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278 – 1. GENERALIDADES O ramo da Biologia que estuda os animais é a Zoologia. Os animais são seres vivos pluri - celulares. Alguns não possuem órgãos ver- dadeiros e são denominados Para - zoários, ex.: Poríferos. Os demais possuem e são denominados Me - tazoários. 2. PORÍFEROS Os seres vivos do reino animal que não possuem tecido verdadeiro pertencem ao filo dos Poríferos ou Espongiários. Os Poríferos vivem na água doce ou salgada. São sedentários (fixos) e bentônicos (vivem no fundo). Aspecto geral de uma esponja. 3. CELENTERADOS OU CNIDÁRIOS Os animais celenterados (exs.: anêmona, água-viva, hidra e coral) são os primeiros a possuir um tubo digestório (cavidade intestinal) na evolução. São urticantes (cnidários), po den - do ocasionar reações alérgicas aos banhistas. Apresentam cnido blas tos, células urticantes. Cnidoblastos, células urticantes dos cnidários. FRENTE 3 Biologia Animal MÓDULO 1 Os Grupos Animais 4. PLATIELMINTOS Os animais Platiel mintos são ver- mes que possuem o corpo achatado dorsoventralmente. Alguns são pato- gênicos, ou seja, cau sadores de doen - ças (exs.: es quis tossomo e tê nia). A planária é um platielminto que não causa doença ao homem. Desenho esquemático da planária. 5. ASQUELMINTOS OU NEMATELMINTOS Os animais Asquel mintos são vermes que possuem o corpo cilín- drico, filamentoso e não segmentado. Alguns apresentam vi da livre, na água e no solo. Outros são parasitas de animais e de vegetais. A lombriga, o ancilóstomo, o ne - cátor, o bicho-geográfico e o oxiúro são patogênicos. Os animais Asquel mintos são vermes que possuem o corpo cilín- drico, filamentoso e não-segmentado. Alguns apresentam vi da livre, na água e no solo. Outros são parasitas de animais e de vegetais. A lombriga, o ancilóstomo, o ne - cátor, o bicho-geográfico e o oxiúro são patogênicos. Enterobius vermiculares, vermes causa dores da oxiuríase. 6. ANELÍDEOS Os animais Anelídeos são vermi - formes e apresentam o corpo seg - men tado (metamerizado). Alguns vivem no meio terrestre, ex.: minhoca. Há representantes na água doce, ex.: sanguessuga. Outros habitam na água salgada, ex.: palolo. 7. MOLUSCOS Os animais moluscos são de cor- po mole, viscoso e não segmentado. Vários deles são utilizados pelo ho - mem como alimento, exs.: lula, polvo, marisco, escargô, ostra e berbigão. O caracol é de hábitat terrestre, e o caramujo aquático. A pérola é secretada pelo manto, dobra da pele, da ostra. Helix – morfologia externa. 8. ARTRÓPODES O grupo de maior biodiversidade do globo terrestre é o dos artrópodes. Apresentam várias classes, como a dos insetos (exs.: gafanhoto, abelha), a dos crustáceos (exs.: camarão, ca - ranguejo), a dos aracnídeos (exs.: aranha, escorpião), a dos quiló po dos (ex.: centopeia) e a dos diplópodos (ex.: piolho-de-cobra). C1_3oA_Biol_Teo_Conv_Tony 19/10/10 14:04 Página 278 – 279 São segmentados e possuem patas articuladas. Artrópode da classe dos diplópodos, denominado piolho-de-cobra. Apresenta o corpo cilíndrico, formado por um grande número de segmentos. Muitos pos suem uma coloração brilhante. Na cabeça há nu merosos olhos simples e um par de antenas curtas (díceros). Há quatro patas articuladas, por segmento do corpo. 9. EQUINODERMAS O filo dos Equinodermas apre- senta somente animais de hábitat marinho, exs.: estrela-do-mar, ouriço- do-mar, pepino-do-mar, lírio-do-mar e serpente-do-mar. São animais que possuem espinhos na pele. Ouriços-do-mar, animais do filo dos equi no dermas. 10.CORDADOS O filo dos Cordados é o mais evoluído do reino animal. O homem é um cordado. Há os protocordados, ou seja, cordados primitivos, ex.: anfioxo, e os mais evoluídos (vertebrados), que incluem as lampreias (ciclostoma - dos), os peixes, os anfíbios, os rép - teis, as aves e os mamíferos. O anfioxo, animal protocordado. MÓDULO 2 O Tegumento dos Animais Pele humana e tecido subcutâneo. 1. O REVESTIMENTO DOS ANIMAIS O corpo dos animais é protegido por uma cobertura denominada tegu - mento, que serve para proteger o or - ganismo contra a desidratação, a hi dratação excessiva e os choques me cânicos, e para evitar a penetra - ção de organismos patogênicos, ou seja, causadores de doenças. Nos protozoários, a proteção é rea lizada pela própria plasmalema, que apresenta uma cutícula protetora (glicocá lix). Nos invertebrados (ex.: minhoca) e protocordados (ex.: an fio - xo), a epiderme é uniestra tificada, pois possui uma única camada de célu las. Nos vertebrados, a epi derme tem várias camadas de célu las, ou seja, é pluriestratificada. O tegumento pode apresentar pe- los (nos mamíferos), penas (nas aves), escamas (nos peixes e rép teis) etc. Apenas alguns mamíferos terres - tres possuem glândulas sudorípa ras e sebáceas. ❑ Tegumento nos vertebrados A pele dos vertebra dos é consti - tuí da de epi derme (ex terna) e derme (interna). As aves e os ma míferos têm uma terceira ca mada, abai xo da pele, de no mi na da hipoderme (tela sub cutâ - nea). A epiderme origina-se do ecto der - ma do embrião e é constituída por um tecido epitelial pluriestra ti ficado pavi - mentoso (acha tado). A camada celu - lar mais profunda desse epi télio é de no minada ger minativa, cujas células passam por contínuas divi sões mi - tóticas, pro duzindo novas cé lulas pa - ra a subs tituição das su per ficiais, que constan te mente mor rem e despren - dem-se. Nos peixes e anfíbios aquáticos, a epiderme possui glândulas muco sas; nos vertebrados, especial mente ter - res tres (répteis, aves e ma míferos), é cornificada. Nesses vertebrados terrestres, as células mais superficiais são mortas, graças à total impregnação da pro - teína queratina, substância imper meá - vel que, for mando a ca mada cór nea, confere proteção ao animal, prin cipal - mente contra a de sidra tação. A derme situa-se lo go abaixo da epiderme, sendo bem mais es pes - sa que esta. Embriolo gica mente, tem ori gem meso dér mica e é cons ti tuída por tecido conjuntivo, con tendo vasos lin fáticos, vasos sanguíneos, nervos e porções basais de glândulas. A hipoderme é uma camada loca - lizada imediatamente abaixo da der - me, constitui-se de tecido con juntivo e é extremamente rica em te cido adi - poso (gordura); aparece so mente nas aves e nos mamíferos. Além de ser uma reserva nutritiva (gor - dura), de sem penha im - portante pa pel auxiliar na regulação da tempe ra - tura corpó rea, em ra zão de a gor du ra fun cionar como uma camada iso - lante, re du zindo, assim, a per da de calor para o meio (nos animais ho meo - ter mos ou endotermos). A hipoderme origina- se a partir do mesoderma do embrião. C1_3oA_Biol_Teo_Conv_Tony 19/10/10 14:04 Página 279 280 – 1. SISTEMA ESQUELÉTICO A finalidade primária do esquele - to é fornecer suporte para as partes do corpo do animal ou para o animal como um todo, pois sob a ação da gravidade o corpo do animal entraria em colapso (se não tivesse elemen - tos esqueléticos). Além de sustentar o animal, o esqueleto tem outras funções: prote - ção mecâni ca (para parte do corpo ou para todo o animal); suporte para a musculatura, garantindo, assim, os movimentos e a locomoção do ani - mal; proteção con tra dessecação (perda de água), como é o caso espe cial dos artrópodes, com a sua cutícula esquelética. O esqueleto dos animais pode ser classificado em dois tipos, con - forme sua localização: exoesqueleto, que se forma e se situa na parte mais ex ter na do corpo do animal, e endo - es queleto, que se forma e se situa na par te interior do corpo do animal. ❑ Ocorrência de esqueleto em alguns grupos de animais Nas esponjas (espongiários ou poríferos), para a sustentação, existe um endoesqueletoorgânico (fi bras da proteína espongina) ou inorgâ ni co (espículas silicosas ou calcárias). Nos celenterados, os corais (an - tozoários) são famosos por seus exo - esqueletos, que constituem os reci fes de coral (secretados por colônias de antozoários). É bastante famosa a grande barreira de coral que se es - tende ao longo da costa nordeste da Austrália, em uma extensão de cerca de 2 000 km. Os principais antozoários forma - dores dos recifes de coral são os re - presentantes da ordem Madrepora ria. Também contribuem para a for ma ção dos recifes outros celentera dos e al - gas marinhas. Na formação dos recifes, com o crescimento das colônias, vai aumen - tan do a extensão da massa calcária constituída pelos exoesqueletos. As principais condições que concorrem para a formação dos recifes são: água límpida, pouco movimentada e bem oxigenada, temperatura acima de 20°C e profundidade média de 40 m (inferior a 100 m). Os vermes achatados (platelmin - tes), filamentosos (nematoides) e ane - lados (anelídeos) geralmente não apre sentam esqueletos. Porém, de ve - mos lembrar os anelídeos tubí co las (marinhos), que segregam mate riais ao redor de seus corpos, com reten - ção de elementos do meio am biente, e assim adquirem tubos prote tores (têm função esquelética, mas não são esqueletos verdadeiros). Nos equinodermas (ex.: ouriço- do-mar), o esqueleto é interno (en- does queleto). Origina-se da meso- derme e situa-se abaixo do tegu- mento do ani mal. Nos moluscos (ex.: mexilhão), ar - trópodes (ex.: insetos) e vertebrados (ex.: homem), os esqueletos são mui - to desenvolvidos. A distinção entre eles pode ser feita em termos do material de que são formados ou da posição anatô mi - ca do esqueleto em relação aos di ver - sos órgãos. Nos moluscos, salvo exceções (lulas, que têm concha interna, e les - mas, que não têm esqueleto), o es - queleto é externo (exoesqueleto), composto principalmente por car bo - nato de cálcio (CaCO3). A concha (esqueleto) é secretada pelas células tegumentares em camadas, à me di - da que o animal cresce. Tam bém são depositadas fibras de pro teínas entre as camadas de CaCO3, o que confe - re ao esqueleto uma resistência con - si deravelmente maior. Os artrópodes apresentam exo - es queleto quitinoso (possuem quiti na, que é um polissacarídeo). O te gu - mento é secretado (produzido) pe lo animal e contém lipopro teínas, ce ras (lipídios impermeabili zan tes), pro - teínas, quitina e CaCO3. Os cordados, filo do qual o ho - mem faz parte, têm endoes queleto. São exemplos de cordados: anfioxo, feiticeira, tubarão, lambari, sapo, ja - caré, galinha e cachorro. A medula óssea humana apre - senta um tecido conjuntivo hemato - poético (produtor de sangue) mie- loide. Ela produz glóbulos vermelhos (he mácias), glóbulos brancos (leucó - ci tos) e plaquetas. A radioatividade po de afetar a medula óssea, ocasio - nando leucemia, ou seja, câncer de sangue. A coluna vertebral protege a medula espinhal ou raquidiana, que é formada por tecido nervoso cuja lesão pode acarretar paralisias (ex.: poliomielite). Espinho de equinoderma com reves ti mento epidérmico. MÓDULO 3 O Esqueleto dos Animais C1_3oA_Biol_Teo_Conv_Tony 19/10/10 14:04 Página 280 – 281 1. ALIMENTOS Os alimentos são utilizados no or - ganismo como fonte de energia, co - mo matéria-prima de crescimento e reconstituição do corpo e como re gu - lador de outras funções orgânicas. ❑ Classificação Podem ser classificados em plás ti - cos, energéticos, mistos e regula do res. ❑ Plásticos São os alimentos utilizados na es - trutura do organismo, na constru ção de componentes celulares. Ex.: pro - teí nas. São fontes de proteínas: carne, ovos, soja, feijão, gelatina, queijo, lei te etc. ❑ Energéticos São os alimentos utilizados como "fontes de energia" necessárias às ati - vidades vitais. Ex.: carboidratos ou glícides. A energia é obtida por meio da oxi dação dos alimentos, realizada pelas mitocôndrias. São fontes de carboidratos: ca na- -de-açúcar, beterraba, arroz, feijão, milho, trigo etc. ❑ Mistos São alimentos que apresentam várias funções ao mesmo tempo. Ex.: lípides (plásticos e energéti cos). São fontes de lípides: óleo, man - teiga, toucinho, margarina, ovo etc. ❑ Reguladores São alimentos que controlam as funções vitais. Ex.: vitaminas e sais minerais. As vitaminas são ativadoras das enzimas que aceleram o metabolis mo celular. São fontes de vitaminas: frutas, cereais, ovo, leite etc. 2. DIGESTÃO ❑ Generalidades Digestão é o conjunto de trans for - mações fisioquímicas que os alimen - tos orgânicos sofrem para se con- verter em compostos menores hi dros - solúveis e absorvíveis. ❑ Hidrólise enzimática A digestão dos compostos orgâ - nicos ocorre na presença da água e é catalisada pelas enzimas digestórias. 3. TIPOS DE DIGESTÃO De acordo com o local da ocor - rência, temos: — Digestão intracelular (ocorre totalmente no interior da célula). — Digestão extracelular (ocorre totalmente no tubo digestório). — Digestão extra e intracelular (inicia-se no tubo digestório e com- ple ta-se no interior da célula). — Digestão extracorpórea (a di - gestão da aranha não ocorre em seu corpo, mas na própria presa). ❑ Digestão intracelular Ocorre totalmente dentro das cé - lulas (protozoários e poríferos) e é rea lizada pelos lisossomos. Os lisossomos são pequenos va - cúolos citoplasmáticos que apresen - tam membrana lipoproteica e, no seu interior, enzimas digestórias respon- sá veis pela digestão de vários tipos de compostos orgânicos. Se a membrana do lisossomo for fragmentada, as enzimas serão lan - ça das no citoplasma e a célula mor - rerá por autodigestão. As esponjas (poríferos) apresen - tam coanócitos e amebócitos – cé lu las responsá veis pela digestão intra ce lular. Elas possuem uma projeção da plasmalema que lembra um “colarinho”. Observação Os lisossomos dos leucóci tos (gló bulos brancos do sangue) rea li - zam a digestão intrace lular de bacté - rias, atuando na defesa do organismo. ❑ Digestão extra e intracelular A digestão inicia-se no tubo di - Substratos Glicídeos Proteínas Ácidos nucleicos Lipídeos Vitaminas, Água e Sais Absorção na forma de Monossacarídeos Aminoácidos Nucleotídeos Ácidos graxos e glicerol Não sofrem digestão gestório e completa-se no interior das células. Ocorre nos celenterados (hidra), platielmintes (planária) e em alguns moluscos (mexilhão). Os celenterados (ex.: hidra) apre - sentam células denominadas cnido - blastos, que possuem um líqui do ur ti cante (hipnotoxina). A forma geral de um cnidoblasto é a de um cálice de pé comprido, fe - chado na extremidade superior, na qual há um pequeno prolon ga mento pontiagudo, o cnidocílio. No in terior da parte alargada do cnidoblas to, en - con tra-se o nematocisto, uma di feren - cia ção de estrutura bas tante com- plexa. O nematocisto é uma vesí cula ovoide, com parede dupla, cons - tituída por uma mem brana inter na del - gada e uma externa mais forte e elás tica, que forma o opérculo, uma pe quena tampa que fecha a abertura su perior do nema tocisto. A mem bra - na in terna evagina-se por baixo do opér culo e forma, no interior da vesícula, um longo fila mento enrolado em espi ral. No in terior do nemato - cisto, existe um líquido urti cante ou viscoso. Os cnidoblastos atuam na defe sa, facilitam a caça e, em alguns ca sos, contribuem para a movimenta ção do ani mal. ❑ Digestão extracelular A digestão ocorre totalmente no interior do tubo digestório do animal. Ocorre na maioria dos inverte bra - dos (ex.: minhoca), nos protocor da - dos (anfioxo) e nos vertebrados (pei- xes, anfíbios, répteis, aves e ma mí - feros). Em relaçãoà alimentação, pode - mos afirmar que o homem apresenta especialmente digestão extracelular, enquanto os lisossomos realizam a di - gestão de componentes celulares velhos, que devem ser renovados (autofagia). ❑ Digestão extracorpórea A aranha injeta seu suco digestó - rio no interior de sua presa, ou seja, no corpo do inseto, onde ocorre a di - gestão. MÓDULO 4 O Sistema Digestório C1_3oA_Biol_Teo_Conv_Tony 19/10/10 14:04 Página 281 282 – 1. GENERALIDADES A digestão humana é extracelu lar, pois ocorre no interior do tubo di - gestório. Compreende processos fí si - cos (mecânicos) como a mastiga ção, a deglutição e os movimentos peris - tálticos. É também um processo quí - mico, graças à ação das enzimas se cre tadas por glândulas anexas. O aparelho digestório é formado por boca, faringe, esôfago, estôma - go, intestino delgado (duodeno, jeju - no e íleo), intestino grosso (ceco, có lon ascendente, cólon transverso, có lon descendente, cólon sigmoide, reto) e ânus, e possui os seguin tes anexos: glândulas salivares, vesí cula biliar, fígado e pâncreas. A mastigação e deglutição (ato de engolir) ocorrem na boca. A faringe e a parte anterior do esôfago têm músculos estriados (vo luntários). A parte posterior do esô fago, o estô - mago e o intestino possuem mus cula - tura lisa (involun tária). O alimento é impelido ao longo do tubo di gestório, graças aos mo vi mentos peristálticos. A musculatura lisa do tubo di ges - tório é inervada pelo sistema nervoso autônomo (simpático e parassim páti - co). A estimulação do parassimpá tico aumenta a motricidade (peris taltis mo) da musculatura lisa gastro in testi nal, enquanto a estimulação do sim pático a modera ou inibe. Nos limites das diferentes partes do tubo digestório, existem estruturas cha madas esfíncteres, formadas por es pessamentos da camada mus - cular circular; entre o esôfago e o es - tôma go, encontra-se o cárdia; entre o estô ma go e o duodeno, o piloro; entre o intestino delgado e o colo, o esfíncter ileocólico e, fi nalmen te, na extremi dade inferior do reto, os esfíncteres anais in terno e externo. Parótidas: um par de glândulas saliva res, cuja inflamação é denominada ca xumba (parotidite). 2. DIGESTÃO NA BOCA A digestão química na boca de - ve-se à ação de enzimas da saliva. A saliva é secretada pelas glândulas parótidas, submaxilares, sublinguais e em numerosas outras glândulas sa livares menores. A principal enzima da saliva é a ptialina (amilase salivar). Outras en - zimas da saliva de menor impor tân cia (produzidas em quantidades pe que - nas) são a maltase e a catalase. A saliva tem um pH entre 6,4 e 7,5, faixa favorável à ação di - gestória da ptialina. A ptialina catalisa a hi dró - li se de polissacarídeos (amido, glicogênio e seus derivados). A digestão do amido pela saliva produz inicialmente eritrodextrina (cor vermelha com o iodo); a seguir forma-se a acrodextrina (não dá coloração com o iodo); e, finalmen te, tem-se a conversão da acrodex trina em maltose. O método mais usado para medir a atividade da amilase salivar consis - te em tratar uma solução de amido e saliva pelo iodo (ou lugol) e medir o tempo para o desapareci mento da coloração azul (amido com iodo ou lugol resulta cor azul). A maltase catalisa a hidró - lise da maltose (dissacarídeo) em duas moléculas de glicose (monos - saca rí deo). A catalase catalisa a transforma - ção da água oxigenada em água e oxigênio: A secreção salivar é controlada por mecanismo nervoso. Quando o alimento é colocado na boca, refle xos nervosos estimulam a secreção, es - pecialmente se o alimento é sabo roso ou apetitoso. Tal controle é reali zado pelo sistema nervoso autô nomo. 3. DIGESTÃO NO ESTÔMAGO No estômago, o alimento sofre a ação do suco gástrico, que é secre - ta do pelas glândulas localizadas na pa rede estomacal. 2H2O2 → 2H2O + O2 O muco é produzido pelas glân - du las pilóricas e cárdicas do estô ma - go e lubrifica o bolo alimentar, além de proteger a parede do estômago con tra a ação das enzimas gástricas e do HCl. O HCl apresenta as seguintes funções: – facilita a absorção de ferro; – proporciona um pH ótimo para a digestão proteica; – inicia a digestão proteica (des - naturação e possível hidrólise); – ativa o pepsinogênio à pepsina; – age contra os germes, restrin - gindo a fermentação microbiana (ação germicida). A principal enzima do suco gás - trico é a pepsina (produzida na for ma inativa de pepsinogênio, que é ativa - do pelo HCl e pela própria pepsina). A pepsina é uma enzima pro - teolítica (digere proteínas em peptí - dios) que atua num meio altamente ácido (pH ótimo = 2,0) e acima de pH = 5,0, tem pouca atividade pro- teolítica, logo se tornando com ple - tamente inativa. A secreção gástrica é regulada por mecanismos nervosos e hormonais. A regulação hormonal é reali zada por meio de dois hormônios (gastri - na e enterogastrona). A gastrina é produzida pela mucosa da região pilórica do próprio estômago e tem a - ção estimulante (excitadora) sobre a secreção gástrica. A entero gastrona é produzida no intestino del gado (duo deno) em presença de gordura e ini be a secreção gástrica. 4. DIGESTÃO NO INTESTINO ❑ Suco pancreático O suco pancreático é secretado pelo pâncreas (parte exócrina). O pH deste suco é de 7,8 a 8,2, graças ao seu alto teor em bicarbo na to. As enzimas deste suco são: tripsina, quimiotripsina, ami- lase pancreática, lipase pan- creática, ribonuclease e deso- xirribonuclease. A tripsina é sintetizada nas cé - lulas pancreáticas na forma do precur - MÓDULO 5 A Digestão Humana C1_3oA_Biol_Teo_Conv_Tony 19/10/10 14:04 Página 282 – 283 sor inativo – (tripsinogênio). A ati - vação do tripsinogênio é realizada pela enzima enteroquinase (pro - du zida pelo intestino delgado). O trip - sinogê nio também pode ser ativa do pela própria tripsina (autocatá lise). Esta enzima atua sobre proteí nas inteiras ou parcialmente digeri das, resultando em frações menores (pep - tí deos). A quimiotripsina é produzida pelo pâncreas na forma de quimio - tripsinogênio, que é ativado pela tripsina, passando, então, a quimio - tripsina. Esta enzima age sobre pro - teínas inteiras ou parcialmente di- ge ri das, resultando em frações me - nores (peptí deos). A amilase pancreática hi dro - lisa os polissacarídeos a dis saca rí - deos (alguns polissacarí deos, como a celulose e a quitina, não são hi dro - lisados pelas amilases do homem). A lipase pancreática hidro lisa as gorduras neutras a ácidos graxos e glicerol. As nucleases (ribonuclease e desoxirribonuclease) hidrolisam, res - pectivamente, o ácido ribonucleico e o desoxirribonucleico a frações me no - res (nucleotídeos). A secreção pancreática é regula - da por mecanismo nervoso e tam bém hormonal, sendo este último mais im - portante. A visão, o cheiro, o gosto do ali - mento e também a chegada do bolo alimentar ao estômago desenca - deiam impulsos parassimpáticos atra - vés do nervo vago até o pân creas, determi nando uma secreção mode- rada do suco pancreático. A chegada do alimento ao intes ti - no delgado estimula a mucosa duo - denal a produzir o hormônio secre- tina, que, por sua vez, estimula o pân- creas a secretar o suco pancreá tico. A secretina é produzida em res - posta à estimulação da acidez do bo - lo alimentar que chega do estô mago. O suco pancreático, que che ga ago - ra ao duodeno, é altamente rico em bi carbonato, que tem por finalidade re duzir a acidez do bolo alimentar e, assim, garantir a ação das enzimas pancreáticas que fun cionam em pH ligeiramente alcalino e neutro. ❑ Bile A bile é produzida pelo fígado a partir de hemácias velhas e armaze - nada na vesícula biliar. Não apresenta enzima digestó ria. Possui sais biliares(glicolato e tauro - colato de sódio) que emulsio nam as gorduras, facilitando a ação das lipa - ses (aumentam a superfície de ação). Outra função dos sais biliares é so - lu bilizar os produtos finais da di ges tão lipídica, facilitando assim a sua ab - sorção pela mucosa intesti nal. A presença de gordura no intes ti - no delgado estimula a mucosa duo - de nal a produzir o hormônio colecis- to quinina, o qual age deter minando a Aparelho digestório humano. contração da parede da vesícula que, então, elimina a bile para o intestino. Em sua maior parte, os sais bilia - res segregados na bile são reabsor - vi dos pelo intestino e a seguir res- segre gados pelo fígado várias ve zes, reali zando assim sua função na di - ges tão e na absorção de gordura di - ver sas vezes, antes de se perderem com as fezes. ❑❑ Suco entérico O suco entérico é produzido pelo epitélio glandular das criptas (caver - nas) de Lieberkuhen, localizadas no intestino delgado. O suco entérico (intestinal) con - tém muco (cujo papel é proteger a pa - rede intestinal contra uma autodi- ges tão) e as enzimas: enteroqui - nase, erepsina, lipase, amila se, mal tase, lactase e sucrase. Seu pH está na faixa de 6,5 a 7,5. A enteroquinase, além do pa - pel de ativadora do tripsinogênio, di - gere peptídeos a aminoácidos. A erepsina é na verdade o no - me que se dá a um conjunto de pep - tida ses que agem sobre pep tídeos, trans formando-os em ami noácidos. A lipase hidrolisa os lípides a áci dos graxos e glicerol. A amilase hidrolisa os polissa - carídeos a dissacarídeos. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SUCOS DIGESTÓRIOS HUMANOS Sucos pH Enzimas Hormônios SALIVA 6,4 a 7,5 Amilase (Ptialina) Maltase Catalase ———— GÁSTRICO 2 Pepsina Gastrina (excitador) Enterogastrona (inibidor) PANCREÁTICO 7,8 a 8,2 Amilase Lipase Tripsina Quimiotripsina DNA ase RNA ase Secretina (excitador) ENTÉRICO 6,5 a 7,5 Amilase Lipase Erepsina Enteroquinase Maltase Lactase Sucrase Secretina (excitador) BILE 7,5 a 8,0 ———— Colecistoquinina C1_3oA_Biol_Teo_Conv_Tony 19/10/10 14:04 Página 283 284 – A maltase hidrolisa a maltose a glicose. A lactase hidrolisa a lactose a glicose e galactose. A sucrase hidrolisa a sacarose a glicose e frutose. Os meios mais importantes para a regulação da secreção do intestino delgado são vários reflexos ou estí - mu los diretos, como a distensão do intestino e estímulos táteis ou irritan - tes, que resultam em intensa secre - ção do suco intestinal. Influxos parassimpáticos levam a um aumento considerável da se cre - ção. A secretina, que tem ação so - bre o pâncreas, desempenha também um pa pel estimulante sobre a se cre - ção in tes tinal. 5. ABSORÇÃO DOS ALIMENTOS A absorção dos alimentos ocorre principalmente no intestino delgado, que possui microvilosidades, estrutu - ras responsáveis pelo aumento da su - perfície de absorção. No nível do jeju- noíleo, há uma grande absorção de glicose, aminoácidos etc. O es tô ma - go e o intestino grosso também parti - cipam da absorção, sobretudo de água. Algumas substâncias são ab - sor vidas por pinocitose, porém a maior parte da absorção ocorre por difusão e transporte ativo. No intestino grosso, passam dia-ri amente cerca de 500 mL de quimo; a maior parte da água e dos eletró litos são absorvidos, restando cerca de 100 mL para serem eli mi - na dos com as fezes. Uma população bacteriana está presente no intestino grosso. Essas bactérias produzem vita - mi nas (K, B12, tiamina, riboflavina) e vá rios gases. MÓDULO 6 O Sistema Respiratório 1. RESPIRAÇÃO TEGUMENTAR, CUTÂNEA OU "POR DIFUSÃO" O animal não apresenta estrutu - ras especializadas e as trocas gaso - sas se dão através da ou das células su per ficiais por mecanismo de difu - são. Este tipo de respiração ocorre em protozoários, espongiários (porí fe - ros), celenterados, vermes (platel min - tos, asquelmintos e anelídeos) e ce- fa locordados. A respiração tegu men - tar ocorre ao lado do tipo espe cia - lizado de respiração em anelídeos polique tas, moluscos e mesmo em anfíbios. ❑ Respiração branquial Respiração por meio de brânqui - as que ocorre em vários grupos de ani mais, como em poliquetas (anelí - deos), mui tos moluscos, crustáceos, ciclosto mados, peixes e anfíbios. ❑ Respiração traqueal Ocorre nos insetos e nos miriá - podos (lacraia, centopeia). Consiste num conjunto de tubos ramificados que se comunicam com o exterior através de orifícios (espiráculos). O sistema circulatório não participa das trocas gasosas. Respiração traqueal do inseto. ❑ Respiração filotraqueal ou pulmotraqueal Ocorre nas aranhas e nos escor - piões. Consiste num conjunto de tu - bos que se comunicam com capila res Respiração na planária. Respiração da minhoca. sanguíneos onde ocorrem as tro cas gasosas. Respiração filotraqueal da aranha. ❑ Respiração pulmonar É o tipo de respiração dos tetrá - podos (anfíbios, répteis, aves e ma - mí feros), ocorrendo também em al- guns moluscos terrestres (caracol) e em alguns peixes (dipnoicos). • Pulmão saculiforme Possui uma pequena superfí cie de trocas gasosas. Está presente nos anfíbios e em alguns répteis. • Pulmão parenquimatoso Possui uma superfície de tro cas gasosas maior do que o anterior. Está presente em répteis e aves. • Pulmão alveolar Possui uma grande super fície de trocas gasosas. É encontrado nos mamíferos. • Pulmão de peixe fisóstomo C1_3oA_Biol_Teo_Conv_Tony 19/10/10 14:04 Página 284 – 285 MÓDULO 7 A Respiração Humana 1. GENERALIDADES O homem apresenta respiração pulmonar. ❑ Aparelho respiratório O ar, no aparelho respiratório hu - mano, percorre o seguinte trajeto: fos - sas nasais ou boca → faringe → laringe → traqueia → brônquios → bronquíolos → alvéolos pul monares. Nos alvéolos pulmonares, ocorre a entrada de O2 e a saída de CO2, com a consequente passagem do sangue venoso a arterial (hematose). ❑ Mecanismo da respiração Os pulmões podem sofrer ex - pan são e retração e consequen - temente sofrer diminuição ou aumen to de sua pressão interna, em rela ção à pressão atmosférica. Des te modo, quando os pulmões se ex pan dem, aumentam de volume, há queda de pressão interna (em rela ção à pres são atmosférica) e assim o ar se des loca do exterior, através das vias res - piratórias, para o interior dos pul - mões — é a INS PIRAÇÃO. Quan do o pulmão entra em retração, di minui o volume, aumenta a pres são interna (em relação à atmos fé rica) e assim o ar se desloca do in terior dos pul mões, através das vias respi ratórias, para o exterior — é a EXPIRAÇÃO. Participação da caixa torácica e do dia fragma nos movi mentos de inspiração e expiração. O mecanismo da respiração de- pende de contrações musculares rít - micas, reguladas pelo sistema ner- vo so autônomo. O centro res pi ra tó rio lo ca liza-se no bulbo e, atra vés da me - dula, transmite os im pul sos que che - gam aos músculos res pi ra tórios. O centro respiratório é, na ver - dade, constituído pelo centro ins pi ra - tó rio e pelo centro expiratório. A os cilação contínua dos impulsos ner - vosos ori ginados nestes centros controla os ciclos respiratórios. 2. TRANSPORTE DE GA SES RES PIRATÓRIOS PELO SANGUE O oxigênio inspirado difunde-se nos pulmões através das membranas res piratórias e cai na corrente sanguí - nea para os demais tecidos do orga - nis mo. O oxigênio é transportado pelo sangue de duas maneiras diferentes: – em solução no plasma (cerca de 3%); – em combinação química com a hemoglobina das hemácias (cerca de 97%). Tem maior importância fisiológi ca o transporte do oxigênio ligado à he - mo globina (oxiemoglobina), po rém, antes de tratar deste transporte do oxi -gênio, estudaremos pigmentos respi - ratórios em geral. A finalidade do pigmento res pi ra - tório é aumentar a capacidade do san - gue em transportar oxigênio para os tecidos, já que a solubili dade deste gás no sangue é muito baixa. Os pigmentos respiratórios são proteínas que em suas moléculas apresentam um átomo de metal. A maio ria dos pigmentos respirató rios contém ferro em suas mo lé culas. É ao metal da molécula que o oxi gê - nio se liga para ser trans por tado. �� Transporte de dióxido de carbono Nos tecidos, na respiração intra - celular, as células estão produzindo con tinuamente CO2, que se difunde finalmente para o sangue. O CO2 ago - ra é transportado, pelo sangue, até os pulmões, onde se difunde para o ar alveolar. O dióxido de carbono é transpor - tado pelo sangue de três maneiras diferentes: – em solução no plasma (cerca de 7%); – em combinação com a hemo - globina e proteínas plasmáti - cas, formando compostos car- baminas (de 3% a 33%); – na forma de íon bicarbonato (cerca de 60% a 90%). Como se vê, a maior importância fisiológica é o transporte do dióxido de carbono na forma de íon bicar - bonato. Os pigmentos respiratórios (pro teínas) presentes nos animais estão descritos abaixo. Pigmento Cor Metal Localizado em: Presente em: Hemoglobina Vermelha Fe Plasma Anelídeos e Moluscos Glóbulos Vertebrados Hemoeritrina Vermelha Fe Glóbulos Anelídeos Hemocianina Azul Cu Plasma Crustáceos, Moluscos e Aracnídeos Clorocruerina Verde Fe Plasma Anelídeos Vanadina Incolor V Plasma Tunicados C1_3oA_Biol_Teo_Conv_Tony 19/10/10 14:04 Página 285 286 – MÓDULO 8 Tipos de Circulação 1. GENERALIDADES O sangue (fluido circulante) apre - senta, nos mamíferos, as seguintes funções: – Transporte de substâncias ali- mentares da região de absorção (in - testino) para as demais partes do corpo (células). – Transporte de excretas para os órgãos excretores (rins) a partir das demais partes do corpo. – Transporte dos gases respira- tórios (oxigênio e dióxido de carbono) entre os pulmões e as demais partes do corpo. – Transporte de hormônios (subs - tâncias controladoras da atividade de certos órgãos). Estas funções são desempenha - das pelo sistema circulatório (ou sis - tema de transporte) com eficiência e precisão nos animais vertebrados. Observação No caso dos insetos, o sangue não participa do transporte de gases, pois eles apresentam respiração tra - queal e não possuem pigmentos res - piratórios no sangue. 2. TIPOS DE SISTEMAS CIRCULATÓRIOS Protozoários (ex.: ameba), porí fe - ros (ex.: es pon ja), celenterados (ex.: hidra), platielmintos (ex.: planária) e asquelmintes (ex.: lombriga) não pos - suem um verdadeiro sistema de trans - porte. Nos celenterados (nas medu sas), encontra-se um sistema gastro vascu - lar que não é um sistema cir culató rio verdadeiro: trata-se de um sis te ma de canais, junto à cavidade gás trica, pelos quais circula (entra e sai) a água do mar. Os equinodermas (ex.: estrela-do- mar) constituem um grupo de animais de relativo grande porte, mas sem sis - tema circulatório verdadeiro. Eles apre sentam sistema de vasos e la - cunas pelo corpo, porém neles não circula sangue. Na estrela-do-mar, por exem plo, há três siste mas de ca nais dife rentes. Um deles é o sis tema am- bulacrário, que é aberto livre men te para o exterior por uma placa per - furada (placa madre pórica), pela qual penetra a água do mar. Nem este sis - tema ambulacrário nem qualquer ou - tro sistema de canais do animal de- sempenham papel de sis te ma circu - latório verdadeiro. Circulação do sangue nos mamíferos. ❑ Aberto ou lacunar Nos moluscos e artrópodes, o sis - tema circulatório está presente e é do tipo aberto. Neste tipo de sistema circulatório, os vasos sanguíneos saem de um ou mais espaços irregu- lares nos tecidos (sínus, lacunas ou hemocelas), nos quais o sangue se move lentamente (coração pouco musculoso: desenvolve pressão san- guínea baixa) e realiza troca de subs - tâncias com as células dos tecidos adjacentes. Este sangue é coletado por outros vasos ou lacunas que o trazem de volta ao coração. Como o sangue circula por lacunas, além de vasos, o sistema é denominado aber - to ou lacunar. Aparelho circulatório de mexilhão (molusco). O coração dos artrópodes (ex.: inseto) é um tubo muscular longo. Em cada segmento do corpo, ele apre - sen ta dois ostíolos (aberturas) provi - dos de válvulas. O sangue dos insetos não apre- senta função no transporte de gases respiratórios. Entre os moluscos, o sistema cir - culatório é muito desenvolvido nos cefalópodes (lula, polvo etc.). Os protocordados (ex.: anfioxo) também apresentam sistema circula- tório aberto ou lacunar. Sistema circulatório lacunar (aberto) Sistema circulatório fechado Coração pouco musculoso muito musculoso Hemocelas presentes ausentes Capilares ausentes presentes Pressão sanguínea baixa alta Velocidade de fluxo baixa alta Quantidade de alimentos transportados por unida de de tempo pequena grande C1_3oA_Biol_Teo_Conv_Tony 19/10/10 14:04 Página 286 – 287 Circulação simples de peixe. ❑ Fechado Pressão arterial relativamente alta e sustentada é característica dos ver - tebrados superiores. Depende da con tração poderosa dos ventrículos, da elasticidade das paredes das arté - rias principais e da resistência peri - férica dos vasos de menor calibre (arte ríolas). Nota-se, portanto, que ani - mais de circulação aberta não podem desenvolver pressões maio res e também constantes, pois seu co - ração é pouco musculoso e faltam as artérias de paredes elásticas e a re - sistência periférica (pois não há o sis - tema de arteríolas e capi lares). Entre os invertebrados, as pres- sões sanguíneas mais altas foram en - contradas em polvos e outros ce fa- ló podes. As lacunas sanguíneas es - pa çosas, características de outros mo lus cos, são nestes animais re pre - sen - ta das por vasos definidos: arté - rias, arte ríolas, capilares, vênulas e veias, como nos vertebrados. Contra a re sis tên cia ofere cida pelos vasos pe ri féri cos, o co ração é capaz de es - tabe- lecer e man ter pres são relati va - mente alta, que varia de 30 a 45 mmHg. O sistema circulatório fechado está presente nos anelídeos e verte - bra dos. 3. CIRCULAÇÃO NOS VERTEBRADOS Os vertebrados apresentam cir cu - lação fechada, que pode ser sim ples ou dupla. ❑ Circulação fechada simples Nos vertebrados de respiração branquial, a circulação é simples, porque pelo coração só passa um tipo de sangue (venoso). O sangue venoso que sai do coração é levado às brâ n quias, onde é oxigenado e daí dis tribuído pelas artérias para todo o co r po, retornando, a seguir, pelo sis - te ma ve noso ao coração. É o caso dos ciclos tomados (ex.: lampreia) e pei xes. ❑ Circulação fechada dupla Nos vertebrados de respiração pulmonar, a circulação é dupla (por - que pelo coração passam dois ti pos de sangue, o venoso e o arte rial, fazen do dois ciclos ou cir cu lações pelo cor po). O ciclo ou cir culação pul monar (pequena cir culação) é o tra jeto do sangue entre o ventrículo direito e o átrio es quer do, passando pelos pulmões. O ci clo geral (gran - de circu lação ou sis têmica) é o per - curso do sangue do ventrículo es - querdo para todo o organismo através do sistema arte rial e, a seguir, o retorno deste san gue ao átrio direito através do sis tema venoso. A circulação dupla pode ser com - pleta ou incompleta. Nos anfí bios e nos répteis, é incomple ta, por que a anatomia do coração per mite a mistura do sangue venoso com o arterial. Nas aves e nos ma mí feros, a circulação é completa, por que o co - ração é comple tamente divi dido em duas metades (a direita, onde passa osangue venoso, e a esquerda, on de passa o sangue arterial). 4. CORAÇÃO DOS MAMÍFEROS Contém dois átrios e dois ven trí - culos com separações completas. No embrião, os dois átrios se comunicam pelo forâmen oval ou forâmen de Botal, uma abertura no septo intera - trial, que normalmente se fecha du - rante o de sen volvimento. Como nas aves, o seio venoso aparece só na fase embrio nária. No átrio direito, che - gam uma ou duas veias cavas an - teriores e uma veia cava posterior. Do ventrículo di rei to, parte um tronco pulmonar que logo se bifurca em duas artérias pulmonares. Do ven trículo esquerdo, par te a aorta, que se curva para a es querda. A válvula do orifício atrio ven tricular direito é cha mada tricús pide (três lâminas). O orifício ven tri cular esquerdo é guar necido pela vál vula bicúspide ou mitral. Esquema de circulação dupla (AD: átrio direito; AE: átrio esquerdo; VD: ventrículo direito; VE: ventrículo esquerdo). Coração dos mamíferos. C1_3oA_Biol_Teo_Conv_Tony 19/10/10 14:04 Página 287 288 – QUADRO COMPARATIVO DA CIRCULAÇÃO NOS VERTEBRADOS Ocorrência Seio venoso Átrio Ventrículo Bulbo Observações Ciclostomados (ex.: Iampreia), condrictes (ex.: tubarão) e osteíctes (ex.: roncador) 1 1 1 1 Circulação fechada e simples; pelo coração, só passa sangue venoso. Coanictes ou dipnoicos (ex.: piramboia) e anfíbios urodelos perene bran quiados (salamandra) 1 2 incom- pletamente divididos 1 1 Circulação fechada, dupla e in com pleta. Demais anfíbios (ex.: sapo) 1 2 comple- tamente divididos 1 1 reduzido Circulação fechada, dupla e incom pleta. Répteis não crocodilianos (ex.: tartaruga) 1 2 2 incom- pletamente divididos —— Circulação fechada, dupla e incom ple ta; início do septo de Sabatier entre os ven trí - culos. Répteis crocodilianos (crocodilo, jacaré etc.) 1 2 2 com- pletamente divididos —— Circulação fechada, dupla e incom pleta; mistura de sangue no Forâmen de Panizza e na junção das duas aortas. Aves e mamíferos —— 2 2 —— Circulação fechada, dupla e com pleta. Nas aves, a aorta curva-se para a di reita; nos mamíferos, para a esquerda. MÓDULO 9 O Sangue Humano 1. GENERALIDADES O sangue é formado por duas par tes: o plasma (parte líquida) e os ele mentos figurados (glóbulos ver me - lhos, glóbulos brancos e pla quetas). O plasma é uma solução aquo sa de 90% de água e 10% de subs tân - cias representadas por proteínas (cer - ca de 7% do total), sais minerais (cer ca de 0,9%), monossacarídios, ami noáci dos, ácidos graxos, glicerí - deos, gorduras, colesterol e ureia. Além desses com ponentes, são en - contra dos no plasma sanguíneo os gases respiratórios (O2 e CO2), hor - mônios, enzimas etc. Através das paredes dos capi la - res, o plasma sanguíneo está em equi - líbrio com o líquido intercelular dos te cidos, cuja composição quí mica é os mótica no sangue. As gama glo - bu linas são também cha madas de imu noglobulinas, por constituírem os anticorpos. O fibrino gênio é uma pro teí na relacionada à coagu la - ção san guínea. Os elementos figurados do san gue estão representados pelas he má cias, leucócitos e pla - quetas. ❑❑ Eritrócitos ou hemácias São células sanguíneas produ zi - das pelo tecido conjuntivo hemato - poético mieloide que se localiza no in terior dos ossos (cranianos, vérte bras, cos telas e epífises dos ossos lon gos), formando a medula verme lha. Durante a diferenciação celular, as hemácias dos mamíferos perdem se melhante à do plasma, diferindo des te especialmente em relação às proteí nas (maior concen tração de pro - teínas no plasma e bem menor no líquido in tercelular). Entre as proteí nas do plas ma, encontram-se globu li nas (alfa, beta e gama), albu minas e fibri - nogê nio. As albuminas têm papel fun - da men tal na manuten ção da pres são C1_3oA_Biol_Teo_Conv_Tony 19/10/10 14:04 Página 288 – 289 núcleo, mitocôndria, sistema golgien - se e lisossomo. Elas não se divi dem, têm metabolismo baixo e vida apro xi - mada de quatro meses. As hemácias dos demais verte - bra dos (exceto mamíferos) são nu - clea das. A hemácia é discoide, circular e bicônca va, apresentando cerca de 7 micrô me tros de diâmetro. Um homem apresenta aproxima - da mente 5,5 milhões de hemácias por milímetro cúbico de sangue, en - quanto na mulher a quantidade é de 5 milhões. As hemácias são produzidas na medula óssea e destruídas principal - mente no baço. Elas transportam gases res pira - tórios (O2 e CO2). ❑ Leucócitos ou glóbulos brancos São células produzidas pelo teci - do hematopoético mieloide e linfoide. São esféricas, quando mer gulhadas no plasma, e ca pa zes de apresentar movimentos ameboides. Classificam-se em granulócitos, quando apresentam granulação cito - plasmática (neutrófilos, basófilos e aci dófilos), e agranulócitos, quando não apresentam granulação citoplas - má ti ca (monócitos e linfócitos). Os granulócitos são produzidos na medula óssea; os agra nulócitos, nos gân glios linfáticos (principal mente no baço). Leucócitos humanos. A principal função dos leucócitos é a defesa do organismo contra a ação de bactérias ou corpos estra - nhos que atinjam os tecidos. Essa defesa se faz por meio de duas propriedades dos glóbulos brancos: a diape de se, que é a propriedade que têm os glóbulos brancos de, por movimento ameboide, atravessar a parede do ca pilar e des locar-se atra - vés do teci do conjuntivo; a fagoci - tose, que con siste em en glo bar no seu cito plas ma o elemento estranho. Os linfócitos, ao contrário dos de mais leucócitos, são pouco ativos na fagocitose e são mais importantes na produção de anticorpos. No te ci do conjuntivo, os linfócitos transfor mam-se em plasmócitos (células pro du toras de anticorpos) e dão origem às cé - lulas rejeitadoras de enxerto, que in - va dem órgãos transplantados entre indivíduos. Os acidófilos, também cha ma - dos eosinófilos, são células fago ci tá - rias (porém menos ativas que os neu trófilos e monócitos), que aumen - tam em nú mero no sangue quando há ma ni fes tação de doenças alérgi cas. Os basófilos têm fun ção pouco conhecida. Co mo os mastócitos (cé - lulas de tecido conjuntivo), possuem heparina e histamina. Além dessas subs tâncias, os ba sófilos con têm se - ro tonina. A seroto nina e a hista mi na têm, res pec tiva mente, ação vaso - constri to ra e vasodilatadora, e a he - parina tem papel anticoa gu lante. Os neutrófilos consti tuem a pri - meira linha de de fesa contra a ação de mi cro-or ga nismos. São bas tante ati vos na fagocitose. Os monócitos, como os neu tró - filos, são muito ativos na fagoci tose. Transformam-se em macró fa gos, que são células fagocitárias do teci do conjuntivo. Normalmente, o ho mem apresenta de 4.300 a 10.000 leu có - citos por mm3 de sangue. ❑ Plaquetas ou trombócitos São corpúsculos citoplasmáticos (anucleados) pro duzidos na medula óssea. Sua forma é variável, e me - dem cerca de 3 micrômetros. Seu número normal por mm3 de sangue é de 150 mil a 500 mil. Têm função na obstrução de va - sos sanguíneos: quando há ruptu ras de vaso, as plaquetas aí se aglu ti nam, formando um tampão que con tribui para a obstrução do vaso. As pla que - tas participam da forma ção da trom - boplastina, que é um fator indispen- sável para a coagu lação do san gue. Além disso, con têm serotonina, subs - tância de ação vasocons tritora. 2. COAGULAÇÃO DO SANGUE O mecanismo da coagulação san guínea é muito complexo, sofren - do a ação de várias substâncias con - tidas no plasma, nas plaquetas e nos tecidos. Em linhas gerais, a coagulação en volve a formação da trom bo plas tina pela ação dos fatores do plasma, das plaquetas ou do tecido. A tromboplastina, em presença do íon Ca++e de outros fatores plas - má ti cos, trans forma a protrom bina do plas ma na enzima trombina. A trombina transforma o fibri no - gênio em fibrina. A fibrina, sendo uma proteína in - solúvel, precipita-se, formando uma rede de filamentos. A deposição da re de de fibrina na extremidade lesa da no vaso retém os glóbulos sanguí - neos, formando-se assim um tampão que obstrui o vaso lesado. A protrombina forma-se no fíga do, sendo necessária a vitamina K pa ra a sua síntese, e, consequen temen te, pa ra que haja a formação do coá gu lo. A vitamina K é normal mente sin - tetizada por bactérias do intestino dos mamí fe ros, tornando-se defici tá ria, por tan to, quando a sua absorção for preju dicada. Uma substância de ação anticoa - gulante é o dicumarol, produ zi do por folhas de alguns trevos (trevo- doce). O dicumarol age no fí gado, com petindo com a vitamina K na for - ma ção da pro trombina (impede a for - ma ção desta úl tima) e pode ma tar o ga do, ocasionando hemorra gias. Como os íons cálcio são neces - sários para a ação da tromboplas tina, a coagulação pode ser impedida pela remoção desses íons, possibi litada pe la adição de oxalato de só dio ou de citrato de sódio (ou mesmo de amô - nio ou potássio). C1_3oA_Biol_Teo_Conv_Tony 19/10/10 14:04 Página 289 290 – MÓDULO 10 O Sistema Linfático 1. CARACTERÍSTICAS GERAIS Está presente nos vertebrados e tem a mesma finalidade em todos eles. No homem, o sistema linfático es tá repre sen tado por um sistema de vasos re vestidos por endotélio, que recolhe o líquido intercelular e o de - volve ao san gue. O líquido, assim co - lhido e trans portado, recebe o nome de linfa e, ao contrário do sangue, cir cula ape nas num sentido, isto é, da periferia para o coração. De acordo com o calibre, os ca - nais do sistema são chamados ca pi - lares (menor calibre), vasos e du - tos lin fáticos (maior calibre). O duto ou canal torácico de - sem boca na veia subclávia esquerda, e a grande veia linfática ou duto linfá tico direito desemboca na veia sub clávia direita. A parede dos dutos linfá ticos tem estrutura semelhante à das veias. No trajeto dos vasos linfáticos, en - contram-se dilatações denomi nadas gânglios linfáticos ou lin fo no - dos. Tais gânglios são cons tituídos de tecido conjuntivo hema topoético lin - foide. Na sua parte interna, medu lar, en contra-se uma trama reti cular à qual se agregam células reti culoen dote liais e ainda passa gens deno mi nadas si - nu soides, reves tidas por células fago - ci tá rias. Por sua ri queza em ma cró fa - gos, os linfonodos repre sen tam filtros para a linfa, fago citando ele mentos es tranhos. Neles, formam-se glóbulos bran cos do tipo monó citos e, princi - pal mente, linfóci tos. Além disso, por sua riqueza em plas mó citos, repre sen - t am locais de for mação de anti corpos. O líquido intersticial é também de - nominado líquido intercelular. É se me - lhante ao plasma sanguíneo, embo ra contenha bem menos proteí nas. A pres são sanguínea faz com que o plas - ma atravesse as paredes dos ca - pilares, com exceção das pro teínas de gran de peso molecular, e passe para os espaços interce lulares. Esse plasma filtrado é o líqui do intersticial, pelo qual há o forneci men to de subs - tâncias às célu las. É evidente que es - se líquido é modi fica do posterior - men te em con se quência das ativida - des ce lulares. É mantido um equilíbrio desse flui - do entre o sangue e os tecidos: não chega a se formar excesso desse lí - qui do nos tecidos, porque ele é con ti - nuamente reconduzido à cor rente san guínea pelo sistema de vasos lin fá - ti cos. O fluido, agora dentro dos va sos linfáticos, é chamado linfa. O sis- te - ma linfático funciona como um re cep tor do excesso de líquido intersticial. 2. HIPÓTESE DE STARLING As proteínas plasmáticas de sem - penham um papel importante na trans ferência de líquido através da parede capilar. O líquido pode sair da cor rente sanguínea para o líquido inter celular e também pode passar dos es paços in ter celulares para a cor - rente san guínea. O sentido de passa - gem do líquido é de terminado pela pres são sanguí nea dos capi lares e pe la pres são os mótica das proteí nas do plasma. Pressão sanguínea: em razão da sís tole ventricular, o sangue é bom - bea do pelo sistema arterial sob alta pres são. Essa pressão decresce à medi da que o sangue se distancia do co ra ção, de tal modo que, ao passar das ar teríolas para os capilares, atin - ge va lores de cerca de 35 mmHg. Na saí da dos ca pilares, o valor da pres - são sanguínea é de ape nas 15 mmHg, em mé dia. Desse modo, a pressão san guínea média nos capi lares é da or dem de 25mmHg. Esta pres são é su ficiente para fa zer extra vasar o plas - ma san guíneo (sem a maior parte das proteínas) e che gar aos es paços in ter - celulares. Em virtude da maior con cen tra ção do plasma sanguíneo (apresenta pro - teí nas) em re lação ao líquido inter ce - lular, há uma maior pressão osmó ti ca no interior do vaso. Em consequên- cia dessa diferença, tem-se movi men - to de líquido dos espaços intercelu - lares para o in terior através da parede ca pi lar (se mipermeável). A pressão os mó tica das proteínas plas máticas é da ordem de 25mmHg. Desse modo, ob serva-se um equi líbrio dinâmico do mo vimento de líquido entre o sangue dos capilares e do líquido intercelular dos tecidos. A pressão sanguínea força o flui - do para fora do capilar, de ma nei ra de crescente, da terminação ar te rial pa ra a terminação venosa. A pres são os mótica das proteínas (coloi dos mó ti - ca ou oncótica) força o fluido dos es - pa ços intercelulares para o interior do ca pilar. Na termi nação ar te rial do ca - pi lar, sai mais flui do do que entra e, na ter mi nação venosa, veri fica-se o con - trário. Hipótese de Starling. C1_3oA_Biol_Teo_Conv_Tony 19/10/10 14:04 Página 290 – 267 1. CONCEITO DE EXCREÇÃO Excreção é o processo de elimi - nação de substâncias que são pro du - zidas em excesso no organis mo. Essas substâncias resultam da ativi - dade (metabolis mo) celular. As células estão sempre em ativi - dade; mesmo que não estejam em cres cimento ou em movimento, estão constantemente sintetizando e de com - pondo substâncias. Essas ativi dades dão origem a subprodutos que não po - dem ser utilizados e que, se acu mula - dos em grandes quantida des, seriam prejudiciais ao orga nismo. ❑ Principais excretas As principais excretas são: – CO2 (dióxido de carbono); – H2O (água); – sais; – bile; – NH3 (amônia); – CO (NH2)2 (ureia); – C5H4N4O3 (ácido úrico); – creatinina. A amônia, a ureia e o ácido úrico são provenientes do metabo lismo dos aminoácidos. Denomina-se homeostase a ca - pacidade que tem o organismo de man ter seu meio interno em estado de equilíbrio dinâmico. A homeostase é essencial para a vida, e a manutenção de um meio in - ter no equilibrado depende tanto do sistema excretor quanto dos sistemas digestório e circulatório. Nos animais que têm sistema circulatório, as subs - tâncias que devem ser removidas são transportadas pelo sangue. Po demos dizer, portanto, que o sistema excre - tor funciona de modo que mantém pra ticamente constan te a composi ção do sangue. 2. EXCREÇÃO NOS INVERTEBRADOS Nos protozoários em geral e nos pluricelulares mais simples (poríferos e celenterados), a excreção ocorre por simples difusão. FRENTE 3 Biologia Animal MÓDULO 11 O Sistema Excretor Ameba (protozoário dulcaquícola). Alguns protozoários de água do - ce apresentam outro mecanis mo ex - cre tor. Neles há estruturas chama das vacúolos contráteis ou pul sá - teis, cuja principal função é re mover o excesso de água que entra na cé - lula por osmose. Esse excesso é co le - tado nesses vacúolos que se con- traem perio dicamente e expulsam seu con teúdo para o meio. Neles fo ram en con tradas pequenas quanti da des de amônia, o que indica a função real - men te excretora de tais vacúolos. Os vermes achatados (platiel min - tos) enfrentam o mesmo pro blema dos protozoários de água doce, ou seja, é o excesso de água que se difunde para o interior das células e que deve ser eliminado. Na planária, o CO2 e a maior par te da amônia (NH3) são excre ta dos por difusão. Para remover o excesso de água, a planária tem um sistema constituído por um conjunto de tubos ramifica dos, terminando as ramifica ções menores em uma célula es pecia li za da, a cé lu - la-flama. Cada célula-flama abre-se em uma cavidade onde se pro je tam di versos flagelos, cujo movi mento leva a água para os canais excre - tores. O no me “célula-flama” de ve-se ao movi men to dos flagelos inter nos que pos sui. A célula-flama também é deno mi - nada solenócito e ocorre nos ce fa - locordados (ex.: an fio xo). Os asquelmintos apresentam dois tipos de sistema excretor: o simples e o duplo. O simples aparece nos as - quel mintos de vida livre e é consti tuí - do por uma grande célula ventral e an terior, com um ducto que se abre posteriormente na linha me diana. No sistema duplo, também conhecido por “tubos em H”, existem dois ca nais que correm ao longo das linhas late rais. Na parte anterior, os dois tu bos unem-se e formam um único, que se abre na li - nha mediana ventral. Cada tubo é cons - tituído por uma úni ca cé lula ca na- li cu lada. As pare des dos tu bos absor - vem por osmose os cata bó litos, que são en viados para o poro ex cretor. Os crustáceos apresentam um par de glândulas verdes situado ven tralmente na cabeça, anterior em rela ção ao esôfago. Em cada glândula verde, distin - guem-se o saco terminal, o labirinto, o tu bo branco, a bexiga e o poro ex cretor. O saco terminal é uma cavidade de natureza celomática, em contato com o labirinto, uma estrutura de cor ver de, também chamada córtex, cons - tituída por numerosos canículos anas - tomosados, ficando o conjunto com uma consistência esponjosa. Do la bi - rinto sai o tubo branco, de contorno sinuo so, dilatando-se na extre midade e for man do a bexiga com um curto ducto ter minado em poro excretor, situado na base da antena. As glân - dulas ver des absorvem cata bólitos do sangue e dos líquidos intersticiais. C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 267 268 – Os anelídeos (vermes metameri - zados), como a minhoca, utilizam o sis tema circulatório como principal meio de remoção do CO2 e também apre sentam tubos excretores que se dis põem em pares em quase todos os seg mentos do corpo (não ocorrem nos dois primeiros e no último); são deno - minados nefrídios. Fluidos contendo as excre tas (água e amônia) entram na abertura em funil de cada tubo e são levados à porção terminal deste, que é circun - dada por numerosos vasos san guí - neos. A abertura configura-se na ca - vi dade do corpo, de onde as ex cretas são coletadas. A parte final do tubo abre-se em um poro na pare de do cor- po, por onde as excretas são elimi- nadas. Os moluscos também apresen tam nefrídios. Os insetos utilizam-se de diferen - tes mecanismos de excreção: o dió xi - do de carbono é eliminado pelas tra queias; as excretas nitrogena das são eliminadas através de estru turas especializadas, os túbu los de Mal- pi ghi. Uma das extremi da des de sem - bo ca no intestino e a outra se aloja nas lacunas do siste ma san guíneo. Reti - ram do san gue os produ tos de ex - creção e os trans fe rem para o tubo digestório, de onde os cata bólitos são eliminados, pelo ânus, com as fezes. Nematoide – sistema excretor em H. Glândula verde de crustáceo. Excreção na planária. A principal excreta nitrogena da dos insetos é o ácido úrico. O fato de ser praticamente insolúvel em água é a propriedade mais importan te dessa substância, pois não requer água pa ra conservar os cristais de ácido úrico no interior dos seus tubos ex cre tores. Esses cristais passam para o tubo di - ges tório e daí são elimi na dos, pelo ânus, com as fezes. Nefrídio de um anelídeo. Tubo de Malpighi na barata. Os miriápodos e os aracnídeos tam bém apresentam túbulos de Malpighi. Os aracnídeos, além dos túbulos de Malpighi, apresentam um ou dois pares de glândulas coxais excreto ras, situadas no assoalho do ce fa lo tó rax. Essas glândulas são consi de ra das homólogas às glândulas ver des dos crustáceos. 3. CLASSIFICAÇÃO DOS ANIMAIS QUANTO À PRINCIPAL EXCRETA NITROGENADA A amônia é muito tóxica para as células, a ureia é menos tóxica do que a amônia e o ácido úrico prati camen - te não é tóxico. O fato de os insetos excretarem o ácido úrico, e não amônia ou ureia, é uma adaptação para a vida no meio ambiente terrestre, onde a economia hídrica é vital para a sobrevivência. A amônia é a excreta nitrogenada de animais de pequeno porte que dis - põem de muita água. A ureia, como a amônia, também necessita de água pa - C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 268 – 269 MÓDULO 12 A Excreção Humana 1. EXCREÇÃO NOS MAMÍFEROS Nos animais mais evoluídos, a ex - creção ocorre por meio de diversos órgãos. No homem, por exem plo, os rins formam a urina, que é uma so - lução de excretas nitrogenadas em água; a pele excreta o suor, que é também um produto de excreção; o fígado elimina a bile, flui do que con - tém excretas, os pigmentos bilia res; os pulmões excretam água e dióxido de carbono. ❑ O rim A unidade morfológica e funcio nal do rim é chamada néfron. Cada rim apre senta cerca de 1 milhão de né frons. O néfron é constituído pela arteríola aferente, glomérulo de Malpighi, ar te - ríola eferente, cápsula de Bowman, tú - bulo contornado proximal, alça de Henle e túbulo contornado distal. Os túbulos distais de vários néfrons de - sembocam em ductos coletores. Os vários coletores desembocam na pel - ve do rim. Da pelve partem para o ure ter, que se dirige para a bexiga uriná ria. A urina é formada continua - mente no rim e acumulada na bexiga urinária. A formação da urina, que ocorre nos néfrons, deve-se aos processos: filtração glo merular, reabsor - ção e secreção tubular. ❑ Filtração glomerular Ocorre na cápsula de Bowman: o san gue que che ga aos capilares san - guíneos do glomérulo pela arte ríola afe rente é forçado pela pres são san - guínea contra as paredes do ca pilar e da cápsula (paredes semiper meá - veis); des se modo, uma parte do plas - ma sanguíneo extrava sa, ou seja, é filtrada para o interior da cápsula. O líquido filtrado tem com posi ção química semelhante à do plasma san - guíneo, diferin do deste pela au sên cia de pro teínas. A pressão de filtração pode ser obtida da seguinte maneira: PF = PS – (PO + PC) ra sua eliminação; por tanto, sua ex cre - ção ocorre em ani mais que dis põem de água em quanti dades sufi cientes. O homem excreta ureia dissolvi da em água em quantidade tal que a sua concentração é bastante baixa. Os peixes ósseos eliminam amô - nia, e os peixes cartilaginosos excre - tam ureia. Os répteis e as aves, da mesma maneira que os insetos, também eli - minam o ácido úrico como principal excreta nitrogenada. Nesses ani mais, a excreção se dá com uma perda de água muito pequena. Sob esse as pec- to, insetos, aves e répteis ajustam-se da mesma maneira à vida terrestre, na qual, frequentemente, o suprimento de água é limitado. Classificam-se os animais, quanto à principal excreta nitrogenada, em três grupos: amonotélicos, ureo télicos e uricotélicos. Animais que vivem em ambiente terrestre não têm um suprimento ili mi - tado de água em contato tão próxi mo com seus tecidos, como é o caso dos aquá ticos. Por ser bastante tóxica, a amô nia produzidano metabolismo não pode ser acumulada. Assim, mui - tos ani mais terrestres desenvol veram pro cessos para converter a amônia em ureia ou ácido úrico. De acordo com Needham, bio quí - mico inglês, a excreção de ureia ou áci do úrico é determinada pelas con - dições em que o embrião se forma. O embrião do mamí fero de sen volve-se em estreito con tato com o sis tema circulatório mater no. Assim, a ureia, que é bastante solúvel, pode ser removida do em brião pela circu lação materna e, a seguir, excretada. Os embriões de ave e de réptil desenvolvem-se em um ovo de casca rígida e no meio externo (ovíparos). Os ovos são postos com água sufi ciente para mantê-los durante a in cubação. A produção de amônia ou mesmo ureia, em tal sistema fechado, pode ria ser fatal porque tais excretas são tóxi cas. Esses embriões produ zem áci do úrico que, por ser insolú vel, pre cipita e per - manece acu mu lado no alan toide (anexo embrio ná rio). Tais caracterís - ticas, tão neces sárias ao de sen vol vi - mento embrio nário, são leva das pos te - rior mente ao indivíduo adul to. O girino, que é aquático, excreta principalmente amônia. Entretanto, ao sofrer o processo de meta morfo se, tor - na-se um verdadeiro anfíbio e pas sa muito tempo fora d’água. Durante a me ta morfose, o animal começa a pro - duzir ureia em lugar de amônia e, quan do a metamorfose se completa, a ureia pas sa a ser produto de excreção predo minante. Os peixes dipnoicos constituem outro exemplo interessante. En quan to na água, excretam principal men te amônia; quando o rio ou o lago se - cam, permanecem na lama e co me - çam a estivar e acumular ureia co mo produto final nitrogenado. Quan do as chuvas voltam, esses peixes ex - cretam uma grande quantidade de ureia e inici am novamente a excreção de amônia. Animais Ocorrência Observação Amonotélicos NH3 Maioria dos inver te bra dos aquá ti - cos, te leós teos (pei xes ós seos), protocordados. Solúvel (muito tóxica). Ureotélicos CO(NH2)2 Peixes condrictes (car tilagi no sos), an fíbios, mamífe ros. Solúvel (menos tóxica do que a amônia). Uricotélicos C5H4N4O3 Insetos, répteis, aves. Insolúvel (não tóxica). Classificação dos animais quanto à prin ci pal excreta nitrogenada. C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 269 270 – em que: PF = pressão de filtração. PS = pressão hidrostática do san - gue nos capilares. PO = pressão osmótica das pro - teínas do plasma (pressão oncótica). PC = pressão hidrostática da cáp - sula de Bowman. ❑ Reabsorção renal O filtrado capsular formado na cáp sula de Bowman flui ao longo do tú bulo renal (túbulo contornado pro- ximal, alça de Henle e túbulo contor - nado distal) e atinge o ducto cole tor. Nesse trajeto, a maior parte da água e das substâncias nela dissolvi das é reabsorvida pelos capilares san guí - neos; o restante do filtrado irá cons - tituir a urina. Nos dois rins do homem, são pro- duzidos por minuto cerca de 130 cm3 de filtrado capsular; porém, esse flui do modifica-se bastante à medida que flui ao longo dos túbulos renais até atin gir o ureter. Já a produção de uri na é de cerca de 1 cm3 por minuto; portanto, mais de 99% do filtrado é reab sor - vido à medida que per cor re os túbulos renais e os ductos cole tores. Muitas substâncias componen tes do filtrado capsular são neces sárias ao organismo e não podem ser per - didas com a urina (como água, sais, substâncias alimentares etc.). Essas substâncias são transportadas do in - terior do túbulo para o interior dos ca - pilares peritubulares e contra um gra - diente de concentração, isto é, de uma região de menor con cen tração (inte rior do túbulo) para uma de maior concentração (inte rior do ca pi lar san- g uíneo). Esse trans porte, atra vés das células dos túbulos renais (reabsor - ção), é feito por meio do me canis mo de transporte ativo. A reabsorção ativa dos solutos ci - tados pelos túbulos proximais é acom - panhada de uma reabsorção pas- siva do seu solvente – a água. Esse mecanismo, denominado re ab sor - ção obrigatória, é decor ren te da ne cessidade de manter-se o equi lí brio osmótico nessa região do néfron. O néfron (unidade funcional do rim). Rim completo. tâncias indesejáveis podem ser eli mi - nadas pelo sangue, diretamente no fluido do túbulo renal. É o que ocorre, por exem plo, com o antibiótico que o indivíduo doente recebeu. Ele é se cre - tado ativamente na urina em formação. 2. O FATOR NATRIURÉTICO ATRIAL (FNA) Adolpho de Bold descobriu um hormônio denominado FNA. Trata-se de um composto químico produzido pelo átrio cardíaco. O FNA promove uma vasodilatação da arteríola afe - rente e uma vasoconstrição simultâ - nea da arteríola eferente, aumen tando a pressão glomerular e o vo lume de urina produzida e contribuindo para a diminuição da pressão san guínea. 3. CICLO DA ORNITINA Os aminoácidos que não são uti - lizados na síntese proteica são trans - formados, para fornecer parte da ener gia utilizada pelo organismo. Esse processo envolve a perda do grupo NH2. Os grupos NH2 reagem formando amônia. No fígado, a maior parte da amônia dá origem a um composto menos tóxico, a ureia; desse modo, nos animais ureotélicos, a ureia é produzida principalmente no fígado, a partir dos resíduos metabólicos de amônia e de carbono, de acordo com a seguinte reação: A ureogênese dá-se da seguinte maneira: uma molécula de amônia e uma de CO2 combinam-se com a ornitina, originando outro aminoácido, a citrulina. Este aminoácido se com - bina com uma molécula de áci do aspár tico (uma segunda molécula de amônia é consumida na produção do ácido as pártico), formando a argini na, que reage com água, dando ureia e ornitina. Note que temos aqui um meca nismo cíclico, que se deno mina ciclo da ornitina. 2NH3 + CO2 →→ H2N — C — NH2 + H2O || O O mecanismo de reabsor - ção ao longo da alça de Henle acontece da seguinte maneira: o ramo ascenden te é imper - meável à água, porém rea b sor - ve sódio; dessa ma neira, o flui do tubular torna-se menos con cen - trado ao che gar ao túbulo con - tor nado dis tal e ao ducto coletor. A permeabilidade à água das pa redes do túbulo distal e do ducto co letor é variável. As - sim, nessas por ções, a reab sor - ção da água é con tro lada pelo hormônio antidiu rético (ADH). O ADH faz aumentar a per - mea bi lidade da membra na, le - vando a uma maior reab sorção de água. Na au sên cia do ADH, a membrana torna-se im per - meável à água, que, então, é eli - mi nada na urina. Essa absorção de água con tro lada pelo ADH é deno mi nada reabsorção fa- culta tiva, porque de pende so - mente das neces sidades hídri - cas do organismo e não tem rela ção com a concen tração dos solutos do fluido tubular. ❑ Secreção tubular Ao longo do néfron, subs - C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 270 – 271 1. GENERALIDADES Os músculos apresentam as se - guin tes funções: – sustentação; – locomoção (movimentação); – fornecimento de calor (ho meo - termos); – manutenção da forma; – pressão sanguínea (coração). Na minhoca, a sustentação é exer cida especialmente pelos mús cu - los, pois ela não apresenta esque leto. A função de movimento deve com preender não somente os mo vi - men tos macroscópicos (visíveis fa cil - men te), como também o movi men to dos ór gãos internos. Po demos classificar os músculos em três tipos: liso ou visceral, cardía - co e estriado esquelético. O músculo é constituído de um gran de número de fibras ou células que possuem cerca de 100 μm de diâ metro. A célula (esquema 2) apre - sen ta-se com estriação transversal. Obser van do-se uma célula isolada (em 3), nota-se que há inúmeras fi - brilas dis pos tas longitudi nal mente no seu interior – são deno mi nadas miofi- bri las, com cerca de 1 μm de espes - sura. Nos esquemas 4, 5 e 6, apare - cem, em aumento cres cen te, porções de uma miofibrila. A mio fibrila apre - senta es tria ções transver sais e tais estrias seguem um padrão definido: o trecho compreendido entre duas es - trias Z denomina-se sar cô mero (unidade estrutural e fisioló gi ca da con tração); estria Z é uma re gião de conden sa ção de proteína; a faixa mais clara, situa da entre duas bandas A, chama-se banda I. Estrutura do músculo estriado cardíaco de mamí fero. As miofibrilas, vistas ao mi cros có - pio eletrônico, aparecem cons tituí das por miofilamentos, com es pes sura de 50 Å a 100 Å. Es ses mio fila mentos interdigitam-se de tal modo que seu ar ranjo deter mi na as faixas A e I. A banda A é composta de fila - men tos grossos de uma proteína – a mio sina, que se imbrica com fila - men tos finos de outra proteína – a ac - tina. A banda I contém somente fila - mentos finos de actina. Os fila men tos grossos de miosina mos tram pon tes laterais que se dirigem para os fila- mentos finos de actina. 2. MECANISMO DA CONTRAÇÃO MUSCULAR Segundo Huxley (Prêmio Nobel em 1963), a contração muscular obe de ce à teoria dos filamentos desli zan tes. De acordo com essa teoria, quan - do ocorre a contração, os mio fila men - tos de actina e miosina não se en cur tam nem se esticam; eles des li - zam uns sobre os outros, de maneira que os fila mentos de actina se apro xi - mam, di mi nuindo a faixa H. Obser van - do a fi gu ra que se segue, notamos que a ban da A não altera suas di men - sões du rante a contração e o re la - xamento, en quan to a banda I di mi nui de compri mento na contração e au - menta no re la xamento. Como os únicos contatos obser vá - veis entre os miofilamentos são as pon - tes laterais, que partem dos mio fi la - men tos de miosina, admite-se que tais pon tes sejam as responsáveis pe lo desli zamento, deslocando-se os fila - men tos de actina em relação aos de miosina. A contração muscular. ❑ Dependência do Sistema Nervoso Os músculos estriados são esti - mu lados para a con tração por im pul sos nervosos. De pen dem de impul sos provenientes dos nervos medu la res e cerebrais para iniciar sua ati vi da de. Essa depen dên cia é tão gran de que, quando há uma separação en tre nervo e músculo, não há mais con tração e os músculos se atrofiam. O músculo estriado nunca está em repouso completo, mas leve men te contraído, porque recebe cons tan te - mente impulsos nervosos da me du la e do cérebro. Esse estado de con tra - ção chama-se tônus. MÓDULO 13 O Sistema Muscular S. N. Autônomo (involuntário) S. N. Autônomo (involuntário) Cerebral (voluntário) lenta rápida rápida ausentes presentes presentes 1 1 ou 2 vários Liso ou viceral Estriado cardíaco Estriado esquelético Comando nervoso Velocidade (da contração) Estrias transversais No. de núcleos por célula Tipos de músculos C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 271 272 – B IO LO G IA A Quando o im pul so nervoso atin ge a junção neu romus cu lar, ocorre aí uma série de fenô menos bio quí mi cos. Nem to das essas reações são com ple ta - mente conhe cidas. O resulta do final do impulso ner voso é a con tra ção das fibras mus culares. A con tra ção total do músculo es que lé ti co é o resultado da con tração maciça das fibrilas das células musculares. 3. EXCITABILIDADE MUSCULAR A contração pode ser provocada artificialmente nos músculos in situ ou recém-separados do organismo. O agente aplicado ao músculo para se A figura acima mostra a estrutura da célula (fibra) muscular estriada esquelética, desde o músculo visível a olho nu em 1 até o nível ultramicroscópico em 6. obter a resposta deste chama-se es- tímulo. Em preparações neuromuscula - res, pode-se produzir a contração apli cando-se diversas classes dos estí mulos (mecânicos, químicos, elé - tricos) ao músculo ou ao nervo (es - timulação direta ou indireta, res pec- tivamente). Observação da contração de um mús culo na tela de um osciloscópio. Uma fibra muscular isolada, quan - do estimulada, obedece à “Lei do Tudo ou Nada”. Se o estímulo for subliminar, a fibra não responde, mas, se for limiar ou supraliminar, responde com inten si - dade máxima. O músculo, bem como o nervo, obedece à “Lei do Tudo ou Nada”. Lei do Tudo ou Nada. C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 272 – 273 1. O NEURÔNIO O sistema nervoso é constituído por uma rede de unidades celulares de no minadas neurônios (células ner - vo sas). Os neurônios mostram uma va - ri e dade de forma e tamanho, po rém possuem elementos comuns. Uma cé lula nervosa típica tem três par tes principais: dendritos, axônio (ci lin dro- eixo ou fibra nervosa) e cor po celular. Os dendritos e o axônio (este sem - pre único em cada célula) são prolon - ga mentos do neurônio. Os den dritos con duzem o influxo ner vo so em dire - ção ao corpo celular. No axô nio, pode ha ver, além de mem bra na celular, duas outras bainhas: bai nha de mie lina (in - terna) e bainha de Schwann (externa, celular). Essas bai nhas são inter rom - pidas em inter va los regula res por es - trangulamentos chamados nó du los de Ranvier, que têm papel im por tante na velocidade da condução ner vosa. Nervo é um grande número de axô nios, cada um originário de um neu - rônio diferente. O nervo não con tém cor pos celulares, pois estes es tão lo - calizados no encéfalo, na me du la e nos gânglios nervosos. Esquema de um neurônio. 2. SINAPSE As células nervosas e seus pro - lon gamentos fazem contatos umas com as outras através de pontos de - no minados sinapses. Na sinapse, o axô nio terminal não está em contato direto (continuidade) com a mem bra - na das ramificações do neurônio se - guin te, mas existe aí uma fenda da or dem de 200 Å de largura. A trans - fe rên cia de um influxo nervoso atra - vés des sa sinapse é feita por meios quí mi cos. Uma característica impor - tan te é que a transmissão do impulso na si na pse se processa somente no sen ti do axônio-dendrito e nunca no sen ti do inverso. Desse modo, a sinap - se atua como uma válvula de sentido único. A sinapse. 3. CONDUÇÃO DO IMPULSO No neurônio, em razão da per - mea bi li dade seletiva, há uma dife - rente dis tri buição de íons através da mem bra na, gerando um maior acú - mulo de íons positivos fora da mem - brana (do axô nio) em relação a seu interior. Es sa distribuição diferencial de íons cria uma diferença de po - tencial que os ci la ao redor de – 70 mV, que é o po ten ci al de repouso (PR). Quando um impulso nervoso se pro paga pelo axônio, o que se ob ser - va é uma onda de aumento de per - me abilidade, provocando uma in ten- sa entrada de íons sódio com inver - são do potencial: o interior do axônio pas sa a ser positivo e o exterior ne ga - tivo [potencial de ação (PA)]. Logo após a passagem da onda de despolarização (inversão de esta - do elétrico), o equilíbrio iônico se es - ta belece e a fibra estará em con di- ções de desenvolver um novo po ten - ci al de ação (influxo). Isto ocorre por me canismo de transporte ativo de íons com consumo de energia (ATP). Condução do impulso nervoso ao lon go do axônio. MÓDULO 14 O Neurônio C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 273 274 – MÓDULO 15 O Ato Reflexo 1. ATO REFLEXO Os movimentos coordenados mais simples que você pode execu tar (pes - tanejar, espirrar ou retirar brus ca men - te a mão de uma chapa aque cida) parecem reações invo lun tá rias auto - má ticas que surgem rapi da mente quan do ocorrem certas mo di ficações no ambiente. Você retira a mão da chapa aquecida mesmoan tes de perceber que se queimou. Essas reações involuntárias que en volvem impulsos nervosos são de - no minadas de reflexos. Nos reflexos, a transferência de informações per - cor re um caminho conhecido pelo no - me de arco reflexo. Os fenômenos que se desen vol - vem nas vias nervosas desde o re cep - tor, ao receber o estímulo, até o e fe tor, que dá a resposta final, de no mi nam- se atos reflexos. Quando é pequeno o número de neu rônios envolvidos, tem-se um ato re fle xo simples e, ao contrário, quan do há um grande número de neu - rô nios envolvidos, chama-se ato re - fle xo com plexo. Todas as estru - tu ras envol vi das no ato reflexo re ce - bem, em con junto, a denominação ar - co re fle xo. Um arco reflexo simples, como o re flexo patelar, ocorre da seguinte ma neira: – O órgão receptor do estímulo é o tendão do joelho. Um golpe des fe ri do excita as extremidades ner vo sas (dendritos) dos neurônios, cu jos cor pos celulares estão locali za dos no gân glio raquidiano. Os axô nios des - ses neu rônios penetram na par te dor - sal da me dula e fazem si na pse com os den dri tos dos neurô nios as so - cia ti vos, cujos axônios trans mi tem o im pul so ner voso para o terceiro gru po de neurô nios – os neurônios mo - tores. – Os corpos celulares desses neu rônios motores estão localizados na medula em sua parte ventral (an te - rior) e seus axônios partem pela raiz ante- rior e vão excitar os mús cu los da coxa, provocando o mo vi men to da per na; de- senvolve-se assim o re flexo pa telar. Os axônios dos neu rô nios as - socia- tivos do arco reflexo tam bém en tram em sinapse com neurô nios que trans mitem o impulso nervo so ao en céfalo e, assim, tem-se cons ciên cia do golpe sofrido no joelho. Um arco reflexo simples, como o des cri to, envolve as seguintes estru - tu ras: – Receptor do estímulo – re - pre sentado por corpúsculos sen so ri - ais do tendão e inervados por den - dri tos dos neu rônios sensitivos. – Via sensitiva – repre senta da pe los neu rô nios sensitivos que se di ri - gem para a me dula pela raiz dor sal. – Neurônio associativo – si - tua do na medula, transforma a in for - ma ção sensorial em ordem de ação que se propagará pelos neu rô nios mo to res. Nos refle xos com ple xos po - dem ocor rer vários neu rô nios de as so - cia ção. – Via motora – neurônios mo - to res, que condu zem a ordem de ação pa ra a contração dos músculos e sa em da me dula pela raiz ventral; che gam até o efetor. – Efetor – rea liza a resposta fi - nal ao estímulo; esse reflexo pa telar está re pre sen tado pelos músculos da coxa. Os reflexos po dem ser medula res e encefá licos. Nos reflexos me du la res, como o patelar, a integração da in for - mação ocorre na me dula e é sem pre au tomática e involuntária. Re fle xos encefálicos são comple xos, e a in - tegração ocorre em neurônios as - socia tivos do en cé falo. Os efetores po dem ser represen - ta dos pelos músculos e por glân du - las. Ato reflexo patelar. C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 274 – 275 2. DIVISÃO ANATÔMICA E FISIOLÓGICA DO SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso central com - pre ende o encéfalo e a medula es pi - nhal ou nervosa. O sistema nervoso periférico com - preende nervos cranianos (do en cé fa - lo), nervos raquidianos ou es pi nhais (da medula), gânglios sen so riais e sim - páticos. Os neurônios (ou fibras) que con - du zem impulso ao sistema ner voso cen tral (encéfalo e/ou medula) são de nominados neurônios afe ren tes ou sen sitivos; aqueles que con du - zem do sistema nervoso central aos efe to res (músculos e glândulas) são cha ma dos neurônios efe ren tes ou mo to res. Geralmente existem neurônios as sociativos no sis tema nervoso, co - nectando esses neurônios (afe rentes e eferentes). Os corpos celulares dos neu rô - nios eferentes estão localizados den - tro da medula na sua porção ventral (ou anterior) e suas fibras constituem a raiz ventral ou anterior. Os neu rô nios aferentes que penetram no en cé falo têm seus corpos celulares nos gân - glios, localizados pró xi mos ao en - céfalo. A atividade motora da muscu la tu - ra esquelética é controlada por fibras do sistema nervoso periférico por meio de diferentes níveis do sistema ner vo - so central, cerebral ou me dular. A mus - culatura lisa e a cardíaca, assim como as glândulas, rece bem iner va ção do sistema nervoso au tô nomo. ❑ Sistema Nervoso Central É constituído pelo encéfalo e pela me dula, que são protegidos por três ca ma das de tecido conjuntivo (me - nin ges) e por ossos (crânio e co luna ver tebral). A meninge mais interna, que está em contato direto com o en - cé fa lo e a medula, é a pia-máter, a me nin ge média é a aracnoide e a mais ex ter na é a dura-máter. O espaço entre a pia-máter e a arac noide está preenchido pelo líqui - do cefalorraquidiano, ou liquor, cuja fun ção é oferecer proteção ao tecido ner voso, atuando como amortecedor hi dráulico contra choques e os mo vi - men tos a que está sujeito. O líquido ce falorraquidiano preenche, tam bém, os ventrículos cerebrais e o ca nal do epêndima. A medula é um órgão com forma cilín drica e estende-se do bulbo até as vértebras lombares. O tecido ner - vo so da medula diferencia-se numa porção interna, denominada subs tân - cia cinzenta, constituída por neu rô - nios e fibras amielínicas e por células de sustentação (a neuróglia). Microfotografia de um corte transversal de medula nervosa. A porção externa é constituída por fibras mielinizadas que corres - pon dem aos axônios dos neurônios da subs tância cinzenta, fibras amie lí - ni cas e cé lulas de sustentação. A gran de quantidade de fibras com mi - e lina confere uma cor clara a esta par te da me du la, que, por isso, é cha - mada subs tân cia branca. A substância cinzenta, vista em cor te transversal da medula, toma a for ma de letra H dentro da subs tância branca. ❑ Sistema Nervoso Autônomo É a parte do sistema nervoso res - pon sável pelas funções viscerais do or ganismo. Trata-se de um sis te ma es sencialmente efetor, que regula e co or dena, total ou parcialmente, a pres são arterial, a temperatura do cor po, a contração da musculatura lisa das vísceras, os batimentos cardíacos e ou tras atividades invo - luntárias. De mo do geral, o sistema autônomo ga ran te o equilíbrio do meio interno, ou se ja, a homeostase. A atividade autônoma (sistema au tô nomo) é em maior parte con tro la - da pelo sistema nervoso central, prin - ci palmente pelo hipotálamo. O sistema nervoso autônomo é di vi dido em sistema simpático e sis - te ma parassimpático, que, de um mo - do geral, têm ação antagônica so bre os órgãos que inervam, contro lan do- os, respectivamente, por meio de adre nalina e acetilcolina. Sistema Nervoso Autônomo Simpático Parassimpático Tamanho Fibra Pré-ganglionar Fibra Pós-ganglionar Fibra Pré-ganglionar Fibra Pós-ganglionar curta longa longa curta Origem medula torácica e lombar gânglios laterais e colaterais mesencéfalo, bulbo e medula sacral gânglios junto aos órgãos que inervam Mediador químico acetilcolina (colinérgicas) *adrenalina (adrenérgicas) acetilcolina (colinérgicas) acetilcolina (colinérgicas) * As fibras que inervam os vasos sanguíneos dos músculos e as glândulas sudoríparas são colinérgicas. Características gerais das fibras do sistema nervoso autônomo. C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 275 276 – MÓDULO 16 O Sistema Endócrino 1. FEEDBACK OU RETROALIMENTAÇÃO Os hormônios são secreções pro - duzidas pelas glândulas de se cre ção interna ou endócrina, que são lan ça - das na corrente sanguínea e in fluen - ciam es pecificamente na ativida de de de ter minadas células, ór gãos ou sis - temas. A regulação endócrina se faz por meio de um mecanismo deno mi na do re troalimentação ou feed ba ck, pelo qual o nível de um hormô nio no sangue determina a esti mu lação ou a inibi ção da atividade de de ter mi na da glându la. A ade noi pó fise, por exem - plo, esti mu la o de sen volvi mento e funciona men to da tire oi de, das glân - dulas se xuais, do cór tex da su prar - renal e, por sua vez, é re gula da por essas glân dulas. Quando o nível do hormônio da tire oide (tiro xina) está baixo, a ade noi pó fise se creta a tiro - trofina, que esti mu la o funcio na men to da tireoide. O au mento do ní vel da tiro xina inibe a ade noipófise na pro du - ção da tiro trofina que, por sua vez, inibe a tireoide. Feedback ou retroalimentação. 2. HIPÓFISE OU PITUITÁRIA É uma glândula que no homem tem forma ovoide. Apresenta diâme - tro a pro xi ma do de 1 cm. ❑ Localização A hipófise ou pituitária localiza-se numa pequena cavidade do osso es - fenoide (sela turca), na parte central da base do crânio. Está ligada ao hi - po tálamo através de um pe dún culo fino denominado trato hipofisário, ime - dia ta mente atrás do quiasma óptico. Representação esquemática das regiões da hipófise e de sua relação com o hi po - tálamo (tecido nervoso). Ciclo menstrual – O esquema mostra as alterações sofridas na parede uterina durante um ciclo menstrual de 28 dias. Tais alterações são devidas à influência hormonal: a partir do 4º dia do ciclo, estendendo-se até o 14°. dia, tem-se o crescimento do endométrio (fase proliferativa), devido à ação, principalmente, dos estrógenos. No 14°. dia ocorre a ovulação, sob a influência do hormônio luteinizante. Do 14°. ao 28°. dia, sob a ação de estrógeno e principalmente de progesterona, tem-se maior proliferação do endométrio, com expulsão de restos celulares e sangue (menstruação), devido à queda da taxa de progesterona. C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 276 – 277 ❑ Hormônios da Neuroipófise São produzidos por neurônios de núcleos hipotalâmicos, descem com fibras nervosas, através do trato hi - pofi sá rio, para a neuroipófise, que é ape nas um reservatório de hormônios. Esses hormônios são: • Vasopressina ou Hormô nio Antidiurético (ADH) Aumenta a permeabilidade dos tú bulos renais, fazendo com que ocor - ra maior reabsorção de água e, con - sequentemente, eliminação de me nor volume de urina. Um aumento da con - centração dos fluidos cor pó reos pro - voca a excitação de núcleos hipo - ta lâ micos, que enviarão impulsos para a neuroipófise que, então, libera o hor - mô nio antidiurético. Lesões no hipotá - lamo ou destruição das fibras nervo- sas que vão à neuroipófise le vam ao aparecimento da diabetes insí pi - da, doença que surge em con se - quên cia da falta do ADH e se ca rac- teriza por sede excessiva e inten sa poliúria. • Ocitocina Tem dois efeitos fisiológicos: a con tração da parede do útero, es pe - cial mente por ocasião do parto, e a eje ção do leite pelas glândulas ma má - rias. Ela age na contração dos mús - culos lisos da parede do útero e cé lulas mioepiteliais responsáveis pe - la ejeção do leite. Localização das glândulas endócrinas na mulher. ❑ Hormônio da Hipófise Intermédia Alguns peixes, anfíbios e répteis apre sentam o hormônio intermedina, que provoca a dispersão dos grâ nu - los de pigmento dos cromatóforos, con tribuindo para a proteção do ani - mal contra predadores (mimetismo). ❑ Hormônios da Hipófise Anterior A adenoipófise produz hormônio de crescimento, tireotrófico (TSH), adre nocorticotrófico (ACTH) e gona - do tróficos. Estágios diferentes de desenvolvimento do folículo de Graaf no ovário. O aparelho reprodutor feminino. • Hormônio Somatotrófico O hormônio de crescimento ou so - ma totrófico é importante na in du ção e na regulação do crescimento dos vertebrados. A deficiência desse hormônio (hi - pos somatotrofismo) desde a infân cia le va ao aparecimento do nanismo. O excesso do hormônio de cres - ci mento induz ao gigantismo no ani - mal em desenvolvimento ou à acro - me galia no adulto, com cres ci men - to exa gerado dos ossos dos mem bros e da face e aumento dos ór gãos e mús cu los. • Hormônio Tireotrófico (TSH) A tireotrofina atua estimulando a ti - reoide na captação do iodo do plas - ma e na produção de seus hormô nios (tiroxina e tri-iodotironina), bem como na sua liberação ao sangue. • Hormônio Adrenocorticotrófico (ACTH) O ACTH atua como estimulante da secreção e liberação de glico cor ti - coides pelo córtex da glândula su - prarrenal ou adrenal. Esse hormônio apresenta tam bém efeitos diretos sobre a pig men ta ção da pele e sobre tecidos peri fé ri cos com lipólise (digestão de gor du ras). • Hormônios Gonadotróficos A hipófise produz três hormônios que controlam a atividade das gôna - das e órgãos sexuais. No caso da fê - mea, intervém no ciclo, na mens trua- ção, na ovulação, na gravidez e na lac tação. A hipofisectomia resulta na atrofia desses órgãos, interrupção do ciclo menstrual e impotência. São os seguintes hormônios: Folículo estimulante (FSH), atua estimulando o desen vol vi men to do folículo, na mulher, e na es per ma - togênese, no homem. Hormônio luteinizante (LH), ou hormônio estimulante das célu las in ter sticiais (ICSH), é res pon sável pe - la formação do corpo lúteo na mulher. O ICSH estimula a ativi da de das cé - lulas de Leydig que pro du zem a tes - tosterona no homem. Luteotrofina ou prolactina (LTH), mantém o corpo ama re lo e es - timula a contínua pro du ção de seus C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 277 278 – hormônios; tem ação no de sen volvi - mento das mamas e in ter fe re na pro - dução do leite. 3. GLÂNDULAS SEXUAIS O testículo e o ovário são, res pec - tivamente, glândulas sexuais mas cu - lina e feminina. As glândulas se xuais produzem gametas (es per ma tozoides e óvulos) e hormônios se xuais. O testículo apresenta células in - ters ticiais de Leydig (tecido loca li za - do entre os tubos seminíferos) que já ini ciam a secreção de testosterona (hor mônio) durante a vida em brio ná - ria, sob a estimulação de gona do tro fi - nas coriônicas (produzidas pela pla cen ta). As gonadotrofinas coriônicas têm fun ção semelhante ao ICSH (hor mô - nio estimulante das células inter s ti ci - ais, produzido pela adenoipófise). A partir da puberdade, a hipófise an terior (adenoipófise) passa a pro du - zir maiores quantidades de hor mô nios gonadotróficos, como o FSH (hor mô - nio folículo estimulante), que es timula a es permatogênese e o de sen volvi - mento dos tubos seminífe ros, e tam - bém o ICSH (hormônio esti mu lan te das células intersticiais), que pro move a ma turação dos caracteres se xuais mas cu linos. Esses andrógenos (espe cial men - te a testosterona) influenciam a matu - ra ção dos espermatozoides. 4. HORMÔNIOS SEXUAIS FEMININOS Destacaremos estrógenos, pro - ges te ro na, andrógenos e gonado tro - finas co riô nicas. ❑ Estrógenos Os estrógenos são hormônios es - te roides. São secretados cons tan te - men te, e seu nível apresenta varia ção nas diferentes fases da vida. Durante a fase embrionária, têm ação principalmente no desen volvi - men to do útero e da vagina; do nas ci - mento até a puberdade, a sua se cre - ção é pe quena; porém, a partir da pu - berdade, nota-se um acentuado au - mento na sua secreção devido à es- timulação por hor mônios da hi pó fise. Agem, principalmente, no de sen - vol vimento dos órgãos sexuais e tam - bém dos caracteres sexuais se cun - dá rios. Estimulam o desenvolvimento das tubas uterinas, útero, va gi na, ge ni tá - lia externa e mamas. Na fa se pré-ovu - lató ria do ciclo menstrual, os estró - ge nos produzidos pelas cé lu las foli- cu la res estimulam a proli fe ra ção do endo métrio e das glândulas que aí se lo ca lizam, cuja função é co la borar na nutrição do futuro embrião. ❑ Progesterona A progesterona é um esteroide que prepara o organismo feminino para a gestação. Forma o endo mé trio (muco sa uterina) para a fixa ção do em brião, participando da ori gem da placenta (que é importante na nutri - ção do em brião). Esse hor mô nio dimi - nui as con tra ções uterinas, im pe din - do a expul são do embrião, e au menta a secre ção das tubas uteri nas na pro - dução de material nu tri tivo para o em - brião. Além disso, a progesterona es ti - mu la o desenvolvimento das glân du - las ma márias e inibe a produção do FSH pela adenoipófise, que impede o de senvolvimento do novo folículo du - ran te a gestação. ❑ Andrógenos Os andrógenos são esteroides. Têm ação masculinizante e são pro - du zi dos, normalmente, em pequenas quan tidades pelo ovário e pela su - prarrenal. ❑ Gonadotrofinas Coriônicas A gonadotrofina coriônica, pro du - zida pela placenta, é uma gli co pro - teína (proteína associada a açú car). A gonadotrofina coriônica im pe de a involução normal do corpo ama re lo (lúteo) que, portanto, permanece se - cre tando seus hormônios durante a gra videz. 5. DESENVOLVIMENTO DO FOLÍCULO DE GRAAF Após a puberdade, os ovários de uma mulher apresentam diversos folí - cu los de Graaf em diferentes es tá gios de desenvolvimento. Sob a estimulação do hormônio fo lí cu lo estimulante (FSH), inicia-se o cres cimento dos ovários e prin ci pal - men te dos folículos. Em cada ciclo mens trual ape nas um folículo ama du - re ce, pro ces so que se inicia pelo de - sen vol vimento do óvulo imaturo (ovó - ci to). O folículo produz estrógenos, que inibem a produção de FSH (hor mônio folículo estimulante) e esti mu lam a se - creção do LH (hor mô nio lu tei nizante), o qual, por sua vez, ace le ra a ma tu ra - ção final do folículo e o seu rom pi men - to com a expulsão do óvu lo para a ca vidade abdominal (ovu la ção). As célu las que restaram dos folículos passam a apresentar uma granulação de lu teí na (lípide de cor amarela), cons ti tuin do a partir de então o corpo lúteo ou cor po ama re lo. A transformação de folículo em cor - po amarelo deve-se à ação do hor mô - Representação esquemática do aparelho reprodutor masculino. Representação esquemática do testícu lo e do epidídimo do aparelho reprodutor mas culino. C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 278 – 279 nio luteinizante (LH). O corpo ama relo tem função endócrina, se cre tando prin - cipalmente progeste ro na e estró ge no, hormônios que tor nam o orga nis mo fe - minino apto para a gestação e cola - boram na manu ten ção e nutrição do embrião. A manu ten ção do corpo ama - relo e a es ti mu la ção para produ ção dos seus hor mô nios são contro la das pelo hor mô nio luteotrófico (LTH), pro - duzido pela ade noipófise. Se não ocorrer fecundação do óvu - lo, o corpo amarelo regride e de sa pa - rece antes da ovulação se guin te, dei - xan do apenas uma cicatriz es bran qui - çada no ovário, denominada cor po ama relo atrésico ou corpo albi can te. No caso de o óvulo ser fe cun da do, o corpo amarelo persiste du ran te cer ca de cinco meses e depois re gride. ❑ A Menstruação O ciclo menstrual apresenta uma duração média de 28 dias. A ovula - ção ocorre no meio do ciclo (14°. dia), di vi dindo-o em duas partes. A primeira fase do ciclo mens trual é a pro liferativa (maturação do folí- culo) e an tecede à ovulação. A segunda fase é secretora (for - mação do corpo lúteo) e é posterior à ovula ção. Ao mesmo tempo em que as mo - di fi cações cíclicas ocorrem no ová rio, o endométrio uterino também sofre al - te rações cíclicas, cujo fato cul mi nan - te é a menstruação (descamação do endométrio). A fase proliferativa vai do fim da menstruação até a ovu la ção. As células da parede uterina pro li fe - ram intensamente, ocorrendo um cres - cimento progressivo das glân duIas e vasos sanguíneos, deter mi nando um crescimento final, em es pessura, do en dométrio. Esse pro ces so se dá pela estimulação do es tró geno produzido pelo folículo em desenvolvimento. A fase secretória estende-se des - de a ovulação até a menstruação se - guinte. Continua ocorrendo a pro li fe- ra ção do endométrio e sua es pes sura du plica. As alterações ocorridas na pa - re de uterina são determinadas pe lo es - trógeno e, principalmente, pela pro ges - terona, secretados em gran de quanti - dade pelo corpo amarelo. Se não houver fecundação, ocor - re rá involução do corpo amarelo e, con sequentemente, haverá uma que - da no nível de estrógeno e pro ges te - ro na. A queda na taxa desses hor- mô nios provoca a descamação da mu co sa uterina, sendo os restos de te cido e o sangue resultante dos va - sos rompi dos eliminados para a luz do útero, vagina e daí para o meio ex - te rior; é a menstruação. A mucosa ute rina tor na-se então fina e pouco vas cula riza da e repetirá o seu de sen - vol vimento na fase proliferativa do ci - clo seguinte. O período de vida (viabilidade) do óvulo, após a ovulação, é de 24 a 48 horas, enquanto o esper ma to zoide po de perma necer vivo no organis mo fe minino até 72 horas. O período fértil da mulher ocor re, por tanto, no meio do ciclo mens trual. MÓDULO 17 Os Métodos Anticoncepcionais 1. ANTICONCEPCIONAIS São métodos, permanentes ou tem porários, utilizados para impedir ou intervir no processo da concep ção. Para que a gravidez se concre- tize, é necessário que se completem as seguintes fases: – Ovulação, processo que ocor-re em torno do 14º dia após o início da menstruação. Durante essa fase, há uma pequena alteração na tem pe - ratura do corpo da mulher. – Fecundação, processo da união do óvulo com o espermatozoide. – Nidação, processo de implan ta - ção do blastocisto na parede do útero. Os anticoncepcionais interrom- pem a ocorrência dessas fases, evi- tando a concepção. Há métodos temporários, co - mo: pílula, espermicida, diafragma e DIU. A vasectomia no homem e a liga- du ra tubária ou laqueadura na mu lher são métodos cirúrgicos e per ma - nen tes. Há também os métodos naturais, como: curva térmica, tabelinha, ca- misa-de-vênus ou camisinha, Méto do de Billings e coito interrompido. ❑❑ A pílula combinada É uma associação de hormônios sintéticos (ex.: etinilestradiol e nor ges trel) semelhantes aos naturais (estrógenos e progesterona). C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 279 280 – A pílula anticoncepcional inibe o hormônio GnRH secretado pelo hi po - tálamo. Esse hormônio hipotalâ mico promove a liberação das gonado tro - finas hipofisárias (FSH e LH). A pílula atua, portanto, por meio de feedback negativo (retroalimen- tação negativa), impedindo o ama- durecimento e a eliminação do óvulo. Ela é anovulatória. Há também a minipílula, em car - telas de 28 comprimidos e de uso contínuo. Ela é constituída, basica - mente, de progesterona sintética e estimula o aumento de secreção do muco cervical, servindo de barreira à passagem dos espermatozoides. ❑ Espermicidas São produtos em forma de cre me, espumas, esponjas ou geleias que a mulher introduz no fundo da vagina, antes do ato sexual. Eles destroem os espermatozoides antes que atinjam os óvulos, impedindo a fecundação. ❑ O diafragma É um dispositivo em forma de capuz, fabricado em látex (borracha) flexível. Deve ser colocado no fundo da vagina. Ele veda a passagem dos espermatozoides para o útero, evi- tando a fecundação. ❑ Dispositivo intrauterino É um pequeno objeto, em forma de Y, T ou 7, e confeccionado em cobre, que o médico introduzno interior da cavidade uterina, durante o período menstrual (o colo uterino encontra-se entreaberto). O DIU provoca uma modificação química no endométrio, dificultando a nida ção (implantação do embrião). Para os cientistas, o DIU também estimula o aumento da secreção do muco cervical, dificultando a ascen - são do espermatozoide. O cobre tem, também, uma ação esperma ticida e diminui a mobilidade dos gametas masculinos. ❑ A vasectomia É um método anticoncepcional cirúrgico, permanente, de fácil rea li - zação, em que o médico faz uma pe - quena incisão em ambos os lados do saco escrotal, seccionando os ca nais deferentes. Isso impede que os es- permatozoides produzidos nos tes tí - culos juntem-se ao material eja culado. Não havendo espermatozoides, não ocorrerá fecundação. O indivíduo eja - cula esperma (líquido nutritivo), sem espermatozoides. Riscos de Gravidez Gestações em 100mulheres em 1 ano Pílula 0,1% a 0,3% Espermicidas 6% a 15% Diafragma 2,4% a 13% DIU 0,5% a 5% Vasectomia 0,15% Ligadura tubária 0,01% Tabelinha, curva térmica, método de Billings 25% a 40% Camisinha 4% a 15% Coito interrompido 15% a 23% Minipílula 2,5% Nenhum cuidado 80% C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 280 – 281 ❑ Ligadura tubária ou laqueadura É também um método anticon- cepcional cirúrgico, realizado pela oclu são das trompas. A esterilização é concretizada porque o óvulo libe ra - do é absorvido pelo pró prio organis - mo, ficando impedido de migrar pelas trom pas para ser fecun dado pe los espermatozoides. Consti tui uma bar - reira me cânica para a passagem do óvulo. ❑ Curva térmica É baseada no aumento da tem pe - ratura corpórea que ocorre duran te o período de ovulação. O casal deve praticar abstinência sexual desde o momento em que é obser vada a elevação da tempe ratura corpórea da mulher até que esta volte ao normal, em alguns dias. ❑ A tabelinha Consiste na abstinência sexual durante o provável período fértil. Tam - bém é denominado “método do ritmo”. O período fértil, em mulheres de ciclos regulares de 28 dias, pode ser detectado com o auxílio de uma tabela. Ela se baseia na ovulação, que ocorre 14 dias após o início da menstruação. Esse período vai de cinco dias antes da ovulação até cinco dias após essa data. ❑ Camisa-de-vênus ou condom É considerado um método de barreira. Ela é fabricada em látex e colocada à disposição no mercado, em texturas e até mesmo cores dife - ren tes, contendo ou não substâncias lubrificantes para facilitar a pene - tração. É “vestida” no pênis após a ereção e impede que os espermato - zoides atinjam a vagina, pois, com a ejaculação, eles ficam presos dentro da camisinha. Também é muito usada para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, já que não há contato direto entre o pênis e a vagina. Sua utilização deve ser seguida à risca, de acordo com as instruções: – Coloque sempre a camisinha an- tes do início do ato sexual, com o pênis ereto. – Deixe um espa - ço vazio na pon - ta da cami sinha para ser vir co - mo de pósito do esperma. – Aperte o bico da camisinha até sair todo o ar, tomando cui da - do para não a romper. – Encaixe a ca mi - sinha na pon ta do pênis e vá desenro lan do-a. – Se a camisinha se romper du rante o ato sexual, retire o pênis imedia - ta mente e colo que uma nova. – Após a ejaculação, retire o pênis com cuidado, para evitar que o esperma escape, com pri min do a camisinha na sua base. – Retirada a camisinha, embru lhe-a em papel higiênico e jogue no lixo. ❑ Método de Billings Baseia-se na observação do au - mento do muco cervical que ocorre durante o período de ovu lação. O casal pratica a abstinência sexual desde o momento em que a mulher apresenta aumento da umi dade va - ginal até alguns dias após essa fase. Quando o muco fica transpa rente (lembrando a clara de um ovo cru), lu - brificante e muito elástico, é indício de que a mulher está no período fértil. Um dia ou dois após esse ápice do muco, ocorrerá a ovulação (dia mais fértil). ❑ Coito interrompido É uma prática anticoncepcional muito usada pela população. Con sis - te na retirada do pênis da vagina an tes de o ho mem ejacular, ou seja, antes que solte o líquido seminal. É um método pouco seguro, pois, mesmo antes da ejaculação, pode haver a saída de espermatozoides. C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 281 282 – 2. OBSERVAÇÕES GERAIS – Injeções de hormônios em do ses elevadas também podem ser utilizadas como anticoncepcionais. – A pílula do dia seguinte (contra cepção de emer gên cia) é uma medi cação à base de progestogênio le - vonorgestrel. Ela provoca um retar do ou pausa na ovulação e bloqueia a migração espermática, devido a alterações do muco cervical. – A pílula RU-486 é um medi camento, à base de mifepris tona, de efeito abortivo. – O Cytotec, remédio utilizado con tra úlceras gas troduodenais, tem tam bém um efeito abortivo, podendo até colocar em risco a vida da ges tan te. Todo método anticoncepcional po de ocasionar efeitos indesejáveis à saúde do indivíduo e, portanto, só deve ser utilizado com acompanha mento médico. 1. TIREOIDE É uma glândula endócrina que pesa aproximadamente 30 gramas. A tireoide localiza-se sobre os pri meiros anéis da traqueia. Apresenta dois lo - bos (um de cada lado da la ringe) cons - tituídos por tecido glandu lar endócrino e ligados por um istmo. A tireoide produz tiroxina (tetraio - dotironina) e triiodotironina. A tiroxina e a triiodotironina são liberadas na corrente sanguínea sob a estimulação de tirotrofina (TSH), hor - mônio produzido pela adenoi-pófise e estimulante da tireoide. Esse hormônio estimula a captação do iodo pelas células dos folículos (da ti reoide) e aumenta o tamanho e a atividade das células secretoras. Os hormônios da tireoide esti mu - lam as reações químicas (meta - bolismo) da maioria dos tecidos do or ga nismo, pois aumentam a quanti - dade de enzimas oxidativas. A tireoide acelera o metabolismo dos carboidratos, dos lípides e das proteínas; tem função importante no crescimento e desenvolvimento, in- fluindo, inclusive, no ciclo menstrual e na fertilidade. ❑ Hipotireoidismo As suas manifestações variam con forme a idade em que se inicia a insuficiência da tireoide. O hipotireoidismo congê ni to traz o aparecimento de um qua dro clínico denominado cretinis mo. O MÓDULO 18 Tireoide, Paratireoides, Pâncreas e Adrenais Tireoide e glândulas paratireoides. (Note a relação entre elas e a traqueia.) afe ta do apresenta pequena es tatura (devido a um desenvolvimen to defi - cien te do esqueleto), cabeça grande e pernas curtas, a dentição é ir regular, o desenvolvimento sexual é atrasado e há debilidade mental. O hipotireoidismo no adulto traz como efeitos fisiológicos mais evi - den tes: queda da frequência car día - ca, apatia, aumento de peso, en gros- sa men to e tumefação da pele (mixe - dema). ❑❑ Hipertireoidismo O indivíduo hipertireóidico apre - senta: intolerância ao calor, metabo - lismo basal alto, aumento da fre quên- cia cardíaca, perda de peso, tremor nas mãos, nervosismo e outras per tur - bações psíquicas. Na maioria dos hipertireóidicos ocorre a protu são dos globos oculares (exoftal mia). O bócio (papo) é um aumento de volume da tireoide em decorrência de hipo ou hiperfuncionamento da glândula. O bócio pode ser endêmi co, como resultado da falta de iodo em determinadas áreas geográficas. A falta de iodo no organismo impede a transformação da tiroglobulina em tiroxina. O baixo teor de tiroxina no sangue vai provocar a liberação cons - tante de tirotrofina pela hipófise (feedback). Essa estimulação prolon - gada da tireoide, por sua vez, leva à hiperplasia da glândula (bócio).C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 282 – 283 2. PARATIREOIDES As paratireoides apresentam-se no homem como dois pares de glân - dulas ovoides que pesam cerca de 140 mg. Estão localizadas na fa ce posterior da tireoide. A função dessas glândulas está intimamente relacionada com o me ta - bo lismo do cálcio e do fósforo. De - sem penham um papel im por tante na ma nutenção do nível nor mal desses íons no plasma e no lí qui do inter ce lu lar. O hormônio das paratireoides, o paratormônio, mantém constante a relação entre cálcio e fósforo no plas - ma, aumenta a eliminação de cál cio e fósforo pela urina e mobiliza o cálcio dos ossos; favorece tam bém a ab - sorção de cálcio pelo in tes tino, porém, nesse caso, é in dispen sável a pre - sença da vitamina D. ❑ Hipoparatireoidismo A falta ou insuficiência do para tor - mônio re duz o cálcio sanguíneo de seu nível normal e determina um au - mento no nível do fósforo, en quanto a excreção renal do cálcio e do fósforo diminui. A queda acen tua da no nível do cálcio sanguíneo leva ao apa re - cimento da tetania mus cular, de vido a uma hipe rex ci tabilidade dos Adrenal ou glândula suprarrenal. (Observar a glândula em corte transversal à direita.) Corte do pâncreas destacando as células produtoras de hor mônios. 3. PÂNCREAS O pâncreas é uma glândula an - fícrina, ou seja, apresenta uma par te endócrina (Ilhotas de Langerhans) que produz insulina e glucagon e uma parte exócrina que produz o suco pancreático. ❑ Insulina É um hormônio que interfere no metabolismo dos açúcares (carboi- dratos), controlando o nível de glico - se no sangue. Controla a produção de glicogênio pelo fígado e estimula o consumo de glicose pelos tecidos, aumentando a permeabilidade, atra - vés das membranas celulares, a esta substância. O hipoinsulinismo provoca uma doença denominada Diabetes melli tus. Os sintomas mais característicos do quadro clínico são a hiper glice mia e a hiperglicosúria (eliminação de ex - ces so de glicose pela urina). A quan - ti dade de glicose sanguínea su pera o ní vel normal, quantidade essa que ul - tra passa os limites da reabsor ção re - nal, portanto, o excesso é eli mi na do na urina. A deficiência na produção de in - su lina pode depender de vários fa to - res, porém, geralmente, é causada por fatores genéticos. O hiperinsulinismo é uma doen ça rara causada pela produção ex cessi - v a de insulina, geralmente resul tan te de tumor nas Ilhotas de Langer hans. Como consequência, advém a h i po - glicemia. O excesso de insulina de ter - mina, pela hipoglice mia, o cho que in- su línico que se ca racteriza por grande excitabilidade do sistema ner voso central, podendo resultar em tre mo - res, intenso ner vo sismo e até alu cina - ções. Em casos mais extre mos, po de levar a convul sões, perda de cons - ciência e mes mo ao estado de coma. A insulina é secretada pelas célu - las β das Ilhotas de Langerhans do pâncreas. ❑ Glucagon Tem uma ação antagônica à in - sulina, fazendo aumentar a glice mia. Estimula a glicogenólise no fígado e a liberação de glicose no sangue. A sua secreção é controlada pelo nível de glicose sanguínea. A queda do ní vel de glicose determina a liberação de glucagon que, por sua atividade, res - tabelece a glicemia normal. tecidos ner voso e muscular, cau sada pela in sufi ciên cia dos íons de cálcio no san gue. ❑ Hiperparatireoidismo Nos pacientes com uma hiperfu n ção da paratireoide ocorre uma al teração na relação cálcio/fósforo do san gue; o nível do cálcio eleva-se muito e o nível do fósforo diminui. O excesso do hor- mônio determina uma grande mobili - zação de cálcio dos ossos, levando ao apa re ci men to de deformações ós - seas e fra tu ras fre quentes. Há elimi - nação de cál cio e de fósforo pela urina, po den do haver formação de cálculos re nais devido a um depósito de cál cio. Gráfico mostrando o efeito da administra ção de paratormônio sobre as concen tra ções de cálcio e fosfato no plasma san guíneo. C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 283 284 – O glucagon é secretado pelas células α das Ilhotas de Langerhans do pâncreas. 4. ADRENAIS OU SUPRARRENAIS São glândulas que se localizam sobre o polo superior de cada rim. A adrenal apresenta duas re giões que diferem na origem, estru tura e fisiologia: o córtex e a medula. A medula da suprarrenal apre- senta os seguintes hormônios: – adrenalina; – noradrenalina. ❑ Córtex da adrenal É a parte externa da glândula que envolve a medula. Tem origem em- brionária mesodérmica. Os prin cipais hormônios são: a aldostero na e o cortisol. Merecem ser citados, ainda, a corticosterona, os hor mônios andro- gênicos e estro gê nicos. • Aldosterona É também denominada minera - locorticoide. É responsável pela re gu - lação do metabolismo salino, cau- sando aumento na reabsorção do só - dio e excreção renal do potássio. Co mo consequência se cun dária da reab - sorção do sódio, a aldosterona deter - mina uma reabsorção maior de cloro. A corticosterona, em menor grau que a aldosterona, aumenta a rea b - sorção de sódio pelos túbulos renais. • Cortisol É também chamado glicocor - ticoide, por determinar aumento da concentração de glicose no sangue. Desempenha papel importante no me- tabolismo das proteínas e das gor- duras, levando à síntese de glico se a partir dessas substâncias, o que se denomina neoglicogêne se. A corti - costerona também tem peque na fun - ção glicocorticoide. O cortisol causa também menos consumo de glicose pelos tecidos e aumenta a resistência à insulina. • Hormônios corticossexuais Normalmente, há uma contínua secreção de hormônios corticosse - xuais pelo córtex da suprarrenal nos indivíduos de ambos os sexos, os es - Curva de glicemia após a ingestão de 50 gramas de glicose. No indivíduo normal, o nível de glicose no sangue sofre um aumento e, após 3 horas, volta ao normal; no diabético, no qual não ocorre aumento da secreção de insulina após ingestão de gli co - se, a glicemia abaixa muito vagarosamente após 3 ou 4 horas da ingestão de glicose. Pâncreas e duodeno seccionados. (d = duodeno; dpa = duto pancreático acessório; dpp = duto pancreático principal; cp = cabeça do pâncreas; cop = corpo do pâncreas; cap = cauda do pâncreas). trógenos e a progesterona. Os efei tos fisiológicos desses hormô nios são mínimos, embora atuem junta mente com os hormônios das gô na das no de senvolvimento dos carac teres se - xuais secundários. ❑ Anomalias do córtex da adrenal • Hipoadrenalismo Uma das manifestações do hi po a - drenalismo é a Doença de Addi - son, que se caracteriza por as te nia, perda de peso, vômitos, diar reias e pigmentação excessiva da pele. • Hiperadrenalismo A consequência é o apare ci mento da Doença de Cushing, que se caracteriza pela obesidade do rosto e do tronco sem comprome ti mento ge - ral dos membros, hiper ten são arterial, diminuição da tole rância à glicose, debilidade e altera ções cu tâ neas. • Síndrome androgenital A hiperatividade cortical com a produção excessiva de hormônios androgênicos leva a essa síndrome. Se o hipercorticalismo surge na vida fetal, pode causar o pseudo-herma - frodi tis mo feminino (meninas com cli - tóris superdesenvolvido e vários sin - to mas de virilização). No menino pré- pú be re, ocorre desenvolvimento se - xual pre coce. Na mulher adulta, leva ao apa recimento de pelos no rosto e no tron co, atrofia das mamas e mens - trua ção escassa ou ausente; a voz tor - na-se grossa e o aspecto cor poral, mas culino. Esse quadro deno mina-se vi rilismo. C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 284 – 193 FRENTE 3 Biologia Animal MÓDULO 19 Poríferos e Celenterados Poríferos 1.CARACTERES GERAIS DOS PORÍFEROS ❑ Morfologia Animais sésseis, de forma varia- da, assimétrica ou com simetria ra- diada. Paredes do corpo com nu - me rosos poros. Ausência de órgãos e apêndices. ❑ Sistema tegumentário Externamente, o corpo é reves ti do por uma camada de células acha - tadas, os pinacócitos. ❑ Sistema esquelético Possuem um esqueleto interno (endoesqueleto) formado por espícu - las cristalinas ou fibras orgânicas (espongina). ❑ Sistema digestório Não existe. A digestão é exclusi- vamente intracelular. Apresentam coanócitos. ❑ Sistema excretor Não existe. As células eliminam por difusão seus catabólitos, direta- mente para o meio externo. ❑ Sistema respiratório Não existe. A respiração é aeró- bica. Cada célula realiza diretamente com o meio as trocas respiratórias. ❑ Sistema circulatório Não existe. ❑ Sistema reprodutor Assexuado, feito por brotamento, regeneração e gemulação; sexuado, produzindo uma larva ciliada (anfi- blástula). ❑ Sistema nervoso Não existe. 2. HABITAT São animais aquáticos, predomi- nantemente marinhos. Vivem nos ma - res, em qualquer profundidade, fixa - dos em rochas ou no solo submarino. Apenas uma família, a Spongilidae, vive na água doce, em grande dis - tribuição. 3. ESQUELETO É o principal caráter para a clas - sificação das esponjas. É inter no, si - tuando-se entre as duas cama das celulares. Pode ser mineral e/ou or - gânico. ❑ Esqueleto mineral É constituído por espículas cal cá - rias e silicosas. ❑ Esqueleto orgânico É constituído por uma rede de fibras de espongina (uma esclero - proteína). A esponja de banho é ape - nas o esqueleto orgânico da es ponja. 4. TIPOS DE ESTRUTURA Entre os poríferos distinguem-se diversos tipos de organização estru- tural. O tipo mais simples é chamado ÁSCON, o intermediário, SÍCON, e o mais evoluído, LÊUCON ou RÁGON. Áscon – aspecto geral. 5. ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DO TIPO ÁSCON A forma primitiva dos espongiá- rios é a de um tubo ou vaso, fixado no substrato. Na extremidade apical apa - rece uma grande abertura – o ósculo – que serve para a saída da água que continuamente atravessa o corpo da esponja. A parede do cor po é provida de um grande número de poros (daí o nome porífera), através dos quais pe - netram água e partí cu las alimentares. 6. ORGANIZAÇÃO CITOLÓGICA DO ÁSCON No áscon, bem como nos outros dois tipos, não existem órgãos dife - renciados, mas distinguem-se diver - sos tipos celulares adaptados a de - ter minadas funções. A parede do cor - po é formada por duas camadas ce - lulares. A camada mais externa é a dermal, e a mais interna, denominada gastral. Entre as duas camadas celu - lares, há um me sên quima gelatinoso. A cavidade cen tral do corpo é cha - mada átrio ou espon giocela. Nas duas camadas celula res e no mesênquima, encon tramos os seguintes tipos ce - lulares: ❑ Pinacócitos São células achatadas que, jus- tapostas, formam a camada dermal. ❑ Coanócitos São células flageladas e provi das de um colarinho, uma formação mem - branosa que envolve o flagelo. Re - vestem a cavidade atrial e constituem a camada gastral. ❑ Porócitos São células tubulosas, percor- ridas por uma perfuração cônica. São estas perfurações dos porócitos que constituem os numerosos poros que ligam o átrio ao meio externo. C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 12:35 Página 193 194 – Corte longitudinal do áscon. ❑ Miócitos São células alongadas e contrác - teis que formam esfíncter em torno dos poros e do ósculo. ❑ Amebócitos No mesênquima, aparecem nu- merosos amebócitos, isto é, células que possuem movimento ameboide, realizando várias funções e podendo ser divididos em – escleroblastos – células que secretam as espículas minerais. Cada eixo de espícula é formado por um escleroblasto; – arqueócitos – amebócitos que realizam várias funções: recebem, di - ge rem e fazem circular o alimento, além de formar elementos reproduti - vos: espermatozoides, óvulos e gê - mulas. 7. ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DO TIPO SÍCON Observada externamente, apre- senta-se como uma urna alongada fi - xada pela extremidade inferior. O ós cu lo, bem alargado, aparece na ex - tre midade superior, circundado por uma coroa de espículas longas e afi - ladas. A superfície do corpo pos sui numerosas elevações ou pa pilas, das quais saem pequenas es pí cu las. Entre as papilas aparecem os poros. Organização do sícon. Cortada longitudinalmente, apre - senta a parede do corpo espessa e com uma série de dobras, forman do curtos canais horizontais. Dis tin gui - mos dois tipos de canais: ina lan tes e exalantes. Os primeiros abrem-se na superfície externa e termi nam em fundo cego. Os canais exa lantes são internos e desembocam no átrio. 8. ORGANIZAÇÃO CITOLÓGICA DO SÍCON A superfície externa e os ca nais inalantes são revestidos pela ca ma - da dermal, formada por pina có citos. A espongiocela também é revestida por pinacócitos, ficando os coanó - citos limitados aos canais exalan tes. O mesênquima gelatino so é bem mais desenvolvido do que no áscon: con - tém amebócitos e es pículas. Organização citológica do sícon. 9. ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DO TIPO LÊUCON É o tipo mais evoluído. O átrio é reduzido, enquanto a parede do cor - po é bastante desenvolvida e percor - rida por um complicado sistema de canais e câmaras. Os coanócitos en - contram-se revestindo câmaras esfé - ricas, também denominadas câ ma ras vibráteis, interpostas num sis tema de canais. Os canais que par tem dos po - ros e atingem as câ maras transpor - tando água são deno mina dos ina - lan tes ou aferentes. Das câmaras, saem os canais exa lantes ou eferentes que atingem o átrio. Lêucon (organização). 10.ORGANIZAÇÃO CITOLÓGICA DO LÊUCON Os coanócitos só aparecem nas câmaras vibráteis. Os pinacócitos re - vestem a superfície externa, o átrio e os diversos canais. No desenvolvi - men to do mesênquima, encontramos amebócitos e espículas. Organização citológica do lêucon. 11.SISTEMÁTICA ❑ Phylum Porífera Animais pluricelulares, sempre aquá ticos e sésseis; em geral formam colônias de forma va riada; parede do corpo com duas ca madas celulares e perfuradas por nu mero sos poros; ca - vidades inter nas reves ti das por coanó - citos; es que leto calcá rio, silicoso ou córneo; 5.000 espécies. Classe 1 Calcária (Calcispongiae) Esponjas com esqueleto calcário formado por espículas monoaxô - nicas, trirradiadas e tetraxônicas. C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 12:35 Página 194 – 195 Classe 2 Hexactinellida ou Triaxônica (Hyalospongiae) Esponjas com espículas silico sas triaxônicas. Ex.: Euplectella aspergillium (vulgarmente chamada de cesto de vênus). Classe 3 Demospongiae Esqueleto de espículas silicosas, de fibras de espongina ou de ambos. Ex.: Esponja sp (esponja de banho). Celenterados ou Cnidários 1. CARACTERES GERAIS DOS CELENTERADOS Animais de simetria radiada. Dis- tinguem-se neste grupo animais de dois tipos morfológicos: o pólipo (ge - ralmente se den tário) e a medusa (ge - ralmente livre). ❑ Morfologia São diblásticos; o corpo apre sen - ta duas camadas celulares, uma epi - derme externa (ectoderma) e uma gas troderme interna (en doder ma). Entre as duas, encontramos me - sogleia, de consistência gelatino sa. Presença de cnidoblastos nas duas camadas celulares. ❑ Sistema tegumentário Epiderme formada por uma ca ma - da celular contendo fibrasmus cu - lares. ❑ Sistema esquelético Os antopólipos podem secretar um exoesqueleto córneo ou calcário. ❑ Sistema digestório Boca circundada por tentáculos e ligada a uma ampla cavidade di- gestória, saculiforme, simples ou divi - dida por septos; ausência de ânus, digestão extra e intracelular. ❑ Sistema respiratório Não existe. As células realizam as trocas respiratórias diretamente com o meio externo. A respiração é sem - pre aeróbica. ❑ Sistema excretor Não existe. As células eliminam diretamente no meio externo as subs - tâncias da excreção. ❑ Sistema circulatório Não existe. ❑ Sistema nervoso É do tipo difuso, constituído por uma rede de células nervosas, situa- das na mesogleia. Primeiros animais que apresentam o arco reflexo. Exis - tência de células fotossensíveis e es - tatocistos. Sistema nervoso da Hydra. ❑ Reprodução Geralmente é feita por alter nân cia de geração (metagênese), em que o pólipo representa a fase asse xua da e a medusa, a fase sexuada. Espé - cies monoicas e dioicas; fe cun da ção externa e interna; existência de gôna - das, desprovidas de ductos geni tais; presença de larva ciliada cha mada plânula. Reprodução assexuada. 2. HABITAT São todos marinhos ou de água doce. Geralmente vivem em colônias fixas ou móveis. 3. TAMANHO Os pólipos são geralmente mi- croscópicos, e os maiores não ultra- passam alguns milímetros. As me - dusas variam de 10 milímetros de diâ- metro até 2 metros. Hydra sp. 4. METAGÊNESE DA OBELIA sp Na Obelia sp ocorre uma alter- nância de gerações ou metagênese. As hidromedusas constituem a fase sexuada. São dioicas e formam as gônadas, junto dos canais radiais. A fecundação é externa. O zigoto de- senvolve-se originando uma larva ciliada, denominada plânula. A plâ- nula fixa-se e dá origem a um pólipo, que, por brotamento (assexuada- mente), forma nova colônia. 5. ESTRUTURA DA AURELIA AURITA É chamada vulgarmente de água-viva. A água-viva, provavel men - te, é a cifomedusa mais frequen te nas costas brasileiras. Tais medusas flutuam nos mares, ou então nadam lentamente, por con - trações da umbela. São dioicas e apresentam fecun- dação interna. Possuem a larva plâ - nula. C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 12:35 Página 195 196 – Ciclo reprodutivo da Aurelia sp. 6. SISTEMÁTICA DOS CELENTERADOS ❑ Phylum Coelenterata CLASSE 1 – HYDROZOA Ordem 1 – Hydroida – Pólipos sempre bem desenvolvidos e geral- mente coloniais; medusas reduzidas. Hydra e Obelia. Ordem 2 – Siphonophora – São colônias natantes polimórficas, com vários tipos de medusas; ma - rinhas (principalmente em mares quentes). A colônia adulta apresenta os seguintes indivíduos: – Pneumatóforo É uma medusa. Apresenta uma vesícula cheia de ar, funcionan - do como órgão flutuador. – Gastrozoide É um pólipo usado para a apre ensão do alimento. – Nectozoide É um medusoide, funcionando na propulsão da colônia. – Dactilozoide Possui cnidoblastos. – Filozoide Pólipo protetor de outros indiví - duos da colônia. – Gonozoide Pólipo encarregado da repro - du ção da colônia. Organização básica de um sifonóforo. CLASSE 2 – SCYPHOZOA Tem como forma pre dominante as cifome du sas, originadas de um esta - do poliploide, a par tir de um pro ces - so de es trobilização. O cifopólipo possui quatro sep tos internos di vidindo o ênteron: é des - pro vido de esto mo deu. As ci fo me - dusas sem véu, com braços orais, possuem gônadas formadas a partir da gastroderme. O estado de pólipo pode faltar completamente, desen vol - vendo-se do ovo, direta men te, no va medusa. Exemplo: Aurelia aurita. CLASSE 3 – ANTHOZOA Não apresenta medusa. Ocor rem pólipos isolados ou coloniais. Na or - dem actinária, encontramos as actí - nias (anêmonas-do-mar), que vivem isoladamente e não apresentam es - queleto. Na ordem madreporária, en con - tramos os verdadeiros corais. Os co - rais são coloniais, com es que leto calcário e responsáveis pela for - mação dos recifes, barreiras e atóis. Metagênese na Obelia sp.Cnidoblastos, células urticantes dos cnidários. Formação de um atol coralino, segundo Darwin. C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 12:35 Página 196 – 197 Polimorfismo nos ce lenterados. Pre sen ça de uma for ma lem - brando um tubo, o pólipo, e de outra lembrando a parte superior de um paraquedas aberto, a medusa. Metridium sp (cortes: longitudinal e transversal). Colônia polimórfica de caravela. Medusas de Aurelia sp. São móveis por jatopropulsão. Pólipos de antozoários (corais). C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 12:35 Página 197 198 – MÓDULO 20 Platelmintos 1. GENERALIDADES Os platelmintos são vermes com corpo achatado dorsoven tral mente. 2. SISTEMA TEGUMENTÁRIO Sua epiderme é constituída por um epitélio simples, ciliado na pla- nária e recoberto por uma cutícula no esquistossomo e na tênia. 3. SISTEMA MUSCULAR A parede do corpo do platelmin to é constituída pela epiderme e pelo tubo musculodermático, formado por três camadas musculares: circular, lon - gitudinal e dorsoventral ou oblí qua. Não apresentam sistema esque- lético. Planária – corte transversal. 4. SISTEMA DIGESTÓRIO É do tipo incompleto, pois não possui abertura de egestão, que é realizada pela boca. Planária – sistema digestório. A planária é carnívora e apre- senta uma faringe protráctil, além de um intestino ramificado. A solitária não possui sistema digestório. 5. SISTEMA EXCRETOR Os platelmintos são os primeiros animais da escala zoológica que apresentam um sistema excretor e cujo órgão fundamental é o sole- nócito ou célula-flama. Planária – sistema excretor. 6. SISTEMA RESPIRATÓRIO Não existe. As espécies de vida livre têm respiração aeróbica, e as trocas gasosas ocorrem entre a epi - derme permeável e o meio am biente. Nas espécies parasitas, a respi - ração é anaeróbia. 7. SISTEMA CIRCULATÓRIO Não existe. A distribuição dos ali- mentos é realizada pela ramificação do intestino, por difusão nas células da parede intestinal. Na solitária, o alimento penetra diretamente através da pele. 8. SISTEMA NERVOSO São os primeiros animais da es - cala zoológica dotados de um sis te - ma nervoso central. Há maior concen- tração de células nervosas nos gân - glios cerebrais, sugerindo um pro ces - so de cefalização. Há cordões nervosos longitu- dinais ligados entre si por co mis suras transversais. O sistema nervoso é do tipo gan - glionar. Estudos realizados com a pla ná - ria evidenciam uma grande capa - cidade de responder a estímulos luminosos (fototactismo); corrente de águas (reotactismo); alimentos (qui - miotactismo) e a estímulos mecâ ni cos (tigmotactismo). Planária – sistema nervoso. 9. REPRODUÇÃO Os platelmintos são animais ge - ralmente hermafroditas. Pos suem gô - nadas providas de ductos e órgãos aces sórios. A fecundação é interna, o desen- volvimento é direto na planária e indi - reto no esquistossomo e na tênia, com um ou vários estágios larvais em que é frequente a pedogênese. A planária é hermafrodita; repro- duz-se sexuadamente por fecun da - ção cruzada e assexuadamente por bipar tição transversal, devido à sua alta ca pacidade de regeneração. 10.CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS PLATELMINTOS Os platelmintos são animais que apresentam o corpo achatado (Platy = chato e Helminte = verme), com simetria bilateral, triblásticose acelo - mados. C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 12:35 Página 198 – 199 11.SISTEMÁTICA Classe 1 Turbelaria: Planária (Dugesia tigrina). Classe 2 Trematoda: Fasciola hepatica, Schistosoma mansoni. Classe 3 Cestoda: Taenia sp. 12.ESTUDO DOS PRINCIPAIS PARASITAS ❑ Fasciola hepatica Tem o corpo achatado e foliáceo (± 30mm). Possui duas ventosas (oral e ventral). A ventosa ventral é usada para a fixação junto ao hos pedeiro. É um verme endoparasita, cau - san do a fasciolose no fígado de car neiro, boi, cabra e outros herbí - voros. Vive nos canais biliares, deter - minan do ações tóxicas e irritativas, não exis tindo medicação eficiente pa - ra o seu tratamento. Raramente ocorre no homem. O ciclo vital inicia-se pela elimi na - ção de ovos junto com as fezes do ani mal infectado. Tem como hospe dei - ro inter me diário um cara mujo do gê - nero Lymnaea, da classe Gastro poda, do filo Molusca. ❑ Schistosoma mansoni É um verme platielminte, cujo ma - cho, de pequena extensão (9 a 22mm), possui um profundo sulco, o canal gi - necóforo, no qual se instala a fêmea lon ga e delgada (14 a 26mm). São endoparasitas do homem e causam a esquistossomose ou bar riga-d'água. Esta doença pro - vo ca hemorragias, intoxicação e in fla - ma ção do cólon, reto, pâncreas, fí ga - do, baço etc. Nem sempre a doen ça é fa tal, mas causa vários problemas, de bilitando as vítimas, que apre sen tam, geralmente, o abdômen volu mo so. O homem é o hospedeiro defini ti - vo do Schistosoma mansoni, que se ins tala no sistema porta-hepático e nas veias mesentéricas. O hospe dei - ro in ter mediário é um caramujo de no - men clatura contro vertida: Planor bis, Australorbis ou Biomphalaria. São en - con trados em água doce pou co cor - rente ou estagnada. O corte parcial na região cefálica pode originar uma planária com muitas cabeças. A fecundação cruzada aumenta a biodiversidade. Anatomia da planária: a) Sistema excretor; b) Sistema nervoso apresentan do um início de cefalização; c) Sistema reprodutor. A bipartição origina indivíduos geneticamente idênticos (clo nes). Seres primitivos possuem elevada capacidade de regene ração. C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 12:35 Página 199 200 – Ovo, miracídio e cercária de Schistosoma mansoni. A pessoa doente elimina ovos do Schistosoma juntamente com as fe - zes, atingindo a água. Saem dos ovos embriões ciliados, os mirací dios, que após algumas horas pene tram no ca ramujo. No caramujo, o mi ra cídio trans - for ma-se em esporocisto, que pro - duz cercárias, sempre por pedogê- nese. As cercárias saem do caramu - jo e nadam livremente, poden do pe - ne trar ativamente na pele do homem, durante os banhos em rios e lagos. O diagnóstico é feito pelo exame de fezes, on de são encontrados ovos portadores de espinho. A penetração das larvas produz irritação cu tâ nea, daí o nome “lagoas de coceira” dado vulgarmente aos lo - cais infestados por esquistossomo. A profilaxia indicada consiste em não nadar em locais desconhecidos; evitar a pe netração de larvas na pele; tratar as pessoas doentes para im - pedir a dis tribuição geográfica da doença; pro mover o extermínio do caramujo e o sanea mento básico. Taenia solium – aspecto geral. Platielmintos. Ciclo biológico da Fasciola hepatica. Ciclo biológico do Schistosoma mansoni. C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 12:35 Página 200 – 201 ❑ Taenia solium Pertence à classe Cestoda; pos - sui o corpo alongado, delgado e cha - to, dividido em três porções: ca beça ou escólex, colo e estróbilos ou pro - glotes. A cabeça ou escólex é a por - ção anterior destinada à fixação da Taenia na superfície da mucosa in tes - tinal do hospedeiro. Apresenta quatro ventosas e um rostro ou rotellum com 26 a 28 ganchos quitinosos, para a fixação no orga nis mo do hospedeiro. O pescoço, ou colo, é a parte mais fina e não segmentada, e liga a cabeça ao corpo. É a região onde são produzidos novos anéis ou pro glotes por estrobilização. O estróbilo, ou corpo, é cons ti - tuído por uma série de anéis (± 800), divididos em imaturos, maduros e, no final, os anéis grávidos. A teníase ou soli tá ria deve-se à presença do animal adulto no intes - tino, causando uma série de pertur - bações gerais. A Taenia adulta vive no intestino delgado do homem, que elimina em suas fezes anéis do animal, con tendo ovos fecunda dos (de 30 mil a 50 mil por anel). Os ovos contêm embriões dota - dos de seis tentáculos (hexa can to), denominados oncosfera. O porco, hospedeiro intermediá - rio, ingere os ovos, que, ao atingir o in - tes tino do animal, libertam a on cos - fera que, através da circulação san - guínea, é distribuída para a mus cu - latura su b lingual, diafragma, cére bro etc. Nes ses locais, evolui um es tá gio larval, denominado cisticer co. O homem sofre a infestação, quan - do ingere a carne de porco crua, ou mal cozida, contendo cisti cer cos vivos. A cisticercose é uma enfermi - dade causada pela presença de um cisticerco no organismo. Esta doen - ça pode ocorrer no homem, quando este ingere ovos de Taenia solium. A casca dos ovos é digerida no intestino, os embriões são transpor ta - dos pela corrente sanguínea, atin gin do os olhos, a musculatura e o cére bro, causando cegueira, fra queza muscular e epilepsia. É uma doen - ça mais grave do que a teníase. O homem pode adquirir esta doen - ça por autoinfestação interna, ex ter na e também por heteroinfes tação. ❑ Taenia saginata Tem ciclo vital semelhante ao da Taenia solium. Porém seu hospedei ro inter mediário é o boi, e em sua ca - beça não há ganchos quitinosos. Possui aproximadamente 2 mil proglotes. Os últimos anéis são elimi - nados isoladamente, forçando o es fínc - ter anal, fora das evacuações. Produz a larva Cisticercus bovis, que não causa cisticercose no ho mem. Taenia saginata. Taenia solium – ciclo biológico. C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 12:35 Página 201 202 – 1. CARACTERÍSTICAS GERAIS Os asquelmintos são animais de corpo cilíndrico, não segmentado, que possuem simetria bilateral; distin guem-se dos platelmintos, principal mente por apresentar pseudoce loma e tu bo digestório completo. 2. CLASSIFICAÇÃO A principal classe é a nematoda. 3. TEGUMENTO O corpo é revestido por uma cu - tícula elástica e flexível, acelular, se - cretada pela epiderme, que é de na tureza sincicial, sendo desenvol vi - da nas espécies jovens, e atrofiada nas espécies adultas. 4. SISTEMA MUSCULAR Apresentam apenas a muscula - tura longitudinal abaixo da epiderme. Cortes histológicos dos asquelmintos. 5. CAVIDADE DO CORPO Entre a camada muscular e a pa - re de intestinal há uma cavidade, o pseu doceloma. Esta cavidade não re - presenta um celoma verdadeiro, por - que não é revestida totalmente pelo mesoderma. 6. SISTEMA DIGESTÓRIO É do tipo completo e contém bo - ca, faringe, esôfago (faz a sucção), in - testino, ânus terminal ou subter mi nal. Nos machos há uma cloaca. A diges - tão é extracelular; o alimento é digeri - do por ação enzimática, na ca vidade in testinal, e é absorvido por células das paredes do intestino. MÓDULO 21 Asquelmintos ou Nematelmintos Ascaris lumbricoides. Enterobius vermicularis. Nematoide – sistema digestório. 7. SISTEMA CIRCULATÓRIO Não existe. Os alimentos absor vi - dos pelas células da parede intes tinal caem no líquido que preenche o pseu - doceloma, sendo assim distri buídos pa ra as demais células. 8. SISTEMA RESPIRATÓRIONão existe. Nas formas de vida li - vre, o oxigênio difunde-se através do tegumento. Nas formas parasitas, a res piração é anaeróbia e realizada a partir do glicogênio existente nas cé - lu las. 9. SISTEMA EXCRETOR Os asquelmintos possuem dois tipos de sistema excretor: o simples e o duplo. O sistema simples aparece em nematoides de vida livre e é consti - tuído de uma grande célula ventral an - terior. No sistema duplo, também co nhe - cido por tipo em "H", existem dois tubos que correm ao longo das linhas late - rais, e que recolhem por osmose os ca tabólitos, lançando-os por um po ro que se abre na linha mediana ventral. C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 12:35 Página 202 – 203 Nematoide – sistema excretor. 10.SISTEMA NERVOSO É constituído de um anel em volta do esôfago e por vários cor dões lon - gitudinais que dele partem. 11.REPRODUÇÃO A maioria dos nematoides possui sexos separados, e o sistema repro du - tor apresenta estrutura simples. Os machos são sempre menores e de vida curta; distinguem-se das fê - meas pela extremidade posterior, que se enrola em espiral ou se expande em bolsa copuladora, com duas espí cu las quitinosas que ser vem para agar rar-se à abertura ge nital das fê meas. 12.HABITAT Existem nematoides de vida livre na água e no solo. Numerosas espé - cies vivem como parasitas de ani mais e vegetais. Muitos parasitas vi vem ba - nha dos pelos sucos diges tó rios do hos pedeiro e resistem à ação diges - tória, pro vavelmente por causa da cu - tí cu la, ou ainda pela produ ção de an tien zi mas, substân cias que ini bem a ação das enzimas di ges tó rias do hos pe dei ro. Galhas são intu mes cên cias de ra - mos ve getais infes tados por as quel - mintos. 13.ESTUDO DOS PRINCIPAIS NEMATOIDES PARASITAS ❑ Monogenéticos ou monóxenos Têm evolução em um só hospe - dei ro, o definitivo. Ascaris lumbricoides Também denominada lombriga, é um verme cilíndrico e afilado nas duas extremidades. Possui boca trila bial, e o macho mede de 15 a 35cm, en - quan to a fêmea mede de 35 a 40cm. Vive no intestino delgado dos verte - bra dos, causando a as caridíase. Os vermes adultos vivem na luz do intestino delgado. As fêmeas pos - suem grande fertilidade, chegan do a pôr 200 mil ovos por dia, que po dem ser eliminados com as fezes. Em con - dições ótimas, a evolução dura de 10 a 12 dias, formando-se uma peque na larva do tipo rabditoide, que em uma semana sofre uma muda, trans for - mando-se numa larva infestante rab - ditoide. A infestação ocorre quan do o hospe deiro ingere ovos em brio - nados, que sofrem uma digestão no duo deno, libertando as larvas, que pas sam pe lo fígado, coração, pul - mões, tra queia, esô fago, estômago e intes ti nos, reini ciando um novo ciclo. A nova pos tura ocorrerá após dois meses e meio. O verme provoca perturbações na fase de larva migratória e na fase adul ta, localizada no intestino. Quan do em grande número, os ver - mes che gam a provocar oclusão in - tes tinal. Enterobius vermicularis (Oxyuris vermicularis) É um verme pequeno (3 a 12mm) com boca trilabiada e causador da oxiuríase ou enterobiose. Parasitam o ceco e o apêndice ce cal. As fêmeas grávidas não depo - si tam os ovos e estes vão-se acumu - lando no útero até o seu rompimento na luz intestinal, quando os ovos embrionados são libertados. A transmissão é feita por via oral, através da ingestão dos ovos em brio - nados por auto ou heteroin fes ta ção, podendo também ocorrer re troin fes ta - ção, determinada pela eclo são de larvas na mucosa anal e pos te rior mi - gração para as partes su periores do intestino. O verme adulto no intestino pro - duz inflamações, náuseas, catarro in - testinal, vômitos e dores intestinais. O sintoma mais típico da ente robiose é o intenso prurido anal, ativado à noi te pelo calor do lei to, quando o hos - pedeiro se deita. Ancylostoma duodenale e Necator americanus Vermes de corpo cilíndrico, afila do nas duas extremidades da fêmea e ape nas na extre midade anterior do ma cho. Medem cerca de 15mm e pos - suem uma cápsula bucal, dotada de dentes e placas cortantes. Com pequenas diferenças, as duas espécies realizam o mesmo ci - clo. Os ovos, elimina dos pelas fezes do hospedeiro, evoluem em 24 horas até che gar à larva rabditoide. Ancylostoma duodenale e Necator americanus. C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 12:35 Página 203 204 – Esta larva, após 48 horas, trans - for ma-se em filarioide, que em uma se mana torna-se infestante. A infes ta - ção pode ser ativa ou passi va. A pri - meira é cutânea: ativamente as lar vas atra ves sam a pele, princi pal mente a dos pés, caem na circula ção e atin - gem o cora ção e os pulmões, onde so frem a ter ceira muda. A seguir, mi - gram atra vés dos brônquios, tra queia, esôfago e in tes ti no delgado, onde so - frem a quar ta muda, trans formando-se em adul to. Na pe netra ção passiva, as larvas podem che gar por meio de água con ta mi na da ao estômago, on - de sofrem a terceira mu da; daí pas - sam ao in tes tino, ocor rendo a quarta mu da, que ca racteriza o estágio adulto. São causadores da ancilosto - mo se, amarelão, opilação ou mal da terra, provocando no hos - pe deiro uma anemia intensa, va rian do a gra vi dade com o grau de infes tação. Ancylostoma caninum Parasita normal do cão, raramen - te encontrado no homem. Ancylostoma brasiliensis É um parasita do cão e do gato. Quando suas larvas (Larva migrans) penetram na pele do ho mem, cau sam a dermatose serpi ginosa ou, co - mo é popularmen te conhe cida, o bi - cho geográfico. ❑ Digenéticos ou di-heteroxenos São parasitas com dois hospe dei - ros, o intermediário e o definitivo. Wuchereria bancrofti É um verme de diâmetro muito pe - queno e de aspecto filamentoso, sen - do por esta razão denominado filá ria; os machos atingem 4cm e as fêmeas, 10cm de comprimento. Doente apresentando elefantíase, doen ça cujo agente etiológico é a Wuchereria bancrofti. Esses vermes parasitam os gân - glios linfáticos do homem, causando a doença conhecida por elefan tía - se, caracterizada pela hipertrofia de alguns órgãos, como o escroto, mem - bros inferiores, os seios e os lá bios da vulva. No sistema linfático do hospe dei - ro, as fêmeas colocam os ovos, que se transformam em microfilá rias. Du ran te a noite, as larvas des lo cam-se pa ra o sangue perifé rico, sen do en tão ingeridas por mosquito do gê ne ro Culex. Nos inse tos, as larvas sofrem várias mudas, transfor man do-se nas for mas infes tan tes, que vão até a trom pa do mos quito. Quando o inseto pica a vítima, transmite a larva, que atinge o siste - ma linfático, tornando-se adulta e re - começando o ciclo. No ciclo da Wuchereria bancrofti, o homem é o hospedeiro definitivo e o mosquito vetor é o hospedeiro inter - mediário. Ciclo biológico do Necator americanus. C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 12:35 Página 204 – 205 MÓDULO 22 Anelídeos 1. CARACTERÍSTICAS GERAIS Os anelídeos são animais vermi - formes, cujo corpo é composto de seg - mentos ou metâmeros, seme lhan- tes entre si, em forma de anel, ex ce ção feita aos dois primeiros e ao úl ti mo seg - mento, denominados, res pec ti va men - te, prostômio, peris tômio e pi gídio. São triblásticos com simetria bi la - teral e a segmentação é tipica mente ho mônoma. 2. SISTEMA TEGUMENTÁRIO A epiderme é um epitélio sim ples, com células sensoriais, glân dulas mu - cosas e recoberto por uma cutícula per meável. Nos oligo quetos (minho ca), há fileiras de cerdas dequitina dis - pos tas na região ventral. Nos poli que - tos (Eunice), há um feixe de cer das, ape nas nos parapódios. Organização do parapódio. Parapódios são expansões der - mo musculares laterais que ser vem co - mo remos, permitindo a natação dos poliquetos. 3. SISTEMA MUSCULAR Logo abaixo da epiderme, en con - tra-se a musculatura principal do cor - po, composta de uma camada ex - ter na circular e uma interna longi tudi - nal, constituindo o tubo musculo dér - mico, que forma a parede corpó rea. 4. CAVIDADE DO CORPO Os anelídeos são animais que apre sentam uma cavidade geral se - cundária espaçosa, o celoma, divi - di do por septos transversais e lon gi- tu dinais. 5. SISTEMA DIGESTÓRIO É do tipo completo, tubuloso e re - ti líneo. Inicia-se pela boca no pros tô - mio, que contém, às vezes, maxilas ou estiletes quitinosos; segue-se a farin - ge, às vezes protrátil, que se co muni - ca com o esôfago, podendo es te for mar um papo e uma moela for te - men te musculosa, que ser ve para mace rar os alimentos; segue-se o in - tes ti no, às ve zes com um par de sa - cos intes ti nais (tifloso lis), os quais ser vem para au mentar a superfície de absor ção; o in tes tino terminal é em geral cur to e abre-se para o exte rior, atra vés do ânus. Na parede do tubo digestório, exis tem células de peritônio que au - men tam consideravelmente seu volu - me, servindo para o acúmulo de subs tâncias de reserva e que rece - bem o nome de cloragógenas. Sistema digestório. 6. SISTEMA CIRCULATÓRIO É do tipo fechado, inde pen dente do celoma e consiste, princi palmen te, em dois vasos sanguíneos lon gi tu di - nais, coloca dos dorsal e ventral men te em relação ao tubo digestório. O va so dorsal é contrátil, impe lin do o san gue de trás para dian te. Já no vaso ven tral, o sangue circula em sentido inverso. O sangue é constituído de um plas ma que contém amebócitos li vres e hemoglobina dissolvida. Há tam bém um pigmento verde, a cloro cru erina, ou vermelho, a hemoeri trina, em ou tros anelídeos. Sistema circulatório. 7. SISTEMA RESPIRATÓRIO A respiração é cutânea. Nos poli - quetos há brânquias ramificadas na região dorsal dos parapódios, com rede capilar. C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 12:35 Página 205 206 – 8. SISTEMA EXCRETOR A excreção é feita por nefrídios, dispostos em um par por segmento. Cada nefrídio é formado por três par - tes: nefróstoma, um funil cilia do que re colhe os catabólitos na cavidade ce - lo mática; nefroduto, um canal sinuo - so, internamente cilia do, que atra ves- sa o anel e desem boca no nefri dió - po ro, um poro excretor situado no anel seguinte. Estrutura do nefrídio. 9. SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso é ganglionar. Há dois gânglios cerebrais e um gran - de gânglio subfaríngeo, ligados por um anel nervoso ao redor da fa ringe, de onde sai um longo cordão nervoso ventral, com dois gânglios por anel. Nas minhocas há células tácteis, foto e quimiorreceptoras, dispersas no epitélio, especialmente nos pri mei ros segmentos. Sistema nervoso. 10.HABITAT Em relação ao habitat, os anelí - deos podem ser aquáticos, marinhos ou de água doce, e terrestres, viven - do em lugares úmidos, debaixo de fo - lhas, ou escavando galerias no solo, onde passam a viver. Nereis sp, verme marinho com aproximadamente 45cm e 220 metâmeros. Lumbricus terrestris – morfologia externa. A importância da minhoca em re - lação aos solos é bastante conheci da. Elas melhoram a oxigenação e a re po - sição de minerais, a partir dos de tri tos orgânicos que comem. O ver me Eunice viridis (palolo) serve de alimen to aos nativos das ilhas Samoa e Fuji. No passado, as sanguessugas (Hirudo medicinalis) foram largamen - te empregadas em processo de san - gria, além do aproveitamento da hi ru dina, uma substância antico a gu - lan te, de interesse médico, produ zida em suas glândulas salivares. 11.REPRODUÇÃO São monoicos ou dioicos, com ou sem clitelo; a reprodução sexuada ocorre com frequência por fecun da - ção cruzada; o desenvolvimento pode ser direto ou indireto com larva tro có - fora (nos poliquetos). Há repro du ção assexuada por brota men to e re ge ne - ração. ❑ Fecundação cruzada da minhoca Na fecundação cruzada da mi - nho ca, os animais colocam-se em po - si ção invertida, unindo-se pelas ex tre mi dades anteriores. Cerdas es - pe ciais pe netram mutuamente nos dois par cei ros, mantendo-os ligados en quan to o clitelo secreta um muco que envol ve os dois parceiros. Em cada animal forma-se um par de sul - cos seminais, indo do 15º. anel até o clitelo, através do qual os esperma - tozoides de um animal passam para o receptáculo se minal do outro, ca rac - terizando a fecun da ção cru zada se - gui da da separa ção dos animais. Logo após, o clitelo se creta o có - con, ou casulo, onde são deposita dos os óvulos. O cócon desloca-se para a frente e, ao passar pelo re cep táculo se minal, os óvulos são fer tili zados pe - los espermatozoides, que já es tavam depositados. O cócon, que agora con tém ovos, sai do animal me din do C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 12:35 Página 206 – 207 cerca de 7mm; apenas um ovo se de - sen volve. Notamos que a fecun dação do óvu lo é feita no cócon ou casulo, por - tanto definimos como um caso de fecun dação ex terna e desen vol vi - mento direto. 12.SISTEMÁTICA DOS ANELÍDEOS O filo Annelida é constituído apro - xidamente de 8.700 espécies, agru pa - das em três classes: Polychaeta, Oligochaeta e Hirudinea. Classe 1 – Poliquetos Possuem o corpo com me tame ri - za ções externa e interna bem níti das. Cada metâmero possui um par de ex - pansões laterais, os parapó dios, que têm funções na respira ção bran quial e na locomoção. Ca - beça dis tinta do corpo, se xos se - parados, com fecunda ção externa e desenvolvi men to indireto, através da larva trocófora. São quase exclu si va - men te marinhos. Ordem 1 – Errantia Vida livre e brânquias nos para - pódios. Ex.: Eunice sp e Nereis sp. Sanguessuga locomovendo-se. Ordem 2 – Sedentária Fixos, em tubos calcários ou em escavações, na areia; possuem brân - quias na cabeça. Ex.: Arenicola e Sabellaria. Classe 2 – Oligoquetos São animais de corpo alongado, cilíndrico, com segmentações exter na e interna bem nítidas, cabeça não dis - tinta do corpo, raras cerdas impla n ta - das diretamente na cutícula, não pos suem parapódios, têm respi ra ção cu tânea, hermafro ditas com clitelo e sem larvas. Ex.: Lumbricus terrestris (mi nho ca comum ou europeia); Pheretima hawaiana (minhoca-louca); Glossos - colex giganteus (minhocuçu). Classe 3 – Hirudíneos É formada de organismos com o corpo de forma achatada e segmen - tado, porém a segmentação externa não corresponde à segmentação in - terna. Cabeça não distinta do corpo, ausência de cerdas, tentá culos e pa - rapódios. Possuem duas ventosas e têm o celoma oblite rado, são her ma - fro ditas com clitelo. Ex.: Hirudo medi ci nalis, san gues - su ga europeia, ecto para si tas, he ma tó - fagos, oca sionais no homem e em ani mais domésticos. Vivem em água do ce, principalmente em brejos. Sabellaria sp. MÓDULO 23 Artrópodos 1. ARTRÓPODES ❑ Caracteres Gerais Os artrópodes (arthros = arti cula - ção, e podos = pés) são orga nismos que se caracterizam por apresen ta rem apêndices e patas articuladas. São metazoários, de simetria bi - la te ral, com o corpo segmen ta do, tri blás ticos, protostômios e ce - lomados; pos suem um exoes que le - to quitinoso, que só permite o cres ci - mento do ani mal por mudas (ecdises).Suas 830.000 espécies apre sen - tam um elevado grau de com plexi da - de, são encontradas na maior diver - si da de de hábitats e podem ingerir uma quantidade de alimento muito maior que os representantes de qual - quer ou tro filo. ❑ Classificação Os artrópodes apresentam vá rias clas ses, como: classe 1 – Crustacea; clas se 2 – Insecta; classe 3 – Arachnida; classe 4 – Chilopoda; classe 5 – Diplopoda. 2. CLASSE CRUSTACEA ❑ Caracteres Gerais A classe Crustacea (do latim crusta = casca) é formada de orga - nis mos com o corpo revestido por uma cutícula quitinosa espessa e rígi da, formando o exoesqueleto, que é im - pre gnado de carbonato de cálcio. Apesar de existir uma grande va - rie dade de formas, pode-se dividir o corpo em cabeça, tórax e ab dô men, ocorrendo, nas formas evo luí das, a fusão dos anéis torácicos com a ca - beça, ficando o corpo dividido em ce - falotórax e abdômen, como, por exem plo, observamos no cama rão. ❑ Morfologia Externa A cabeça é formada pela fusão de cinco segmentos, cada um deles com um par de apêndices bifurca dos. Há dois pa res de antenas (tetrá ceros), um par de man dí bulas e dois pares de maxilas. O tórax apresenta segmentos com números variá veis, podendo estar fun didos ou não. Seus apên di ces são divididos em dois grupos: ma xi - lípedes e pe reió po des. Os ma xi - lípe des servem para a apre en são de alimentos e ainda funcionam co mo elementos tácteis, qui mio r re cep - tores e res piratórios. Os pe - reiópo des, ou patas lo co mo to ras, for mam, nos primeiros seg men tos, a pinça ou que la, usada pa ra ata que ou de fesa. No abdômen, os seg mentos não são fun didos e seus apêndices são C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 12:35 Página 207 208 – pleiópodes e uró podes. Os pleió - po des são natatórios e, nos ma chos, o primeiro par é transformado em ór gão copulador. Os urópodes são cha ma - dos também nata tó rios, for ma dos por lâminas alar gadas que, nas fê meas, pro te gem os ovos. O últi mo seg mento é o telso. ❑ Sistema Digestório É completo e a digestão é ex tra - celu lar. É co mum a existência de um es tô ma go mas tigador: o mo li - ne te gás tri co. Nos crustáceos mais sim ples (mi crocrustáceos), há efi cien - tes me canis mos de filtragem de água pa ra a coleta de nutrientes e de orga - nis mos do fitoplâncton. ❑ Sistema Respiratório A respiração é branquial. As brân - quias localizam-se sobre as patas to rá - cicas. Nos microcrus tá ce os, as tro cas gasosas são feitas atra vés da su per - fície do corpo. ❑ Sistema Circulatório É do tipo aberto ou lacunar. Pos - suem coração dorsal, que recebe das brânquias o sangue arterial, de pois dis tribuído para o corpo. O san gue ge - ralmente contém um pigmento res pi - ratório, a hemocianina. As la cu nas são celomáticas (hemocelas). ❑ Sistema Excretor A excreção se faz por glân du las ver des ou antenárias, cujo poro ex - cre tor abre-se na base da antena. Tais glândulas recolhem os ca ta bó li - tos do celoma e do sangue. ❑ Sistema Nervoso Apresenta gânglios cerebroides e uma cadeia nervosa ganglionar ven - tral. ❑ Sistema Sensorial Os órgãos sensoriais são bem de - sen volvidos. Os olhos podem ser sim - ples ou compostos, sésseis ou pe - dunculados. Os compostos são for - mados por muitas unidades, os oma - tídeos. Há órgão de equilíbrio, os esta - to cis tos, na base das antenas, e ór - gãos tácteis e olfativos, espe - cial mente na região da cabeça. Camarão – morfologia externa. Os representantes do filo Arthropoda. Classes Crustáceos Insetos Aracnídeos Quilópodos Diplópodos Exemplos camarão mosquito aranha lacraia piolho-de-cobra Número de antenas tetráceros 4 díceros 2 áceros 0 díceros 2 díceros 2 Número de patas decápodos 10 (1 par por segmento) hexápodos 6 octópodos 8 muitas; (1 par por segmento) muitas; (2 pares por segmento) Divisão do corpo cefalotórax e abdômen cabeça, tórax e abdômen cefalotórax e abdômen cabeça e corpo longo cabeça, tórax curto e corpo longo Respi- ração cutânea; branquial traqueal cutânea, traqueal, filotraqueal traqueal traqueal Digestão tubo digestório completo; molinete gástrico tubo digestório completo; tubo digestório completo; digestão extracorpórea tubo digestório completo tubo digestório completo Circulação aberta; hemocianina aberta aberta, hemocianina aberta aberta Excreção glândula verde tubo de Malpighi tubo de Malpighi; glândula coxal tubo de Malpighi tubo de Malpighi Sistema Nervoso ganglionar ganglionar ganglionar ganglionar ganglionar Sexos dioicos dioicos dioicos dioicos dioicos Desenvol- vimento direto ou indireto direto ou indireto direto ou indireto direto ou indireto direto ou indireto Habitat maioria aquático principalmente terrestre principalmente terrestre terrestre terrestre Obser- vações partenogênese; autotomia; heteromorfose asas; partenogênese; poliembrionia glândulas venenosas; quelíceras; fiandeiras; partenogênese forcípulas venenosas 15 a 181 segmentos não são venenosas; abdômen com 9 a 100 segmentos duplos C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 12:35 Página 208 – 209 Aparelho reprodutor do lagostim. Note que o ovário se abre no terceiro par de pereió po dos da fêmea, e o testículo no quinto par de pereió podos do macho. Estágios larvais do camarão: A - Nauplius; B - Zoea; e C - Mysis, o último estágio larval. ❑ Reprodução A maioria é unissexuada, e as aber - turas genitais encontram-se na par te ventral. Há o dimorfismo sexual, e a fe - cun dação é interna. Nos mi cro crus tá - ceos é comum a partenogênese. Há mui tas larvas e a mais simples é Nau - plius, com apenas três pares de pa - tas. Nos crustáceos superiores, além des sas, há também Protozoea, Zoea e Mysis. Observamos grande capaci dade de regeneração no camarão jovem, que se reduz nos adultos. A hete ro - mor fose é a regeneração de uma par te diferente daquela que foi perdi - da. Assim, retirando-se ape nas o olho do camarão e deixando o pe dún culo, ocorrerá a regeneração nor mal de um novo olho; porém, se olho e pedún - culo forem retirados, apa re ce rá em seu lugar uma antena. A autotomia é um excelente me io de defesa, pois consiste na au to- amputação e posterior rege ne ra ção de um segmento torácico, que fi ca com o agressor enquanto o animal fo ge. ❑ Habitat São animais predominantemen te aquáticos, marinhos e dulcaquí colas. Po dem viver na areia das fai xas li to râ - neas (caranguejo), em terra úmida (ta - tuzinho-de-jardim), na lama do man gue (caranguejo maria-mulata) e fi xos às rochas, pilares de pontes, cas cos de navios etc. (cracas). ❑ Sistemática A classe dos crustáceos, com cer - ca de 25 mil espécies, apresenta dois grupos: entomocrustáceos (pri mi - tivos) e malacrustáceos (e vo luí - dos). Entomocrustáceos são crustá - ce os inferiores, geralmente micros có - pi cos. Subclasse 1 Branquiopoda Microscópicos, quase todos de água doce, e adaptados à natação. Ex.: Daphnia pulex, a pulga-d’água. Daphnia pulex. Subclasse 2 Copepoda Também microscópicos, com mui - tos representantes parasitas de pei xes. Ex.: Cyclops sp, vetor do botrio - cé falo e filária de Medina. Cyclops sp. Subclasse 3 Ostracoides Organismo com o corpo pro te gi - do por uma “concha” bivalve, que en - ce rra também a cabeça. Vivem em água doce e no mar. Ex.: Eucypris sp.Eucypris sp. Cirripédios. Subclasse 4 Cirripedia São animais fixos e protegidos por uma carapaça calcária, que vi - vem em ambiente marinho, cobrindo ro chas, madeira de cais, cascos de navios, carapaças de siris, lagostas, moluscos e até a pele de cetáceos. Ex.: Mitella e B alanus, as cra cas. Subclasse 5 Malascrostaca São crustáceos evoluídos, todos ma croscópicos. Dividem-se em três ordens: lso - po da, Amphipoda e Decapoda. Ordem 1 lsopoda Têm o corpo comprimido dorso - ven tralmente. Ex.: Armadillidium sp (tatuzi- nho-de-jardim) e Ligia sp (barati- nha-de-praia). Isópodos. C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 12:35 Página 209 210 – Ordem 2 Amphipoda Têm o corpo comprimido late ral - men te, vivem na água salgada e rara - men te na água doce. Ex.: Gammarus; Caprella e Hya le lla. Ordem 3 Decapoda É constituída de organismos late - ral mente comprimidos ou achatados; o abdômen em geral é maior que o ce falotórax. Alguns vivem em água do - ce; poucos são terrestres; e a maio ria é de ambiente marinho. Ex.: Crangon; Penaeus – cama - rão; Panulirus – lagosta; Pagurus – ere mita (vive em concha de ca ra mu - jos); Cancer – caranguejo co mes tí vel; Callinectes – siri comestível. 4. CLASSE DOS INSETOS ❑ Caracteres Gerais A classe lnsecta (do latim in = den - tro, secare = dividir) tem como carac - terísticas: um par de antenas (dí - ce ros); três pares de patas (hexá po - des); corpo nitidamente dividido em cabeça, tó rax e abdômen. Inseto. ❑ Morfologia Externa A cabeça é o centro sensorial do animal. Nela estão localizados seus prin cipais órgãos dos sentidos: as antenas e os olhos. As antenas são ór gãos quimiorreceptores, que apre sentam também as funções ol fa tivas e tácteis. Os olhos podem ser de dois ti pos: simples (ocelos) e compostos (fa ce - ta dos). Os olhos simples são no máximo três, enquanto os olhos compostos são dois, porém formados por 15 mil a 25 mil unidades visuais, os oma tí - deos. Olhos dos insetos. O tórax é o centro locomotor dos insetos. É formado por três seg men - tos: protórax, mesotórax, me ta tó rax, com um par de patas por seg men to. Cada pata é constituída pelos se guin - tes artículos: coxa, trocanter, fê mur, tíbia e tarso. As asas são estruturas vivas liga - das ao tórax (meso e metatórax), mas não são membros verdadeiros, e sim uma expansão lateral do tegumento. Em suas nervuras passam va sos, tra - queias e lacunas sanguíneas. Pata de inseto. (Amphipoda). 3. DIFERENCIAÇÃO ENTRE SIRI E CARANGUEJO Siri Cefalotórax elíptico com a margem anterior denteada. Tem o último par de patas transformado em remos. Caranguejo Cefalotórax quadrado, trapezoide ou arredondado. O último par de patas não é transformado em remos. C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 12:35 Página 210 – 211 Asa membranosa. Os tipos de asas são: a) Membranosas: Finas e transparentes (mos cas). b) Pergamináceas: Finas, opacas, flexíveis e colo - ri das (barata). c) Élitros: Espessas e opacas (besouro). d) Hemiélitros: São élitros na base e membra - no sas na ponta (percevejo). O abdômen é o centro de nutri ção dos insetos, desprovido de apên di ces e com uma segmentação ní ti da. Os últimos segmentos nas fê me as for - mam o ovopositor. Exis tem aber tu - ras laterais das traqueias, de no mi na- das opérculos. Nas abe lhas e ves - pas exis tem os ferrões. ❑ Sistema Digestório É do tipo completo. Pos sui boca, faringe, esôfago, pa - po, mo ela, estômago, intestino, ânus e, como órgãos anexos, as glân dulas sali vares. O aparelho bucal é adaptado ao tipo de alimentação do animal: a) mastigador ou triturador (ga fa nho to); b) lambedor (abelha); c) sugador (borboleta); d) picador-sugador (pulga); e) picador-não sugador (mos- ca doméstica). ❑ Respiração É do tipo traqueal. Entre os inse - tos aquáticos, há os que respiram o oxi gênio da atmosfera, subindo de tem pos em tempos; outros apre sen - tam um sistema traqueal fechado, uti li - zan do o O2 dissolvido na água. Sistema traqueal. ❑ Sistema Circulatório A circulação é aberta ou lacunar. O coração é um órgão tubuloso, dor - sal ao abdômen, e apresenta pe que - nas câmaras contrácteis, as ven tri- cu lites. O sangue é incolor e não trans - por ta gases respiratórios; serve para a dis tribuição de alimentos. Circulação do inseto. ❑ Sistema Excretor A excreção é feita por tubos de Mal pi ghi, que eliminam espe cial men - te ácido úrico. Tubo digestório da barata. Observe que os túbulos de Malpighi recolhem o mate - rial de excreção do celoma e o lançam no tubo digestório. ❑ Sistema Nervoso O cérebro é anterior e está ligado aos gânglios subesofagianos por um anel nervoso; há ainda a cadeia ner - vo sa ventral. Sistema nervoso. ❑ Sistema Sensorial A visão dos insetos (olhos sim ples e compostos) distingue cores até ul tra - violeta; a sensibilidade au di ti va se dá através dos pelos e órgãos cor - dotonais das patas; a sen sibi li da de olfa tiva situa-se nas antenas; e a sen sibilidade tác til, em cer das de apêndices. ❑ Reprodução São animais dioicos, com dimor - fis mo sexual; (as fêmeas são sempre maio res). A fecundação é interna e o desenvolvimento pode ser direto ou in direto, com metamorfose. Há ca sos de partenogênese (afídeos); de neo - tenia (térmitas) e poliembrionia (hime - nópteros). ❑ Sistemática A classe dos insetos apresenta cer ca de 750 mil espécies, sendo ani - mais de grande sucesso evolutivo. Subclasse 1 – Apterigota Insetos sem asas e sem meta mor - fose (ametábolos).Esquemas de tipos de aparelhos bucais. C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 12:35 Página 211 212 – Ordem 1 – Thysanura Ex.: traça-dos-livros. Subclasse 2 – Pterigota lnsetos com asas e metamorfose. São divididos em dois grupos: 1.o Grupo – Hemimetábolos Com metamorfose parcial: ovo – ninfa – imago (adulto). Ordem 2 – Orthoptera Ex.: gafanhoto, barata, bicho-pau, grilo, louva-a-deus. Ordem 3 – Ephemeroptera Ex.: siriruia. Ordem 4 – Dermaptera Ex.: lacrainha. Ordem 5 – Odonata Ex.: libélula. Ordem 6 – lsoptera Ex.: cupim, térmita. Ordem 7 – Anoplura Ex.: piolho (Pediculus humanus), “chato” (Phthirius pubis). Ordem 8 – Hemiptera Ex.: barbeiro, percevejo-do-ma to, baratinha-d’água. Ordem 9 – Homoptera Ex.: cigarra, afídeos, jequitira na - bóia. 2.o Grupo – Holometábolos lnsetos com metamorfose com ple - ta: ovo – larva – pupa – imago (adul to). Nas borboletas e mariposas, as fa ses são determinadas: ovo – la gar ta – cri - sá lida – adulto. Ordem 10 – Lepidoptera Ex.: borboleta, mariposa, bi- cho-da-seda, traça-de-roupa. Ordem 11 – Diptera Apresenta duas subordens: Ne - ma to cera e Brachicera. Subordem 1 – Nematocera Conhecidos como mosquitos; pos - suem antenas longas. Ex.: Cullex sp – principal vetor das filárias de W. bancrofti, causa do ras da elefantíase. Aedes aegypti – vetor da febre ama rela (virose) e da dengue. Anopheles sp – vetor da malária. Phlebotomus intermedius – vetor da úlcera de Bauru. Simulidium – mosquito borra chu do. Subordem 2 – Brachicera Conhecidos como moscas; pos - suem antenas curtas. Ex.: moscado - méstica – grande transmissora me - cânica de germes. Esquema de al guns repre sen tan tes das or dens mais importantes da classe dos in setos. Glossina palpalis – vetor da doen - ça do sono. Drosophila melanogaster – mos - ca-da-fruta. Dematobia hominis – a mos- ca-do-ber ne (é a larva do inseto). Ordem 12 – Siphonaptera Ex.: pulga (Pulex irritans); bi- cho-de-pé (Tunga penetrans); pulga do rato (Xenopsylla cheops), vetora da peste bubônica. Ordem 13 – Coleoptera Ex.: besouro, joaninha. Ordem 14 – Hymenoptera Ex.: abelha, vespa e formiga. 5. CLASSE ARACHNIDA ❑ Caracteres Gerais A classe Arachnida é for mada de or ganismos cujo corpo divide-se em ce fa lotórax e abdômen; não pos suem antenas (áceros) e têm quatro pares de pa tas (octó po des). É o terceiro grande grupo dos ar - tró podes. São na maioria terrestres, vi - vem sob troncos, pedras, bu ra cos no solo, em vários habitat, des de o nível do mar até altas mon tanhas. Demodex folliculorum. ❑ Morfologia Externa O cefalotórax possui seis pares de apêndices: o primeiro par apre sen ta as quelíceras, que servem pa ra cap - turar a presa e, na maioria dos re pre - sentantes da classe, ter mi nam por uma pinça; o segundo par de apên di ces apresenta os pe di pal pos, que ser vem para a apreensão; e há tam bém qua - tro pares de patas. O ab dô men nunca apresenta apêndi ces. Nas aranhas, o abdô men tem ven - tralmente as aberturas das filo tra queias e o poro genital. Poste rior men te, fi cam o ânus e as fiandeiras, que te cem os fios da teia. C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 12:35 Página 212 – 213 Aranha – morfologia. Nos escorpiões, existe um pós- ab dô men, cujo último artículo é ino cu - la dor de veneno. Nos ácaros, não há uma nítida se - pa ração entre cefalotórax e abdô men. ❑ Sistema Digestório É do tipo completo e a digestão é ex tracelular e extraintestinal, nas ara - nhas, sendo seus sucos dige stórios in jetados no corpo das presas (on de é feita a digestão do animal). Aranha capturando suas presas que fi ca - ram unidas à teia. Essas presas for ne ce - rão energia e os nutrientes necessários à continuidade da vida desse aracnídeo. A aranha não devora uma presa, pois apenas pode absorver líquidos. ln je ta-lhe saliva e depois aspira o lí qui - do resultante da digestão dos ór gãos da presa. ❑ Sistema Respiratório A respiração é feita por filo tra - queias (pulmotraqueias), onde ocor - re a hematose (troca de gases res pira tó rios). Em alguns ácaros, a res pi ra ção é cutânea ou traqueal. ❑ Sistema Circulatório A circulação é lacunar e o cora - ção é dorsal no abdômen. O “san gue” é for mado por um plasma, con ten do ame bócitos e hemocianina como pig - men to respiratório. É co mum cha mar de he molinfa o líquido cir cu la tó rio dos ar trópodes. ❑ Sistema Excretor A excreção é feita por um par de tubos de Malpighi, que se ramificam e ainda ficam situados no assoalho do cefalotórax (excretam por ductos que se abrem entre as pernas). ❑ Sistema Nervoso Apresentam um cérebro, que está ligado por um anel nervoso a uma ca - deia ganglionar ventral, seme lhan te aos insetos. ❑ Sistema Sensorial Como órgãos visuais há os oce - los, com função tátil; os pedipalpos e as células quimiorreceptoras ficam nos apêndices. ❑ Glândulas Venenosas Nas aranhas estão localizadas nas quelíceras; nos escorpiões loca li zam-se no telso, que tem a forma de um aguilhão inoculador. Produção da teia. Vítimas de acidentes com ara nhas e escorpiões devem ser ime dia ta men - te so corridas. O veneno de cer tas es - pécies po de resultar em con se quên - cias graves, até a morte, quan do as vítimas, prin ci pal men te crian ças, não são devida mente so cor ridas. Para isso existem soros an tiescorpiônicos e an - tiarac nídeos. ❑ Glândulas Sericígenas Localizam-se no abdômen da ara - nha e terminam nas fiandeiras, on de produzem o fio utilizado para tecer a teia. ❑ Reprodução São animais de sexos sepa ra dos, com dimorfismo sexual e fe cun dação in terna. Nas aranhas, o ma cho utiliza o pedipalpo como órgão copu lador. São ovíparos e vivíparos (escor pi ões). Possuem de sen vol vimento di re to, ocor rendo parte no gênese en tre al - guns ácaros. ❑ Sistemática Os aracnídeos têm, aproxima da - men te, 30 mil espécies. As princi pais or dens são: Ordem 1 – Araneídeos Engloba todas as es pé cies de ara nhas, ve ne no sas ou não. Os ór - gãos inoculadores de ve neno são as que líceras. Ex.: Dugesiella (ta rân tula); La tro - dec tus (viúva-negra); Lycosa; Sal ti cus (aranha papa-moscas); Tenus (ar ma - deira). Ordem 2 – Escorpionídeos São os escorpiões; todos são ve - ne nosos. Ex.: Tytyus bahiensis – escorpião pre to ou vermelho encontrado no cam po. Ordem 3 – Acarídeos São os carrapatos parasitas da pe le de mamíferos. Ex.: Sarcoptes scabiei – cau sa - dor da sarna; Demodex folliculorum – é o “cravo” do rosto; Amblyomma ca - fen nense – é o carrapato. C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 12:35 Página 213 214 – Alguns ácaros. Escorpião – morfologia externa. 6. MIRIÁPODOS Constituem um grupo de artró- podos com o corpo alongado e com inúmeros pares de patas. Possuem um par de antenas, respiram por traqueia e excretam por túbulos de Malpighi. Compreendem duas clas- ses: Chilopoda e Diplopoda. ❑ Classe Chilopoda Ex.: centopeias ou lacraias. São venenosas, carnívoras, de movimentos rápidos, não se enrolam, possuem secção corporal achatada, suas antenas são longas, e têm um par de patas por segmento. Morfologia externa da lacraia. Anatomia interna da lacraia. O primeiro par de patas é trans - formado em forcípulas (estru turas ino - culadoras do veneno). Têm poro genital na região posterior do corpo. São ovíparas, com ou sem larvas. As centopeias são animais pre - dadores de insetos. Sua picada no homem é perigosa. São de hábitos noturnos. ❑ Classe Diplopoda Ex.: embuá, “piolho-de-cobra” e gongolos. Não são venenosos, possuem hábi tos herbívoros, têm movimentos lentos, enrolam-se em espiral e pos - suem secção corporal cilíndrica. Suas an tenas são curtas, e em cada seg - mento há dois pares de patas cur tas. Não possuem forcípulas. Têm po ro ge - nital na região anterior. São oví pa ros com desenvolvimento direto. O piolho-de-cobra. Artrópodo da classe dos di plópodes, denomi nado pio lho-de-cobra. Apre senta o corpo cilíndrico, formado por um grande número de seg men tos. Muitos possuem uma coloração brilhante. Na ca beça há numerosos olhos simples e um par de antenas curtas (díce ros). Há quatro patas articuladas, por seg mento do corpo. C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 12:35 Página 214 – 215 MÓDULO 24 Moluscos e Equinodermas 1. MORFOLOGIA EXTERNA Os moluscos são animais de cor - po mole, viscoso, não seg men ta do, sem apêndices articulados, tri blás ti - cos, com uma cavidade geral (ce lo - ma), simetria bilateral, dividido em três partes: cabeça, pé e massa vis ceral. Geral mente apresentam uma concha calcária. 2. TEGUMENTO Esses animais possuem epitélio sim ples, às vezes ciliado e muito rico em células glandulares, cuja secre - ção torna o tegumento úmido e mole. A parte do tegumento que recobre a mas sa visceral forma uma dobra, cha - mada manto ou pallium, que se cre - ta a concha. 3. CONCHA A concha consiste em uma ca ma - da orgânica externa (perióstraco); uma camada média (prismática) cons ti tuí - da por cristais prismáticos de arago - nita e uma camada interna (na ca - ra da), lisa e brilhante, co nhe ci da co - mo madrepérola. Corte transversal da concha e do manto. A concha pode ser univalve, quan do formada por uma só peça (ca ra mujos e caracóis), e bivalve, quan do formada por duas peças que se adap tam e articulam (ostras e ma - ris cos). Conchas de moluscos. 4. SISTEMA RESPIRATÓRIO A respiração pode ser cutânea, branquial e pulmonar. A respiração pul monar ocorre em gastrópodes terrestres (caracóis); os pulmões são constituídos por um sistema de vasos sanguíneos muito ramificados. Helix – morfologia externa. Os pelecípodes são animais fil - tra dores. A água circundante que pe - ne tra na cavidade do manto car re ga as partículas alimentares que fi cam aderidas a uma camada de mu co, re - cobrindo as brânquias, e as par tícu - las úteis são ingeridas pela bo ca. 5. SISTEMA DIGESTÓRIO É do tipo completo e com pre en - de boca, faringe, estômago, intes ti no e ânus. Na parte basal da faringe mus - culosa, há uma lâmina quitinosa de - nominada rádula, portadora de den tículos dirigidos para trás e pró - prios para ralar os alimentos. É um ór - gão exclusivo dos moluscos e ausen te na classe Pelecypoda. Apresenta como glândulas ane xas o fígado e as glândulas salivares. A digestão é extra e intracelular no mexilhão e, na maioria dos de mais moluscos, é extracelular. Sistema digestório do caracol com deta lhe da rádula (acima). 6. SISTEMA CIRCULATÓRIO É do tipo lacunar. O coração tem po sição dorsal, aparece no interior de uma cavidade pericárdica e re ce be o sangue proveniente dos órgãos res pi - ratórios por intermédio de veias. Po - de ter um ou dois átrios e um ven- trí culo, de onde o sangue é dis tri buí - do aos tecidos. O sistema cir cu la tó rio, ape sar do desenvolvimento de ar té - rias, veias e capilares, é sempre aber - to, comunicando-se com la cu nas san guíneas em vários órgãos. Aparelho circulatório do mexilhão (mo lus co). C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 12:35 Página 215 216 – 7. SISTEMA EXCRETOR A excreção é feita por rins (ne frí - dios modificados), que retiram as ex - cre tas da cavidade pericárdica e as eli minam na cavidade paleal, de on - de passam para o exterior. 8. SISTEMA NERVOSO É do tipo ganglionar, existindo três pares de gânglios nervosos: ce re - broi des, pediais e viscerais, que coordenam, respec tiva men te, as fun - ções sensorial, locomotora e ve ge ta - tiva. Sistema nervoso do mexilhão. Os órgãos sensoriais são esta - to cis tos (equilíbrio), células tác - teis, qui miorreceptoras e os olhos, mui to desenvolvidos nos cefa ló podes. 9. REPRODUÇÃO Nos moluscos, há casos de her - ma froditismo, mas geralmente os se - xos são separados. Nos her ma fro- di tas, ocorre fecundação cruzada, co - mo nos caracóis e caramujos que, ao copularem, estimulam-se mutua men - te, enterrando um no outro o “dar do do amor”. Além disso, pos suem uma gônada hermafrodita, o ovo téstis. Normalmente os moluscos são oví paros e de desenvolvimento direto ou indireto. Há uma larva ciliada, cha - ma da véliger, livre; ou larvas pa rasi - tas de brânquias dos peixes, os glo quí deos, e ainda a larva trocó - fo ra, em gastrópodes. Larvas de moluscos. 10.HABITAT Os moluscos são muito diversi fi - ca dos e habitam os mais variados am - bientes. Há espécies que vivem em ter ra úmida (caracóis, lesmas); ou tras em ambiente marinho, fixas em ro chas (ostras e mariscos); li vres, que vivem na areia do fundo (ca ra mujos de água doce e de água sal ga da); e de nata - ção ativa (lulas e pol vos). Alguns aspectos importantes da Bio logia podem ser abordados. Os ce - fa lópodes, por exemplo, são inver te - bra dos altamente evoluídos, com gran de capacidade de aprendizado, efi cien te mimetismo protetor, por cau - sa das suas rápidas mudanças de cor e da eliminação de jatos de H2O. As ostras produzem as tão va lio sas pé - rolas a par tir do manto, que tam bém reveste a con cha. A de po si ção das camadas da pérola inicia-se so bre um pequeno parasita, ou grão de areia, que pene tra no corpo do molusco, de - termi nan do a reação se cre tora de de - fesa. No aspecto alimentar, os mo lus - cos sempre foram importantes para o ho mem, que consome toneladas de pol vos, lulas, ostras, mariscos e es - car gots. Chiton sp. 11.SISTEMÁTICA DOS MOLUS COS O filo Mollusca representa um dos maiores do reino animal, ultra pas sado apenas pelo filo Arthropoda. É forma - do por 100 mil espécies, agru padas em cinco classes prin ci pais: Amphi - neu ra, Scaphopoda, Gas tro po da, Pele cypoda e Cephalo po da. ❑ Classe Amphineura É formada de organismos com o cor po oval, ou longo e delgado, com sime tria bilateral, cabeça reduzida, des provida de olhos e tentáculos; a con cha é ausente ou então formada por oito placas. São exclusivamente ma ri nhos. Ex.: Chiton sp. ❑ Classe Scaphopoda É formada de organismos com o corpo alongado em sentido dor so ven - tral, com simetria bilateral; a con cha univalve e o manto apresentam-se em forma de um tubo encurvado, com aber tura dorsal e ventral, lem bran do as presas de um elefante. Ex.: Dentalium sp. ❑ Classe Gastropoda A classe Gastropoda é formada de organismos com assimetria se cun dá - ria, provocada pela torção da re gião superior do corpo. Apre sen tam cabe - ça distinta, sustentando olhos e tentá - culos, o pé bem distinto, a mas sa vis ceral bem desenvolvida e en ro - lada; a concha é univalve (na maio ria dos ca sos é helicoidal ou es pi ra lada). Os ór gãos paleais (ânus, poros excre - to res e genitais) estão des loca dos pa - ra o lado direito ou pa ra a re gião an te rior. A rádula está pre sen te na maio ria. C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 29/04/11 14:23 Página 216 – 217 Nesta classe destacamos: Helix sp, caracol de jardim; Arion, lesmas sem concha; Lymnaea sp e Aus tra lor bis sp (Planorbis sp). ❑ Classe Pelecypoda A classe Pelecypoda ou La me lli - bran chiata é formada de organismos com simetria bila teral e o corpo la te - ral mente achatado. São desprovidos de ca beça e rádula. A concha é bi val - ve, com articulação, li ga men tos dor - sais, e fechada por um ou dois mús - culos adutores. Possuem si fões, que controlam a entrada e saída de água na cavidade do corpo. O pé é côni co ou em forma de ma cha do. São dioicos ou her ma froditas e vivem na água doce e salgada. São pelecí po des: ostras, Mytillus sp (mexilhão mari nho), Pecten (mo - lus cos que nadam por batimento das val vas), Anadonta (bi val ves de água do ce), Mya (que vi ve no lodo). ❑ Classe Cephalopoda É formada de organismos simé tri - cos, com cabeça volumosa, massa vis ceral alongada em sentido dor so - ven tral, manto musculoso, cavidade pa leal localizada na região caudal, pé transformado em tentáculos e bra ços que rodeiam a cabeça. A con cha é frequentemente interna e mui tas ve - zes reduzida. Possuem uma glândula anexa ao in tes tino, conhecida por “glândula de tinta”. Quando o animal é atacado, eli - mina um conteúdo preto, que o en vol - ve em uma nuvem escura, e lhe per mite fugir do inimigo. São moluscos mais evoluídos que os de mais grupos e de ambiente ex - clu siva mente marinho. Pos suem olhos seme lhantes aos dos ma mí fe ros, se - xos separados, com esper ma tó fo ro, e de sen vol vimento direto. Seus re pre - sen tantes são: Nautilus, Loligo (lulas), Argonauta, Octopus (polvo), Sepia e calamar. 12.EQUINODERMAS Os equinodermas são animais exclusivamente marinhos, apresen- tando um endoesqueleto calcário, aoqual se associam espinhos fixos ou móveis. O nome do filo refere-se a esta característica (echino = espinho e derma = pele). Os equinodermas são triblás- ticos, celomados, deuterostô- micos, com simetria radial (pentar - radial), e possuem um exclusivo sis - tema locomotor, o sistema ambu- lacrário. 13.PAREDE CORPÓREA O epitélio é simples e recobre o esqueleto. O endoesqueleto é mesodérmico, formado por placas calcárias, fixas ou móveis, nas quais podemos en con trar: ❑ Espinhos Nos equinoides os espinhos são longos, móveis, articulam-se nas pla - cas e podem ser movidos por mús - culos. ❑ Pedicelárias Fazem a limpeza da superfície do corpo. Cada pedicelária é uma espé cie de pequena pinça com dois ou três artículos móveis; possuem tam bém a função de defesa. Parede corpórea. 14.SISTEMA DIGESTÓRIO O sistema digestório é completo e relativamente simples. No ouri- ço-do-mar, há um aparelho bucal, com cinco dentes, acionados por fortes múscu los. É a lanterna-de- aris tóteles. Nas estrelas-do-mar, há cinco pares de cecos gástricos, que par tem do estômago para os braços. Nos ofiúros não há ânus. Nos cri noides o tubo digestório curva-se em U, de ma neira que a boca e o ânus encon tram-se no polo superior lado a lado (prosopígia). Sistema digestório. 15.SISTEMA RESPIRATÓRIO A função respiratória é realizada pelo sistema ambulacrário. Nos as- teroides e equinoides há brânquias ramificadas. Nos holoturoides, en - contramos, na parte final do intes ti no, dois órgãos especiais, túbulos rami - ficados, relacionados à cloaca, que acumulam água para as trocas gaso - sas e excretoras. 16.SISTEMA AMBULACRÁRIO É uma exclusividade dos equi- nodermas. É representado, em todas as espécies, por um conjunto de ca - nais, ampolas e pés, pelo interior dos quais circula a própria água do mar. As variações de pressão de água no sistema determinam expan sões e retrações dos pés, que apresen tam no lado superior uma ampola. Con - traindo-se esta, a água contida é imprimida ao pé, que se estende alargando a extremidade em forma de ventosa, com a qual ele se fixa ao substrato. O animal se locomove fi - xan do e desprendendo os pés alter - nadamente. A sequência de es tru - tu ras do sistema ambulacrário é: pla - ca madrepórica, canal pé treo, canal circular, canais ra diais, ampola e pé ambula crá rio. C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 29/04/11 14:23 Página 217 218 – 17. SISTEMA CIRCULATÓRIO Não possuem um verdadeiro sis- tema circulatório, estando providos de um sistema pseudo-hemal, for - mado por lacunas de origem celo - mática. Não possuem coração. As lacunas são preenchidas por um líquido, contendo amebócitos, que se desloca por movimento osci latório. 18. SISTEMA EXCRETOR A excreção se faz por difusão di- re ta, em qualquer superfície exposta à água, incluindo os pés ambula- crários. 19. SISTEMA NERVOSO E SENSORIAL O sistema nervoso dos equi- nodermas é considerado primitivo, pois não possui um órgão central. Compõe-se de rede de células ner- vosas, em volta do intestino anterior, formando o anel peribucal, de onde partem 5 cordões nervosos radiais para os braços. Há células tácteis e ol fativas em toda a superfície do cor - po. As estrelas têm células fotor re cep - toras na extremidade dos bra ços. 20. REPRODUÇÃO Os equinodermas são animais geralmente de sexos separados, sem dimorfismo sexual, de fecun dação externa. O desenvolvimento ocorre sempre com metamorfose. As larvas diferem entre si, conforme a classe, mas apresentam todas uma simetria bilateral típica. A regeneração é relativamente fácil. As estrelas, quando têm um bra - ço destacado, por exemplo, podem dar origem a um novo animal com - pleto. São as formas em cometa. Regeneração. 21. SISTEMÁTICA O filo Echinodermata é constituído aproximadamente de 6 mil espécies viventes, que são agrupadas em cin co classes: Crinoidea, Echinoidea, Asteroidea, Ophiuroidea e Holothuroidea. ❑ Classe 1: Crinoidea Os crinoides, vulgarmente co- nhe cidos por lírios-do-mar, são equi - nodermas tipicamente fixos. O corpo é constituído por um disco central, caliciforme, com cinco bra ços ramifi - cados e um pedúnculo seg mentado. Cirros dispostos em círcu los circun - dam às vezes o pedúnculo. Boca e ânus aparecem na fase oral, superior. ❑ Classe 2: Echinoidea Apresentam o corpo com forma esférica, sem braços e recoberto por espinhos. Ex.: ouriço-do-mar. O tubo digestório descreve uma es piral simples ou dupla; a boca na face inferior apresenta cinco dentes móveis, constituindo a laterna-de-aris - tóteles, um órgão mastigador; o ânus está na face superior ou lateral. Possuem duas ordens: a)Ordem Echinoida Com o corpo geralmente esférico. Ex.: ouriço-do-mar. b)Ordem Clypeasteroida Constituída de organismos com o corpo achatado e em geral ovoide; possuem uma forma simétrica irregu - lar, sendo bilateral. Ex.: Encope sp (bolacha-da-praia). ❑ Classe 3: Asteroidea É uma classe formada por orga - nismos com corpo achatado, com - posto por um disco central e cinco ou mais braços não ramificados, às vezes curtos. Boca na face inferior e ânus na face superior. São animais geralmente preda do - res de ostras; nesta classe des ta ca-se o gênero Asterias (estrela-do-mar). ❑ Classe 4: Ophiuroidea São animais de corpo com forma semelhante à dos asteroides, com pos - to por um disco central e cinco bra ços delgados, articulados e flexíveis. Boca na face inferior, sem ânus. Ex.: Ophiura sp (serpente-do-mar). ❑ Classe 5: Holothuroidea Os holoturoides, vulgarmente con he cidos por pepinos-do-mar, são ani mais de forma cilíndrica com si me - tria bilateral, alongados na dire ção do eixo principal. Boca anterior e ânus posterior. É característica o fenômeno do inquilinismo, que se estabelece entre a holotúria e o peixe Fierasfer acus, que se refugia na cloaca da primeira. C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 29/04/11 14:23 Página 218 280 – 1. CARACTERES GERAIS Os cordados constituem o último grande filo do Reino Animal. São os animais su periores, filo ao qual per - tence o homem. Possuem três características que os distinguem dos demais animais: 1) notocorda; 2) tubo neural dorsal; 3) fendas branquiais na faringe. São triblásticos, celomados, deu - terostomados; possuem tubo diges - tório com ple to e celoma bem desen - vol vido. ❑ Notocorda – Estrutura e posição É uma haste cilíndrica, elástica e consistente, formada por células vacuo li za das e envolvidas por duas bainhas: uma interna, fibrosa, e outra externa, elástica. Notocorda e bainhas. Evolução Nos protocordados, a notocorda persiste na fase adulta, exceto nos tunicados. Nos vertebrados ela é subs tituída pela coluna vertebral. ❑ Sistema nervoso Tem a posição dorsal e é cons - tituído inicialmente pelo tubo neu - ral, de origem ectodérmica, es ten - dendo-se longitudinalmente logo aci - ma da notocorda. O sistema ner voso, sob a forma de tubo dorsal, é uma impor tante característica para dife - renciar os cordados dos de mais animais, que o possuem sob a forma ganglionar e ventral. Diagrama dos principais caracteres dos Chordata. ❑ Fendas branquiais Localizam-se nas paredes da faringe, pelo menos na fase embrio - nária. Nos cordados aquáticos, elas persistem na fase adulta com a fun - ção respiratória. Nos cordados ter - restres, as fendas desaparecem e em seu lugar sai da faringe um tubo, a traqueia, que leva ar aos pulmões. 2. ORIGEM DOS CORDADOS Existem várias hipóteses relacio - nadas com a origem dos corda dos, porém todas elas são bastante con - trovertidas. A hipótese mais provável é a que admite a evolução dos cordados a partir dos equinodermas: esta hipó - tesesurgiu após um estudo com para - tivo entre invertebrados e proto cor - dados, que mostrou que as for mas larvais dos equinodermas (inver te - brados) e dos hemicordados (pro - tocordados) são extremamente pare - cidas. Tanto os equinodermas como os cordados são deuterosto ma dos. Apesar desses fatos, não existem da - dos mais concretos que confirmem essa hipótese. 3. CLASSIFICAÇÃO Os cordados podem ser divi didos em dois grandes grupos: pro to - cordados e vertebrados. ❑ 1o. Grupo Protocordados ou acrânia Não apresentam crânio, encéfalo ou vértebras, e, considerando o de - sen vol vi mento da notocorda, divi - diremos o grupo em três subfilos: Subfilo 1 Hemichordata Notocorda reduzida a um certo segmento anterior. Subfilo 2 Urochordata Notocorda presente apenas na fase larvária. Subfilo 3 Cephalochordata Notocorda bem desenvolvida, es - tendendo-se desde a cabeça até a cauda. ❑ 2o. Grupo Craniata ou Vertebrata Com crânio, encéfalo e vérte bras. Subfilo 4 Vertebrata Classe 1: Ciclostomados Classe 2: Condrictes Classe 3: Osteíctes Classe 4: Anfíbios Classe 5: Répteis Classe 6: Aves Classe 7: Mamíferos Observação Osteíctes e condrictes for - mam a superclasse dos pisces FRENTE 3 Biologia Animal MÓDULO 25 Cordados C4_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 14:25 Página 280 – 281 (peixes); anfíbios, répteis, aves e mamíferos formam a super classe dos tetrá podes. Subfilo Hemichordata Os hemicordados são animais vermiformes, de corpo mole, alonga - dos, tendo na extremidade anterior uma tromba ou probóscide e um co lar. Possuem notocorda anterior e ru di - mentar (estomocorda); são mari nhos e vivem enterrados na areia do mar. Ex.: Balanoglossus sp. Alguns zoólogos não conside ram que a estomocorda seja real men te uma notocorda reduzida, ves tigial, daí o fato de classificarem os hemi corda - dos como pequeno filo inde pen dente. Morfologia externa O corpo vermiforme é dividido em três regiões: probóscide, colar e tronco. O tronco é a parte mais longa do corpo, mais ou menos cilíndrica e apre sentando na parte inicial as fen - das branquiais. Balanoglossus sp. Tegumento A epiderme é um epitélio sim ples, ciliado, com glândulas mucosas. Esqueleto É representado pela estomocor - da, bastante reduzida e situada na parte poste rior da probóscide. Sistema digestório É completo. A boca permanece aberta, de maneira que por ela pene - tra uma mis tura de água e areia, que contém restos orgânicos. A faringe e o esôfago cons tituem dois tubos pa - ralelos, superpostos, sendo a faringe dorsal e com fendas bran quiais em forma de U. O ânus é terminal. Sistema respiratório As fendas branquiais, existentes na faringe, comunicam-se com as bolsas branquiais, que se abrem ex - ternamente. Nas paredes das bolsas são realizadas as trocas gasosas entre a água e o sangue. Sistema circulatório Apresentam basicamente um vaso dorsal e um ventral. Não há um coração típico. Sistema excretor No interior da probóscide encon - tra mos o glomérulo. O sangue sai do vaso con trá ctil e passa pelo glo - mérulo, que recolhe os catabó litos, lançando-os pos te rior mente na cavi - dade da tromba, que os elimina através do poro dorsal. Sistema nervoso É representado por um anel pe - riesofágico, do qual sai um cor dão nervoso dorsal e um cordão nervoso ventral. Há células sen soriais espa lha - das pela epiderme. Reprodução São animais de sexos separados (dioicos), de fecundação externa com de sen volvimento indireto, pas sando pela fase larval, denominada tor nária. Biologia Os hemicordados têm capaci - dade de regeneração. São marinhos; vivem so li tários em águas litorâneas, no interior de galerias que escavam. Para a nu trição, aproveitam substân - cias orgânicas existentes na areia. Hábitat do Balanoglossus sp. Subfilo Urochordata Os urocordados ou tunicados são animais marinhos que vivem em parte fixos, enquanto outros flutuam e nadam livremente. Devem seu nome à presença de um manto ou túnica, formado essencialmente por uma substância denominada tunici na, isômero da celulose. As verdadeiras características de cordados são encontradas na fase larval. Exemplo: Ascídia. Ascídia. Anfioxo – estrutura interna. C4_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 14:25 Página 281 282 – Tegumento O tegumento é formado por um epitélio simples, uma camada meso - dermal, na qual se dispõem feixes longitudinais e circulares de muscu - latura. O epitélio é secretor da túnica ou manto. Esqueleto É a notocorda caudal, sempre presente nas larvas e desapare cen do no adulto. Sistema digestório O tubo digestório é amplo, com fendas branquiais. Na faringe há uma espécie de canaleta ou goteira cilia - da, com glândulas mucosas, o en dós - tilo. Ele desempenha um im por tante papel na captação das par tí culas alimentares trazidas pela água. Estrutura da Ascídia. Sistema respiratório A água que chega à faringe passa pelas fendas branquiais, na qual ocorre a hematose; daí a água passa para uma grande câmara, que a envolve, o átrio, e vai para o exte rior através de um sifão exalante, si - tua do praticamente ao lado do sifão inalante, em que está a boca. Circulação É do tipo lacunar. Há um coração tubiforme, algumas vezes dobrado em forma de V. Os tunicados são os únicos animais cujo coração alterna o sen tido da corrente sanguínea. O san gue apresenta um pigmento res - pira tório com átomos de vaná dio na mo lécula (vanadina). Excreção Não há órgãos excretores. Há cé - lu las que retiram os catabólitos, con - ser vando-os como concreções só li - das e, posteriormente, eliminando-os. Sistema nervoso Na fase larval, há um tubo neural, e, na fase adulta, há um simples gânglio, colocado entre os dois si fões. Reprodução São animais hermafroditas, com fecundação externa e com metamor - fose. Além da reprodução sexuada, possuem também a reprodução asse - xuada por brotamento. Biologia As ascídias são todas sésseis, fixadas em rochas ou em outros ob je - tos submersos. As formas isoladas são as maiores, atingindo 10 a 20 centí metros; as colônias são sempre me nores. Subfilo Cephalochordata Os cefalocordados ou leptocár - dios (coração frágil) são animais pequenos, pis ci formes, de vida livre, marinhos, com notocordas bem de - sen volvidas e per sis ten tes durante toda a vida do animal. Ex.: Branchiostoma lanceo latus (Anfioxo). Morfologia externa O anfioxo é um pequeno animal de 5 a 8cm de comprimento, trans - parente e pisciforme. Na extremida de anterior há o rostro, abaixo do qual se encontra a abertura bucal, rodeada de cirros. Há três aber tu ras no animal: boca, atrióporo e ânus, deslo - cado para a esquerda. Através da sua trans parência, ob - ser vam-se os mús culos, em for ma de V, nos flan cos do corpo. Também as gônadas são facilmente distinguí veis: estão loca li za das na região ventral do corpo. Anfioxo – morfologia externa. Sistema tegumentário A pele é formada por uma sim - ples camada de células epidér mi cas e uma delicada derme. Sistema muscular A musculatura é dividida em somática e visceral. A primeira, loca - lizada logo abaixo da derme, em for - ma de V, apresenta miôme ros. Entre os mús cu los viscerais, des ta camos os trans versais, que com primem a ca - vi dade atrial, eli mi nando água pa ra o exterior. Sistema esquelético A principal estrutura esquelética é a notocorda, que se dispõe para - lela men te no interior do tubo neural, des de a cabeça até a cauda.Sistema diges tório É completo, com boca filtra do ra e uma grande farin ge com muitas fen - das branquiais. O ânus é ventral e posterior. Sistema res pi ra tório As trocas ga so sas se dão prin ci - palmente através da pele, por difu são direta, em todo o corpo do ani mal. Sistema circulatório Apresenta vasos que circundam a faringe, com pequenas dilatações, com ca pa cidade contráctil, que im - pulsionam o sangue de baixo para cima. O sentido da corrente sanguí - nea é posteroanterior, na região ven - tral, e anteroposterior, na região dor - sal. A circulação é lenta e a pres são do sangue, muito baixa. O san gue é incolor (sem pigmento respira tório). Sistema excretor A excreção é feita por 100 pares de protonefrídeos ou solenó ci tos, situados na região dorsal da fa ringe. Os catabólitos são eliminados no átrio, através de poros, atingindo final mente o meio externo, através do atrióporo. Sistema nervoso É basicamente um longo tubo nervoso, com uma pequena dilata - ção anterior, a vesícula cerebral. O pe queno desenvolvimento do encé - falo está relacionado com a pobreza C4_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 14:25 Página 282 – 283 de órgãos sensoriais, pois não há órgãos sensoriais especializa dos. Mas os cirros e toda a região bucal têm células sensoriais. Há também uma fosseta olfativa. Reprodução Os sexos são separados (dioi - cos). As paredes das gônadas, quan - do ocorre a maturação dos óvulos, racham, libertando os óvulos que caem no átrio, saindo pelo atrióporo. O mesmo acontece com os esper - matozoides. A fecundação é externa e o desenvolvimento é direto. Biologia Os anfioxos são animais mari - nhos. Durante o dia, permane cem enterrados na areia. À noite, nadam à procura de alimentos, ingerindo al gas e animais planctô nicos. Ao se rem perseguidos, nadam rapida men te e se enterram. Considerações gerais O anfioxo tem especial interesse zoológico porque mostra as caracte - rísticas fundamentais do Filo Cor - data de um modo bem simplificado. De um modo geral, o plano de or ga - ni zação do corpo é o mesmo de um animal vertebrado. O anfioxo não é um animal muito conhecido, mas apre senta um grande valor biológico no estudo da embriologia com parada dos ver te brados, e também como um animal de transição entre os proto - cordados e os vertebrados mais simples, os ciclóstomos. 4. VERTEBRADOS SUPERCLASSE PISCES (PEIXES) Animais gnatostomados (com man dí bula), anamniotas (sem âmnio) e analantoidianos (sem alan toide). Apre sentam saco vitelino. São car tila - gino sos (ex.: tubarão) ou ósseos (ex.: ronca dor). ❑ Características gerais • Tegumentos Epiderme pluriestratificada com glândulas mucíparas. Condrictes com escamas placoides (origem der mo e - pidérmica). Osteíctes com es ca mas dérmicas (cicloide, ctenoide e ga - noide). Aspecto geral externo de um peixe ósseo. Escama placoide. Tipos de escamas dérmicas. • Esqueleto Cartilaginoso ou ósseo. • Digestão Tubo digestório completo. Di ges - tão extracelular, intestino com tiflos olis (somente nos condrictes). • Respiração Branquial, pulmonar (dipnoicos). • Circulação Fechada e simples. • Excreção Rins mesonefros. • Sistema nervoso Dez pares de nervos cranianos • Reprodução Dioicos; ovíparos ou viví paros; fe - cun dação externa ou na bolsa copu - la dora (cavalo-ma rinho). Ex.: larva alevino. 5. CLASSE AMPHIBIA (ANFÍBIOS) São animais tetrápodas, ana mni o - tas e analantoidianos. Ex.: sapo. Sistema digestório do sapo. ❑ Características gerais • Tegumento Pele úmida, intensamente vas cu - larizada, pouco queratinizada e com glândulas pluricelulares. • Digestão Tubo digestório completo. Digestão extracelular. • Respiração Cutânea, branquial, bucofarín gea e pulmonar. • Circulação Fechada, dupla e incompleta. • Excreção Rins mesonéfricos. • Sistema nervoso Dez pares de nervos cranianos. • Reprodução Dioicos, fecundação externa: de - sen volvimento indireto (larva girino). Neotenia. 6. CLASSE REPTILIA (RÉPTEIS) São animais amniotas (possuem âmnio), triblásticos, celomados, deu - te ros tô mios, cordados, gnatostoma - dos e pecilotérmicos. ❑ Características gerais • Tegumento Apresentam pele seca, sem glân - dulas, com espessa camada cór nea, com escamas e placas ós seas. C4_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 14:25 Página 283 284 – Poros femurais nos lagartos e glân dulas de cheiro na cloaca das co - bras. Apresentam muda. Pele de réptil. • Esqueleto Crânio com um côndilo occipital. Cobras apresentam coluna vertebral com mais de 500 vértebras. Tarta ru - gas com exoesqueleto (ca ra pa ça dor - sal e plastrão ven tral). • Digestão Boca com dentes; língua pro trác - til; glândulas venenosas desem bo can - do em dentes inoculadores. Esôfago, estômago (com moela nos crocodilianos), intestino delgado e grosso, terminando em cloaca. Com glândulas salivares, fígado e pâncreas. • Respiração Pulmonar. Nos quelônios aquá ti - cos há uma respiração auxiliar atra vés de sacos cloacais. • Circulação Fechada, dupla e incompleta. Hemá cias elípticas e nucleadas. Rim metanéfrico. • Excreção Rins metanéfricos. Au sên cia de bexiga nos ofídios e crocodilianos. Excretam ácido úrico. • Sistema nervoso Doze pares de nervos crania nos. Telencéfalo bem desenvolvido. • Reprodução Dioicos. Fecundação interna e de senvolvimento direto. Ovíparos, vivíparos (su curi) ou ovo vivíparos (co ral). Pênis em tartaruga e crocodilo; hemipênis em cobras e lagartos. 7. CLASSE DAS AVES São animais cordados, verte bra - dos, amniotas, alan toidianos e ho - meo termos. Apresentam corpo aerodi nâmico coberto de penas epidérmicas. ❑ Características gerais • Tegumento Pele delgada, seca e sem glân - dulas, exceto a uropigiana. • Esqueleto Ossos pneumáticos. Um côndilo no occipital. • Digestão Possuem bico córneo e boca. Não têm dentes. Esôfago com um papo (arma ze na e amolece o alimento). Não apresentam glândulas saliva - res. Estômago dividido em proven trí - culo (digestão química) e moela (di - gestão mecânica). Intestino termi na em cloaca. Têm fígado e podem ou não apresentar vesícula biliar. Possem pâncreas. • Respiração Pulmonar; sacos aéreos; ossos pneu máticos; presença de siringe (aves canoras). Sacos aéreos. • Circulação Fechada, dupla e completa (dois átrios e dois ventrículos). Crossa aór - tica voltada para a direita. Hemácias ovais e nucleadas. • Excreção Rins metanéfricos. Dois ureteres ter minam na cloaca. Ausência de bexiga urinária. Excretam ácido úrico. • Sistema nervoso Telencéfalo e cerebelo bem de - sen volvidos. Doze pares de nervos cranianos. • Reprodução Dioicos; fecundação interna; oví - paros; desenvolvimento direto. Ocor - re pênis em algumas espécies (gan so, pato, avestruz). 8. CLASSE MAMMALIA São animais cordados, vertebra - dos, triblásticos, celomados, deute - ros tomados e homeotérmicos. Corpo geralmente coberto por pelos. Geralmente possuem qua tro membros. Apresentam pé com cinco artelhos ou menos. ❑ Características gerais • Tegumento Epiderme corneificada. Pele com muitas glândulas sebáceas, sudorí pa - ras, odoríferas e mamárias. Presença de pelos. • Esqueleto Crânio com dois côndilos occipi - tais. Apresenta sete vértebras cer vi - cais. Ouvido médio com três ossícu los (mar telo, bigorna e estribo). • Digestão Boca com dentes (raramente au -sentes). Estômago longo atravessando o diafragma. Estômago simples (ou dividido em câmaras ruminantes). Intestino delgado e grosso, ter mi - nando em ânus ou cloaca (marsu piais e monotremados). • Respiração Pulmonar; laringe com pregas vocais; presença de diafragma. • Circulação Fechada, dupla e completa. Dois átrios e dois ventrículos. Hemácias anucleadas. • Sistema nervoso Desenvolvimento máximo do cór - tex cerebral. Doze pares de nervos cra nianos. • Sistema urogenital Rins metanéfricos; ureteres (de - sem bocando na bexiga urinária). Fecundação inter na; desenvolvimen - to direto; vivíparos (maioria) ou oví - paros (mono tre ma dos). C4_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 14:25 Página 284 – 285 1. AIDS OU SIDA A sigla SIDA significa “Síndro me da Imunodeficiência Adquirida”. Na língua inglesa é AIDS (Acquired Immunodeficiency Syndrome). O termo imunodefi ciên cia de - ve-se ao fato de o portador do vírus tornar-se incapaz na defesa con tra os agentes patogênicos (cau sa dores de doen ças). O agente causador da AIDS é o vírus denominado HIV (vírus da imu - nodeficiência humana). Estrutura interna do HIV, segundo Robert Gallo. O vírus HIV, causador da AIDS, tem como material genético o RNA. As células verdadeiras apresen - tam os dois ácidos nucleicos, DNA e RNA. Geralmente, nestas células, o DNA comanda a produção de RNA. O HIV é denominado retrovírus porque apresenta RNA que pode comandar a síntese de DNA, quando está parasitando uma célula. Ele possui uma enzima especial, chama - da transcriptase rever sa. Esta enzima é que permite a pro du ção do DNA a partir do RNA. O HIV tem afinidade por um tipo de glóbulo branco do homem, que é considerado o “general-de-divisão” do exército de defesa imunológica: o linfócito CD4 (linfócito T4). O material genético “pirata” do vírus é incorpo - rado ao glóbulo branco. Quando esse tipo de glóbulo do sangue se divide para organizar a defesa contra agentes agressores, o código “pirata” do vírus é decifrado e milhares de novas partículas virais são produzidas, es palham-se pelo san gue e vão-se con centrar nas se - cre ções do corpo – das quais o es per - ma e os líquidos vagi nais são as mais impor tantes – e no sis tema ner voso central, pois o HIV pos sui es pecial afinidade pelas células ner vosas. 2. O COQUETEL ANTI-AIDS O virologista chinês, naturalizado norte-americano, David Ho, anun ciou na XI Conferência Internacional da AIDS re sul ta dos animadores na tera - pia da Sín drome da Imuno defi ciência Adqui rida. Esse tratamento permite uma di - minuição da carga viral do portador. Os doentes medicados obti ve ram uma diminuição em 98,9% da quan - tidade de HIV no organismo. Ao entrar no linfócito, o HIV livra-se da cápsula e, à custa de uma enzima, a trans criptase reversa, transforma seu material genético, o RNA, em DNA. Esse coquetel apresenta uma droga de 1a. geração, o AZT, que é um inibidor da enzima transcriptase reversa. Possui também uma dro ga de 2a. geração que pode ser, por exem plo, o 3 TC, outro inibidor da transcrip tase. O terceiro componente é uma droga de nova geração (ter - ceira) conhecida como inibidora da protease (indinavir, ritonavir, sa qui - navir etc.). Os inibidores da protease difi cul - tam o amadurecimento do vírus. O emprego dessas drogas me - lho ra o quadro clínico dos pacien tes tratados, ocasionando em muitos o desaparecimento das moléstias opor - tunistas. Não sabemos ainda o que ocor - rerá a longo prazo, mas surgiu uma “luz no fim do túnel” para a provável cura dessa terrível moléstia. O código “pirata” é então in cor - porado ao DNA do linfócito, graças à enzima integrase. O linfócito, sob o comando pi ra ta, transforma-se numa fábrica de vírus. O HIV é denominado re tro - vírus porque possui um RNA capaz de co man dar a sín te - se de DNA ao parasitar uma célula verdadeira. MÓDULO 26 AIDS, Viroses e Bacterioses O vírus liga-se à proteína CD4 do linfócito e é puxado para dentro da célula. C4_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 14:25 Página 285 286 – 3. CONDIÇÕES CLÍNICAS ASSOCIADAS À AIDS C4_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 14:25 Página 286 – 287 4. DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS Vírus são estruturas acelulares, parasitas intracelulares obrigatórios. São agentes etiológicos relacionados às seguintes doenças: Contato da pele com as bolhas, e pelo ar, que contêm o vírus Varicela zoster. Por gotículas de saliva expelidas pelo doente, que contêm o Paramyxovirus sp. Vertical (placentária), amamentação materna, sexual, de pessoa para pessoa e por transfusão sanguínea. Picada da fêmea de mosquitos: Aedes aegypti ou Aedes albopictus. Picada da fêmea de mosquitos: Aedes aegypti ou Aedes albopictus (tigre asiático). Ocorre quando um indivíduo que teve um tipo de vírus da dengue recebe outro vírus diferente, também da dengue. Via respiratória, inalando o Aphthovirus sp. Picada da fêmea do mosquito Haemagogus sp ou Sabethes sp contendo o Flavivirus sp. Picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti ou Aedes albopictus contendo o Flavivirus sp. Através de secreções corpóreas e sangue contaminado pelo Filovirus sp. Contato com o ar contaminado pelo Myxovirus influenzae. Via respiratória, água e alimentos contendo o Hantavirus sp. Contato pessoa a pessoa; oral-fecal, transfusão sanguínea. Contato íntimo com indivíduo transmissor, a partir de superfície mucosa ou de lesão infectante contendo, por exemplo, o Herpes simplex. Contato íntimo de secreções orais (saliva) contendo o vírus Epstein-Barr, da família Herpesviridae. Vertical (placentária); ato sexual; o agente etiológico é o HPV. Contato direto com secreções faríngeas de doentes. Através da saliva de animais doentes. Contato com o ar contaminado pelo vírus sincicial respiratório, ou pelo vírus parain - fluenza ou pelo rinovírus. Através de gotículas de muco e saliva ou pelo contato direto com as secreções do nariz. Através de gotículas de muco e saliva ou pelo contato direto com as secreções do nariz. Ato sexual, seringas contaminadas, transfusões sanguíneas, via vertical (placen - tária). Contato com as secreções das vias respiratórias, com as lesões da pele, das mucosas e com os objetos de uso do doente. Catapora (varicela) Caxumba (parotidite infecciosa) Citomegalia Dengue Dengue hemorrágica Febre aftosa Febre amarela silvestre Febre amarela urbana Febre hemorrágica do ebola Gripe Hantavirose Hepatite Herpes Mononucleose Papiloma (Condiloma) Poliomielite (paralisia infantil) Raiva (hidrofobia) Resfriado Rubéola Sarampo Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS = SIDA) Varíola TRANSMISSÃODOENÇA C4_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 14:25 Página 287 288 – 5. BACTERIOSES As bactérias são procariontes. Pertencem ao reino Monera. São agentes etiológicos relacionados às seguintes doenças: Bacilo do antraz (Bacillus anthracis) Bacilo botulínico (Clostridium botulinum) (Brucella sp) Vibrião colérico (Vibrio cholerae) Bacilo da coqueluche (Bordetella pertussis) Bacilo de Krebs-Loeffler (Corynebacterium diphteriae) Estreptococo de tipo A Bacilo (Haemophilus influenzae) Bacilo tífico (Salmonella typhi) Gonococo (Neisseria gonorrhoeae) Bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae) (Leptospira sp) (Bonnelia bungdorferi) Meningococo (Neisseria meningitidis) (Yersinia pestis) Diversos exemplos (Diplococcus pneumoniae, mico plas - mas, clamídias, legionelas etc.) (Chlamydia psittaci) (Shigella sp) Espiroqueta (Treponema pallidum) Bacilo tetânico (Clostridium tetani) Bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis) (Chlamydiatrachomatis) Através da inalação de esporos ou in gestão de ali - mentos contaminados, ou feri mentos cutâneos. Ingestão de alimentos contaminados (ex.: enla tados de palmito). Contato com secreções animais conta mi nadas; com a placenta; fetos abor tados; ingestão de leite cru. Ingestão de água ou de alimentos contami nados. Contato direto ou indireto com a saliva do doente. Contato com a secreção do nariz, ou da garganta, ou através do leite cru. Penetração através de cortes na pele. Contato direto pessoa a pessoa (com conjuntivite) ou indireto por intermediação mecânica (insetos, toa lhas, mãos). Contato direto ou indireto com fezes ou urina do doente. Contato sexual. Penetração no organismo pela pele ou mucosas (ex.: nasais). Penetração no organismo pelas mucosas ou pela pele ferida ou via oral (alimentos contaminados). Adesão de carrapatos à pele e sucção de sangue. Por via respiratória, quando o doente fala, tosse, espirra ou beija. Picada de pulgas infectadas; pessoa a pessoa. Por via respiratória; contato pessoa a pessoa; infecção hospitalar. Por via respiratória; contato pessoa a pessoa. Ingestão de água ou de alimentos contaminados. Contato sexual; transfusão de sangue; via vertical (placentária). Penetração dos esporos através de ferimentos perfu - rantes. Por via respiratória (inalando o bacilo). Ato sexual. Antrax (carbúnculo) Botulismo Brucelose (febre ondulante ou do mediterrâneo) Cólera Coqueluche (tosse comprida) Difteria (crupe) Fasciíte necrosante Febre purpúrica brasileira Febre tifoide (Tifo) Gonorreia (blenorragia) Lepra (Hanseníase) Leptospirose Lyme (doença de Lyme) Meningite meningocócica Peste Pneumonia Psitacose Shigelose (disenteria) Sífilis Tétano Pneumonia Uretrite AGENTE INFECCIOSOTRANSMISSÃODOENÇA C4_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 14:25 Página 288 – 289 MÓDULO 27 Tipos de Ovos e Clivagem 1. TIPOS DE OVOS A classificação é baseada na quantidade e distribuição do vitelo ou deutoplasma, substância nutritiva que o embrião utiliza no desen volvimento. ❑ Ovos oligolécitos ou isolécitos São aqueles que possuem pe- quena quantidade de vitelo unifor - memente distribuída pelo citoplasma. São próprios das espécies nas quais o embrião não obtém o alimento do ovo, mas sim do corpo materno ou do meio ambiente. Aparecem em es - pongiários, celenterados, equinoder - mas, protocordados e mamíferos. Ovo oligolécito. ❑ Ovos heterolécitos ou mediolécitos Apresentam nítida polaridade, dis tinguindo-se o polo animal, com pequena quantidade de vitelo, e o polo vegetativo, com abundante vite - lo, permitindo a nutrição do embrião durante algum tempo. Aparecem em platelmintos, mo- lus cos, anelídeos e anfíbios. Ovo heterolécito. ❑ Ovos telolécitos ou megalécitos Apresentam uma grande quanti- dade de vitelo, que ocupa quase to do o ovo. O citoplasma e o núcleo fi cam reduzidos a uma pequena área, e a cicatrícula, ou disco germinativo, fica situada no polo animal. Ocorrem em cefalópodos, pei- xes, répteis e aves. Ovo telolécito completo. ❑ Ovos centrolécitos O vitelo concentra-se no centro do ovo e separa duas zonas de pro - toplasma: uma central, contendo o nú - cleo, e outra periférica, circundan do o vitelo. São ovos típicos de artrópodos. Ovo centrolécito. 2. SEGMENTAÇÃO OU CLIVAGEM Entende-se por segmentação ou clivagem a divisão do ovo em certo número de células denominadas blas - tômeros. A segmentação termina com a formação de uma figura em brionária chamada blástula. O tipo de segmen - tação é determinado pela quantidade de vitelo existente no ovo. Sendo substância inerte, o vi telo, quan do em grande quanti dade, pode dificultar ou mesmo impedir a segmentacão total do ovo. Distinguem-se dois tipos de seg- mentação: holoblástica e mero blás - tica. ❑ Segmentação holoblástica ou total Ocorre em ovos oligolécitos e he - terolécitos, nos quais a pequena quantidade de vitelo permite a seg - men tação completa do ovo. Distinguem-se dois tipos: igual e desigual. 3. TOTAL E IGUAL (OU SUBIGUAL) É própria dos oligolécitos, nos quais a distribuição uniforme do vite lo permite a divisão em blastôme ros de mesmo tamanho. Serve como exem - plo a segmentação do ovo do anfioxo. O primeiro plano de divisão é lon - gitudinal ou meridional e corta o ovo em dois blastômeros rigorosa men te iguais. O segundo plano é ainda meri- dional e perpendicular ao primeiro, produzindo quatro células iguais. O terceiro plano de divisão é transversal e passa ligeiramente acima do equador. O embrião aparece, agora, com oito células, sendo as quatro do polo ani mal ligeiramente menores. As divisões seguintes são iguais e realizadas em planos alternadamente longitudinais e transversais, de termi - nando a formação de uma pri meira figura embrionária, a mórula, constituí - da por um conjunto de célu las ar - redon dadas lembrando uma amora, daí o nome de mórula dado ao estágio em questão. O desenvol vimento pros - Segmentação holoblástica. segue e, à me dida que as divi sões se sucedem, as células se des locam, deixando, no centro do em brião, um espaço com líquido. Finalmente, todas as células apa - recem dispostas na periferia, forman - do uma camada denominada blas - to derma, que reveste a blas tocela, ca - vidade central cheia de líquido. A es - se estágio dá-se o nome de blástula. C4_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 14:25 Página 289 290 – ❑ Segmentação especial do ovo dos mamíferos O ovo dos mamíferos é do tipo oligolécito, aparecendo envolvido por espessa membrana denominada zo - na pelúcida. A clivagem é holo blás - tica, produzindo a mórula. As divisões prosseguem e, no lu - gar da blástula, surge o blas to cis - to, uma estrutura esférica envol ven do um grupo de células e uma cavidade. A parede do blas tocisto é cha mada trofoblasto e inicialmen te consti - tuída por uma úni ca cama da ce lular, com a função de obter ali mento para nutrição do embrião. As células si - tuadas no interior do blas to cisto constituem a massa celu lar in ter - na, da qual se formará o em brião. 4. SEGMENTAÇÃO HOLOBLÁSTICA OU TOTAL E DESIGUAL Ocorre nos ovos heterolécitos e, devido à desigual distribuição do vi - telo, produz blastômeros de tamanhos diferentes. Serve como exemplo a segmentação do ovo de sapo. Os dois primeiros planos de di vi - são são meridionais e perpendicu - lares entre si, destacando quatro blastômeros de igual tamanho. O ter- ceiro plano é transversal e deslo cado para o polo animal, de maneira que determina a formação de quatro pe - quenos blastômeros ou micrômeros no polo animal e quatro maiores ou macrômeros no polo vegetativo. Desde o estágio que apresenta oito células, começa a aparecer en tre os blastômeros uma pequena cavi - dade, marcando o início da for mação da blastocela. As divisões se guintes realizam-se em planos per pendi - cu lares e, à medi - Segmentação do ovo de mamífero. da que elas ocorrem, vai aumentando a blas to cela; forma-se, desse modo, uma blás tula que, cortada longitudi - nal mente, apresenta a blastocela des - lo cada pa ra o polo animal. Superior- mente, o blas to derma é for mado por micrô meros e, inferior mente, por ma - crômeros. 5. SEGMENTAÇÃO MEROBLÁSTICA OU PARCIAL Nos ovos com abundante vitelo, co mo é o caso dos telolécitos com - pletos e centrolécitos, apenas o pro to - plasma se divide, de maneira que a seg - men tação do ovo é apenas par cial. ❑ Meroblástica discoidal É típica dos ovos telolécitos com diferenciação polarcompleta e atinge apenas o disco germinativo. Pode ser observada na evolução do ovo de aves. Os fusos mitóticos orientam-se tan gencialmente à superfície do dis co germinativo e produzem um mo saico celular sobre o vitelo. Na etapa final da segmentação, os blastômeros dão origem a uma lâmina discoidal e superficial, o blas - toderma, que depois se destaca do vitelo, deixando um espaço que cor - responde à blastocela. Forma-se, des - se modo, a blástula. ❑ Meroblástica superficial Ocorre nos ovos centrolécitos dos artrópodes. O núcleo, situado no centro do ovo, divide-se várias vezes. Os nú- cleos resultantes migram para a peri - feria do ovo, onde surge uma camada protoplasmática plurinucleada. En tre os núcleos, surgem membranas divisó - rias, originando um estrato ce lular que representa o blas toderma. Fases da segmentação meroblástica discoidal. Segmentação meroblástica superficial. C4_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 14:25 Página 290 – 291 1. O ANFIOXO O anfioxo é um pequeno animal de 5 a 8cm de comprimento, trans- parente e pisciforme. Na extremida de anterior, há o rostro, abaixo do qual se encontra a abertura bucal, rodea - da de cirros. Há três aber tu ras no ani mal: bo ca, atrióporo e ânus, deslo - ca do para a esquerda. Em razão da transparência, ob - ser vam-se os músculos em forma de V nos flancos do corpo. Também as gô na das se dis tin guem muito bem pela trans pa rência; estão loca lizadas na região ventral do corpo. Anfioxo – morfologia externa. 2. FASES DA SEGMENTAÇÃO Vamos tomar por base o desen - volvimento do anfioxo, que apresenta segmentação holoblástica igual. Já aprendemos que, após a fe - cundação, a célula sofre sucessivas divisões, passando por diferentes es - tágios de desenvolvimento. Já vimos a fase de mórula, que só ocorre na segmentação holo blás tica igual, e a fase de blástula. 3. MÓRULA Mórula. Constitui a forma embrionária en- contrada após sucessivas divi sões celulares. Caracteriza-se, fundamen- talmente, pela forma esférica e por apresentar-se ma ci ça, isto é, com - posta in tei ra mente de cé lu las em brio - ná rias. Só aparece no tipo de seg men tação holo blás tica igual. 4. BLÁSTULA Consiste numa fase embrionária típica em certos animais e de difícil re - conhecimento em outros. Carac te ri- za-se, de um modo ge ral, pela for ma glo bosa e por apre sentar uma única camada de cé lu las (blas to der ma), de - li mi tan do uma ca vidade com ple ta - mente fe chada (blas to ce la). Corte da blástula de um anfioxo. 5. GASTRULAÇÃO É o processo de formação da gástrula, estágio em brio nário que se inicia a partir da blástula e se ca - racteriza pela existên cia de duas camadas celulares. No anfioxo, a gastrulação é feita por embolia. É o tipo mais primitivo de gastrulação. O processo começa com um achatamento do polo ve ge - tativo que, a seguir, invagina e pe- netra na blastocela, aplicando-se contra a face interna do polo animal. Neste tipo de gastrulação, a blasto - cela vai diminuindo progressiva mente, che gan do a ser apenas virtual quando as duas camadas celulares se encos - tam. Do outro lado, forma-se pela invaginação uma nova cavida de, o arquêntero ou intestino pri mitivo, que se comunica com o exterior através de uma abertura chamada blas tó - poro. Cortada longi tudinal men te, a gástrula aparece constituída por dupla camada celu lar. A pa rede ex - terna é o ecto derma ou ectoblasto, e a interna, que reves te o ar quêntero, é o mesen toderma, que irá formar o endoblasto ou en doderma e o meso - blasto ou me soderma. 6. FORMAÇÃO DO TUBO NEURAL (NÊURULA) Inicialmente, as células ectoblás - ticas dorsais do embrião tornam-se mais alongadas e passam a cons tituir a placa neural. A seguir, a placa neu - ral invagina-se e forma o sulco ou goteira neural. O sulco aprofunda-se, e seus bordos unem-se, transforman - do-se no canal neural, sobre o qual se refaz o ectoblasto. O tubo neural possui, no início, duas aberturas: o neuróporo, anterior, em comunica ção com o meio externo, e o canal neu ren - térico, que se comunica com o arquêntero. Posteriormente, ocorre o fechamento das duas aberturas. Orien tando-se dorsal e longitudinal - mente entre o ectoblasto e o endo - blasto, o canal neural transforma-se no sistema nervoso central. A cons - titui ção do canal é a mesma para os diversos vertebrados. 7. FORMAÇÃO DO MESOBLASTO E DA NOTOCORDA No teto do arquêntero, o meso- derma forma três evaginações: uma central, que formará a notocorda, e duas laterais, que originarão o celo- ma. As duas vesículas laterais cons- tituem os somitos. Em cada um dos so mitos, a parede é chamada de me - soblasto ou mesoderma, enquanto a cavidade central representa o celo ma. A evaginação lon gitudinal me dia - na transforma-se na notocorda ou corda dorsal, um eixo de sustenta ção que caracteriza todo embrião de animal cordado. Cortado transversal - mente, o embrião apre sen ta, nesta fase, as seguintes es truturas: 1 – Três folhetos germinativos: ec - toderma, endoderma e me so - derma. 2 – Tubo neural. 3 – Notocorda. 4 – Intestino primitivo. MÓDULO 28 Embriologia do Anfioxo C4_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 14:25 Página 291 292 – 8. EVOLUÇÃO DOS FOLHETOS De cada um dos três folhetos ger - minativos – ectoderma, endo der ma e mesoderma –, derivam todas as es - truturas dos animais, por meio de um processo denominado organo gêne se. Explicaremos, a seguir, os folhe tos e as principais estruturas deles deri vadas. 9. ECTOBLASTO O ectoblasto divide-se em dois elementos: o epiblasto e o neuro blasto. O epiblasto origina a epiderme e os anexos epidérmicos, como glân du - las, pelos, penas, garras, esca mas etc. No epiblasto, destacam-se os pla - coides sensoriais, que migram em profundidade e originam as vesícu las olfativas, as auditivas, os crista linos, os lobos anterior e interme diário da hipófise. Do neuroblasto derivam o encé- falo e a medula, que constituem o sistema nervoso central (SNC). 10. MESOBLASTO O mesoblasto divide-se em três partes: epímero (dorsal), mesômero (central) e hipômero (ventral). O epímero também se divide e origina três estruturas: esclerótomo, miótomo e dermátomo, que formam, respectivamente, o esqueleto axial, os músculos estriados e a derme. O mesômero, situado entre o epí- mero e o hipômero, é responsável pela gênese do sistema urogenital, constituído por rins e gônadas. O hipômero limita o celoma e apre senta duas lâminas: a somato - pleura, colada ao ectoblasto, e a es - plancno pleura, em contato com o en doblasto. A somatopleura dá origem aos músculos viscerais, ao pericárdio (te - cido que envolve o coração) e aos ossos e músculos dos apêndices locomotores, braços e pernas. A esplancnopleura origina os mús culos lisos, o miocárdio (muscula - tura do coração), o endocárdio (tecido que recobre internamente o co ração) e o endotélio (camada celular que re ves te internamente os va sos sanguí neos). 11. ENDOBLASTO O endoblasto dá origem a dife- rentes partes do tubo digestório e de suas glândulas anexas, tais como o fígado e o pâncreas. Os pulmões e a traqueia são igualmente de origem endodérmica. O endoblasto só constitui o epi- télio pulmonar interno, sendo o estro- ma dos pulmões e a parede da traqueia provenientes do mesoblasto. Também no caso do tubo digestório, o endoblasto só forma a parte epitelial, sendo a musculatura ori - ginada do mesoblasto. Veja o diagrama abaixo mos tran - do os três folhetos embrionários de um embrião típico de vertebrados e al gu mas das estruturas que eles originam. Corte transversal de um embrião de cordado. A formação do tuboneural. A formação do mesoderma. Desenvolvimento do mesoderma e da notocorda. Gastrulação em anfioxo. C4_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 14:25 Página 292 – 293 1. GENERALIDADES À custa de porções dos folhetos germinativos não utilizados na forma- ção do embrião, constituem-se os anexos embrionários, que posterior- mente se atrofiam com o desenvol- vimento embrionário ou então são ex pulsos com o nascimento do animal. Os anexos embrionários servem para nutrição, proteção, respiração, excreção e outras funções neces - sárias ao desenvolvimento embrioná - rio. Como anexos, encontramos saco vitelínico, alantoide, âmnio, cório e placenta. 2. O SACO VITELÍNICO É o único anexo embrionário que aparece nos peixes e anfíbios, nos quais a fecundação é externa, de maneira que o embrião se desen volve na água, encontrando proteção contra choques e desidratação, ao mesmo tempo em que realiza com o meio trocas respiratórias e elimina ção de catabólitos. Acompanha re mos a evolução do saco vitelínico no embrião de peixe. O ovo é telolécito com diferenciação polar completa. A cicatrícula produz o embrião, que, durante o desenvolvimento, se eleva na su perfície do vitelo, ao mesmo tempo em que dobras do ectoblasto, meso blasto e endoblasto crescem em tor no do vitelo, terminando por en - volvê-lo completamente. Forma-se, deste modo, a vesícula ou saco vite - línico, que se une ao embrião através de um curto pedúnculo. As substâncias nutritivas são gradualmente transportadas ao em - brião através de uma rede de vasos sanguíneos que se formam na pa rede do saco vitelínico. Nos anfíbios, não se forma um saco vitelínico típico. A pequena quan tidade de vitelo que os anfíbios apresentam é envolvida pela parede ventral do embrião durante a gas- trulação. Desse modo, o saco vitelíni- co se restringe apenas a uma dilatação da parte ventral do embrião. 3. ÂMNIO E CÓRIO O âmnio e o cório são anexos embrionários encontrados em répteis, aves e mamíferos. Observaremos o desenvolvimento no embrião de aves. Inicialmente, notamos o apa re ci men - to de duas dobras amnió ticas: a ce fá - lica e a caudal, formadas por ecto derma e somatopleura. A dobra cefálica começa adiante da cabeça e progride para trás, re co - brindo o embrião como um capuz. A dobra caudal forma-se posterior - mente e cresce para a frente. As duas dobras vão ao encontro uma da outra e fundem-se sobre o embrião. O resultado é a formação de duas paredes: uma externa, chamada có - rio ou serosa de Von Baer, e outra interna, o âmnio. Este cons ti tui a ca - vidade amniótica, que se en che de lí - quido e envolve o em brião. No inte rior do líquido, o em brião apre senta, em intervalos irregu lares, mo vimentos espasmódicos. No me so blasto do saco amniótico, apare cem fibras mus - culares que, por suas contrações peristálticas, mantêm o em brião em constante mo vi mento. O lí quido am - niótico impede a desseca ção do em - brião. Nos ma míferos, o âmnio prote ge o organismo embrio nário contra os choques do organis mo materno e as contra ções uterinas da gravidez. Na espécie humana, con - tém meio li tro de água no fim da gra - videz e é vul garmente chamado de bolsa-d’água, rompen do-se no início do parto. Embrião de ave ou rép til com ane xos em brio ná rios. (A li nha pon ti lhada re pre senta o meso der ma.) 4. ALANTOIDE Observaremos a evolução do anexo no embrião de ave. Enquanto apa re - cem as dobras para formar, res pec ti - vamente, o âmnio e o saco vitelíni co, a parte posterior do intestino começa a formar uma evaginação ou divertí culo. Introduzindo-se no celoma extraem brionário, ele cresce até atingir o cório, contra o qual se aplica, haven do fusão das lâminas meso - blásticas. A alantoide diferencia-se rapida men te num importante órgão embrio nário, com o aparecimento de va sos san guíneos no mesoblasto visce ral que o reveste. O oxigênio que passa atra vés da casca porosa do ovo fixa-se nos glóbulos verme lhos que circulam nos vasos da alan toide, pelos quais é transpor tado ao em - brião. De maneira inversa, é eli mi nado o gás carbônico. Outra impor tante função da alantoide é a excre ção. O rim em brionário abre-se na porção ter minal do intestino atra vés dos ca - nais uriní feros. A uri na, em vez de ser expulsa para o ex terior, acu mula-se na cavi dade alantoidiana du rante a vida embrionária. A alantoide ainda absorve parte dos sais de cálcio da casca do ovo. Essas substâncias serão utilizadas na construção do esqueleto. Por ou tro lado, a absorção de cálcio torna a cas - ca mais frágil, facilitando a eclo são. 5. A ESTRUTURA DA PLACENTA No embrião dos mamíferos, há os seguintes anexos embrio ná rios: âmnio, cório, alantoide, saco vi te línico e placenta. O anexo mais im portante é a placenta, consti tuí da por duas partes: materna e fe tal. A parte materna é representada pelo endométrio, a parede interna do útero que será expulsa, com o feto, no momento do parto. A parte fetal é constituída pelo cório, que gera uma série de expansões, as vi lo si dades coriônicas, que se insi nuam na parede uterina. A placenta é um órgão ricamente vascularizado, isto é, provido de muitos vasos san guíneos – alguns da mãe, no endo mé trio, e outros do feto, nas vilosi da des co riô - nicas. Entre a placenta e o em brião, forma-se o cordão umbili cal; pe lo seu interior, circulam duas arté rias e uma MÓDULO 29 Os Anexos Embrionários C4_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 14:25 Página 293 294 – 1. CONCEITO Vitaminas são compostos orgâni - cos que atuam como coenzimas, ou seja, ativando as enzimas responsá - veis pelo metabolismo celular. Agem em pequenas quantida des, sendo obtidas por meio dos ali - mentos. 2. AVITAMINOSES Chamamos de avitaminoses ou doenças de carência as enfermida - des causadas pela falta de certas vi - taminas. Assim, por exemplo, são avi taminoses: nictalopia, raquitismo e escorbuto. 3. CLASSIFICAÇÃO As vitaminas são classificadas em dois grupos: a) lipossolúveis (A, D, E e K), que se dissolvem apenas em óleos e gor - duras; b) hidrossolúveis (C e complexo B), que se dissolvem em água. 4. VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS ❑ Vitamina A • Funções Classifica-se em: reti nol, en con - trado nos alimentos de ori gem ani mal (manteiga, ovos e óleo de fígado de peixe), e provitamina A ou β-ca - roteno, produzida pelos ve ge tais. É uma vitamina indispen sá vel para a visão, especialmente noturna, bem como para a regeneração dos epité - lios (pele e mucosas). • Carência A avitaminose provoca nictalopia (cegueira noturna), hemeralopia (ofus camento), xeroftalmia (ulcera ção da cór nea) e baixa resistência às in - fec ções. • Fontes As principais fontes de vitamina A são alimentos de origem animal, como leite, manteiga, queijos, gema de ovo, fígado e óleo de fígado de pei xes. Os melhores fornecedores de caroteno são os vegetais verdes e amarelos, como cenoura, milho, agrião, couve, alface e espinafre. ❑ Vitamina D • Funções Trata-se do calciferol ou vita mi - na antirraquítica, cuja função é a perfeita calcificação dos ossos e den - tes. É ingerida na forma de provi - tamina D que se transforma em D, na pele, pela ação dos raios UV. • Carência A avitaminose provoca o raquitis - mo na infância, a osteomalácia (amo - lecimento geral do esqueleto) no adul to e a osteoporose (ossos que - bra diços) no idoso. • Fontes As fontes alimentares são os óleos de fígado de peixes (bacalhau, atum e cação), leite, fígado, mantei ga e ovo. ❑ Vitamina E • Funções É também chamada de tocofe - rol ou vitamina antiestéril, porque pro voca, na sua ausência, esterili - dade em ratos.No homem, tem ação anti oxidante, evitando a oxidação de compostos celulares. • Carência A carência acarreta degene ração muscular. • Fontes Os alimentos mais ricos em vita - mina E são os óleos vegetais, as hor - taliças verdes, ovos, carnes e peixes. ❑ Vitamina K • Funções É a vitamina anti-hemorrágica que atua na coagulação san guí nea, favorecendo a síntese de pro trom - bina. • Carência A carência provoca o retarda men - to da coagulação do sangue e consequente hemorragia. • Fontes Couve, espinafre, cenoura, ervi - lha, tomates, fígado, ovos e leite. 5. VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS São as vitaminas C e o complexo B, que agrupa uma série de vita mi - nas, não porque sejam simila res na composição química ou nos efei tos, mas porque tendem a ocorrer jun tas. ❑ Vitamina B1 • Funções É a tiamina ou aneurina, que atua como enzima no metabolismo dos açúcares, permitindo a liberação de energia necessária às atividades vitais. É conhecida como “vitamina da disposição”, graças aos efeitos bené - ficos sobre a disposição mental. • Carência A avitaminose produz o beribéri, uma polineurite generalizada. veia. As artérias condu zem o sangue venoso do feto para a pla centa, enquanto a veia transporta o sangue arterial em sentido oposto. 6. AS FUNÇÕES DA PLACENTA A placenta assegura a nutrição do embrião, além de efetuar trocas respiratórias e a excreção. Pela es tru - tura da placenta, observa-se que o sangue da mãe não se mistura com o do feto; apenas os vasos de ambos se situam muito próximos e trocam substâncias entre si. Assim, a mãe envia ao feto: oxigênio, água, ali - mento, hormônios e anticorpos. Do feto para a mãe, passam, principal - mente, gás carbônico e excretas. A placenta tem ainda função endócri na, pro du zin do a progesterona e a gonado tro fi na coriônica, hormônios relacio nados com a gestação. MÓDULO 30 As Vitaminas C4_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 14:25 Página 294 – 295 • Fontes A fonte mais rica é o lêvedo de cerveja. Também aparece na carne, fígado, ovos, cereais (arroz e trigo) e frutas (maçã, pera, ameixa, pêssego e banana). ❑ Vitamina B2 • Funções É conhecida como riboflavina, uma constituinte das flavoproteínas (FAD), coenzimas que atuam como transportadoras de elétrons no pro - cesso respiratório. • Carência A carência acarreta a glossite (in - flamação da língua) e a queilose (fis - suras nos cantos dos lábios). • Fontes Lêvedo, leite, fígado, rim, queijo, verduras e peixes. ❑ Vitamina B3 • Funções É a niacina ou nicotinamida ou ácido nicotínico, constituinte do NAD e do NADP, substâncias funda - mentais na bioenergética celular. • Carência A avitaminose produz a pelagra (pele áspera), enfermidade que se caracteriza por dermatite, diarreia e demência; por essa razão, também é conheci da como doença dos três Ds. • Fontes As melhores fontes são lêvedo, fígado, carne (boi, vitela e porco), aves e peixes. ❑ Vitamina B5 • Funções É o ácido pantotênico, um cons - tituinte da coenzima A atuante no me - tabolismo dos carboi dratos, gor du ra e proteínas e na transferência de energia. Contribui para a forma ção de células, manten do o crescimento normal, e para o desenvolvimento do SNC. • Carência A deficiência causa hipoglice mia, dermatite, perturbações gás tricas, alopecia (queda de pelos e cabelos). • Fontes Lêvedo, cereais, legumes, mús - culos e ovo. ❑ Vitamina B6 • Funções Trata-se da piridoxina, que en - tra na constituição química das tran - saminases, enzimas atuantes na for mação de aminoácidos. • Carência A falta produz a acrodínia, doen - ça que se caracteriza pelas inflama - ções das extremidades do corpo (mãos e pés), convulsões e hiperir rita - bilidade. • Fontes Lêvedo, trigo, fígado, rim, cora - ção, leite, ovo, carne e legumes. ❑ Vitamina B12 • Funções É a cianocobalamina, uma vi - tamina que contém cobalto e atua na formação de hemácias, prevenindo a anemia. • Carência Na ausência dessa vitamina, ocorre a anemia perniciosa. • Fontes Fígado, carne bovina e suína, lei - te, queijo e ovo. ❑ Vitamina H • Funções Quimicamente é a biotina, sin - tetizada pelas bactérias e necessária para a manutenção da pele e das mucosas. • Carência A carência provoca dermatite. • Fontes Lêvedo, legumes, leite, carne e peixes do mar. ❑ Vitamina C • Funções É conhecida como ácido as - cór bico. Atua nos processos imu no - ló gicos, estimulando a produ ção de anticorpos, e na prevenção de res - friados. • Carência A avitaminose determina o escor - buto, moléstia que se manifesta por fraqueza, dores musculares e san gra - mento das gengivas. • Fontes As melhores fontes são as frutas (laranja, limão, caju, goiaba e abaca - xi) e verduras (agrião e repolho) cruas. SAIBA QUE: • Nossa vida depende das vitaminas que extraímos dos alimentos ou dos suplementos dietéticos que ingerimos. • As vitaminas não são comprimidos energizantes nem substituem os alimentos. • As vitaminas regulam o metabolismo por meio dos sistemas enzimáticos. • A falta de uma única vitamina pode colocar em risco todo o organismo. • O fígado é o principal órgão de armazenamento das vitaminas lipossolúveis. • As vitaminas não funcionam nem podem ser assimiladas sem a ajuda dos minerais. • Os minerais mais importantes são cálcio, iodo, ferro, magnésio, fósforo, selênio e zinco. • As vitaminas podem durar de dois a três anos num recipiente bem vedado. C4_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 14:25 Página 295 Os Grupos Animais O Tegumento dos Animais O Esqueleto dos Animais O Sistema Digestório A Digestão Humana O Sistema Respiratório A Respiração Humana Tipos de Circulação O Sangue Humano O Sistema Linfático O Sistema Excretor A Excreção Humana O Sistema Muscular O Neurônio O Ato Reflexo O Sistema Endócrino Os Métodos Anticoncepcionais Tireoide, Paratireoides, Pâncreas e Adrenais Poríferos e Celenterados Platelmintos Asquelmintos ou Nematelmintos Anelídeos Artrópodos Moluscos e Equinodermas Cordados AIDS, Viroses e Bacterioses Tipos de Ovos e Clivagem Embriologia do Anfioxo Os Anexos Embrionários As Vitaminas