Prévia do material em texto
* Imunidade INATA ou NATURAL Profª Lettícia Maurique * Propriedades gerais da Resposta Imune (RI) * * Características da resposta Imune Inata ou Natural Composta por Nts e MØs/monócitos e via alternativa do complemento; Não é específica e não tem memória; Barreiras físicas: pele, mucosas, cílios; Barreiras químicas: lisozimas, ácido clorídrico, saliva, muco, etc... Mecanismos fisiológicos: pH vaginal, fluxo urinário, peristaltismo; Defesas moleculares: complemento e interferon; Febre, inflamação, fagocitose. * BARREIRAS CONSTITUTIVAS Proteção Física e Bioquímica * Pele Mucosas: do sistema respiratório do sistema gastrintestinal do sistema urogenital Mecanismos externos de resistência natural * Estrutura variada em relação à: queratinização, quantidade de pêlos, glândulas sebáceas, glândulas suporíparas e flora bacteriana normal. 2 m2 de tecido Mecanismos resistência natural da pele * Retenção de partículas; Secreção de ácidos graxos pelas gls sebáceas (hidrofobicidade da queratina); Ac. lático, caprílico e capróico têm ação bactericida e fungistático em regiões pilosas. Ex: nas narinas, no couro cabeludo, na vulva e próximo ao ânus; Algumas bactérias e fungos podem penetrar pelos folículos pilosos na ausência de ácidos graxos. Pêlos e glândulas sebáceas * Microbiota Bactérias comensais fazem parte da “flora bacteriana” normal (pele e mucosas) que tem em torno de 1014 microrganismos (maioria no intestino grosso); Staphylococcus aureus, Candida albicans (axilas, couro cabeludo, interdigital nos pés); Competição por nutrientes, produção de bacteriocinas, inibição da aderência de bactérias piogênicas a células epiteliais. * Mecanismos de resistência natural dos olhos Conjuntiva e córnea se mantêm protegidas pela: integridade, flora bacteriana: Staphylococcus e Corynebacterium, Haemophilus influenzae, Moraxella sp e Neisseria meningitidis. batimento das pálpebras e produção de lágrimas componentes na lágrima: lisozima, lactoferrina, beta-lisinas defensinas. * Mecanismos de resistência natural no Sistema gastrintestinal Microbiota (bactéria comensais) Produção de enzimas na saliva Ác. clorídrico no estômago Enzimas e movimentos peristálticos no intestino delgado * Mecanismos de resistência natural no Sistema gastrintestinal - Microbiota Orofaringe: 1011 microrganismos. Muitas espécies são eventualmente patogênicas: S. aureus, Streptococcus pneumoniae, S. pyogenes, Neisseria spp., Candida; Esôfago, estômago, duodeno: lactobacilos; Intestino grosso: Escherichia coli, Klebsiela, Pseudomonas, Streptococcus, Staphylococcus. * Mecanismos de resistência natural no Sistema gastrintestinal - Saliva e enzimas Função: lavagem; Enzimas: Amilase – efeito bactericida sobre Legionella pneumoniae; Lisozima (produzido por céls epiteliais, Nts, MØs) – Ação sobre Streptococcus mutans (causa cárie) Peroxidase – tem ação sobre Streptococcus mutans. Entre as refeições e nas desidratações ocorre aumento do número de bactérias do orofaringe. * Mecanismos de resistência natural no Sistema gastrintestinal - Ácido Clorídrico e peristaltismo O pH do estômago fica entre 1-2 (secreção de HCl por células parietais); Microrganismo ácido-resistente: Helicobacter pylori; O peristaltismo associado a produção de muco controla o crescimento de microrganismos – o fluxo impede adesão das partículas ao epitélio Vibrio cholerae produz mucinase que degradam o muco. * Mecanismos de resistência natural no Sistema Respiratório Mucosa nasal: flora bacteriana, grande quantidade de pêlos, epitélio ciliado, glândulas mucosas e serosas (produção de amilase e lisozima). Traquéia e brônquios – células ciliadas e película de muco. A secreção de muco limpa cerca de 90% do material depositado a cada hora. MØs alveolares: podem entrar nos bronquíolos e migrar para os linfonodos; podem aderir ao epitélio ciliado e ser impelidos através da traquéia e aos brônquios principais, sendo eliminados junto com o muco pela tosse. * Mecanismos de resistência natural no Sistema Urogenital O urotélio contém múltiplas camadas de células, fluidez e acidez da urina, lisozima; Secreção de muco na uretra; Rins: presença de macrófagos; Útero: produção de muco no canal endocervical impedindo a ascensão bacteriana pela cavidade endometrial; Vagina – pH ácido pela degradação de glicogênio por lactobacilos protege contra leveduras e bactérias Gram - e anaeróbias; No sistema genital masculino – espermina e espermidina (bactericidas). * Mecanismos de resistência natural internos Ativação do sistema complemento pela via alternativa Células Natural Killer – NK Fagocitose * Fagócitos: Neutrófilos e Monócitos/Macrófagos A função primária dos fagócitos é identificar, ingerir e destruir microorganismos. NTs são os leucócitos mais abundantes, mas têm vida curta. MØs são as céls efetoras dominantes em estágios mais tardios da RI. Produzem citocinas importantes da RI Inata e adquirida. * * A partir da RI inata fagócitos liberam mediadores que iniciam a RI adaptativa * RI Inata: Função do Sistema Complemento * O Sistema do complemento consiste em várias proteínas plasmáticas que, ativadas por microorganismos, promovem sua destruição e inflamação. * Complexo de ataque à membrana * Citocinas na RI Inata Recrutam e ativam leucócitos e produzem alterações sistêmicas que potencializam a resposta antimicrobiana. Fontes de citocinas na RI Inata: MØs, NTs e céls NK. Interferons: controlam a infecção viral e ativam MØs. TNF, IL-1 e quimiocinas: medeiam a inflamação. IL-15 e IL-12: estimulam a proliferação e atividade das céls NK. TGF-b e IL-10: controlam a inflamação. * Reconhecimento do “próprio” pela RI Inata Existem estruturas restritas aos microorganismos, geralmente essenciais a sua sobrevivência ou patogenicidade e que são comuns a uma classe inteira de patógeno. Tais estruturas são consideradas alvos microbianos da RI Inata e são descritas como “padrões moleculares” → Padrões moleculares associados aos patógenos (PAMPs) * Padrões moleculares associados aos patógenos (PAMPs) * Reconhecimento do “próprio” pela RI Inata A RI inata desenvolveu receptores de reconhecimento de padrão, que identificam estruturas altamente conservadas presentes em um amplo grupo de microorganismos. Desse modo a RI Inata é capaz de distinguir o “próprio” do “não-próprio”. * Reconhecimento do microorganismo NTs e MØs expressam receptores de superfície que reconhecem microorganismo no sangue e nos tecidos, estimulando a fagocitose e morte do microorganismo. Receptores para opsoninas (Ex. FcgR, CR) Receptores semelhantes ao Toll (TLRs) Receptores para citocinas Receptores de manose ou scavenger (de varredura) atuam na ligação e ingestão do microorganismo. * Reconhecimento do microorganismo por NTs e MØs através de seus receptores * Receptores toll Família de proteína presente em células de defesa, que desempenha o papel de receptor iniciador da resposta imune inata. Tipos de receptores toll: TLR1/TLR2- ligam-se a lipopolipeptídeos bacterianos. TLR2/TLR6- reconhece o ácido lipoteicóico de bactérias gram positivas e zimosan. TLR4/TLR4 – liga-se ao LPS de bactérias gram neg. TLR5- liga-se a flagelina de bactérias móveis. * Receptores toll ou Toll-Like Receptors (TLR) Receptores para substâncias de origem microbiana * Receptores de reconhecimento de padrão são encontrados em MØs, células dendríticas e outras células apresentadoras de antígeno (APCs) * Resposta dos fagócitos à infecção Bactérias produzem sinais N-formil-metionina (peptídeo quimiotático) e outros peptídeos que ativam a cascata de complemento. Resposta de fagocitose Aderência vascularDiapedese Quimiotaxia Ativação celular Fagocitose e morte * Recrutamento de leucócitos para locais de infecção É um processo de múltiplas etapas, envolvendo a fixação às céls endoteliais e a migração através do endotélio. Sob influência de TNF, IL-1 e quimiocinas céls endoteliais expressam moléc. de adesão (selectinas) e leucócitos expressam ligantes para selectinas iniciando o “rolamento”. Quimiocinas promovem ativação de leucócitos “rolantes”, os quais passam a expressar integrinas de alta afinidade para ligantes no endotélio, resultando na fixação e migração dos leucócitos pelos espaços interendoteliais. * Recrutamento de leucócitos para locais de infecção * Após iniciar a fagocitose ocorre indução da destruição do microorganismo No local da infecção a ligação de componentes bacterianos com receptores de fagócitos desencadeia: Internalização do microorganismo (formação do fagossomo) Fusão do fagossomo ao lisossomo (fago-lisossomo). Explosão respiratória ou respiração oxidativa * Morte de microorganismos fagocitados NTs e MØs ativados, após formação do fagolisossomo, podem converter oxigênio molecular em intermediários reativos de oxigênio (ROI) e de nitrogênio (NO), que são reativos na oxidação de agentes que destroem os microorganismos. * Fagocitose, explosão respiratória e formação de reativos intermediários de oxigênio A formação do fagossomo é seguida da ativação da explosão respiratória ou respiração oxidativa que resulta na formação de ROIs. Essas moléculas são microbicidas e causam a morte do microorganismo no fagossomo. * Morte celular dentro de fagócitos induzida por enzimas lisossômicas Molécula Efetora Função Proteína Dano a membrana catiônica microbiana Lisozima Hidrólise de mucopeptídeos da parede celular Lactoferrina Compete com microorganismo pelo Fe Enzimas hidrolítica Digestão de (proteases) microorg mortos * Resumindo tudo.... * As superfícies epiteliais: barreira mecânica, química e microbiológica contra patógenos potenciais RI Inata: Primeiras barreiras * * Mecanismos de resistência natural internos * Características da RI inata e adquirida RI Inata RI Adquirida Resp. imediata Há uma lacuna entre tempo de exposição e resposta máxima Não é Ag-específica É Ag-específica A exposição não induz A exposição induz céls de céls de memória memória * Leituras Abbas – capítulo 2 Janeway – capítulo 2 Roitt – capítulo 1 e 2 * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * Receptores de manose ou scavenger atuam na ligação e ingestão do microorg: ligam-se a resíduos terminais de manose e de fucose em glicoproteínas e glicolipídios (parece celular microbiana) e a particulas modificadas de LDL. Receptores para opsoninas:fagocitose de microorg recoberto com várias proteínas Receptores Toll: São homólogos a uma proteína da Drosophila chamada Toll; atuam na ativação de fagócitos. Receptores acoplados à proteína G: estimulam a migração de leuc p/ o local da infecção * * * * * * * * * * * * * * * * *