescimento de 
ventrículo direito 
• No caso de aneurisma (perde o paralelismo 
entre as paredes) na aorta abdominal deve 
realiza a manobra de Debakey que 
consiste na delimitação superior do 
aneurisma por inserção da mão entre o 
rebordo costal e a margem superior do 
aneurisma 
• Se não conseguir inserir a mão entre o 
rebordo e o aneurisma é indicativo de que 
o aneurisma tem uma porção de 
localização acima da emergência das 
artérias renais. No caso de inserção da mão 
entre o aneurisma e o rebordo conclui que 
é aneurisma infrarrenal 
• Palpação renal: método de Guyon 
 
• Palpação renal: manobra de Isareal 
 
24 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
 
OBS: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
SÍNDROMES 
ASCITE 
Acumulo de liquido na cavidade peritoneal 
Hepatopatia (hipertensão portal) é a principal 
causa 
Outras causas: infecciosas (TB peritoneal), 
neoplásicas (carcinomatose peritoneal), 
hipotireoidismo (mixedema), doenças autoimunes 
(Lupus Eritematoso sistêmico), ICC, síndrome 
nefrotica, peritonite secundaria à rotura de viscera 
oca, peritonite bacteriana, cisto hidatico e 
obstrução ou rotura de vias linfáticas 
Sinais e sintomas: abdome distendido (globoso ou 
em batráquio), protusão de cicatriz umbilical, 
circulação colateral, macicez de decúbito, sinal de 
piparote positivo 
A presença de liquido ascético acarreta 
complicações como dificuldade ventilatória (ascite 
de grandes volumes), compressão da veia cava 
inferior e veias renais, distúrbios 
hidroeletrolíticos, agravamento de condições 
cardiorrespiratórias e derrame pleural 
Manobras: piparote, macicez de decúbito 
(semicírculo de Skoda) 
 
 
• Divide o abdome ao meio, com a mão 
esquerda espalma um lado do abdome e 
com a direita da petelecos do outro lado, 
esse liquido transmite em ondas para o 
outro lado e sente essas ondas chegando 
na mão espalmada – sinal de piparote 
positivo para ascite 
Cicatriz umbilical distendida, flancos salientes 
(DDH), pele esticada e brilhante, aumento da 
circunferência abdominal (medir – referencia: 
cicatriz umbilical) 
Atenção para percussão! 
Ascite por hipertensão portal: 
 
 
ABDOME AGUDO 
É todo quadro abdominal de instalação súbita com 
reação inflamatória peritoneal 
Causado por quadros de correção clínica: 
• Torácicas: cardíacas (infarto do miocárdio, 
angina do peito, pericardite aguda) e 
pleuropulmonares (pneumonia, pleuris, 
pneumotórax, embolia e infarto) 
 
26 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
• Retroperitoneais: aparelho urinário 
(calculo, pielonefrite aguda, retenção 
aguda de urina), pâncreas (pancreatite 
aguda), aorta (aneurisma dissecante) e 
aparelho genital (doença inflamatória 
pélvica) 
• Traumáticas: fraturas (costelas, coluna 
vertebral e ossos da pelve) e contusão da 
parede abdominal 
• Infecções: gastrenterites agudas, hepatite 
viral, herpes zoster, tétano 
• Neurológicas: centrais 
(meningoencefalites, tumores cerebrais, 
epilepsia, compressores medulares) e 
periféricas (compressões de raízes 
nervosas, saturnismo, tabes dorsalis) 
• Endocrinas: cetoacidose diabética, 
insuficiência suprarrenal 
• Metabólicas: síndrome de depleção desal 
e porfiria 
• Outras: cólica biliar, infarto esplênico, 
hepatomegalia, crises falcemicas, picada 
de aranha 
Causado por quadros de correção cirúrgica: 
• Rotura de vísceras ocas: ulcera profunda, 
febre tifoide, colite ulcerativa, divertículo, 
neoplasia, útero em trabalho de parto, 
colecistite aguda, obstrução intestinal 
• Oclusão intestinal: estreitamento da luz 
(atrésia, ileomeconial, compressão 
extrínseca, inflamatória, neoplásica), 
bridas (congênitas ou adquiridas), hérnias, 
vólvulo e invaginação (intussuscepção) 
• Vascular: trombose, embolia dos vasos 
mesentéricos, prenhez ectópica rota 
• Infecciosa: apendicite, colecistite, aborto 
infectado, abscessos (hepático, renal, 
perirrenal, psoas, pélvico, subfrenico) 
• Traumáticas: rotura de vísceras ocas (PAF, 
arma branca, contusão), rotura de víscera 
maciça (hemoperitonio, hematoma 
retroperitoneal) 
Principais sinais e sintomas: 
• Dor abdominal, vômitos 
• Parada de transito intestinal 
• Contratura dos músculos abdominais 
(abdome em tábua) 
• Defesa abdominal (alterçoes da marcha) 
• Hiperestesia cutânea 
• Distensão abdominal 
• Imobilidade abdominal 
• Sinal de Jobert 
• Descompressão dolorosa 
• Posições antálgicas características 
Obstrutivo: 
• Estenose (obliteração da luz) por brida, 
hérnia, volvo, intussuscepção 
• Sintomas cardinais: dor abdominal (tipo 
cólica), vômitos e parada de eliminação de 
gases e fezes 
• Exame físico: distensão abdominal, 
hipertimpanismo, RHA coincidindo com 
períodos de dor. Ruído metálico pode ser 
audível! 
Inflamatório – Peritonite aguda: 
• Dor 
• Defesa abdominal 
• Distensão abdominal 
• Diferencia o que está afetado pela 
localização da dor 
• Sinal de Blumberg: descompressão brusca 
dolorosa do ponto de McBurney, 
 
• Estado geral comprometido: febre, 
taquicardia, hipotensão, toxemia 
• Causas: propagação de processos 
inflamatórios, como apendicite; 
perfuração de vísceras ocas 
• Sinal do obturador: dor à rotação passiva 
interna (rodar a perna para fora para que o 
quadril rode para dentro) do quadril com a 
coxa flexionada em 90º, sugestivo de 
apendicite 
 
27 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
 
• Sinal de Rovsing: Dor no quadrante 
inferior direito durante compressão do 
lado esquerdo sugere apendicite (sinal 
positivo). Palpa a fossa ilíaca esquerda e o 
paciente sente dor na fossa ilíaca direita 
pela transmissão de gases que distende o 
ceco e como apêndice está inflamado 
reflete a dor 
• Sinal do psoas: paciente em decúbito 
lateral esquerda, dor à extensão passiva da 
coxa esquerda ao mesmo tempo em que o 
examinador aplica contraresistência sobre 
o quadril. Paciente em DLE, faz extensão 
passiva da coxa esquerda puxando a perna 
do paciente com a mão direita, a perna 
direita está esticada, ao mesmo tempo em 
que empurra as costas do paciente com a 
mão esquerda. Positivo se dor e indica 
apendicite ou psoite (inflamação do 
musculo psoas) 
 
 
DIARREIA 
Evacuação de fezes de consistência diminuída em 
uma frequência maior que a habitual para o 
paciente 
Quanto à localização: 
• Altas: evacuações volumosas e em 
pequeno numero (até 10/dias), associado 
a náusea ou vômitos, podendo ter cólicas 
periumbilicais, sem urgência de 
evacuação, com a presença de restos 
alimentares nas fezes que são pastosas 
• Baixas: evacuações de pequeno volume e 
muito frequente (mais de 10/dias), 
presença de tenesmo (vontade de evacuar, 
seguida de contração espasmódica do 
reto, sem eliminação de fezes), cólicas 
infraumbilicais com urgência de 
evacuação, presença de muco, pus e/ou 
sangue. Fezes liquefeitas 
• Mistas: características dos dois tipos 
ocorrendo simultânea ou sucessivamente 
Quanto ao início e duração: 
• Agudas: início súbito em pessoa 
anteriormente sadia, com duração de até 
14 dias, veiculada ao consumo de 
alimentos, é geralmente causada por 
infecção. Salmonelas, estafilococos e 
estreptococos, viral, uso de ATB, ingestão 
de substancias irritantes (álcool), 
catárticos, intoxicação digitálica. 
• Crônicas: longa duração, 4 semanas ou 
mais, tipicamente de origem não 
infecciosa, como Doença de Crohn e colite 
ulcerativa. Parasitoses (estrongiloides, 
giárdia), síndrome de má absorção, 
insuficiência gástrica, pancreática ou biliar 
e afecções do ID. 
Complicações: 
• Distúrbios hidroeletrolíticos, desnutrição 
e carências, além de correlacionados à 
doença causadora 
Fezes aquosas frequentes e em grande volume são 
geralmente do ID; fezes em pequeno volume 
associadas a tenesmo, diarreia com muco, pus ou 
sangue, ocorrem em condições inflamatórias 
retais 
A diarreia noturna geralmente tem importância 
patológica 
Resíduo oleoso, as vezes espumoso ou flutuante, 
ocorre na esteatorreia, ou fezes diarreicas 
gordurosas, por má absorção no espru celíaco, 
insuficiência pancreática e no crescimento 
excessivo de bactérias no ID 
A diarreia é comum com o uso de penicilinas e 
macrolideos, antiácidos a base de magnésia, 
 
28 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
metformina, fitoterápicos e medicamentos 
alternativos 
Constipação intestinal: devem ocorrer no mínimo 
12 semanas nos últimos 6 meses com menos de 3 
defecações por semana, 25% ou mais das 
defecações com esforço ou sensação de defecação 
incompleta; fezes “em bolinhas” ou duras ou 
necessidade de facilitação manual 
Fezes da calibre fino, semelhantes a lápis, ocorrem 
na lesão obstrutiva em “anel de guardanapo” do 
colo sigmoide 
 
ICTERÍCIA 
Predomínio de bilirrubina não conjugada 
(geralmente acoluricas) 
Mecanismo de icterícia: aumento da produção de 
bilirrubina, redução da captação de bilirrubina 
pelos hepatócitos, diminuição da capacidade 
hepática de conjugação de bilirrubina, redução da 
excreção de bilirrubina pela bile que resulta em 
aborção de bilirrubina conjugada de volta para 
corrente sanguínea 
• Causas: 
➢ Hemólise: anemias hemolíticas, infarto 
pulmonar) 
➢ Deficiência de captação hepatocelular: 
Doença de Gilbert, pós hepatite) 
➢ Déficit na conjugação hepatocelular 
• Déficit de glicuroniltransferase: icterícia 
fisiológica do RN, icterícia do prematuro, 
doença de Criegler-Najjar 
• Inibição da glicuroniltransferase: 
substancias no soro materno e fetal, 
substancias no leite materno, drogas 
Predomínio de bilirrubina conjugada (coluricas) 
• Causas: 
➢ Defeito na excreção celular: Doença de 
Dubin-Johnson, Doença de Rotor, 
drogas – rifamicina, contrastes 
radiológicos) 
➢ Colestase intra-hepática: atresia de 
vias biliares intra-hepáticas, cirrose 
biliar primaria, hipersensibilidade a 
drogas – clorpromazina, esteroides, 
hepatites virais) 
➢ Obstrução biliar extra-hepáticas: 
intrínsecas (cálculos, tumores de vias 
biliares, estenoses, áscaris) ou 
extrínsecas (carcinoma de pâncreas, 
gânglios no hilo hepático) 
Tanto por bilirrubina direta e indireta, causas 
mistas, tem a cirrose e necrose (hepatite, tóxicos, 
hipóxia etc) 
Sintomas e sinais: relativos a doença de base, 
fezes hipercoradas (hemolíticas) ou acólicas 
(obstrutivas), urina escura (colúria) manchando 
(bilirrubina direta) ou não a roupa (urobilinogênio) 
 
HIPERTENSÃO PORTA 
Etiologias variáveis dependendo do local de 
acometimento hepático 
Pré-sinusoidal: 
• Extra-hepática: trombose porta, 
degeneração cavernomatosa 
• Intra-hepática: esquistossomose, 
enfermidades mieloproliferativas, fibrose 
hepática congênita 
Pró-sinusoidal: 
• Extra-hepática: pericardite constritiva, ICC, 
trombose de veias hepáticas (Budd-Chiari) 
• Intra-hepática: cirroses e doenças veno-
oclusivas 
Sinais e sintomas: hematêmese e melena, 
circulação colateral, varizes esofágicas e gástricas 
na parede abdominal, hemorroidas, 
esplenomegalia, ascite, hiperesplenismo (anemia, 
leucopenia, trombocitopenia) e relativos à doença 
base 
 
INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA 
Incapacidade do fígado de realizar as suas diversasfunções 
Causas: 
• Cirrose: porta, pós-necrótica, biliar 
• Hepatites: virais (A, B, C) e febre amarela, 
bacteriana (leptospira) e toxicas 
• Abscessos: septicemia, colangite 
• Obstrução da artéria hepática 
• Oclusão da artéria hepática 
• Oclusão das veias hepáticas – necrose 
centro-zonal, doenças metabólicas 
Sinais e sintomas: hálito hepático, edema e ascite, 
tendência hemorrágica (equimose e hematúria), 
 
29 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
atrofia muscular, icterícia, bilirrubinúria, 
urobiligenpuria, telangiectasias, eritema palmar, 
alterações pilosas e das unhas, ginecomastia, 
atrofia testicular, involução prostática, aumento 
das parótidas, contraturas (Dupuytren), 
encefalopatia 
Encefalopatia hepática: súbito ou progressivo, 
hipersonia ou delírio-coma, alterações de 
personalidade (infantilidade, irritabilidade, 
irresponsividade, perda de pudor), deterioração 
intelectual, confusão e apraxia, fala (lenta e 
arrastada), alterações neurológicas (flapping e/ou 
asterixis), hiper-reflexia inicialmente e diminuídos 
no fim, hipertonia, clonus e Babinski 
• Estagio I: euforia ou depressão, confusão 
leve, fala indistinta, distúrbio do sono, 
flapping presente ou ausente 
• Estagio II: letargia, confusão moderada, 
inversão do sono, fala lentificada, flapping 
presente 
• Estagio III: confusão acentuada, fala 
incoerente, adormecido (mas 
despertavel), flapping presente 
• Estagio IV: coma, inicialmente responsivo a 
estimuloso dolorosos, depois irresponsivo, 
flapping ausente 
 
HEMORRAGIA DIGESTIVA 
Altas: acima do ângulo de Treitz 
• Esôfago: varizes, esofagite de refluxo, 
ulcera péptica, carcinoma, síndrome de 
Mallory-weiss, rotura de aneurisma 
aórtico para o interior do esôfago, após 
instrumentação 
• Estomago: ulcera péptica (aguda, crônica e 
iatrogênica), gastrite, erosões, tumores 
malignos, tumores benignos, hérnia de 
hiato, divertículo, sífilis e TB gástricas, 
tecido pancreático ectópico, pós-
operatorio na zona de anastomose 
gástrica, iatrogênico (AINES, 
corticosteroides, anticoagulantes, cloreto 
de potássio, tiadizicos) 
• Duodeno: ulcera péptica, duodenite, 
tumor de Papila de Vater, divertículo 
Baixas: abaixo do ângulo de Treitz 
• ID: tumores benignos (pólipos, 
leiomiomas), tumores malignos 
(carcinoma, linfoma, sarcoma), divertículo 
de Meckel, ulcera péptica, doença de 
Crohn, doenças infecciosas (TB intestinal, 
febre tifoide, enterite aguda, 
ancilostomíase), trombose mesentérica, 
volvo e invaginação intestinal 
• Cólon e reto: tumores malignos, tumores 
beningnos, diverticulite, colite ulcerativa, 
amebíase, diarreias agudas, hemorroidas, 
fissuras, fistulas, corpo estranho, 
traumatismo 
Oriundo das vias biliares (hemobilia): por 
traumatismo hepático, rotura de aneurisma da 
artéria hepática para dentro da arvore biliar, 
tumores de vias biliares, colecistite crônica, 
mucosa gástrica ectópica na vesícula 
Oriundo do pâncreas: por pancreatite aguda e 
crônica, carcinoma de pâncreas, pseudocisto roto 
para tubo digestivo 
Por causas sistêmicas: discrasias sanguíneas, 
alterações nos vasos sanguíneos (telangiectasia 
hemorrágica hereditária, hemangiomas 
cavernosos), amiloidose, sarcoidose, poliarterite 
nodosa e uremia 
Sinais e sintomas: 
• Relativos a doença base 
• Altas: hematêmese, melenêmese (vomito 
de sangue escuro em borra de café) e 
melena ou mesmo sangue vivo 
(enterorragia) se o volume for grande com 
transito aumentadoo 
• Baixas: melena (lesão de delgado 
proximal), enterorragia (evacuação de 
sangue vivo), hematoquezia (evacuação de 
sangue vivo misturado nas fezes) 
 
ESÔFAGO – DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFAGICO 
(DRGE) 
Tão comum quanto torturante, estima-se que 12% 
da população brasileira sofra de DRGE. 
É uma das mais importantes afecções digestivas, 
haja vista: 
• É uma das causa mais frequentes de 
consultas ao gastro 
 
30 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
• É provavelmente uma das doenças mais 
prevalentes no mundo que compromete 
significativamente a qualidade de vida de 
seus portadores 
• É o influxo de suco gástrico ao esôfago e 
sua mucosa não está preparada para isso 
 
RGE X DRGE (importância do D): É uma afecção 
crônica decorrente do fluxo retrogrado de parte 
do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou 
órgãos adjacentes a este (faringe, laringe, 
brônquios), causando sintomas e/ou sinais, 
associados ou não a complicações 
• RGE fisiológico (esporádico, incompetência 
do esfíncter por alguns episódios, como 
gravidez, ficar deitado após comer) passa a 
ser patológico (DRGE) quando aumenta em 
frequência, intensidade e quando está 
associado a sinais e/ou sintomas, com ou 
sem complicações que envolvem o sistema 
digestório ou outros 
Fatores de risco: 
• Obesidade (sobrepeso IMC =ou> 25) 
• Tabagismo, álcool 
• Café em excesso 
• Dieta, alimentação noturna 
• Gravidez 
Causas mais comuns: 
• Relaxamento transitório do esfíncter 
esofágico interior (EEI) NÃO relacionada a 
deglutição 
 
• Hérnia hiatal: passagem de parte do 
conteúdo do estomago para o tórax 
 
OBS: A alimentação inadequada ou ingestão de 
bebida alcoólica pode intensificar os sintomas de 
RGE 
Sintomas: 
• Típicos: 
➢ Epigastralgia 
➢ Pirose/Azia 
➢ Regurgitação ácida 
➢ Disfagia 
➢ Sialorreia 
➢ Globus 
➢ Odinogafia 
➢ Náuseas 
• Atípicos: 
➢ Dor de garganta 
➢ Rouquidão 
➢ Dor torácica não cardíaca 
➢ Halitose 
➢ Laringite/Faringite 
➢ Tosse crônica 
➢ Bronquite/Bronquiectadia 
➢ Otite media 
• A exposição prolongada ao acido é o que 
define o D e pode levar a esofagite 
(processo inflamatório da mucosa 
 
31 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
esofágica), a estenose do esôfago e a 
ulcera 
 
• Esôfago de Barret: é pré-maligna e se deve 
a exposição prolongada a exposição do 
suco gástrico 
Suspeita diagnóstica: não é às cegas! 
• Pirose: sensação de queimação 30-60 min 
após a refeição e/ou 
• Regurgitação acida: retorno do conteúdo 
acido até a cavidade oral por no mínimo 2x 
por semana, num período de 4-8 semanas 
ou mais 
Anamnese: 
• Sintomas 
• Duração 
• Intensidade 
• Frequência 
• Fatores precipitantes e de alivio 
• Evolução 
• Impacto na qualidade de vida 
• É a principal ferramenta diagnostica de 
DRGE 
Comprovação do rge: 
• pHmetria esofágica prolongada: faz a 
medida do pH intraesofagico (sonda a 5cm 
acima da cárdia) durante um período 
continuo de 24 horas e permite a sua 
correlação com elementos cotidianos 
como alimentação e sono. É o padrão ouro, 
pH normal do esôfago é 4-6 e pH 
intraesofagico <4 por mais de 4% do tempo 
total do exame → Faz se tem hipótese de 
DRGE e se tiver acesso 
 
• Endoscopia digestiva alta (EDA): biopsia 
não é rotina, mas faz-se obrigatória nos 
casos de esôfago de Barret, dada a maior 
incidência de câncer nessa condição 
 
Tratamento: 
• Alivio, cicatrização e prevenção 
• Tratamento clinico: medidas não 
farmacológicas (comportamentais) e 
farmacológicas 
• IBPs (inibidor da bomba de prótons – 
primeira escolha): omeprazol, lansoprazol, 
pantoprazol, esomeprazol, 
dexlansoprazol (não precisa de jejum para 
tomar) 
OBS:Não é pra ser usado continuamente porque 
pode aumentar o risco de déficit cognitivo e 
quadros demenciais em idosos, tem que pesar o 
risco beneficio sobre usar continuamente, porque 
tem pacientes que quando tira a medicação 
mesmo com medidas não farmacológicas voltam a 
ter sintomas 
• Antagonistas dos receptores H2: 
ranitidina (evita no idoso pelo risco de 
delirium e interação medicamentosa), 
cimetidina, famotidina procineticos 
 
32 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
• Procineticos (estimulam o movimento, a 
peristalse – usa em pacientes com 
sensação de “empastamento” mesmo 
comendo pouco, por isso usado em 
pacientes idosos e em cuidados paliativos): 
metoclopramida (muito efeito colateral), 
bromoprida, domperidona 
• Antiácidos:hidróxido de alumínio 
• Tratamento cirúrgico: pacientes que 
necessitam usar medicação 
initerruptamente, para aqueles 
intolerantes ao tratamento clinico 
prolongado e nas formas complicadas da 
doença 
 
ESTOMAGO E DUODENO - GASTRITE 
É uma inflamação aguda ou crônica da mucosa 
gástrica 
 
Para pratica clinica distinguem-se 3 tipos: 
• Erosiva: pouca inflamação/erosão da 
parede, por uso frequente de AAS, anti-
inflamatórios e abuso de bebidas 
alcoólicas 
• Não erosiva ou crônica: muito processo 
inflamatório, muitas vezes em conjunto 
com a presença da bactéria Helicobacter 
Pylori 50% 
• Especificas: conjunto heterógeno, como 
gastrite tuberculosa, eosinofilica 
Sintomas: 
• Queimação (principal sintoma) da região 
epigástrica 
• Dor estomacal 
• Pirose 
• Náuseas 
• Vômitos 
• Perda de apetite 
OBS: Não é raro associar gastrite com o refluxo 
Diagnostico: 
• Endoscopia digestiva alta (EDA) 
• Teste de uréase: teste do H. pylori 
• Biopsia: o fragmento retirado é colocado 
em um frasco contendo ureia. Na presença 
do HP a mistura fica menos acida, em razão 
da produção de substancia uréase, 
indicando um resultado positivo 
 
Tratamento: 
• Para supressão acida: IBPs, bloqueadores 
H2, antiácidos, antibióticos 
• Para sangramento: hemostasia 
endoscópica 
• Quando tratar o H. pylori? Gastrite, ulcera 
péptica, tumor intestinal, presença de 
sintomas (dor, desconforto, queimação), 
história família de CA gástrico 
 
 
ESTOMAGO E DUODENO – DISPEPSIA FUNCIONAL 
Acomete cerca de 20% da população 
Distúrbios funcionais gastrointestinais 
Paciente com queixa de plenitude pós-
prandial/saciedade precoce (empastamento) 
Na endoscopia as vezes vê só uma gastrite leve, 
não vê uma patologia que responda aos sintomas 
→ Pode não ter lesão estrutural, mas tem 
funcional (é um distúrbio de motilidade funcional) 
Questão emocional é bem frequente como causa 
 
33 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
Tratamento multifatorial 
 
 
ESTOMAGO E DUODENO – ÚLCERA PEPTICA (GÁSTRICA 
OU DUODENAL) 
 
Diclofenaco mesmo sendo ruim, funciona bem 
nessa dor → O paciente abusa do AINE porque a 
dor não foi tratada e pode gerar uma ulcera 
Dor epigástrica: não incapacitante, periódica, que 
alivia com a ingesta de alimentos e que costuma 
despertar o paciente a noite (diferente da dor da 
gastrite) 
Complicações (nessa ordem!): 
• Hemorragia digestiva alta (melena, 
hematêmese, perda de sangue oculto nas 
fezes) 
• Perfuração (emergência cirúrgica → 
abdome agudo) 
• Obstrução piloro/duodenal (por 
inflamação aguda/edema) 
OBS: Em 10% dos pacientes ulcerosos a 
hemorragia é a primeira manifestação da doença 
Diagnostico: EDA 
Tratamento: clinico ou cirúrgico 
 
DOENÇAS INFLAMATORIAS INTESTINAIS (DII) 
 
 
OBS: Doença de Crohn é mais difusa que é 
retrocolite 
OBS: Sintomas extraintestinais por ser 
inflamatória 
 
SINDROME DE MÁ-ABSORÇÃO – DOENÇA CELÍACA 
Admite-se que a doença celíaca afeta indivíduos 
geneticamente predispostos 
É uma afecção difusa crônica que leva a atrofia da 
mucosa do intestino delgado proximal, causando 
prejuízo a absorção de nutrientes, sais minerais e 
água 
Se deve a falta da enzima para quebrar o glúten – 
presente em vários cereais (aveia, cevada, centeio, 
malte e principalmente no trigo) 
Manifestações clinicas são muito variáveis: 
• Dor abdominal 
• Perda/dificuldade de ganhar peso 
• Diarreia/prisão de ventre 
• Distensão abdominal 
• Flatulência 
• Osteoporose 
• Queda frequente de cabelo 
• Lesões de pele (menos frequente) 
 
34 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
Conduta: 
Paciente com quadro clinico sugestivo de doença 
celíaca → Dosar anticorpos (antiendomísio e/ou 
antitransglutaminase), Dosar IgA sérica → 
Anticorpos elevados → Biopsia de ID → Atrofia de 
vilosidades, hiperplasia de criptas e aumento de 
linfócitos intraepiteliais → Iniciar dieta sem glúten 
→ Queda de anticorpos e melhora clínica → 
Diagnóstico de doença celíaca confirmado → 
Manutenção da dieta pelo resto da vida do 
paciente 
 
CÓLON, RETO E ÂNUS – APENDICITE AGUDA 
É um processo inflamatório agudo do apêndice 
que causa dor intensa. 
Em alguns pacientes pode haver perfuração e/ou 
formação de abcesso. 
É a emergência medica cirúrgica abdominal mais 
comum no mundo inteiro e é a principal causa de 
abdome agudo cirúrgico. 
Se não tratada a tempo há risco de necrose com 
consequente rotura do apêndice (apendicite 
supurada), peritonite, infecção generalizada e 
morte. 
O principal fator para o surgimento da apendicite 
é a obstrução do apêndice pelo chamado 
“Fecalito/Coprólito” 
 
Sintomas: 
• Dor abdominal do lado direito e na fossa 
ilíaca direita, mas pode referir dor 
abdominal difusa 
• O paciente chega na posição antálgica 
porque alivia a dor 
• Sinal de Blumberg: dor a descompressão 
brusca (aperta e solta rapidamente) do 
Ponto de McBurney 
 
• Sinal de Rovsing: palpação profunda a 
esquerda gera dor no Ponto de McBurney 
 
• Sinal do Psoas: segura o quadril para o 
paciente não girar junto com a perna, 
puxar a perna de forma delicada 
• Sinal do obturador: flexiona a coxa e 
depois faz uma rotação interna 
 
35 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
 
 
PANCREAS – PANCREATITE AGUDA E CRÔNICA 
É um órgão complexo com função orgânica grande 
Pancreatite crônica: principal causa é o alcoolismo 
longo 
Pancreatite aguda: casos de muita emergência 
com mortalidade alta, a febre é típica a da aguda 
 
 
 
• Criterio de Balthazar na TC: pancreas 
aumentado, borramento ou alteraçao na 
gordura peripancreatica e coleções 
liquidas 
 
 
OBS: São sinais de gravidade, mas não 
necessariamente de pancreatite e se for indicativo 
de pancreatite é muito grave 
 
FIGADO E VIAS BILIARES – SÍNDROMES ICTÉRICAS 
A icterícia não é uma doença por si só, mas sim a 
manifestação visível de alguma doença subjacente 
Quando aparece sem sintomas diretos é indicativo 
de tumor, como pancreático → extra-hepáticas 
 
36 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
 
 
HÉRNIAS DA PAREDE ABDOMINAL 
 
Não é um caroço, é uma protusão 
As vezes não vê, ao fazer a Manobra de Valsava 
aumenta a pressão intrabdominal e consegue vê 
Estrangulada e perfurada são necessárias de 
cirurgia 
Hérnias grandes tem maiores riscos de perfurar e 
devem ser operadas 
 
 
A incisional normalmente é consequente de 
cirurgia 
 
SISTEMA URINÁRIO 
Incontinência urinaria: 
• Eliminação involuntária de urina ou falta 
de percepção da micção, sugerem déficits 
cognitivos ou neurossensoriais 
• Incontinência de estresse ocorre por 
diminuição da pressão intrauretral 
• Perguntar as mulheres se a ocorrência de 
tosse súbita, espirros ou riso provoca 
alguma eliminação de urina. Comum em 
mulheres jovens, um extravasamento 
ocasional não é necessariamente 
significativo 
Dor supra púbica: 
• Distúrbios na bexiga 
• Dor tipicamente surda e em caráter de 
compressão na infecção vesical 
• Dor excruciante na distensão excessiva e 
súbita da bexiga 
• Distensão vesical crônica costuma ser 
indolor 
• Dor consequente a distensão súbita e 
exagerada acompanha a retenção urinaria 
aguda 
Dor a micção: 
• Sensação de ardência/queimação 
• Nas mulheres é um desconforto na parte 
interna da uretra descrito como 
compressão ou queimação externa 
causada pelo fluxo urinário que passa pelos 
 
37 LARISSA MENEZES – SEMIOLOGIA I 
grandes lábios do pudendo irritados ou 
inflamados 
• Nos homem é típico uma sensação de 
ardência na região proximal a glande 
peniana 
• Micção dolorosa acompanha cistite ou 
uretrite e infecções urinarias. Se houver 
disúria, considere também cálculos 
vesicais, corpos estranhos, tumores e 
prostatite aguda. Em mulheres, a 
queimação interna ocorre na uretrite e a 
externa, na vulvovaginite 
A dor prostática é percebida no períneo e, 
ocasionalmente, no reto 
A urgência urinaria sugere infecção ou irritaçãovesical. Nos homens, a dor a micção, sem 
polaciúria ou urgência, sugere uretrite 
Produção renal de urina anormalmente alta 
sugere poliúria. A polaciúria sem poliúria diurna ou 
noturna sugere distúrbio vesical ou obstrução ao 
fluxo no colo vesical ou abaixo dele 
Incontinência de estresse: com aumento da 
pressão intra-abdominal por redução da 
contratilidade do esfíncter uretral ou insuficiência 
do suporte do colo vesical 
Incontinência de urgência: quando o indivíduo 
não consegue reter a urina, por excesso de 
atividade do músculo detrusor 
Incontinência de transbordamento: quando a 
bexiga só esvazia quando a pressão vesical 
ultrapassa a pressão uretral, um quadro 
secundário a transtornos neurológicos ou 
obstrução anatômica por órgãos da região pélvica 
ou pela próstata, que limita o esvaziamento vesical 
até a bexiga estar hiperdistendida 
Incontinência funcional pode ser consequente a 
comprometimento cognitivo, problemas 
musculoesqueléticos ou imobilidade 
Dor renal: 
• Dor no flanco, no rebordo costal posterior 
ou abaixo dele, próximo ao ângulo 
costovertebral 
• Febre e calafrios ocorrem na pielonefrite 
aguda 
• A dor renal é do tipo visceral, provocada 
geralmente pela distensão da capsula renal 
e, tipicamente, é surda, vaga e constante. 
Dor de origem uretral: 
• Em geral é intensa e sentida como cólica 
• Costuma se originar no ângulo 
costovertebral circundando o tronco ate 
atingir o quadrante inferior do abdome ou, 
as vezes, a região superior da coxa, os 
testículos ou os lábios do pudendo 
• É secundaria a distensão súbita do ureter e 
se acompanha de distensão da pelve renal. 
Cólica renal ou ureteral é causada por obstrução 
súbita do ureter, como nos casos de cálculos 
urinários ou coágulos sanguíneos.

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