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Técnico em administração Logística Instituto Federal Sul-rio-grandense Campus Pelotas – Visconde da Graça Thilara L. Schwanke Xavier 2013 Pelotas – RS Presidência da República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação a Distância Equipe de elaboração Campus Pelotas - Visconde da Graça /CAVG Coordenação institucional Cinara Ourique do Nascimento/CAVG Professora autora Thilara L. Schwanke Xavier Projeto gráfico Eduardo Meneses Fábio Brumana Equipe técnica Rodrigo da Cruz Casalinho/CAVG Diagramação Lucas Pereira Revisão Cristiane Silveira dos Santos /CAVG Marchiori Quevedo/CAVG Angelita Hentges/CAVG Ficha catalográfica © Campus Pelotas – Visconde da Graça Este caderno foi elaborado em parceria entre o Campus Pelotas - Agrotécnico Vis- conde da Graça (CAVG) e o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil – e-Tec Brasil. Amigo(a) estudante! O Ministério da Educação vem desenvolvendo políticas e programas para ex- pansão da educação básica e do ensino superior no país. Um dos caminhos encontrados para que essa expansão se efetive com maior rapidez e eficiên- cia é a modalidade a distância. No mundo inteiro são milhões os estudantes que frequentam cursos a distância. Aqui no Brasil, são mais de 300 mil os matriculados em cursos regulares de ensino médio e superior a distância, oferecidos por instituições públicas e privadas de ensino. Em 2005, o MEC implantou o sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), hoje consolidado como o maior programa nacional de formação de profes- sores em nível superior. Para expansão e melhoria da educação profissional e fortalecimento do ensi- no médio, o MEC está implementando o Programa Escola Técnica Aberta do Brasil (e-Tec Brasil). Espera, assim, oferecer aos jovens das periferias dos gran- des centros urbano se dos municípios do interior do país oportunidades para maior escolaridade, melhores condições de inserção no mundo do trabalho e, dessa forma, com elevado potencial para o desenvolvimento produtivo regional. O e-Tec é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Educação Profissio- nale Tecnológica (SETEC), a Secretaria de Educação a Distância (SED) do Mi- nistério da Educação, as universidades e escolas técnicas estaduais e federais. O programa apóia a oferta de cursos técnicos de nível médio por parte das escolas públicas de educação profissional federais, estaduais, municipais e, por outro lado,a adequação da infraestrutura de escolas públicas estaduais e municipais. Do primeiro edital do e-Tec Brasil participaram 430 proponentes de ade- quaçãode escolas e 74 instituições de ensino técnico, as quais propuseram 147 cursos técnicos de nível médio, abrangendo 14 áreas profissionais. O resultado desse edital contemplou 193 escolas em 20 unidades federati- Apresentação e-Tec Brasil vas. A perspectiva do Programa é que sejam ofertadas 10.000 vagas, em 250 polos, até 2010. Assim, a modalidade de Educação a Distância oferece nova interface para a mais expressiva expansão da rede federal de educação tecnológica dos últi- mos anos: a construção dos novos centros federais (CEFETs), a organização dos Institutos Federais de Educação Tecnológica (IFs) e de seus campi. O Programa e-Tec Brasil vai sendo desenhado na construção coletiva e parti- cipação ativa nas ações de democratização e expansão da educação profis- sional no país, valendo-se dos pilares da educação a distância, sustentados pela formação continuadade professores e pela utilização dos recursos tec- nológicos disponíveis. A equipe que coordena o programa e-Tec Brasil lhe deseja sucesso na sua formação profissional e na sua caminhada no curso a distância em que está matriculado(a). Brasília, Ministério da Educação – setembro de 2008. Sumário Apresentação e-Tec Brasil 3 Sumário 5 Indicação de ícones 7 Palavra da professora autora 9 Outros – instituição validadora 11 Apresentação da disciplina 13 Projeto instrucional 15 1 Introdução à logística 17 1.1 Introdução 17 1.2 Evolução do conceito de logística 18 1.3 Conceitos e definições 18 1.4 As três dimensões da logística 20 1.5 Administração de pedidos e clientes 21 1.6 A logística e a gestão de estoques 24 1.7 Decisões de compras 27 Referências 29 Os ícones funcionam como elementos gráficos utilizados para facilitar a orga- nização e a leitura do texto. Veja a função de cada um deles: Atenção: Mostra pontos relevantes encontrados no texto. Saiba mais: Oferece novas informações que enriquecem o as- sunto como “curiosidades” ou notícias recentes relacionadas ao tema estudado. Glossário: Utilizado para definir um termo, palavra ou expres- são utlizada no texto Midias integradas: Indica livros, filmes, músicas sites, progra- mas de TV, ou qualquer outra fonte de informação relacionada ao conteúdo apresentado. Pratique: Indica exercícios e/ou Atividades Complementares que você deve realizar. Resumo: Traz uma síntese das idéias mais importantes apresen- ta das no texto/aula. Avaliação: Indica Atividades de Avaliação de Aprendizagem da aula. Indicação de ícones Prezados Alunos! Sejam bem vindos ao espaço de aprendizagem da disciplina de Logística! É com imensa satisfação que iniciamos o trabalho desta disciplina. Os concei- tos que iremos trabalhar durante o desenvolvimento do conteúdo irão contri- buir para o entendimento da logística como processo estratégico dentro das organizações. Neste guia, você encontrará as informações necessárias para o desenvolvi- mento da disciplina. Devemos atentar para o cumprimento dos prazos e, para isso, é importante o comprometimento de todos com relação ao tempo que temos disponível para leitura e estudo do material didático, bem como para resolução dos exercícios de fixação, participação de fóruns de discussão e chat. Saliento que, junto com os tutores e toda a equipe, estou à disposição para auxiliá-los e, por consequência, construirmos juntos um processo de apren- dizado efetivo. Desejo a todos um ótimo trabalho! Palavra da professora autora e-Tec BrasilLogística 9 Outros – instituição validadora e-Tec BrasilLogística 11 Apresentação da disciplina A disciplina de Logística ocorrerá no prazo de quatro semanas. Na primeira semana iremos trabalhar os conceitos introdutórios de logística através do entendimento da evolução deste processo, da administração de pedidos e controle e análise de estoques. Na segunda semana, iniciaremos a aborda- gem dos processos da Logística relacionados com o arranjo físico de materiais, armazenamento e distribuição física dos mesmos. Na terceira semana, tra- balharemos os processos detalhados da cadeia de abastecimento, as práticas de negócio em cada processo e a interdependência entre os processos. E fi- nalizando, na quarta semana vamos identificar os custos relacionados com a logística de uma empresa e a importância da gestão desses custos como fator crucial para a sobrevivência da empresa. Fique atento para todas as orientações apresentadas neste guia, pois elas serão fundamentais para o desenvolvimento da disciplina. e-Tec BrasilLogística 13 Instituição Instituto Federal Sul-rio-grandense Campus Pelotas – Visconde da Graça Nome do curso: Técnico em administração Professora autora: Thilara L. Schwanke Xavier Disciplina: Logística PROJETO INSTRUCIONAL Ementa básica da disciplina: A disciplina aborda a gestão da cadeia de abastecimento, e apresenta a relevância dos custos logísticos e da gestão da distribuição para as organizações. Projeto instrucional Semana Aula Objetivos e aprendizagem Recursos Carga horária (horas) 1ª Unidade 1 – Introdução à logísticae cadeia de abastecimento Atividade 1 – Realização da tarefa: questionário Atividade 2 – Realização de chat de acompanhamento da disciplina O aluno deve ser capaz de reconhecer o papel da logística nas organizações empresariais, formular conceitos, traçar objetivos, distinguir impactos, bem como revelar a compreensão dos principais elementos e processos da logística e cadeia de abastecimento. Unidade curricular 1 Questionário (atividade 1) Chat (atividade 2) Unidade 1 – 9h Atividade 1 – 5h Atividade 2 – 1h 2ª Unidade 2 – Armazenamento e distribuição física de materiais Atividade 3 – Realização da tarefa: questionário Atividade 4 – Realização da tarefa: verdadeiro ou falso O aluno deve ser capaz de distinguir os impactos nas empresas, bem como revelar a compreensão dos principais elementos e processos da logística e cadeia de abastecimento. Unidade curricular 2 Questionário (atividade 3) Questionário – V ou F (atividade 4) Unidade 2 – 5h Atividade 3 – 5h Atividade 4 – 5h 3ª Unidade 3 – Processos da cadeia de abastecimento Atividade 5 – Realização da tarefa: questionário Atividade 6 – Realização da tarefa: verdadeiro ou falso O aluno deve ser capaz de entender os processos detalhados da cadeia de abastecimento, as práticas de negócio em cada processo e a interdependência entre os processos. Unidade curricular 3 Questionário (atividade 5) Questionário – V ou F (atividade 6) Unidade 3 – 9h Atividade 5 – 3h Atividade 6 – 3h e-Tec BrasilLogística 15 Semana Aula Objetivos e aprendizagem Recursos Carga horária (horas) 4ª Unidade 4 – Custos logísticos Atividade 7 – Realização da tarefa: questionário O aluno deverá ser capaz de identificar os custos relacionados com a logística de uma empresa e a importância da gestão desses custos como fator crucial para a sobrevivência da empresa. Unidade curricular 4 Questionário (atividade 7) Unidade 4 – 10h Atividade 7 – 5h 1 Introdução à logística 1.1 Introdução Você já imaginou por quantas etapas um produto que você adquire na prate- leira do supermercado passou para chegar até ali? Como um supermercado repõe seu estoque de produtos perecíveis todos os dias sem que ele saiba quanto iremos comprar? Nesta primeira unidade, iremos trabalhar o conceito de logística. Trabalhare- mos sua evolução histórica, características básicas e seus objetivos dentro das organizações para elucidarmos estas questões. Os conceitos que serão trabalhados a seguir são de suma importância para entendermos o papel do gestor de logística para desenvolvimento de uma cadeia de abastecimento consolidada. Os desafios nas organizações empresariais têm permeado o alinhamento de interesses entre as várias partes interessadas, tais como clientes, fornecedo- res, acionistas, funcionários, dentre outras. Dentro do contexto do mercado cada vez mais competitivo, o macroprocesso da logística tem sido reconheci- do como um fator de vantagem competitiva e criação de valor agregado nas organizações. A logística ao longo do tempo passa a ter um papel estratégico nas organiza- ções e este papel é ressignificado à medida que a logística deixa de ser atrela- Objetivos da aula O aluno deve ser capaz de reconhecer o papel da logística nas organizações empresariais, formular conceitos, traçar objetivos, distinguir impactos, bem como revelar a compreensão dos principais elementos e processos da logística e cadeia de abastecimento. e-Tec BrasilLogística 17 da somente a transporte e a depósito de mercadorias e ganha a significação de processo dentro da estrutura organizacional, com atividades integradas visando ao atendimento das necessidades dos clientes. É através do conhecimento do que é a logística, perpassando sua perspectiva histórica, seus conceitos e seus objetivos que construiremos o entendimento da importância deste macroprocesso nas organizações e de como uma gestão in- tegrada das atividades logísticas pode gerar vantagem competitiva as empresas. 1.2 Evolução do conceito de logística O conceito de logística tem evoluído ao longo do tempo, desde a associação da logística com o fluxo de transporte até o conceito mais amplo utilizado hoje, em que a logística é responsável não só pela distribuição física e fluxo de produtos, mas também pelo fluxo de informação inerente a estes produ- tos. Esta evolução do conceito só foi possível devido ao desenvolvimento de novas tecnologias e novos sistemas de gestão aplicáveis a este processo. Segundo Martins (2009), no Brasil, a logística apareceu em 1970, por meio de um de seus aspectos: a distribuição física de produtos, tanto interna quan- to externa. As organizações se depararam com mercados emergentes, com infraestrutura para escoamento dos produtos deficiente e economia instável. Com a globalização, a gestão da cadeia de abastecimento teve que se adaptar para tornar-se um processo integrado visando a gerar vantagem competitiva para a organização. Esta vantagem competitiva não se resume à questão financeira, abrange também a busca contínua de excelência de atendimento ao cliente. A abertura de mercado tem exposto as empresas brasileiras a concorrência forte com outras economias competitivas do mundo, e isto também impul- sionou as organizações a buscarem processos produtivos e administrativos mais eficientes. 1.3 Conceitos e definições A cadeia de abastecimento corresponde ao conjunto de processos requeridos para obter materiais no sentido mais amplo, e a logística é um macro proces- so da cadeia de abastecimento das organizações. A origem do termo logística é militar. foi desenvolvida visando colocar os recursos certos no local certo na hora certa, com um só objetivo: vencer batalhas. (Martins, 2009) Saiba mais Técnico em administraçãoe-Tec Brasil 18 Segundo Martins, 2009, o conceito sofreu evoluções importantes durantes os últimos anos. A cadeia de abastecimento integrada apresenta uma visão mais ampla do que conhecemos como cadeia logística, a qual está mais limitada à obtenção e movimentação de materiais e à distribuição física de produtos. A seguir serão apresentados alguns conceitos de logística: “Logística é uma parte componente daquilo que comumente se entende por gerenciamento de cadeias de suprimento.” (Figueiredo et al, 2009) “A logística é a parte do gerenciamento de cadeias de suprimento respon- sável pelo planejamento, implementação e controle, de modo eficiente e eficaz, do fluxo e armazenagem de produtos (bens e serviços) e informações relacionadas, do ponto de origem até o ponto de consumo, com vistas ao atendimento das necessidades dos clientes.” (Figueiredo et al, 2009) “A logística é responsável pelo planejamento, operação e controle de todo fluxo de mercadorias e informação, desde a fonte fornecedora até o consu- midor.” (Martins, 2009) Operacionalmente, a logística pode ser dividida em subprocessos, em que todos iniciados e terminados nos clientes, o que tem sido caracterizado por autores da área como logística integrada. Segundo Martins (2009,p....), os pontos principais do sistema de logística integrada são: • O cliente. • A área comercial: que é a área responsável por atender o cliente e passar o pedido de compra que desencadeará o processo de produção do produ- to ou serviço. • A fábrica: que, ao receber a confirmação do pedido, aciona o planejamen- to de controle da produção (PCP), a rede de suprimentos, a produção e o setor de distribuição física, para poder dar uma confirmação de entrega. • A administração: que pode iniciar o esquema de contabilização, acionar contasa pagar e contas a receber ou ainda a tesouraria para acertar o fluxo de caixa. e-Tec BrasilLogística 19 • O mercado: que incluirá o novo consumidor e o produto solicitado nas es- tatísticas de vendas e colocará seu nome na relação do serviço de pós-venda. • O fornecedor: que hoje é visto como parceiro comercial, recebendo or- dem de compra e providenciando as peças. • A transportadora: que pode ser terceirizada ou contar com frota própria, que planeja a rota de entrega dos produtos e a execita. • O cliente: novamente o cliente, que, através da percepção de que foi aten- dido dentro das condições acordadas, se tornará, possivelmente, fiel à marca. A figura a seguir ilustra o sistema integrado de logística citado anteriormente e o relaciona com as atividades que desempenha: Fonte: M artins, 20 09, p.328 Figura 1.1: Sistema integrado de logística 1.4 As três dimensões da logística Segundo Martins (2009), o conceito de dimensões é utilizado para delimitar o passo a passo para a realização da análise de um sistema logístico. As orga- nizações precisam pensar que as variáveis são interdependentes. A logística apresenta três dimensões principais: Técnico em administraçãoe-Tec Brasil 20 1. Dimensão de fluxo: engloba suprimentos, transformação, distribuição e serviço ao cliente. 2. Dimensão de atividades: engloba o processo operacional, administra- tivo, de gerenciamento e de engenharia. 3. Dimensão de domínios: engloba a gestão de fluxos, tomada de deci- são, gestão de recursos e modelo organizacional. Para exemplificar as dimensões, imaginemos o leite, que será transformado em leite em pó. O leite será obtido de uma vaca e o agricultor o passará para a indústria. Nesta primeira fase, dimensão de fluxo corresponderá ao suprimento de matéria-prima. A indústria, por sua vez, transformará esta matéria-prima em produto final “leite em pó”. Nesta segunda fase, a dimensão de fluxo corres- ponderá a transformação ou manufatura. O percurso do “leite em pó” até o cliente final será a distribuição. Porém todas essas etapas ocorrem através de atividades, que fazem parte do processo operacional da dimensão de atividades, tais como: emissão de nota fiscal, operação de armazenagem. Na dimensão de domínios, pode ser citada a previsão do supermercado onde se comercializa este leite em pó, através da concepção de que existe deman- da do produto, e portanto, era importante tê-lo em estoque. Essa previsão é um processo gerencial, de gestão de recursos e tomada de decisão. 1.5 Administração de pedidos e clientes A entrega do produto ou serviço certo, ao cliente certo, no momento certo é fun- damental para entendermos a lógica do processo de administração de pedidos. Com a produção cada vez mais flexibilizada e uma busca de relacionamento com o cliente, as organizações foram em busca de otimização da administra- ção de pedidos. Para Martins (2009), o nível de especificações, tempos de ne- gociação e entrega, valores envolvidos e contratos de implementação ou su- porte são algumas das características presentes na administração de pedidos. e-Tec BrasilLogística 21 O processo de administração de pedidos e de clientes tem como objetivo o planejamento e o gerenciamento de vendas, como também a administração do portfólio de clientes, adicionando-os, mantendo-os ou reduzindo-os em função do desempenho destes mesmos, buscando efetivas parcerias que pos- sam gerar condições propícias para ambas as empresas. (BERTAGLIA, 2009) Segundo Bertaglia, 2009, o processo de administração de pedidos pode ser dividido conforme as etapas citadas a seguir: 1. Fornecer dados de produtos e serviços: essa função do processo corresponde ao recebimento e processamento das indagações recebidas dos clientes sobre as especificações do produto, preço, prazo de entrega, garantia e outras características, associadas à compra. 2. Visitar clientes: a visita aos clientes pode ter finalidades diferentes. No segmento de bens de consumo, ela é normalmente efetuada com o intui- to de identificar necessidades de produtos e obtenção de pedidos para o reabastecimento dos estoques. Em outros casos pode significar a manu- tenção de um relacionamento de longo prazo. 3. Coletar pedidos: esta atividade corresponde ao processo de identifica- ção das necessidades de reposição de estoque, que pode ser efetuada pelo próprio cliente ou pelo representante de vendas. Esta atividade pode ser feita por visita de um representante de vendas da empresa por pedido próprio cliente que faz o pedido ou por abastecimento automático. 4. Receber e validar pedidos: os pedidos podem ser recebidos via papel, telefone ou internet, mas normalmente são formalizados em sistema de gerenciamento de pedidos próprio da empresa. Todos os pedidos são analisados para garantir a sua validação e possibilidade de atendimento ao cliente. 5. Analisar crédito do cliente: o objetivo da análise de crédito é procurar se certificar-se de que o cliente possui recursos suficientes para pagar os produtos que está comprando, sempre buscando vender mais com menos perdas no momento do recebimento. Cabe salientar que toda organização possui a sua política de crédito; são muitos os fatores que regem a determinação destas políticas. A política de concessão de crédi- to de venda de uma concessionária será distinta da política de concessão de crédito de venda de um comércio varejista de roupas, por exemplo. Técnico em administraçãoe-Tec Brasil 22 6. Reservar produto: a atribuição de estoque consiste em reservar produ- tos existentes à quantidade demandada pelo cliente, antes que qualquer atividade física seja realizada. Nesta etapa clientes diferenciados possuem tratamento diferenciado. Em um pedido alguns itens precisam ser requisitos de preenchimento, tais como: dados fundamentais do cliente, especificação do produto, incluindo (código, descrição, quantidade, preço e unidade de medida), condições e for- ma de pagamento, dados do vendedor, local de entrega, data de solicitação e data de entrega. Os clientes orientam as atividades das empresas, e muitas organizações tem focado suas estruturas organizacionais, inclusive política de atendimento ao cliente, através do entendimento da demanda de mercado e no perfil dos seus clientes. Para Bertaglia, 2009, o atendimento eficiente trata de entregar de maneira acertada os produtos certos, no lugar certo, no tempo certo e na quantidade certa. Esse é um processo orientado para as estratégias e práticas logísticas que nascem com a demanda do consumidor. O objetivo principal da reposição contínua de clientes é integrar todas as eta- pas do processo de logística. Com o desenvolvimento de novas tecnologias informacionais, foi possível otimizar o nível de atendimento ao cliente. Pode- -se citar como exemplo o uso da internet para fazer pedidos que assim são gerados direto no fabricante. É o caso de alguns sites de vendas pela internet, onde o produto ainda não existe fisicamente, nos quais o cliente emite pedi- do de compra e o mesmo chega direto ao fabricante, que entrega ao cliente. Neste caso o site de vendas pela internet não possui estoque e somente intermedia a compra. A tecnologia também propiciou a padronização de dados, que por conse- qüência melhorou o nível de serviço, em virtude de ter dificultado que haja falta de produtos em estoque e envio de produtos em desacordo com a es- pecificação solicitada pelo cliente. A competição por qualidade no mercado, por flexibilidade e por inovação no processo de gestão da cadeia de abastecimento, está cada vez mais focada no cliente, em excelência de nível de atendimento ao mesmo. A associação europeia de logística levantou que 10,1% do preçode um Produto final resulta do custo de logística, Isto sem contar que a implantação das Ferramentas de logística integrada já Havia reduzido estes custos em quase 30% (em 1987 eles eram de 14,3%). (MARTINS, 2009) Saiba mais e-Tec BrasilLogística 23 1.6 A logística e a gestão de estoques Estudos referentes a métodos de gestão de estoques têm permeado o aprimo- ramento do macroprocesso de gestão da cadeia de abastecimento, mais espe- cificamente da logística. Os estoques atuam como elemento regulador entre a oferta e a demanda de produtos ou serviços. E por que existe estoque? A res- posta é: porque existe uma diferença de ritmo entre fornecimento e demanda. Os estoques são um recurso produtivo que poderá criar valor agregado ao cliente ou consumidor final. Segundo Martins, 2009, a gestão do fluxo de materiais, serviços e informa- ções, desde o fornecedor inicial até o consumidor final, constitui a essência da logística. Os estoques têm a função de agir como reguladores do fluxo de negócios e representam parcela considerável dos ativos das empresas. Segundo Martins, 2009, os estoques podem ser classificados em cinco gran- des categorias: • Estoques de materiais: são todos os itens utilizados nos processos de transformação em produtos acabados. Todos os materiais armazenados que a empresa compra para usar no processo produtivo fazem parte do estoque de materiais, independente de serem materiais diretos, que se incorporam aos produtos finais, ou indiretos, que não se incorporam ao produto final. • Estoques de produtos em processo: correspondem a todos os itens que já entraram no processo produtivo, mas que ainda não são produtos aca- bados. São os materiais que começaram a sofrer alterações, sem, contudo, estarem finalizados. • Estoques de produtos acabados: são os itens que já estão prontos para ser entregues aos consumidores finais. São os produtos finais da empresa. Os produtos acabados são bem conhecidos por nós em nosso dia a dia. • Estoques em trânsito: correspondem a todos os itens que já foram des- pachados de uma unidade fabril para outra, normalmente da mesma em- presa, e que ainda não chegaram a seu destino final. • Estoque em consignação: são os materiais que continuam sendo pro- priedade do fornecedor até que sejam vendidos. Em caso contrário, são devolvidos sem ônus. Técnico em administraçãoe-Tec Brasil 24 Materiais diretos: também denominados materiais produtivos ou matérias- -primas. São aqueles que saem com o produto final. Ex.: embalagem de produtos. (MARTINS, 2009, p. 171) Materiais indiretos: também denominados materiais não produtivos ou materiais auxiliares. São aqueles que não saem com o produto final. Ex.: óleo que lubrifica uma máquina utilizada na manufatura de um produto, papel onde se imprime a nota fiscal. (MARTINS, 2009, p. 171) A gestão eficiente de estoques permite verificar se estes estão sendo bem utilizados, bem localizados em relação aos setores que deles se utilizam, bem manuseados e bem controlados. Dentro deste contexto, as organizações empresariais identificaram a neces- sidade de utilizar indicadores de desempenho ou de produtividade de esto- ques para análise e controle dos mesmos. Segundo Martins, 2009, os indicadores de desempenho mais utilizados são: inventário físico e contábil, acurácia dos controles, nível de serviço (ou nível de atendimento, giro de estoques e cobertura de estoques. A seguir serão caracterizados dois dos indicadores de desempenho de estoques mais usuais: O inventário físico consiste na contagem física dos itens de estoque. Caso haja diferenças entre o inventário físico e os registros do controle de estoques, devem ser feitos os ajustes conforme recomendações contáveis e tributárias. (MARTINS, 2009, p.199) Nível de serviço ou nível de atendimento é o indicador de quão eficaz foi o estoque para atender às solicitações dos usuários. Assim, quanto mais requi- sições forem atendidas, nas quantidades e especificações solicitadas, tanto maior será o nível de serviço. (MARTINS, 2009, p.202) Nível de serviço = Número de requisições atendidas Número de requisições efetuadas Exemplo: o estoque da empresa XYZ, durante um período de 6 meses, recebeu 4.000 requisições de materiais. Foram entregues, no mesmo período, 3.500 das requisições que chegaram ao estoque. Qual o nível de serviço do estoque? e-Tec BrasilLogística 25 Nível de serviço = 3.500 = 0,875 × 100 = 87,5% 4.000 As organizações além de controlar os estoques através de indicadores de desempenho, precisam definir a forma como farão a gestão dos mesmos, através dos modelos de estoque. Estes modelos de estoque respondem às seguintes questões: • Quando comprar? • Quanto comprar? ATENÇÃO! No item a seguir, estudaremos os modelos clássicos de gestão de esto- ques: Sistema de reposição contínua e Sistema de reposição periódica. Sistema de reposição contínua Segundo Martins, 2009, o modelo de reposição contínua, também chamado de modelo do lote padrão, modelo do estoque mínimo ou modelo do ponto de reposição, consiste em emitir um pedido de compras, sempre que o esto- que atingir um nível mínimo, independente da demanda. Fonte: M artins, 20 09, p.328 Figura 1.1: Sistema integrado de logística O estoque de segurança é fixado em função das variações na demanda, no tempo de atendimento e no nível de serviço. O objetivo deste sistema é compensar as incertezas inerentes a fornecimento e demanda. Este modelo Técnico em administraçãoe-Tec Brasil 26 é muito utilizado por indústrias que já conhecem as oscilações de demanda de produção de vendas. Pode-se citar como benefícios deste sistema de re- posição de estoques: redução de falta de produtos, diminuição de estoques, menores custos logísticos. Sistema de reposição periódica De acordo com Martins (2009), o modelo de reposição periódica, também chamado de modelo do intervalo padrão ou modelo do estoque máximo, consiste em emitir os pedidos de compras em intervalos de tempos fixos. Neste modelo o que rege é a demanda média. Normalmente a quantidade a ser reposta obedece o lote máximo, ou seja, a quantidade comprada será o suficiente para atingir o lote máximo. 1.7 Decisões de compras As decisões de compras são fundamentais para o sucesso da gestão da ca- deia de abastecimento. Para Martins, 2009, a organização da área de com- pras na empresa está diretamente ligada à participação no custo do produto ou serviço vendido. Segundo o mesmo autor, é usual esta participação che- gar a 80% do custo final do produto. Há pouco tempo, as empresas centralizavam as atividades de compras em áreas administrativas que não desempenhavam somente esta atividade. Com a concepção do desenvolvimento de um papel estratégico dentro das orga- nizações, as atividades de compras ganharam corpo e importância e hoje se pode observar que as organizações destinam um setor especificamente para este processo, muitas vezes com respaldo da diretoria de compras. Operacionalmente, o processo de compra é iniciado através de um docu- mento chamado de solicitação de compra. Este documento norteará toda a especificação do produto a ser cotado, e, após a cotação e negociação, o setor de compras emite um pedido de compra para o fornecedor. O acom- panhamento do pedido é realizado pelos profissionais do setor de compras, pois normalmente o pagamento só será liberado ao fornecedor se a merca- doria que chegou corresponder ao descrito no pedido. Dentro do contexto da busca pela qualidade contínua e por consequência as certificações de qualidade, foram introduzidas, em âmbito global, parcerias entre empresa e fornecedor. Esta nova abordagem trouxe um novo posicio-e-Tec BrasilLogística 27 namento do setor de compras dentro da organização, já que a busca agora já não é melhor preço somente, mas qualidade e fornecedores parceiros do negócio. Entre cliente e fornecedor, procura-se desenvolver um clima de confiança mútua, em que ambos saem ganhando. Nessas situações, o fornecedor aju- da no desenvolvimento do projeto do produto, na análise de melhorias do processo produtivo de seu cliente, garante a qualidade, abre sua planilha de formação de custos e preços e, em contrapartida, recebe um contrato de fornecimento por um período normalmente igual ao da vida do produto para qual foi escolhido o fornecedor. (MARTINS, 2009, p. 134) Independente da parceria entre fornecedor e empresa, segundo Martins, 2009, são necessárias algumas decisões e avaliações de compras, que podem ser baseadas em: • Custo: verificação de que os custos estão compatíveis com o mercado, partindo do princípio de que eles devem ser reduzidos. • Qualidade: o relacionamento somente frutificará se o fornecedor dispuser de qualidade. • Pontualidade: o fornecedor deverá possuir uma cultura de pontualidade nas suas entregas, caso contrário, o relacionamento jamais poderá ser do tipo parceria. • Inovação: o fornecedor inovador cria uma alavancagem muito importante no cliente-comprador, embora o mais comum seja a necessidade de aten- der a solicitações de inovação pela empresa compradora. • Flexibilidade: é a capacidade que tanto o cliente quanto o fornecedor devem ter para rapidamente adaptarem-se às alterações e solicitações do mercado. • Produtividade: é a relação entradas sobre saídas ou valor dos produtos/ serviços sobre o custo total dos insumos. Tanto o cliente quanto o fornece- dor devem estar preparados para, de forma contínua, implantar programas de melhoria da produtividade. • Instalações: o cliente deve avaliar as instalações produtivas do fornecedor quanto às condições mínimas de fabricar produtos de qualidade. Técnico em administraçãoe-Tec Brasil 28 • Capacitação gerencial e financeira: verificação de que o fornecedor dis- põe de estrutura organizacional definida, com a cadeia decisória estrutura- da, possibilitando a identificação dos responsáveis pelas decisões. Confir- mação também se a capacidade financeira da empresa é saudável. Enfim, as decisões de compras devem estar alinhadas com a estratégia da or- ganização, estabelecendo meios eficazes de atender as demandas da empre- sa e otimizando operacionalmente definições de prazo, quantidades a serem fornecidas, formas de pagamento e negociação de preços. Na próxima unidade, abordaremos questões relativas ao armazenamento dos materiais e distribuição física dos mesmos através dos modais de transporte. Até breve! Referências BERTAGLIA, P.R. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2006. BOWERSOX, D.J.; CLOSS, D.J.; COOPER, M.B. Gestão Logística de Cadeias de Suprimento. 1ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. CAIXETA FILHO, J.V.; MARTINS, R.S. Gestão Logística do Transporte de Cargas, São Paulo: Atlas, 2001. MARTINS, P. Administração de materiais e recursos patrimoniais. 3ed. São Paulo: Saraiva, 2009. e-Tec BrasilLogística 29
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