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CITOLOGIA ONCÓTICA

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RESUMÃO CITOLOGIA ONCÓTICA - 30/11
HPV
Família Papillomaviridae
Constituído por um capsídeo não envelopado
+ 120 tipos diferentes
Aproximadamente 40 tipos infectam a região anogenital
30 milhões de novos casos/ano no mundo
Incidência 30-40% mulheres com menos de 20 anos
Pico de incidência de CA de colo cerca de 5 a 10 anos após a infecção
Presente em mais de 98% dos casos de CA de colo uterino
Co-fatores: 
Vaginites;
Má higiene;
Gravidez;
Aco;
Alteração imune;
Tabagismo;
Umidade genital
Manifestações: Expressão clínica mais comum são os condilomas anogenitais, 90% deles causados pelos subtipos 6 e 11;
Lesões neoplásicas são causadas pp pelos subtipos 16, 18, 45 e 31 (80% do CA de colo de útero);
Apesar da alta frequência, 90% das pacientes jovens apresentam resolução espontânea da lesão;
Resolução da infecção parece oferecer certo grau de proteção contra o mesmo subtipo e também cruzada;
Infecção persistente é o fator de risco mais importante para câncer anogenital;
Resposta imune irá definir se o vírus será eliminado ou tornar-se portadora crônica;
Evolução para lesão invasora é lenta (15 anos);
Pacientes HIV + (principalmente se sintomáticas) e transplantadas possuem taxas de infecções maiores que a população geral;
Estudos demonstram aumento infecção por HPV precede aumento neoplasia cervical em 1 a 2 décadas
Oncogenicidade: Capacidade do DNA do HPV se integrar no cromossomo das células infectadas, resultando na inibição e eventual degradação do p53 e Retinoblastoma (genes supressores que controlam a reprodução celular)
HPVs que provocam doenças benignas: 6, 11, 42, 43 e 44
HPVs que provocam doenças pré-malignas: 16, 18, 31, 33, 35, 45, 51, 52, 56 (Se diagnosticados na fase pré-cancerosa existem tratamentos, geralmente cirúrgicos)
Progressão para neoplasia: Persistência de infecção;
Subtipo viral;
Carga Viral (provável);
HIV (principalmente na fase de imunossupressão);
Uso prolongado de ACO;
Alta paridade;
Tabagismo;
Idade avançada;
Infecção por múltiplos subtipos;
Co-infecção com outras DSTs (Chlamydia, Herpes)
Diferentes tipos de HPV possuem organização geral bem conservada;
Genoma viral dividido em 3 regiões: região regulatória (LCR ou long control region), a região precoce (early) e a região tardia (late);
LCR região onde se ligam os fatores de transcrição celulares e virais que regulam a transcrição e a replicação do vírus;
Região Early - controle de replicação e transcrição;
Região Late - codificação das proteínas do capsídeo
Ciclo Biológico: Depende de células epidermais ou da mucosa ainda capazes de proliferar (Camada basal);
Após a entrada na camada suprabasal, a expressão da área genética Late (L) é iniciada; o genoma viral é replicado formando proteínas virais;
Nas camadas superiores da epiderme e mucosa, partículas virais completas são montadas e liberadas.
Patogênese: HPVs de baixo risco mantém-se extra-celulares;
HPVs de alto risco encontram-se integrados ao DNA do hospedeiro – evento crítico para o desenvolvimento do carcinoma.
Transmissão: Contato sexual por mucosa genital ou mucosa oral
Gestantes (feto, na gestação ou parto).
Diagnóstico: História, colposcopia e pesquisa direta (b.molecular) ou indireta do vírus --> Citologia / Biópsia --> Não detecta o vírus mas as alterações que ele pode causar nas células.
Coilocitose:
Efeito patognomônico;
Trofismo pelo epitélio escamoso;
Replicação viral;
Célula em vias de lise;
Disceratose e paraceratose;
LSIL.
Tratamento: 
Diminuir carga viral;
Remover a lesão, melhorar a clínica e evitar a transmissão;
Recidiva alta;
Regressão espontânea (20-30% em 3 meses e 60% em 1 ano).
Estratégias para Prevenção do Câncer do Colo do Útero: 
Problemas: 
Custo dos programas;
Dificuldade de capacitação profissional;
Citologia com falsos-negativos de até 30%.
Vacina: Foram desenvolvidas duas vacinas contra os tipos de HPV mais presentes no câncer de colo do útero. Essa vacina, na verdade, previne contra a infecção por HPV. Mas o real impacto da vacinação contra o câncer de colo de útero só poderá ser observado após décadas. Uma dessas vacinas é quadrivalente, ou seja, previne contra quatro tipos de HPV: o 16 e 18, presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero, e o 6 e 11, presentes em 90% dos casos de verrugas genitais. A outra é bivalente, específica para os subtipos de HPV 16 e 18. A vacina funciona estimulando a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A proteção contra a infecção vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pelo indivíduo vacinado, a presença destes anticorpos no local da infecção e a sua persistência durante um longo período de tempo. 
As principais proteínas codificadas pelo DNA do HPV: O DNA do HPV tem 6800-8000 pares de bases, o que quando traduzido, codifica 8 genes. Estes genes são divididos em fase precoce e tardia, indicando em qual estágio da infecção da célula basal são introduzidos. E1, E2, E4, E5, E6, e E7 formam os genes da fase precoce, L1 e L2 são os genes da fase tardia. Mecanismo da infecção pelo HPV: Como citado anteriormente, o epitélio escamoso atua como uma “pele” protetora para impedir patógenos de infectarem o tecido subjacente. Apesar do colo não ser um tecido exposto externamente, está sujeito ao ambiente externo, especialmente durante o ato sexual. O HPV é capaz de atravessar as camadas protetoras do epitélio escamos através de abrasões epiteliais para iniciar seu ciclo infeccioso. Integração do HPV ao genoma do hospedeiro: Há dois resultados principais da integração do DNA viral ao genoma do hospedeiro que podem eventualmente gerar formação de tumor.
Bloqueio da via de apoptose da célula
Bloqueio da síntese de proteínas reguladoras levando a mitoses descontroladas
Há dois genes integrantes do genoma do HPV que exercem papéis centrais na formação de tumor, E6, que inibe a ação da p53 e E7, que inibe a ação da proteína do retinoblastoma (Rb). Na fisiologia normal, p53 and Rb estão envolvidos na regulação de células com DNA danificado/mutado. O gene da p53 codifica uma proteína que é vital na nossa proteção de células com DNA danificado. Em condições adequadas, a proteína p53 liga-se ao DNA danificado e torna-se ativa. A ativação da p53 leva à atração de outras proteínas, que finalmente leva à apoptose (morte celular programada) da célula que tem DNA danificado. Quando a proteína E6 do HPV liga-se à proteína p53 do hospedeiro, ela gera uma alteração estrutural e a variante da p53 não é mais capaz de ligar-se ao DNA danificado. Como consequência disto, a cascata de apoptose envolvendo p21 torna-se indisponível para agir como o “sinal de pare” na mitose e a célula mutada é capaz de dividir-se incontrolavelmente. O gene Rb codifica uma proteína que restringe a habilidade da célula de replicar-se: a Rb previne inibindo a progressão da fase de intervalo para a fase de síntese do ciclo mitótico em G1. Simplificadamente, quando a proteína E7 liga-se a proteína Rb e a degrada, ela não é mais funcional e a proliferação celular segue não verificada.
Lesões Intraepiteliais Escamosas do Colo Uterino - HPV
FATORES DE RISCO: ATIVIDADE SEXUAL; Nº DE PARCEIROS SEXUAIS; BAIXO NÍVEL SÓCIO-ECONÔMICO; TIPO DO HPV; IMUNOSSUPRESSÃO E IMUNODEFICIÊNCIA. SISTEMA DE BETHESDA
1988/1991/2001: ASC- US/H; LSIL/HPV; HSIL( NIC II-III); CARCINOMA ESCAMOSO; ADENOCARCINOMA “in situ”; ADENOCARCINOMA INVASIVO. Evolução lenta(10- 20 anos).
CRITÉRIOS CITOMORFOLÓGICOS DE MALIGNIDADE: INTERPRETAÇÃO FINAL: mais de uma célula; Células com sinais de degeneração; Comparação • Critérios isolados; Evidências insuficientes; Natureza e Grau de diferenciação;União de critérios. EM RELAÇÃO AO NÚCLEO: Hipertrofia nuclear; Anisocariose; Variação da forma; Hipercromatismo; Multinucleação; Alterações da membrana nuclear; Alterações do nucléolo. EM RELAÇÃO AO CITOPLASMA: Escassez citoplasmática; Bordas citoplasmáticas; Variação no tamanho; Variação na forma; Variação na cor; Coilocitose; Inclusões citoplasmáticas; Superposiçãoda membrana nuclear sobre a membrana citoplasmática. EM RELAÇÃO À CÉLULA OU GRUPOS CELULARES: Tipos de arranjos; Fagocitose – Canibalismo; Anisocitose; Decréscimo da adesão celular; Mitose; Diátese tumoral. ECTOCÉRVICE: Hiperplasia de células basais; LSIL; HSIL; Carcinoma escamoso queratinizante. LSIL(lesão intra-epitelial escamosa de baixo-grau): indica a existência de um maior número de células cervicais anormais definidas (caráter leve); Células intermediárias ou superficiais mostram aumento nuclear equivalente a três vezes a área do núcleo das células intermediárias normais; variação moderada do contorno e forma nuclear; Hipercromasia. Características celulares associadas ao HPV: Coilocitose; Disceratose ou paraceratose atípica; Bi/multinucleação; Sinais não clássicos. LESÃO INTRA-EPITELIAL ESCAMOSA DE ALTO GRAU[(HSIL)-NIC II/III]: Células menores e menos madura; Núcleo com marcada variação no seu contorno; Hipercromáticos; Cromatina irregularmente distribuída; Citoplasma escasso. Nucléolos (nas lesões mais intensas - micro invasão): Arranjos em grupos coesos, em fileira ou em corrente ( fila indiana); Fundo do esfregaço( limpo; inflamatório; evidência de necrose (diátese). 
ATROFIA
FASE INICIAL: há inibição gradativa da proliferação e maturação do epitélio escamoso, devido à diminuição da estimulação estrogênica. Ainda assim, há alguma maturação, levando à predominância de células escamosas intermediárias. Não é comum, mas pode haver também presença de células superficiais, pois ainda há baixa atividade estrogênica.
FASE INTERMEDIÁRIA: (epitélio hipotrófico) pode demorar meses ou anos. A estimulação estrogênica continua em declínio e agora as células intermediárias dividem espaço na lâmina com células escamosas imaturas do tipo parabasais. Nesta fase as células superficiais estão ausentes.
FASE FINAL: a ATROFIA propriamente dita, com ausência de maturação celular e, por conseguinte, predomínio de células escamosas parabasais simbolizando baixa influência estrogênica.
Identificar Células Metaplásicas: Observar presença de citoplasma densamente corado e com prolongamentos, além de núcleo com aspecto pontilhado.
Pela morfologia nuclear: típica X atípica:
Metaplasia típica: caracterizada por membrana nuclear bem delimitada, cromatina com distribuição homogênea e ausência de nucléolos.
Metaplasia atípica: membrana nuclear irregular, cromatina com distribuição heterogênea, hipercromasia e às vezes presença de nucléolos. 
Pela morfologia citoplasmática: madura X imatura:
Metaplasia madura: representada em células maduras: superficiais e intermediárias, observar tamanho, relação N/C e formato.
Metaplasia imatura: representada em células imaturas: parabasais, observar os mesmos aspectos morfológicos supracitados.
Identificar células de reparo: 
Células aglomeradas formando verdadeiros blocos com uniformidade de tamanho nuclear, e sem distinção entre os citoplasmas.
Reparo: 
Há ausência de células isoladas com alterações nucleares;
O tecido de reparação é comumente acompanhado por metaplasia escamosa em diferentes estágios de maturação;
Núcleos com cromatina finamente granular, de distribuição homogênea;
Os nucléolos são mais proeminentes na fase inicial do processo reparativo;
Ocasionalmente pode-se observar mitoses normais;
Disposição das células em lençol, em vez de sincício ou grupos tridimensionais;
Ausência de sobreposição nuclear;
Falta ou escassez de células soltas, ausência de diátese.
REVISÃO
Quais os critérios que impedem um citologista de considerar uma amostra satisfatória?
Indicação clínica de que a cérvice está pouco visualizada. Uma lâmina convencional quebrada ou sem identificação; sangue, células inflamatórias, lubrificante, grupamentos espessos de células, artefatos de dessecamento ou células mal fixadas impedindo uma interpretação acurada da amostra.
Qual a conduta diante uma amostra com perfil atrófico?
Atrofia é a diminuição da produção hormonal após a menopausa induz a uma atrofia epitelial da mucosa escamosa com redução do número de camadas celulares (geralmente abaixo de 10 camadas) ao nível histológico. A mucosa se torna frágil, facilitando a instalação de processos inflamatórios. Ao nível endocervical, há uma diminuição da secreção de muco, provocando ressecamento das mucosas, explicando artefatos nos esfregaços (acidofilia, núcleos aumentados com cromatina pálida). A redução dos níveis de estrógenos ocorrem em situações como: Menopausa fisiológica, cirúrgica e androgênica; Puerpério, amamentação; Amenorréia primária; Pós-radiação; Síndrome de Turner. É observado: Diminuição da proliferação, maturação e descamação epitelial. Diminuição da quantidade de glicogênio. Diminuição da muco produção e da altura do epitélio endocervical. Raras figuras de mitose na camada suprabasal; Baixo índice proliferativo; São células maduras com aspecto imaturo, apresentando alta relação núcleo /citoplasma. Devido a descamação vamos encontrar muito mais alterações regressivas. Decorrente das alterações podem aparecer núcleos mais densos que parecem hipercromáticos. (Hiperatividade androgênica: Predomina células parabasais com halo amarelado na periferia do citoplasma e pequenas células intermediárias com margens espessas.) PADRÃO ANDROGÊNICO Células parabasais grandes, planas e dispersas; Núcleo central, quase picnótico; Citoplasma denso, rico em glicogênio; Arranjo em mosaico (sugerindo amoldamento ). Interpretação do esfregaço: Grupamentos celulares degenerados Anisocariose Núcleos pequenos e hipercromáticos Citoplasma orangeofilicos Corpos cianofilicos Numerosas hemácias. A conduta diante uma amostra com perfil atrófico é de fazer a análise, se a amostra estiver em condições, e relatar a presença do perfil, e se há infecções relacionadas.
Aponte diferenças estruturais e metabólicas entre as células basais, intermediárias e superficiais.
A camada basal, ou germinativa, é responsável em condições fisiológicas pela regeneração (replicação celular).Esse epitélio é influenciado pelos hormônios ovarianos, atingindo a sua máxima maturação sob a ação dos estrógenos. Por outro lado, a deficiência estrogênica, como ocorre na menopausa, leva a sua atrofia. As células basais raramente são vistas nos esfregaços, exceto em casos de atrofia intensa ou ulceração da mucosa. Elas são redondas ou ovais, com citoplasma escasso corando intensamente em verde ou azul. Os seus núcleos são redondos, de localização central, com cromatina uniformemente distribuída, às vezes com um pequeno nucléolo. Essas células descamam isoladamente ou representando pequenos agrupamentos.
As células intermediárias são as células mais comuns nos esfregaços no período pós-ovulatório do ciclo menstrual, durante a gravidez e na menopausa precoce. O seu predomínio é relacionado à ação da progesterona ou aos hormônios adrenocorticais. Elas exibem citoplasma geralmente basofílico, poligonal, com tendência a pregueamento das suas bordas. O núcleo da célula intermediária é vesicular, ou seja, redondo ou oval, medindo cerca de 8 micrômetros, com cromatina delicada uniformemente distribuída e cromocentros visíveis. A abundância do citoplasma e o núcleo de tamanho menor diferenciam as células intermediárias das parabasais. As células naviculares representam um subtipo das células intermediárias e são um pouco menores, com abundante glicogênio citoplasmático, que pode corar amarelado ou acastanhado. As bordas citoplasmáticas são espessas e o núcleo é excêntrico. Essas células são mais comuns na gravidez, a partir do segundo mês, mas podem ser vistas em outras situações, como na segunda metade do ciclo menstrual e na fase inicial da menopausa.
As células superficiais são as mais comuns nos esfregaços no período ovulatório do ciclo menstrual. Elas são aproximadamente do mesmo tamanho das células intermediárias, também são poligonais, porém o citoplasma é mais aplanado e transparente, geralmente eosinofílico (corado em rosa),e o núcleo picnótico é caracterizado pela condensação da cromatina, que se torna escura com grânulos indistintos. O diâmetro nuclear raramente excede 5 micrômetros. Não há evidência de queratinização nas células superficiais em condições normais, porém podem ocorrer estágios precursores da sua produção com o aparecimento de grânulos querato-hialinos que se mostram pequenos e escuros no citoplasma. Desde que a completa maturação do epitélio ocorre como resultado da atuação dos estrógenos, o predomínio de células escamosas maduras com núcleo picnótico representa uma evidência morfológica excelente da atividade estrogênica. A diferenciação entre uma célula superficial e uma intermediária se fundamenta na análise da estrutura nuclear. Como já referido anteriormente, o núcleo da célula superficial é picnótico, enquanto que aquele da célula intermediária é vesicular.
Em relação ao colo uterino, aponte as diferenças no arcabouço estrutural entre a endocérvice e a ectocérvice.
O colo uterino é representado pela ectocérvice e a endocérvice, que são revestidas por epitélio escamoso estratificado não queratinizado e por epitélio colunar simples, respectivamente. O ponto de união entre esses dois epitélios é chamado junção escamocolunar (JEC).
Explique o que é metaplasia e os critérios utilizados para diferenciar metaplasia típica de atípica.
Metaplasia escamosa: um evento fisiológico adaptativo que ocorre após a eversão do epitélio endocervical pela ação hormonal. O processo se inicia com as células de reserva subcilíndricas, que são pequenas, indiferenciadas e têm potencial de se diferenciarem em células glandulares endocervicais ou escamosas. Quando estimuladas pelo pH vaginal ácido, as células de reserva proliferam em múltiplas camadas (hiperplasia das células de reserva), representando a primeira etapa do processo de metaplasia escamosa. A seguir, as células de reserva adquirem características escamosas, constituindo a chamada metaplasia imatura. Nesse ponto as células metaplásicas começam a se estratificar e a desenvolver uma camada basal bem definida, representando a última etapa do processo, a metaplasia madura. Com a evolução do processo, as células metaplásicas se tornam mais diferenciadas e finalmente se mostram idênticas às células escamosas originais.
Metaplasia escamosa imatura atípica (AIM): A AIM é caracterizada por células metaplásicas imaturas com atipias citológicas suaves. É descrita desde 1983 como uma lesão do colo do útero com proliferação celular uniforme intra-epitelial e aumento nuclear, mas sem critérios suficientes para lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL). Já em 1999 foi caracterizada como uma lesão que ultrapassou os limites de metaplasia típica. A metaplasia típica é caracterizada por membrana nuclear bem delimitada, cromatina com distribuição homogênea e ausência de nucléolos. Já na metaplasia atípica a membrana nuclear é irregular, cromatina com distribuição heterogênea, hipercromasia e às vezes presença de nucléolos. 
O que é reparo? Quais os critérios utilizados para identifica-lo? Como diferenciar células reparativas de células metaplásicas?
Atipia de reparo: núcleos são de forma e tamanho uniformes, cromatina densa, diminuição da maturação celular e discreta hiperplasia das células basais.Após uma lesão no tecido, irá ocorrer o reparo, as células basais do epitélio sadio, irão cobrir o local lesado, iniciando uma monocamada de células epiteliais, com atividades biológicas aumentadas. Metaplasia: Transformação morfológica e funcional de um tecido em outro, com morfologia e função diferentes.
Quais são os co-fatores associados a infecção pelo HPV?
Vaginites, má higiene, gravidez, anticoncepcionais orais, alteração imune, tabagismo, umidade genital.
Quais os subtipos mais associados a condilomas anogenitais?
Subtipos 6 e 11 estão mais associados aos condilomas anogenitais.
Quais fatores podem estar associados a progressão para neoplasias?
Persistência de infecção, subtipo viral, carga viral (provável), HIV, principalmente na fase de imunossupressão, uso prolongado de ACO, alta paridade, tabagismo, idade avançada, infecção por múltiplos subtipos, coinfecção com outras DSTs (Chlamydia, Herpes).
Comente sobre o ciclo biológico de HPV e a patogênese da infecção.
O HPV é contraído por relações sexuais ou pela mãe; Quando adquirido por relações sexuais o HPV penetra as camadas inferiores, com intuito de chegar a camada basal (maior atividade mitótica), e se alojar. Há dois genes integrantes do genoma do HPV que exercem papéis centrais na formação de tumor, E6, que inibe a ação da p53 e E7, que inibe a ação da proteína do retinoblastoma (Rb). Na fisiologia normal, p53 and Rb estão envolvidos na regulação de células com DNA danificado/mutado. O gene da p53 codifica uma proteína que é vital na nossa proteção de células com DNA danificado. Em condições adequadas, a proteína p53 liga-se ao DNA danificado e torna-se ativa. A ativação da p53 leva à atração de outras proteínas, que finalmente leva à apoptose (morte celular programada) da célula que tem DNA danificado. Quando a proteína E6 do HPV liga-se à proteína p53 do hospedeiro, ela gera uma alteração estrutural e a variante da p53 não é mais capaz de ligar-se ao DNA danificado. Como consequência disto, a cascata de apoptose envolvendo p21 torna-se indisponível para agir como o “sinal de pare” na mitose e a célula mutada é capaz de dividir-se incontrolavelmente. O gene Rb codifica uma proteína que restringe a habilidade da célula de replicar-se: a Rb previne inibindo a progressão da fase de intervalo para a fase de síntese do ciclo mitótico em G1. Simplificadamente, quando a proteína E7 liga-se a proteína Rb e a degrada, ela não é mais funcional e a proliferação celular segue não verificada.
Quais os critérios de malignidade que podem ser evidenciados no núcleo e citoplasma de células infectadas?
NÚCLEO: Hipertrofia nuclear, anisocariose, variação da forma, hipercromatismo, multinucleação, alterações da membrana nuclear, evidência do nucléolo.
CITOPLASMA: Escassez citoplasmática, bordas citoplasmáticas, variação no tamanho, variação na forma, variação na cor, coilocitose, inclusões citoplasmáticas, superposição da membrana nuclear sobre a membrana citoplasmática.
Aponte critérios utilizados para diagnosticar as lesões intraepiteliais, diferenciando-as.
Lesão Intra-Epitelial de Baixo Grau – LSIL: Indica a existência de um maior número de células cervicais anormais definidas (caráter leve).
Células intermediárias ou superficiais mostram aumento nuclear equivalente a três vezes a área do núcleo das células intermediárias normais.
Variação moderada do contorno e forma nuclear e Hipercromasia.
Lesão Inta-Epitelial de Alto Grau – HSIL: Células menores e menos madura; Núcleo com marcada variação no seu contorno; Hipercromáticos; Cromatina irregularmente distribuída; Citoplasma escasso; Nucléolos (nas lesões mais intensas - micro invasão); Arranjos em grupos coesos, em fileira ou em corrente (fila indiana); Fundo do esfregaço: limpo, inflamatório, evidência de necrose (diátese).
Descreva a historia natural dos carcinomas escamoso ceratinizante, não ceratinizante e de células pequenas.
História Natural:
1. Carcinoma Escamoso Ceratinizante
Tecido de origem: Ectocérvice alterada: Ocorre hiperplasia de células basais (profundas), ocasionando uma lesão intra-epitelial de baixo grau (LSIL) comprometendo 1/3 do epitélio infectado. Em sequência ocorre uma lesão intra-epitelial de alto grau (HSIL) comprometendo 2/3 do epitélio infectado, resultando, assim, em um Carcinoma Escamoso Ceratinizante.
OBS: tem que ter LSIL e HSIL antes.
2. Carcinoma Escamoso não Ceratinizante
Tecido de origem: Endocérvice alterada: Hiperplasia de células de reserva, estas começam a amadurecer, resultando em uma metaplasia escamosa.
Pode seguir uma história natural Imatura, onde o vírus pode infectar. ME atípica CA in situ. Ou pode ser Madura, lesão não ceratinizante Ca in situ célula grande. Ambas resultandoem um Carcinoma Escamoso não Ceratinizante.
3. Carcinoma de Células Pequenas
Tecido de origem: Endocérvice alterada: Hiperplasia de células de reserva (as células já estão infectadas) Hiperplasia atípica das células de reserva, Ca in situ de células pequenas, resultando em Carcinoma de Células Pequenas.
Discorra sobre as alterações encontradas em cada carcinoma da questão anterior.
No carcinoma escamoso ceratinizante são encontradas alterações como células disformes, pleomorficas, núcleo grande, picnótico, irregulares e hipercrômicos, células em formato de giro e citoplasma ceratinizado. No carcinoma escamoso não ceratinizante são encontradas alterações como pleomorfismo menos evidente, núcleos grandes/irregulares e hipercrômicos, distribuição irregular da cromatina, macronucléolos, citoplasma cianofílico escasso e mal definido e diátese tumoral.No carcinoma de células pequenas são encontradas alterações como pleomorfismo discreto, núcleo redondo ou ovóide e hipercromático, distribuição irregular da cromatina, nucléolos não perceptíveis, citoplasma cianofílico escasso e mal definido.
Diferencie adenocarcinoma in situ e invasivo
O adenocarcinoma in situ apresenta roseta em centrifuga (roseta), sobreposição de núcleos e fundo limpo ou com inflamação com algumas hemácias, e se encontra na área de epitélio cervical. Já o adenocarcinoma invasivo apresenta nucléolos em 80% dos casos, macro e múltiplos nucléolos e fundo necrótico ou hemorrágico, e pode ser encontrado nas demais áreas adjacentes ou em metastase.
Discorra sobre as atipias do epitelio glandular estudadas.
AGC-SOE: Sistema de Bethesda 2001: células glandulares atípicas (AGC). Alterações morfológicas nas células glandulares que são muito acentuadas para serem de origem inflamatória ou reacional, mas insuficientes para o diagnóstico de adenocarcinoma. São elas: Células glandulares atípicas (AGC), endocervicais, endometriais ou sem outras especificações (SOE), Células endocervicais atípicas ou células glandulares sem outras especificações (SOE), possivelmente neoplásicas.
AGC-NEO: Atipia em células glandulares favorecendo neoplasia.
ASC-US: Compreende as alterações citológicas sugestivas mas não definitivas para o diagnóstico de lesão intraepitelial escamosa de baixo grau. Critérios Citomorfológicos: Células escamosas maduras superficiais ou intermediárias comprometidas. Aumento nuclear (2,5 a 3 vezes o tamanho do núcleo de uma célula intermediária normal). Normocromasia ou leve hipercromasia nuclear. Borda nuclear lisa ou discretamente irregular. 6 Atipia de Células Escamosas de Significado Indeterminado: Cromatina finamente granular uniformemente distribuída ou cromatina compacta; Ausência de alterações citopáticas definitivas pelo HPV. Condições Que Podem Simular ASC-US: Alterações reativas - as alterações nucleares são difusas e geralmente associadas a fenômenos degenerativos (pseudoeosinofilia, vacuolização citoplasmática, halos perinucleares, entre outros). Deficiência de ácido fólico/vitamina B12 (citomegalia, discreto aumento do volume nuclear, núcleos dobrados). Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (alterações nucleares mais significativas, núcleos das células intermediárias 3 vezes maiores que aqueles das células intermediárias normais, irregularidades das bordas nucleares e hipercromasia mais acentuada que aquelas relacionadas a ASC-US).
ASC-H: Compreende as alterações citológicas sugestivas mas não definitivas para o diagnóstico de lesão intraepitelial escamosa de alto grau. Anteriormente, a maioria destes casos era conhecida como metaplasia escamosa imatura atípica. Correspondem a aproximadamente 5%-10% dos casos da categoria geral ASC. Critérios Citomorfológicos: Aumento nuclear (1,5-2 vezes o tamanho do núcleo de uma célula metaplásica normal). Aumento da relação nucleocitoplasmática (maior que na célula metaplásica escamosa normal). Leve hipercromasia nuclear. Leve irregularidade nuclear. Cromatina finamente granular uniformemente distribuída ou condensada. Condições Que Podem Simular ASC-H: Metaplasia escamosa imatura. Células de reserva. Lesão intraepitelial escamosa de alto grau. Carcinoma.

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