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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO RIO SÃO FRANCISCO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL ANDRÉ LUÍS DOS SANTOS SÁ DAVI BATISTA DE ALMEIDA JAQUELINE EUDAMIDAS BARROS MARIA YASMIM REGIS BARBOSA SAMUEL COELHO FERREIRA VITOR MURICY DA SILVA DIMENSIONAMENTO DE TALUDE FINITO: FATOR DE SEGURANÇA JUAZEIRO - BA 2023 UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO RIO SÃO FRANCISCO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL ANDRÉ LUÍS DOS SANTOS SÁ DAVI BATISTA DE ALMEIDA JAQUELINE EUDAMIDAS BARROS MARIA YASMIM REGIS BARBOSA SAMUEL COELHO FERREIRA VITOR MURICY DA SILVA DIMENSIONAMENTO DE TALUDE FINITO: FATOR DE SEGURANÇA Material apresentado ao curso de Engenharia Civil - Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF, Campus Juazeiro, como requisito para obtenção de nota na disciplina de Mecânica dos Solos II. Professor: Prof. Dr. Gerson Marques dos Santos JUAZEIRO - BA 2023 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO......................................................................................................... 4 2. MÉTODO DE FELLENIUS.......................................................................................5 2.1 APLICAÇÃO DO MÉTODO DE FELLENIUS....................................................6 3. MÉTODO DE BISHOP SIMPLIFICADO................................................................ 11 3.1 APLICAÇÃO DO MÉTODO DE BISHOP SIMPLIFICADO............................. 12 4. CONCLUSÃO........................................................................................................ 13 REFERÊNCIAS..........................................................................................................15 4 1. INTRODUÇÃO Talude finito refere-se a uma superfície de solo inclinada em relação a horizontal de referência, de comprimento limitado (Figura 01). Essa inclinação pode ser natural, resultante de processos geológicos, ou pode ser criada artificialmente durante a construção de infraestruturas como estradas, barragens e ferrovias, cuja estabilidade é afetada por vários fatores, incluindo propriedades do solo, geometria do talude, interação com estruturas vizinhas e presença de água. A análise de estabilidade de taludes finitos abrange uma variedade de métodos, desde abordagens simplificadas até modelos numéricos avançados. Esse estudo não apenas quantifica os riscos, mas também orienta o projeto de estruturas de contenção, drenagem e outros elementos que possam influenciar a estabilidade do talude, além de desempenhar um papel crucial na compreensão e mitigação dos riscos associados a movimentações de massa em encostas e estruturas de solo. Sendo assim, este trabalho tem o objetivo de determinar o fator de segurança relativo à estabilidade de talude através de dois métodos de cálculos: Método de Fellenius e Método de Bishop simplificado, como pode ser visto a seguir. Figura 01: Elementos de um talude Fonte: Adaptado Caputo (1987, P. 379). 5 2. MÉTODO DE FELLENIUS Método de Fellenius, também conhecido como Método Sueco e/ou Método das Fatias, foi desenvolvido pelo engenheiro civil Karl Terzaghi Fellenius, no início do século XX. Trata-se de uma abordagem simplificada, para análises rápidas de estabilidade de taludes, na qual o talude é dividido em diversas lâminas verticais, com comprimentos aproximados e calculadas separadamente. Com o intuito de determinar a estabilidade de cada lâmina, sua metodologia considera as forças atuantes, como peso próprio e coesão do solo, e as forças resistentes, como cisalhamento. Dessa maneira, é possível verificar a estabilidade considerando as forças equilibradas. Através das condições de equilíbrio o fator de segurança é analisado, sendo necessário que ele seja maior que 1 para ser considerado estável, caso seja inferior é classificado como instável e é preciso ponderar alternativas para garantir a segurança sobre o talude. É de suma importância salientar que o método é simplificado e deve-se avaliar as condições de aplicação do mesmo, em virtude da variação dos resultados, o índice de erro em taludes suaves com poropressão elevada é diferente, por exemplo, ao de um um talude suave com a poropressão nula. O fator de segurança é calculado conforme a equação 01, a seguir: (Eq. 01) c’= coesão efetiva do solo; α = ângulo da normal com a vertical; 𝑊= peso da fatia u=poropressão média na base da fatia; 𝜑′ = ângulo de atrito efeito do solo. 6 2.1 APLICAÇÃO DO MÉTODO DE FELLENIUS Para encontrar o fator de segurança, o talude foi dividido em 14 lâminas, partindo de um ponto de origem com centro “O”. Foram realizadas três repetições, com raios diferentes de 18, 20 e 25 com o auxílio do Software AutoCAD e calculados também a área de cada lâmina. Figura 02: Divisão do talude em 20m Figura 03: Divisão do talude em lâminas para o raio de 18 metros 7 Figura 04: Divisão do talude em lâminas para o raio de 20 metros Figura 05: Divisão do talude em lâminas para o raio de 25 metros 8 Tabela 01: Áreas de cada lâmina de cada raio calculado Em seguida, foram calculados os valores de coesão efetiva do solo (c’) e ângulo de atrito( 𝜑′), com auxílio do software Excel, a partir dos dados de Tensão Normal e Tensão Cisalhante, foi gerado o gráfico com a equação da reta. Tabela 02: Dados de Tensão Normal e Tensão Cisalhante Tabela 03: Dados de peso específico, coesão efetiva e ângulo de atrito 9 Gráfico 01: Equação da Reta:Tensão Normal x Tensão Cisalhante Assim, foi possível, a partir dos valores obtidos, calcular o fator de segurança crítico para o talude , com auxílio do Excel. Tabela 04: Cálculo do fator de segurança para o raio de 18 metros 10 Tabela 05: Cálculo do fator de segurança para o raio de 20 metros Tabela 06: Cálculo do fator de segurança para o raio de 25 metros 11 3. MÉTODO DE BISHOP SIMPLIFICADO Idealizado pelo engenheiro civil Richard L. Bishop, a metodologia de Bishop Simplificado é semelhante ao método de fatias, que também divide o talude em lâminas e assume a forma de superfície de ruptura específica, geralmente circular, para simplificar os cálculos. A divergência entre os dois procedimentos é o fator de segurança: (Eq. 02) sendo, (Eq. 03) onde, FSo = Fator de segurança inicial; W = peso do solo por unidade de área acima da superfície de ruptura; α = ângulo da normal com a vertical; u = poropressão média na base da fatia; c' = coesão efetiva do solo; 𝜑′ = ângulo de atrito efetivo do solo. Para encontrá-lo, deve-se adotar um processo de tentativa e erro, de forma iterativa, no qual é arbitrado o valor do FS0. O processo se repete até que o valor do FS se iguale em duas iterações consecutivas (preferencialmente até a segunda casa decimal). Assim como no método comum das fatias, várias superfícies de ruptura devem ser investigadas, a fim de que seja encontrada a superfície crítica que forneça o valor mínimo do fator de segurança. Provavelmente, esse é o método mais utilizado, pois, quando incorporado a programas computacionais, na maioria dos casos apresenta resultados 12 satisfatórios, sendo mais próximos aos dos métodos mais rigorosos, quando comparado com o método de Fellenius. . 3.1 APLICAÇÃO DO MÉTODO DE BISHOP SIMPLIFICADO Assim como no Método de Fellenius, foram mantidos os mesmos raios, a mesma quantidade de lâminas, as mesmas áreas e os dados das tensões para o cálculo dos fatores de segurança dos três diferentes raios. Os fatores de segurança iniciais (FS estimado) foram adotados com base nos fatores de segurança determinados pelo Método de Fellenius para cada raio. Tabela 07: Cálculo do fator de segurança para o raio de 18 metros Tabela 08: Cálculo do fator de segurança para o raio de 20 metros 13 Tabela 09: Cálculo do fator de segurança para o raio de 25 metros 4. CONCLUSÃO Através dos estudos realizados pelos métodos de Fellenius e Bishop, foi possível encontrar os seguintes valores do fator de segurança contra deslizamento do talude em estudo: Tabela 10: Resultados para cada método Ao comparar os resultadosda análise de estabilidade do talude usando os métodos de Fellenius e Bishop Simplificado para diferentes raios, é evidente a divergência nos valores do fator de segurança (FS) em cada caso. No método de Fellenius, os valores de FS para os raios de 18 m, 20 m e 25 m foram, respectivamente, 0,92, 1,01 e 1,28. Isso indica que o talude com raio de 18 m 14 está abaixo do limite mínimo de estabilidade (FS < 1), considerado instável, enquanto os taludes de 20 m e 25 m são considerados estáveis pelo critério desse método (FS > 1). Por outro lado, aplicando o método de Bishop Simplificado, os valores de FS para os mesmos raios foram 1,05, 1,18 e 1,58. Todos os valores de FS pelo método de Bishop Simplificado estão acima do limite mínimo de estabilidade (FS > 1), sugerindo que todos os taludes seriam considerados estáveis de acordo com este método. A discrepância mais significativa ocorre no talude de raio 18 m, onde o método de Fellenius indica instabilidade (FS=0,92), enquanto o método de Bishop Simplificado sugere estabilidade (FS=1,05). Essas diferenças podem ser atribuídas às suposições e à abordagem específica de cada método, destacando a importância de considerar múltiplos métodos e critérios para uma avaliação abrangente e precisa da estabilidade de taludes. Segundo a Norma Brasileira (NBR) para obras geotécnicas (NBR 11682:2009), um FS superior a 1,5 é ideal para garantir a estabilidade de taludes. Valores abaixo de 1,5 indicam risco, demandando avaliações mais aprofundadas e possíveis intervenções para garantir a segurança da estrutura. Nos casos analisados, apenas pelo método de Bishop Simplificado, para o raio de 25 m, o fator de segurança (FS=1,58) atinge o valor ideal de 1,5 estabelecido pela NBR. Assim, a discrepância nos resultados enfatiza a importância de realizar múltiplas análises com métodos diversos e considerar os valores de FS conforme a norma brasileira para garantir a segurança adequada de taludes e estruturas geotécnicas. Entender o fator de segurança em diferentes raios é crucial em engenharia para garantir a estabilidade e segurança das estruturas, especialmente em taludes. Ele avalia a capacidade de um talude ou estrutura para suportar as cargas e pressões do solo, água e estruturas adjacentes. 15 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11682: Estabilidade de encostas. Rio de Janeiro,2009. CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos Solos e suas aplicações. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC, 1987.
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