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Patrícia de Freitas Nerbas Mestre em Engenharia Civil – Área Ambiental pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Especialista em Geoprocessamento pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos/RS). Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Unisinos/RS. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Mestre em Engenharia Civil – Área Ambiental pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Especialista em Geoprocessamento pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos/RS). Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Unisinos/RS. Resumo Esta unidade traz os tópicos abordados na disciplina de Estudo Arquitetô- nico para Gestores Imobiliários, apresentando algumas possibilidades de análises dos empreendimentos imobiliários que poderão ser realizadas. Importância e contexto do estudo arquitetônico Patrícia de Freitas Nerbas Gestor imobiliário e o desenvolvimento do produto imobiliário O mercado imobiliário trabalha com diferentes variáveis, e atender às necessidades dos consu- midores de imóveis, superando expectativas, é de suma importância para quem quer qualificar suas ações profissionais e manter-se no mercado. Mas quais são as necessidades dos nossos clientes? Como o gestor imobiliário pode qualificar suas ações profissionais? Na disciplina de Estudo Arquitetônico para Gestores Imobiliários vamos entender os processos bá- sicos operantes na fase de planejamento de um empreendimento imobiliário, os quais fornecem sub- sídios para a identificação das necessidades das pessoas que irão realizar suas atividades nos empre- Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 8 | Importância e contexto do estudo arquitetônico endimentos. Além disso, irá proporcionar conhecimento técnico sobre alguns conceitos básicos que se integram no processo de desenvolvimento do produto imobiliário. Antes de falarmos especificamente dos processos de desenvolvimento do produto imobiliário, devemos entender qual é a ótica do gestor imobiliário. Para isso, vamos refletir sobre a função desse profissional no mercado de trabalho. O gestor imobiliário exercerá suas habilidades em consonância aos negócios imobiliários de qual- quer natureza, operando com conhecimentos da área jurídica e da área técnica sobre o produto imo- biliário. Uma das funções mais conhecidas do gestor imobiliário é sua atuação na comercialização e na avaliação financeira dos produtos imobiliários. Produto imobiliário Você deve ter pensado que os principais produtos do ramo imobiliário são os imóveis, os quais podem se localizar tanto no meio urbano quanto no meio rural das cidades. O gestor imobiliário pode trabalhar ainda com terrenos (lotes) que contenham edificação, ou seja, empreendimentos imobiliários com área construída, ou sem edificação alguma (terrenos vazios, prontos para serem ocupados). Para comercializar, indicar caminhos para seus clientes e avaliar é necessário que o gestor imobiliá- rio estude aspectos técnicos, legais e humanos relacionados ao desenvolvimento do produto imobiliário. Por isso, é de suma importância ao gestor imobiliário entender todos os processos envolvidos, desde a etapa de planejamento até a comercialização do empreendimento imobiliário. A partir disso, esse pro- fissional pode realizar análises qualitativas e quantitativas de qualquer empreendimento imobiliário, seja um terreno vazio ou uma edificação de um ou mais pavimentos, por exemplo. Os processos para o desenvolvimento do produto imobiliário apresentam variabilidade e depen- dem da organização da empresa que irá lançar o empreendimento e da qualidade que se pretende atin- gir. Entretanto, existem alguns aspectos fundamentais relacionados ao desenvolvimento do produto imobiliário que almeja obter melhores resultados no desempenho da edificação ou comercialização de lotes. Todo produto do ramo imobiliário passa pelas etapas de planejamento, execução e comerciali- zação. Etapa de planejamento:::: : devemos observar todas as informações (técnicas, humanas e legais) antecedentes à execução do empreendimento. É a previsão de tudo que vai acontecer nas demais etapas. Etapa de execução:::: : a qualidade dessa etapa depende da qualidade e quantidade de informa- ções previstas na etapa de planejamento do empreendimento. A fase de execução é a cons- trução, a materialização do que foi planejado. Etapa de comercialização:::: : nessa fase, o empreendimento é disponibilizado ao mercado para sua compra, troca, permuta ou venda. A disciplina de Estudo Arquitetônico para Gestores Imobiliários pretende fornecer subsídios para o conhecimento básico sobre o conjunto de técnicas que integram a etapa de planejamento físico do desenvolvimento do produto imobiliário, ou seja, a fase de desenvolvimento dos projetos técnicos e todos os procedimentos envolvidos. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 9|Importância e contexto do estudo arquitetônico A etapa de planejamento do produto imobiliário divide-se em alguns estágios, os quais são o foco desta disciplina, já que o gestor imobiliário deve saber identificar os aspectos que podem qualificar ou não o empreendimento imobiliário. Por isso, esse profissional necessita de conhecimentos técnicos bá- sicos para melhorar sua percepção frente aos produtos com os quais trabalha e melhorar suas análises referentes aos imóveis. Abordagem da disciplina: o planejamento físico do produto imobiliário A disciplina estudada procura enfatizar as relações existentes durante o processo de desen- volvimento do produto imobiliário, vislumbrando as características muldisciplinares presentes nessa área do saber. Multidisciplinar, pois o desenvolvimento do produto imobiliário depende da sistema- tização de um conjunto de saberes, como: técnicos (arquitetos e engenheiros), jurídicos (advogados), marketing (publicitários), comercialização (gestores imobiliários), entre outros. Claro que o porte do empreendimento pode exigir mais ou menos profissionais. O grau de qualidade que se pretende atin- gir, as exigências legais e os valores financeiros disponíveis também influenciam nessa decisão. A integração entre os profissionais durante o processo de planejamento é essencial. Além de uma visão multidisciplinar, é importante contemplar todas as informações necessárias ao planeja- mento para a execução do empreendimento. Antes de descrevermos os principais tópicos relacio- nados à etapa de planejamento do empreendimento, precisamos entender algumas definições de planejamento. O planejamento é a atividade de tomada de decisão sobre o que pretendemos fazer dentro de um determinado contexto, o qual apresenta restrições e potencialidades. O que é exatamente a etapa de planejamento de um empreendimento imobiliário? O planejamento de um empreendimento imobiliário é o desenvolvimento dos projetos técnicos e demais informações necessárias à execução da edificação ou do parcelamento do solo. De acordo com Melhado (2004, p. 9), o projeto do empreendimento é resultado de um planejamento que siste- matiza as informações antecedentes à execução por meio de documentos e desenhos. Especifica as etapas e recursos que serão empregados durante a execução, de forma a alcançar as metas de todos os envolvidos e atender aos requisitos necessários. Antes de iniciarmos o desenvolvimento dos projetos é preciso atentar para todas as infor- mações de entrada no sistema de projetos. Essas informações compõem a base técnica, legal e humana sobre as diretrizes que serão seguidas durante o processo de desenvolvimento dos pro- jetos. Para facilitar, vamos imaginar o planejamento de um edifício comercial de cinco pavimentos em sua cidade. Para desenvolver os projetos desse empreendimentovocê precisa analisar qual é o contexto urbano em que ele se insere. Por isso você precisa saber qual é a localização geográfica do empreen- dimento, pois é fundamental identificarmos quais são os potenciais e as restrições existentes no lo- cal. Nesse sentido, estudaremos conceitos básicos sobre o planejamento urbano, melhorando nossa Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 10 | Importância e contexto do estudo arquitetônico apreensão referente à dinâmica das cidades e o conjunto de diretrizes propostas no Plano Diretor das cidades, o qual indica os potenciais construtivos dos lotes e identifica as zonas de expansão urbana e usos especiais. Para que a equipe envolvida no desenvolvimento do empreendimento possa se manter no mercado e consiga obter melhores resultados na comercialização, é necessário aplicar conceitos da gestão da qualidade em todas as etapas do empreendimento. A gestão da qualidade objetiva a melhora contínua dos procedimentos de desenvolvimento do produto, por isso estudaremos a importância dos sistemas de qualidade na etapa de criação do conjunto de projetos técnicos das edificações. Além dos condicionantes técnicos propostos pelas leis urbanas, os empreendimentos imobi- liários devem considerar os requisitos dos seus clientes, pois para alcançarmos a qualidade do em- preendimento devemos satisfazer às necessidades dos usuários da edificação. Identificar o público- -alvo do empreendimento é de suma importância, já que o produto é desenvolvido com base nas necessidades dos seus clientes. Dessa forma, são apresentadas algumas ferramentas e técnicas para realizar as análises de desempenho das edificações. As informações contidas nessas análises servi- rão de indicadores para o desenvolvimento de novos produtos do ramo imobiliário, minimizando investimentos desnecessários e maximizando o que realmente interessa aos usuários do empreen- dimento. Os terrenos que serão comercializados, com ou sem edificação, precisam ser analisados sob o enfoque qualitativo e quantitativo. O gestor imobiliário precisa analisar informações técnicas como os potenciais construtivos do terreno e suas características de conforto térmico, por exemplo. Tam- bém precisa interpretar informações qualitativas do lote, como as visuais do terreno, a sensação de segurança, de privacidade e demais características subjetivas, conforme o público-alvo do empre- endimento. Sendo assim, os aspectos qualitativos e quantitativos dos lotes serão listados a partir da apresentação de algumas definições básicas sobre os levantamentos e observações que devem ser realizadas. Antes do lançamento de uma edificação ou de um loteamento no mercado, o empreendimento passa por diferentes etapas de desenvolvimento. Uma das principais etapas do desenvolvimento do produto é a criação do conjunto de projetos técnicos, os quais são os responsáveis pela materia- lização do empreendimento. O gestor imobiliário precisa compreender as definições envolvidas e as informações necessárias para o processo de desenvolvimento dos projetos dos empreendimentos imobiliários, visto que esse profissional pode fornecer informações de mercado imprescindíveis à exe- cução dos projetos. Mas quais são as características dos projetos de um empreendimento imobiliário? Os projetos técnicos dos empreendimentos imobiliários têm características específicas, pois representam o empre- endimento por meio de desenhos e documentos técnicos. As técnicas gráficas utilizadas nas represen- tações dos projetos seguem algumas normas. Entender as normas de representação facilita a leitura das plantas, cortes e fachadas e demais desenhos que integram os projetos. A adequada leitura técnica dos projetos é imprescindível para quem pretende participar do processo de desenvolvimento do produto imobiliário. Além disso, a interpretação dos desenhos técnicos é essencial para quem irá comercializar imóveis, os quais muitas vezes estão disponíveis no mercado sem estarem prontos, ou seja, ainda não foram completamente construídos. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 11|Importância e contexto do estudo arquitetônico Projetos técnicos Identificamos as informações básicas que devemos observar antes de iniciar a criação dos pro- jetos. Também já sabemos que os projetos são representados por meio de desenhos e documentos técnicos. Mas de que tipo de projeto estamos nos referindo? Os tipos de projetos envolvidos no processo de desenvolvimento do produto imobiliário depen- dem das características, do porte, dos condicionantes legais e dos aspectos qualitativos que se preten- dem atingir. Os tipos de projetos mais usuais no desenvolvimento dos empreendimentos imobiliários serão apresentados, a fim de fornecer um conhecimento básico sobre o tipo de projeto, sua função e al- gumas especificidades. Sendo assim, serão apresentados o projeto arquitetônico, os projetos urbanístico, paisagístico e de decoração de interiores e os projetos estrutural, hidrossanitário e elétrico. A coerência da apresentação dos tipos de projetos não significa graus de importância, entretanto procura facilitar a apreensão, sendo que, normalmente, o projeto arquitetônico (quando falamos de edificações) e o projeto urbanístico (quando falamos de parcelamento do solo) conduzem às decisões gerais do empreendimento. Os demais projetos são conhecidos como projetos complementares, mas são essenciais para o desempenho dos empreendimentos que almejam qualidade. Depois de entendermos as informações básicas que integram o processo de desenvolvimento do produto imobiliário, vamos estudar algumas características que podem qualificar ou onerar os empre- endimentos. Essas características técnicas são produzidas na etapa de desenvolvimento dos projetos e devem ser analisadas procurando sempre a relação custo versus benefício. Os aspectos que agregam valor na edificação são complexos, pois congregam diversificadas áreas do saber e variam conforme o público-alvo do empreendimento. Sendo assim, vamos retratar apenas alguns desses aspectos, conforme o grau de importância e relação com a produção imobiliária, usuários dos empreendimentos e tendências de desenvolvimento. Para que um ambiente ou um espaço seja frequentado e tenha uma eficiente utilização é imprescindível que o espaço apresente características de conforto. Se o espaço não for confortável ao homem, esse ambiente está condenado ao abandono ou a usos que não foram previstos. Por isso, estudar relações de conforto ambiental nas edificações é fundamental a qualquer empreendi- mento. O conforto ambiental de uma edificação depende da localização do imóvel, da orientação solar, do padrão e da tipologia das edificações que estão entorno do imóvel, entre outras variáveis (LAM- BERTS, 2004, p. 51-85). As características básicas de conforto ambiental podem ser mensuradas a partir da análise do conforto térmico local, do conforto visual, do conforto sonoro e da ergonomia da edifica- ção (adequação ao uso do homem). Atender ao conforto ambiental das pessoas é requisito básico para qualquer empreendimento. Dessa forma, respeitar o meio ambiente em todas as escalas (escala local, regional e global) de abran- gência dos empreendimentos imobiliários é imprescindível para que o imóvel possa atender às ne- cessidades e exigências dos seus usuários. Além disso, a legislação e a fiscalização ambientais estão cada vez mais exigentes devido aos problemas ambientais que afetam todo o mundo. Por isso, serão apresentadas e discutidas soluções de cunho ambiental nas edificações, as quais qualificam a vida das pessoas que usam diariamente a edificação e das pessoas que habitam o seu entorno, sob o ponto de vista socioambiental. Além disso, utilizar os recursos naturais de forma responsável e criativamelhora a imagem da empresa, que transforma o que era visto como restrição em potenciais ao empreendimento. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 12 | Importância e contexto do estudo arquitetônico A sustentabilidade ambiental dos empreendimentos imobiliários agrega valores antes não percebi- dos, os quais podem ser o ponto forte dos empreendimentos inseridos em um mercado competitivo. Sendo assim, o que poderia ser uma restrição ambiental pode se transformar em novas soluções e gerar novas expectativas para as pessoas que movimentam o mercado imobiliário. Qualquer imóvel deve atender aos requisitos básicos de qualidade. O empreendimento deve ser confortável ao ser humano, respeitar a legislação pertinente e a tecnologia existente. A arquitetura do empreendimento também deve contemplar soluções que atentem às características funcionais e esté- ticas de cada edificação ou parcelamento do solo, de acordo com as preferências do seu público-alvo. É óbvio que a preferência estética é pessoal e subjetiva, entretanto, existem alguns padrões esté- ticos que são aceitos pela maioria das pessoas. Um dos efeitos estéticos que estudaremos está relacio- nado ao uso da cor nas edificações, visto que a cor está presente em todos os elementos da arquitetura, seja de forma natural (cor do próprio material) ou artificial (tintas e texturas aplicadas). As cores da edificação fornecem um excelente impacto visual se combinadas de forma adequada. Ainda serão apre- sentados os elementos volumétricos que podem compor as fachadas das edificações, pois a volumetria do empreendimento é considerada como um cartão de visitas. Depois de discutirmos sobre o processo de desenvolvimento do produto imobiliário e apresen- tarmos algumas diretrizes que podem qualificar os empreendimentos imobiliários, fica mais fácil de sistematizar as informações para realizar as análises qualitativas e quantitativas do projeto arquitetônico das edificações, bem como dos projetos complementares. Qual a diferença básica entre análises qualitativas e quantitativas? Conforme Richardson (1999, p. 70), “o método quantitativo, como o próprio nome indica”, caracteriza-se por coletar e tratar dados por meio da quantificação. O interesse da pesquisa é medir informações e analisá-las com técnicas de estatística, médias e percentuais. As análises qualitativas diferem-se das quantitativas, pois não utilizam técnicas estatísticas e não pretendem numerar ou medir as observações (RICHARDSON, 1999, p. 79). Normalmente, os estudos qualitativos são dirigidos à análise de atitude, preferências e motivações. Em- pregar a abordagem qualitativa ou quantitativa na análise de um problema depende da natureza do fenômeno. Para melhorar nosso entendimento sobre análises qualitativas e quantitativas vamos exemplificar algumas situações. Imagine uma casa ocupada por uma família. Para verificarmos a adequação do imó- vel ao uso dos seus proprietários precisamos fazer alguns levantamentos. Para saber, por exemplo, qual é o ambiente mais usado da casa é necessário questionar os membros da família sobre a frequência de uso de cada ambiente. A análise da frequência pode ser feita em percentual sobre o ambiente que é mais usado – esse é um dado de natureza quantitativa. Agora, se quisermos saber os motivos que fazem as pessoas usarem com maior frequência determinado ambiente, estaremos lidando com dados quali- tativos. Assim, as análises qualitativas e quantitativas são complementares umas às outras. O conhecimento adquirido nesta disciplina, somado ao seu saber empírico (conhecimento ad- quirido no dia a dia profissional) qualificam as análises qualitativas e quantitativas dos empreendimen- tos imobiliários que você pode fazer. Dessa forma, essas análises podem ser utilizadas, tanto para a formulação de novos produtos do ramo imobiliário quanto para qualificar seus argumentos técnicos referentes aos imóveis que você comercializa. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 13|Importância e contexto do estudo arquitetônico Em síntese, a disciplina de Estudo Arquitetônico para Gestores Imobiliários proporciona ao futuro profissional desse ramo um despertar para os aspectos que ele pode observar em um empreendimento. A partir da verificação de requisitos de qualidade e possibilidades em novos potenciais, você pode qua- lificar as análises. Atividade 1. Reflita sobre o exercício profissional do gestor imobiliário e os objetivos da disciplina de Estudo Arquitetônico para Gestores Imobiliários. Desenvolva um texto, com um mínimo de 500 palavras, relacionando as funções do gestor imobiliário e o contexto desta disciplina. Ampliando conhecimentos Faça análises qualitativas e quantitativas de empreendimentos imobiliários contidos nos sites a seguir: <www.arquiteturaeconstrucao.com.br>. <www.arcoweb.com.br>. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 14 | Importância e contexto do estudo arquitetônico Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Referências AMBIENTE BRASIL. A Paisagem Urbana. Disponível em: <www.ambientebrasil.com.br/composer. php3?base=./urbano/index.html&conteudo./urbano/arborizacao.html>. Acesso em: 20 jun. 2006. ARO, C. R.; AMORIM, S. V. As inovações tecnológicas no processo de produção dos sistemas prediais hidráulicos e sanitários. In. Encontro Nacional de Tecnologias do Ambiente Construído, 10., 2004, São Paulo. Anais... São Paulo: X ENTAC, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10067: princípios gerais de representação em desenho técnico. Rio de Janeiro, 1995. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13532: elaboração de projetos de edificações – arquitetura. Rio de Janeiro, 1995. ASSOSSIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 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Especialista em Geoprocessamento pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos/RS). Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Unisinos/RS. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Resumo O principal objetivo da unidade de planejamento urbano é possibilitar ao gestor imobiliário conhecimentos básicos sobre o planejamento urbano e apresentar conceitos de um dos seus instrumentos: o Plano Diretor. A partir do entendimento sobre alguns processos urbanos e algumas definições dos Planos Diretores, o profissional da área imobiliária poderá indicar ao seu cliente o potencial construtivo dos lotes urbanos. Planejamento urbano e instrumentos de gestão das cidades Cenário e contexto das cidades brasileiras A expansão urbana desenrola-se rapidamente e se reflete na desqualificação dos espaços físi- cos das cidades, situação enfrentada pela maioria dos centros urbanos brasileiros. Aproximadamente, 81,2% (BRASIL, 2001) da população brasileira vivenciam a baixa qualidade de vida presente nas cidades. Além disso, a maior parte dessa população se situa às margens da sociedade, povoando as classes so- ciais de baixa renda, e sofre ainda mais com a desqualificação urbana (BRITO; SATTLER, 2001, p. 21), pois vive em zonas com pouco ou nenhum tipo de infraestrutura. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 16 | Planejamento urbano e instrumentos de gestão das cidades O planejamento urbano, quando existe, tem sido trabalhado de forma excludente, pois centraliza o poder, os serviços e a infraestrutura das cidades em algumas zonas. Entretanto, pensar na valorização apenas de uma parcela urbana, além de não propiciar a função social da terra, dificulta o desenvolvi- mento para todos os envolvidos no processo, inclusive para as classes que acabam sendo privilegiadas. Centralizar os recursos resulta em uma centralização de serviços, o que acaba gerando, por exemplo, um deslocamento em massa das periferias para os centros urbanos. Essa situação gera congestionamentos no trânsito, provocando estresse e aumentando a poluição do ar, além de ser inconveniente para os trabalhadores que enfrentam horas perdidas nas viagens para o trabalho. As características do modelo de desenvolvimento urbano seguido até então acarretam problemas de cunho social, ambiental, cultural e econômico. Os conflitos presentes no dia a dia das cidades são reflexos de uma gestão do território que não vislumbra todas as variáveis envolvidas no processo. É comum encontrar nas cidades zonas de conflitos, como: a disposição de lixões em áreas de nascentes ou banhados, contaminando a água urbana; nos períodos chuvosos, as enchentes – comuns em locais muito impermeabilizados e com pouca área ver- de – causam prejuízos materiais e à saúde do homem; e no verão, o efeito de ilha de calor presente nos centros urbanos deixa a cidade desconfortável para as atividades humanas. Esses são apenas alguns exemplos das inter-relações existentes no meio urbano. O sistema da cidade é extremamente complexo e computa inúmeras variáveis, as quais se corre- lacionam umas com as outras. Para assegurar-se a qualidade de vida no meio urbano são necessários mecanismos e ações que propiciem diretrizes ao desenvolvimento dos sistemas componentes das ci- dades. O planejamento urbano sistêmico é um meio de qualificação dos espaços que integram a cidade e visa ao desenvolvimento de estratégias para o ordenamento e uso do solo urbano sob um enfoque holístico. Os conceitos envolvidos são interdisciplinares, visto que abrangem a inter-relação de várias áreas de atuação. São elas: a Arquitetura, a Engenharia, a Gestão Imobiliária, a Geografia, a Administra- ção, o Direito, a Ecologia, a Sociologia, entre tantas outras áreas do saber que atuam nas cidades. Sendo assim, desenvolver instrumentos para o planejamento urbano sob o enfoque sistêmico, por meio de uma abordagem multimetodológica, pode contribuir para a qualificação do uso do solo das cidades. Mas como fazer isso? Os meios não são únicos e muito menos seguem um modelo predeterminado. Entretanto, os instrumentos legais na esfera federal já estão em vigência desde 2001 na Lei 10.257, o Estatuto da Cidade. Com o desenvolvimento dessa lei, fornecem-se instrumentos para aplicação de so- luções que evidenciam a função social, o direito à cidade e a democratização da gestão urbana. Dessa forma, os princípios evidenciados no Estatuto da Cidade1 regulamentam diretrizes para uma cidade mais sustentável e democrática. Porém, essa lei é apenas um meio de ação que dispõe um conjunto de ferramentas, as quais fornecem subsídios para os municípios elaborarem seus Planos Diretores. Plano Diretor: instrumento de gestão O Plano Diretor é uma lei municipal que estabelece um conjunto de normas que regulam o uso e a ocupação do solo urbano. Essa lei funciona como um instrumento para o planejamento e para a 1 A aprovação do Estatuto da Cidade, todavia, é apenas o primeiro passo para que os brasileiros tenham assegurado o seu direito a cidades sustentáveis, entendido pelo próprio texto da Lei 10.257/2001 como envolvendo o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações. É apenas um primeiro passo, porque praticamente todos os instrumentos trazidos pela nova lei demandarão a edição de leis municipais que os implementem (BRASIL, 2001). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 17|Planejamento urbano e instrumentos de gestão das cidades gestão da cidade, pois contempla as questões de zoneamento urbano, bem como as possibilidades construtivas de cada terreno. Ainda, o Estatuto da Cidade (2001, p. 38-40) salienta que o Plano Diretor é um instrumento básico para as políticas de desenvolvimento e expansão do território das cidades. O ideal seria que todo e qualquer município tivesse um Plano Diretor para orientar a expansão do seu território, porém essa ocorrência não é efetiva, já que geralmente os municípios pequenos não dis- põem de corpo técnico qualificado para isso e nem de recursos. A obrigatoriedade do desenvolvimento de um Plano Diretor é presente nos municípios com as seguintes características, de acordo com o artigo 41 da Lei 10.257 (BRASIL, 2001, p. 56): I - com mais de vinte mil habitantes; II - integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas; III - onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no §4.° do art. 182 da Constituição Federal; VI - inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbi- to regional ou nacional. Os Planos Diretores devem ser concebidos sob a forma de planejamento politizado, ou seja, o planejamento desenrola-se juntamente com a gestão. No período anterior à reforma urbana, o plane- jamento era visto sob a ótica técnicae a gestão sob a ótica política. Já nos tempos atuais surge a visão holística dos processos urbanos, por isso os Planos Diretores não são considerados mais um fim e sim um meio para a gestão de políticas, por meio de um planejamento que qualifique a vida urbana. O levantamento precede o plano (MCHARG, 2000), por isso é importante realizar-se a leitura da realidade local, antes de iniciar-se o Plano Diretor. Os levantamentos necessários representam as características sociais (escolaridade, saúde), ambientais (áreas verdes, rios, geomorfologia) e espaciais (elementos físicos, espaços construídos) das cidades. A etapa de levantamento é de suma importância para a qualidade do Plano Diretor: quanto maior for o número de informações, melhor será a base de dados sobre a realidade do município. No entanto, as disponibilidades econômicas e temporais nem sempre possibilitam o levantamento dos dados necessários. São exemplos de levantamentos: o levan- tamento cartográfico da área do município, com as informações técnicas necessárias; dados socioeco- nômicos sobre a população local; inventário ambiental da área; bem como todas as informações exis- tentes sobre a cidade. A partir da coleta de dados, os técnicos da prefeitura e demais órgãos municipais, juntamente com representantes de toda a sociedade, iniciam análises e discussões sobre os potenciais e as restri- ções existentes. Então, em um processo de tomada de decisões, elabora-se o conjunto de diretrizes propostas nos Planos Diretores de cada cidade. Sendo assim, o Plano Diretor é um instrumento de ges- tão integrada formado pelo conjunto de estratégias que ordenam e orientam o crescimento urbano de cada município. Para que as diretrizes propostas nos Planos Diretores almejem uma cidade mais democrática, a participação da sociedade deve ser estimulada. Assim, para que o planejamento seja politizado, os cidadãos devem participar das decisões sobre investimentos públicos, juntamente com técnicos que orientem as adequações, conforme aspectos qualitativos e quantitativos do meio urbano em questão. Ainda, para contemplar todas as variáveis urbanas, o Plano Diretor deve ser revisado; segundo o artigo 40 da Lei 10.257, o Plano Diretor da cidade deve ser revisto em um período mínimo de dez anos, pois as mudanças urbanas são constantes e o processo deve ser democrático. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 18 | Planejamento urbano e instrumentos de gestão das cidades Definições de alguns conteúdos inseridos nos Planos Diretores Zoneamento urbano A cidade é composta por zonas de diferentes usos, cada qual com suas características e peculia- ridades. O zoneamento urbano procura realizar uma divisão territorial de cada município, conforme a estrutura física de cada área, sendo necessário um conhecimento específico e ao mesmo tempo abran- gente sobre todos os tipos de usos e características da cidade. Segundo o Estatuto da Cidade (2001, p. 41-42), a função do zoneamento é dividir o município em zonas diversificadas, onde é aplicado um conjunto de ações e princípios de uso e ocupação do solo, conforme suas especificidades. De acordo com o Plano Diretor de Porto Alegre, o zoneamento urbano não é uma divisão meramente funcional, que divide a cidade em zonas residenciais e comerciais, por exemplo, já que para realizar o zoneamento é necessário buscar padrões de qualificação para cada zona, características particulares que evidenciam o uso proposto. São alguns exemplos de macrozonas: zona de uso urbano:::: – caracteriza-se pela existência de edificações residenciais, comerciais, industriais e institucionais; zona de uso rural:::: – área destinada à produção rural, contemplando terrenos com dimensões superiores aos terrenos localizados na área urbana; zona de expansão urbana:::: – área prevista para o crescimento ordenado da cidade. Polos e corredores de comércio e serviços Os polos e corredores de comércio e serviços são áreas territoriais com predominância de ativida- des comerciais ou de serviços. Essas zonas caracterizam-se como sendo espaços urbanos especializados no atendimento das necessidades da população, pois desempenham funções de aproximação do co- mércio e serviços para a comunidade das suas respectivas áreas de influência. A finalidade dessas zonas é descentralizar o comércio para melhorar a acessibilidade das pessoas e aumentar as possibilidades de serviços em diversas áreas da cidade. Vias de tráfego As vias de tráfego são os locais destinados à circulação de veículos e de pedestres. Elas apresen- tam diferentes características, conforme sua localização geográfica, dimensões e qualidade. As vias po- dem ser classificadas de acordo com seu tamanho e importância. São denominadas de vias arteriais (15 metros de largura), vias coletoras (6 metros de largura) e vias locais (DEL RIO, 1990, p. 138). Vias arteriais:::: : são as vias que fazem ligações entre bairros, apresentam maiores dimensões e seu pavimento é mais homogêneo e liso. Caracterizam-se por serem vias de fluxo intenso de veículos e normalmente há predominância de velocidades de alto tráfego. Vias coletoras:::: : são as vias que fazem as principais ligações dentro de um bairro. As dimensões sofrem maior variabilidade, mas geralmente são para um fluxo de média velocidade; a intensi- dade de veículos depende do horário. Vias locais:::: : são vias de acesso imediato, normalmente têm características residenciais e de pequenos serviços, com dimensões reduzidas. A velocidade dos veículos é baixa e o fluxo não é intenso. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 19|Planejamento urbano e instrumentos de gestão das cidades Volumetria da edificação O regime volumétrico da edificação é resultado das restrições incidentes em cada lote, como a altura máxima permitida, os recuos necessários, a taxa de ocupação e o índice de aproveitamento. Esse conjunto de restrições indica a situação volumétrica limite que a edificação pode ter. A altura máxima da edificação é expressa em metros. Para saber a quantidade de andares que a construção pode ter, verifica-se qual é o pé-direito mínimo exigido no Código de Obras municipal, somando-o com as espessuras dos pisos e tetos e dividindo esse resultado pela altura máxima permitida. Os recuos indicam a distância que a edificação deve ter em relação às testadas (os limites) do terreno, por isso indicam a parte do terreno que deve ser destinada a um espaço livre, sem construção. Os recuos podem se dividir em: recuo de jardim ou frontal:::: – é o recuo a partir do alinhamento predial, ou seja, a partir da testada frontal do terreno. Essa área compõe a entrada da edificação e costuma ser destinada a um espaço livre com tratamento paisagístico; afastamentos laterais e de fundos:::: – são os recuos que o prédio deve ter em relação aos terrenos vizinhos. A existência desses recuos é necessária para controlar a qualidade de ilumi- nação e ventilação das edificações no meio urbano; recuo viário:::: – é a indicação de que no futuro existirá uma via com dimensões maiores do que a existente, e por isso a área edificada deve respeitar esse limite. O recuo viário normalmente é indicado em metros, a partir do alinhamento do meio-fio existente. Índice de Aproveitamento do solo (IA) Determina a área total máxima a ser construída no terreno (a área a ser edificada depende da área do terreno). O índice de aproveitamento é representado por um coeficiente que deve ser multiplicado pela área total do terreno. Os índices podem ainda ser considerados adensáveis ou computáveis e não adensáveis ou não computáveis. Os índices adensáveis (computáveis) representam as áreas destinadas à moradia e/ou trabalho; já os índices não adensáveis são as áreas complementares àsde moradia e trabalho, como as garagens, as sacadas e áreas de dutos para tubulação e elevadores, por exemplo. As áreas não adensáveis não são computadas no cálculo da área máxima a ser construída, ou seja, além da área máxima a ser edificada conforme o índice de aproveitamento, pode-se considerar mais um percentual do terreno que será utilizado com a finalidade das áreas determinadas como não adensáveis. Entretanto, cabe ressaltar que as áreas não adensáveis estão contidas no Plano Diretor de cada cidade, no qual se determina o que é considerado como área adensável ou não adensável. Exemplo: Área total do terreno X Índice de aproveitamento 800m² 1,5 Área máxima a ser contruída no terreno 1 200m² Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 20 | Planejamento urbano e instrumentos de gestão das cidades Taxa de ocupação (To) A taxa de ocupação refere-se ao percentual que a vista superior da edificação pode ocupar no lote e depende da área total do terreno. É a área máxima de projeção que a edificação pode ter, e não a área total edificada. Exemplo: Área total do terreno X Taxa de ocupação 800m² 1,5 Área máxima de ocupação projetada no terreno 1 200m² Solo criado O solo criado é uma forma de transferência de potencial construtivo que a prefeitura disponibi- liza. Quando o proprietário de um terreno pretender construir em uma área maior do que a permitida no índice de aproveitamento proposto pelo Plano Diretor, ele poderá comprar o chamado solo criado, se o local tiver índices disponíveis. As possibilidades de construção nos lotes são calculadas de acordo com os limites da infraestru- tura local e dos equipamentos e serviços urbanos disponíveis. Portanto, em um terreno com IA = 2, que disponibiliza um índice de solo criado igual a 1, a área construída permitida será de 3 vezes a área total do terreno. Esse instrumento tem como objetivo arrecadar recursos para os investimentos de caráter público. Os recursos disponibilizados pela compra de índices de construção (solo criado) são destinados à arbo- rização urbana, aos sistemas de praças e parques públicos e/ou à habitação de interesse social. Além disso, as permutas do solo criado possibilitam à prefeitura pagar pela desapropriação de áreas privadas com índices de área construtiva. Dessa forma, a prefeitura não desembolsa dinheiro público para esse tipo de ação. Como vocês perceberam, o planejamento urbano trabalha com inúmeras variáveis (ambientais, sociais, econômicas), as quais se inter-relacionam. Por isso, quando estamos realizando um empreen- dimento imobiliário, devemos observar e considerar todos os aspectos urbanos, a fim de qualificar o desenvolvimento do produto, assim como a vida nas cidades urbanos. Atividades 1. Analise a situação de sua cidade e descreva os principais conflitos existentes. A partir da identificação dos problemas, pense e escreva algumas ações públicas que possam qualificar cada caso. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 21|Planejamento urbano e instrumentos de gestão das cidades 2. Procure o Plano Diretor de sua cidade (ou outra de sua preferência) e identifique o conjunto de restrições existentes em uma zona urbana escolhida de forma aleatória, a partir do mapa de zoneamento urbano. Identifique as atividades permitidas na área selecionada. Ampliando conhecimentos MINISTÉRIO DAS CIDADES. Disponível em: <www.cidades.gov.br/>. Acesso em: 9 jan. 2006. Nestes sites você pode acessar o Plano Diretor de Porto Alegre e de Curitiba e analisar como é sua estrutura e organização: <www2.portoalegre.rs.gov.br/spm/>. <www.curitiba.pr.gov.br/Secretaria.aspx?o=2>. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 22 | Planejamento urbano e instrumentos de gestão das cidades Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Referências AMBIENTE BRASIL. A Paisagem Urbana. 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Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Resumo O principal objetivo desta unidade é apresentar alguns conceitos da gestão da qualidade aplicadaao processo de desenvolvimento dos projetos técnicos das edificações. Dessa forma, você pode entender a função de um sistema de qualidade para o processo de desenvolvimento do produto imobiliário. Gestão da qualidade para os projetos técnicos dos empreendimentos imobiliários Desenvolvimento dos empreendimentos imobiliários O mercado imobiliário opera com inúmeras variáveis e trabalha em uma situação de mudanças e aumento da concorrência. A construção civil é a fornecedora dos produtos que estão disponíveis no mercado imobiliário, sendo que qualquer empreendimento desse ramo deve passar pelas fases de planejamento (desenvolvimento dos projetos técnicos), de execução (a gestão dos processos construti- vos), bem como de comercialização (venda do produto). Para que o lançamento de um novo empreendimento tenha sucesso em suas vendas, é impres- cindível manter um excelente relacionamento com seus clientes em todas as etapas de desenvolvi- Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 24 | Gestão da qualidade para os projetos técnicos dos empreendimentos imobiliários mento da edificação. Dessa forma, a produção de um projeto adequado ao público-alvo, que satisfaça e supere as expectativas dos seus usuários, é o inicio de um processo que idealiza maior rentabilidade, liquidez e segurança em manter seus clientes. No entanto, existem muitas dificuldades na gestão dos projetos técnicos envolvidos no processo de desenvolvimento do produto imobiliário. Na prática, é dada pouca importância para as etapas de planejamento do empreendimento, pois, nessa fase, geralmente o empreendedor não dispõe de todos os recursos financeiros. A falta de recursos também é responsável pela pressa na comercialização das unidades, gerando um atropelamento nos procedimentos necessários ao bom desenvolvimento do produto. Em suma, os resultados disso estão presentes na baixa qualidade dos projetos técnicos envol- vidos no processo de construção das edificações. Reflexos da falta de qualidade dos projetos A falta de preocupação com a fase de planejamento da edificação desencadeia uma série de di- ficuldades que oneram o desempenho do empreendimento. Gus e Formoso (1995, p. 1-2) afirmam que cerca de 50% dos problemas durante a construção de uma edificação ocorrem devido à má ingerência na etapa de projetos. Um dos grandes problemas relacionados a esse fato é a quantidade de desperdí- cios que acontece no canteiro de obras. O excesso de entulho existente nas obras de construção civil é resultante de um planejamento inadequado. Esse entulho é composto por diversos materiais, como restos de concreto, fios, armadu- ra, tubos, entre outros, que, além de provocar aumentos no custo da edificação, causam um enorme impacto ambiental. A quantidade de entulho da construção civil causa prejuízos econômicos, ambien- tais e legais, pois, de acordo com a Resolução 348/2004 do Conoma, todas as empresas construtoras e as prefeituras são responsáveis pela disposição adequada dos resíduos sólidos de construção. A falta de qualidade dos projetos também prejudica a satisfação dos nossos clientes, pois os usuá- rios dos imóveis têm elevado seu grau de exigência. Também deve-se observar que os objetivos dos no- vos empreendimentos devem ir além de atender às expectativas dos clientes, pois é preciso criar novas necessidades a fim de manter cada cliente como um potencial comprador. Segundo Miron (2002 p. 13), o processo do projeto é um dos grandes contribuintes na agregação de valores das edificações, pois ele é responsável por transformar as necessidades e os desejos dos clientes em um produto imobiliário. A partir do momento em que os requisitos do cliente são encontrados por meio da produção de projetos, podem-se criar novas soluções. Os projetos são os responsáveis em garantir que os requisitos indicados possam se materializar na edificação. Sendo assim, adotar procedimentos da gestão da quali- dade no desenvolvimento dos projetos das edificações é o alicerce para o desempenho dos empreendi- mentos imobiliários que pretendem superar expectativas para criar novos nichos no mercado. Conceitos de gestão da qualidade Os sistemas de gestão da qualidade têm como objetivo a melhora contínua de todo e qualquer processo envolvido na produção de produtos de qualquer natureza, por isso os conceitos de qualidade podem ser aplicados em qualquer esfera. A gestão da qualidade tem como foco o resultado final, mas suas ações ocorrem durante o desenvolvimento dos processos. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 25|Gestão da qualidade para os projetos técnicos dos empreendimentos imobiliários No desenvolvimento dos empreendimentos imobiliários, a qualidade pode ser considerada como a adequação ao uso, sendo o cliente seu referencial, ou seja, a qualidade é medida pela satisfação do cliente. Vale lembrar que cada cliente tem suas próprias características e peculiaridades. Portanto, é necessário identificar tipos de público-alvo para cada empreendimento. Características de qualidade do projeto Qualquer produto passa por processos de planejamento, gestão, construção e entrega final ao mercado. A etapa de planejamento consiste na sistematização de condicionantes técnicos, legais e referentes aos requisitos dos clientes. O produto final das soluções e ideias propostas para a execução de um empreendimento é o próprio projeto desse empreendimento (THOMAZ, 2001, p. 353-363). Para que o projeto tenha qualidade, sua abordagem deve ser feita sob o enfoque sistêmico, en- tendendo todas as relações e ações envolvidas, a fim de maximizar a comercialização dos empreendi- mentos imobiliários. Sendo assim, considera-se o processo de desenvolvimento de um projeto como um sistema. Todo e qualquer sistema apresenta alguns elementos básicos. São eles: as entradas do processo (informações iniciais, recursos); :::: os processos (conjunto de ações que transformam as entradas em saídas);:::: as saídas (produto resultante); :::: o ambiente (o meio que envolve qualquer sistema); :::: a retroalimentação (as informações retiradas do próprio processo do sistema que alimentaram :::: novos processos). Para entendermos o sistema projeto, vamos exemplificar: Entradas Projetistas: programa de necessidades; condicionamentos legais; condicionantes físicos; software e computadores; estudo de viabilidade econômica. Processos Criação projetos: arquitetônico estrutural; hidrossanitário; elétrico; paisagismo; compatibilização; coordenação. Saídas Projetos: desenhos técnicos (plantas, cortes, fachadas...); memoriais descritivos; especificações técnicas; manual do proprietário; análise de custo. Ambiente Retroalimentação do sistema Figura 1 – Sistema projeto, adaptado de Ramos (2002) e Thomaz (2001). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 26 | Gestão da qualidade para os projetos técnicos dos empreendimentos imobiliários Ao analisarmos essa figura, podemos nos questionar sobre questões mais específicas sobre as entradas, os processos, as saídas, o ambiente e a retroalimentação do sistema projeto. Primeiro, é pre- ciso entender para quem os projetos estão sendo desenvolvidos, ou seja, identificar as pessoas para as quais os projetos são produzidos e suas exigências. Na fase de planejamento, o projeto é destinado basicamente a três personagens, cada qual apresentando diferentes necessidades e graus de exigên- cias, envolvidos no processo: o incorporador ou empreendedor, o construtor e os usuários. Para que o projeto possa ser gerenciado sob o enfoque da qualidade, o conjunto de informa- ções necessárias à produção dos projetos deve estar disponível. Essasinformações são consideradas as entradas do sistema projetos, pois a partir delas é que são desenvolvidos os estudos preliminares, estruturando as primeiras ideias, formas e usos da edificação. Dentro das informações necessárias aos projetos, podem-se citar as exigências legais do Plano Diretor e Código de Obras da cidade, o levanta- mento topográfico, a sondagem do terreno, o público-alvo do empreendimento, os valores de merca- do, o conceito do projeto, o programa de necessidades para a edificação, entre outras, dependendo da complexidade de cada empreendimento. Os processos envolvidos no sistema projeto são a criação e o desenvolvimento de cada projeto, conforme suas peculiaridades. O ambiente é o meio em que os projetos são formalizados. As saídas do sistema projeto, o produto final gerado, é o conjunto de informações gráficas, memoriais e especifica- ções técnicas necessárias para a execução da edificação. Já a retroalimentação desse sistema acontece após uma avaliação dos acontecimentos durante a obra da edificação e depois de certo tempo de ocu- pação dos usuários. A partir dos problemas identificados no decorrer da execução, elabora-se uma pla- nilha com todas as informações, somando-se a isso as informações provenientes das reclamações dos usuários que dizem respeito à forma, à função e aos materiais da edificação, ou seja, aos resultados das medições de desempenho dos empreendimentos. Tudo isso é repassado aos projetistas que procuram maximizar todo o processo de desenvolvi- mento dos projetos das próximas edificações, melhorando as falhas apontadas. Por isso, o sistema de gestão da qualidade é considerado um processo de melhora contínua e não tem um fim em si mesmo, visto que o conhecimento dos problemas apontados na etapa de execução e no uso do produto final poderá fornecer novos subsídios para os projetos dos futuros empreendimentos. Para que os projetos de empreendimentos tenham qualidade, é necessário observar a qualidade das informações de entrada, assim como a qualidade dos processos de criação e desenvolvimento dos projetos. A fim de melhorar nossa apreensão sobre como aplicar conceitos da qualidade no processo de desenvolvimento dos projetos, é necessário analisarmos as principais informações envolvidas durante a fase de planejamento até a entrega dos projetos para início da execução. São elas: necessidades dos clientes finais:::: – identificar sonhos, desejos, atividades e expectativas; necessidades do(s) contratante(s) do projeto:::: – identificar qual é o tipo de investimento e intenção de lucro; análises qualitativas e quantitativas do terreno:::: – identificar restrições e potenciais físicos e legais; formulação programa de necessidades:::: – listar diretrizes para o desenvolvimento dos projetos; concepção dos projetos:::: – criação dos projetos por meio de desenhos; coordenação de projetos:::: – compatibilização entre os projetos (arquitetônico, elétrico, es- trutural, hidrossanitário e outros); entrega dos projetos:::: – finalização dos desenhos técnicos, memoriais descritivos e demais documentos necessários à execução da obra. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 27|Gestão da qualidade para os projetos técnicos dos empreendimentos imobiliários Coordenação de projetos e dos projetistas As exigências do mercado de trabalho derivam de complexidades de novas ações em qualquer área do saber. Para o bom desempenho dos empreendimentos imobiliários, é necessária a adoção de práticas de gestão da qualidade no processo de desenvolvimento dos projetos técnicos. Dessa forma, surge uma nova demanda de profissionais que precisam trabalhar em sinergia e desenvolver cada um sua função, porém, não mais de uma forma estanque, mas sim integrada. Durante a fase de planejamento do empreendimento imobiliário, é fundamental a existência de um gerente responsável pela gestão de integração dos projetos que estão sendo desenvolvidos. Esse profissional, conhecido como coordenador de projetos, tem como requisito básico o conhecimento de sistemas de gestão, bem como de diversificadas áreas técnicas. Por isso, o coordenador de proje- tos deve ter conhecimentos aprofundados sobre os processos de desenvolvimento do produto, tendo enfoque multidisciplinar, já que precisa permear entre diferentes áreas do saber. Mas quem são os profissionais envolvidos no processo? As exigências interdisciplinares são resultados das inovações tecnológicas e das novas necessidades da sociedade que vêm sendo intro- duzidas no setor da construção das edificações (LANTELME, 2004, p. 14-16). Essa situação ocasiona requisitos de maior complexidade e maior velocidade no processo de desenvolvimento do produto imobiliário, sendo necessário um maior número de profissionais e especialistas envolvidos. São exem- plos de alguns profissionais envolvidos: arquitetura:::: – conformação de espaços, leitura técnica e perceptiva da construção; engenharia:::: – aspectos estruturais e leitura técnica; instalações (hidrossanitário, elétrica, incêndio):::: – leitura técnica; direito:::: – aspectos jurídicos relacionados; publicidade:::: – marketing; econômica:::: – viabilidade financeira do empreendimento. A função do coordenador de projetos O coordenador de projetos é um profissional com competências e habilidades multidisciplinares, pois sua função é gerenciar a troca de informações entre todos os envolvidos no processo de desen- volvimento dos projetos (RAMOS, 2002, p. 87-93). Esse profissional deve ter a habilidade de receber as informações advindas de outros profissionais, como o arquiteto e o engenheiro elétrico, por exemplo, e ponderar as informações de cada especialista. Além disso, ele é o responsável por analisar se todos os projetistas estão dentro das normas técnicas, do programa de necessidades da edificação e do custo previsto para a execução. O importante nesse processo é a integração entre as partes, por isso, quanto antes a equipe e a coordenação envolverem-se, melhor se processará a qualidade no sistema projeto. Os resultados dessa sinergia entre as partes são claramente observados na fase de execução da edificação, pois vários con- flitos podem ser evitados ainda na fase de projetos, coibindo atrasos na obra e excesso de custo da construção. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 28 | Gestão da qualidade para os projetos técnicos dos empreendimentos imobiliários Dessa maneira, o coordenador de projetos verifica prováveis defeitos na integração entre os pro- jetos, analisando a compatibilidade entre os projetos arquitetônico, estrutural e de instalações. Também são observados possíveis problemas nas informações gráficas de cada projeto, nas falhas das especifica- ções técnicas e dos materiais a serem utilizados. Esse profissional deve submeter os projetos à verifica- ção do estudo de viabilidade econômica, ao programa de necessidades, aos requisitos de qualidade de- mandados sob a ótica do incorporador, construtor e usuário e aos prazos de entrega do produto final. Para a realização de novas tarefas todo indivíduo precisa desenvolver competências para efeti- var a ação. Atualmente, entende-se por competência pessoal as habilidades que se somam, desde os conhecimentos específicos até os saberes informais adquiridos ao longo da vida das pessoas. Dessa forma, destaca-se que os novos profissionais do ramo imobiliário devem estar atentos para os conhecimentos necessários. Participar da etapa de planejamento de um empreendimento exige conhecimentos de mercado e conhecimentos específicos das técnicas envolvidas no processo de de- senvolvimento do produto imobiliário (entender tanto dos projetos envolvidos, quanto da execução do empreendimento). Não é tarefa simples, no entanto proporciona
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