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Solos Não Saturados e os Processos Erosivos Erosões em Borda de Reservatório Capítulo 5 Escola de Engenharia Civil e Ambiental Goiânia, junho de 2017 1 - Introdução • Anamnese do estudo de erosão em solos saturados. • Imersão nos conceitos de erosão em solos não saturados. • Elenco dos processos de erosão em bordas de reservatório. • Destaque para a erosão deflagrada pela instabilidade de taludes de voçorocas. • Destaque para a erosão hídrica por fluxo superficial. • O papel da não saturação na resistência ao cisalhamento de solos não saturados. • A associação entre a não saturação do solo e processos de erosão hídrica superficial. • O estudo e a previsão da erodibilidade. 2 2 - O papel da não saturação na resistência ao cisalhamento de solos • Geralmente é descrita através da envoltória de ruptura de Mohr-Coulomb, que utiliza o conceito de tensão efetiva. • Como resultado final, tem-se uma envoltória que depende de vários outros fatores, tais como: natureza do contato entre os grãos, índice de vazios, tensão de pré-adensamento, bem como as condições de realização dos ensaios. • Novas variáveis somam-se as anteriores, referente a solos não saturados. • A sucção é um fator importante e que implica na resistência do solo. Portanto, é um fator indispensável na análise de resistência de solos não saturados. 3 2.1 –Resistência ao cisalhamento de solos não saturados. O processo de desenvolvimento de voçorocas e abordagens para o seu controle, passam pela avaliação da estabilidade dos seus taludes, que por sua vez depende do regime de fluxo, distribuição de poropressões e resistência ao cisalhamento do material. SUCÇÃO - SUCCÇÃO MATRICIAL - SUCÇÃO OSMÓTICA - SUCÇÃO TOTAL 4 Figura 01 – Envoltória de resistência ao cisalhamento estendida para os solos não saturados (FREDLUND; RAHARDJO, 1993 - modificado). • Equação de resistência ao cisalhamento para solos não saturados (Fredlund, et al. (1978). 2.1 –Resistência ao cisalhamento de solos não saturados. 2 - O papel da não saturação na resistência ao cisalhamento de solos 5 Figura 02 – Envoltória de ruptura para os pontos de tensão (FREDLUND; RAHARDJO, 1993 - modificado). • A envoltória de pontos de tensão pode ser relacionada com a envoltória de ruptura Mohr-Coulomb: 2.1 –Resistência ao cisalhamento de solos não saturados. 2 - O papel da não saturação na resistência ao cisalhamento de solos • Vanapalli et al. (1996) propuseram um modelo físico visando prever a resistência do solo não saturado por meio da curva característica solo-água e incluindo o conceito de “área molhada”. • Bao et al. (1998) assumem que o solo se comporta como um solo saturado até a sucção atingir o valor de entrada de ar. 6 2.1 –Resistência ao cisalhamento de solos não saturados. 2.2 –Comentários sobre a resistência ao cisalhamento de solos não saturados e o processo erosivo. 2 - O papel da não saturação na resistência ao cisalhamento de solos • Relevância da trajetória de sucção. • Representatividade das condições de campo. • A alteração acelerada de materiais expostos à atmosfera. • Efeito de poropressões de ar desenvolvidas próximas de frentes de molhagem durante eventos de precipitação extrema. 3 - Previsão da erodibilidade em solos não saturados por fluxo superficial. • Abordagem ao problema de erosão em solos residuais tropicais e subtropicais não saturados, no que tange a caracterização da susceptibilidade destes solos aos processos de erosão hídrica acelerada por fluxo superficial. • Os critérios propostos para avaliação da erodibilidade foram escolhidos com base no estudo experimental em laboratório realizado para os perfis de solos graníticos e de arenito encontrados na Região Metropolitana de Porto Alegre (BASTOS, 1999). 7 3 - Previsão da erodibilidade em solos não saturados por fluxo superficial. 8 3.1 –Dados preliminares. • Inicia-se com a reunião de informações preliminares das características do problema, analisando as questões geométricas, geológicas e pedológicas, geomorfológicas e do perfil do solo. • A partir disto, busca-se observar o comportamento dos solos frente à erosão na área de influência em questão. Devem ser investigados todas e quaisquer ocorrências de processos erosivos atuantes sobre os solos, tanto em condições naturais quanto em perfis. 3 - Previsão da erodibilidade em solos não saturados por fluxo superficial. 9 3.2 – Investigação in situ do comportamento dos solos frente à erosão. • Na interpretação desses processos devem ser levados em conta a posição topográfica e a inserção do perfil no contexto geomorfológico da borda do reservatório; a drenagem do perfil e do terreno; a vegetação local e os demais condicionantes que levam a um maior ou menor fluxo superficial da área. 3.3 –Avaliação da erodibilidade. • A proposta finaliza com a avaliação da erodibilidade que pode ser, a partir de ensaios: • O processo direto consiste na medição de parâmetros hidráulicos de erodibilidade, através de ensaios em canais. • Já o processo indireto avalia qualitativamente o potencial à desagregação em água, pelo ensaio de desagregação, permitindo identificar solos potencialmente erodíveis DIRETO INDIRETO 3 - Previsão da erodibilidade em solos não saturados por fluxo superficial. 10 3.3.1 –A avaliação direta da erodibilidade. • O ensaio de Inderbitzen consiste em estabelecer um fluxo laminar a vazão constante sobre a superfície da amostra indeformada do solo. • Após melhorias de tal ensaio, foi elaborado o ensaio de Inderbitzen modificado, que procura representar as condições do solo em campo. Figura 03 – Equipamento do ensaio de Inderbitzen: a) vista superior e lateral da concepção original (INDERBITZEN, 1961) e b) equipamento de Inderbitzen empregado na pesquisa Estabilidade de Taludes (IPR/COPPE/TRAFECON, 1975–1978). 3 - Previsão da erodibilidade em solos não saturados por fluxo superficial. 11 3.3.1 –A avaliação direta da erodibilidade. • O critério de erodibilidade proposto por Bastos (1999), baseado nos dados de taxa de erodibilidade obtidos em ensaios na condição de umidade natural, é o seguinte: ➢ K < 0,001 g/cm2/min/Pa – solos de baixa erodibilidade ➢ 0,001 < K < 0,1 g/cm2/min/Pa – solos de mediana erodibilidade ➢ K > 0,1 g/cm2/min/Pa – solos de alta erodibilidade Figura 04 – Definição dos parâmetros K e τhcrit a partir dos resultados do ensaio de Inderbitzen (BASTOS,1999). 3 - Previsão da erodibilidade em solos não saturados por fluxo superficial. 12 3.3.2 –A avaliação indireta da erodibilidade. • O objetivo maior deste ensaio é a verificação da estabilidade à desagregação de uma amostra de solo cúbica ou cilíndrica, independente da dispersão do material. • O ensaio de desagregação (“slaking test”) evoluiu do chamado “crumb test”, ensaio preconizado para identificação de solos dispersivos através da imersão de agregados de solo em água. • Como desagregação (ou “slaking”) entende–se o processo de ruína de uma amostra de solo não confinada, exposta ao ar e na sequência imersa em água (MORIWAKI E MITCHELL, 1977). • Bastos (1999) realizou ensaios de desagregação com os solos residuais da Região Metropolitana de Porto Alegre. Figura 05 – Amostras de solos submetidas aos ensaios de desagregação (BASTOS, 1999). 3 - Previsão da erodibilidade em solos não saturados por fluxo superficial. 13 3.3.2 –A avaliação indireta da erodibilidade. • Bastos (1999) propôs a aplicação de critérios de erodibilidade a partir de diferentes níveis de informações obtidas de ensaios geotécnicos: ➢ 1º nível – caracterização geotécnica dos solos; ➢ 2º nível – ensaios pela Metodologia MCT; ➢ 3º nível – ensaios de resistência ao cisalhamento. • O somatório da aplicação dos critérios caracteriza melhor a erodibilidadeFigura 06 – Amostras de solo submetidas ao ensaio sedimentométrico comparativo (BASTOS, 1999). Figura 07 – Ensaio de infiltrabilidade pela Metodologia MCT (BASTOS, 1999). Figura 08 – Ensaio de cone de laboratório (BASTOS, 1999). 3 - Previsão da erodibilidade em solos não saturados por fluxo superficial. 14 3.4 –Roteiro e fluxograma do método proposto por Bastos (1999). Figura 9 – Fluxograma que ilustra proposta metodológica para avaliação da erodibilidade de solos residuais não saturados de Bastos (1999) potencialmente aplicada à terrenos marginais a reservatórios. Acadêmicos: Isabela Fernanda Feitosa Jhessica Spencer Luz Santana Pedro Henrique Braz Silva Renan Guimarães Barbosa Trivelli Yasmin de Sousa Santana Professor: Dsc. Renato Cabral Guimarães Mecânica dos Solos II – 2018/01 Bibliografia Sales, Maurício Martines Erosão em Borda de reservatório / Maurício Martines Sales; José Camapum de Carvalho; Márcia Maria dos Anjos Mascarenha (Org.). [et al.]. – Goiânia: Gráfica UFG, 2017.OBRIGADO!
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