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278 –
1. GENERALIDADES
O ramo da Biologia que estuda os
animais é a Zoologia.
Os animais são seres vivos pluri -
celulares.
Alguns não possuem órgãos ver-
dadeiros e são denominados Para -
zoários, ex.: Poríferos. Os demais
possuem e são denominados Me -
tazoários.
2. PORÍFEROS
Os seres vivos do reino animal
que não possuem tecido verdadeiro
pertencem ao filo dos Poríferos ou
Espongiários.
Os Poríferos vivem na água doce
ou salgada. São sedentários (fixos) e
bentônicos (vivem no fundo).
Aspecto geral de uma esponja.
3. CELENTERADOS 
OU CNIDÁRIOS
Os animais celenterados (exs.:
anêmona, água-viva, hidra e coral)
são os primeiros a possuir um tubo
digestório (cavidade intestinal) na
evolução.
São urticantes (cnidários), po den -
do ocasionar reações alérgicas aos
banhistas. Apresentam cnido blas tos,
células urticantes.
Cnidoblastos, células 
urticantes dos cnidários.
FRENTE 3 Biologia Animal
MÓDULO 1 Os Grupos Animais
4. PLATIELMINTOS
Os animais Platiel mintos são ver-
mes que possuem o corpo achatado
dorsoventralmente. Alguns são pato-
gênicos, ou seja, cau sadores de doen -
ças (exs.: es quis tossomo e tê nia). A
planária é um platielminto que não
causa doença ao homem.
Desenho esquemático da planária.
5. ASQUELMINTOS 
OU NEMATELMINTOS
Os animais Asquel mintos são
vermes que possuem o corpo cilín-
drico, filamentoso e não segmentado.
Alguns apresentam vi da livre, na água
e no solo. Outros são parasitas de
animais e de vegetais.
A lombriga, o ancilóstomo, o ne -
cátor, o bicho-geográfico e o oxiúro
são patogênicos.
Os animais Asquel mintos são
vermes que possuem o corpo cilín-
drico, filamentoso e não-segmentado.
Alguns apresentam vi da livre, na água
e no solo. Outros são parasitas de
animais e de vegetais.
A lombriga, o ancilóstomo, o ne -
cátor, o bicho-geográfico e o oxiúro
são patogênicos.
Enterobius vermiculares, 
vermes causa dores da oxiuríase.
6. ANELÍDEOS
Os animais Anelídeos são vermi -
formes e apresentam o corpo seg -
men tado (metamerizado).
Alguns vivem no meio terrestre,
ex.: minhoca.
Há representantes na água doce,
ex.: sanguessuga.
Outros habitam na água salgada,
ex.: palolo.
7. MOLUSCOS
Os animais moluscos são de cor-
po mole, viscoso e não segmentado.
Vários deles são utilizados pelo ho -
mem como alimento, exs.: lula, polvo,
marisco, escargô, ostra e berbigão.
O caracol é de hábitat terrestre, e
o caramujo aquático.
A pérola é secretada pelo manto,
dobra da pele, da ostra.
Helix – morfologia externa.
8. ARTRÓPODES
O grupo de maior biodiversidade
do globo terrestre é o dos artrópodes.
Apresentam várias classes, como a
dos insetos (exs.: gafanhoto, abelha),
a dos crustáceos (exs.: camarão, ca -
ranguejo), a dos aracnídeos (exs.:
aranha, escorpião), a dos quiló po dos
(ex.: centopeia) e a dos diplópodos
(ex.: piolho-de-cobra).
C1_3oA_Biol_Teo_Conv_Tony 19/10/10 14:04 Página 278
– 279
São segmentados e possuem
patas articuladas.
Artrópode da classe dos 
diplópodos, denominado 
piolho-de-cobra. Apresenta 
o corpo cilíndrico, formado 
por um grande número de 
segmentos. Muitos pos suem uma
coloração brilhante. Na cabeça há 
nu merosos olhos simples e um par de
antenas curtas (díceros). Há quatro
patas articuladas, por segmento do corpo.
9. EQUINODERMAS
O filo dos Equinodermas apre-
senta somente animais de hábitat
marinho, exs.: estrela-do-mar, ouriço-
do-mar, pepino-do-mar, lírio-do-mar e
serpente-do-mar. São animais que
possuem espinhos na pele.
Ouriços-do-mar, animais 
do filo dos equi no dermas.
10.CORDADOS
O filo dos Cordados é o mais
evoluído do reino animal. O homem é
um cordado.
Há os protocordados, ou seja,
cordados primitivos, ex.: anfioxo, e os
mais evoluídos (vertebrados), que
incluem as lampreias (ciclostoma -
dos), os peixes, os anfíbios, os rép -
teis, as aves e os mamíferos.
O anfioxo, animal protocordado.
MÓDULO 2 O Tegumento dos Animais
Pele humana e tecido subcutâneo.
1. O REVESTIMENTO 
DOS ANIMAIS
O corpo dos animais é protegido
por uma cobertura denominada tegu -
mento, que serve para proteger o or -
ganismo contra a desidratação, a
hi dratação excessiva e os choques
me cânicos, e para evitar a penetra -
ção de organismos patogênicos, ou
seja, causadores de doenças.
Nos protozoários, a proteção é
rea lizada pela própria plasmalema,
que apresenta uma cutícula protetora
(glicocá lix). Nos invertebrados (ex.:
minhoca) e protocordados (ex.: an fio -
xo), a epiderme é uniestra tificada,
pois possui uma única camada de
célu las. Nos vertebrados, a epi derme
tem várias camadas de célu las, ou
seja, é pluriestratificada.
O tegumento pode apresentar pe-
los (nos mamíferos), penas (nas aves),
escamas (nos peixes e rép teis) etc.
Apenas alguns mamíferos terres -
tres possuem glândulas sudorípa ras
e sebáceas.
❑ Tegumento nos
vertebrados
A pele dos vertebra dos é consti -
tuí da de epi derme (ex terna) e derme
(interna). As aves e os ma míferos têm
uma terceira ca mada, abai xo da pele,
de no mi na da hipoderme (tela sub cutâ -
nea).
A epiderme origina-se do ecto der -
ma do embrião e é constituída por um
tecido epitelial pluriestra ti ficado pavi -
mentoso (acha tado). A camada celu -
lar mais profunda desse epi télio é
de no minada ger minativa, cujas células
passam por contínuas divi sões mi -
tóticas, pro duzindo novas cé lulas pa -
ra a subs tituição das su per ficiais, que
constan te mente mor rem e despren -
dem-se.
Nos peixes e anfíbios aquáticos, a
epiderme possui glândulas muco sas;
nos vertebrados, especial mente ter -
res tres (répteis, aves e ma míferos), é
cornificada.
Nesses vertebrados terrestres, as
células mais superficiais são mortas,
graças à total impregnação da pro -
teína queratina, substância imper meá -
 vel que, for mando a ca mada cór nea,
confere proteção ao animal, prin cipal -
mente contra a de sidra tação.
A derme situa-se lo go abaixo
da epiderme, sendo bem mais es pes -
 sa que esta. Embriolo gica mente, tem
ori gem meso dér mica e é cons ti tuída
por tecido conjuntivo, con tendo vasos
lin fáticos, vasos sanguíneos, nervos e
porções basais de glândulas.
A hipoderme é uma camada loca -
lizada imediatamente abaixo da der -
me, constitui-se de tecido con juntivo
e é extremamente rica em te cido adi -
poso (gordura); aparece
so mente nas aves e nos
mamíferos. Além de ser
uma reserva nutritiva (gor -
dura), de sem penha im -
portante pa pel auxiliar na
regulação da tempe ra -
tura corpó rea, em ra zão
de a gor du ra fun cionar
como uma camada iso -
lante, re du zindo, assim, a
per da de calor para o
meio (nos animais ho meo -
 ter mos ou endotermos).
A hipoderme origina-
se a partir do mesoderma
do embrião.
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280 –
1. SISTEMA ESQUELÉTICO
A finalidade primária do esquele -
to é fornecer suporte para as partes
do corpo do animal ou para o animal
como um todo, pois sob a ação da
gravidade o corpo do animal entraria
em colapso (se não tivesse elemen -
tos esqueléticos).
Além de sustentar o animal, o
esqueleto tem outras funções: prote -
ção mecâni ca (para parte do corpo
ou para todo o animal); suporte para
a musculatura, garantindo, assim, os
movimentos e a locomoção do ani -
mal; proteção con tra dessecação
(perda de água), como é o caso
espe cial dos artrópodes, com a sua
cutícula esquelética.
O esqueleto dos animais pode
ser classificado em dois tipos, con -
forme sua localização: exoesqueleto,
que se forma e se situa na parte mais
ex ter na do corpo do animal, e endo -
es queleto, que se forma e se situa na
par te interior do corpo do animal.
❑ Ocorrência de 
esqueleto em 
alguns grupos de animais
Nas esponjas (espongiários ou
poríferos), para a sustentação, existe
um endoesqueletoorgânico (fi bras da
proteína espongina) ou inorgâ ni co
(espículas silicosas ou calcárias).
Nos celenterados, os corais (an -
tozoários) são famosos por seus exo -
esqueletos, que constituem os reci fes
de coral (secretados por colônias de
antozoários). É bastante famosa a
grande barreira de coral que se es -
tende ao longo da costa nordeste da
Austrália, em uma extensão de cerca
de 2 000 km.
Os principais antozoários forma -
dores dos recifes de coral são os re -
presentantes da ordem Madrepora ria.
Também contribuem para a for ma ção
dos recifes outros celentera dos e al -
 gas marinhas.
Na formação dos recifes, com o
crescimento das colônias, vai aumen -
 tan do a extensão da massa calcária
constituída pelos exoesqueletos. As
principais condições que concorrem
para a formação dos recifes são:
água límpida, pouco movimentada e
bem oxigenada, temperatura acima
de 20°C e profundidade média de
40 m (inferior a 100 m).
Os vermes achatados (platelmin -
tes), filamentosos (nematoides) e ane -
lados (anelídeos) geralmente não
apre sentam esqueletos. Porém, de ve -
 mos lembrar os anelídeos tubí co las
(marinhos), que segregam mate riais
ao redor de seus corpos, com reten -
ção de elementos do meio am biente,
e assim adquirem tubos prote tores
(têm função esquelética, mas não são
esqueletos verdadeiros).
Nos equinodermas (ex.: ouriço-
do-mar), o esqueleto é interno (en-
does queleto). Origina-se da meso-
derme e situa-se abaixo do tegu-
mento do ani mal.
Nos moluscos (ex.: mexilhão), ar -
trópodes (ex.: insetos) e vertebrados
(ex.: homem), os esqueletos são mui -
to desenvolvidos.
A distinção entre eles pode ser
feita em termos do material de que
são formados ou da posição anatô mi -
ca do esqueleto em relação aos di ver -
sos órgãos.
Nos moluscos, salvo exceções
(lulas, que têm concha interna, e les -
mas, que não têm esqueleto), o es -
queleto é externo (exoesqueleto),
composto principalmente por car bo -
nato de cálcio (CaCO3). A concha
(esqueleto) é secretada pelas células
tegumentares em camadas, à me di -
da que o animal cresce. Tam bém são
depositadas fibras de pro teínas entre
as camadas de CaCO3, o que confe -
re ao esqueleto uma resistência con -
si deravelmente maior.
Os artrópodes apresentam exo -
es queleto quitinoso (possuem quiti na,
que é um polissacarídeo). O te gu -
mento é secretado (produzido) pe lo
animal e contém lipopro teínas, ce ras
(lipídios impermeabili zan tes), pro -
 teínas, quitina e CaCO3.
Os cordados, filo do qual o ho -
mem faz parte, têm endoes queleto.
São exemplos de cordados: anfioxo,
feiticeira, tubarão, lambari, sapo, ja -
caré, galinha e cachorro.
A medula óssea humana apre -
senta um tecido conjuntivo hemato -
poético (produtor de sangue) mie-
loide. Ela produz glóbulos vermelhos
(he mácias), glóbulos brancos (leucó -
ci tos) e plaquetas. A radioatividade
po de afetar a medula óssea, ocasio -
nando leucemia, ou seja, câncer de
sangue.
A coluna vertebral protege a
medula espinhal ou raquidiana, que é
formada por tecido nervoso cuja
lesão pode acarretar paralisias (ex.:
poliomielite).
Espinho de equinoderma 
com reves ti mento epidérmico.
MÓDULO 3 O Esqueleto dos Animais
C1_3oA_Biol_Teo_Conv_Tony 19/10/10 14:04 Página 280
– 281
1. ALIMENTOS
Os alimentos são utilizados no or -
ganismo como fonte de energia, co -
mo matéria-prima de crescimento e
reconstituição do corpo e como re gu -
lador de outras funções orgânicas.
❑ Classificação
Podem ser classificados em plás ti -
cos, energéticos, mistos e regula do res.
❑ Plásticos
São os alimentos utilizados na es -
trutura do organismo, na constru ção
de componentes celulares. Ex.: pro -
teí nas.
São fontes de proteínas: carne,
ovos, soja, feijão, gelatina, queijo, lei te
etc.
❑ Energéticos
São os alimentos utilizados como
"fontes de energia" necessárias às ati -
vidades vitais. Ex.: carboidratos ou
glícides.
A energia é obtida por meio da
oxi dação dos alimentos, realizada
pelas mitocôndrias.
São fontes de carboidratos: ca na-
 -de-açúcar, beterraba, arroz, feijão,
milho, trigo etc.
❑ Mistos
São alimentos que apresentam
várias funções ao mesmo tempo.
Ex.: lípides (plásticos e energéti cos).
São fontes de lípides: óleo, man -
teiga, toucinho, margarina, ovo etc.
❑ Reguladores
São alimentos que controlam as
funções vitais. Ex.: vitaminas e sais
minerais.
As vitaminas são ativadoras das
enzimas que aceleram o metabolis mo
celular.
São fontes de vitaminas: frutas,
cereais, ovo, leite etc.
2. DIGESTÃO
❑ Generalidades
Digestão é o conjunto de trans for -
mações fisioquímicas que os alimen -
tos orgânicos sofrem para se con-
verter em compostos menores hi dros -
solúveis e absorvíveis.
❑ Hidrólise enzimática
A digestão dos compostos orgâ -
nicos ocorre na presença da água e é
catalisada pelas enzimas digestórias.
3. TIPOS DE DIGESTÃO
De acordo com o local da ocor -
rência, temos:
— Digestão intracelular (ocorre
totalmente no interior da célula).
— Digestão extracelular (ocorre
totalmente no tubo digestório).
— Digestão extra e intracelular
(inicia-se no tubo digestório e com-
ple ta-se no interior da célula).
— Digestão extracorpórea (a di -
gestão da aranha não ocorre em seu
corpo, mas na própria presa).
❑ Digestão intracelular
Ocorre totalmente dentro das cé -
lulas (protozoários e poríferos) e é
rea lizada pelos lisossomos.
Os lisossomos são pequenos va -
cúolos citoplasmáticos que apresen -
tam membrana lipoproteica e, no seu
interior, enzimas digestórias respon-
sá veis pela digestão de vários tipos
de compostos orgânicos.
Se a membrana do lisossomo for
fragmentada, as enzimas serão lan -
ça das no citoplasma e a célula mor -
rerá por autodigestão.
As esponjas (poríferos) apresen -
tam coanócitos e amebócitos – cé lu las
responsá veis pela digestão intra ce lular. 
Elas possuem uma projeção da
plasmalema que lembra um “colarinho”.
Observação
Os lisossomos dos leucóci tos
(gló bulos brancos do sangue) rea li -
zam a digestão intrace lular de bacté -
rias, atuando na defesa do organismo. 
❑ Digestão extra 
e intracelular
A digestão inicia-se no tubo di -
Substratos
Glicídeos
Proteínas
Ácidos nucleicos
Lipídeos
Vitaminas,
Água e Sais
Absorção na forma de
Monossacarídeos
Aminoácidos
Nucleotídeos
Ácidos graxos e glicerol
Não sofrem digestão
gestório e completa-se no interior das
células.
Ocorre nos celenterados (hidra),
platielmintes (planária) e em alguns
moluscos (mexilhão).
Os celenterados (ex.: hidra) apre -
sentam células denominadas cnido -
blastos, que possuem um líqui do
ur ti cante (hipnotoxina).
A forma geral de um cnidoblasto
é a de um cálice de pé comprido, fe -
chado na extremidade superior, na
qual há um pequeno prolon ga mento
pontiagudo, o cnidocílio. No in terior
da parte alargada do cnidoblas to, en -
con tra-se o nematocisto, uma di feren -
cia ção de estrutura bas tante com- 
 plexa. O nematocisto é uma vesí cula
ovoide, com parede dupla, cons -
tituída por uma mem brana inter na del -
gada e uma externa mais forte e
elás tica, que forma o opérculo, uma
pe quena tampa que fecha a abertura
su perior do nema tocisto. A mem bra -
na in terna evagina-se por baixo do
opér culo e forma, no interior da
vesícula, um longo fila mento enrolado
em espi ral. No in terior do nemato -
cisto, existe um líquido urti cante ou
viscoso.
Os cnidoblastos atuam na defe sa,
facilitam a caça e, em alguns ca sos,
contribuem para a movimenta ção do
ani mal.
❑ Digestão extracelular
A digestão ocorre totalmente no
interior do tubo digestório do animal.
Ocorre na maioria dos inverte bra -
 dos (ex.: minhoca), nos protocor da -
dos (anfioxo) e nos vertebrados (pei- 
xes, anfíbios, répteis, aves e ma mí -
feros).
Em relaçãoà alimentação, pode -
mos afirmar que o homem apresenta
especialmente digestão extracelular,
enquanto os lisossomos realizam a di -
 gestão de componentes celulares
velhos, que devem ser renovados
(autofagia).
❑ Digestão extracorpórea
A aranha injeta seu suco digestó -
rio no interior de sua presa, ou seja,
no corpo do inseto, onde ocorre a di -
gestão.
MÓDULO 4 O Sistema Digestório
C1_3oA_Biol_Teo_Conv_Tony 19/10/10 14:04 Página 281
282 –
1. GENERALIDADES
A digestão humana é extracelu lar,
pois ocorre no interior do tubo di -
gestório. Compreende processos fí si -
 cos (mecânicos) como a mastiga ção,
a deglutição e os movimentos peris -
tálticos. É também um processo quí -
mico, graças à ação das enzimas
se cre tadas por glândulas anexas.
O aparelho digestório é formado
por boca, faringe, esôfago, estôma -
go, intestino delgado (duodeno, jeju -
no e íleo), intestino grosso (ceco,
có lon ascendente, cólon transverso,
có lon descendente, cólon sigmoide,
reto) e ânus, e possui os seguin tes
anexos: glândulas salivares, vesí cula
biliar, fígado e pâncreas.
A mastigação e deglutição (ato
de engolir) ocorrem na boca. A
faringe e a parte anterior do esôfago
têm músculos estriados (vo luntários).
A parte posterior do esô fago, o estô -
mago e o intestino possuem mus cula -
tura lisa (involun tária). O alimento é
impelido ao longo do tubo di gestório,
graças aos mo vi mentos peristálticos.
A musculatura lisa do tubo di ges -
 tório é inervada pelo sistema nervoso
autônomo (simpático e parassim páti -
co). A estimulação do parassimpá tico
aumenta a motricidade (peris taltis mo)
da musculatura lisa gastro in testi nal,
enquanto a estimulação do sim pático
a modera ou inibe.
Nos limites das diferentes partes
do tubo digestório, existem estruturas
cha madas esfíncteres, formadas
por es pessamentos da camada mus -
cular circular; entre o esôfago e o es -
tôma go, encontra-se o cárdia; entre
o estô ma go e o duodeno, o piloro;
entre o intestino delgado e o colo, o
esfíncter ileocólico e, fi nalmen te,
na extremi dade inferior do reto, os
esfíncteres anais in terno e
externo.
Parótidas: um par de glândulas 
saliva res, cuja inflamação é 
denominada ca xumba (parotidite).
2. DIGESTÃO NA BOCA
A digestão química na boca de -
ve-se à ação de enzimas da
saliva. A saliva é secretada pelas
glândulas parótidas, submaxilares,
sublinguais e em numerosas outras
glândulas sa livares menores.
A principal enzima da saliva é a
ptialina (amilase salivar). Outras en -
zimas da saliva de menor impor tân cia
(produzidas em quantidades pe que -
nas) são a maltase e a catalase.
A saliva tem um pH entre
6,4 e 7,5, faixa favorável à ação di -
gestória da ptialina.
A ptialina catalisa a hi dró -
li se de polissacarídeos (amido,
glicogênio e seus derivados).
A digestão do amido pela saliva
produz inicialmente eritrodextrina
(cor vermelha com o iodo); a seguir
forma-se a acrodextrina (não dá
coloração com o iodo); e, finalmen te,
tem-se a conversão da acrodex trina
em maltose.
O método mais usado para medir
a atividade da amilase salivar consis -
te em tratar uma solução de amido e
saliva pelo iodo (ou lugol) e medir o
tempo para o desapareci mento da
coloração azul (amido com iodo ou
lugol resulta cor azul).
A maltase catalisa a hidró -
lise da maltose (dissacarídeo) em
duas moléculas de glicose (monos -
saca rí deo).
A catalase catalisa a transforma -
ção da água oxigenada em água e
oxigênio:
A secreção salivar é controlada
por mecanismo nervoso. Quando o
alimento é colocado na boca, refle xos
nervosos estimulam a secreção, es -
pecialmente se o alimento é sabo roso
ou apetitoso. Tal controle é reali zado
pelo sistema nervoso autô nomo.
3. DIGESTÃO NO ESTÔMAGO
No estômago, o alimento sofre a
ação do suco gástrico, que é secre -
ta do pelas glândulas localizadas na
pa rede estomacal.
2H2O2 → 2H2O + O2
O muco é produzido pelas glân -
du las pilóricas e cárdicas do estô ma -
go e lubrifica o bolo alimentar, além
de proteger a parede do estômago
con tra a ação das enzimas gástricas
e do HCl.
O HCl apresenta as seguintes
funções:
– facilita a absorção de ferro;
– proporciona um pH ótimo para
a digestão proteica;
– inicia a digestão proteica (des -
naturação e possível hidrólise);
– ativa o pepsinogênio à pepsina;
– age contra os germes, restrin -
gindo a fermentação microbiana
(ação germicida).
A principal enzima do suco gás -
trico é a pepsina (produzida na for ma
inativa de pepsinogênio, que é ativa -
do pelo HCl e pela própria pepsina).
A pepsina é uma enzima pro -
teolítica (digere proteínas em peptí -
dios) que atua num meio altamente
ácido (pH ótimo = 2,0) e acima de
pH = 5,0, tem pouca atividade pro-
teolítica, logo se tornando com ple -
tamente inativa.
A secreção gástrica é regulada por
mecanismos nervosos e hormonais.
A regulação hormonal é reali zada
por meio de dois hormônios (gastri -
na e enterogastrona). A gastrina
é produzida pela mucosa da região
pilórica do próprio estômago e tem a -
ção estimulante (excitadora) sobre a
secreção gástrica. A entero gastrona
é produzida no intestino del gado
(duo deno) em presença de gordura e
ini be a secreção gástrica.
4. DIGESTÃO NO INTESTINO
❑ Suco pancreático
O suco pancreático é secretado
pelo pâncreas (parte exócrina).
O pH deste suco é de 7,8 a 8,2,
graças ao seu alto teor em bicarbo na to.
As enzimas deste suco são:
tripsina, quimiotripsina, ami-
lase pancreática, lipase pan-
creática, ribonuclease e deso-
xirribonuclease.
A tripsina é sintetizada nas cé -
lulas pancreáticas na forma do precur -
MÓDULO 5 A Digestão Humana
C1_3oA_Biol_Teo_Conv_Tony 19/10/10 14:04 Página 282
– 283
sor inativo – (tripsinogênio). A ati -
vação do tripsinogênio é realizada
pela enzima enteroquinase (pro -
du zida pelo intestino delgado). O trip -
sinogê nio também pode ser ativa do
pela própria tripsina (autocatá lise).
Esta enzima atua sobre proteí nas
inteiras ou parcialmente digeri das,
resultando em frações menores (pep -
tí deos).
A quimiotripsina é produzida
pelo pâncreas na forma de quimio -
tripsinogênio, que é ativado pela
tripsina, passando, então, a quimio -
tripsina. Esta enzima age sobre pro -
teínas inteiras ou parcialmente di-
ge ri das, resultando em frações me -
nores (peptí deos).
A amilase pancreática hi dro -
lisa os polissacarídeos a dis saca rí -
deos (alguns polissacarí deos, como a
celulose e a quitina, não são hi dro -
lisados pelas amilases do homem).
A lipase pancreática hidro lisa
as gorduras neutras a ácidos graxos
e glicerol.
As nucleases (ribonuclease e
desoxirribonuclease) hidrolisam, res -
pectivamente, o ácido ribonucleico e
o desoxirribonucleico a frações me no -
 res (nucleotídeos).
A secreção pancreática é regula -
da por mecanismo nervoso e tam bém
hormonal, sendo este último mais im -
portante.
A visão, o cheiro, o gosto do ali -
mento e também a chegada do bolo
alimentar ao estômago desenca -
deiam impulsos parassimpáticos atra -
 vés do nervo vago até o pân creas,
determi nando uma secreção mode-
rada do suco pancreático.
A chegada do alimento ao intes ti -
no delgado estimula a mucosa duo -
denal a produzir o hormônio secre-
 tina, que, por sua vez, estimula o pân-
creas a secretar o suco pancreá tico.
A secretina é produzida em res -
posta à estimulação da acidez do bo -
 lo alimentar que chega do estô mago.
O suco pancreático, que che ga ago -
ra ao duodeno, é altamente rico em
bi carbonato, que tem por finalidade
re duzir a acidez do bolo alimentar e,
assim, garantir a ação das enzimas
pancreáticas que fun cionam em pH
ligeiramente alcalino e neutro.
❑ Bile
A bile é produzida pelo fígado a
partir de hemácias velhas e armaze -
nada na vesícula biliar.
Não apresenta enzima digestó ria.
Possui sais biliares(glicolato e tauro -
colato de sódio) que emulsio nam as
gorduras, facilitando a ação das lipa -
ses (aumentam a superfície de ação).
Outra função dos sais biliares é so -
lu bilizar os produtos finais da di ges tão
lipídica, facilitando assim a sua ab -
sorção pela mucosa intesti nal.
A presença de gordura no intes ti -
no delgado estimula a mucosa duo -
de nal a produzir o hormônio colecis-
to quinina, o qual age deter minando a
Aparelho digestório humano.
contração da parede da vesícula que,
então, elimina a bile para o intestino.
Em sua maior parte, os sais bilia -
res segregados na bile são reabsor -
vi dos pelo intestino e a seguir res-
 segre gados pelo fígado várias ve zes,
reali zando assim sua função na di -
ges tão e na absorção de gordura di -
ver sas vezes, antes de se perderem
com as fezes.
❑❑ Suco entérico
O suco entérico é produzido pelo
epitélio glandular das criptas (caver -
nas) de Lieberkuhen, localizadas no
intestino delgado.
O suco entérico (intestinal) con -
tém muco (cujo papel é proteger a pa -
rede intestinal contra uma autodi-
 ges tão) e as enzimas: enteroqui -
nase, erepsina, lipase, amila se,
mal tase, lactase e sucrase. Seu
pH está na faixa de 6,5 a 7,5.
A enteroquinase, além do pa -
pel de ativadora do tripsinogênio, di -
gere peptídeos a aminoácidos.
A erepsina é na verdade o no -
me que se dá a um conjunto de pep -
tida ses que agem sobre pep tídeos,
trans formando-os em ami noácidos.
A lipase hidrolisa os lípides a
áci dos graxos e glicerol.
A amilase hidrolisa os polissa -
carídeos a dissacarídeos.
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SUCOS DIGESTÓRIOS HUMANOS
Sucos pH Enzimas Hormônios
SALIVA 6,4 a 7,5
Amilase
(Ptialina)
Maltase
Catalase
————
GÁSTRICO 2 Pepsina
Gastrina
(excitador)
Enterogastrona
(inibidor)
PANCREÁTICO 7,8 a 8,2
Amilase
Lipase
Tripsina
Quimiotripsina
DNA ase
RNA ase
Secretina
(excitador)
ENTÉRICO 6,5 a 7,5
Amilase
Lipase
Erepsina
Enteroquinase
Maltase
Lactase
Sucrase
Secretina
(excitador)
BILE 7,5 a 8,0 ———— Colecistoquinina
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284 –
A maltase hidrolisa a maltose a
glicose.
A lactase hidrolisa a lactose a
glicose e galactose.
A sucrase hidrolisa a sacarose
a glicose e frutose.
Os meios mais importantes para
a regulação da secreção do intestino
delgado são vários reflexos ou estí -
mu los diretos, como a distensão do
intestino e estímulos táteis ou irritan -
tes, que resultam em intensa secre -
ção do suco intestinal. 
Influxos parassimpáticos levam a
um aumento considerável da se cre -
ção.
A secretina, que tem ação so -
bre o pâncreas, desempenha também
um pa pel estimulante sobre a se cre -
ção in tes tinal.
5. ABSORÇÃO 
DOS ALIMENTOS
A absorção dos alimentos ocorre
principalmente no intestino delgado,
que possui microvilosidades, estrutu -
ras responsáveis pelo aumento da su -
perfície de absorção. No nível do jeju- 
noíleo, há uma grande absorção de
glicose, aminoácidos etc. O es tô ma -
go e o intestino grosso também parti -
cipam da absorção, sobretudo de
água.
Algumas substâncias são ab -
sor vidas por pinocitose, porém a
maior parte da absorção ocorre por
difusão e transporte ativo.
No intestino grosso, passam
dia-ri amente cerca de 500 mL de
quimo; a maior parte da água e dos
eletró litos são absorvidos, restando
cerca de 100 mL para serem eli mi -
na dos com as fezes.
Uma população bacteriana está
presente no intestino grosso.
Essas bactérias produzem vita -
mi nas (K, B12, tiamina, riboflavina)
e vá rios gases.
MÓDULO 6 O Sistema Respiratório
1. RESPIRAÇÃO TEGUMENTAR,
CUTÂNEA OU "POR DIFUSÃO"
O animal não apresenta estrutu -
ras especializadas e as trocas gaso -
sas se dão através da ou das células
su per ficiais por mecanismo de difu -
são. Este tipo de respiração ocorre
em protozoários, espongiários (porí fe -
 ros), celenterados, vermes (platel min -
tos, asquelmintos e anelídeos) e ce- 
fa locordados. A respiração tegu men -
tar ocorre ao lado do tipo espe cia -
lizado de respiração em anelídeos
polique tas, moluscos e mesmo em
anfíbios.
❑ Respiração branquial
Respiração por meio de brânqui -
as que ocorre em vários grupos de
ani mais, como em poliquetas (anelí -
deos), mui tos moluscos, crustáceos,
ciclosto mados, peixes e anfíbios.
❑ Respiração traqueal
Ocorre nos insetos e nos miriá -
podos (lacraia, centopeia). Consiste
num conjunto de tubos ramificados
que se comunicam com o exterior
através de orifícios (espiráculos). O
sistema circulatório não participa das
trocas gasosas.
Respiração traqueal do inseto.
❑ Respiração filotraqueal 
ou pulmotraqueal
Ocorre nas aranhas e nos escor -
piões. Consiste num conjunto de tu -
bos que se comunicam com capila res
Respiração na planária.
Respiração da minhoca.
sanguíneos onde ocorrem as tro cas
gasosas.
Respiração filotraqueal da aranha.
❑ Respiração pulmonar
É o tipo de respiração dos tetrá -
podos (anfíbios, répteis, aves e ma -
mí feros), ocorrendo também em al- 
guns moluscos terrestres (caracol) e
em alguns peixes (dipnoicos).
• Pulmão saculiforme
Possui uma pequena superfí cie
de trocas gasosas.
Está presente nos anfíbios e em
alguns répteis.
• Pulmão parenquimatoso
Possui uma superfície de tro cas
gasosas maior do que o anterior.
Está presente em répteis e aves.
• Pulmão alveolar
Possui uma grande super fície de
trocas gasosas.
É encontrado nos mamíferos.
• Pulmão de 
peixe fisóstomo
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– 285
MÓDULO 7 A Respiração Humana
1. GENERALIDADES
O homem apresenta respiração
pulmonar.
❑ Aparelho respiratório
O ar, no aparelho respiratório hu -
mano, percorre o seguinte trajeto: fos -
sas nasais ou boca → faringe →
laringe → traqueia → brônquios →
bronquíolos → alvéolos pul monares.
Nos alvéolos pulmonares, ocorre
a entrada de O2 e a saída de CO2,
com a consequente passagem do
sangue venoso a arterial (hematose).
❑ Mecanismo da respiração
Os pulmões podem sofrer ex -
pan são e retração e consequen -
temente sofrer diminuição ou aumen to
de sua pressão interna, em rela ção à
pressão atmosférica. Des te modo,
quando os pulmões se ex pan dem,
aumentam de volume, há queda de
pressão interna (em rela ção à pres são
atmosférica) e assim o ar se des loca
do exterior, através das vias res -
piratórias, para o interior dos pul -
mões — é a INS PIRAÇÃO. Quan do o
pulmão entra em retração, di minui o
volume, aumenta a pres são interna
(em relação à atmos fé rica) e assim o
ar se desloca do in terior dos pul mões,
através das vias respi ratórias, para o
exterior — é a EXPIRAÇÃO.
Participação da caixa 
torácica e do dia fragma nos 
movi mentos de inspiração e expiração.
O mecanismo da respiração de-
pende de contrações musculares rít -
micas, reguladas pelo sistema ner- 
 vo so autônomo. O centro res pi ra tó rio
lo ca liza-se no bulbo e, atra vés da me -
 dula, transmite os im pul sos que che -
gam aos músculos res pi ra tórios.
O centro respiratório é, na ver -
dade, constituído pelo centro ins pi ra -
tó rio e pelo centro expiratório. A
os cilação contínua dos impulsos ner -
vosos ori ginados nestes centros
controla os ciclos respiratórios.
2. TRANSPORTE 
DE GA SES 
RES PIRATÓRIOS 
PELO SANGUE
O oxigênio inspirado difunde-se
nos pulmões através das membranas
res piratórias e cai na corrente sanguí -
nea para os demais tecidos do orga -
nis mo. O oxigênio é transportado pelo
sangue de duas maneiras diferentes:
– em solução no plasma (cerca
de 3%);
– em combinação química com a
hemoglobina das hemácias
(cerca de 97%).
Tem maior importância fisiológi ca
o transporte do oxigênio ligado à he -
mo globina (oxiemoglobina), po rém,
antes de tratar deste transporte do oxi -gênio, estudaremos pigmentos respi -
ratórios em geral.
A finalidade do pigmento res pi ra -
tório é aumentar a capacidade do san -
gue em transportar oxigênio para os
tecidos, já que a solubili dade deste
gás no sangue é muito baixa.
Os pigmentos respiratórios são
proteínas que em suas moléculas
apresentam um átomo de metal. A
maio ria dos pigmentos respirató rios
contém ferro em suas mo lé culas. É
ao metal da molécula que o oxi gê -
nio se liga para ser trans por tado.
�� Transporte de 
dióxido de carbono
Nos tecidos, na respiração intra -
celular, as células estão produzindo
con tinuamente CO2, que se difunde
finalmente para o sangue. O CO2 ago -
ra é transportado, pelo sangue, até os
pulmões, onde se difunde para o ar
alveolar.
O dióxido de carbono é transpor -
tado pelo sangue de três maneiras
diferentes:
– em solução no plasma (cerca
de 7%);
– em combinação com a hemo -
globina e proteínas plasmáti -
cas, formando compostos car-
 baminas (de 3% a 33%);
– na forma de íon bicarbonato
(cerca de 60% a 90%).
Como se vê, a maior importância
fisiológica é o transporte do dióxido
de carbono na forma de íon bicar -
bonato.
Os pigmentos respiratórios (pro teínas) presentes nos animais estão
descritos abaixo.
Pigmento Cor Metal Localizado em: Presente em:
Hemoglobina Vermelha Fe
Plasma
Anelídeos e
Moluscos
Glóbulos Vertebrados
Hemoeritrina Vermelha Fe Glóbulos Anelídeos
Hemocianina
Azul Cu Plasma
Crustáceos,
Moluscos e
Aracnídeos
Clorocruerina Verde Fe Plasma Anelídeos
Vanadina Incolor V Plasma Tunicados
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286 –
MÓDULO 8 Tipos de Circulação
1. GENERALIDADES
O sangue (fluido circulante) apre -
senta, nos mamíferos, as seguintes
funções:
– Transporte de substâncias ali-
mentares da região de absorção (in -
testino) para as demais partes do
corpo (células).
– Transporte de excretas para os
órgãos excretores (rins) a partir das
demais partes do corpo.
– Transporte dos gases respira-
tórios (oxigênio e dióxido de carbono)
entre os pulmões e as demais partes
do corpo.
– Transporte de hormônios (subs -
tâncias controladoras da atividade de
certos órgãos).
Estas funções são desempenha -
das pelo sistema circulatório (ou sis -
tema de transporte) com eficiência e
precisão nos animais vertebrados.
Observação
No caso dos insetos, o sangue
não participa do transporte de gases,
pois eles apresentam respiração tra -
queal e não possuem pigmentos res -
piratórios no sangue.
2. TIPOS DE SISTEMAS
CIRCULATÓRIOS 
Protozoários (ex.: ameba), porí fe -
ros (ex.: es pon ja), celenterados (ex.:
hidra), platielmintos (ex.: planária) e
asquelmintes (ex.: lombriga) não pos -
suem um verdadeiro sistema de trans -
porte.
Nos celenterados (nas medu sas),
encontra-se um sistema gastro vascu -
lar que não é um sistema cir culató rio
verdadeiro: trata-se de um sis te ma de
canais, junto à cavidade gás trica,
pelos quais circula (entra e sai) a
água do mar.
Os equinodermas (ex.: estrela-do-
mar) constituem um grupo de animais
de relativo grande porte, mas sem sis -
tema circulatório verdadeiro. Eles
apre sentam sistema de vasos e la -
cunas pelo corpo, porém neles não
circula sangue. Na estrela-do-mar, por
exem plo, há três siste mas de ca nais
dife rentes. Um deles é o sis tema am-
 bulacrário, que é aberto livre men te
para o exterior por uma placa per -
furada (placa madre pórica), pela qual
penetra a água do mar. Nem este sis -
tema ambulacrário nem qualquer ou -
tro sistema de canais do animal de- 
sempenham papel de sis te ma circu -
latório verdadeiro.
Circulação do sangue nos mamíferos.
❑ Aberto ou lacunar
Nos moluscos e artrópodes, o sis -
tema circulatório está presente e é do
tipo aberto. Neste tipo de sistema
circulatório, os vasos sanguíneos
saem de um ou mais espaços irregu-
lares nos tecidos (sínus, lacunas ou
hemocelas), nos quais o sangue se
move lentamente (coração pouco
musculoso: desenvolve pressão san-
guínea baixa) e realiza troca de subs -
tâncias com as células dos tecidos
adjacentes. Este sangue é coletado
por outros vasos ou lacunas que o
trazem de volta ao coração. Como o
sangue circula por lacunas, além de
vasos, o sistema é denominado aber -
to ou lacunar.
Aparelho circulatório 
de mexilhão (molusco).
O coração dos artrópodes (ex.:
inseto) é um tubo muscular longo. Em
cada segmento do corpo, ele apre -
sen ta dois ostíolos (aberturas) provi -
dos de válvulas.
O sangue dos insetos não apre-
senta função no transporte de gases
respiratórios.
Entre os moluscos, o sistema cir -
culatório é muito desenvolvido nos
cefalópodes (lula, polvo etc.).
Os protocordados (ex.: anfioxo)
também apresentam sistema circula-
tório aberto ou lacunar.
Sistema circulatório
lacunar (aberto)
Sistema circulatório
fechado
Coração pouco musculoso muito musculoso
Hemocelas presentes ausentes
Capilares ausentes presentes
Pressão sanguínea baixa alta
Velocidade de fluxo baixa alta
Quantidade de alimentos
transportados por 
unida de de tempo
pequena grande
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– 287
Circulação simples de peixe.
❑ Fechado
Pressão arterial relativamente alta
e sustentada é característica dos ver -
tebrados superiores. Depende da
con tração poderosa dos ventrículos,
da elasticidade das paredes das arté -
rias principais e da resistência peri -
férica dos vasos de menor calibre
(arte ríolas). Nota-se, portanto, que ani -
 mais de circulação aberta não
podem desenvolver pressões maio res
e também constantes, pois seu co -
ração é pouco musculoso e faltam as
artérias de paredes elásticas e a re -
sistência periférica (pois não há o sis -
tema de arteríolas e capi lares).
Entre os invertebrados, as pres-
sões sanguíneas mais altas foram en -
contradas em polvos e outros ce fa-
 ló podes. As lacunas sanguíneas es -
pa çosas, características de outros
mo lus cos, são nestes animais re pre -
sen - ta das por vasos definidos: arté -
rias, arte ríolas, capilares, vênulas e
veias, como nos vertebrados. Contra
a re sis tên cia ofere cida pelos vasos
pe ri féri cos, o co ração é capaz de es -
tabe- lecer e man ter pres são relati va -
mente alta, que varia de 30 a 45 mmHg.
O sistema circulatório fechado
está presente nos anelídeos e verte -
bra dos.
3. CIRCULAÇÃO 
NOS VERTEBRADOS
Os vertebrados apresentam cir cu -
lação fechada, que pode ser sim ples
ou dupla.
❑ Circulação fechada simples
Nos vertebrados de respiração
branquial, a circulação é simples,
porque pelo coração só passa um tipo
de sangue (venoso). O sangue
venoso que sai do coração é levado
às brâ n quias, onde é oxigenado e daí
dis tribuído pelas artérias para todo o
co r po, retornando, a seguir, pelo sis -
te ma ve noso ao coração. É o caso
dos ciclos tomados (ex.: lampreia) e
pei xes.
❑ Circulação fechada dupla
Nos vertebrados de respiração
pulmonar, a circulação é dupla (por -
que pelo coração passam dois ti pos
de sangue, o venoso e o arte rial,
fazen do dois ciclos ou cir cu lações
pelo cor po). O ciclo ou cir culação
pul monar (pequena cir culação) é o
tra jeto do sangue entre o ventrículo
direito e o átrio es quer do, passando
pelos pulmões. O ci clo geral (gran -
de circu lação ou sis têmica) é o per -
curso do sangue do ventrículo es -
querdo para todo o organismo através
do sistema arte rial e, a seguir, o
retorno deste san gue ao átrio direito
através do sis tema venoso.
A circulação dupla pode ser com -
pleta ou incompleta. Nos anfí bios
e nos répteis, é incomple ta, por que a
anatomia do coração per mite a
mistura do sangue venoso com o
arterial. Nas aves e nos ma mí feros, a
circulação é completa, por que o co -
ração é comple tamente divi dido em
duas metades (a direita, onde passa osangue venoso, e a esquerda, on de
passa o sangue arterial).
4. CORAÇÃO 
DOS MAMÍFEROS
Contém dois átrios e dois ven trí -
culos com separações completas. No
embrião, os dois átrios se comunicam
pelo forâmen oval ou forâmen de
Botal, uma abertura no septo intera -
trial, que normalmente se fecha du -
rante o de sen volvimento. Como nas
aves, o seio venoso aparece só na
fase embrio nária. No átrio direito, che -
gam uma ou duas veias cavas an -
teriores e uma veia cava posterior. Do
ventrículo di rei to, parte um tronco
pulmonar que logo se bifurca em duas
artérias pulmonares. Do ven trículo
esquerdo, par te a aorta, que se curva
para a es querda. A válvula do orifício
atrio ven tricular direito é cha mada
tricús pide (três lâminas). O orifício
ven tri cular esquerdo é guar necido
pela vál vula bicúspide ou mitral.
Esquema de circulação dupla (AD: átrio direito; 
AE: átrio esquerdo; VD: ventrículo direito; VE: ventrículo esquerdo).
Coração dos mamíferos.
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288 –
QUADRO COMPARATIVO DA CIRCULAÇÃO NOS VERTEBRADOS
Ocorrência Seio venoso Átrio Ventrículo Bulbo Observações
Ciclostomados (ex.:
Iampreia),
condrictes (ex.: tubarão)
e osteíctes (ex.: roncador)
1 1 1 1
Circulação fechada e simples; pelo
coração, só passa sangue venoso.
Coanictes ou dipnoicos 
(ex.: piramboia) e anfíbios 
urodelos perene bran quiados
(salamandra)
1
2 incom-
pletamente
divididos
1 1 Circulação fechada, dupla e in com pleta.
Demais anfíbios (ex.: sapo) 1
2 comple-
tamente
divididos
1
1
reduzido
Circulação fechada, dupla e incom pleta.
Répteis não crocodilianos
(ex.: tartaruga)
1 2
2 incom-
pletamente
divididos
——
Circulação fechada, dupla e incom ple ta;
início do septo de Sabatier entre os ven trí -
culos.
Répteis crocodilianos
(crocodilo, jacaré etc.)
1 2
2 com-
pletamente
divididos
——
Circulação fechada, dupla e incom pleta;
mistura de sangue no Forâmen de Panizza
e na junção das duas aortas.
Aves e mamíferos —— 2 2 ——
Circulação fechada, dupla e com pleta.
Nas aves, a aorta curva-se para a di reita;
nos mamíferos, para a esquerda.
MÓDULO 9 O Sangue Humano
1. GENERALIDADES
O sangue é formado por duas
par tes: o plasma (parte líquida) e os
ele mentos figurados (glóbulos ver me -
lhos, glóbulos brancos e pla quetas).
O plasma é uma solução aquo sa
de 90% de água e 10% de subs tân -
cias representadas por proteínas (cer -
ca de 7% do total), sais minerais
(cer ca de 0,9%), monossacarídios,
ami noáci dos, ácidos graxos, glicerí -
deos, gorduras, colesterol e ureia.
Além desses com ponentes, são en -
contra dos no plasma sanguíneo os
gases respiratórios (O2 e CO2), hor -
mônios, enzimas etc.
Através das paredes dos capi la -
res, o plasma sanguíneo está em equi -
 líbrio com o líquido intercelular dos
te cidos, cuja composição quí mica é
os mótica no sangue. As gama glo -
bu linas são também cha madas de
imu noglobulinas, por constituírem
os anticorpos. O fibrino gênio é uma
pro teí na relacionada à coagu la -
ção san guínea.
Os elementos figurados do
san gue estão representados pelas
he má cias, leucócitos e pla -
quetas.
❑❑ Eritrócitos ou hemácias
São células sanguíneas produ zi -
das pelo tecido conjuntivo hemato -
poético mieloide que se localiza no
in terior dos ossos (cranianos, vérte bras,
cos telas e epífises dos ossos lon gos),
formando a medula verme lha.
Durante a diferenciação celular,
as hemácias dos mamíferos perdem
se melhante à do plasma, diferindo
des te especialmente em relação às
proteí nas (maior concen tração de pro -
 teínas no plasma e bem menor no
líquido in tercelular). Entre as proteí nas
do plas ma, encontram-se globu li nas
(alfa, beta e gama), albu minas e fibri -
nogê nio. As albuminas têm papel fun -
da men tal na manuten ção da pres são
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– 289
núcleo, mitocôndria, sistema golgien -
se e lisossomo. Elas não se divi dem,
têm metabolismo baixo e vida apro xi -
mada de quatro meses.
As hemácias dos demais verte -
bra dos (exceto mamíferos) são nu -
clea das.
A hemácia é discoide, circular e
bicônca va, apresentando cerca de 7
micrô me tros de diâmetro.
Um homem apresenta aproxima -
da mente 5,5 milhões de hemácias
por milímetro cúbico de sangue, en -
quanto na mulher a quantidade é de
5 milhões.
As hemácias são produzidas na
medula óssea e destruídas principal -
mente no baço.
Elas transportam gases res pira -
tórios (O2 e CO2).
❑ Leucócitos ou 
glóbulos brancos 
São células produzidas pelo teci -
do hematopoético mieloide e linfoide.
São esféricas, quando mer gulhadas
no plasma, e ca pa zes de apresentar
movimentos ameboides. 
Classificam-se em granulócitos,
quando apresentam granulação cito -
plasmática (neutrófilos, basófilos e
aci dófilos), e agranulócitos, quando
não apresentam granulação citoplas -
má ti ca (monócitos e linfócitos). 
Os granulócitos são produzidos
na medula óssea; os agra nulócitos,
nos gân glios linfáticos (principal mente
no baço).
Leucócitos humanos.
A principal função dos leucócitos
é a defesa do organismo contra a
ação de bactérias ou corpos estra -
nhos que atinjam os tecidos. Essa
defesa se faz por meio de duas
propriedades dos glóbulos brancos:
a diape de se, que é a propriedade
que têm os glóbulos brancos de, por
movimento ameboide, atravessar a
parede do ca pilar e des locar-se atra -
vés do teci do conjuntivo; a fagoci -
tose, que con siste em en glo bar no
seu cito plas ma o elemento estranho.
Os linfócitos, ao contrário dos
de mais leucócitos, são pouco ativos
na fagocitose e são mais importantes
na produção de anticorpos. No te ci do
conjuntivo, os linfócitos transfor mam-se
em plasmócitos (células pro du toras
de anticorpos) e dão origem às cé -
lulas rejeitadoras de enxerto, que in -
va dem órgãos transplantados entre
indivíduos.
Os acidófilos, também cha ma -
dos eosinófilos, são células fago ci tá -
rias (porém menos ativas que os
neu trófilos e monócitos), que aumen -
tam em nú mero no sangue quando há
ma ni fes tação de doenças alérgi cas.
Os basófilos têm fun ção pouco
conhecida. Co mo os mastócitos (cé -
lulas de tecido conjuntivo), possuem
heparina e histamina. Além dessas
subs tâncias, os ba sófilos con têm se -
ro tonina. A seroto nina e a hista mi na
têm, res pec tiva mente, ação vaso -
constri to ra e vasodilatadora, e a he -
parina tem papel anticoa gu lante.
Os neutrófilos consti tuem a pri -
meira linha de de fesa contra a ação
de mi cro-or ga nismos. São bas tante
ati vos na fagocitose.
Os monócitos, como os neu tró -
filos, são muito ativos na fagoci tose.
Transformam-se em macró fa gos,
que são células fagocitárias do teci do
conjuntivo. Normalmente, o ho mem
apresenta de 4.300 a 10.000 leu có -
citos por mm3 de sangue.
❑ Plaquetas ou trombócitos
São corpúsculos citoplasmáticos
(anucleados) pro duzidos na medula
óssea. Sua forma é variável, e me -
dem cerca de 3 micrômetros. Seu
número normal por mm3 de sangue
é de 150 mil a 500 mil. 
Têm função na obstrução de va -
sos sanguíneos: quando há ruptu ras
de vaso, as plaquetas aí se aglu ti nam,
formando um tampão que con tribui
para a obstrução do vaso. As pla que -
tas participam da forma ção da trom -
boplastina, que é um fator indispen-
sável para a coagu lação do san gue.
Além disso, con têm serotonina, subs -
tância de ação vasocons tritora.
2. COAGULAÇÃO DO SANGUE
O mecanismo da coagulação
san guínea é muito complexo, sofren -
do a ação de várias substâncias con -
tidas no plasma, nas plaquetas e nos
tecidos.
Em linhas gerais, a coagulação
en volve a formação da trom bo plas tina
pela ação dos fatores do plasma, das
plaquetas ou do tecido.
A tromboplastina, em presença
do íon Ca++e de outros fatores plas -
má ti cos, trans forma a protrom bina do
plas ma na enzima trombina.
A trombina transforma o fibri no -
gênio em fibrina. 
A fibrina, sendo uma proteína in -
solúvel, precipita-se, formando uma
rede de filamentos. A deposição da
re de de fibrina na extremidade lesa da
no vaso retém os glóbulos sanguí -
neos, formando-se assim um tampão
que obstrui o vaso lesado.
A protrombina forma-se no fíga do,
sendo necessária a vitamina K pa ra a
sua síntese, e, consequen temen te,
pa ra que haja a formação do coá gu lo.
A vitamina K é normal mente sin -
tetizada por bactérias do intestino dos
mamí fe ros, tornando-se defici tá ria,
por tan to, quando a sua absorção for
preju dicada.
Uma substância de ação anticoa -
 gulante é o dicumarol, produ zi do
por folhas de alguns trevos (trevo-
doce). O dicumarol age no fí gado,
com petindo com a vitamina K na for -
ma ção da pro trombina (impede a for -
ma ção desta úl tima) e pode ma tar o
ga do, ocasionando hemorra gias.
Como os íons cálcio são neces -
sários para a ação da tromboplas tina,
a coagulação pode ser impedida pela
remoção desses íons, possibi litada
pe la adição de oxalato de só dio ou de
citrato de sódio (ou mesmo de amô -
nio ou potássio).
C1_3oA_Biol_Teo_Conv_Tony 19/10/10 14:04 Página 289
290 –
MÓDULO 10 O Sistema Linfático
1. CARACTERÍSTICAS
GERAIS
Está presente nos vertebrados e
tem a mesma finalidade em todos
eles. No homem, o sistema linfático
es tá repre sen tado por um sistema de
vasos re vestidos por endotélio, que
recolhe o líquido intercelular e o de -
volve ao san gue. O líquido, assim co -
lhido e trans portado, recebe o nome
de linfa e, ao contrário do sangue,
cir cula ape nas num sentido, isto é, da
periferia para o coração.
De acordo com o calibre, os ca -
nais do sistema são chamados ca pi -
lares (menor calibre), vasos e du -
 tos lin fáticos (maior calibre).
O duto ou canal torácico de -
sem boca na veia subclávia esquerda,
e a grande veia linfática ou duto
linfá tico direito desemboca na veia
sub clávia direita. A parede dos dutos
linfá ticos tem estrutura semelhante à
das veias. 
No trajeto dos vasos linfáticos, en -
 contram-se dilatações denomi nadas
gânglios linfáticos ou lin fo no -
dos. Tais gânglios são cons tituídos de
tecido conjuntivo hema topoético lin -
foide. Na sua parte interna, medu lar,
en contra-se uma trama reti cular à qual
se agregam células reti culoen dote liais
e ainda passa gens deno mi nadas si -
nu soides, reves tidas por células fago -
ci tá rias. Por sua ri queza em ma cró fa -
 gos, os linfonodos repre sen tam filtros
para a linfa, fago citando ele mentos
es tranhos. Neles, formam-se glóbulos
bran cos do tipo monó citos e, princi -
pal mente, linfóci tos. Além disso, por
sua riqueza em plas mó citos, repre sen -
t am locais de for mação de anti corpos.
O líquido intersticial é também de -
nominado líquido intercelular. É se me -
lhante ao plasma sanguíneo, embo ra
contenha bem menos proteí nas. A
pres são sanguínea faz com que o plas -
ma atravesse as paredes dos ca -
pilares, com exceção das pro teínas
de gran de peso molecular, e passe
para os espaços interce lulares. Esse
plasma filtrado é o líqui do intersticial,
pelo qual há o forneci men to de subs -
tâncias às célu las. É evidente que es -
se líquido é modi fica do posterior -
men te em con se quência das ativida -
des ce lulares.
É mantido um equilíbrio desse flui -
do entre o sangue e os tecidos: não
chega a se formar excesso desse lí -
qui do nos tecidos, porque ele é con ti -
nuamente reconduzido à cor rente
san guínea pelo sistema de vasos lin fá -
ti cos. O fluido, agora dentro dos va sos
linfáticos, é chamado linfa. O sis- te -
 ma linfático funciona como um re cep tor
do excesso de líquido intersticial.
2. HIPÓTESE DE STARLING
As proteínas plasmáticas de sem -
 penham um papel importante na
trans ferência de líquido através da
parede capilar. O líquido pode sair da
cor rente sanguínea para o líquido
inter celular e também pode passar
dos es paços in ter celulares para a cor -
rente san guínea. O sentido de passa -
gem do líquido é de terminado pela
pres são sanguí nea dos capi lares e
pe la pres são os mótica das proteí nas
do plasma.
Pressão sanguínea: em razão da
sís tole ventricular, o sangue é bom -
bea do pelo sistema arterial sob alta
pres são. Essa pressão decresce à
medi da que o sangue se distancia do
co ra ção, de tal modo que, ao passar
das ar teríolas para os capilares, atin -
ge va lores de cerca de 35 mmHg. Na
saí da dos ca pilares, o valor da pres -
são sanguínea é de ape nas 15 mmHg,
em mé dia. Desse modo, a pressão
san guínea média nos capi lares é da
or dem de 25mmHg. Esta pres são é
su ficiente para fa zer extra vasar o plas -
 ma san guíneo (sem a maior parte das
proteínas) e che gar aos es paços in ter -
 celulares.
Em virtude da maior con cen tra ção
do plasma sanguíneo (apresenta pro -
teí nas) em re lação ao líquido inter ce -
lular, há uma maior pressão osmó ti ca
no interior do vaso. Em consequên- 
cia dessa diferença, tem-se movi men -
to de líquido dos espaços intercelu -
lares para o in terior através da parede
ca pi lar (se mipermeável). A pressão
os mó tica das proteínas plas máticas é
da ordem de 25mmHg. Desse modo,
ob serva-se um equi líbrio dinâmico do
mo vimento de líquido entre o sangue
dos capilares e do líquido intercelular
dos tecidos.
A pressão sanguínea força o flui -
do para fora do capilar, de ma nei ra
de crescente, da terminação ar te rial
pa ra a terminação venosa. A pres são
os mótica das proteínas (coloi dos mó ti -
ca ou oncótica) força o fluido dos es -
pa ços intercelulares para o interior do
ca pilar. Na termi nação ar te rial do ca -
pi lar, sai mais flui do do que entra e, na
ter mi nação venosa, veri fica-se o con -
trário.
Hipótese de Starling.
C1_3oA_Biol_Teo_Conv_Tony 19/10/10 14:04 Página 290
– 267
1. CONCEITO DE EXCREÇÃO
Excreção é o processo de elimi -
nação de substâncias que são pro du -
zidas em excesso no organis mo.
Essas substâncias resultam da ativi -
dade (metabolis mo) celular.
As células estão sempre em ativi -
dade; mesmo que não estejam em
cres cimento ou em movimento, estão
constantemente sintetizando e de com -
pondo substâncias. Essas ativi dades
dão origem a subprodutos que não po -
dem ser utilizados e que, se acu mula -
dos em grandes quantida des, seriam
prejudiciais ao orga nismo.
❑ Principais excretas
As principais excretas são:
– CO2 (dióxido de carbono);
– H2O (água);
– sais;
– bile;
– NH3 (amônia);
– CO (NH2)2 (ureia);
– C5H4N4O3 (ácido úrico);
– creatinina.
A amônia, a ureia e o ácido úrico
são provenientes do metabo lismo dos
aminoácidos.
Denomina-se homeostase a ca -
 pacidade que tem o organismo de
man ter seu meio interno em estado de
equilíbrio dinâmico.
A homeostase é essencial para a
vida, e a manutenção de um meio in -
ter no equilibrado depende tanto do
sistema excretor quanto dos sistemas
digestório e circulatório. Nos animais
que têm sistema circulatório, as subs -
tâncias que devem ser removidas são
transportadas pelo sangue. Po demos
dizer, portanto, que o sistema excre -
tor funciona de modo que mantém
pra ticamente constan te a composi ção
do sangue.
2. EXCREÇÃO
NOS INVERTEBRADOS
Nos protozoários em geral e nos
pluricelulares mais simples (poríferos
e celenterados), a excreção ocorre por
simples difusão.
FRENTE 3 Biologia Animal
MÓDULO 11 O Sistema Excretor
Ameba (protozoário dulcaquícola).
Alguns protozoários de água do -
ce apresentam outro mecanis mo ex -
cre tor. Neles há estruturas chama das
vacúolos contráteis ou pul sá -
teis, cuja principal função é re mover
o excesso de água que entra na cé -
lula por osmose. Esse excesso é co le -
tado nesses vacúolos que se con-
 traem perio dicamente e expulsam seu
con teúdo para o meio. Neles fo ram
en con tradas pequenas quanti da des
de amônia, o que indica a função real -
 men te excretora de tais vacúolos.
Os vermes achatados (platiel min -
tos) enfrentam o mesmo pro blema dos
protozoários de água doce, ou seja, é
o excesso de água que se difunde
para o interior das células e que deve
ser eliminado. Na planária, o CO2 e a
maior par te da amônia (NH3) são
excre ta dos por difusão.
Para remover o excesso de água,
a planária tem um sistema constituído
por um conjunto de tubos ramifica dos,
terminando as ramifica ções menores
em uma célula es pecia li za da, a cé lu -
la-flama. Cada célula-flama abre-se
em uma cavidade onde se pro je tam
di versos flagelos, cujo movi mento
leva a água para os canais excre -
tores. O no me “célula-flama” de ve-se
ao movi men to dos flagelos inter nos
que pos sui.
A célula-flama também é deno mi -
nada solenócito e ocorre nos ce fa -
locordados (ex.: an fio xo).
Os asquelmintos apresentam dois
tipos de sistema excretor: o simples e
o duplo. O simples aparece nos as -
quel mintos de vida livre e é consti tuí -
do por uma grande célula ventral e
an terior, com um ducto que se abre
posteriormente na linha me diana. No
sistema duplo, também conhecido por
“tubos em H”, existem dois ca nais que
correm ao longo das linhas late rais. Na
parte anterior, os dois tu bos unem-se
e formam um único, que se abre na li -
nha mediana ventral. Cada tubo é cons -
tituído por uma úni ca cé lula ca na-
 li cu lada. As pare des dos tu bos absor -
vem por osmose os cata bó litos, que
são en viados para o poro ex cretor.
Os crustáceos apresentam um
par de glândulas verdes situado
ven tralmente na cabeça, anterior em
rela ção ao esôfago.
Em cada glândula verde, distin -
guem-se o saco terminal, o labirinto, o
tu bo branco, a bexiga e o poro ex cretor.
O saco terminal é uma cavidade
de natureza celomática, em contato
com o labirinto, uma estrutura de cor
ver de, também chamada córtex, cons -
tituída por numerosos canículos anas -
 tomosados, ficando o conjunto com
uma consistência esponjosa. Do la bi -
 rinto sai o tubo branco, de contorno
sinuo so, dilatando-se na extre midade
e for man do a bexiga com um curto
ducto ter minado em poro excretor,
situado na base da antena. As glân -
dulas ver des absorvem cata bólitos do
sangue e dos líquidos intersticiais.
C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 267
268 –
Os anelídeos (vermes metameri -
zados), como a minhoca, utilizam o
sis tema circulatório como principal
meio de remoção do CO2 e também
apre sentam tubos excretores que se
dis põem em pares em quase todos os
seg mentos do corpo (não ocorrem nos
dois primeiros e no último); são deno -
minados nefrídios.
Fluidos contendo as excre tas
(água e amônia) entram na abertura
em funil de cada tubo e são levados à
porção terminal deste, que é circun -
dada por numerosos vasos san guí -
neos. A abertura configura-se na ca -
 vi dade do corpo, de onde as ex cretas
são coletadas. A parte final do tubo
abre-se em um poro na pare de do cor-
po, por onde as excretas são elimi-
nadas.
Os moluscos também apresen tam
nefrídios.
Os insetos utilizam-se de diferen -
tes mecanismos de excreção: o dió xi -
do de carbono é eliminado pelas
tra queias; as excretas nitrogena das
são eliminadas através de estru turas
especializadas, os túbu los de Mal-
pi ghi. Uma das extremi da des de sem -
bo ca no intestino e a outra se aloja nas
lacunas do siste ma san guíneo. Reti -
ram do san gue os produ tos de ex -
creção e os trans fe rem para o tubo
digestório, de onde os cata bólitos são
eliminados, pelo ânus, com as fezes.
Nematoide – sistema excretor em H.
Glândula verde de crustáceo.
Excreção na planária.
A principal excreta nitrogena da
dos insetos é o ácido úrico. O fato de
ser praticamente insolúvel em água é
a propriedade mais importan te dessa
substância, pois não requer água pa ra
conservar os cristais de ácido úrico no
interior dos seus tubos ex cre tores.
Esses cristais passam para o tubo di -
ges tório e daí são elimi na dos, pelo
ânus, com as fezes.
Nefrídio de um anelídeo.
Tubo de Malpighi na barata.
Os miriápodos e os aracnídeos
tam bém apresentam túbulos de
Malpighi.
Os aracnídeos, além dos túbulos
de Malpighi, apresentam um ou dois
pares de glândulas coxais excreto ras,
situadas no assoalho do ce fa lo tó rax.
Essas glândulas são consi de ra das
homólogas às glândulas ver des dos
crustáceos.
3. CLASSIFICAÇÃO 
DOS ANIMAIS QUANTO
À PRINCIPAL EXCRETA
NITROGENADA
A amônia é muito tóxica para as
células, a ureia é menos tóxica do que
a amônia e o ácido úrico prati camen -
te não é tóxico.
O fato de os insetos excretarem o
ácido úrico, e não amônia ou ureia, é
uma adaptação para a vida no meio
ambiente terrestre, onde a economia
hídrica é vital para a sobrevivência.
A amônia é a excreta nitrogenada
de animais de pequeno porte que dis -
põem de muita água. A ureia, como a
amônia, também necessita de água pa -
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– 269
MÓDULO 12 A Excreção Humana
1. EXCREÇÃO 
NOS MAMÍFEROS
Nos animais mais evoluídos, a ex -
creção ocorre por meio de diversos
órgãos. No homem, por exem plo, os
rins formam a urina, que é uma so -
lução de excretas nitrogenadas em
água; a pele excreta o suor, que é
também um produto de excreção; o
fígado elimina a bile, flui do que con -
tém excretas, os pigmentos bilia res;
os pulmões excretam água e dióxido
de carbono.
❑ O rim
A unidade morfológica e funcio nal
do rim é chamada néfron. Cada rim
apre senta cerca de 1 milhão de né frons.
O néfron é constituído pela arteríola
aferente, glomérulo de Malpighi, ar te -
 ríola eferente, cápsula de Bowman, tú -
bulo contornado proximal, alça de
Henle e túbulo contornado distal. Os
túbulos distais de vários néfrons de -
sembocam em ductos coletores. Os
vários coletores desembocam na pel -
ve do rim. Da pelve partem para o
ure ter, que se dirige para a bexiga
uriná ria. A urina é formada continua -
mente no rim e acumulada na bexiga
urinária.
A formação da urina, que ocorre
nos néfrons, deve-se aos processos:
filtração glo merular, reabsor -
ção e secreção tubular.
❑ Filtração glomerular
Ocorre na cápsula de Bowman: o
san gue que che ga aos capilares san -
guíneos do glomérulo pela arte ríola
afe rente é forçado pela pres são san -
guínea contra as paredes do ca pilar
e da cápsula (paredes semiper meá -
veis); des se modo, uma parte do plas -
 ma sanguíneo extrava sa, ou seja, é
filtrada para o interior da cápsula.
O líquido filtrado tem com posi ção
química semelhante à do plasma san -
guíneo, diferin do deste pela au sên cia
de pro teínas.
A pressão de filtração pode ser
obtida da seguinte maneira:
PF = PS – (PO + PC)
ra sua eliminação; por tanto, sua ex cre -
ção ocorre em ani mais que dis põem
de água em quanti dades sufi cientes.
O homem excreta ureia dissolvi da
em água em quantidade tal que a sua
concentração é bastante baixa.
Os peixes ósseos eliminam amô -
nia, e os peixes cartilaginosos excre -
tam ureia.
Os répteis e as aves, da mesma
maneira que os insetos, também eli -
minam o ácido úrico como principal
excreta nitrogenada. Nesses ani mais,
a excreção se dá com uma perda de
água muito pequena. Sob esse as pec-
to, insetos, aves e répteis ajustam-se
da mesma maneira à vida terrestre, na
qual, frequentemente, o suprimento de
água é limitado.
Classificam-se os animais, quanto
à principal excreta nitrogenada, em
três grupos: amonotélicos, ureo télicos
e uricotélicos.
Animais que vivem em ambiente
terrestre não têm um suprimento ili mi -
tado de água em contato tão próxi mo
com seus tecidos, como é o caso dos
aquá ticos. Por ser bastante tóxica, a
amô nia produzidano metabolismo
não pode ser acumulada. Assim, mui -
tos ani mais terrestres desenvol veram
pro cessos para converter a amônia
em ureia ou ácido úrico.
De acordo com Needham, bio quí -
 mico inglês, a excreção de ureia ou
áci do úrico é determinada pelas con -
dições em que o embrião se forma. O
embrião do mamí fero de sen volve-se
em estreito con tato com o sis tema
circulatório mater no. Assim, a ureia,
que é bastante solúvel, pode ser
removida do em brião pela circu lação
materna e, a seguir, excretada.
Os embriões de ave e de réptil
desenvolvem-se em um ovo de casca
rígida e no meio externo (ovíparos). Os
ovos são postos com água sufi ciente
para mantê-los durante a in cubação. A
produção de amônia ou mesmo ureia,
em tal sistema fechado, pode ria ser
fatal porque tais excretas são tóxi cas.
Esses embriões produ zem áci do úrico
que, por ser insolú vel, pre cipita e per -
manece acu mu lado no alan toide
(anexo embrio ná rio). Tais caracterís -
ticas, tão neces sárias ao de sen vol vi -
mento embrio nário, são leva das pos te -
rior mente ao indivíduo adul to.
O girino, que é aquático, excreta
principalmente amônia. Entretanto, ao
sofrer o processo de meta morfo se, tor -
 na-se um verdadeiro anfíbio e pas sa
muito tempo fora d’água. Durante a
me ta morfose, o animal começa a pro -
duzir ureia em lugar de amônia e,
quan do a metamorfose se completa, a
ureia pas sa a ser produto de excreção
predo minante.
Os peixes dipnoicos constituem
outro exemplo interessante. En quan to
na água, excretam principal men te
amônia; quando o rio ou o lago se -
cam, permanecem na lama e co me -
çam a estivar e acumular ureia co mo
produto final nitrogenado. Quan do as
chuvas voltam, esses peixes ex -
cretam uma grande quantidade de
ureia e inici am novamente a excreção
de amônia. 
Animais Ocorrência Observação
Amonotélicos
NH3
Maioria dos inver te bra dos aquá ti -
cos, te leós teos (pei xes ós seos),
protocordados.
Solúvel (muito tóxica).
Ureotélicos
CO(NH2)2
Peixes condrictes (car tilagi no sos),
an fíbios, mamífe ros.
Solúvel (menos tóxica 
do que a amônia).
Uricotélicos
C5H4N4O3
Insetos, répteis, aves. Insolúvel (não tóxica).
Classificação dos animais quanto à prin ci pal excreta nitrogenada.
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270 –
em que:
PF = pressão de filtração.
PS = pressão hidrostática do san -
 gue nos capilares.
PO = pressão osmótica das pro -
teínas do plasma (pressão oncótica).
PC = pressão hidrostática da cáp -
sula de Bowman.
❑ Reabsorção renal
O filtrado capsular formado na
cáp sula de Bowman flui ao longo do
tú bulo renal (túbulo contornado pro-
ximal, alça de Henle e túbulo contor -
nado distal) e atinge o ducto cole tor.
Nesse trajeto, a maior parte da água
e das substâncias nela dissolvi das é
reabsorvida pelos capilares san guí -
neos; o restante do filtrado irá cons -
tituir a urina.
Nos dois rins do homem, são pro- 
duzidos por minuto cerca de 130 cm3
de filtrado capsular; porém, esse flui do
modifica-se bastante à medida que flui
ao longo dos túbulos renais até atin gir o
ureter. Já a produção de uri na é de
cerca de 1 cm3 por minuto; portanto,
mais de 99% do filtrado é reab sor -
vido à medida que per cor re os túbulos
renais e os ductos cole tores.
Muitas substâncias componen tes
do filtrado capsular são neces sárias
ao organismo e não podem ser per -
didas com a urina (como água, sais,
substâncias alimentares etc.). Essas
substâncias são transportadas do in -
terior do túbulo para o interior dos ca -
 pilares peritubulares e contra um gra -
 diente de concentração, isto é, de
uma região de menor con cen tração
(inte rior do túbulo) para uma de maior
concentração (inte rior do ca pi lar san-
g uíneo). Esse trans porte, atra vés das
células dos túbulos renais (reabsor -
ção), é feito por meio do me canis mo
de transporte ativo.
A reabsorção ativa dos solutos ci -
 tados pelos túbulos proximais é acom -
panhada de uma reabsorção pas-
 siva do seu solvente – a água. Esse
mecanismo, denominado re ab sor -
ção obrigatória, é decor ren te da
ne cessidade de manter-se o equi lí brio
osmótico nessa região do néfron.
O néfron (unidade funcional do rim).
Rim completo.
tâncias indesejáveis podem ser eli mi -
nadas pelo sangue, diretamente no
fluido do túbulo renal. É o que ocorre,
por exem plo, com o antibiótico que o
indivíduo doente recebeu. Ele é se cre -
tado ativamente na urina em formação.
2. O FATOR NATRIURÉTICO
ATRIAL (FNA)
Adolpho de Bold descobriu um
hormônio denominado FNA. Trata-se
de um composto químico produzido
pelo átrio cardíaco. O FNA promove
uma vasodilatação da arteríola afe -
rente e uma vasoconstrição simultâ -
nea da arteríola eferente, aumen tando
a pressão glomerular e o vo lume de
urina produzida e contribuindo para a
diminuição da pressão san guínea.
3. CICLO DA ORNITINA
Os aminoácidos que não são uti -
lizados na síntese proteica são trans -
formados, para fornecer parte da
ener gia utilizada pelo organismo. Esse
processo envolve a perda do grupo
NH2. Os grupos NH2 reagem formando
amônia. No fígado, a maior parte da
amônia dá origem a um composto
menos tóxico, a ureia; desse modo, nos
animais ureotélicos, a ureia é produzida
principalmente no fígado, a partir dos
resíduos metabólicos de amônia e de
carbono, de acordo com a seguinte
reação:
A ureogênese dá-se da seguinte
maneira: uma molécula de amônia e
uma de CO2 combinam-se com a
ornitina, originando outro aminoácido,
a citrulina. Este aminoácido se com -
bina com uma molécula de áci do
aspár tico (uma segunda molécula de
amônia é consumida na produção do
ácido as pártico), formando a argini na,
que reage com água, dando ureia e
ornitina. Note que temos aqui um
meca nismo cíclico, que se deno mina
ciclo da ornitina.
2NH3 + CO2 →→ H2N — C — NH2 + H2O
||
O
O mecanismo de reabsor -
ção ao longo da alça de Henle
acontece da seguinte maneira:
o ramo ascenden te é imper -
meável à água, porém rea b sor -
ve sódio; dessa ma neira, o flui do
tubular torna-se menos con cen -
trado ao che gar ao túbulo con -
tor nado dis tal e ao ducto coletor.
A permeabilidade à água
das pa redes do túbulo distal e
do ducto co letor é variável. As -
sim, nessas por ções, a reab sor -
ção da água é con tro lada pelo
hormônio antidiu rético (ADH).
O ADH faz aumentar a per -
mea bi lidade da membra na, le -
vando a uma maior reab sorção
de água. Na au sên cia do ADH,
a membrana torna-se im per -
meável à água, que, então, é eli -
mi nada na urina. Essa absorção
de água con tro lada pelo ADH é
deno mi nada reabsorção fa-
culta tiva, porque de pende so -
mente das neces sidades hídri -
cas do organismo e não tem
rela ção com a concen tração
dos solutos do fluido tubular.
❑ Secreção tubular
Ao longo do néfron, subs -
C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 270
– 271
1. GENERALIDADES
Os músculos apresentam as se -
guin tes funções:
– sustentação;
– locomoção (movimentação);
– fornecimento de calor (ho meo -
termos);
– manutenção da forma;
– pressão sanguínea (coração).
Na minhoca, a sustentação é
exer cida especialmente pelos mús cu -
los, pois ela não apresenta esque leto.
A função de movimento deve
com preender não somente os mo vi -
men tos macroscópicos (visíveis fa cil -
 men te), como também o movi men to
dos ór gãos internos.
Po demos classificar os músculos
em três tipos: liso ou visceral, cardía -
co e estriado esquelético.
O músculo é constituído de um
gran de número de fibras ou células
que possuem cerca de 100 μm de
diâ metro. A célula (esquema 2) apre -
sen ta-se com estriação transversal.
Obser van do-se uma célula isolada
(em 3), nota-se que há inúmeras fi -
brilas dis pos tas longitudi nal mente no
seu interior – são deno mi nadas miofi-
bri las, com cerca de 1 μm de espes -
sura. Nos esquemas 4, 5 e 6, apare -
 cem, em aumento cres cen te, porções
de uma miofibrila. A mio fibrila apre -
senta es tria ções transver sais e tais
estrias seguem um padrão definido: o
trecho compreendido entre duas es -
trias Z denomina-se sar cô mero
(unidade estrutural e fisioló gi ca da
con tração); estria Z é uma re gião de
conden sa ção de proteína; a faixa mais
clara, situa da entre duas bandas A,
chama-se banda I.
Estrutura do músculo 
estriado cardíaco de mamí fero.
As miofibrilas, vistas ao mi cros có -
 pio eletrônico, aparecem cons tituí das
por miofilamentos, com es pes sura
de 50 Å a 100 Å. Es ses mio fila mentos
interdigitam-se de tal modo que seu
ar ranjo deter mi na as faixas A e I.
A banda A é composta de fila -
men tos grossos de uma proteína – a
mio sina, que se imbrica com fila -
men tos finos de outra proteína – a ac -
tina. A banda I contém somente fila -
 mentos finos de actina. Os fila men tos
grossos de miosina mos tram pon tes
laterais que se dirigem para os fila-
mentos finos de actina.
2. MECANISMO DA
CONTRAÇÃO MUSCULAR
Segundo Huxley (Prêmio Nobel em
1963), a contração muscular obe de ce
à teoria dos filamentos desli zan tes.
De acordo com essa teoria, quan -
do ocorre a contração, os mio fila men -
tos de actina e miosina não se
en cur tam nem se esticam; eles des li -
zam uns sobre os outros, de maneira
que os fila mentos de actina se apro xi -
mam, di mi nuindo a faixa H. Obser van -
do a fi gu ra que se segue, notamos
que a ban da A não altera suas di men -
 sões du rante a contração e o re la -
xamento, en quan to a banda I di mi nui
de compri mento na contração e au -
menta no re la xamento.
Como os únicos contatos obser vá -
 veis entre os miofilamentos são as pon -
 tes laterais, que partem dos mio fi la -
 men tos de miosina, admite-se que tais
pon tes sejam as responsáveis pe lo
desli zamento, deslocando-se os fila -
men tos de actina em relação aos de
miosina.
A contração muscular.
❑ Dependência 
do Sistema Nervoso
Os músculos estriados são esti -
mu lados para a con tração por im pul sos
nervosos. De pen dem de impul sos
provenientes dos nervos medu la res e
cerebrais para iniciar sua ati vi da de.
Essa depen dên cia é tão gran de que,
quando há uma separação en tre nervo
e músculo, não há mais con tração e os
músculos se atrofiam.
O músculo estriado nunca está
em repouso completo, mas leve men te
contraído, porque recebe cons tan te -
mente impulsos nervosos da me du la
e do cérebro. Esse estado de con tra -
ção chama-se tônus.
MÓDULO 13 O Sistema Muscular
S. N. Autônomo
(involuntário)
S. N. Autônomo
(involuntário)
Cerebral
(voluntário)
lenta
rápida
rápida
ausentes
presentes
presentes
1
1 ou 2
vários
Liso ou
viceral
Estriado 
cardíaco
Estriado
esquelético
Comando
nervoso
Velocidade
(da contração)
Estrias
transversais
No. de núcleos
por célula
Tipos de
músculos
C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 271
272 –
B
IO
LO
G
IA
 A
Quando o im pul so nervoso atin ge
a junção neu romus cu lar, ocorre aí uma
série de fenô menos bio quí mi cos. Nem
to das essas reações são com ple ta -
mente conhe cidas. O resulta do final
do impulso ner voso é a con tra ção das
fibras mus culares. A con tra ção total
do músculo es que lé ti co é o resultado
da con tração maciça das fibrilas das
células musculares.
3. EXCITABILIDADE 
MUSCULAR
A contração pode ser provocada
artificialmente nos músculos in situ ou
recém-separados do organismo. O
agente aplicado ao músculo para se
A figura acima mostra a estrutura da célula (fibra) muscular estriada esquelética, 
desde o músculo visível a olho nu em 1 até o nível ultramicroscópico em 6.
obter a resposta deste chama-se es-
tímulo.
Em preparações neuromuscula -
res, pode-se produzir a contração
apli cando-se diversas classes dos
estí mulos (mecânicos, químicos, elé -
tricos) ao músculo ou ao nervo (es -
timulação direta ou indireta, res pec-
tivamente).
Observação da contração de
um mús culo na tela de um osciloscópio.
Uma fibra muscular isolada, quan -
do estimulada, obedece à “Lei do
Tudo ou Nada”.
Se o estímulo for subliminar, a
fibra não responde, mas, se for limiar
ou supraliminar, responde com inten si -
dade máxima.
O músculo, bem como o nervo,
obedece à “Lei do Tudo ou Nada”.
Lei do Tudo ou Nada.
C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 272
– 273
1. O NEURÔNIO
O sistema nervoso é constituído
por uma rede de unidades celulares
de no minadas neurônios (células ner -
vo sas). Os neurônios mostram uma va -
 ri e dade de forma e tamanho, po rém
possuem elementos comuns. Uma
cé lula nervosa típica tem três par tes
principais: dendritos, axônio (ci lin dro-
eixo ou fibra nervosa) e cor po celular.
Os dendritos e o axônio (este sem -
pre único em cada célula) são prolon -
 ga mentos do neurônio. Os den dritos
con duzem o influxo ner vo so em dire -
ção ao corpo celular. No axô nio, pode
ha ver, além de mem bra na celular, duas
outras bainhas: bai nha de mie lina (in -
terna) e bainha de Schwann (externa,
celular). Essas bai nhas são inter rom -
pidas em inter va los regula res por es -
trangulamentos chamados nó du los de
Ranvier, que têm papel im por tante na
velocidade da condução ner vosa.
Nervo é um grande número de
axô nios, cada um originário de um neu -
rônio diferente. O nervo não con tém
cor pos celulares, pois estes es tão lo -
calizados no encéfalo, na me du la e
nos gânglios nervosos.
Esquema de um neurônio.
2. SINAPSE
As células nervosas e seus pro -
lon gamentos fazem contatos umas
com as outras através de pontos de -
no minados sinapses. Na sinapse, o
axô nio terminal não está em contato
direto (continuidade) com a mem bra -
na das ramificações do neurônio se -
guin te, mas existe aí uma fenda da
or dem de 200 Å de largura. A trans -
fe rên cia de um influxo nervoso atra -
vés des sa sinapse é feita por meios
quí mi cos. Uma característica impor -
tan te é que a transmissão do impulso
na si na pse se processa somente no
sen ti do axônio-dendrito e nunca no
sen ti do inverso. Desse modo, a sinap -
se atua como uma válvula de sentido
único.
A sinapse.
3. CONDUÇÃO DO IMPULSO
No neurônio, em razão da per -
mea bi li dade seletiva, há uma dife -
rente dis tri buição de íons através da
mem bra na, gerando um maior acú -
mulo de íons positivos fora da mem -
brana (do axô nio) em relação a seu
interior. Es sa distribuição diferencial
de íons cria uma diferença de po -
tencial que os ci la ao redor de – 70 mV,
que é o po ten ci al de repouso (PR).
Quando um impulso nervoso se
pro paga pelo axônio, o que se ob ser -
va é uma onda de aumento de per -
me abilidade, provocando uma in ten-
 sa entrada de íons sódio com inver -
são do potencial: o interior do axônio
pas sa a ser positivo e o exterior ne ga -
tivo [potencial de ação (PA)].
Logo após a passagem da onda
de despolarização (inversão de esta -
do elétrico), o equilíbrio iônico se es -
ta belece e a fibra estará em con di-
 ções de desenvolver um novo po ten -
ci al de ação (influxo). Isto ocorre por
me canismo de transporte ativo de
íons com consumo de energia (ATP).
Condução do impulso 
nervoso ao lon go do axônio.
MÓDULO 14 O Neurônio
C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 273
274 –
MÓDULO 15 O Ato Reflexo
1. ATO REFLEXO
Os movimentos coordenados mais
simples que você pode execu tar (pes -
tanejar, espirrar ou retirar brus ca men -
te a mão de uma chapa aque cida)
parecem reações invo lun tá rias auto -
má ticas que surgem rapi da mente
quan do ocorrem certas mo di ficações
no ambiente. Você retira a mão da
chapa aquecida mesmoan tes de
perceber que se queimou.
Essas reações involuntárias que
en volvem impulsos nervosos são de -
no minadas de reflexos. Nos reflexos,
a transferência de informações per -
cor re um caminho conhecido pelo no -
 me de arco reflexo.
Os fenômenos que se desen vol -
vem nas vias nervosas desde o re cep -
 tor, ao receber o estímulo, até o e fe tor,
que dá a resposta final, de no mi nam-
se atos reflexos.
Quando é pequeno o número de
neu rônios envolvidos, tem-se um ato
re fle xo simples e, ao contrário,
quan do há um grande número de neu -
rô nios envolvidos, chama-se ato re -
fle xo com plexo. Todas as estru -
 tu ras envol vi das no ato reflexo re ce -
bem, em con junto, a denominação ar -
co re fle xo.
Um arco reflexo simples, como o
re flexo patelar, ocorre da seguinte
ma neira:
– O órgão receptor do estímulo é o
tendão do joelho. Um golpe des fe ri do
excita as extremidades ner vo sas
(dendritos) dos neurônios, cu jos
cor pos celulares estão locali za dos no
gân glio raquidiano. Os axô nios des -
ses neu rônios penetram na par te dor -
sal da me dula e fazem si na pse com
os den dri tos dos neurô nios as so -
cia ti vos, cujos axônios trans mi tem o
im pul so ner voso para o terceiro gru po
de neurô nios – os neurônios mo -
tores.
– Os corpos celulares desses
neu rônios motores estão localizados
na medula em sua parte ventral (an te -
 rior) e seus axônios partem pela raiz
ante- rior e vão excitar os mús cu los da
coxa, provocando o mo vi men to da
per na; de- senvolve-se assim o re flexo
pa telar. Os axônios dos neu rô nios as -
socia- tivos do arco reflexo tam bém
en tram em sinapse com neurô nios
que trans mitem o impulso nervo so ao
en céfalo e, assim, tem-se cons ciên cia
do golpe sofrido no joelho.
Um arco reflexo simples, como o
des cri to, envolve as seguintes estru -
tu ras:
– Receptor do estímulo – re -
 pre sentado por corpúsculos sen so ri -
 ais do tendão e inervados por den -
 dri tos dos neu rônios sensitivos.
– Via sensitiva – repre senta da
pe los neu rô nios sensitivos que se di ri -
 gem para a me dula pela raiz dor sal. 
– Neurônio associativo – si -
tua do na medula, transforma a in for -
 ma ção sensorial em ordem de ação
que se propagará pelos neu rô nios
mo to res. Nos refle xos com ple xos po -
dem ocor rer vários neu rô nios de as so -
cia ção.
– Via motora – neurônios mo -
to res, que condu zem a ordem de
ação pa ra a contração dos músculos
e sa em da me dula pela raiz ventral;
che gam até o efetor.
– Efetor – rea liza a resposta fi -
nal ao estímulo; esse reflexo pa telar
está re pre sen tado pelos músculos da
coxa.
Os reflexos po dem ser medula res
e encefá licos. Nos reflexos me du la res,
como o patelar, a integração da in for -
mação ocorre na me dula e é sem pre
au tomática e involuntária. Re fle xos
encefálicos são comple xos, e a in -
tegração ocorre em neurônios as -
socia tivos do en cé falo.
Os efetores po dem ser represen -
ta dos pelos músculos e por glân du -
las.
Ato reflexo patelar.
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– 275
2. DIVISÃO ANATÔMICA 
E FISIOLÓGICA DO
SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso central com -
pre ende o encéfalo e a medula es pi -
nhal ou nervosa.
O sistema nervoso periférico com -
preende nervos cranianos (do en cé fa -
lo), nervos raquidianos ou es pi nhais
(da medula), gânglios sen so riais e sim -
páticos.
Os neurônios (ou fibras) que con -
 du zem impulso ao sistema ner voso
cen tral (encéfalo e/ou medula) são
de nominados neurônios afe ren tes
ou sen sitivos; aqueles que con du -
zem do sistema nervoso central aos
efe to res (músculos e glândulas) são
cha ma dos neurônios efe ren tes ou
mo to res.
Geralmente existem neurônios
as sociativos no sis tema nervoso, co -
nectando esses neurônios (afe rentes
e eferentes).
Os corpos celulares dos neu rô -
nios eferentes estão localizados den -
tro da medula na sua porção ventral
(ou anterior) e suas fibras constituem
a raiz ventral ou anterior. Os neu rô nios
aferentes que penetram no en cé falo
têm seus corpos celulares nos gân -
glios, localizados pró xi mos ao en -
céfalo.
A atividade motora da muscu la tu -
ra esquelética é controlada por fibras
do sistema nervoso periférico por meio
de diferentes níveis do sistema ner vo -
so central, cerebral ou me dular. A mus -
 culatura lisa e a cardíaca, assim como
as glândulas, rece bem iner va ção do
sistema nervoso au tô nomo.
❑ Sistema Nervoso Central
É constituído pelo encéfalo e pela
me dula, que são protegidos por três
ca ma das de tecido conjuntivo (me -
nin ges) e por ossos (crânio e co luna
ver tebral). A meninge mais interna,
que está em contato direto com o en -
cé fa lo e a medula, é a pia-máter, a
me nin ge média é a aracnoide e a
mais ex ter na é a dura-máter.
O espaço entre a pia-máter e a
arac noide está preenchido pelo líqui -
do cefalorraquidiano, ou liquor, cuja
fun ção é oferecer proteção ao tecido
ner voso, atuando como amortecedor
hi dráulico contra choques e os mo vi -
men tos a que está sujeito. O líquido
ce falorraquidiano preenche, tam bém,
os ventrículos cerebrais e o ca nal do
epêndima.
A medula é um órgão com forma
cilín drica e estende-se do bulbo até
as vértebras lombares. O tecido ner -
vo so da medula diferencia-se numa
porção interna, denominada subs tân -
cia cinzenta, constituída por neu rô -
nios e fibras amielínicas e por células
de sustentação (a neuróglia).
Microfotografia de um corte transversal de
medula nervosa.
A porção externa é constituída
por fibras mielinizadas que corres -
pon dem aos axônios dos neurônios
da subs tância cinzenta, fibras amie lí -
ni cas e cé lulas de sustentação. A
gran de quantidade de fibras com mi -
e lina confere uma cor clara a esta
par te da me du la, que, por isso, é cha -
 mada subs tân cia branca.
A substância cinzenta, vista em
cor te transversal da medula, toma a
for ma de letra H dentro da subs tância
branca.
❑ Sistema 
Nervoso Autônomo
É a parte do sistema nervoso res -
pon sável pelas funções viscerais do
or ganismo. Trata-se de um sis te ma
es sencialmente efetor, que regula e
co or dena, total ou parcialmente, a
pres são arterial, a temperatura do
cor po, a contração da musculatura
lisa das vísceras, os batimentos
cardíacos e ou tras atividades invo -
luntárias. De mo do geral, o sistema
autônomo ga ran te o equilíbrio do
meio interno, ou se ja, a homeostase.
A atividade autônoma (sistema
au tô nomo) é em maior parte con tro la -
da pelo sistema nervoso central, prin -
ci palmente pelo hipotálamo.
O sistema nervoso autônomo é
di vi dido em sistema simpático e sis -
te ma parassimpático, que, de um mo -
 do geral, têm ação antagônica so bre
os órgãos que inervam, contro lan do-
os, respectivamente, por meio de
adre nalina e acetilcolina.
Sistema Nervoso Autônomo
Simpático Parassimpático
Tamanho
Fibra Pré-ganglionar Fibra Pós-ganglionar Fibra Pré-ganglionar Fibra Pós-ganglionar
curta longa longa curta
Origem
medula torácica
e lombar
gânglios laterais
e colaterais
mesencéfalo, bulbo
e medula sacral
gânglios junto aos
órgãos que inervam
Mediador
químico
acetilcolina
(colinérgicas)
*adrenalina
(adrenérgicas)
acetilcolina
(colinérgicas)
acetilcolina
(colinérgicas)
* As fibras que inervam os vasos sanguíneos dos músculos e as glândulas sudoríparas são colinérgicas.
Características gerais das fibras do sistema nervoso autônomo.
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276 –
MÓDULO 16 O Sistema Endócrino
1. FEEDBACK OU
RETROALIMENTAÇÃO
Os hormônios são secreções pro -
 duzidas pelas glândulas de se cre ção
interna ou endócrina, que são lan ça -
das na corrente sanguínea e in fluen -
ciam es pecificamente na ativida de de
de ter minadas células, ór gãos ou sis -
temas.
A regulação endócrina se faz por
meio de um mecanismo deno mi na do
re troalimentação ou feed ba ck,
pelo qual o nível de um hormô nio no
sangue determina a esti mu lação ou a
inibi ção da atividade de de ter mi na da
glându la. A ade noi pó fise, por exem -
 plo, esti mu la o de sen volvi mento e
funciona men to da tire oi de, das glân -
 dulas se xuais, do cór tex da su prar -
renal e, por sua vez, é re gula da por
essas glân dulas. Quando o nível do
hormônio da tire oide (tiro xina) está
baixo, a ade noi pó fise se creta a tiro -
trofina, que esti mu la o funcio na men to
da tireoide. O au mento do ní vel da
tiro xina inibe a ade noipófise na pro du -
ção da tiro trofina que, por sua vez,
inibe a tireoide.
Feedback ou retroalimentação.
2. HIPÓFISE OU PITUITÁRIA
É uma glândula que no homem
tem forma ovoide. Apresenta diâme -
tro a pro xi ma do de 1 cm.
❑ Localização
A hipófise ou pituitária localiza-se
numa pequena cavidade do osso es -
fenoide (sela turca), na parte central
da base do crânio. Está ligada ao hi -
po tálamo através de um pe dún culo
fino denominado trato hipofisário, ime -
dia ta mente atrás do quiasma óptico.
Representação esquemática das regiões
da hipófise e de sua relação com o hi po -
tálamo (tecido nervoso).
Ciclo menstrual – O esquema mostra as alterações sofridas na parede uterina durante um ciclo menstrual de 28 dias. Tais alterações
são devidas à influência hormonal: a partir do 4º dia do ciclo, estendendo-se até o 14°. dia, tem-se o crescimento do endométrio
(fase proliferativa), devido à ação, principalmente, dos estrógenos. No 14°. dia ocorre a ovulação, sob a influência do hormônio
luteinizante. Do 14°. ao 28°. dia, sob a ação de estrógeno e principalmente de progesterona, tem-se maior proliferação do endométrio,
com expulsão de restos celulares e sangue (menstruação), devido à queda da taxa de progesterona.
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– 277
❑ Hormônios da Neuroipófise 
São produzidos por neurônios de
núcleos hipotalâmicos, descem com
fibras nervosas, através do trato hi -
pofi sá rio, para a neuroipófise, que é
ape nas um reservatório de hormônios.
Esses hormônios são:
• Vasopressina 
ou Hormô nio
Antidiurético (ADH)
Aumenta a permeabilidade dos
tú bulos renais, fazendo com que ocor -
ra maior reabsorção de água e, con -
sequentemente, eliminação de me nor
volume de urina. Um aumento da con -
centração dos fluidos cor pó reos pro -
voca a excitação de núcleos hipo -
 ta lâ micos, que enviarão impulsos para
a neuroipófise que, então, libera o hor -
mô nio antidiurético. Lesões no hipotá -
lamo ou destruição das fibras nervo-
 sas que vão à neuroipófise le vam ao
aparecimento da diabetes insí pi -
da, doença que surge em con se -
 quên cia da falta do ADH e se ca rac-
teriza por sede excessiva e inten sa
poliúria.
• Ocitocina
Tem dois efeitos fisiológicos: a
con tração da parede do útero, es pe -
cial mente por ocasião do parto, e a
eje ção do leite pelas glândulas ma má -
rias. Ela age na contração dos mús -
culos lisos da parede do útero e
cé lulas mioepiteliais responsáveis pe -
la ejeção do leite.
Localização das 
glândulas endócrinas na mulher.
❑ Hormônio da 
Hipófise Intermédia
Alguns peixes, anfíbios e répteis
apre sentam o hormônio intermedina,
que provoca a dispersão dos grâ nu -
los de pigmento dos cromatóforos,
con tribuindo para a proteção do ani -
mal contra predadores (mimetismo).
❑ Hormônios da 
Hipófise Anterior
A adenoipófise produz hormônio
de crescimento, tireotrófico (TSH),
adre nocorticotrófico (ACTH) e gona -
do tróficos.
Estágios diferentes de desenvolvimento do folículo de Graaf no ovário.
O aparelho reprodutor feminino.
• Hormônio Somatotrófico
O hormônio de crescimento ou so -
 ma totrófico é importante na in du ção e
na regulação do crescimento dos
vertebrados.
A deficiência desse hormônio (hi -
pos somatotrofismo) desde a infân cia
le va ao aparecimento do nanismo.
O excesso do hormônio de cres -
ci mento induz ao gigantismo no ani -
mal em desenvolvimento ou à acro -
me galia no adulto, com cres ci men -
to exa gerado dos ossos dos mem bros
e da face e aumento dos ór gãos e
mús cu los.
• Hormônio 
Tireotrófico (TSH)
A tireotrofina atua estimulando a ti -
reoide na captação do iodo do plas -
ma e na produção de seus hormô nios
(tiroxina e tri-iodotironina), bem como
na sua liberação ao sangue.
• Hormônio
Adrenocorticotrófico
(ACTH)
O ACTH atua como estimulante
da secreção e liberação de glico cor ti -
coides pelo córtex da glândula su -
prarrenal ou adrenal.
Esse hormônio apresenta tam bém
efeitos diretos sobre a pig men ta ção
da pele e sobre tecidos peri fé ri cos
com lipólise (digestão de gor du ras).
• Hormônios
Gonadotróficos
A hipófise produz três hormônios
que controlam a atividade das gôna -
das e órgãos sexuais. No caso da fê -
mea, intervém no ciclo, na mens trua- 
ção, na ovulação, na gravidez e na
lac tação. A hipofisectomia resulta na
atrofia desses órgãos, interrupção do
ciclo menstrual e impotência.
São os seguintes hormônios:
Folículo estimulante (FSH),
atua estimulando o desen vol vi men to
do folículo, na mulher, e na es per ma -
togênese, no homem.
Hormônio luteinizante (LH),
ou hormônio estimulante das célu las
in ter sticiais (ICSH), é res pon sável pe -
la formação do corpo lúteo na mulher.
O ICSH estimula a ativi da de das cé -
lulas de Leydig que pro du zem a tes -
tosterona no homem.
Luteotrofina ou prolactina
(LTH), mantém o corpo ama re lo e es -
timula a contínua pro du ção de seus
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278 –
hormônios; tem ação no de sen volvi -
mento das mamas e in ter fe re na pro -
dução do leite.
3. GLÂNDULAS SEXUAIS
O testículo e o ovário são, res pec -
tivamente, glândulas sexuais mas cu -
lina e feminina. As glândulas se xuais
produzem gametas (es per ma tozoides
e óvulos) e hormônios se xuais.
O testículo apresenta células in -
ters ticiais de Leydig (tecido loca li za -
do entre os tubos seminíferos) que já
ini ciam a secreção de testosterona
(hor mônio) durante a vida em brio ná -
ria, sob a estimulação de gona do tro fi -
 nas coriônicas (produzidas pela
pla cen ta).
As gonadotrofinas coriônicas têm
fun ção semelhante ao ICSH (hor mô -
nio estimulante das células inter s ti ci -
ais, produzido pela adenoipófise).
A partir da puberdade, a hipófise
an terior (adenoipófise) passa a pro du -
 zir maiores quantidades de hor mô nios
gonadotróficos, como o FSH (hor mô -
nio folículo estimulante), que es timula
a es permatogênese e o de sen volvi -
mento dos tubos seminífe ros, e tam -
bém o ICSH (hormônio esti mu lan te
das células intersticiais), que pro move
a ma turação dos caracteres se xuais
mas cu linos.
Esses andrógenos (espe cial men -
te a testosterona) influenciam a matu -
ra ção dos espermatozoides.
4. HORMÔNIOS 
SEXUAIS FEMININOS
Destacaremos estrógenos, pro -
ges te ro na, andrógenos e gonado tro -
finas co riô nicas.
❑ Estrógenos
Os estrógenos são hormônios es -
te roides. São secretados cons tan te -
men te, e seu nível apresenta varia ção
nas diferentes fases da vida.
Durante a fase embrionária, têm
ação principalmente no desen volvi -
men to do útero e da vagina; do nas ci -
mento até a puberdade, a sua se cre -
 ção é pe quena; porém, a partir da pu -
berdade, nota-se um acentuado au -
mento na sua secreção devido à es-
 timulação por hor mônios da hi pó fise. 
Agem, principalmente, no de sen -
 vol vimento dos órgãos sexuais e tam -
bém dos caracteres sexuais se cun -
 dá rios.
Estimulam o desenvolvimento das
tubas uterinas, útero, va gi na, ge ni tá -
lia externa e mamas. Na fa se pré-ovu -
lató ria do ciclo menstrual, os estró -
ge nos produzidos pelas cé lu las foli-
cu la res estimulam a proli fe ra ção do
endo métrio e das glândulas que aí se
lo ca lizam, cuja função é co la borar na
nutrição do futuro embrião.
❑ Progesterona
A progesterona é um esteroide
que prepara o organismo feminino
para a gestação. Forma o endo mé trio
(muco sa uterina) para a fixa ção do
em brião, participando da ori gem da
placenta (que é importante na nutri -
ção do em brião). Esse hor mô nio dimi -
nui as con tra ções uterinas, im pe din -
do a expul são do embrião, e au menta
a secre ção das tubas uteri nas na pro -
dução de material nu tri tivo para o em -
brião.
Além disso, a progesterona es ti -
mu la o desenvolvimento das glân du -
las ma márias e inibe a produção do
FSH pela adenoipófise, que impede o
de senvolvimento do novo folículo du -
ran te a gestação.
❑ Andrógenos
Os andrógenos são esteroides.
Têm ação masculinizante e são pro -
du zi dos, normalmente, em pequenas
quan tidades pelo ovário e pela su -
prarrenal.
❑ Gonadotrofinas Coriônicas
A gonadotrofina coriônica, pro du -
 zida pela placenta, é uma gli co pro -
teína (proteína associada a açú car).
A gonadotrofina coriônica im pe de
a involução normal do corpo ama re lo
(lúteo) que, portanto, permanece se -
cre tando seus hormônios durante a
gra videz.
5. DESENVOLVIMENTO DO
FOLÍCULO DE GRAAF
Após a puberdade, os ovários de
uma mulher apresentam diversos folí -
cu los de Graaf em diferentes es tá gios
de desenvolvimento.
Sob a estimulação do hormônio
fo lí cu lo estimulante (FSH), inicia-se o
cres cimento dos ovários e prin ci pal -
men te dos folículos. Em cada ciclo
mens trual ape nas um folículo ama du -
re ce, pro ces so que se inicia pelo de -
sen vol vimento do óvulo imaturo (ovó -
 ci to).
O folículo produz estrógenos, que
inibem a produção de FSH (hor mônio
folículo estimulante) e esti mu lam a se -
creção do LH (hor mô nio lu tei nizante),
o qual, por sua vez, ace le ra a ma tu ra -
ção final do folículo e o seu rom pi men -
to com a expulsão do óvu lo para a
ca vidade abdominal (ovu la ção). As
célu las que restaram dos folículos
passam a apresentar uma granulação
de lu teí na (lípide de cor amarela),
cons ti tuin do a partir de então o corpo
lúteo ou cor po ama re lo.
A transformação de folículo em cor -
 po amarelo deve-se à ação do hor mô -
Representação esquemática do
aparelho reprodutor masculino.
Representação esquemática 
do testícu lo e do epidídimo do 
aparelho reprodutor mas culino.
C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 278
– 279
 nio luteinizante (LH). O corpo ama relo
tem função endócrina, se cre tando prin -
cipalmente progeste ro na e estró ge no,
hormônios que tor nam o orga nis mo fe -
minino apto para a gestação e cola -
boram na manu ten ção e nutrição do
embrião. A manu ten ção do corpo ama -
relo e a es ti mu la ção para produ ção
dos seus hor mô nios são contro la das
pelo hor mô nio luteotrófico (LTH), pro -
duzido pela ade noipófise.
Se não ocorrer fecundação do óvu -
lo, o corpo amarelo regride e de sa pa -
rece antes da ovulação se guin te, dei -
xan do apenas uma cicatriz es bran qui -
çada no ovário, denominada cor po
ama relo atrésico ou corpo albi can te.
No caso de o óvulo ser fe cun da do, o
corpo amarelo persiste du ran te cer ca
de cinco meses e depois re gride.
❑ A Menstruação
O ciclo menstrual apresenta uma
duração média de 28 dias. A ovula -
ção ocorre no meio do ciclo (14°. dia),
di vi dindo-o em duas partes.
A primeira fase do ciclo mens trual
é a pro liferativa (maturação do folí-
culo) e an tecede à ovulação.
A segunda fase é secretora (for -
mação do corpo lúteo) e é posterior à
ovula ção.
Ao mesmo tempo em que as mo -
di fi cações cíclicas ocorrem no ová rio,
o endométrio uterino também sofre al -
 te rações cíclicas, cujo fato cul mi nan -
te é a menstruação (descamação do
endométrio). A fase proliferativa vai do
fim da menstruação até a ovu la ção.
As células da parede uterina pro li fe -
ram intensamente, ocorrendo um cres -
cimento progressivo das glân duIas e
vasos sanguíneos, deter mi nando um
crescimento final, em es pessura, do
en dométrio. Esse pro ces so se dá pela
estimulação do es tró geno produzido
pelo folículo em desenvolvimento.
A fase secretória estende-se des -
de a ovulação até a menstruação se -
guinte. Continua ocorrendo a pro li fe-
 ra ção do endométrio e sua es pes sura
du plica. As alterações ocorridas na pa -
re de uterina são determinadas pe lo es -
trógeno e, principalmente, pela pro ges -
terona, secretados em gran de quanti -
dade pelo corpo amarelo.
Se não houver fecundação, ocor -
re rá involução do corpo amarelo e,
con sequentemente, haverá uma que -
da no nível de estrógeno e pro ges te -
ro na. A queda na taxa desses hor-
 mô nios provoca a descamação da
mu co sa uterina, sendo os restos de
te cido e o sangue resultante dos va -
sos rompi dos eliminados para a luz
do útero, vagina e daí para o meio ex -
te rior; é a menstruação. A mucosa
ute rina tor na-se então fina e pouco
vas cula riza da e repetirá o seu de sen -
vol vimento na fase proliferativa do ci -
clo seguinte.
O período de vida (viabilidade) do
óvulo, após a ovulação, é de 24 a 48
horas, enquanto o esper ma to zoide
po de perma necer vivo no organis mo
fe minino até 72 horas.
O período fértil da mulher ocor re,
por tanto, no meio do ciclo mens trual.
MÓDULO 17 Os Métodos Anticoncepcionais
1. ANTICONCEPCIONAIS
São métodos, permanentes ou
tem porários, utilizados para impedir
ou intervir no processo da concep ção. 
Para que a gravidez se concre-
tize, é necessário que se completem
as seguintes fases:
– Ovulação, processo que ocor-re
em torno do 14º dia após o início da
menstruação. Durante essa fase, há
uma pequena alteração na tem pe -
ratura do corpo da mulher.
– Fecundação, processo da união
do óvulo com o espermatozoide.
– Nidação, processo de implan ta -
ção do blastocisto na parede do útero.
Os anticoncepcionais interrom-
pem a ocorrência dessas fases, evi-
tando a concepção.
Há métodos temporários, co -
mo: pílula, espermicida, diafragma e
DIU.
A vasectomia no homem e a liga-
du ra tubária ou laqueadura na mu lher
são métodos cirúrgicos e per ma -
nen tes.
Há também os métodos naturais, como: curva térmica, tabelinha, ca-
misa-de-vênus ou camisinha, Méto do de Billings e coito interrompido.
❑❑ A pílula combinada
É uma associação de hormônios sintéticos (ex.: etinilestradiol e nor ges trel)
semelhantes aos naturais (estrógenos e progesterona).
C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 279
280 –
A pílula anticoncepcional inibe o
hormônio GnRH secretado pelo hi po -
tálamo. Esse hormônio hipotalâ mico
promove a liberação das gonado tro -
finas hipofisárias (FSH e LH).
A pílula atua, portanto, por meio
de feedback negativo (retroalimen-
tação negativa), impedindo o ama-
durecimento e a eliminação do óvulo.
Ela é anovulatória.
Há também a minipílula, em car -
telas de 28 comprimidos e de uso
contínuo. Ela é constituída, basica -
mente, de progesterona sintética e
estimula o aumento de secreção do
muco cervical, servindo de barreira à
passagem dos espermatozoides.
❑ Espermicidas
São produtos em forma de cre me,
espumas, esponjas ou geleias que a
mulher introduz no fundo da vagina,
antes do ato sexual. Eles destroem os
espermatozoides antes que atinjam
os óvulos, impedindo a fecundação.
❑ O diafragma 
É um dispositivo em forma de
capuz, fabricado em látex (borracha)
flexível. Deve ser colocado no fundo
da vagina. Ele veda a passagem dos
espermatozoides para o útero, evi-
tando a fecundação.
❑ Dispositivo intrauterino
É um pequeno objeto, em forma
de Y, T ou 7, e confeccionado em
cobre, que o médico introduzno
interior da cavidade uterina, durante
o período menstrual (o colo uterino
encontra-se entreaberto). O DIU
provoca uma modificação química no
endométrio, dificultando a nida ção
(implantação do embrião).
Para os cientistas, o DIU também
estimula o aumento da secreção do
muco cervical, dificultando a ascen -
são do espermatozoide. O cobre tem,
também, uma ação esperma ticida e
diminui a mobilidade dos gametas
masculinos.
❑ A vasectomia
É um método anticoncepcional
cirúrgico, permanente, de fácil rea li -
zação, em que o médico faz uma pe -
quena incisão em ambos os lados do
saco escrotal, seccionando os ca nais
deferentes. Isso impede que os es-
permatozoides produzidos nos tes tí -
culos juntem-se ao material eja culado.
Não havendo espermatozoides, não
ocorrerá fecundação. O indivíduo eja -
cula esperma (líquido nutritivo), sem
espermatozoides.
Riscos de Gravidez Gestações em 100mulheres em 1 ano
Pílula
0,1% a 0,3%
Espermicidas 6% a 15%
Diafragma 2,4% a 13%
DIU 0,5% a 5%
Vasectomia 0,15%
Ligadura tubária 0,01%
Tabelinha, curva térmica, método de Billings
25% a 40%
Camisinha 4% a 15%
Coito interrompido
15% a 23%
Minipílula 2,5%
Nenhum cuidado 80%
C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 280
– 281
❑ Ligadura tubária 
ou laqueadura
É também um método anticon-
cepcional cirúrgico, realizado pela
oclu são das trompas. A esterilização
é concretizada porque o óvulo libe ra -
do é absorvido pelo pró prio organis -
mo, ficando impedido de migrar pelas
trom pas para ser fecun dado pe los
espermatozoides. Consti tui uma bar -
reira me cânica para a passagem do
óvulo.
❑ Curva térmica
É baseada no aumento da tem pe -
ratura corpórea que ocorre duran te o
período de ovulação. O casal deve
praticar abstinência sexual desde o
momento em que é obser vada a
elevação da tempe ratura corpórea da
mulher até que esta volte ao normal,
em alguns dias.
❑ A tabelinha
Consiste na abstinência sexual
durante o provável período fértil. Tam -
bém é denominado “método do
ritmo”.
O período fértil, em mulheres de
ciclos regulares de 28 dias, pode ser
detectado com o auxílio de uma
tabela. Ela se baseia na ovulação,
que ocorre 14 dias após o início da
menstruação.
Esse período vai de cinco dias
antes da ovulação até cinco dias após
essa data.
❑ Camisa-de-vênus 
ou condom
É considerado um método de
barreira. Ela é fabricada em látex e
colocada à disposição no mercado,
em texturas e até mesmo cores dife -
ren tes, contendo ou não substâncias
lubrificantes para facilitar a pene -
tração. É “vestida” no pênis após a
ereção e impede que os espermato -
zoides atinjam a vagina, pois, com a
ejaculação, eles ficam presos dentro
da camisinha.
Também é muito usada para a
prevenção de doenças sexualmente
transmissíveis, já que não há contato
direto entre o pênis e a vagina. Sua
utilização deve ser seguida à risca, de
acordo com as instruções:
– Coloque sempre
a camisinha an-
tes do início do
ato sexual, com
o pênis ereto.
– Deixe um espa -
ço vazio na pon -
ta da cami sinha
para ser vir co -
mo de pósito do
esperma.
– Aperte o bico da
camisinha até
sair todo o ar,
tomando cui da -
do para não a
romper.
– Encaixe a ca mi -
 sinha na pon ta
do pênis e vá
desenro lan do-a.
– Se a camisinha se romper du rante
o ato sexual, retire o pênis imedia -
ta mente e colo que uma nova.
– Após a ejaculação, retire o pênis
com cuidado, para evitar que o
esperma escape, com pri min do a
camisinha na sua base.
– Retirada a camisinha, embru lhe-a
em papel higiênico e jogue no
lixo.
❑ Método de Billings
Baseia-se na observação do au -
mento do muco cervical que ocorre
durante o período de ovu lação. O
casal pratica a abstinência sexual
desde o momento em que a mulher
apresenta aumento da umi dade va -
ginal até alguns dias após essa fase.
Quando o muco fica transpa rente
(lembrando a clara de um ovo cru), lu -
brificante e muito elástico, é indício de
que a mulher está no período fértil.
Um dia ou dois após esse ápice do
muco, ocorrerá a ovulação (dia mais
fértil).
❑ Coito interrompido
É uma prática anticoncepcional
muito usada pela população. Con sis -
te na retirada do
pênis da vagina
an tes de o ho mem
ejacular, ou seja,
antes que solte o líquido seminal. É
um método pouco seguro, pois,
mesmo antes da ejaculação, pode
haver a saída de espermatozoides.
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282 –
2. OBSERVAÇÕES GERAIS
– Injeções de hormônios em do ses elevadas também podem ser utilizadas como anticoncepcionais.
– A pílula do dia seguinte (contra cepção de emer gên cia) é uma medi cação à base de progestogênio le -
vonorgestrel. Ela provoca um retar do ou pausa na ovulação e bloqueia a migração espermática, devido a alterações
do muco cervical.
– A pílula RU-486 é um medi camento, à base de mifepris tona, de efeito abortivo.
– O Cytotec, remédio utilizado con tra úlceras gas troduodenais, tem tam bém um efeito abortivo, podendo até colocar
em risco a vida da ges tan te.
Todo método anticoncepcional po de ocasionar efeitos indesejáveis à saúde do indivíduo e, portanto, só deve ser
utilizado com acompanha mento médico.
1. TIREOIDE
É uma glândula endócrina que
pesa aproximadamente 30 gramas. A
tireoide localiza-se sobre os pri meiros
anéis da traqueia. Apresenta dois lo -
bos (um de cada lado da la ringe) cons -
tituídos por tecido glandu lar endócrino
e ligados por um istmo.
A tireoide produz tiroxina (tetraio -
dotironina) e triiodotironina.
A tiroxina e a triiodotironina são
liberadas na corrente sanguínea sob
a estimulação de tirotrofina (TSH), hor -
mônio produzido pela adenoi-pófise e
estimulante da tireoide. Esse hormônio
estimula a captação do iodo pelas
células dos folículos (da ti reoide) e
aumenta o tamanho e a atividade das
células secretoras.
Os hormônios da tireoide esti mu -
lam as reações químicas (meta -
bolismo) da maioria dos tecidos do
or ga nismo, pois aumentam a quanti -
dade de enzimas oxidativas.
A tireoide acelera o metabolismo
dos carboidratos, dos lípides e das
proteínas; tem função importante no
crescimento e desenvolvimento, in-
fluindo, inclusive, no ciclo menstrual e
na fertilidade.
❑ Hipotireoidismo
As suas manifestações variam
con forme a idade em que se inicia a
insuficiência da tireoide.
O hipotireoidismo congê ni to
traz o aparecimento de um qua dro
clínico denominado cretinis mo. O
MÓDULO 18 Tireoide, Paratireoides, Pâncreas e Adrenais
Tireoide e glândulas paratireoides. (Note a relação entre elas e a traqueia.)
afe ta do apresenta pequena es tatura
(devido a um desenvolvimen to defi -
cien te do esqueleto), cabeça grande
e pernas curtas, a dentição é ir regular,
o desenvolvimento sexual é atrasado
e há debilidade mental.
O hipotireoidismo no adulto
traz como efeitos fisiológicos mais evi -
den tes: queda da frequência car día -
ca, apatia, aumento de peso, en gros-
 sa men to e tumefação da pele (mixe -
dema).
❑❑ Hipertireoidismo
O indivíduo hipertireóidico apre -
senta: intolerância ao calor, metabo -
lismo basal alto, aumento da fre quên-
 cia cardíaca, perda de peso, tremor
nas mãos, nervosismo e outras per tur -
bações psíquicas. Na maioria dos
hipertireóidicos ocorre a protu são dos
globos oculares (exoftal mia).
O bócio (papo) é um aumento de
volume da tireoide em decorrência de
hipo ou hiperfuncionamento da
glândula. O bócio pode ser endêmi co,
como resultado da falta de iodo em
determinadas áreas geográficas. A
falta de iodo no organismo impede a
transformação da tiroglobulina em
tiroxina. O baixo teor de tiroxina no
sangue vai provocar a liberação cons -
tante de tirotrofina pela hipófise
(feedback). Essa estimulação prolon -
gada da tireoide, por sua vez, leva à
hiperplasia da glândula (bócio).C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 282
– 283
2. PARATIREOIDES
As paratireoides apresentam-se
no homem como dois pares de glân -
dulas ovoides que pesam cerca de
140 mg. Estão localizadas na fa ce
posterior da tireoide.
A função dessas glândulas está
intimamente relacionada com o me ta -
bo lismo do cálcio e do fósforo. De -
sem penham um papel im por tante na
ma nutenção do nível nor mal desses
íons no plasma e no lí qui do inter ce lu lar.
O hormônio das paratireoides, o
paratormônio, mantém constante a
relação entre cálcio e fósforo no plas -
ma, aumenta a eliminação de cál cio e
fósforo pela urina e mobiliza o cálcio
dos ossos; favorece tam bém a ab -
sorção de cálcio pelo in tes tino, porém,
nesse caso, é in dispen sável a pre -
sença da vitamina D.
❑ Hipoparatireoidismo
A falta ou insuficiência do para tor -
mônio re duz o cálcio sanguíneo de
seu nível normal e determina um au -
 mento no nível do fósforo, en quanto a
excreção renal do cálcio e do fósforo
diminui. A queda acen tua da no nível
do cálcio sanguíneo leva ao apa re -
 cimento da tetania mus cular, de vido
a uma hipe rex ci tabilidade dos
Adrenal ou glândula suprarrenal. (Observar a glândula em corte transversal à direita.)
Corte do pâncreas destacando as células produtoras de hor mônios.
3. PÂNCREAS
O pâncreas é uma glândula an -
fícrina, ou seja, apresenta uma par te
endócrina (Ilhotas de Langerhans)
que produz insulina e glucagon e uma
parte exócrina que produz o suco
pancreático.
❑ Insulina
É um hormônio que interfere no
metabolismo dos açúcares (carboi-
dratos), controlando o nível de glico -
se no sangue. Controla a produção de
glicogênio pelo fígado e estimula o
consumo de glicose pelos tecidos,
aumentando a permeabilidade, atra -
vés das membranas celulares, a esta
substância.
O hipoinsulinismo provoca uma
doença denominada Diabetes melli tus.
Os sintomas mais característicos
do quadro clínico são a hiper glice mia
e a hiperglicosúria (eliminação de ex -
ces so de glicose pela urina). A quan -
ti dade de glicose sanguínea su pera o
ní vel normal, quantidade essa que ul -
tra passa os limites da reabsor ção re -
nal, portanto, o excesso é eli mi na do
na urina.
A deficiência na produção de in -
su lina pode depender de vários fa to -
res, porém, geralmente, é causada
por fatores genéticos.
O hiperinsulinismo é uma doen ça
rara causada pela produção ex cessi -
v a de insulina, geralmente resul tan te
de tumor nas Ilhotas de Langer hans.
Como consequência, advém a h i po -
glicemia. O excesso de insulina de ter -
 mina, pela hipoglice mia, o cho que in- 
su línico que se ca racteriza por grande
excitabilidade do sistema ner voso
central, podendo resultar em tre mo -
res, intenso ner vo sismo e até alu cina -
ções. Em casos mais extre mos, po de
levar a convul sões, perda de cons -
ciência e mes mo ao estado de coma.
A insulina é secretada pelas célu -
las β das Ilhotas de Langerhans do
pâncreas.
❑ Glucagon
Tem uma ação antagônica à in -
sulina, fazendo aumentar a glice mia.
Estimula a glicogenólise no fígado e a
liberação de glicose no sangue. A sua
secreção é controlada pelo nível de
glicose sanguínea. A queda do ní vel
de glicose determina a liberação de
glucagon que, por sua atividade, res -
tabelece a glicemia normal.
tecidos ner voso e muscular, cau sada
pela in sufi ciên cia dos íons de cálcio
no san gue.
❑ Hiperparatireoidismo
Nos pacientes com uma hiperfu n ção
da paratireoide ocorre uma al teração
na relação cálcio/fósforo do san gue; o
nível do cálcio eleva-se muito e o nível
do fósforo diminui. O excesso do hor-
mônio determina uma grande mobili -
zação de cálcio dos ossos, levando
ao apa re ci men to de deformações ós -
seas e fra tu ras fre quentes. Há elimi -
nação de cál cio e de fósforo pela urina,
po den do haver formação de cálculos
re nais devido a um depósito de cál cio.
Gráfico mostrando o efeito da 
administra ção de paratormônio 
sobre as concen tra ções de 
cálcio e fosfato no plasma san guíneo.
C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 283
284 –
O glucagon é secretado pelas
células α das Ilhotas de Langerhans
do pâncreas.
4. ADRENAIS OU 
SUPRARRENAIS
São glândulas que se localizam
sobre o polo superior de cada rim.
A adrenal apresenta duas re giões
que diferem na origem, estru tura e
fisiologia: o córtex e a medula.
A medula da suprarrenal apre-
senta os seguintes hormônios:
– adrenalina;
– noradrenalina.
❑ Córtex da adrenal
É a parte externa da glândula que
envolve a medula. Tem origem em-
brionária mesodérmica. Os prin cipais
hormônios são: a aldostero na e o
cortisol. Merecem ser citados, ainda,
a corticosterona, os hor mônios andro-
gênicos e estro gê nicos.
• Aldosterona
É também denominada minera -
locorticoide. É responsável pela re gu -
lação do metabolismo salino, cau-
 sando aumento na reabsorção do só -
dio e excreção renal do potássio. Co mo
consequência se cun dária da reab -
sorção do sódio, a aldosterona deter -
mina uma reabsorção maior de cloro.
A corticosterona, em menor grau
que a aldosterona, aumenta a rea b -
sorção de sódio pelos túbulos renais.
• Cortisol
É também chamado glicocor -
ticoide, por determinar aumento da
concentração de glicose no sangue.
Desempenha papel importante no me-
tabolismo das proteínas e das gor-
duras, levando à síntese de glico se a
partir dessas substâncias, o que se
denomina neoglicogêne se. A corti -
costerona também tem peque na fun -
ção glicocorticoide.
O cortisol causa também menos
consumo de glicose pelos tecidos e
aumenta a resistência à insulina.
• Hormônios 
corticossexuais
Normalmente, há uma contínua
secreção de hormônios corticosse -
xuais pelo córtex da suprarrenal nos
indivíduos de ambos os sexos, os es -
Curva de glicemia após a ingestão de 50 gramas de glicose. No indivíduo normal, o
nível de glicose no sangue sofre um aumento e, após 3 horas, volta ao normal; no
diabético, no qual não ocorre aumento da secreção de insulina após ingestão de gli co -
se, a glicemia abaixa muito vagarosamente após 3 ou 4 horas da ingestão de glicose.
Pâncreas e duodeno seccionados.
(d = duodeno; dpa = duto pancreático acessório; dpp = duto pancreático principal; cp
= cabeça do pâncreas; cop = corpo do pâncreas; cap = cauda do pâncreas).
trógenos e a progesterona. Os efei tos
fisiológicos desses hormô nios são
mínimos, embora atuem junta mente
com os hormônios das gô na das no
de senvolvimento dos carac teres se -
xuais secundários.
❑ Anomalias do 
córtex da adrenal
• Hipoadrenalismo
Uma das manifestações do hi po a -
drenalismo é a Doença de Addi -
 son, que se caracteriza por as te nia,
perda de peso, vômitos, diar reias e
pigmentação excessiva da pele.
• Hiperadrenalismo
A consequência é o apare ci mento
da Doença de Cushing, que se
caracteriza pela obesidade do rosto e
do tronco sem comprome ti mento ge -
ral dos membros, hiper ten são arterial,
diminuição da tole rância à glicose,
debilidade e altera ções cu tâ neas.
• Síndrome androgenital
A hiperatividade cortical com a
produção excessiva de hormônios
androgênicos leva a essa síndrome.
Se o hipercorticalismo surge na vida
fetal, pode causar o pseudo-herma -
frodi tis mo feminino (meninas com cli -
tóris superdesenvolvido e vários sin -
 to mas de virilização). No menino pré-
pú be re, ocorre desenvolvimento se -
xual pre coce. Na mulher adulta, leva
ao apa recimento de pelos no rosto e
no tron co, atrofia das mamas e mens -
trua ção escassa ou ausente; a voz tor -
na-se grossa e o aspecto cor poral,
mas culino. Esse quadro deno mina-se
vi rilismo.
C2_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 22/10/10 09:06 Página 284
– 193
FRENTE 3 Biologia Animal
MÓDULO 19 Poríferos e Celenterados
Poríferos 
1.CARACTERES GERAIS 
DOS PORÍFEROS
❑ Morfologia
 Animais sésseis, de forma varia-
da, assimétrica ou com simetria ra-
diada. Paredes do corpo com nu -
me rosos poros. Ausência de órgãos e
apêndices.
❑ Sistema tegumentário
 Externamente, o corpo é reves ti do
por uma camada de células acha -
tadas, os pinacócitos.
❑ Sistema esquelético
 Possuem um esqueleto interno
(endoesqueleto) formado por espícu -
las cristalinas ou fibras orgânicas
(espongina).
❑ Sistema digestório
 Não existe. A digestão é exclusi-
vamente intracelular.
 Apresentam coanócitos.
❑ Sistema excretor
 Não existe. As células eliminam
por difusão seus catabólitos, direta-
mente para o meio externo.
❑ Sistema respiratório
 Não existe. A respiração é aeró-
bica. Cada célula realiza diretamente
com o meio as trocas respiratórias.
❑ Sistema circulatório
 Não existe.
❑ Sistema reprodutor
 Assexuado, feito por brotamento,
regeneração e gemulação; sexuado,
produzindo uma larva ciliada (anfi-
blástula).
❑ Sistema nervoso
 Não existe.
2. HABITAT
 São animais aquáticos, predomi-
nantemente marinhos. Vivem nos ma -
res, em qualquer profundidade, fixa -
 dos em rochas ou no solo submarino.
Apenas uma família, a Spongilidae,
vive na água doce, em grande dis -
tribuição.
3. ESQUELETO
 É o principal caráter para a clas -
sificação das esponjas. É inter no, si -
tuando-se entre as duas cama das
celulares. Pode ser mineral e/ou or -
gânico.
❑ Esqueleto mineral
 É constituído por espículas cal cá -
rias e silicosas.
❑ Esqueleto orgânico
 É constituído por uma rede de
fibras de espongina (uma esclero -
proteína). A esponja de banho é ape -
nas o esqueleto orgânico da es ponja.
4. TIPOS DE ESTRUTURA
 Entre os poríferos distinguem-se
diversos tipos de organização estru-
tural. O tipo mais simples é chamado
ÁSCON, o intermediário, SÍCON, e o
mais evoluído, LÊUCON ou RÁGON.
Áscon – aspecto geral.
5. ORGANIZAÇÃO 
 ESTRUTURAL 
DO TIPO ÁSCON
 A forma primitiva dos espongiá-
rios é a de um tubo ou vaso, fixado no
substrato. Na extremidade apical apa -
rece uma grande abertura – o ósculo
– que serve para a saída da água que
continuamente atravessa o corpo da
esponja. A parede do cor po é provida
de um grande número de poros (daí o
nome porífera), através dos quais pe -
netram água e partí cu las alimentares.
6. ORGANIZAÇÃO
 CITOLÓGICA DO ÁSCON
 No áscon, bem como nos outros
dois tipos, não existem órgãos dife -
renciados, mas distinguem-se diver -
sos tipos celulares adaptados a de -
 ter minadas funções. A parede do cor -
po é formada por duas camadas ce -
lulares. A camada mais externa é a
dermal, e a mais interna, denominada
gastral. Entre as duas camadas celu -
lares, há um me sên quima gelatinoso.
A cavidade cen tral do corpo é cha -
mada átrio ou espon giocela. Nas duas
camadas celula res e no mesênquima,
encon tramos os seguintes tipos ce -
lulares:
❑ Pinacócitos
 São células achatadas que, jus-
tapostas, formam a camada dermal.
❑ Coanócitos
 São células flageladas e provi das
de um colarinho, uma formação mem -
branosa que envolve o flagelo. Re -
vestem a cavidade atrial e constituem
a camada gastral.
❑ Porócitos
 São células tubulosas, percor-
ridas por uma perfuração cônica. São
estas perfurações dos porócitos que
constituem os numerosos poros que
ligam o átrio ao meio externo.
C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 12:35 Página 193
194 –
Corte longitudinal do áscon.
❑ Miócitos
 São células alongadas e contrác -
teis que formam esfíncter em torno
dos poros e do ósculo.
❑ Amebócitos
 No mesênquima, aparecem nu-
merosos amebócitos, isto é, células
que possuem movimento ameboide,
realizando várias funções e podendo
ser divididos em
 – escleroblastos – células que
secretam as espículas minerais. Cada
eixo de espícula é formado por um
escleroblasto;
 – arqueócitos – amebócitos que
realizam várias funções: recebem, di -
ge rem e fazem circular o alimento,
além de formar elementos reproduti -
vos: espermatozoides, óvulos e gê -
mulas.
7. ORGANIZAÇÃO
 ESTRUTURAL 
DO TIPO SÍCON
 Observada externamente, apre-
senta-se como uma urna alongada fi -
xada pela extremidade inferior. O
ós cu lo, bem alargado, aparece na ex -
tre midade superior, circundado por
uma coroa de espículas longas e afi -
ladas. A superfície do corpo pos sui
numerosas elevações ou pa pilas, das
quais saem pequenas es pí cu las.
Entre as papilas aparecem os poros.
Organização do sícon.
 Cortada longitudinalmente, apre -
senta a parede do corpo espessa e
com uma série de dobras, forman do
curtos canais horizontais. Dis tin gui -
mos dois tipos de canais: ina lan tes e
exalantes. Os primeiros abrem-se na
superfície externa e termi nam em
fundo cego. Os canais exa lantes são
internos e desembocam no átrio.
8. ORGANIZAÇÃO
 CITOLÓGICA DO SÍCON
 A superfície externa e os ca nais
inalantes são revestidos pela ca ma -
da dermal, formada por pina có citos.
A espongiocela também é revestida
por pinacócitos, ficando os coanó -
citos limitados aos canais exalan tes.
O mesênquima gelatino so é bem mais
desenvolvido do que no áscon: con -
tém amebócitos e es pículas.
Organização citológica do sícon.
9. ORGANIZAÇÃO 
 ESTRUTURAL DO 
 TIPO LÊUCON
 É o tipo mais evoluído. O átrio é
reduzido, enquanto a parede do cor -
po é bastante desenvolvida e percor -
rida por um complicado sistema de
canais e câmaras. Os coanócitos en -
contram-se revestindo câmaras esfé -
ricas, também denominadas câ ma ras
vibráteis, interpostas num sis tema de
canais. Os canais que par tem dos po -
ros e atingem as câ maras transpor -
tando água são deno mina dos ina -
lan tes ou aferentes.
 Das câmaras, saem os canais
exa lantes ou eferentes que atingem o
átrio.
Lêucon (organização).
10.ORGANIZAÇÃO
 CITOLÓGICA DO LÊUCON
 Os coanócitos só aparecem nas
câmaras vibráteis. Os pinacócitos re -
vestem a superfície externa, o átrio e
os diversos canais. No desenvolvi -
men to do mesênquima, encontramos
amebócitos e espículas.
Organização citológica do lêucon.
11.SISTEMÁTICA
❑ Phylum Porífera
 Animais pluricelulares, sempre
aquá ticos e sésseis; em geral formam
colônias de forma va riada; parede do
corpo com duas ca madas celulares e
perfuradas por nu mero sos poros; ca -
vidades inter nas reves ti das por coanó -
citos; es que leto calcá rio, silicoso ou
córneo; 5.000 espécies.
 Classe 1
 Calcária (Calcispongiae)
 Esponjas com esqueleto calcário
formado por espículas monoaxô -
nicas, trirradiadas e tetraxônicas.
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– 195
 Classe 2
 Hexactinellida ou
 Triaxônica (Hyalospongiae)
 Esponjas com espículas silico sas
triaxônicas.
 Ex.: Euplectella aspergillium
(vulgarmente chamada de cesto de
vênus).
 Classe 3
 Demospongiae
 Esqueleto de espículas silicosas,
de fibras de espongina ou de ambos.
 Ex.: Esponja sp (esponja de
banho).
Celenterados 
ou Cnidários
1. CARACTERES GERAIS 
DOS CELENTERADOS
 Animais de simetria radiada. Dis-
tinguem-se neste grupo animais de
dois tipos morfológicos: o pólipo (ge -
ralmente se den tário) e a medusa (ge -
ralmente livre).
❑ Morfologia
 São diblásticos; o corpo apre sen -
ta duas camadas celulares, uma epi -
derme externa (ectoderma) e uma
gas troderme interna (en doder ma).
Entre as duas, encontramos me -
 sogleia, de consistência gelatino sa.
Presença de cnidoblastos nas duas
camadas celulares.
❑ Sistema tegumentário
 Epiderme formada por uma ca ma -
 da celular contendo fibrasmus cu -
lares.
❑ Sistema esquelético
 Os antopólipos podem secretar
um exoesqueleto córneo ou calcário.
❑ Sistema digestório
 Boca circundada por tentáculos e
ligada a uma ampla cavidade di-
gestória, saculiforme, simples ou divi -
dida por septos; ausência de ânus,
digestão extra e intracelular.
❑ Sistema respiratório
 Não existe. As células realizam as
trocas respiratórias diretamente com
o meio externo. A respiração é sem -
pre aeróbica.
❑ Sistema excretor
 Não existe. As células eliminam
diretamente no meio externo as subs -
tâncias da excreção.
❑ Sistema circulatório
 Não existe.
❑ Sistema nervoso
 É do tipo difuso, constituído por
uma rede de células nervosas, situa-
das na mesogleia. Primeiros animais
que apresentam o arco reflexo. Exis -
tência de células fotossensíveis e es -
tatocistos.
Sistema nervoso da Hydra.
❑ Reprodução
 Geralmente é feita por alter nân cia
de geração (metagênese), em que o
pólipo representa a fase asse xua da
e a medusa, a fase sexuada. Espé -
cies monoicas e dioicas; fe cun da ção
externa e interna; existência de gôna -
das, desprovidas de ductos geni tais;
presença de larva ciliada cha mada
plânula.
Reprodução assexuada.
2. HABITAT
 São todos marinhos ou de água
doce. Geralmente vivem em colônias
fixas ou móveis.
3. TAMANHO
 Os pólipos são geralmente mi-
croscópicos, e os maiores não ultra-
passam alguns milímetros. As me -
dusas variam de 10 milímetros de diâ-
metro até 2 metros.
Hydra sp.
4. METAGÊNESE 
DA OBELIA sp
 Na Obelia sp ocorre uma alter-
nância de gerações ou metagênese.
As hidromedusas constituem a fase
sexuada. São dioicas e formam as
gônadas, junto dos canais radiais. A
fecundação é externa. O zigoto de-
senvolve-se originando uma larva
ciliada, denominada plânula. A plâ-
nula fixa-se e dá origem a um pólipo,
que, por brotamento (assexuada-
mente), forma nova colônia.
5. ESTRUTURA DA 
AURELIA AURITA
 É chamada vulgarmente de
água-viva. A água-viva, provavel men -
 te, é a cifomedusa mais frequen te nas
costas brasileiras.
 Tais medusas flutuam nos mares,
ou então nadam lentamente, por con -
 trações da umbela.
 São dioicas e apresentam fecun-
dação interna. Possuem a larva plâ -
nula.
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196 –
Ciclo reprodutivo da Aurelia sp.
6. SISTEMÁTICA DOS 
CELENTERADOS
❑ Phylum Coelenterata
 CLASSE 1 – HYDROZOA
 Ordem 1 – Hydroida – Pólipos
sempre bem desenvolvidos e geral-
mente coloniais; medusas reduzidas.
Hydra e Obelia.
 Ordem 2 – Siphonophora –
São colônias natantes polimórficas,
com vários tipos de medusas; ma -
rinhas (principalmente em mares
quentes). A colônia adulta apresenta
os seguintes indivíduos:
 – Pneumatóforo
 É uma medusa. Apresenta
uma vesícula cheia de ar, funcionan -
do como órgão flutuador.
 – Gastrozoide
 É um pólipo usado para a
apre ensão do alimento.
 – Nectozoide
 É um medusoide, funcionando
na propulsão da colônia.
 – Dactilozoide
 Possui cnidoblastos.
 – Filozoide
 Pólipo protetor de outros indiví -
duos da colônia.
 – Gonozoide
 Pólipo encarregado da repro -
du ção da colônia.
Organização básica de um sifonóforo.
 CLASSE 2 – 
 SCYPHOZOA
 Tem como forma pre dominante as
cifome du sas, originadas de um esta -
do poliploide, a par tir de um pro ces -
so de es trobilização.
 O cifopólipo possui quatro sep tos
internos di vidindo o ênteron: é des -
pro vido de esto mo deu. As ci fo me -
dusas sem véu, com braços orais,
possuem gônadas formadas a partir
da gastroderme. O estado de pólipo
pode faltar completamente, desen vol -
vendo-se do ovo, direta men te, no va
medusa. Exemplo: Aurelia aurita.
 CLASSE 3 – 
 ANTHOZOA
 Não apresenta medusa. Ocor rem
pólipos isolados ou coloniais. Na or -
dem actinária, encontramos as actí -
nias (anêmonas-do-mar), que vivem
isoladamente e não apresentam es -
queleto.
 Na ordem madreporária, en con -
 tramos os verdadeiros corais. Os co -
rais são coloniais, com es que leto
calcário e responsáveis pela for -
mação dos recifes, barreiras e atóis.
Metagênese na Obelia sp.Cnidoblastos, células urticantes dos cnidários.
Formação de um atol coralino, segundo Darwin.
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Polimorfismo nos ce lenterados. Pre sen ça de uma for ma lem -
brando um tubo, o pólipo, e de outra lembrando a parte superior
de um paraquedas aberto, a medusa.
Metridium sp (cortes: longitudinal e transversal).
Colônia polimórfica de caravela.
Medusas de Aurelia sp. São móveis por jatopropulsão.
Pólipos de antozoários (corais).
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198 –
MÓDULO 20 Platelmintos
1. GENERALIDADES
 Os platelmintos são vermes com
corpo achatado dorsoven tral mente.
2. SISTEMA TEGUMENTÁRIO
 Sua epiderme é constituída por
um epitélio simples, ciliado na pla-
nária e recoberto por uma cutícula no
esquistossomo e na tênia.
3. SISTEMA MUSCULAR
 A parede do corpo do platelmin to
é constituída pela epiderme e pelo
tubo musculodermático, formado por
três camadas musculares: circular, lon -
 gitudinal e dorsoventral ou oblí qua.
 Não apresentam sistema esque-
lético.
Planária – corte transversal.
4. SISTEMA DIGESTÓRIO
 É do tipo incompleto, pois não
possui abertura de egestão, que é
realizada pela boca.
Planária – sistema digestório.
 A planária é carnívora e apre-
senta uma faringe protráctil, além de
um intestino ramificado.
 A solitária não possui sistema
digestório.
5. SISTEMA EXCRETOR
 Os platelmintos são os primeiros
animais da escala zoológica que
apresentam um sistema excretor e
cujo órgão fundamental é o sole-
nócito ou célula-flama.
Planária – sistema excretor.
6. SISTEMA RESPIRATÓRIO
 Não existe. As espécies de vida
livre têm respiração aeróbica, e as
trocas gasosas ocorrem entre a epi -
derme permeável e o meio am biente.
 Nas espécies parasitas, a respi -
ração é anaeróbia.
7. SISTEMA CIRCULATÓRIO
 Não existe. A distribuição dos ali-
mentos é realizada pela ramificação
do intestino, por difusão nas células
da parede intestinal.
 Na solitária, o alimento penetra
diretamente através da pele.
8. SISTEMA NERVOSO
 São os primeiros animais da es -
cala zoológica dotados de um sis te -
ma nervoso central. Há maior concen-
tração de células nervosas nos gân -
glios cerebrais, sugerindo um pro ces -
so de cefalização.
 Há cordões nervosos longitu-
dinais ligados entre si por co mis suras
transversais.
 O sistema nervoso é do tipo gan -
glionar.
 Estudos realizados com a pla ná -
ria evidenciam uma grande capa -
cidade de responder a estímulos
luminosos (fototactismo); corrente de
águas (reotactismo); alimentos (qui -
miotactismo) e a estímulos mecâ ni cos
(tigmotactismo).
Planária – sistema nervoso.
9. REPRODUÇÃO
 Os platelmintos são animais ge -
ralmente hermafroditas. Pos suem gô -
nadas providas de ductos e órgãos
aces sórios.
 A fecundação é interna, o desen-
volvimento é direto na planária e indi -
reto no esquistossomo e na tênia, com
um ou vários estágios larvais em que
é frequente a pedogênese.
 A planária é hermafrodita; repro-
duz-se sexuadamente por fecun da -
ção cruzada e assexuadamente por
bipar tição transversal, devido à sua
alta ca pacidade de regeneração.
10.CARACTERÍSTICAS 
GERAIS DOS
PLATELMINTOS
 Os platelmintos são animais que
apresentam o corpo achatado (Platy
= chato e Helminte = verme), com
simetria bilateral, triblásticose acelo -
mados.
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11.SISTEMÁTICA
 Classe 1
 Turbelaria: Planária (Dugesia
tigrina).
 Classe 2
 Trematoda: Fasciola hepatica,
Schistosoma mansoni.
 Classe 3
 Cestoda: Taenia sp.
12.ESTUDO DOS PRINCIPAIS
PARASITAS
❑ Fasciola hepatica
 Tem o corpo achatado e foliáceo
(± 30mm). Possui duas ventosas (oral
e ventral). A ventosa ventral é usada
para a fixação junto ao hos pedeiro.
 É um verme endoparasita, cau -
san do a fasciolose no fígado de
car neiro, boi, cabra e outros herbí -
voros. Vive nos canais biliares, deter -
minan do ações tóxicas e irritativas,
não exis tindo medicação eficiente pa -
ra o seu tratamento.
Raramente ocorre no homem.
O ciclo vital inicia-se pela elimi na -
ção de ovos junto com as fezes do
ani mal infectado. Tem como hospe dei -
 ro inter me diário um cara mujo do gê -
nero Lymnaea, da classe Gastro poda,
do filo Molusca.
❑ Schistosoma mansoni
 É um verme platielminte, cujo ma -
 cho, de pequena extensão (9 a 22mm),
possui um profundo sulco, o canal gi -
necóforo, no qual se instala a fêmea
lon ga e delgada (14 a 26mm).
 São endoparasitas do homem e
causam a esquistossomose ou
bar riga-d'água. Esta doença pro -
vo ca hemorragias, intoxicação e in fla -
ma ção do cólon, reto, pâncreas, fí ga -
 do, baço etc. Nem sempre a doen ça
é fa tal, mas causa vários problemas,
de bilitando as vítimas, que apre sen tam,
geralmente, o abdômen volu mo so.
 O homem é o hospedeiro defini ti -
vo do Schistosoma mansoni, que se
ins tala no sistema porta-hepático e
nas veias mesentéricas. O hospe dei -
ro in ter mediário é um caramujo de no -
men clatura contro vertida: Planor bis,
Australorbis ou Biomphalaria. São en -
con trados em água doce pou co cor -
rente ou estagnada.
O corte parcial
na região
cefálica pode
originar uma
planária com
muitas
cabeças.
A fecundação
cruzada
aumenta a 
biodiversidade.
Anatomia da planária:
a) Sistema excretor;
b) Sistema nervoso apresentan do 
um início de cefalização;
c) Sistema reprodutor.
A bipartição 
origina
indivíduos
geneticamente
idênticos 
(clo nes).
Seres primitivos
possuem
elevada
capacidade de
regene ração.
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200 –
Ovo, miracídio e cercária 
de Schistosoma mansoni.
 A pessoa doente elimina ovos do
Schistosoma juntamente com as fe -
zes, atingindo a água. Saem dos ovos
embriões ciliados, os mirací dios,
que após algumas horas pene tram
no ca ramujo.
 No caramujo, o mi ra cídio trans -
 for ma-se em esporocisto, que pro -
duz cercárias, sempre por pedogê- 
 nese.
 As cercárias saem do caramu -
jo e nadam livremente, poden do pe -
ne trar ativamente na pele do homem,
durante os banhos em rios e lagos.
 O diagnóstico é feito pelo exame
de fezes, on de são encontrados ovos
portadores de espinho.
 A penetração das larvas produz
irritação cu tâ nea, daí o nome “lagoas
de coceira” dado vulgarmente aos lo -
cais infestados por esquistossomo.
 A profilaxia indicada consiste em
não nadar em locais desconhecidos;
evitar a pe netração de larvas na pele;
tratar as pessoas doentes para im -
pedir a dis tribuição geográfica da
doença; pro mover o extermínio do
caramujo e o sanea mento básico.
Taenia solium – aspecto geral.
Platielmintos.
Ciclo biológico da Fasciola hepatica.
Ciclo biológico do Schistosoma mansoni.
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– 201
❑ Taenia solium
 Pertence à classe Cestoda; pos -
sui o corpo alongado, delgado e cha -
to, dividido em três porções: ca beça
ou escólex, colo e estróbilos ou pro -
glotes.
 A cabeça ou escólex é a por -
ção anterior destinada à fixação da
Taenia na superfície da mucosa in tes -
tinal do hospedeiro.
 Apresenta quatro ventosas e um
rostro ou rotellum com 26 a 28
ganchos quitinosos, para a fixação no
orga nis mo do hospedeiro.
 O pescoço, ou colo, é a parte
mais fina e não segmentada, e liga a
cabeça ao corpo. É a região onde são
produzidos novos anéis ou pro glotes
por estrobilização.
 O estróbilo, ou corpo, é cons ti -
tuído por uma série de anéis (± 800),
divididos em imaturos, maduros e, no
final, os anéis grávidos.
 A teníase ou soli tá ria deve-se
à presença do animal adulto no intes -
tino, causando uma série de pertur -
bações gerais.
 A Taenia adulta vive no intestino
delgado do homem, que elimina em
suas fezes anéis do animal, con tendo
ovos fecunda dos (de 30 mil a 50 mil
por anel).
 Os ovos contêm embriões dota -
dos de seis tentáculos (hexa can to),
denominados oncosfera.
 O porco, hospedeiro intermediá -
rio, ingere os ovos, que, ao atingir o in -
tes tino do animal, libertam a on cos -
 fera que, através da circulação san -
guínea, é distribuída para a mus cu -
latura su b lingual, diafragma, cére bro
etc. Nes ses locais, evolui um es tá gio
larval, denominado cisticer co.
 O homem sofre a infestação, quan -
 do ingere a carne de porco crua, ou
mal cozida, contendo cisti cer cos vivos.
 A cisticercose é uma enfermi -
dade causada pela presença de um
cisticerco no organismo. Esta doen -
 ça pode ocorrer no homem, quando
este ingere ovos de Taenia solium.
 A casca dos ovos é digerida no
intestino, os embriões são transpor ta -
 dos pela corrente sanguínea, atin gin do
os olhos, a musculatura e o cére bro,
causando cegueira, fra queza
muscular e epilepsia. É uma doen -
ça mais grave do que a teníase.
 O homem pode adquirir esta doen -
ça por autoinfestação interna, ex ter na
e também por heteroinfes tação.
❑ Taenia saginata
 Tem ciclo vital semelhante ao da
Taenia solium. Porém seu hospedei ro
inter mediário é o boi, e em sua ca -
beça não há ganchos quitinosos.
 Possui aproximadamente 2 mil
proglotes. Os últimos anéis são elimi -
nados isoladamente, forçando o es fínc -
ter anal, fora das evacuações.
 Produz a larva Cisticercus bovis,
que não causa cisticercose no ho mem.
Taenia saginata.
Taenia solium – ciclo biológico.
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1. CARACTERÍSTICAS
GERAIS
 Os asquelmintos são animais de
corpo cilíndrico, não segmentado, que
possuem simetria bilateral; distin guem-se
dos platelmintos, principal mente por
apresentar pseudoce loma e tu bo
digestório completo.
2. CLASSIFICAÇÃO
 A principal classe é a nematoda.
3. TEGUMENTO
 O corpo é revestido por uma cu -
tícula elástica e flexível, acelular, se -
cretada pela epiderme, que é de
na tureza sincicial, sendo desenvol vi -
da nas espécies jovens, e atrofiada
nas espécies adultas.
4. SISTEMA MUSCULAR
 Apresentam apenas a muscula -
tura longitudinal abaixo da epiderme.
Cortes histológicos dos asquelmintos.
5. CAVIDADE DO CORPO
 Entre a camada muscular e a pa -
re de intestinal há uma cavidade, o
pseu doceloma. Esta cavidade não re -
 presenta um celoma verdadeiro, por -
que não é revestida totalmente pelo
mesoderma.
6. SISTEMA DIGESTÓRIO
 É do tipo completo e contém bo -
ca, faringe, esôfago (faz a sucção), in -
testino, ânus terminal ou subter mi nal.
Nos machos há uma cloaca. A diges -
tão é extracelular; o alimento é digeri -
do por ação enzimática, na ca vidade
in testinal, e é absorvido por células das
paredes do intestino.
MÓDULO 21 Asquelmintos ou Nematelmintos
Ascaris lumbricoides.
Enterobius vermicularis.
Nematoide – sistema digestório.
7. SISTEMA CIRCULATÓRIO
 Não existe. Os alimentos absor vi -
dos pelas células da parede intes tinal
caem no líquido que preenche o pseu -
doceloma, sendo assim distri buídos
pa ra as demais células.
8. SISTEMA RESPIRATÓRIONão existe. Nas formas de vida li -
vre, o oxigênio difunde-se através do
tegumento. Nas formas parasitas, a
res piração é anaeróbia e realizada a
partir do glicogênio existente nas cé -
lu las.
9. SISTEMA EXCRETOR
 Os asquelmintos possuem dois
tipos de sistema excretor: o simples e
o duplo.
 O sistema simples aparece em
nematoides de vida livre e é consti -
tuído de uma grande célula ventral an -
terior.
 No sistema duplo, também co nhe -
 cido por tipo em "H", existem dois tubos
que correm ao longo das linhas late -
rais, e que recolhem por osmose os
ca tabólitos, lançando-os por um po ro
que se abre na linha mediana ventral.
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Nematoide – sistema excretor.
10.SISTEMA NERVOSO
 É constituído de um anel em volta
do esôfago e por vários cor dões lon -
gitudinais que dele partem.
11.REPRODUÇÃO
 A maioria dos nematoides possui
sexos separados, e o sistema repro du -
 tor apresenta estrutura simples.
 Os machos são sempre menores e
de vida curta; distinguem-se das fê -
meas pela extremidade posterior, que
se enrola em espiral ou se expande em
bolsa copuladora, com duas espí cu las
quitinosas que ser vem para agar rar-se
à abertura ge nital das fê meas.
12.HABITAT
 Existem nematoides de vida livre
na água e no solo. Numerosas espé -
cies vivem como parasitas de ani mais
e vegetais. Muitos parasitas vi vem ba -
nha dos pelos sucos diges tó rios do
hos pedeiro e resistem à ação diges -
tória, pro vavelmente por causa da cu -
tí cu la, ou ainda pela produ ção de
an tien zi mas, substân cias que ini bem
a ação das enzimas di ges tó rias do
hos pe dei ro.
 Galhas são intu mes cên cias de ra -
mos ve getais infes tados por as quel -
mintos.
13.ESTUDO DOS PRINCIPAIS
NEMATOIDES PARASITAS
❑ Monogenéticos 
ou monóxenos
 Têm evolução em um só hospe -
dei ro, o definitivo.
 Ascaris lumbricoides
 Também denominada lombriga, é
um verme cilíndrico e afilado nas duas
extremidades. Possui boca trila bial, e
o macho mede de 15 a 35cm, en -
quan to a fêmea mede de 35 a 40cm.
Vive no intestino delgado dos verte -
bra dos, causando a as caridíase.
 Os vermes adultos vivem na luz
do intestino delgado. As fêmeas pos -
 suem grande fertilidade, chegan do a
pôr 200 mil ovos por dia, que po dem
ser eliminados com as fezes. Em con -
dições ótimas, a evolução dura de 10
a 12 dias, formando-se uma peque na
larva do tipo rabditoide, que em uma
semana sofre uma muda, trans for -
mando-se numa larva infestante rab -
 ditoide. A infestação ocorre quan do
o hospe deiro ingere ovos em brio -
nados, que sofrem uma digestão no
duo deno, libertando as larvas, que
pas sam pe lo fígado, coração, pul -
mões, tra queia, esô fago, estômago e
intes ti nos, reini ciando um novo ciclo.
A nova pos tura ocorrerá após dois
meses e meio.
 O verme provoca perturbações
na fase de larva migratória e na fase
adul ta, localizada no intestino.
Quan do em grande número, os ver -
mes che gam a provocar oclusão in -
tes tinal.
 Enterobius vermicularis
 (Oxyuris vermicularis)
 É um verme pequeno (3 a 12mm)
com boca trilabiada e causador da
oxiuríase ou enterobiose.
 Parasitam o ceco e o apêndice
ce cal. As fêmeas grávidas não depo -
si tam os ovos e estes vão-se acumu -
lando no útero até o seu rompimento
na luz intestinal, quando os ovos
embrionados são libertados.
 A transmissão é feita por via oral,
através da ingestão dos ovos em brio -
 nados por auto ou heteroin fes ta ção,
podendo também ocorrer re troin fes ta -
 ção, determinada pela eclo são de
larvas na mucosa anal e pos te rior mi -
gração para as partes su periores do
intestino.
 O verme adulto no intestino pro -
duz inflamações, náuseas, catarro in -
testinal, vômitos e dores intestinais. O
sintoma mais típico da ente robiose é
o intenso prurido anal, ativado à noi te
pelo calor do lei to, quando o hos -
pedeiro se deita.
 Ancylostoma duodenale 
 e Necator americanus
 Vermes de corpo cilíndrico, afila do
nas duas extremidades da fêmea e
ape nas na extre midade anterior do
ma cho.
 Medem cerca de 15mm e pos -
suem uma cápsula bucal, dotada de
dentes e placas cortantes.
 Com pequenas diferenças, as
duas espécies realizam o mesmo ci -
clo. Os ovos, elimina dos pelas fezes
do hospedeiro, evoluem em 24 horas
até che gar à larva rabditoide.
Ancylostoma duodenale e Necator americanus.
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204 –
 Esta larva, após 48 horas, trans -
for ma-se em filarioide, que em uma
se mana torna-se infestante. A infes ta -
ção pode ser ativa ou passi va. A pri -
meira é cutânea: ativamente as lar vas
atra ves sam a pele, princi pal mente a
dos pés, caem na circula ção e atin -
gem o cora ção e os pulmões, onde
so frem a ter ceira muda. A seguir, mi -
gram atra vés dos brônquios, tra queia,
esôfago e in tes ti no delgado, onde so -
frem a quar ta muda, trans formando-se
em adul to. Na pe netra ção passiva, as
larvas podem che gar por meio de
água con ta mi na da ao estômago, on -
de sofrem a terceira mu da; daí pas -
sam ao in tes tino, ocor rendo a quarta
mu da, que ca racteriza o estágio
adulto.
 São causadores da ancilosto -
mo se, amarelão, opilação ou
mal da terra, provocando no hos -
pe deiro uma anemia intensa, va rian do
a gra vi dade com o grau de infes tação.
 Ancylostoma caninum
 Parasita normal do cão, raramen -
te encontrado no homem.
 Ancylostoma brasiliensis
 É um parasita do cão e do gato.
Quando suas larvas (Larva migrans)
penetram na pele do ho mem, cau sam
a dermatose serpi ginosa ou, co -
mo é popularmen te conhe cida, o bi -
cho geográfico.
❑ Digenéticos ou
 di-heteroxenos
 São parasitas com dois hospe dei -
ros, o intermediário e o definitivo.
 Wuchereria bancrofti
 É um verme de diâmetro muito pe -
queno e de aspecto filamentoso, sen -
do por esta razão denominado
filá ria; os machos atingem 4cm e as
fêmeas, 10cm de comprimento.
Doente apresentando elefantíase, doen ça
cujo agente etiológico é a Wuchereria
bancrofti.
 Esses vermes parasitam os gân -
glios linfáticos do homem, causando
a doença conhecida por elefan tía -
se, caracterizada pela hipertrofia de
alguns órgãos, como o escroto, mem -
 bros inferiores, os seios e os lá bios da
vulva.
 No sistema linfático do hospe dei -
ro, as fêmeas colocam os ovos, que
se transformam em microfilá rias.
Du ran te a noite, as larvas des lo cam-se
pa ra o sangue perifé rico, sen do en tão
ingeridas por mosquito do gê ne ro
Culex. Nos inse tos, as larvas sofrem
várias mudas, transfor man do-se nas
for mas infes tan tes, que vão até a
trom pa do mos quito.
 Quando o inseto pica a vítima,
transmite a larva, que atinge o siste -
ma linfático, tornando-se adulta e re -
começando o ciclo.
 No ciclo da Wuchereria bancrofti,
o homem é o hospedeiro definitivo e o
mosquito vetor é o hospedeiro inter -
mediário.
Ciclo biológico do Necator americanus.
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– 205
MÓDULO 22 Anelídeos
1. CARACTERÍSTICAS
GERAIS
 Os anelídeos são animais vermi -
formes, cujo corpo é composto de seg -
mentos ou metâmeros, seme lhan-
 tes entre si, em forma de anel, ex ce ção
feita aos dois primeiros e ao úl ti mo seg -
 mento, denominados, res pec ti va men -
 te, prostômio, peris tômio e pi gídio.
 São triblásticos com simetria bi la -
teral e a segmentação é tipica mente
ho mônoma.
2. SISTEMA TEGUMENTÁRIO
 A epiderme é um epitélio sim ples,
com células sensoriais, glân dulas mu -
 cosas e recoberto por uma cutícula
per meável. Nos oligo quetos (minho ca),
há fileiras de cerdas dequitina dis -
pos tas na região ventral. Nos poli que -
 tos (Eunice), há um feixe de cer das,
ape nas nos parapódios.
Organização do parapódio.
 Parapódios são expansões der -
mo musculares laterais que ser vem co -
 mo remos, permitindo a natação dos
poliquetos.
3. SISTEMA MUSCULAR
 Logo abaixo da epiderme, en con -
tra-se a musculatura principal do cor -
po, composta de uma camada ex -
 ter na circular e uma interna longi tudi -
nal, constituindo o tubo musculo dér -
mico, que forma a parede corpó rea.
4. CAVIDADE DO CORPO
 Os anelídeos são animais que
apre sentam uma cavidade geral se -
cundária espaçosa, o celoma, divi -
di do por septos transversais e lon gi-
 tu dinais.
5. SISTEMA DIGESTÓRIO
 É do tipo completo, tubuloso e re -
 ti líneo. Inicia-se pela boca no pros tô -
mio, que contém, às vezes, maxilas ou
estiletes quitinosos; segue-se a farin -
ge, às vezes protrátil, que se co muni -
ca com o esôfago, podendo es te
for mar um papo e uma moela for te -
men te musculosa, que ser ve para
mace rar os alimentos; segue-se o in -
tes ti no, às ve zes com um par de sa -
cos intes ti nais (tifloso lis), os quais
ser vem para au mentar a superfície de
absor ção; o in tes tino terminal é em
geral cur to e abre-se para o exte rior,
atra vés do ânus.
 Na parede do tubo digestório,
exis tem células de peritônio que au -
 men tam consideravelmente seu volu -
me, servindo para o acúmulo de
subs tâncias de reserva e que rece -
bem o nome de cloragógenas.
Sistema digestório.
6. SISTEMA CIRCULATÓRIO
 É do tipo fechado, inde pen dente
do celoma e consiste, princi palmen te,
em dois vasos sanguíneos lon gi tu di -
nais, coloca dos dorsal e ventral men te
em relação ao tubo digestório. O va so
dorsal é contrátil, impe lin do o san gue
de trás para dian te. Já no vaso ven tral,
o sangue circula em sentido inverso.
 O sangue é constituído de um
plas ma que contém amebócitos li vres
e hemoglobina dissolvida. Há tam bém
um pigmento verde, a cloro cru erina,
ou vermelho, a hemoeri trina, em ou tros
anelídeos.
Sistema circulatório.
7. SISTEMA RESPIRATÓRIO
 A respiração é cutânea. Nos poli -
quetos há brânquias ramificadas na
região dorsal dos parapódios, com
rede capilar.
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206 –
8. SISTEMA EXCRETOR
 A excreção é feita por nefrídios,
dispostos em um par por segmento.
Cada nefrídio é formado por três par -
tes: nefróstoma, um funil cilia do que
re colhe os catabólitos na cavidade ce -
lo mática; nefroduto, um canal sinuo -
 so, internamente cilia do, que atra ves-
 sa o anel e desem boca no nefri dió -
po ro, um poro excretor situado no anel
seguinte.
Estrutura do nefrídio.
9. SISTEMA NERVOSO
 O sistema nervoso é ganglionar.
Há dois gânglios cerebrais e um gran -
 de gânglio subfaríngeo, ligados por
um anel nervoso ao redor da fa ringe,
de onde sai um longo cordão nervoso
ventral, com dois gânglios por anel.
 Nas minhocas há células tácteis,
foto e quimiorreceptoras, dispersas no
epitélio, especialmente nos pri mei ros
segmentos.
Sistema nervoso.
10.HABITAT
 Em relação ao habitat, os anelí -
deos podem ser aquáticos, marinhos
ou de água doce, e terrestres, viven -
do em lugares úmidos, debaixo de fo -
lhas, ou escavando galerias no solo,
onde passam a viver.
Nereis sp, verme marinho com aproximadamente 45cm e 220 metâmeros.
Lumbricus terrestris – morfologia externa.
 A importância da minhoca em re -
lação aos solos é bastante conheci da.
Elas melhoram a oxigenação e a re po -
 sição de minerais, a partir dos de tri tos
orgânicos que comem. O ver me Eunice
viridis (palolo) serve de alimen to aos
nativos das ilhas Samoa e Fuji.
 No passado, as sanguessugas
(Hirudo medicinalis) foram largamen -
te empregadas em processo de san -
gria, além do aproveitamento da
hi ru dina, uma substância antico a gu -
 lan te, de interesse médico, produ zida
em suas glândulas salivares.
11.REPRODUÇÃO
 São monoicos ou dioicos, com ou
sem clitelo; a reprodução sexuada
ocorre com frequência por fecun da -
ção cruzada; o desenvolvimento pode
ser direto ou indireto com larva tro có -
fora (nos poliquetos). Há repro du ção
assexuada por brota men to e re ge ne -
ração.
❑ Fecundação 
cruzada da minhoca
 Na fecundação cruzada da mi -
nho ca, os animais colocam-se em po -
si ção invertida, unindo-se pelas
ex tre mi dades anteriores. Cerdas es -
pe ciais pe netram mutuamente nos
dois par cei ros, mantendo-os ligados
en quan to o clitelo secreta um muco
que envol ve os dois parceiros. Em
cada animal forma-se um par de sul -
cos seminais, indo do 15º. anel até o
clitelo, através do qual os esperma -
tozoides de um animal passam para o
receptáculo se minal do outro, ca rac -
 terizando a fecun da ção cru zada se -
gui da da separa ção dos animais.
 Logo após, o clitelo se creta o có -
con, ou casulo, onde são deposita dos
os óvulos. O cócon desloca-se para a
frente e, ao passar pelo re cep táculo
se minal, os óvulos são fer tili zados pe -
los espermatozoides, que já es tavam
depositados. O cócon, que agora
con tém ovos, sai do animal me din do
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– 207
cerca de 7mm; apenas um ovo se de -
sen volve.
 Notamos que a fecun dação do
óvu lo é feita no cócon ou casulo, por -
tanto definimos como um caso de
fecun dação ex terna e desen vol vi -
mento direto.
12.SISTEMÁTICA 
DOS ANELÍDEOS
 O filo Annelida é constituído apro -
 xidamente de 8.700 espécies, agru pa -
das em três classes: Polychaeta,
Oligochaeta e Hirudinea.
 Classe 1 – Poliquetos
 Possuem o corpo com me tame ri -
 za ções externa e interna bem níti das.
Cada metâmero possui um par de ex -
pansões laterais, os parapó dios,
que têm funções na respira ção
bran quial e na locomoção. Ca -
beça dis tinta do corpo, se xos se -
parados, com fecunda ção externa e
desenvolvi men to indireto, através da
larva trocófora. São quase exclu si va -
men te marinhos.
 Ordem 1 – Errantia
 Vida livre e brânquias nos para -
pódios.
 Ex.: Eunice sp e Nereis sp. Sanguessuga locomovendo-se.
 Ordem 2 – Sedentária
 Fixos, em tubos calcários ou em
escavações, na areia; possuem brân -
 quias na cabeça.
 Ex.: Arenicola e Sabellaria.
 Classe 2 – Oligoquetos
 São animais de corpo alongado,
cilíndrico, com segmentações exter na
e interna bem nítidas, cabeça não dis -
tinta do corpo, raras cerdas impla n ta -
das diretamente na cutícula, não
pos suem parapódios, têm respi ra ção
cu tânea, hermafro ditas com clitelo e
sem larvas.
 Ex.: Lumbricus terrestris (mi nho ca
comum ou europeia); Pheretima
hawaiana (minhoca-louca); Glossos -
colex giganteus (minhocuçu).
 Classe 3 – Hirudíneos
 É formada de organismos com o
corpo de forma achatada e segmen -
tado, porém a segmentação externa
não corresponde à segmentação in -
terna. Cabeça não distinta do corpo,
ausência de cerdas, tentá culos e pa -
rapódios. Possuem duas ventosas e
têm o celoma oblite rado, são her ma -
fro ditas com clitelo.
 Ex.: Hirudo medi ci nalis, san gues -
 su ga europeia, ecto para si tas, he ma tó -
 fagos, oca sionais no homem e em
ani mais domésticos. Vivem em água
do ce, principalmente em brejos.
Sabellaria sp.
MÓDULO 23 Artrópodos
1. ARTRÓPODES
❑ Caracteres Gerais 
 Os artrópodes (arthros = arti cula -
ção, e podos = pés) são orga nismos
que se caracterizam por apresen ta rem
apêndices e patas articuladas.
 São metazoários, de simetria bi -
la te ral, com o corpo segmen ta do,
tri blás ticos, protostômios e ce -
lomados; pos suem um exoes que le -
to quitinoso, que só permite o cres ci -
mento do ani mal por mudas (ecdises).Suas 830.000 espécies apre sen -
tam um elevado grau de com plexi da -
de, são encontradas na maior diver -
si da de de hábitats e podem ingerir
uma quantidade de alimento muito
maior que os representantes de qual -
quer ou tro filo.
❑ Classificação
 Os artrópodes apresentam vá rias
clas ses, como: classe 1 – Crustacea;
clas se 2 – Insecta; classe 3 – Arachnida;
classe 4 – Chilopoda; classe 5 –
Diplopoda.
2. CLASSE CRUSTACEA
❑ Caracteres Gerais
 A classe Crustacea (do latim
crusta = casca) é formada de orga -
nis mos com o corpo revestido por uma
cutícula quitinosa espessa e rígi da,
formando o exoesqueleto, que é im -
pre gnado de carbonato de cálcio.
 Apesar de existir uma grande va -
rie dade de formas, pode-se dividir o
corpo em cabeça, tórax e ab dô men,
ocorrendo, nas formas evo luí das, a
fusão dos anéis torácicos com a ca -
beça, ficando o corpo dividido em ce -
falotórax e abdômen, como, por
exem plo, observamos no cama rão.
❑ Morfologia Externa
 A cabeça é formada pela fusão
de cinco segmentos, cada um deles
com um par de apêndices bifurca dos.
Há dois pa res de antenas (tetrá ceros),
um par de man dí bulas e dois pares de
maxilas.
 O tórax apresenta segmentos
com números variá veis, podendo estar
fun didos ou não. Seus apên di ces são
divididos em dois grupos: ma xi -
lípedes e pe reió po des. Os ma xi -
lípe des servem para a apre en são de
alimentos e ainda funcionam co mo
elementos tácteis, qui mio r re cep -
tores e res piratórios. Os pe -
 reiópo des, ou patas lo co mo to ras,
for mam, nos primeiros seg men tos, a
pinça ou que la, usada pa ra ata que ou
de fesa.
 No abdômen, os seg mentos não
são fun didos e seus apêndices são
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208 –
pleiópodes e uró podes. Os pleió -
po des são natatórios e, nos ma chos, o
primeiro par é transformado em ór gão
copulador. Os urópodes são cha ma -
dos também nata tó rios, for ma dos por
lâminas alar gadas que, nas fê meas,
pro te gem os ovos. O últi mo seg mento
é o telso.
❑ Sistema Digestório
 É completo e a digestão é ex tra -
 celu lar. É co mum a existência de um
es tô ma go mas tigador: o mo li -
ne te gás tri co. Nos crustáceos mais
sim ples (mi crocrustáceos), há efi cien -
tes me canis mos de filtragem de água
pa ra a coleta de nutrientes e de orga -
nis mos do fitoplâncton.
❑ Sistema Respiratório
 A respiração é branquial. As brân -
quias localizam-se sobre as patas to rá -
cicas. Nos microcrus tá ce os, as tro cas
gasosas são feitas atra vés da su per -
fície do corpo.
❑ Sistema Circulatório
 É do tipo aberto ou lacunar. Pos -
suem coração dorsal, que recebe das
brânquias o sangue arterial, de pois
dis tribuído para o corpo. O san gue ge -
ralmente contém um pigmento res pi -
ratório, a hemocianina. As la cu nas são
celomáticas (hemocelas).
❑ Sistema Excretor
 A excreção se faz por glân du las
ver des ou antenárias, cujo poro ex -
cre tor abre-se na base da antena.
Tais glândulas recolhem os ca ta bó li -
tos do celoma e do sangue.
❑ Sistema Nervoso
 Apresenta gânglios cerebroides e
uma cadeia nervosa ganglionar ven -
tral.
❑ Sistema Sensorial
 Os órgãos sensoriais são bem de -
sen volvidos. Os olhos podem ser sim -
ples ou compostos, sésseis ou pe -
dunculados. Os compostos são for -
 mados por muitas unidades, os oma -
 tídeos.
 Há órgão de equilíbrio, os esta -
to cis tos, na base das antenas, e ór -
gãos tácteis e olfativos, espe -
 cial mente na região da cabeça.
Camarão – morfologia externa.
Os representantes do filo Arthropoda.
Classes Crustáceos Insetos Aracnídeos Quilópodos Diplópodos
Exemplos camarão mosquito aranha lacraia piolho-de-cobra
Número de
antenas
tetráceros
4
díceros
2
áceros
0
díceros
2
díceros
2
Número de
patas
decápodos 10
(1 par por
segmento)
hexápodos
6
octópodos
8
muitas;
(1 par por
segmento)
muitas;
(2 pares por
segmento)
Divisão do
corpo
cefalotórax
e abdômen
cabeça, tórax
e abdômen
cefalotórax
e abdômen
cabeça e 
corpo longo
cabeça, 
tórax curto
e corpo longo
Respi-
ração
cutânea;
branquial
traqueal
cutânea, 
traqueal,
filotraqueal
traqueal traqueal
Digestão
tubo digestório
completo;
molinete
gástrico
tubo 
digestório
completo;
tubo digestório
completo; 
digestão
extracorpórea
tubo 
digestório
completo
tubo 
digestório
completo 
Circulação
aberta;
hemocianina
aberta
aberta,
hemocianina
aberta aberta
Excreção
glândula
verde
tubo de
Malpighi
tubo de
Malpighi;
glândula coxal
tubo de 
Malpighi
tubo de 
Malpighi
Sistema
Nervoso
ganglionar ganglionar ganglionar ganglionar ganglionar
Sexos dioicos dioicos dioicos dioicos dioicos
Desenvol-
vimento
direto ou 
indireto
direto ou 
indireto
direto ou 
indireto
direto ou 
indireto
direto ou 
indireto
Habitat maioria 
aquático
principalmente 
terrestre
principalmente 
terrestre
terrestre terrestre
Obser-
vações
partenogênese;
autotomia;
heteromorfose
asas;
partenogênese;
poliembrionia
glândulas
venenosas;
quelíceras;
fiandeiras;
partenogênese
forcípulas
venenosas
15 a 181
segmentos
não são 
venenosas; 
abdômen
com 9 a 100
segmentos
duplos
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Aparelho reprodutor do lagostim. Note
que o ovário se abre no terceiro par de
pereió po dos da fêmea, e o testículo no
quinto par de pereió podos do macho.
Estágios larvais do camarão: A - Nauplius;
B - Zoea; e C - Mysis, o último estágio larval.
❑ Reprodução
 A maioria é unissexuada, e as aber -
turas genitais encontram-se na par te
ventral.
 Há o dimorfismo sexual, e a fe -
cun dação é interna. Nos mi cro crus tá -
 ceos é comum a partenogênese. Há
mui tas larvas e a mais simples é Nau -
plius, com apenas três pares de pa -
tas. Nos crustáceos superiores, além
des sas, há também Protozoea, Zoea
e Mysis.
 Observamos grande capaci dade
de regeneração no camarão jovem,
que se reduz nos adultos. A hete ro -
mor fose é a regeneração de uma
par te diferente daquela que foi perdi -
da. Assim, retirando-se ape nas o olho
do camarão e deixando o pe dún culo,
ocorrerá a regeneração nor mal de um
novo olho; porém, se olho e pedún -
culo forem retirados, apa re ce rá em
seu lugar uma antena.
 A autotomia é um excelente
me io de defesa, pois consiste na au to-
 amputação e posterior rege ne ra ção de
um segmento torácico, que fi ca com
o agressor enquanto o animal fo ge.
❑ Habitat
 São animais predominantemen te
aquáticos, marinhos e dulcaquí colas.
Po dem viver na areia das fai xas li to râ -
neas (caranguejo), em terra úmida (ta -
tuzinho-de-jardim), na lama do man gue
(caranguejo maria-mulata) e fi xos às
rochas, pilares de pontes, cas cos de
navios etc. (cracas).
❑ Sistemática
 A classe dos crustáceos, com cer -
ca de 25 mil espécies, apresenta dois
grupos: entomocrustáceos (pri mi -
tivos) e malacrustáceos (e vo luí -
dos).
 Entomocrustáceos são crustá -
ce os inferiores, geralmente micros có -
pi cos.
 Subclasse 1
 Branquiopoda
 Microscópicos, quase todos de
água doce, e adaptados à natação. 
Ex.: Daphnia pulex, a pulga-d’água.
Daphnia pulex.
 Subclasse 2
 Copepoda
 Também microscópicos, com mui -
 tos representantes parasitas de pei xes.
 Ex.: Cyclops sp, vetor do botrio -
cé falo e filária de Medina.
Cyclops sp.
 Subclasse 3
 Ostracoides
 Organismo com o corpo pro te gi -
do por uma “concha” bivalve, que en -
ce rra também a cabeça. Vivem em
água doce e no mar.
 Ex.: Eucypris sp.Eucypris sp.
Cirripédios.
 Subclasse 4
 Cirripedia
 São animais fixos e protegidos
por uma carapaça calcária, que vi -
vem em ambiente marinho, cobrindo
ro chas, madeira de cais, cascos de
navios, carapaças de siris, lagostas,
moluscos e até a pele de cetáceos.
 Ex.: Mitella e B alanus, as cra cas.
 Subclasse 5
 Malascrostaca
 São crustáceos evoluídos, todos
ma croscópicos.
 Dividem-se em três ordens: lso -
po da, Amphipoda e Decapoda.
 Ordem 1
 lsopoda
 Têm o corpo comprimido dorso -
ven tralmente.
 Ex.: Armadillidium sp (tatuzi-
nho-de-jardim) e Ligia sp (barati-
nha-de-praia).
Isópodos.
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210 –
 Ordem 2
 Amphipoda
 Têm o corpo comprimido late ral -
men te, vivem na água salgada e rara -
men te na água doce.
 Ex.: Gammarus; Caprella e Hya le lla.
 Ordem 3
 Decapoda
 É constituída de organismos late -
ral mente comprimidos ou achatados;
o abdômen em geral é maior que o
ce falotórax. Alguns vivem em água do -
ce; poucos são terrestres; e a maio ria
é de ambiente marinho.
 Ex.: Crangon; Penaeus – cama -
rão; Panulirus – lagosta; Pagurus –
ere mita (vive em concha de ca ra mu -
jos); Cancer – caranguejo co mes tí vel;
Callinectes – siri comestível.
4. CLASSE DOS INSETOS
❑ Caracteres Gerais
 A classe lnsecta (do latim in = den -
tro, secare = dividir) tem como carac -
terísticas: um par de antenas (dí -
ce ros); três pares de patas (hexá po -
des); corpo nitidamente dividido em
cabeça, tó rax e abdômen.
Inseto.
❑ Morfologia Externa
 A cabeça é o centro sensorial do
animal. Nela estão localizados seus
prin cipais órgãos dos sentidos: as
antenas e os olhos. As antenas são
ór gãos quimiorreceptores, que
apre sentam também as funções
ol fa tivas e tácteis.
 Os olhos podem ser de dois ti pos:
simples (ocelos) e compostos (fa ce -
ta dos).
 Os olhos simples são no máximo
três, enquanto os olhos compostos
são dois, porém formados por 15 mil
a 25 mil unidades visuais, os oma tí -
deos.
Olhos dos insetos.
 O tórax é o centro locomotor dos
insetos. É formado por três seg men -
tos: protórax, mesotórax, me ta tó rax,
com um par de patas por seg men to.
Cada pata é constituída pelos se guin -
tes artículos: coxa, trocanter, fê mur,
tíbia e tarso.
 As asas são estruturas vivas liga -
das ao tórax (meso e metatórax), mas
não são membros verdadeiros, e sim
uma expansão lateral do tegumento.
Em suas nervuras passam va sos, tra -
queias e lacunas sanguíneas.
Pata de inseto.
(Amphipoda).
3. DIFERENCIAÇÃO ENTRE SIRI E CARANGUEJO
 Siri
 Cefalotórax elíptico com a margem anterior denteada.
 Tem o último par de patas transformado em remos.
 Caranguejo
 Cefalotórax quadrado, trapezoide ou arredondado.
 O último par de patas não é transformado em remos.
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– 211
Asa membranosa.
 Os tipos de asas são:
 a) Membranosas:
 Finas e transparentes (mos cas).
 b) Pergamináceas:
 Finas, opacas, flexíveis e colo -
ri das (barata).
 c) Élitros:
 Espessas e opacas (besouro).
 d) Hemiélitros:
 São élitros na base e membra -
no sas na ponta (percevejo).
 O abdômen é o centro de nutri ção
dos insetos, desprovido de apên di ces
e com uma segmentação ní ti da. Os
últimos segmentos nas fê me as for -
mam o ovopositor. Exis tem aber tu -
ras laterais das traqueias, de no mi na-
 das opérculos. Nas abe lhas e ves -
pas exis tem os ferrões.
❑ Sistema Digestório
 É do tipo completo.
 Pos sui boca, faringe, esôfago, pa -
po, mo ela, estômago, intestino, ânus
e, como órgãos anexos, as glân dulas
sali vares.
 O aparelho bucal é adaptado
ao tipo de alimentação do animal:
 a) mastigador ou triturador
(ga fa nho to);
 b) lambedor (abelha);
 c) sugador (borboleta);
 d) picador-sugador (pulga);
 e) picador-não sugador (mos-
ca doméstica).
❑ Respiração
 É do tipo traqueal. Entre os inse -
tos aquáticos, há os que respiram o
oxi gênio da atmosfera, subindo de
tem pos em tempos; outros apre sen -
tam um sistema traqueal fechado, uti li -
 zan do o O2 dissolvido na água.
Sistema traqueal.
❑ Sistema Circulatório
 A circulação é aberta ou lacunar.
O coração é um órgão tubuloso, dor -
sal ao abdômen, e apresenta pe que -
nas câmaras contrácteis, as ven tri-
 cu lites.
 O sangue é incolor e não trans -
por ta gases respiratórios; serve para
a dis tribuição de alimentos. 
Circulação do inseto.
❑ Sistema Excretor
 A excreção é feita por tubos de
Mal pi ghi, que eliminam espe cial men -
te ácido úrico.
Tubo digestório da barata. Observe que
os túbulos de Malpighi recolhem o mate -
rial de excreção do celoma e o lançam no
tubo digestório.
❑ Sistema Nervoso
 O cérebro é anterior e está ligado
aos gânglios subesofagianos por um
anel nervoso; há ainda a cadeia ner -
vo sa ventral.
Sistema nervoso.
❑ Sistema Sensorial
 A visão dos insetos (olhos sim ples
e compostos) distingue cores até ul tra -
violeta; a sensibilidade au di ti va
se dá através dos pelos e órgãos cor -
dotonais das patas; a sen sibi li da de
olfa tiva situa-se nas antenas; e a
sen sibilidade tác til, em cer das de
apêndices.
❑ Reprodução
 São animais dioicos, com dimor -
fis mo sexual; (as fêmeas são sempre
maio res). A fecundação é interna e o
desenvolvimento pode ser direto ou
in direto, com metamorfose. Há ca sos
de partenogênese (afídeos); de neo -
tenia (térmitas) e poliembrionia (hime -
nópteros).
❑ Sistemática
 A classe dos insetos apresenta
cer ca de 750 mil espécies, sendo ani -
 mais de grande sucesso evolutivo.
 Subclasse 1 – Apterigota
 Insetos sem asas e sem meta mor -
fose (ametábolos).Esquemas de tipos de aparelhos bucais.
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212 –
 Ordem 1 – Thysanura
 Ex.: traça-dos-livros.
 Subclasse 2 – Pterigota
 lnsetos com asas e metamorfose.
 São divididos em dois grupos:
 1.o Grupo – Hemimetábolos
 Com metamorfose parcial: ovo –
ninfa – imago (adulto).
 Ordem 2 – Orthoptera
 Ex.: gafanhoto, barata, bicho-pau,
grilo, louva-a-deus.
 Ordem 3 – Ephemeroptera
 Ex.: siriruia.
 Ordem 4 – Dermaptera
 Ex.: lacrainha.
 Ordem 5 – Odonata
 Ex.: libélula.
 Ordem 6 – lsoptera
 Ex.: cupim, térmita.
 Ordem 7 – Anoplura
 Ex.: piolho (Pediculus humanus),
“chato” (Phthirius pubis).
 Ordem 8 – Hemiptera
 Ex.: barbeiro, percevejo-do-ma to,
baratinha-d’água.
 Ordem 9 – Homoptera
 Ex.: cigarra, afídeos, jequitira na -
bóia.
 2.o Grupo – Holometábolos
 lnsetos com metamorfose com ple -
 ta: ovo – larva – pupa – imago (adul to).
Nas borboletas e mariposas, as fa ses
são determinadas: ovo – la gar ta – cri -
sá lida – adulto.
 Ordem 10 – Lepidoptera
 Ex.: borboleta, mariposa, bi-
cho-da-seda, traça-de-roupa.
 Ordem 11 – Diptera
 Apresenta duas subordens: Ne -
ma to cera e Brachicera.
 Subordem 1 – Nematocera
 Conhecidos como mosquitos; pos -
 suem antenas longas.
 Ex.: Cullex sp – principal vetor das
filárias de W. bancrofti, causa do ras
da elefantíase.
 Aedes aegypti – vetor da febre
ama rela (virose) e da dengue.
 Anopheles sp – vetor da malária.
 Phlebotomus intermedius – vetor
da úlcera de Bauru.
 Simulidium – mosquito borra chu do.
 Subordem 2 – Brachicera
 Conhecidos como moscas; pos -
suem antenas curtas. Ex.: moscado -
 méstica – grande transmissora me -
cânica de germes.
Esquema de al guns repre sen tan tes das or dens mais importantes da classe dos in setos.
 Glossina palpalis – vetor da doen -
ça do sono.
 Drosophila melanogaster – mos -
 ca-da-fruta.
 Dematobia hominis – a mos-
ca-do-ber ne (é a larva do inseto).
 Ordem 12 – Siphonaptera
 Ex.: pulga (Pulex irritans); bi-
cho-de-pé (Tunga penetrans); pulga
do rato (Xenopsylla cheops), vetora
da peste bubônica.
 Ordem 13 – Coleoptera
 Ex.: besouro, joaninha.
 Ordem 14 – Hymenoptera
 Ex.: abelha, vespa e formiga.
5. CLASSE ARACHNIDA
❑ Caracteres Gerais
 A classe Arachnida é for mada de
or ganismos cujo corpo divide-se em
ce fa lotórax e abdômen; não pos suem
antenas (áceros) e têm quatro pares
de pa tas (octó po des).
 É o terceiro grande grupo dos ar -
tró podes. São na maioria terrestres, vi -
 vem sob troncos, pedras, bu ra cos no
solo, em vários habitat, des de o nível
do mar até altas mon tanhas.
Demodex folliculorum.
❑ Morfologia Externa
 O cefalotórax possui seis pares de
apêndices: o primeiro par apre sen ta
as quelíceras, que servem pa ra cap -
turar a presa e, na maioria dos re pre -
sentantes da classe, ter mi nam por uma
pinça; o segundo par de apên di ces
apresenta os pe di pal pos, que ser vem
para a apreensão; e há tam bém qua -
tro pares de patas. O ab dô men nunca
apresenta apêndi ces.
 Nas aranhas, o abdô men tem ven -
 tralmente as aberturas das filo tra queias
e o poro genital. Poste rior men te, fi cam
o ânus e as fiandeiras, que te cem os
fios da teia.
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Aranha – morfologia.
 Nos escorpiões, existe um pós-
ab dô men, cujo último artículo é ino cu -
 la dor de veneno.
 Nos ácaros, não há uma nítida se -
pa ração entre cefalotórax e abdô men.
❑ Sistema Digestório
 É do tipo completo e a digestão é
ex tracelular e extraintestinal, nas ara -
 nhas, sendo seus sucos dige stórios
in jetados no corpo das presas (on de
é feita a digestão do animal).
Aranha capturando suas presas que fi ca -
ram unidas à teia. Essas presas for ne ce -
rão energia e os nutrientes necessários à
continuidade da vida desse aracnídeo.
 A aranha não devora uma presa,
pois apenas pode absorver líquidos.
ln je ta-lhe saliva e depois aspira o lí qui -
 do resultante da digestão dos ór gãos
da presa.
❑ Sistema Respiratório
 A respiração é feita por filo tra -
queias (pulmotraqueias), onde ocor -
re a hematose (troca de gases
res pira tó rios). Em alguns ácaros, a
res pi ra ção é cutânea ou traqueal.
❑ Sistema Circulatório
 A circulação é lacunar e o cora -
ção é dorsal no abdômen. O “san gue”
é for mado por um plasma, con ten do
ame bócitos e hemocianina como pig -
men to respiratório. É co mum cha mar
de he molinfa o líquido cir cu la tó rio dos
ar trópodes.
❑ Sistema Excretor
 A excreção é feita por um par de
tubos de Malpighi, que se ramificam
e ainda ficam situados no assoalho
do cefalotórax (excretam por ductos
que se abrem entre as pernas).
❑ Sistema Nervoso
 Apresentam um cérebro, que está
ligado por um anel nervoso a uma ca -
deia ganglionar ventral, seme lhan te
aos insetos.
❑ Sistema Sensorial
 Como órgãos visuais há os oce -
los, com função tátil; os pedipalpos e
as células quimiorreceptoras ficam nos
apêndices.
❑ Glândulas Venenosas
 Nas aranhas estão localizadas nas
quelíceras; nos escorpiões loca li zam-se
no telso, que tem a forma de um
aguilhão inoculador.
Produção da teia.
 Vítimas de acidentes com ara nhas
e escorpiões devem ser ime dia ta men -
 te so corridas. O veneno de cer tas es -
pécies po de resultar em con se quên -
 cias graves, até a morte, quan do as
vítimas, prin ci pal men te crian ças, não
são devida mente so cor ridas. Para isso
existem soros an tiescorpiônicos e an -
tiarac nídeos.
❑ Glândulas Sericígenas
 Localizam-se no abdômen da ara -
 nha e terminam nas fiandeiras, on de
produzem o fio utilizado para tecer a
teia.
❑ Reprodução
 São animais de sexos sepa ra dos,
com dimorfismo sexual e fe cun dação
in terna. Nas aranhas, o ma cho utiliza
o pedipalpo como órgão copu lador.
São ovíparos e vivíparos (escor pi ões).
Possuem de sen vol vimento di re to,
ocor rendo parte no gênese en tre al -
guns ácaros.
❑ Sistemática
 Os aracnídeos têm, aproxima da -
men te, 30 mil espécies. As princi pais
or dens são:
 Ordem 1 – Araneídeos
 Engloba todas as es pé cies de
ara nhas, ve ne no sas ou não. Os ór -
gãos inoculadores de ve neno são as
que líceras.
 Ex.: Dugesiella (ta rân tula); La tro -
dec tus (viúva-negra); Lycosa; Sal ti cus
(aranha papa-moscas); Tenus (ar ma -
deira).
 Ordem 2 – Escorpionídeos
 São os escorpiões; todos são ve -
ne nosos.
 Ex.: Tytyus bahiensis – escorpião
pre to ou vermelho encontrado no
cam po.
 Ordem 3 – Acarídeos
 São os carrapatos parasitas da
pe le de mamíferos.
 Ex.: Sarcoptes scabiei – cau sa -
dor da sarna; Demodex folliculorum –
é o “cravo” do rosto; Amblyomma ca -
fen nense – é o carrapato.
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Alguns ácaros.
Escorpião – morfologia externa.
6. MIRIÁPODOS
Constituem um grupo de artró-
podos com o corpo alongado e com
inúmeros pares de patas. Possuem
um par de antenas, respiram por
traqueia e excretam por túbulos de
Malpighi. Compreendem duas clas-
ses: Chilopoda e Diplopoda.
❑ Classe Chilopoda
Ex.: centopeias ou lacraias.
 São venenosas, carnívoras, de
movimentos rápidos, não se enrolam,
possuem secção corporal achatada,
suas antenas são longas, e têm um
par de patas por segmento.
Morfologia externa da lacraia.
Anatomia interna da lacraia.
O primeiro par de patas é trans -
formado em forcípulas (estru turas ino -
culadoras do veneno). Têm poro
genital na região posterior do corpo.
São ovíparas, com ou sem larvas.
As centopeias são animais pre -
dadores de insetos. Sua picada no
homem é perigosa. São de hábitos
noturnos.
❑ Classe Diplopoda
 Ex.: embuá, “piolho-de-cobra” e 
gongolos.
 Não são venenosos, possuem
hábi tos herbívoros, têm movimentos
lentos, enrolam-se em espiral e pos -
suem secção corporal cilíndrica. Suas
an tenas são curtas, e em cada seg -
mento há dois pares de patas cur tas.
Não possuem forcípulas. Têm po ro ge -
nital na região anterior. São oví pa ros
com desenvolvimento direto.
O piolho-de-cobra.
Artrópodo da classe dos di plópodes, denomi nado pio lho-de-cobra. Apre senta o corpo
cilíndrico, formado por um grande número de seg men tos. Muitos possuem uma
coloração brilhante. Na ca beça há numerosos olhos simples e um par de antenas
curtas (díce ros). Há quatro patas articuladas, por seg mento do corpo.
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MÓDULO 24 Moluscos e Equinodermas
1. MORFOLOGIA EXTERNA
 Os moluscos são animais de cor -
po mole, viscoso, não seg men ta do,
sem apêndices articulados, tri blás ti -
cos, com uma cavidade geral (ce lo -
ma), simetria bilateral, dividido em três
partes: cabeça, pé e massa vis ceral.
Geral mente apresentam uma concha
calcária.
2. TEGUMENTO
 Esses animais possuem epitélio
sim ples, às vezes ciliado e muito rico
em células glandulares, cuja secre -
ção torna o tegumento úmido e mole.
A parte do tegumento que recobre a
mas sa visceral forma uma dobra, cha -
mada manto ou pallium, que se cre -
ta a concha.
3. CONCHA
 A concha consiste em uma ca ma -
da orgânica externa (perióstraco); uma
camada média (prismática) cons ti tuí -
da por cristais prismáticos de arago -
nita e uma camada interna (na ca -
 ra da), lisa e brilhante, co nhe ci da co -
mo madrepérola.
Corte transversal da concha e do manto.
 A concha pode ser univalve,
quan do formada por uma só peça
(ca ra mujos e caracóis), e bivalve,
quan do formada por duas peças que
se adap tam e articulam (ostras e ma -
ris cos).
Conchas de moluscos.
4. SISTEMA RESPIRATÓRIO
 A respiração pode ser cutânea,
branquial e pulmonar. A respiração
pul monar ocorre em gastrópodes
terrestres (caracóis); os pulmões são
constituídos por um sistema de vasos
sanguíneos muito ramificados.
Helix – morfologia externa.
 Os pelecípodes são animais fil -
tra dores. A água circundante que pe -
ne tra na cavidade do manto car re ga
as partículas alimentares que fi cam
aderidas a uma camada de mu co, re -
cobrindo as brânquias, e as par tícu -
las úteis são ingeridas pela bo ca.
5. SISTEMA DIGESTÓRIO
 É do tipo completo e com pre en -
de boca, faringe, estômago, intes ti no
e ânus. Na parte basal da faringe mus -
 culosa, há uma lâmina quitinosa de -
nominada rádula, portadora de
den tículos dirigidos para trás e pró -
prios para ralar os alimentos. É um ór -
gão exclusivo dos moluscos e
ausen te na classe Pelecypoda. 
 Apresenta como glândulas ane xas
o fígado e as glândulas salivares.
 A digestão é extra e intracelular
no mexilhão e, na maioria dos de mais
moluscos, é extracelular.
Sistema digestório do caracol 
com deta lhe da rádula (acima).
6. SISTEMA CIRCULATÓRIO
 É do tipo lacunar. O coração tem
po sição dorsal, aparece no interior de
uma cavidade pericárdica e re ce be o
sangue proveniente dos órgãos res pi -
ratórios por intermédio de veias. Po -
de ter um ou dois átrios e um ven-
 trí culo, de onde o sangue é dis tri buí -
do aos tecidos. O sistema cir cu la tó rio,
ape sar do desenvolvimento de ar té -
rias, veias e capilares, é sempre aber -
 to, comunicando-se com la cu nas
san guíneas em vários órgãos.
Aparelho circulatório
do mexilhão (mo lus co).
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7. SISTEMA EXCRETOR
 A excreção é feita por rins (ne frí -
dios modificados), que retiram as ex -
cre tas da cavidade pericárdica e as
eli minam na cavidade paleal, de on -
de passam para o exterior.
8. SISTEMA NERVOSO
 É do tipo ganglionar, existindo três
pares de gânglios nervosos: ce re -
broi des, pediais e viscerais, que
coordenam, respec tiva men te, as fun -
ções sensorial, locomotora e ve ge ta -
tiva.
Sistema nervoso do mexilhão.
 Os órgãos sensoriais são esta -
to cis tos (equilíbrio), células tác -
teis, qui miorreceptoras e os olhos,
mui to desenvolvidos nos cefa ló podes.
9. REPRODUÇÃO
 Nos moluscos, há casos de her -
ma froditismo, mas geralmente os se -
xos são separados. Nos her ma fro-
 di tas, ocorre fecundação cruzada, co -
mo nos caracóis e caramujos que, ao
copularem, estimulam-se mutua men -
te, enterrando um no outro o “dar do
do amor”. Além disso, pos suem uma
gônada hermafrodita, o ovo téstis.
 Normalmente os moluscos são
oví paros e de desenvolvimento direto
ou indireto. Há uma larva ciliada, cha -
 ma da véliger, livre; ou larvas pa rasi -
tas de brânquias dos peixes, os
glo quí deos, e ainda a larva trocó -
fo ra, em gastrópodes.
Larvas de moluscos.
10.HABITAT
 Os moluscos são muito diversi fi -
ca dos e habitam os mais variados am -
bientes. Há espécies que vivem em
ter ra úmida (caracóis, lesmas); ou tras
em ambiente marinho, fixas em ro chas
(ostras e mariscos); li vres, que vivem
na areia do fundo (ca ra mujos de água
doce e de água sal ga da); e de nata -
ção ativa (lulas e pol vos). 
 Alguns aspectos importantes da
Bio logia podem ser abordados. Os ce -
 fa lópodes, por exemplo, são inver te -
bra dos altamente evoluídos, com
gran de capacidade de aprendizado,
efi cien te mimetismo protetor, por cau -
 sa das suas rápidas mudanças de cor
e da eliminação de jatos de H2O. As
ostras produzem as tão va lio sas pé -
rolas a par tir do manto, que tam bém
reveste a con cha. A de po si ção das
camadas da pérola inicia-se so bre um
pequeno parasita, ou grão de areia,
que pene tra no corpo do molusco, de -
termi nan do a reação se cre tora de de -
fesa.
 No aspecto alimentar, os mo lus -
cos sempre foram importantes para o
ho mem, que consome toneladas de
pol vos, lulas, ostras, mariscos e es -
car gots.
Chiton sp.
11.SISTEMÁTICA 
DOS MOLUS COS
 O filo Mollusca representa um dos
maiores do reino animal, ultra pas sado
apenas pelo filo Arthropoda. É forma -
do por 100 mil espécies, agru padas
em cinco classes prin ci pais: Amphi -
neu ra, Scaphopoda, Gas tro po da,
Pele cypoda e Cephalo po da.
❑ Classe Amphineura
 É formada de organismos com o
cor po oval, ou longo e delgado, com
sime tria bilateral, cabeça reduzida,
des provida de olhos e tentáculos; a
con cha é ausente ou então formada
por oito placas. São exclusivamente
ma ri nhos. Ex.: Chiton sp.
❑ Classe Scaphopoda
 É formada de organismos com o
corpo alongado em sentido dor so ven -
tral, com simetria bilateral; a con cha
univalve e o manto apresentam-se em
forma de um tubo encurvado, com
aber tura dorsal e ventral, lem bran do
as presas de um elefante.
 Ex.: Dentalium sp.
❑ Classe Gastropoda
 A classe Gastropoda é formada de
organismos com assimetria se cun dá -
ria, provocada pela torção da re gião
superior do corpo. Apre sen tam cabe -
ça distinta, sustentando olhos e tentá -
culos, o pé bem distinto, a mas sa
vis ceral bem desenvolvida e en ro -
lada; a concha é univalve (na maio ria
dos ca sos é helicoidal ou es pi ra lada).
Os ór gãos paleais (ânus, poros excre -
to res e genitais) estão des loca dos pa -
ra o lado direito ou pa ra a re gião
an te rior. A rádula está pre sen te na
maio ria.
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 Nesta classe destacamos: Helix sp,
caracol de jardim; Arion, lesmas sem
concha; Lymnaea sp e Aus tra lor bis sp
(Planorbis sp).
❑ Classe Pelecypoda
 A classe Pelecypoda ou La me lli -
bran chiata é formada de organismos
com simetria bila teral e o corpo la te -
ral mente achatado. São desprovidos
de ca beça e rádula. A concha é bi val -
ve, com articulação, li ga men tos dor -
 sais, e fechada por um ou dois mús -
 culos adutores. Possuem si fões, que
controlam a entrada e saída de água
na cavidade do corpo. O pé é côni co
ou em forma de ma cha do. São
dioicos ou her ma froditas e vivem na
água doce e salgada.
 São pelecí po des: ostras, Mytillus
sp (mexilhão mari nho), Pecten (mo -
lus cos que nadam por batimento das
val vas), Anadonta (bi val ves de água
do ce), Mya (que vi ve no lodo).
❑ Classe Cephalopoda
 É formada de organismos simé tri -
cos, com cabeça volumosa, massa
vis ceral alongada em sentido dor so -
ven tral, manto musculoso, cavidade
pa leal localizada na região caudal, pé
transformado em tentáculos e bra ços
que rodeiam a cabeça. A con cha é
frequentemente interna e mui tas ve -
zes reduzida.
 Possuem uma glândula anexa ao
in tes tino, conhecida por “glândula de
tinta”. Quando o animal é atacado, eli -
mina um conteúdo preto, que o en vol -
 ve em uma nuvem escura, e lhe
per mite fugir do inimigo.
 São moluscos mais evoluídos que
os de mais grupos e de ambiente ex -
 clu siva mente marinho. Pos suem olhos
seme lhantes aos dos ma mí fe ros, se -
xos separados, com esper ma tó fo ro, e
de sen vol vimento direto. Seus re pre -
 sen tantes são: Nautilus, Loligo (lulas),
Argonauta, Octopus (polvo), Sepia e
calamar.
12.EQUINODERMAS
Os equinodermas são animais
exclusivamente marinhos, apresen-
tando um endoesqueleto calcário, aoqual se associam espinhos fixos ou
móveis. O nome do filo refere-se a
esta característica (echino = espinho
e derma = pele).
Os equinodermas são triblás-
ticos, celomados, deuterostô-
micos, com simetria radial (pentar -
radial), e possuem um exclusivo sis -
tema locomotor, o sistema ambu-
lacrário.
13.PAREDE CORPÓREA
O epitélio é simples e recobre o
esqueleto.
O endoesqueleto é mesodérmico,
formado por placas calcárias, fixas ou
móveis, nas quais podemos en con trar:
❑ Espinhos
Nos equinoides os espinhos são
longos, móveis, articulam-se nas pla -
cas e podem ser movidos por mús -
culos.
❑ Pedicelárias
Fazem a limpeza da superfície do
corpo. Cada pedicelária é uma espé cie
de pequena pinça com dois ou três
artículos móveis; possuem tam bém a
função de defesa.
Parede corpórea.
14.SISTEMA DIGESTÓRIO
O sistema digestório é completo
e relativamente simples. No ouri-
ço-do-mar, há um aparelho bucal,
com cinco dentes, acionados por
fortes múscu los. É a lanterna-de-
aris tóteles. Nas estrelas-do-mar,
há cinco pares de cecos gástricos,
que par tem do estômago para os
braços. Nos ofiúros não há ânus. Nos
cri noides o tubo digestório curva-se
em U, de ma neira que a boca e o
ânus encon tram-se no polo superior
lado a lado (prosopígia).
Sistema digestório.
15.SISTEMA RESPIRATÓRIO
A função respiratória é realizada
pelo sistema ambulacrário. Nos as-
teroides e equinoides há brânquias
ramificadas. Nos holoturoides, en -
contramos, na parte final do intes ti no,
dois órgãos especiais, túbulos rami -
ficados, relacionados à cloaca, que
acumulam água para as trocas gaso -
sas e excretoras.
16.SISTEMA AMBULACRÁRIO
É uma exclusividade dos equi-
nodermas. É representado, em todas
as espécies, por um conjunto de ca -
nais, ampolas e pés, pelo interior dos
quais circula a própria água do mar.
As variações de pressão de água no
sistema determinam expan sões e
retrações dos pés, que apresen tam
no lado superior uma ampola. Con -
traindo-se esta, a água contida é
imprimida ao pé, que se estende
alargando a extremidade em forma de
ventosa, com a qual ele se fixa ao
substrato. O animal se locomove fi -
xan do e desprendendo os pés alter -
nadamente. A sequência de es tru -
 tu ras do sistema ambulacrário é: pla -
ca madrepórica, canal pé treo,
canal circular, canais ra diais,
ampola e pé ambula crá rio.
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218 –
17. SISTEMA CIRCULATÓRIO
Não possuem um verdadeiro sis-
tema circulatório, estando providos de
um sistema pseudo-hemal, for -
mado por lacunas de origem celo -
mática. Não possuem coração.
As lacunas são preenchidas por
um líquido, contendo amebócitos, que
se desloca por movimento osci latório.
18. SISTEMA EXCRETOR
A excreção se faz por difusão di-
re ta, em qualquer superfície exposta
à água, incluindo os pés ambula-
crários.
19. SISTEMA 
NERVOSO E SENSORIAL
O sistema nervoso dos equi-
nodermas é considerado primitivo,
pois não possui um órgão central.
Compõe-se de rede de células ner-
vosas, em volta do intestino anterior,
formando o anel peribucal, de onde
partem 5 cordões nervosos radiais
para os braços. Há células tácteis e
ol fativas em toda a superfície do cor -
po. As estrelas têm células fotor re cep -
 toras na extremidade dos bra ços.
20. REPRODUÇÃO
Os equinodermas são animais
geralmente de sexos separados, sem
dimorfismo sexual, de fecun dação
externa. O desenvolvimento ocorre
sempre com metamorfose. As larvas
diferem entre si, conforme a classe,
mas apresentam todas uma simetria
bilateral típica.
A regeneração é relativamente
fácil. As estrelas, quando têm um bra -
ço destacado, por exemplo, podem
dar origem a um novo animal com -
pleto. São as formas em cometa.
Regeneração.
21. SISTEMÁTICA
O filo Echinodermata é constituído
aproximadamente de 6 mil espécies
viventes, que são agrupadas em cin co
classes: Crinoidea, Echinoidea, Asteroidea,
Ophiuroidea e Holothuroidea.
❑ Classe 1:
Crinoidea
Os crinoides, vulgarmente co-
nhe cidos por lírios-do-mar, são equi -
nodermas tipicamente fixos. O corpo
é constituído por um disco central,
caliciforme, com cinco bra ços ramifi -
cados e um pedúnculo seg mentado.
Cirros dispostos em círcu los circun -
dam às vezes o pedúnculo.
Boca e ânus aparecem na fase
oral, superior.
❑ Classe 2:
Echinoidea
Apresentam o corpo com forma
esférica, sem braços e recoberto por
espinhos. Ex.: ouriço-do-mar.
O tubo digestório descreve uma
es piral simples ou dupla; a boca na
face inferior apresenta cinco dentes
móveis, constituindo a laterna-de-aris -
tóteles, um órgão mastigador; o ânus
está na face superior ou lateral.
Possuem duas ordens:
a)Ordem Echinoida
Com o corpo geralmente esférico.
Ex.: ouriço-do-mar.
b)Ordem Clypeasteroida
 Constituída de organismos com o
corpo achatado e em geral ovoide;
possuem uma forma simétrica irregu -
lar, sendo bilateral.
 Ex.: Encope sp (bolacha-da-praia).
❑ Classe 3:
Asteroidea
É uma classe formada por orga -
nismos com corpo achatado, com -
posto por um disco central e cinco ou
mais braços não ramificados, às
vezes curtos.
Boca na face inferior e ânus na
face superior.
São animais geralmente preda do -
res de ostras; nesta classe des ta ca-se
o gênero Asterias (estrela-do-mar).
❑ Classe 4:
Ophiuroidea
São animais de corpo com forma
semelhante à dos asteroides, com pos -
to por um disco central e cinco bra ços
delgados, articulados e flexíveis.
Boca na face inferior, sem ânus.
Ex.: Ophiura sp (serpente-do-mar).
❑ Classe 5:
Holothuroidea
Os holoturoides, vulgarmente
con he cidos por pepinos-do-mar, são
ani mais de forma cilíndrica com si me -
tria bilateral, alongados na dire ção do
eixo principal.
Boca anterior e ânus posterior.
É característica o fenômeno do
inquilinismo, que se estabelece entre
a holotúria e o peixe Fierasfer acus,
que se refugia na cloaca da primeira.
C3_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 29/04/11 14:23 Página 218
280 –
1. CARACTERES GERAIS
Os cordados constituem o último
grande filo do Reino Animal. São os
animais su periores, filo ao qual per -
tence o homem.
Possuem três características que
os distinguem dos demais animais:
1) notocorda;
2) tubo neural dorsal;
3) fendas branquiais na faringe.
São triblásticos, celomados, deu -
terostomados; possuem tubo diges -
tório com ple to e celoma bem desen -
 vol vido.
❑ Notocorda – 
Estrutura e posição
 É uma haste cilíndrica, elástica e
consistente, formada por células
vacuo li za das e envolvidas por duas
bainhas: uma interna, fibrosa, e outra
externa, elástica.
Notocorda e bainhas.
Evolução
 Nos protocordados, a notocorda
persiste na fase adulta, exceto nos
tunicados. Nos vertebrados ela é
subs tituída pela coluna vertebral.
❑ Sistema nervoso
 Tem a posição dorsal e é cons -
tituído inicialmente pelo tubo neu -
ral, de origem ectodérmica, es ten -
 dendo-se longitudinalmente logo aci -
ma da notocorda. O sistema ner voso,
sob a forma de tubo dorsal, é uma
impor tante característica para dife -
renciar os cordados dos de mais
animais, que o possuem sob a
forma ganglionar e ventral.
Diagrama dos principais 
caracteres dos Chordata.
❑ Fendas branquiais
 Localizam-se nas paredes da
faringe, pelo menos na fase embrio -
nária. Nos cordados aquáticos, elas
persistem na fase adulta com a fun -
ção respiratória. Nos cordados ter -
restres, as fendas desaparecem e em
seu lugar sai da faringe um tubo, a
traqueia, que leva ar aos pulmões.
2. ORIGEM DOS CORDADOS
Existem várias hipóteses relacio -
nadas com a origem dos corda dos,
porém todas elas são bastante con -
trovertidas.
A hipótese mais provável é a que
admite a evolução dos cordados a
partir dos equinodermas: esta hipó -
tesesurgiu após um estudo com para -
tivo entre invertebrados e proto cor -
dados, que mostrou que as for mas
larvais dos equinodermas (inver te -
brados) e dos hemicordados (pro -
tocordados) são extremamente pare -
 cidas. Tanto os equinodermas como
os cordados são deuterosto ma dos.
Apesar desses fatos, não existem da -
dos mais concretos que confirmem
essa hipótese. 
3. CLASSIFICAÇÃO
 Os cordados podem ser divi didos
em dois grandes grupos: pro to -
cordados e vertebrados.
❑ 1o. Grupo
 Protocordados ou acrânia
 Não apresentam crânio, encéfalo
ou vértebras, e, considerando o de -
sen vol vi mento da notocorda, divi -
diremos o grupo em três subfilos:
Subfilo 1
Hemichordata
 Notocorda reduzida a um certo
segmento anterior.
Subfilo 2
Urochordata
Notocorda presente apenas na
fase larvária.
Subfilo 3
Cephalochordata
 Notocorda bem desenvolvida, es -
tendendo-se desde a cabeça até a
cauda.
❑ 2o. Grupo
 Craniata ou Vertebrata
Com crânio, encéfalo e vérte bras.
Subfilo 4
Vertebrata
Classe 1: Ciclostomados
Classe 2: Condrictes
Classe 3: Osteíctes
Classe 4: Anfíbios
Classe 5: Répteis
Classe 6: Aves
Classe 7: Mamíferos
Observação
 Osteíctes e condrictes for -
mam a superclasse dos pisces
FRENTE 3 Biologia Animal
MÓDULO 25 Cordados
C4_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 14:25 Página 280
– 281
(peixes); anfíbios, répteis, aves e
mamíferos formam a super classe
dos tetrá podes.
 Subfilo
 Hemichordata
Os hemicordados são animais
vermiformes, de corpo mole, alonga -
dos, tendo na extremidade anterior
uma tromba ou probóscide e um co lar.
Possuem notocorda anterior e ru di -
 mentar (estomocorda); são mari nhos
e vivem enterrados na areia do mar.
Ex.: Balanoglossus sp.
Alguns zoólogos não conside ram
que a estomocorda seja real men te
uma notocorda reduzida, ves tigial, daí
o fato de classificarem os hemi corda -
dos como pequeno filo inde pen dente.
 Morfologia externa
O corpo vermiforme é dividido em
três regiões: probóscide, colar e
tronco. O tronco é a parte mais longa
do corpo, mais ou menos cilíndrica e
apre sentando na parte inicial as fen -
das branquiais.
Balanoglossus sp.
 Tegumento
A epiderme é um epitélio sim ples,
ciliado, com glândulas mucosas.
 Esqueleto
É representado pela estomocor -
da, bastante reduzida e situada na
parte poste rior da probóscide.
 Sistema digestório
É completo. A boca permanece
aberta, de maneira que por ela pene -
tra uma mis tura de água e areia, que
contém restos orgânicos. A faringe e
o esôfago cons tituem dois tubos pa -
ralelos, superpostos, sendo a faringe
dorsal e com fendas bran quiais em
forma de U. O ânus é terminal.
 Sistema respiratório
As fendas branquiais, existentes
na faringe, comunicam-se com as
bolsas branquiais, que se abrem ex -
ternamente. Nas paredes das bolsas
são realizadas as trocas gasosas
entre a água e o sangue.
 Sistema circulatório
Apresentam basicamente um
vaso dorsal e um ventral. Não há um
coração típico.
 Sistema excretor
No interior da probóscide encon -
tra mos o glomérulo. O sangue sai
do vaso con trá ctil e passa pelo glo -
mérulo, que recolhe os catabó litos,
lançando-os pos te rior mente na cavi -
dade da tromba, que os elimina
através do poro dorsal.
 Sistema nervoso
É representado por um anel pe -
riesofágico, do qual sai um cor dão
nervoso dorsal e um cordão nervoso
ventral. Há células sen soriais espa lha -
das pela epiderme.
 Reprodução
São animais de sexos separados
(dioicos), de fecundação externa com
de sen volvimento indireto, pas sando
pela fase larval, denominada tor nária.
 Biologia
Os hemicordados têm capaci -
dade de regeneração. São marinhos;
vivem so li tários em águas litorâneas,
no interior de galerias que escavam.
Para a nu trição, aproveitam substân -
cias orgânicas existentes na areia.
Hábitat do Balanoglossus sp.
 Subfilo 
 Urochordata
Os urocordados ou tunicados são
animais marinhos que vivem em parte
fixos, enquanto outros flutuam e
nadam livremente. Devem seu nome
à presença de um manto ou túnica,
formado essencialmente por uma
substância denominada tunici na,
isômero da celulose.
As verdadeiras características de
cordados são encontradas na fase
larval. Exemplo: Ascídia.
Ascídia.
Anfioxo – estrutura interna.
C4_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 14:25 Página 281
282 –
 Tegumento
O tegumento é formado por um
epitélio simples, uma camada meso -
dermal, na qual se dispõem feixes
longitudinais e circulares de muscu -
latura. O epitélio é secretor da túnica
ou manto.
 Esqueleto
É a notocorda caudal, sempre
presente nas larvas e desapare cen do
no adulto.
 Sistema digestório
 O tubo digestório é amplo, com
fendas branquiais. Na faringe há uma
espécie de canaleta ou goteira cilia -
da, com glândulas mucosas, o en dós -
tilo. Ele desempenha um im por tante
papel na captação das par tí culas
alimentares trazidas pela água.
Estrutura da Ascídia.
 Sistema respiratório
A água que chega à faringe
passa pelas fendas branquiais, na
qual ocorre a hematose; daí a água
passa para uma grande câmara, que
a envolve, o átrio, e vai para o exte rior
através de um sifão exalante, si -
tua do praticamente ao lado do sifão
inalante, em que está a boca.
 Circulação
 É do tipo lacunar. Há um coração
tubiforme, algumas vezes dobrado
em forma de V. Os tunicados são os
únicos animais cujo coração alterna o
sen tido da corrente sanguínea. O
san gue apresenta um pigmento res -
pira tório com átomos de vaná dio na
mo lécula (vanadina).
 Excreção
 Não há órgãos excretores. Há cé -
lu las que retiram os catabólitos, con -
ser vando-os como concreções só li -
das e, posteriormente, eliminando-os.
 Sistema nervoso
 Na fase larval, há um tubo neural,
e, na fase adulta, há um simples
gânglio, colocado entre os dois si fões.
 Reprodução
 São animais hermafroditas, com
fecundação externa e com metamor -
fose. Além da reprodução sexuada,
possuem também a reprodução asse -
xuada por brotamento.
 Biologia
 As ascídias são todas sésseis,
fixadas em rochas ou em outros ob je -
 tos submersos. As formas isoladas
são as maiores, atingindo 10 a 20
centí metros; as colônias são sempre
me nores.
 Subfilo
 Cephalochordata
Os cefalocordados ou leptocár -
dios (coração frágil) são animais
pequenos, pis ci formes, de vida livre,
marinhos, com notocordas bem de -
sen volvidas e per sis ten tes durante
toda a vida do animal.
Ex.: Branchiostoma lanceo latus
(Anfioxo).
 Morfologia externa
O anfioxo é um pequeno animal
de 5 a 8cm de comprimento, trans -
parente e pisciforme. Na extremida de
anterior há o rostro, abaixo do qual se
encontra a abertura bucal, rodeada
de cirros. Há três aber tu ras no
animal: boca, atrióporo e ânus, deslo -
cado para a esquerda.
Através da sua trans parência, ob -
ser vam-se os mús culos, em for ma de
V, nos flan cos do corpo. Também as
gônadas são facilmente distinguí veis:
estão loca li za das na região ventral do
corpo.
Anfioxo – morfologia externa.
 Sistema tegumentário
A pele é formada por uma sim -
ples camada de células epidér mi cas
e uma delicada derme.
 Sistema muscular
A musculatura é dividida em
somática e visceral. A primeira, loca -
lizada logo abaixo da derme, em for -
ma de V, apresenta miôme ros. Entre
os mús cu los viscerais, des ta camos
os trans versais, que com primem a ca -
vi dade atrial, eli mi nando água pa ra o
exterior.
 Sistema esquelético
A principal estrutura esquelética
é a notocorda, que se dispõe para -
lela men te no interior do tubo neural,
des de a cabeça até a cauda.Sistema diges tório
 É completo, com boca filtra do ra e
uma grande farin ge com muitas fen -
das branquiais. O ânus é ventral e
posterior.
 Sistema res pi ra tório
 As trocas ga so sas se dão prin ci -
palmente através da pele, por difu são
direta, em todo o corpo do ani mal.
Sistema circulatório
Apresenta vasos que circundam
a faringe, com pequenas dilatações,
com ca pa cidade contráctil, que im -
pulsionam o sangue de baixo para
cima. O sentido da corrente sanguí -
nea é posteroanterior, na região ven -
tral, e anteroposterior, na região dor -
sal. A circulação é lenta e a pres são
do sangue, muito baixa. O san gue é
incolor (sem pigmento respira tório).
 Sistema excretor
A excreção é feita por 100 pares de
protonefrídeos ou solenó ci tos,
situados na região dorsal da fa ringe.
Os catabólitos são eliminados no átrio,
através de poros, atingindo final mente
o meio externo, através do atrióporo.
 Sistema nervoso
É basicamente um longo tubo
nervoso, com uma pequena dilata -
ção anterior, a vesícula cerebral. O
pe queno desenvolvimento do encé -
falo está relacionado com a pobreza
C4_3oA_Biol_Teoria_Conv_Tony 28/04/11 14:25 Página 282
– 283
de órgãos sensoriais, pois não há
órgãos sensoriais especializa dos.
Mas os cirros e toda a região bucal
têm células sensoriais. Há também
uma fosseta olfativa.
 Reprodução
Os sexos são separados (dioi -
cos). As paredes das gônadas, quan -
do ocorre a maturação dos óvulos,
racham, libertando os óvulos que
caem no átrio, saindo pelo atrióporo.
O mesmo acontece com os esper -
matozoides. A fecundação é externa
e o desenvolvimento é direto.
 Biologia
Os anfioxos são animais mari -
nhos. Durante o dia, permane cem
enterrados na areia. À noite, nadam à
procura de alimentos, ingerindo al gas
e animais planctô nicos. Ao se rem
perseguidos, nadam rapida men te e
se enterram.
 Considerações gerais
O anfioxo tem especial interesse
zoológico porque mostra as caracte -
rísticas fundamentais do Filo Cor -
data de um modo bem simplificado.
De um modo geral, o plano de or ga -
ni zação do corpo é o mesmo de um
animal vertebrado. O anfioxo não é
um animal muito conhecido, mas
apre senta um grande valor biológico
no estudo da embriologia com parada
dos ver te brados, e também como um
animal de transição entre os proto -
cordados e os vertebrados mais
simples, os ciclóstomos.
4. VERTEBRADOS
SUPERCLASSE 
PISCES (PEIXES)
Animais gnatostomados (com
man dí bula), anamniotas (sem âmnio)
e analantoidianos (sem alan toide).
Apre sentam saco vitelino. São car tila -
gino sos (ex.: tubarão) ou ósseos (ex.:
ronca dor).
❑ Características gerais
 • Tegumentos
Epiderme pluriestratificada com
glândulas mucíparas. Condrictes com
escamas placoides (origem der mo e -
pidérmica). Osteíctes com es ca mas
dérmicas (cicloide, ctenoide e ga -
noide).
Aspecto geral externo de um peixe ósseo.
Escama placoide.
Tipos de escamas dérmicas.
 • Esqueleto
 Cartilaginoso ou ósseo.
 • Digestão
 Tubo digestório completo. Di ges -
tão extracelular, intestino com tiflos olis
(somente nos condrictes).
 • Respiração
Branquial, pulmonar (dipnoicos).
 • Circulação
Fechada e simples.
 • Excreção
Rins mesonefros.
 • Sistema nervoso
Dez pares de nervos cranianos
 • Reprodução
Dioicos; ovíparos ou viví paros; fe -
cun dação externa ou na bolsa copu -
la dora (cavalo-ma rinho).
Ex.: larva alevino.
5. CLASSE 
AMPHIBIA (ANFÍBIOS)
 São animais tetrápodas, ana mni o -
tas e analantoidianos. Ex.: sapo.
Sistema digestório do sapo.
❑ Características gerais
 • Tegumento
Pele úmida, intensamente vas cu -
larizada, pouco queratinizada e com
glândulas pluricelulares.
 • Digestão
Tubo digestório completo.
Digestão extracelular.
 • Respiração
Cutânea, branquial, bucofarín gea
e pulmonar.
 • Circulação
Fechada, dupla e incompleta.
 • Excreção
Rins mesonéfricos.
 • Sistema nervoso
Dez pares de nervos cranianos.
 • Reprodução
 Dioicos, fecundação externa: de -
sen volvimento indireto (larva girino).
Neotenia.
6. CLASSE 
REPTILIA (RÉPTEIS)
São animais amniotas (possuem
âmnio), triblásticos, celomados, deu -
te ros tô mios, cordados, gnatostoma -
dos e pecilotérmicos.
❑ Características gerais
 • Tegumento
Apresentam pele seca, sem glân -
dulas, com espessa camada cór nea,
com escamas e placas ós seas.
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284 –
Poros femurais nos lagartos e
glân dulas de cheiro na cloaca das co -
bras.
Apresentam muda.
Pele de réptil.
 • Esqueleto
Crânio com um côndilo occipital.
Cobras apresentam coluna vertebral
com mais de 500 vértebras. Tarta ru -
gas com exoesqueleto (ca ra pa ça dor -
sal e plastrão ven tral).
 • Digestão
Boca com dentes; língua pro trác -
til; glândulas venenosas desem bo can -
do em dentes inoculadores. 
Esôfago, estômago (com moela
nos crocodilianos), intestino delgado
e grosso, terminando em cloaca.
Com glândulas salivares, fígado e
pâncreas.
 • Respiração
Pulmonar. Nos quelônios aquá ti -
cos há uma respiração auxiliar atra vés
de sacos cloacais.
 • Circulação
 Fechada, dupla e incompleta.
Hemá cias elípticas e nucleadas.
Rim metanéfrico.
 • Excreção
 Rins metanéfricos. Au sên cia de
bexiga nos ofídios e crocodilianos.
Excretam ácido úrico.
 • Sistema nervoso
Doze pares de nervos crania nos.
Telencéfalo bem desenvolvido.
 • Reprodução
Dioicos. Fecundação interna e
de senvolvimento direto.
Ovíparos, vivíparos (su curi) ou
ovo vivíparos (co ral).
 Pênis em tartaruga e crocodilo;
hemipênis em cobras e lagartos.
7. CLASSE DAS AVES
São animais cordados, verte bra -
dos, amniotas, alan toidianos e ho -
meo termos.
Apresentam corpo aerodi nâmico
coberto de penas epidérmicas.
❑ Características gerais
 • Tegumento
Pele delgada, seca e sem glân -
dulas, exceto a uropigiana.
 • Esqueleto
Ossos pneumáticos. Um côndilo
no occipital.
 • Digestão
Possuem bico córneo e boca.
Não têm dentes.
Esôfago com um papo (arma ze na
e amolece o alimento).
Não apresentam glândulas saliva -
res.
Estômago dividido em proven trí -
culo (digestão química) e moela (di -
gestão mecânica). Intestino termi na
em cloaca.
Têm fígado e podem ou não
apresentar vesícula biliar.
Possem pâncreas.
 • Respiração
Pulmonar; sacos aéreos; ossos
pneu máticos; presença de siringe
(aves canoras).
Sacos aéreos.
 • Circulação
 Fechada, dupla e completa (dois
átrios e dois ventrículos). Crossa aór -
tica voltada para a direita. Hemácias
ovais e nucleadas.
 • Excreção
Rins metanéfricos. Dois ureteres
ter minam na cloaca.
Ausência de bexiga urinária.
Excretam ácido úrico.
 • Sistema nervoso
Telencéfalo e cerebelo bem de -
sen volvidos. Doze pares de nervos
cranianos.
 • Reprodução
Dioicos; fecundação interna; oví -
paros; desenvolvimento direto. Ocor -
re pênis em algumas espécies
(gan so, pato, avestruz). 
8. CLASSE MAMMALIA
São animais cordados, vertebra -
dos, triblásticos, celomados, deute -
ros tomados e homeotérmicos.
Corpo geralmente coberto por
pelos. Geralmente possuem qua tro
membros. Apresentam pé com cinco
artelhos ou menos.
❑ Características gerais
 • Tegumento
Epiderme corneificada. Pele com
muitas glândulas sebáceas, sudorí pa -
ras, odoríferas e mamárias.
Presença de pelos.
 • Esqueleto
Crânio com dois côndilos occipi -
tais. Apresenta sete vértebras cer vi -
cais. Ouvido médio com três
ossícu los (mar telo, bigorna e estribo).
 • Digestão
Boca com dentes (raramente au -sentes).
Estômago longo atravessando o
diafragma.
Estômago simples (ou dividido
em câmaras ruminantes).
Intestino delgado e grosso, ter mi -
nando em ânus ou cloaca (marsu piais
e monotremados).
 • Respiração
Pulmonar; laringe com pregas
vocais; presença de diafragma.
 • Circulação
Fechada, dupla e completa. Dois
átrios e dois ventrículos. Hemácias
anucleadas.
 • Sistema nervoso
Desenvolvimento máximo do cór -
tex cerebral. Doze pares de nervos
cra nianos.
 • Sistema urogenital
 Rins metanéfricos; ureteres (de -
sem bocando na bexiga urinária).
Fecundação inter na; desenvolvimen -
to direto; vivíparos (maioria) ou oví -
paros (mono tre ma dos).
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– 285
1. AIDS OU SIDA
A sigla SIDA significa “Síndro me
da Imunodeficiência Adquirida”. Na
língua inglesa é AIDS (Acquired
Immunodeficiency Syndrome).
 O termo imunodefi ciên cia de -
ve-se ao fato de o portador do vírus
tornar-se incapaz na defesa con tra os
agentes patogênicos (cau sa dores de
doen ças).
 O agente causador da AIDS é o
vírus denominado HIV (vírus da imu -
nodeficiência humana).
Estrutura interna do HIV, 
segundo Robert Gallo.
O vírus HIV, causador da AIDS,
tem como material genético o RNA.
As células verdadeiras apresen -
tam os dois ácidos nucleicos, DNA e
RNA. Geralmente, nestas células, o
DNA comanda a produção de RNA.
O HIV é denominado retrovírus
porque apresenta RNA que pode
comandar a síntese de DNA, quando
está parasitando uma célula. Ele
possui uma enzima especial, chama -
da transcriptase rever sa. Esta
enzima é que permite a pro du ção do
DNA a partir do RNA.
 O HIV tem afinidade por um tipo
de glóbulo branco do homem, que é
considerado o “general-de-divisão”
do exército de defesa imunológica: o
linfócito CD4 (linfócito T4). O material
genético “pirata” do vírus é incorpo -
rado ao glóbulo branco.
Quando esse tipo de glóbulo do
sangue se divide para organizar a
defesa contra agentes agressores, o
código “pirata” do vírus é decifrado e
milhares de novas partículas virais
são produzidas, es palham-se pelo
san gue e vão-se con centrar nas se -
cre ções do corpo – das quais o es per -
 ma e os líquidos vagi nais são as mais
impor tantes – e no sis tema ner voso
central, pois o HIV pos sui es pecial
afinidade pelas células ner vosas.
2. O COQUETEL ANTI-AIDS
O virologista chinês, naturalizado
norte-americano, David Ho, anun ciou
na XI Conferência Internacional da
AIDS re sul ta dos animadores na tera -
pia da Sín drome da Imuno defi ciência
Adqui rida.
Esse tratamento permite uma di -
minuição da carga viral do portador.
Os doentes medicados obti ve ram
uma diminuição em 98,9% da quan -
tidade de HIV no organismo.
Ao entrar no linfócito, o HIV livra-se 
da cápsula e, à custa de uma enzima, 
a trans criptase reversa, transforma seu
material genético, o RNA, em DNA.
Esse coquetel apresenta uma
droga de 1a. geração, o AZT, que é
um inibidor da enzima transcriptase
reversa. Possui também uma dro ga
de 2a. geração que pode ser, por
exem plo, o 3 TC, outro inibidor da
transcrip tase. O terceiro componente
é uma droga de nova geração (ter -
ceira) conhecida como inibidora da
protease (indinavir, ritonavir, sa qui -
navir etc.).
Os inibidores da protease difi cul -
tam o amadurecimento do vírus.
O emprego dessas drogas me -
lho ra o quadro clínico dos pacien tes
tratados, ocasionando em muitos o
desaparecimento das moléstias opor -
tunistas.
 Não sabemos ainda o que ocor -
rerá a longo prazo, mas surgiu uma
“luz no fim do túnel” para a provável
cura dessa terrível moléstia.
 O código “pirata” é então in cor -
porado ao DNA do linfócito, graças à
enzima integrase.
 O linfócito, sob o comando pi ra ta,
transforma-se numa fábrica de vírus.
O HIV é denominado re tro -
vírus porque possui um RNA
capaz de co man dar a sín te -
se de DNA ao parasitar uma
célula verdadeira.
MÓDULO 26 AIDS, Viroses e Bacterioses
O vírus liga-se à proteína CD4 do linfócito e é puxado para dentro da célula.
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286 –
3. CONDIÇÕES CLÍNICAS ASSOCIADAS À AIDS
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4. DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
 Vírus são estruturas acelulares, parasitas intracelulares obrigatórios. São agentes etiológicos relacionados às
seguintes doenças:
 
Contato da pele com as bolhas, e pelo ar, que contêm o vírus Varicela zoster.
Por gotículas de saliva expelidas pelo doente, que contêm o Paramyxovirus sp.
Vertical (placentária), amamentação materna, sexual, de pessoa para pessoa e por
transfusão sanguínea.
Picada da fêmea de mosquitos: Aedes aegypti ou Aedes albopictus.
Picada da fêmea de mosquitos: Aedes aegypti ou Aedes albopictus (tigre asiático).
Ocorre quando um indivíduo que teve um tipo de vírus da dengue recebe outro vírus
diferente, também da dengue.
Via respiratória, inalando o Aphthovirus sp.
Picada da fêmea do mosquito Haemagogus sp ou Sabethes sp contendo o
Flavivirus sp.
Picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti ou Aedes albopictus contendo o
Flavivirus sp.
Através de secreções corpóreas e sangue contaminado pelo Filovirus sp.
Contato com o ar contaminado pelo Myxovirus influenzae.
Via respiratória, água e alimentos contendo o Hantavirus sp.
Contato pessoa a pessoa; oral-fecal, transfusão sanguínea.
Contato íntimo com indivíduo transmissor, a partir de superfície mucosa ou de lesão
infectante contendo, por exemplo, o Herpes simplex.
Contato íntimo de secreções orais (saliva) contendo o vírus Epstein-Barr, da família
Herpesviridae.
Vertical (placentária); ato sexual; o agente etiológico é o HPV.
Contato direto com secreções faríngeas de doentes.
Através da saliva de animais doentes.
Contato com o ar contaminado pelo vírus sincicial respiratório, ou pelo vírus parain -
fluenza ou pelo rinovírus.
Através de gotículas de muco e saliva ou pelo contato direto com as secreções do
nariz.
Através de gotículas de muco e saliva ou pelo contato direto com as secreções do
nariz.
Ato sexual, seringas contaminadas, transfusões sanguíneas, via vertical (placen -
tária).
Contato com as secreções das vias respiratórias, com as lesões da pele, das
mucosas e com os objetos de uso do doente.
Catapora (varicela)
Caxumba (parotidite infecciosa)
Citomegalia
Dengue
Dengue hemorrágica
Febre aftosa
 
Febre amarela silvestre
Febre amarela urbana
Febre hemorrágica do ebola
Gripe
Hantavirose
Hepatite
Herpes
Mononucleose
Papiloma (Condiloma)
Poliomielite (paralisia infantil)
Raiva (hidrofobia)
Resfriado
Rubéola
Sarampo
Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida (AIDS = SIDA)
Varíola
TRANSMISSÃODOENÇA
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5. BACTERIOSES
 As bactérias são procariontes. Pertencem ao reino Monera. São agentes etiológicos relacionados às seguintes
doenças:
Bacilo do antraz
(Bacillus anthracis)
Bacilo botulínico
(Clostridium botulinum)
(Brucella sp)
Vibrião colérico (Vibrio cholerae)
Bacilo da coqueluche
(Bordetella pertussis)
Bacilo de Krebs-Loeffler
(Corynebacterium diphteriae)
Estreptococo de tipo A
Bacilo 
(Haemophilus influenzae)
Bacilo tífico (Salmonella typhi)
Gonococo (Neisseria gonorrhoeae)
Bacilo de Hansen
(Mycobacterium leprae)
(Leptospira sp)
(Bonnelia bungdorferi)
Meningococo
(Neisseria meningitidis)
(Yersinia pestis)
Diversos exemplos 
(Diplococcus pneumoniae, mico plas -
mas, clamídias, legionelas etc.) 
(Chlamydia psittaci)
(Shigella sp)
Espiroqueta (Treponema pallidum)
Bacilo tetânico (Clostridium tetani)
Bacilo de Koch 
(Mycobacterium tuberculosis)
(Chlamydiatrachomatis)
Através da inalação de esporos ou in gestão de ali -
mentos contaminados, ou feri mentos cutâneos.
Ingestão de alimentos contaminados (ex.: enla tados
de palmito).
Contato com secreções animais conta mi nadas; com a
placenta; fetos abor tados; ingestão de leite cru.
Ingestão de água ou de alimentos contami nados.
Contato direto ou indireto com a saliva do doente.
Contato com a secreção do nariz, ou da garganta,
ou através do leite cru.
Penetração através de cortes na pele.
Contato direto pessoa a pessoa (com conjuntivite) ou
indireto por intermediação mecânica (insetos, toa lhas,
mãos).
Contato direto ou indireto com fezes ou urina do doente.
Contato sexual.
Penetração no organismo pela pele ou mucosas (ex.:
nasais).
Penetração no organismo pelas mucosas ou pela pele
ferida ou via oral (alimentos contaminados).
Adesão de carrapatos à pele e sucção de sangue.
Por via respiratória, quando o doente fala, tosse, espirra
ou beija.
Picada de pulgas infectadas; pessoa a pessoa.
Por via respiratória; contato pessoa a pessoa; infecção
hospitalar.
Por via respiratória; contato pessoa a pessoa.
Ingestão de água ou de alimentos contaminados.
Contato sexual; transfusão de sangue; via vertical
(placentária).
Penetração dos esporos através de ferimentos perfu -
rantes.
Por via respiratória (inalando o bacilo).
Ato sexual.
Antrax 
(carbúnculo)
Botulismo
Brucelose
(febre ondulante ou
do mediterrâneo)
Cólera
Coqueluche
(tosse comprida)
Difteria
(crupe)
Fasciíte necrosante
Febre
purpúrica
brasileira
Febre tifoide (Tifo)
Gonorreia (blenorragia)
Lepra
(Hanseníase)
Leptospirose
Lyme (doença de Lyme)
Meningite 
meningocócica
Peste
Pneumonia
Psitacose
Shigelose (disenteria)
Sífilis
Tétano
Pneumonia
Uretrite
AGENTE INFECCIOSOTRANSMISSÃODOENÇA
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MÓDULO 27 Tipos de Ovos e Clivagem
1. TIPOS DE OVOS
 A classificação é baseada na
quantidade e distribuição do vitelo ou
deutoplasma, substância nutritiva que
o embrião utiliza no desen volvimento.
❑ Ovos oligolécitos
 ou isolécitos
 São aqueles que possuem pe-
quena quantidade de vitelo unifor -
memente distribuída pelo citoplasma.
São próprios das espécies nas quais
o embrião não obtém o alimento do
ovo, mas sim do corpo materno ou do
meio ambiente. Aparecem em es -
pongiários, celenterados, equinoder -
mas, protocordados e mamíferos.
Ovo oligolécito.
❑ Ovos heterolécitos
 ou mediolécitos 
 Apresentam nítida polaridade,
dis tinguindo-se o polo animal, com
pequena quantidade de vitelo, e o
polo vegetativo, com abundante vite -
lo, permitindo a nutrição do embrião
durante algum tempo.
 Aparecem em platelmintos, mo-
lus cos, anelídeos e anfíbios.
Ovo heterolécito.
❑ Ovos telolécitos 
 ou megalécitos
 Apresentam uma grande quanti-
dade de vitelo, que ocupa quase to do
o ovo. O citoplasma e o núcleo fi cam
reduzidos a uma pequena área, e a
cicatrícula, ou disco germinativo, fica
situada no polo animal.
 Ocorrem em cefalópodos, pei-
xes, répteis e aves.
Ovo telolécito completo.
❑ Ovos centrolécitos 
 O vitelo concentra-se no centro do
ovo e separa duas zonas de pro -
toplasma: uma central, contendo o nú -
 cleo, e outra periférica, circundan do o
vitelo.
 São ovos típicos de artrópodos.
Ovo centrolécito.
2. SEGMENTAÇÃO 
 OU CLIVAGEM
 Entende-se por segmentação ou
clivagem a divisão do ovo em certo
número de células denominadas blas -
tômeros. A segmentação termina com
a formação de uma figura em brionária
chamada blástula. O tipo de segmen -
tação é determinado pela quantidade
de vitelo existente no ovo. Sendo
substância inerte, o vi telo, quan do em
grande quanti dade, pode dificultar ou
mesmo impedir a segmentacão total
do ovo.
 Distinguem-se dois tipos de seg-
mentação: holoblástica e mero blás -
tica.
❑ Segmentação 
 holoblástica ou total
 Ocorre em ovos oligolécitos e he -
terolécitos, nos quais a pequena
quantidade de vitelo permite a seg -
men tação completa do ovo.
 Distinguem-se dois tipos: igual e
desigual.
3. TOTAL E IGUAL 
 (OU SUBIGUAL)
 É própria dos oligolécitos, nos
quais a distribuição uniforme do vite lo
permite a divisão em blastôme ros de
mesmo tamanho. Serve como exem -
plo a segmentação do ovo do anfioxo.
O primeiro plano de divisão é lon -
gitudinal ou meridional e corta o ovo
em dois blastômeros rigorosa men te
iguais.
 O segundo plano é ainda meri-
dional e perpendicular ao primeiro,
produzindo quatro células iguais. O
terceiro plano de divisão é transversal
e passa ligeiramente acima do
equador. O embrião aparece, agora,
com oito células, sendo as quatro do
polo ani mal ligeiramente menores.
 As divisões seguintes são iguais e
realizadas em planos alternadamente
longitudinais e transversais, de termi -
nando a formação de uma pri meira
figura embrionária, a mórula, constituí -
da por um conjunto de célu las ar -
redon dadas lembrando uma amora,
daí o nome de mórula dado ao estágio
em questão. O desenvol vimento pros -
Segmentação holoblástica.
segue e, à me dida que as divi sões se
sucedem, as células se des locam,
deixando, no centro do em brião, um
espaço com líquido.
 Finalmente, todas as células apa -
recem dispostas na periferia, forman -
do uma camada denominada blas -
to derma, que reveste a blas tocela, ca -
vidade central cheia de líquido. A es -
se estágio dá-se o nome de blástula.
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❑ Segmentação especial 
 do ovo dos mamíferos
 O ovo dos mamíferos é do tipo
oligolécito, aparecendo envolvido por
espessa membrana denominada zo -
na pelúcida. A clivagem é holo blás -
 tica, produzindo a mórula.
 As divisões prosseguem e, no lu -
gar da blástula, surge o blas to cis -
 to, uma estrutura esférica envol ven do
um grupo de células e uma cavidade.
A parede do blas tocisto é cha mada
trofoblasto e inicialmen te consti -
tuída por uma úni ca cama da ce lular,
com a função de obter ali mento para
nutrição do embrião. As células si -
tuadas no interior do blas to cisto
constituem a massa celu lar in ter -
na, da qual se formará o em brião.
4. SEGMENTAÇÃO
 HOLOBLÁSTICA 
OU TOTAL E DESIGUAL
 Ocorre nos ovos heterolécitos e,
devido à desigual distribuição do vi -
telo, produz blastômeros de tamanhos
diferentes. Serve como exemplo a
segmentação do ovo de sapo.
 Os dois primeiros planos de di vi -
são são meridionais e perpendicu -
lares entre si, destacando quatro
blastômeros de igual tamanho. O ter-
ceiro plano é transversal e deslo cado
para o polo animal, de maneira que
determina a formação de quatro pe -
quenos blastômeros ou micrômeros
no polo animal e quatro maiores ou
macrômeros no polo vegetativo.
 Desde o estágio
que apresenta oito
células, começa a
aparecer en tre os
blastômeros uma
pequena cavi -
dade, marcando o
início da for mação
da blastocela. As
divisões se guintes
realizam-se em
planos per pendi -
cu lares e, à medi -
Segmentação do ovo de mamífero.
da que elas ocorrem, vai aumentando
a blas to cela; forma-se, desse modo,
uma blás tula que, cortada longitudi -
nal mente, apresenta a blastocela des -
lo cada pa ra o polo animal. Superior-
 mente, o blas to derma é for mado por
micrô meros e, inferior mente, por ma -
crômeros.
5. SEGMENTAÇÃO 
 MEROBLÁSTICA 
OU PARCIAL
 Nos ovos com abundante vitelo,
co mo é o caso dos telolécitos com -
pletos e centrolécitos, apenas o pro to -
 plasma se divide, de maneira que a seg -
men tação do ovo é apenas par cial.
❑ Meroblástica discoidal
 É típica dos ovos telolécitos com
diferenciação polarcompleta e atinge
apenas o disco germinativo. Pode ser
observada na evolução do ovo de aves.
 Os fusos mitóticos orientam-se
tan gencialmente à superfície do dis co
germinativo e produzem um mo saico
celular sobre o vitelo.
 Na etapa final da segmentação,
os blastômeros dão origem a uma
lâmina discoidal e superficial, o blas -
toderma, que depois se destaca do
vitelo, deixando um espaço que cor -
responde à blastocela. Forma-se, des -
se modo, a blástula.
❑ Meroblástica superficial
 Ocorre nos ovos centrolécitos dos
artrópodes.
 O núcleo, situado no centro do
ovo, divide-se várias vezes. Os nú-
cleos resultantes migram para a peri -
feria do ovo, onde surge uma camada
protoplasmática plurinucleada. En tre
os núcleos, surgem membranas divisó -
rias, originando um estrato ce lular que
representa o blas toderma.
Fases da segmentação
meroblástica discoidal.
Segmentação meroblástica superficial.
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1. O ANFIOXO
O anfioxo é um pequeno animal
de 5 a 8cm de comprimento, trans-
parente e pisciforme. Na extremida de
anterior, há o rostro, abaixo do qual
se encontra a abertura bucal, rodea -
da de cirros. Há três aber tu ras no
ani mal: bo ca, atrióporo e ânus, deslo -
ca do para a esquerda.
 Em razão da transparência, ob -
ser vam-se os músculos em forma de
V nos flancos do corpo. Também as
gô na das se dis tin guem muito bem
pela trans pa rência; estão loca lizadas
na região ventral do corpo.
Anfioxo – morfologia externa.
2. FASES DA SEGMENTAÇÃO
Vamos tomar por base o desen -
volvimento do anfioxo, que apresenta
segmentação holoblástica igual.
Já aprendemos que, após a fe -
cundação, a célula sofre sucessivas
divisões, passando por diferentes es -
tágios de desenvolvimento.
Já vimos a fase de mórula, que só
ocorre na segmentação holo blás tica
igual, e a fase de blástula.
3. MÓRULA
Mórula.
Constitui a forma embrionária en-
contrada após sucessivas divi sões
celulares. Caracteriza-se, fundamen-
talmente, pela forma esférica e por
apresentar-se ma ci ça, isto é, com -
posta in tei ra mente de cé lu las em brio -
 ná rias. Só aparece no tipo de
seg men tação holo blás tica igual.
4. BLÁSTULA
 Consiste numa fase embrionária
típica em certos animais e de difícil re -
conhecimento em outros. Carac te ri-
 za-se, de um modo ge ral, pela for ma
glo bosa e por apre sentar uma única
camada de cé lu las (blas to der ma), de -
li mi tan do uma ca vidade com ple ta -
mente fe chada (blas to ce la).
Corte da blástula de um anfioxo.
5. GASTRULAÇÃO
 É o processo de formação da
gástrula, estágio em brio nário que se
inicia a partir da blástula e se ca -
racteriza pela existên cia de duas
camadas celulares.
 No anfioxo, a gastrulação é feita
por embolia. É o tipo mais primitivo de
gastrulação. O processo começa
com um achatamento do polo ve ge -
tativo que, a seguir, invagina e pe-
netra na blastocela, aplicando-se
contra a face interna do polo animal.
Neste tipo de gastrulação, a blasto -
cela vai diminuindo progressiva mente,
che gan do a ser apenas virtual quando
as duas camadas celulares se encos -
tam. Do outro lado, forma-se pela
invaginação uma nova cavida de, o
arquêntero ou intestino pri mitivo, que
se comunica com o exterior através
de uma abertura chamada blas tó -
poro. Cortada longi tudinal men te, a
gástrula aparece constituída por
dupla camada celu lar. A pa rede ex -
terna é o ecto derma ou ectoblasto, e
a interna, que reves te o ar quêntero, é
o mesen toderma, que irá formar o
endoblasto ou en doderma e o meso -
blasto ou me soderma.
6. FORMAÇÃO DO 
TUBO NEURAL (NÊURULA)
Inicialmente, as células ectoblás -
ticas dorsais do embrião tornam-se
mais alongadas e passam a cons tituir
a placa neural. A seguir, a placa neu -
ral invagina-se e forma o sulco ou
goteira neural. O sulco aprofunda-se,
e seus bordos unem-se, transforman -
do-se no canal neural, sobre o qual se
refaz o ectoblasto. O tubo neural
possui, no início, duas aberturas: o
neuróporo, anterior, em comunica ção
com o meio externo, e o canal neu ren -
térico, que se comunica com o
arquêntero. Posteriormente, ocorre o
fechamento das duas aberturas.
Orien tando-se dorsal e longitudinal -
mente entre o ectoblasto e o endo -
blasto, o canal neural transforma-se
no sistema nervoso central. A cons -
titui ção do canal é a mesma para os
diversos vertebrados.
7. FORMAÇÃO DO
MESOBLASTO 
E DA NOTOCORDA
No teto do arquêntero, o meso-
derma forma três evaginações: uma
central, que formará a notocorda, e
duas laterais, que originarão o celo-
ma. As duas vesículas laterais cons-
tituem os somitos. Em cada um dos
so mitos, a parede é chamada de me -
soblasto ou mesoderma, enquanto a
cavidade central representa o celo ma.
A evaginação lon gitudinal me dia -
 na transforma-se na notocorda ou
corda dorsal, um eixo de sustenta ção
que caracteriza todo embrião de
animal cordado. Cortado transversal -
mente, o embrião apre sen ta, nesta
fase, as seguintes es truturas:
1 – Três folhetos germinativos: ec -
toderma, endoderma e me so -
derma.
2 – Tubo neural.
3 – Notocorda.
4 – Intestino primitivo.
MÓDULO 28 Embriologia do Anfioxo
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8. EVOLUÇÃO DOS FOLHETOS
 De cada um dos três folhetos ger -
minativos – ectoderma, endo der ma e
mesoderma –, derivam todas as es -
truturas dos animais, por meio de um
processo denominado organo gêne se.
Explicaremos, a seguir, os folhe tos e as
principais estruturas deles deri vadas.
9. ECTOBLASTO
 O ectoblasto divide-se em dois
elementos: o epiblasto e o neuro blasto.
 O epiblasto origina a epiderme e
os anexos epidérmicos, como glân du -
 las, pelos, penas, garras, esca mas etc.
 No epiblasto, destacam-se os pla -
coides sensoriais, que migram em
profundidade e originam as vesícu las
olfativas, as auditivas, os crista linos,
os lobos anterior e interme diário da
hipófise.
 Do neuroblasto derivam o encé-
falo e a medula, que constituem o
sistema nervoso central (SNC).
10. MESOBLASTO
 O mesoblasto divide-se em três
partes: epímero (dorsal), mesômero
(central) e hipômero (ventral).
 O epímero também se divide e
origina três estruturas: esclerótomo,
miótomo e dermátomo, que formam,
respectivamente, o esqueleto axial, os
músculos estriados e a derme.
 O mesômero, situado entre o epí-
mero e o hipômero, é responsável
pela gênese do sistema urogenital,
constituído por rins e gônadas.
 O hipômero limita o celoma e
apre senta duas lâminas: a somato -
pleura, colada ao ectoblasto, e a es -
plancno pleura, em contato com o
en doblasto.
A somatopleura dá origem aos
músculos viscerais, ao pericárdio (te -
cido que envolve o coração) e aos
ossos e músculos dos apêndices
locomotores, braços e pernas.
A esplancnopleura origina os
mús culos lisos, o miocárdio (muscula -
tura do coração), o endocárdio
(tecido que recobre internamente o
co ração) e o endotélio (camada
celular que re ves te internamente os
va sos sanguí neos).
11. ENDOBLASTO
O endoblasto dá origem a dife-
rentes partes do tubo digestório e de
suas glândulas anexas, tais como o
fígado e o pâncreas. Os pulmões e a
traqueia são igualmente de origem
endodérmica.
O endoblasto só constitui o epi-
télio pulmonar interno, sendo o estro-
ma dos pulmões e a parede da
traqueia provenientes do mesoblasto.
Também no caso do tubo digestório,
o endoblasto só forma a parte
epitelial, sendo a musculatura ori -
ginada do mesoblasto.
Veja o diagrama abaixo mos tran -
do os três folhetos embrionários de
um embrião típico de vertebrados e
al gu mas das estruturas que eles
originam.
Corte transversal 
de um embrião de cordado.
A formação do tuboneural.
A formação do mesoderma.
Desenvolvimento do mesoderma e da notocorda.
Gastrulação em anfioxo.
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1. GENERALIDADES
À custa de porções dos folhetos
germinativos não utilizados na forma-
ção do embrião, constituem-se os
anexos embrionários, que posterior-
mente se atrofiam com o desenvol-
vimento embrionário ou então são
ex pulsos com o nascimento do
animal.
Os anexos embrionários servem
para nutrição, proteção, respiração,
excreção e outras funções neces -
sárias ao desenvolvimento embrioná -
rio. Como anexos, encontramos saco
vitelínico, alantoide, âmnio, cório e
placenta.
2. O SACO VITELÍNICO
É o único anexo embrionário que
aparece nos peixes e anfíbios, nos
quais a fecundação é externa, de
maneira que o embrião se desen volve
na água, encontrando proteção
contra choques e desidratação, ao
mesmo tempo em que realiza com o
meio trocas respiratórias e elimina ção
de catabólitos. Acompanha re mos a
evolução do saco vitelínico no
embrião de peixe. O ovo é telolécito
com diferenciação polar completa. A
cicatrícula produz o embrião, que,
durante o desenvolvimento, se eleva
na su perfície do vitelo, ao mesmo
tempo em que dobras do ectoblasto,
meso blasto e endoblasto crescem em
tor no do vitelo, terminando por en -
volvê-lo completamente. Forma-se,
deste modo, a vesícula ou saco vite -
línico, que se une ao embrião através
de um curto pedúnculo.
As substâncias nutritivas são
gradualmente transportadas ao em -
brião através de uma rede de vasos
sanguíneos que se formam na pa rede
do saco vitelínico.
Nos anfíbios, não se forma um
saco vitelínico típico. A pequena
quan tidade de vitelo que os anfíbios
apresentam é envolvida pela parede
ventral do embrião durante a gas-
trulação. Desse modo, o saco vitelíni-
co se restringe apenas a uma
dilatação da parte ventral do embrião.
3. ÂMNIO E CÓRIO
 O âmnio e o cório são anexos
embrionários encontrados em répteis,
aves e mamíferos. Observaremos o
desenvolvimento no embrião de aves.
Inicialmente, notamos o apa re ci men -
to de duas dobras amnió ticas: a ce fá -
lica e a caudal, formadas por
ecto derma e somatopleura.
 A dobra cefálica começa adiante
da cabeça e progride para trás, re co -
brindo o embrião como um capuz. A
dobra caudal forma-se posterior -
mente e cresce para a frente.
As duas dobras vão ao encontro
uma da outra e fundem-se sobre o
embrião. 
O resultado é a formação de duas
paredes: uma externa, chamada có -
rio ou serosa de Von Baer, e outra
interna, o âmnio. Este cons ti tui a ca -
vidade amniótica, que se en che de lí -
quido e envolve o em brião. No inte rior
do líquido, o em brião apre senta, em
intervalos irregu lares, mo vimentos
espasmódicos. No me so blasto do
saco amniótico, apare cem fibras mus -
culares que, por suas contrações
peristálticas, mantêm o em brião em
constante mo vi mento. O lí quido am -
niótico impede a desseca ção do em -
brião. Nos ma míferos, o âmnio
prote ge o organismo embrio nário
contra os choques do organis mo
materno e as contra ções uterinas da
gravidez. Na espécie humana, con -
 tém meio li tro de água no fim da gra -
videz e é vul garmente chamado de
bolsa-d’água, rompen do-se no início
do parto.
Embrião de ave ou rép til 
com ane xos em brio ná rios. (A li nha 
pon ti lhada re pre senta o meso der ma.)
4. ALANTOIDE
Observaremos a evolução do anexo
no embrião de ave. Enquanto apa re -
cem as dobras para formar, res pec ti -
vamente, o âmnio e o saco vitelíni co, a
parte posterior do intestino começa a
formar uma evaginação ou divertí culo.
Introduzindo-se no celoma
extraem brionário, ele cresce até
atingir o cório, contra o qual se aplica,
haven do fusão das lâminas meso -
blásticas. A alantoide diferencia-se
rapida men te num importante órgão
embrio nário, com o aparecimento de
va sos san guíneos no mesoblasto
visce ral que o reveste. O oxigênio que
passa atra vés da casca porosa do
ovo fixa-se nos glóbulos verme lhos
que circulam nos vasos da alan toide,
pelos quais é transpor tado ao em -
brião. De maneira inversa, é eli mi nado
o gás carbônico. Outra impor tante
função da alantoide é a excre ção. O
rim em brionário abre-se na porção
ter minal do intestino atra vés dos ca -
nais uriní feros. A uri na, em vez de ser
expulsa para o ex terior, acu mula-se na
cavi dade alantoidiana du rante a vida
embrionária.
A alantoide ainda absorve parte
dos sais de cálcio da casca do ovo.
Essas substâncias serão utilizadas na
construção do esqueleto. Por ou tro
lado, a absorção de cálcio torna a cas -
 ca mais frágil, facilitando a eclo são.
5. A ESTRUTURA 
DA PLACENTA
 No embrião dos mamíferos, há os
seguintes anexos embrio ná rios:
âmnio, cório, alantoide, saco vi te línico
e placenta. O anexo mais im portante
é a placenta, consti tuí da por duas
partes: materna e fe tal.
 A parte materna é representada
pelo endométrio, a parede interna do
útero que será expulsa, com o feto, no
momento do parto. A parte fetal é
constituída pelo cório, que gera uma
série de expansões, as vi lo si dades
coriônicas, que se insi nuam na
parede uterina. A placenta é um
órgão ricamente vascularizado, isto é,
provido de muitos vasos san guíneos –
alguns da mãe, no endo mé trio, e
outros do feto, nas vilosi da des co riô -
nicas. Entre a placenta e o em brião,
forma-se o cordão umbili cal; pe lo seu
interior, circulam duas arté rias e uma
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1. CONCEITO
 Vitaminas são compostos orgâni -
cos que atuam como coenzimas, ou
seja, ativando as enzimas responsá -
veis pelo metabolismo celular.
 Agem em pequenas quantida des,
sendo obtidas por meio dos ali -
mentos.
2. AVITAMINOSES
 Chamamos de avitaminoses ou
doenças de carência as enfermida -
des causadas pela falta de certas vi -
taminas. Assim, por exemplo, são
avi taminoses: nictalopia, raquitismo e
escorbuto.
3. CLASSIFICAÇÃO
 As vitaminas são classificadas em
dois grupos:
 a) lipossolúveis (A, D, E e K), que
se dissolvem apenas em óleos e gor -
duras;
 b) hidrossolúveis (C e complexo
B), que se dissolvem em água.
4. VITAMINAS
LIPOSSOLÚVEIS
❑ Vitamina A
 • Funções
 Classifica-se em: reti nol, en con -
trado nos alimentos de ori gem ani mal
(manteiga, ovos e óleo de fígado de
peixe), e provitamina A ou β-ca -
roteno, produzida pelos ve ge tais. É
uma vitamina indispen sá vel para a
visão, especialmente noturna, bem
como para a regeneração dos epité -
lios (pele e mucosas).
• Carência
 A avitaminose provoca nictalopia
(cegueira noturna), hemeralopia
(ofus camento), xeroftalmia (ulcera ção
da cór nea) e baixa resistência às in -
fec ções.
• Fontes
 As principais fontes de vitamina A
são alimentos de origem animal,
como leite, manteiga, queijos, gema
de ovo, fígado e óleo de fígado de
pei xes. Os melhores fornecedores de
caroteno são os vegetais verdes e
amarelos, como cenoura, milho,
agrião, couve, alface e espinafre.
❑ Vitamina D
• Funções
 Trata-se do calciferol ou vita mi -
na antirraquítica, cuja função é a
perfeita calcificação dos ossos e den -
tes. É ingerida na forma de provi -
tamina D que se transforma em D, na
pele, pela ação dos raios UV.
• Carência
 A avitaminose provoca o raquitis -
mo na infância, a osteomalácia (amo -
lecimento geral do esqueleto) no
adul to e a osteoporose (ossos que -
bra diços) no idoso.
• Fontes
 As fontes alimentares são os
óleos de fígado de peixes (bacalhau,
atum e cação), leite, fígado, mantei ga
e ovo.
❑ Vitamina E
• Funções
 É também chamada de tocofe -
rol ou vitamina antiestéril, porque
pro voca, na sua ausência, esterili -
dade em ratos.No homem, tem ação
anti oxidante, evitando a oxidação de
compostos celulares.
• Carência
 A carência acarreta degene ração
muscular.
• Fontes
 Os alimentos mais ricos em vita -
mina E são os óleos vegetais, as hor -
taliças verdes, ovos, carnes e peixes.
❑ Vitamina K
• Funções
 É a vitamina anti-hemorrágica que
atua na coagulação san guí nea,
favorecendo a síntese de pro trom -
bina.
• Carência
 A carência provoca o retarda men -
to da coagulação do sangue e
consequente hemorragia.
• Fontes
 Couve, espinafre, cenoura, ervi -
lha, tomates, fígado, ovos e leite.
5. VITAMINAS
HIDROSSOLÚVEIS
 São as vitaminas C e o complexo
B, que agrupa uma série de vita mi -
nas, não porque sejam simila res na
composição química ou nos efei tos,
mas porque tendem a ocorrer jun tas.
❑ Vitamina B1
• Funções
 É a tiamina ou aneurina, que
atua como enzima no metabolismo
dos açúcares, permitindo a liberação
de energia necessária às atividades
vitais. É conhecida como “vitamina da
disposição”, graças aos efeitos bené -
ficos sobre a disposição mental.
• Carência
 A avitaminose produz o beribéri,
uma polineurite generalizada.
veia. As artérias condu zem o sangue
venoso do feto para a pla centa,
enquanto a veia transporta o sangue
arterial em sentido oposto.
6. AS FUNÇÕES DA PLACENTA
 A placenta assegura a nutrição
do embrião, além de efetuar trocas
respiratórias e a excreção. Pela es tru -
tura da placenta, observa-se que o
sangue da mãe não se mistura com o
do feto; apenas os vasos de ambos
se situam muito próximos e trocam
substâncias entre si. Assim, a mãe
envia ao feto: oxigênio, água, ali -
mento, hormônios e anticorpos. Do
feto para a mãe, passam, principal -
mente, gás carbônico e excretas. A
placenta tem ainda função endócri na,
pro du zin do a progesterona e a
gonado tro fi na coriônica, hormônios
relacio nados com a gestação.
MÓDULO 30 As Vitaminas
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• Fontes
 A fonte mais rica é o lêvedo de
cerveja. Também aparece na carne,
fígado, ovos, cereais (arroz e trigo) e
frutas (maçã, pera, ameixa, pêssego
e banana).
❑ Vitamina B2
• Funções
 É conhecida como riboflavina,
uma constituinte das flavoproteínas
(FAD), coenzimas que atuam como
transportadoras de elétrons no pro -
cesso respiratório.
• Carência
 A carência acarreta a glossite (in -
flamação da língua) e a queilose (fis -
suras nos cantos dos lábios).
• Fontes
 Lêvedo, leite, fígado, rim, queijo,
verduras e peixes.
❑ Vitamina B3
• Funções
 É a niacina ou nicotinamida
ou ácido nicotínico, constituinte do
NAD e do NADP, substâncias funda -
mentais na bioenergética celular.
• Carência
 A avitaminose produz a pelagra
(pele áspera), enfermidade que se
caracteriza por dermatite, diarreia e
demência; por essa razão, também é
conheci da como doença dos três Ds.
• Fontes
 As melhores fontes são lêvedo,
fígado, carne (boi, vitela e porco),
aves e peixes.
❑ Vitamina B5
• Funções
 É o ácido pantotênico, um cons -
tituinte da coenzima A atuante no me -
tabolismo dos carboi dratos, gor du ra e
proteínas e na transferência de energia.
Contribui para a forma ção de células,
manten do o crescimento normal, e
para o desenvolvimento do SNC.
• Carência
 A deficiência causa hipoglice mia,
dermatite, perturbações gás tricas,
alopecia (queda de pelos e cabelos).
• Fontes
 Lêvedo, cereais, legumes, mús -
culos e ovo.
❑ Vitamina B6
• Funções
 Trata-se da piridoxina, que en -
tra na constituição química das tran -
saminases, enzimas atuantes na
for mação de aminoácidos.
• Carência
 A falta produz a acrodínia, doen -
ça que se caracteriza pelas inflama -
ções das extremidades do corpo
(mãos e pés), convulsões e hiperir rita -
 bilidade.
• Fontes
 Lêvedo, trigo, fígado, rim, cora -
ção, leite, ovo, carne e legumes.
❑ Vitamina B12
• Funções
 É a cianocobalamina, uma vi -
tamina que contém cobalto e atua na
formação de hemácias, prevenindo a
anemia.
• Carência
 Na ausência dessa vitamina,
ocorre a anemia perniciosa.
• Fontes
 Fígado, carne bovina e suína, lei -
te, queijo e ovo.
❑ Vitamina H
• Funções
 Quimicamente é a biotina, sin -
tetizada pelas bactérias e necessária
para a manutenção da pele e das
mucosas.
• Carência
 A carência provoca dermatite.
• Fontes
 Lêvedo, legumes, leite, carne e
peixes do mar.
❑ Vitamina C
• Funções
 É conhecida como ácido as -
cór bico. Atua nos processos imu no -
ló gicos, estimulando a produ ção de
anticorpos, e na prevenção de res -
 friados.
• Carência
 A avitaminose determina o escor -
buto, moléstia que se manifesta por
fraqueza, dores musculares e san gra -
mento das gengivas.
• Fontes
 As melhores fontes são as frutas
(laranja, limão, caju, goiaba e abaca -
xi) e verduras (agrião e repolho)
cruas.
SAIBA QUE:
 • Nossa vida depende das vitaminas que extraímos dos alimentos ou dos suplementos dietéticos que
ingerimos.
 • As vitaminas não são comprimidos energizantes nem substituem os alimentos.
 • As vitaminas regulam o metabolismo por meio dos sistemas enzimáticos.
 • A falta de uma única vitamina pode colocar em risco todo o organismo.
 • O fígado é o principal órgão de armazenamento das vitaminas lipossolúveis.
 • As vitaminas não funcionam nem podem ser assimiladas sem a ajuda dos minerais.
 • Os minerais mais importantes são cálcio, iodo, ferro, magnésio, fósforo, selênio e zinco.
 • As vitaminas podem durar de dois a três anos num recipiente bem vedado.
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