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Direito Constitucional para Analista/Aula 12.pdf CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 12 Controle de constitucionalidade parte II I. AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE (ADC) -------------------------------- 2 II. ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF) ---- 15 III. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO (ADO) ------------- 31 IV. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA ------------------------ 41 V. CONTROLE ABSTRATO NOS ESTADOS --------------------------------------------------------------------- 49 VI. QUESTÕES DA AULA ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 51 VII. GABARITO ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 58 VIII. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ----------------------------------------------------------------------------------- 59 Olá futuros Analistas Judiciários do TJDF! Prontos para o SEU salário de R$ 7.566,41? Na aula de hoje, continuaremos o estudo do controle de constitucionalidade. Fiquem tranquilos! O pior já passou! Como sempre, fiz questão de usar uma linguagem bem simples e também vários esquemas e desenhos, o que faz com que o número de páginas aumente, mas também faz com que a velocidade da leitura seja bem maior do que a de um texto corrido no padrão culto. Na aula de hoje, teremos 22 páginas de conteúdo (teoria) e 51 questões comentadas! Somados aos exercícios da aula passada, já são quase 150 exercícios somente sobre o controle de constitucionalidade! Você notará que alguns esquemas e respostas foram exaustivamente repetidos nos comentários das questões. Isso não é por acaso! Sugiro que você os revise várias vezes para internalizar o conhecimento. Caso tenham alguma dúvida, mandem-na para o fórum ou para o email robertoconstitucional@gmail.com. Vamos então à nossa aula! CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 2 I. AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE (ADC) 1. OBSERVAÇÕES GERAIS A Ação Declaratória de Constitucionalidade foi instituída pela Emenda Constitucional nº 3/93, assim ela não é uma norma originária. Assim como a ADI, a ADC também possui caráter dúplice ou ambivalente. Dessa forma, a ADC é uma ADI com sinal trocado. Em outras palavras, se julgada improcedente, se transforma numa ADI, com todos os seus efeitos. Diferentemente da ADI, que pode ser proposta contra lei ou ato normativo federal ou estadual, esta ação Busca a declaração de CONStitucionalidade de lei ou ato normativo FEDERAL (e somente federal). Assim, não cabe ADC de lei estadual ou municipal frente à Constituição Federal. Por outro lado, caso esteja prevista na Constituição Estadual, é cabível a ADC ESTADUAL. Nesse caso, essa ação será julgada pelo TJ estadual e se estará buscando a declaração de constitucionalidade de uma lei estadual frente à Constituição Estadual. 2. PRESSUPOSTO DA ADC Mas Roberto, você me ensinou que as leis já são constitucionais até que se prove o contrário. Então para que eu vou entrar com uma ação para afirmar que uma lei é constitucional? Resposta: porque existe uma controvérsia JUDICIAL que está pondo em risco a presunção de constitucionalidade da lei. Explicando melhor: o sistema jurídico é uno e o ideal é que todos os tribunais e juízes tenham o mesmo entendimento e realizem a mesma aplicação das leis. Você concorda que gera uma grave insegurança jurídica o fato de dois tribunais aplicarem a mesma lei de forma diferente? Ou pior: se um tribunal, em controle difuso, declara uma lei inconstitucional e o outro declara a mesma lei constitucional. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 3 A ADC serve justamente para evitar essa insegurança jurídica e transforma a presunção de constitucionalidade juris tantum (relativa) em juris et jure (absoluta). Por fim, lembre-se de que a controvérsia tem que ser JUDICIAL, não cabendo a simples controvérsia doutrinária ou administrativa. Esquematizando AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE (ADC) x Instituído pela EC 3/93 – não é origináriax Ação dúplice ou ambivalente: ADC = ADI com sinal trocado o Se julgada improcedente, se transforma numa ADI, com todos os seus efeitosx Busca a declaração de constitucionalidade de lei ou ato normativo FEDERAL o Só Federal o Não cabe ADC de Lei Est / Mun frente à CF ADC estadual: cabe – Pode existir ADC de Lei Estadual julgada pelo TJEst, frente a CE (se a CE prever) o Lembrando é cabível ADI contra ato - Federal - Estadual x Pressuposto para caber ADC: Controvérsia JUDICIAL que esteja pondo em risco a presunção de constitucionalidade da lei o Tem que ser judicial – não cabe controvérsia doutrinária na Administração Pública o OBS1: ADI não precisa de controvérsia o OBS2: É diferente da Súmula Vinculante, que - Judiciário x Judiciário precisa de Controvérsia Atual entre - Judiciário x Administração Pública x Transforma a presunção de legitimidade das leis juris tantum (relativa) em juris et jure (absoluta) CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 4 3. LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA DA ADC Os legitimados ativos da Ação Declaratória de Constitucionalidade são os mesmos da ADI, também se aplicando a questão da legitimação universal e a condição de interessado especial. Vamos relembrar, uma vez que essa questão é EXTREMAMENTE recorrente: x Legitimados para propor ADI / ADC / ADPF / ADO o Legitimação Ativa - Presidente da República Universal - Procurador-Geral da República - Conselho Federal da OAB - Partido Político com representação no Congresso Nacional - Mesas - Câmara dos Deputados - Senado Federal o Legitimação Ativa - Mesas das Assembleias Legislativas Estaduais ou DF na condição de - Governador Interessados Especiais - Confederação Sindical ou entidade de classe de âmbito NACIONAL o OBS: sindicatos, federações, centrais sindicais não podem propor ADI – somente as CONFEDERAÇÕES sindicais Na ADC não há legitimado passivo, uma vez que se está buscando justamente declarar a constitucionalidade da norma. 4. AGU E PGR NA ADC O Advogado-Geral da União não é ouvido na ADC, pois não há texto a ser defendido, uma vez que se quer justamente que o ato normativo seja considerado válido. Por outro lado, o Procurador-Geral da República é sempre ouvido nas ações do Supremo Tribunal Federal. Mesa do CN NÃO! Precisam demonstrar interesse relacionado à finalidade institucional CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 5 5. PROCEDIMENTO DA ADC O procedimento da ADC é praticamente o mesmo da ADI. Com os mesmos prazos, mesmo quórum de instalação da sessão (8 Ministros presentes) e mesmos quórum para a declaração de constitucionalidade: maioria absoluta (6 Ministros). Esquematizando: x Legitimidade - Ativa - Os mesmos da ADI - Também se aplica a questão da legitimaçao universal e interessado especial - Passiva - Não há - OBS: ADI existe legitimado passivox AGU: NÃO é ouvido, pois não existe texto impugnado o O que se quer é justamente a declaração de constitucionalidade x PGR: ouvido Sempre x Procedimento: praticamente o mesmo da ADI o Quórum de instalação da sessão: mín 8 o Decisão: MA o Mesmos prazos 6. OBSERVAÇÕES MUITO IMPORTANTES Na ADC funciona da mesma forma que a ADI (explicado aula passada): x Em ADC NÃO cabe - Prescrição ou Decadência - Intervenção de 3os - Assistência Jurídica às “partes” - Não há partes - Cabe Amicus Curiae - Desistência - Recurso, salvo embargos declaratórios - Ação Rescisória - Recurso ou embargos de declaração de Amicus Curiae - Suspeição (cabe impedimento) CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 6 7. EFEITOS DA ADC Os efeitos da ADC são idênticos ao da ADI: x erga omnes: válido para todos; x ex tunc: retroativos; x vinculante: o poder Executivo e os demais órgãos do Poder Judiciário ficam obrigados a decidir da mesma forma. Lembre-se de que a decisão não vincula o STF em decisões futuras e nem o Poder Legislativo em sua função típica; x efeitos repristinatórios: caso seja considerada improcedente, tornará aplicável a legislação anterior, caso exista. Por fim, assim como na ADI, é cabível a modulação temporal de efeitos por 2/3 dos votos e razòes de segurança jurídica ou excepcional interesse social. Esquematizando: x Efeitos - Erga Omnes - Ex Tunc - Vinculante para o Executivo e para os demais órgãos do Judiciário - Não vincula - STF em decisões futuras - Legislativo em sua função típica - Efeitos repristinatórios, caso seja julgada improcedente - Cabe modulação de efeitos (2/3 + Segurança Jurídica ou Interesse social) CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 7 8. CAUTELAR EM ADC Assim como na ADI (você viu que é praticamente tudo igual não é mesmo?), é cabível a cautelar em Ação Declaratória de Constitucionalidade. No entanto, os efeitos da cautelar são diferentes: Na ADI, os efeitos da cautelar poderiam ser os seguintes: a) Suspender o ato normativo até o julgamento do mérito da ação; b) Suspender o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei questionada. Já na ADC, o STF determina que os Tribunais suspendam o julgamento de processos que envolvam o ato até o julgamento definitivo da ação pelo STF. Observe que a liminar em ADC não suspende a norma, mas sim o JULGAMENTO! Uma observação importante é que a cautelar em ADC possui o prazo de 180 dias. Assim, a ADC é a única ação do controle abstrato que possui prazo para a cautelar. Você consegue imaginar por quê? Ora, o efeito da cautelar é justamente suspender todos os julgamentos dos processos que envolvam o ato questionado. Mas e se o STF demorar muito para julgar a ADC os processo não podem ficar parados para sempre... assim, o legislador definiu os 180 dias como prazo “razoável” para que o STF julgasse a ADC. No mais, os efeitos da cautelar em ADC são iguais aos da cautelar em ADI: efeito vinculante, erga omnes. Por fim, caso a decisão do STF não esteja sendo cumprida (tanto a de mérito quanto a cautelar), também caberá a ação de Reclamação para o seu efetivo cumprimento, desde que a decisão judicial não tenha transitado em julgado. Esquematizando: CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 8 x Cautelar em ADC: Cabe o O STF determina que os Tribunais suspendam o julgamento de processos que envolvam o ato até o julgamento definitivo da ADC pelo STF o Liminar em ADC não suspende a norma, suspende o JULGAMENTO o Prazo da cautelar: 180d OBS: cautelar em ADI, ADO e ADPF NÃO TEM PRAZO A única cautelar com prazo é a ADC o Efeito - Vinculante - Erga omnesx Reclamação: Cabe o Se as decisões não estiverem sendo cumpridas CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 9 EXERCÍCIOS 1. (CESPE - 2012 - DPE-RO - Defensor Público) Na ação declaratória de constitucionalidade, cabe ao advogado-geral da União fazer a defesa do ato normativo. Olha a pegadinha! Seria corretíssimo se estivéssemos falando da ADI, mas, na ADC, não existe este procedimento, pois não há ninguém afirmando que a lei é inconstitucional. Logo, não é necessária a defesa do ato normativo. Gabarito: Errado. 2. (CESPE - 2012 - DPE-RO - Defensor Público) Na ação declaratória de constitucionalidade, é cabível pedido de medida cautelar, cujo provimento pode consistir na suspensão da eficácia da norma objeto da ação ou na suspensão dos processos em que se discuta a constitucionalidade dessa norma. Se estamos pedindo a cautelar para declararmos a constitucionalidade de uma norma, porque esse pedido resultaria na suspensão da sua eficácia? Em caso de concessão de medida cautelar em ADC, o STF determina que os Tribunais suspendam o julgamento de processos que envolvam o ato até o julgamento definitivo da ação pelo STF. Desta forma, somente o segundo efeito trazido pela questão está correto. Gabarito: Errado. 3. (CESPE - 2012 - TJ-CE – Juiz) De acordo com a legislação de regência, admite- se, em ação declaratória de constitucionalidade, a concessão de medida cautelar para suspender a eficácia das decisões proferidas nos julgamentos de processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo federal objeto da ação. Isso cai DEMAIS! Na ADO, a concessão de liminar tem efeitos diferentes: não há suspensão da eficácia da norma (até porque essa não é a intenção!), mas somente a suspensão de julgamentos que envolvam a referida lei ou ato. Gabarito: Errado. 4. (CESPE - 2012 - MPE-TO - Promotor de Justiça) A eficácia geral e o efeito vinculante de decisão proferida pelo STF em ação declaratória de CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 10 constitucionalidade ou ADI, de lei ou ato normativo federal, atingem os demais órgãos do Poder Judiciário e todos os órgãos dos Poderes Executivo e Legislativo. O furo está no Legislativo. A atividade de produção de leis não pode ser constrangida por decisões do Judiciário. Os órgãos legislativos continuam livres para editarem as leis de forma como bem entenderem! As decisões em controle concentrado só podem vincular o Poder Legislativo em suas atividades administrativas. Gabarito: Errado. 5. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Promotor de Justiça) Tratando-se de ações declaratórias de constitucionalidade propostas em face de lei federal pelo procurador-geral da República, cabe ao advogado-geral da União fazer a defesa do ato normativo cuja constitucionalidade se pretenda confirmar. Seria correto se estivéssemos falando da ADI, mas, na ADC, não existe este procedimento, pois não há ninguém afirmando que a lei é inconstitucional. Logo, não é necessária a defesa do ato normativo. Gabarito: Errado. 6. (CESPE/AGU/Advogado da União/2009) A decisão de mérito proferida pelo STF no âmbito de ação declaratória de constitucionalidade produz, em regra, efeitos ex nunc e vinculantes para todos os órgãos do Poder Executivo e demais órgãos do Poder Judiciário. As decisões de mérito em sede de ADC produzem efeitos erga omnes, ex tunc, e vinculantes. Gabarito: Errado. 7. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) A decisão que concede medida cautelar em ação declaratória de constitucionalidade não se reveste da mesma eficácia contra todos nem de efeito vinculante que a decisão de mérito. Tanto a cautelar da Ação Declaratória de Constitucionalidade quanto sua decisão de mérito possuem efeito vinculante e eficácia erga omnes, ou seja, contra todos. Gabarito: Errado. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 11 8. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Segundo entendimento do STF, no controle abstrato de constitucionalidade de lei ou ato normativo, a eficácia vinculante da ação declaratória de constitucionalidade se distingue, em sua essência, dos efeitos das decisões de mérito proferidas nas ADIs. O STF entende que a ADC é uma ADI com “sinal trocado”. Assim, caso a ADC seja julgada improcedente, ocorrerá o mesmo efeito de quando a ADI é julgada procedente e vice-versa. Confira o art. 24 da Lei nº 9.868/99: Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar- se-á procedente a ação direta ou improcedente eventual ação declaratória. Gabarito: Errado. 9. (CESPE/TRT 17.ª Região-ES/Analista Judiciário – Área: Judiciária – Especialidade: Execução de Mandados/2009) O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil tem legitimidade ativa para propor ação declaratória de constitucionalidade, nos termos da Lei n.º 9.868/1999. Como essa questão é muito recorrente em provas, não custa nada repetir: x Legitimados para propor ADI / ADC / ADPF / ADO o Legitimação Ativa - Presidente da República Universal - Procurador-Geral da República - Conselho Federal da OAB - Partido Político com representação no Congresso Nacional - Mesas - Câmara dos Deputados - Senado Federal o Legitimação Ativa - Mesas das Assembleias Legislativas Estaduais ou DF na condição de - Governador Interessados Especiais - Confederação Sindical ou entidade de classe de âmbito NACIONAL o OBS: sindicatos, federações, centrais sindicais não podem propor ADI – somente as CONFEDERAÇÕES sindicais Gabarito: Certo. Mesa do CN NÃO! Precisam demonstrar interesse relacionado à finalidade institucional CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 12 10.(CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) A decisão que concede medida cautelar em ação declaratória de constitucionalidade é investida da mesma eficácia contra todos e efeito vinculante presentes na decisão de mérito, razão pela qual é cabível o ajuizamento de reclamação em face de decisão judicial que, após a concessão da cautelar, contrarie o entendimento firmado pelo STF, desde que a decisão tenha sido exarada em processo sem trânsito em julgado, ou seja, com recurso pendente. A reclamação, segundo entendimento da Suprema Corte, tem natureza de remédio processual de função corregedora. A cautelar da ADC possui os mesmos efeitos de sua decisão de mérito, quais sejam: vinculante e erga omnes. Dessa forma, caso uma decisão do STF esteja sendo descumprida, caberá a Reclamação, perante o STF, para que se cumpra a referida decisão. No entanto, como afirma a questão, caberá a reclamação apenas se o processo não transitou em julgado. Gabarito: Certo. 11. (CESPE/TRT 5ª Região/Analista Judiciário – Área: Judiciária/2008) As decisões em ação declaratória de constitucionalidade têm eficácia erga omnes e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. É a cópia do art. 102, §2º da CF88. Assim, todos os demais órgãos do judiciário e do executivo devem obedecer às decisões do STF em sede de ADI. Essa informação também é válida para o poder Legislativo em sua função ATÍPICA. Dessa forma, as decisões do STF em sede de ADI ou ADC não vinculam o poder Legislativo em sua função TÍPICA e nem o próprio STF, que pode decidir de forma diferente em situações futuras. Gabarito: Certo. 12. (CESPE/PGE-ES/Procurador do Estado de 1.ª Categoria/2008) É condição de admissibilidade de ação declaratória de constitucionalidade a demonstração da controvérsia jurisprudencial sobre a compatibilidade entre a norma questionada e o dispositivo da Constituição Federal. O pressuposto para cabimento da ADC é a controvérsia JUDICIAL que esteja pondo em risco a presunção de constitucionalidade da lei. Lembrando que a controvérsia tem que ser JUDICIAL, não cabendo CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 13 ADC quando a controvérsia é meramente doutrinária ou entre órgãos da Administração Pública. Gabarito: Certo. 13. (CESPE/Def.Pública do Estado-CE/Defensor Público/2008) A decisão cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, por criação do constituinte derivado, somente adquire eficácia vinculante quando o STF expressamente a atribui. A decisão da cautelar na ADC consiste da determinação para que os Tribunais suspendam o JULGAMENTO de processos que envolvam o ato questionado até o julgamento definitivo da ADC pelo STF. Atenção: a liminar em ADC não suspende a norma e sim o JULGAMENTO. Além disso, os efeitos da liminar em ADC são, em regra, vinculantes e erga omnes, estando aí o erro da questão. Gabarito: Errado. 14. (CESPE/DPGU/Defensor Público da União/2007) Acerca da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade, a decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de norma pode ser atacada por embargos de declaração, mas não poderá ser desconstituída em ação rescisória. Os embargos de declaração servem unicamente para que o juiz (o STF, no caso) que proferiu a decisão seja mais claro, para que explique melhor o que ele quis dizer na sentença e não para reformulá-la. Dessa forma, cabe embargos de declaração em ADI e ADC, mas não cabe qualquer outro tipo de recurso e nem ação rescisória. Por ser bastante recorrente, vamos ver mais uma vez o esquema:x Em ADC NÃO cabe - Prescrição ou Decadência - Intervenção de 3os - Assistência Jurídica às “partes” - Não há partes - Cabe Amicus Curiae - Desistência - Recurso, salvo embargos declaratórios - Ação Rescisória - Recurso ou embargos de declaração de Amicus Curiae - Suspeição (cabe impedimento) Gabarito: Certo. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 14 15. (CESPE/DPGU/Defensor Público da União/2007) Qualquer prejudicado poderá, por meio da reclamação, atacar decisão judicial não transitada em julgado que contrarie acórdão sobre a constitucionalidade de norma em ação declaratória de constitucionalidade. As decisões do STF em ADC possuem efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Assim, caso o STF tenha decidido sobre a constitucionalidade de norma e esta decisão esteja sendo desrespeitada por outro órgão do judiciário, caberá a ação de RECLAMAÇÃO no Supremo para que a referida decisão seja respeitada. Vale lembrar que não cabe reclamação contra decisões que transitaram em julgado. Gabarito: Certo. 16. (CESPE/DPGU/Defensor Público da União/2007) O STF só pode determinar a modulação dos efeitos da decisão que declara a inconstitucionalidade de norma em ação direta de inconstitucionalidade. O Supremo pode modular os efeitos da declaração de inconstitucionalidade no controle difuso e em todas as ações do controle abstrato (ADI, ADC, ADPF e ADO), por razões de segurança jurídica ou excepcional interesse social e por maioria qualificada de 2/3 dos votos. Gabarito: Errado. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 15 II. ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF) 1. OBSERVAÇÕES GERAIS A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental é uma ação que realiza o controle abstrato de constitucionalidade e que foi criada pelo constituinte originário (lembre-se de que a ADC foi introduzido pela EC 3/93). A ADPF está prevista na Constituição da seguinte forma: Art 102, § 1.º “A ADPF, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo STF, na forma da lei.” Perceba então que ela é uma norma de eficácia limitada e foi disciplinada pela Lei nº 9.882/99. Outro ponto importante é que a ADPF pode ter caráter preventivo ou repressivo: Lei nº 9882/99 Art. 1º A arguição prevista no § 1o do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público. 2. DEFINIÇÃO DE PRECEITO FUNDAMENTAL A Constituição não trouxe expressamente o conceito de “preceito fundamental”. Assim, quem decide o que é e o que não é um preceito fundamental é o Supremo Tribunal Federal (ADPF 1/RJ). Sabemos, no entanto, que esses preceitos podem estar implícitos ou explícitos na CF. Muita atenção também para não confundir o “preceito fundamental” com os Fundamentos da República Federativa do Brasil (art. 1º), os princípios sensíveis (art. 34, VII) ou os direitos fundamentais. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 16 3. COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DA ADPF Por ser uma ação do controle concentrado, somente o STF pode julgar uma ADPF que tenha como parâmetro a Constituição Federal. A doutrina tem admitido que as Constituições Estaduais instituam Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão, Ação Declaratória de Constitucionalidade e Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental estaduais. Estas serão julgadas pelo TJ estadual e terão como parâmetro a Constituição Estadual. Esquematizando: ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL – ADPF x Criado pelo constituinte originário (enquanto a ADC foi pela EC 3/93) x Art 102, § 1.º “A ADPF, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo STF, na forma da lei.” o Norma de eficácia LTDA o Disciplinada pela Lei 9.882/99x Faz controle CONCENTRADO – ABSTRATO o Não cabe ADPF incidental (Difuso)x Preceito Fundamental o Conceito amplo o Explícito ou implicito na CF o O STF é quem decide o que é e o que não é preceito fundamental (ADPF 1/RJ) o Não confundir com - Fundamentos da República Federativa do Brasil (art. 10) - Princípios sensíveis (art. 34,VII) - Direito fundamentalx Competência – STF o Só o STF (TJEst não julga ADPF frente à CF) o A doutrina tem admitido que as CEs instituam ADO, ADC e ADPF estaduais x Caráter Preventivo e Repressivo – Evitar ou Reparar lesão a preceito fundamental resultante de ato do Poder Publico. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 17 4. OBJETO DA ADPF Caberá a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental: 1. Para evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público; 2. Quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição. O objeto da ADPF é o mais amplo possível. Assim, cabe a ADPF frente a “qualquer coisa” (ou quase): x qualquer ato do poder público, inclusive decretos regulamentares ou atos administrativos. x atos de qualquer esfera: federal, estadual, distrital e até mesmo municipal. x atos anteriores à CF88. x omissões do Poder Público que gerem lesão à Preceito Fundamental. x atos de particulares exercendo função pública (ex. concessionárias e delegatárias). Por fim, não cabe a ADPF frente a súmulas do STF ou atos políticos. Esquematizando: CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 18 x Objeto da ADPF o Caberá a ADPF: 1. Para evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público; 2. Quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição. o Cabe ADPF frente a qualquer ato do poder público: inclusive decretos regulamentares ou atos administrativos o Cabe ADPF frente a atos de qualquer esfera (Fed, Est, Mun, DF) o Inclusive atos anteriores à CF88 o Cabe ADPF frente a Omissões do Poder Público que gerem lesão à Preceito Fundamental Lei 9882/99 Art. 1o A arguição prevista no § 1o do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público. Parágrafo único. Caberá também arguição de descumprimento de preceito fundamental: I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição; CABE ADPF FRENTE A “QUALQUER COISA” x OBJETO da - Lei (em sentido amplo) ADPF - Ato Normativo Infralegal - Ato ADMINISTRATIVO (inclui os NÃO NORMATIVOS) (ADPF1/RJ) - U, E, DF e Mun - Inclui omissões - Atos de particulares exercendo função pública (concessionárias e delegatárias) - ATOS ANTERIORES À CF o Não cabe ADPF - Atos políticos (princípio da separação dos poderes) - Súmulas do STF CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 19 5. CARÁTER RESIDUAL A ADPF possui caráter residual (ou subsidiário). Assim, ela não será cabível quando houver outro meio VERDADEIRAMENTE capaz de sanar a lesividade. Por exemplo, não cabe ADPF para pedir a declaração de constitucionalidade de lei federal, pois o meio correto é a Ação Declaratória de Constitucionalidade. 6. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE Caso o autor tenha entrado com uma ADPF de forma errônea e estejam presentes TODOS os requisitos de outra ação (ex. ADI), a ADPF pode ser conhecida como essa outra ação (ADI). Exemplo: a ADPF 72/PA foi conhecida como ADI 3.513. Já as ADPFs 132 e 178, que tratavam da união homoafetiva foram conhecidas como ADI 4.277. 7. LEGITIMAÇÃO ATIVA E QUÓRUM DE DECISÃO Os legitimados ativos para propor uma ADPF são os mesmos da ADI. O quórum de decisão também é o mesmo da ADI, da ADO e da ADC: maioria absoluta (6 votos) com quórum de instalação da sessão de 8 ministros (é sempre o mesmo...) 8. EFEITOS DA ADPF Os efeitos da ADPF são os mesmos efeitos das ações do controle concentrado de constitucionalidade: x Erga omnes; x Ex tunc, mas pode ser dado efeito ex nunc ou pro futuro por 2/3 dos votos e por razões de relevância jurídica ou excepcional interesse social; x Vinculante; x Também se aplica a teoria dos motivos determinantes (vista na ADI) Um comentário acerca desse último: isso é genial! Imagine que todos os 5.565 municípios brasileiros tenham uma lei com o mesmo fundamento. O STF somente precisa declarar a inconstitucionalidade de CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 20 uma dessas leis e as demais deverão ser automaticamente retiradas do ordenamento jurídico (pois o fundamento é idêntico). Esquematizando: x Caráter residual / subsidiário: Não cabe ADPF quando houver outro meio VERDADEIRAMENTE capaz de sanar a lesividade o Ex: não cabe ADPF para pedir a declaração de constitucionalidade de lei federal (meio correto: ADC) x Princípio da Fungibilidade: Pode-se conhecer ADPF como outra ação (Ex ADI) se tiver entrado com ADPF errado e estiverem supridos os requisitos da outra ação. o Somente se TODOS os requisitos forem cumpridos o Ex: ADPF 72/PA foi conhecida como ADI 3.513 o Ex: ADPFs 132 e 178 foram conhecidas como ADI 4.277 (União homoafetiva) x Legitimação ativa: os mesmos da ADIx Quórum de Decisão da ADPF - MA - Quórum mín de instalação de julgamento: 8 ministros o Igual a ADI, ADC e ADO x Efeitos - Erga Omnes - Ex Tunc – pode ser ex nunc (2/3 + relevância jur. ou excepcional interesse soc.) - Vinculante (igual ADI e ADC) – é controle CONCENTRADO - Também se aplica a TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES (só precisa declarar a inconstitucionalidade para um município e os outros serão afetados automaticamente. GENIAL!!) o Modulação temporal e restrição de efeitos – Cabe Também por - 2/3 - Relevância Jurídica ou - Excepcional Interesse Social CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 21 9. CAUTELAR EM ADPF Assim como na ADI e na ADC, também é cabível a cautelar na ADPF por decisão da maioria absoluta dos membros do STF. Os efeitos dessa cautelar serão os seguintes: x Suspender o andamento dos processos (igual ADC); x Suspender o efeito de decisão judicial, salvo se transitou em julgado. Dessa forma, não cabe liminar em ADPF para tratar de coisa transitada em julgado. x Qualquer outra medida pertinente 10. DEMAIS OBSERVAÇÕES SOBRE A ADPF Da mesma forma que a ADI e a ADC, a ADPF também possui causa de pedir aberta. Por isso, o Supremo deve se ater ao pedido, mas não precisa adotar a tese do autor da ação, podendo também declarar a inconstitucionalidade usando outro artigo da CF como parâmetro. O Procurador-Geral da República é ouvido em todas as ações do Supremo Tribunal Federal, inclusive na ADPF. Já quanto ao Advogado-Geral da União, o STF tem exigido sua manifestação, apesar de a lei ser silente nesse ponto. Na ADPF funciona como na ADI e na ADC: x Em ADPF NÃO cabe - Prescrição ou Decadência - Intervenção de 3os - Assistência Jurídica às “partes” - Não há partes - Cabe Amicus Curiae - Desistência - Recurso, salvo embargos declaratórios - Ação Rescisória - Recurso ou embargos de declaração de Amicus Curiae - Suspeição (cabe impedimento) Esquematizando: CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 22 x Cautelar em ADPF – CABE o Decisao da MA o Efeito da liminar - Suspender - Andamento dos processos (igual ADC) - Efeito de decisão judicial, salvo se transitou em julgado Não cabe liminar em ADPF para tratar de coisa transitada em julgado - Qualquer outra medida pertinente x Vinculação ao pedido e não à tese / causa de pedir aberta (igual na ADI e ADC) o O STF não precisa adotar a tese do autor da ação, mas tem que se ater ao pedido o PODE declarar a inconstitucionalidade usando outra tese / outro artigo da CF como parâmetro o Vinculação ao pedido: STF não pode declarar a inconstitucionalidade de artigo extra (que não foi pedido), salvo inconstitucionalidade por arrastamento / atração. Exceção: ARRASTAMENTO OU ATRAÇÃO 9 Quando dispositivo não impugnado é correlato, conexo ou interdependente, ele pode ser declarado inconstitucional, mesmo que o autor não tenha pedido. o Ex 1: Se não fossem declaradas inconstitucionais, elas perderiam o sentido ou ficariam com sentido diverso do original o Ex 2: Quando dispositivos diferentes têm conteúdo análogo 9 ADI 2.653/MT, ADI 2.648/CE, ADI 2.608/DF x PGR: Ouvido Sempre (art. 103 §10) x AGU - STF tem exigido - Lei não fala nada CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 23 EXERCÍCIOS 17. (CESPE - 2012 - TJ-AL – Analista) Qualquer pessoa lesada ou ameaçada por ato do poder público pode propor arguição de descumprimento de preceito fundamental. Essa ficou moleza, né? Os legitimados para propor ADPF são exatamente os mesmos das outras ações de controle abstrato. Revisando: Os legitimados para propor a ADI Federal/ADC/ADPF são os seguintes: I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Gabarito: Errado. 18. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Promotor de Justiça) A decisão de mérito proferida em ação de descumprimento de preceito fundamental é dotada de efeito vinculante, dando azo, portanto, a reclamação para assegurar a autoridade da decisão do STF. Isso mesmo. Caso haja desobediência de uma ADPF, pode ser formalizada uma reclamação ao STF, por qualquer legitimado a propor as ações diretas ou por qualquer pessoa afetada pela desobediência (veja que qualquer pessoa pode propor a RECLAMAÇÃO e não a ADPF). Se a reclamação for procedente, o STF anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial, caso ainda não tenha transitado em julgado. Gabarito: Certo. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 24 19. (CESPE - 2012 - MPE-TO - Promotor de Justiça) O STF não tem competência para realizar controle de constitucionalidade concentrado de lei ou ato normativo municipal em face da CF. Não podemos nos esquecer da ADPF! Ela é uma das espécies de controle concentrado e pode ser impetrada no STF para contestar o direito municipal! Guardem bem essa informação: neste caso, o que não cabe é ADI/ADC. Gabarito: Errado. 20. (CESPE - 2012 - DPE-RO - Defensor Público) A arguição de descumprimento de preceito fundamental tem preferência em relação a outros meios eficazes de sanar a lesividade. Muito pelo contrário! A ADPF é uma ação residual, ou seja, ela somente será impetrada se não houver nenhum outro meio eficaz de sanar a lesividade. Gabarito: Errado. 21. (CESPE - 2012 - DPE-RO - Defensor Público) A arguição de descumprimento de preceito fundamental não se presta a controle de constitucionalidade de normas infralegais ou atos normativos estaduais e municipais. A ADPF é muito poderosa. Ela alcança normas/atos que as outras ações não alcançam, como as normas/atos infralegais, municipais e até pré-constitucionais! Gabarito: Errado. 22. (CESPE - 2012 - DPE-RO - Defensor Público) As leis municipais não se sujeitam ao controle de constitucionalidade concentrado perante o STF, podendo, no entanto, ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade a ser ajuizada perante o tribunal de justiça do respectivo estado-membro, desde que se alegue ofensa à constituição estadual. O candidato mais desatento marcaria “certo” e erraria, pois estaria se esquecendo da ADPF, que é uma das espécies de controle concentrado de constitucionalidade e é impetrada junto ao STF, podendo alcançar o regramento municipal contestado em face da Constituição Federal. Gabarito: Errado. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 25 23. (CESPE - 2012 - DPE-RO - Defensor Público) O defensor público-geral da União possui legitimidade para ajuizar, no STF, arguição de descumprimento de preceito fundamental, mas não para ajuizar ação direta de inconstitucionalidade ou ação declaratória de constitucionalidade. Os legitimados para todas essas ações são os mesmos. E o defensor público-geral da União não consta nessa lista! Revisando: x Legitimados para propor Ações Diretas o Legitimação Ativa - Presidente da República Universal - Procurador-Geral da República - Conselho Federal da OAB - Partido Político com representação no Congresso Nacional - Mesas - Câmara dos Deputados - Senado Federal o Legitimação Ativa - Mesas das Assembleias Legislativas Estaduais ou DF na condição de - Governador Interessados Especiais - Confederação Sindical ou entidade de classe de âmbito NACIONAL Gabarito: Errado. 24. (CESPE - 2012 - MPE-TO - Promotor de Justiça) Estando presentes os requisitos de admissibilidade da ADI, admite-se a conversão de arguição de descumprimento de preceito fundamental em ADI. Caso o autor tenha entrado com uma ADPF de forma errônea e estejam presentes TODOS os requisitos de outra ação (ex. ADI), a ADPF pode ser conhecida como essa outra ação (ADI). Gabarito: Certo. 25. (CESPE - 2012 - AGU – Advogado) Assim como ocorre na ADC e na ADI, ato normativo já revogado não pode ser objeto de ADPF. Temos que nos lembrar de que a ADPF tem uma enorme abrangência, sendo cabível para contestar ato já revogado, normas municipais e direito pré-constitucional. Por outro lado, não cabe ADC ou ADI de ato já revogado (para que eu vou querer retirar do ordenamento ou declarar a constitucionalidade de um ato que já não está mais no ordenamento jurídico?). Mesa do CN NÃO! CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 26 Gabarito: Errado. 26. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) O STF reconhece a prefeito municipal legitimidade ativa para o ajuizamento de arguição de descumprimento de preceito fundamental, não obstante a ausência de sua legitimação para a ação direta de inconstitucionalidade. Os legitimados para proposição de ADPF são os mesmos da ADI e o prefeito não está incluído nesse rol. Vamos revisar? x Legitimados para propor ADI / ADC / ADPF / ADO o Legitimação Ativa - Presidente da República Universal - Procurador-Geral da República - Conselho Federal da OAB - Partido Político com representação no Congresso Nacional - Mesas - Câmara dos Deputados - Senado Federal o Legitimação Ativa - Mesas das Assembleias Legislativas Estaduais ou DF na condição de - Governador Interessados Especiais - Confederação Sindical ou entidade de classe de âmbito NACIONAL o OBS: sindicatos, federações, centrais sindicais não podem propor ADI – somente as CONFEDERAÇÕES sindicais Gabarito: Errado. 27. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) A arguição de descumprimento de preceito fundamental não se presta a controle de constitucionalidade de normas infralegais, visto que, nesse caso, se trata de ilegalidade e não de inconstitucionalidade. O objeto da ADPF é bem mais amplo do que o da ADI, sendo passível o controle (por meio da ADPF!) de: x ato do poder público que provoque lesão aos preceitos fundamentais, inclusive decretos ou atos administrativosx Cabe ADPF frente a atos de qualquer esfera: federal, estadual, municipal e distrital.x Inclusive para controlar atos anteriores à CF88 Mesa do CN NÃO! Precisam demonstrar interesse relacionado à finalidade institucional CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 27 x Cabe ADPF frente a omissões do Poder Público que gerem lesão à Preceito Fundamentalx Quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo Federal, Estadual ou Municipal (incluídos os anteriores à CF) Gabarito: Errado. 28. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) A arguição de descumprimento de preceito fundamental tem precedência sobre qualquer outro meio de controle de constitucionalidade cabível e apto a sanar a lesão a preceito fundamental. É justamente o contrário. A arguição de descumprimento de preceito fundamental é RESIDUAL. Assim, se for cabível qualquer outro meio para se evitar a lesão, não será cabível a ADPF. Gabarito: Errado. 29. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) De acordo com o entendimento do STF, a arguição de descumprimento de preceito fundamental não pode ser conhecida como ADI, em face de sua especificidade, ainda que o objeto do pedido principal da arguição seja a declaração de inconstitucionalidade de preceito autônomo por ofensa a dispositivos constitucionais, e que estejam presentes os demais requisitos da ADI. É justamente o contrário: pelo princípio da fungibilidade, pode-se conhecer ADPF como outra ação (Ex ADI) se o legitimado tiver entrado com ADPF de forma errada e estiverem supridos TODOS os requisitos da outra ação. Como exemplo, a ADPF 72/PA foi conhecida como ADI 3.513 e as ADPFs 132 e 178 foram conhecidas como ADI 4.277. Gabarito: Errado. 30. (CESPE/AGU/Advogado da União/2009) Na arguição de descumprimento de preceito fundamental, a decisão exarada produz efeito vinculante, que, em sua dimensão objetiva, abrange não só a parte dispositiva, mas também os fundamentos determinantes da decisão. Essa é a “Teoria da Transcendência dos Motivos Determinantes”, que diz que as decisões do STF em controle abstrato de constitucionalidade possuem efeito vinculante não somente ao dispositivo da sentença, CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 28 mas também aos fundamentos determinantes da decisão (ratio decidendi). Gabarito: Certo. 31. (CESPE/Advogado - CEHAP-PB/2009) Eventual impugnação em abstrato de lei municipal em face da CF deve ser feita por meio da arguição de descumprimento de preceito fundamental perante o tribunal de justiça. Somente o Supremo Tribunal Federal pode realizar o controle abstrato frente à Constituição FEDERAL. Por outro lado, os tribunais estaduais e do Distrito Federal podem realizar o controle abstrato de constitucionalidade de lei ou ato normativo ESTADUAL OU MUNICIPAL frente à Constituição ESTADUAL. Gabarito: Errado. 32. (CESPE/ TCE-AC/2009) Determinado parlamentar federal impetrou mandado de segurança junto ao STF, questionando a legalidade do processo legislativo na tramitação de determinada medida provisória. Argumentou o parlamentar que a referida medida provisória fora enviada para votação em plenário antes da apreciação pela comissão que deveria emitir juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais, da qual o impetrante faz parte. A inconstitucionalidade deveria ter sido questionada pelo parlamentar por meio de arguição de descumprimento de preceito fundamental. O parlamentar, individualmente, não pode propor uma ADPF. Essa ação pode ser proposta pelo partido político com representação no Congresso Nacional, mas não pelo parlamentar. Além disso, o meio correto para que um parlamentar exija seu direito líquido e certo ao devido processo legislativo é o Mandado de Segurança e não a ADPF. Gabarito: Errado. 33. (CESPE.Auditor.MG.09) Compete ao tribunal de justiça de cada estado- membro exercer o controle concentrado da constitucionalidade das leis e dos atos normativos estaduais e municipais perante a CF. Quem realiza o controle concentrado frente à Constituição Federal é somente o STF. Por outro lado, os Tribunais de Justiça estaduais fazem o controle concentrado de normas frente à Constituição Estadual. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 29 Gabarito: Errado. 34. (CESPE/2008/TST/Analista Judiciário – Área Judiciária) Considere que determinado empregado entenda que uma cláusula de seu contrato de trabalho seja inválida porque ela tem por base lei federal que ele julga inconstitucional. Nessa situação, o referido empregado não pode impugnar essa lei mediante ação direta de inconstitucionalidade, mas pode impugnar a validade do seu contrato de trabalho mediante arguição de descumprimento de preceito fundamental. Os legitimados para propor uma ADPF, ADI por omissão e ADC são os mesmos da ADI, dessa forma um cidadão comum não pode propor nenhuma das ações do controle abstrato. Vamos revisar os legitimados da ADI, da ADC, da ADPF e da ADI por Omissão: I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Gabarito: Errado. 35. (CESPE/SGA-AC/Advogado/2008) A arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) é um instrumento que substituiu o mandado de injunção como meio de controle da inconstitucionalidade por omissão. A ADPF possui caráter residual e não pode ser usada caso caiba algum outro meio eficaz para sanar a lesão. Assim, se couber o mandado de injunção (ou qualquer outra ação pertinente), não caberá a ADPF. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 30 Além disso, observe que o mandado de injunção é uma ação a partir de um caso concreto, enquanto a ADPF faz somente controle abstrato. Gabarito: Errado. 36. (CESPE/DPGU/Defensor Público da União/2007) O STF só pode determinar a modulação dos efeitos da decisão que declara a inconstitucionalidade de norma em ação direta de inconstitucionalidade. O Supremo pode modular os efeitos da declaração de inconstitucionalidade no controle difuso e em todas as ações do controle abstrato (ADI, ADC, ADPF e ADO), por maioria qualificada de 2/3 dos votos e por razões de segurança jurídica ou excepcional interesse social. Gabarito: Errado. 37. (CESPE/TRT9/Analista Judiciário – Execução de Mandatos/2007) Concedida medida liminar nos autos de uma ação de arguição de descumprimento a preceito fundamental (ADPF), poderá o STF determinar a suspensão dos processos em curso ou os efeitos das decisões judiciais já proferidas, inclusive da coisa julgada, que apresentem relação com a matéria objeto dessa ADPF. A liminar na ADPF poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais suspendam o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da arguição de descumprimento de preceito fundamental, salvo se decorrentes da coisa julgada. Gabarito: Errado. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 31 III. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO (ADO) 1. OBSERVAÇÕES GERAIS A Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão é uma ação de competência exclusiva do STF e é uma norma originária da CF88 prevista no art. 103, §2º e regulada pela Lei 9.868/99. São aplicadas as mesmas regras da ADI normal, salvo as comentadas a seguir. O objetivo da ADO é tornar efetiva uma norma CONSTITUCIONAL sem efeitos por falta de norma regulamentadora. Assim, a norma deve estar prevista na Constituição, não sendo cabível ADO para regulamentar normas infraconstitucionais. Além disso, não é qualquer omissão legislativa que pode ser suprida pela ADO, que pode ser usada somente para tornar efetivas normas constitucionais de eficácia limitada (e que sejam impositivas). Muito importante ressaltar que cabe ADO para editar QUALQUER norma regulamentadora. Assim, ela não é cabível somente para editar atos legislativos (lei formal), mas também para editar atos ADMINISTRATIVOS normativos (ou seja, atos normativos infralegais). Atenção: Cabe ADO para editar Lei/Ato regulamentar INFRALEGAL, enquanto não cabe ADI genérica contra ato infralegal. 2. LEGITIMADO ATIVO E PASSIVO Os legitimados ativos da ADO são os mesmos da ADI. Já o legitimado passivo é o órgão que deveria ter editado a norma regulamentadora e não o fez. Assim, a ADO pode ter como legitimado passivo o Poder Legislativo, órgãos do Executivo, Legislativo e Judiciário, órgãos administrativos e a autoridade com iniciativa privativa. Exemplificando esse último: suponha que o Presidente da República possua iniciativa privativa para editar uma determinada lei. Assim, caso ele não inicie a tramitação desse ato normativo, ninguém mais pode fazer isso por ele. Caso CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 32 isso ocorra, não é o Poder Legislativo que estará inerte, mas sim o Presidente da República. Nesse caso, o legitimado passivo será o Chefe do Executivo e não o Congresso Nacional. Esquematizando: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO (ADO)x Competência: STFx Norma originária (103, §2o)x Introduzida em 88x Regulada pela Lei 9.868/99x São aplicadas as mesmas regras da ADI normal, salvo as abaixo comentadasx Objetivo da ADO: tornar efetiva uma norma CONSTITUCIONAL sem efeitos por falta de norma regulamentadora o Não cabe ADO para regulamentar normas infraconstitucionais o Não é qualquer omissão legislativa – só para tornar efetivas normas constitucionais de eficácia LTDA (e que sejam impositivas) o Não só para editar atos legislativos (lei formal), mas também para editar atos ADM normativos (ou seja, atos normativos infralegais) o Cabe ADO para editar Lei/Ato regulamentar INFRALEGAL Enquanto não cabe ADI genérica contra ato intralegal x Legitimado - Ativo: os mesmos da ADI - Passivo: órgão que - Poder Legislativo deveria editar a lei - Autoridade com iniciativa: Se a norma for de iniciativa privativa, o pólo passivo será quem tem a iniciativa para tal. Ex. PR e não o CN nas leis do art. 61 §1o - Órgão do Leg, Exec, Jud - Órgão Administrativo Qualquer ato regulamentar: lei formal ou ato normativo infralegal o CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 33 3. OBJETO DA ADO Já vimos que é cabível a ADO para que seja editada norma legal ou infralegal. Além disso, cabe essa ação para que sejam editadas normas federais, estaduais ou distritais com caráter estadual, não sendo cabível para a edição de normas municipais ou distritais com caráter municipal (siga a mesma regra da ADI normal). Além disso, a revogação da norma constitucional que deveria ser regulamentada acarreta extinção da ADO (ADI QO 1.836/SP). Explicando melhor: suponha que alguém entre com uma ADO para que o artigo 35 da CF seja regulamentado. No entanto, no decorrer da ação, houve uma Emenda Constitucional revogando o art. 35 da CF. Como a norma constitucional não existe mais, não há mais o que regulamentar e a ADO será extinta. 4. CAUTELAR EM ADO Antigamente, não era cabível a cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão. No entanto, hoje, o Supremo Tribunal Federal entende ser possível a concessão da liminar. A cautelar será concedida em caso de excepcional urgência e relevância, por maioria absoluta dos votos (6 Ministros), desde que presentes 8 ministros (é sempre o mesmo quórum!). A cautelar em ADO pode ter os seguintes efeitos: x Suspensão da aplicação da lei / ato normativo questionado; x Suspensão dos processos judiciais ou administrativos; x Outras providências. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 34 5. EFEITOS DO JULGAMENTO DO MÉRITO Uma vez julgada procedente a ADO, o poder ou órgão omisso fica em mora. Dessa forma, essa ação possui caráter mandamental. No entanto, a regra é que o Poder Judiciário não pode legislar. Assim, os efeitos serão os seguintes: x Se a parte omissa for um ÓRGÃO ADMINISTRATIVO, será dado prazo de 30 dias para providências ou outro prazo razoável. x Se a parte omissa for um PODER, é dado ciência ao poder para adoção de providências necessárias. A regra é que não há fixação de prazo para o PODER editar a norma. Uma novidade é que o STF tem fixado um parâmetro temporal razoável para o Poder Legislativo editar a norma (não é fixar prazo/não é obrigar). Da mesma forma como a ADI, ADC e ADPF, é cabível a modulação temporal dos efeitos da decisão por razões de segurança jurídica ou excepcional interesse social e por 2/3 dos votos. Por fim, a decisão da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão terá efeitos erga omnes e vinculante. Esquematizando: CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 35 x Cabível ADO para editar - Lei da U - Lei dos E - Lei do DF com caráter ESTADUAL o Não cabe ADO para editar - Lei municipal - Lei do DF com conteúdo municipal o A revogação da norma constitucional que deveria ser regulamentada acarreta extinção da ADO (ADI QO 1.836/SP) x Cautelar: Cabe (mudou Mesmo!!! Até 2009 não cabia) o Em caso de excepcional Urgência e Relevância o Votação: MA o Quórum de instalação: 8 Min o Efeitos da - Suspensão da aplicação da lei / ato normativo questionado Cautelar - Suspensão dos processos judiciais ou administrativos - Outras providências x Efeitos do julgamento de mérito o Caráter mandamental (o Poder/órgão omisso fica em mora) o O Judiciário não pode legislar o Se for - ÓRGÃO ADM: Prazo de 30d para providências ou outro prazo razoável - PODER - É dado ciência ao poder para adoção de providências necessárias - Regra: Não há fixação de prazo para o PODER editar a norma - Novidade: o STF tem fixado um parâmetro temporal razoável para o Poder Legislativo editar a norma (não é fixar prazo/não é obrigar). x Modulação temporal e restrição de efeitos – Cabe o Pode restringir os efeitos ou dar efeitos ex nunc ou pro futuro (igual ADI genérica) o Também - Por 2/3 - Segurança Jurídica OU - Excepcional Interesse Social x Eficácia - Erga omnes - Efeito vinculante CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 36 6. ADO E MANDADO DE INJUNÇÃO Meus caros Analistas Judiciários do TJDF, vocês devem ter notado uma incrível semelhança entre a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão e o Mandado de Injunção (MI), não é mesmo? Essas duas ações servem para proteger a sociedade contra as omissões legislativas. No entanto, elas possuem várias diferenças e é muito importante que saibamos diferenciar bem as duas ações: a) A ADO é uma ação do controle concentrado, assim, somente o STF pode julgá-la. Por outro lado, o Mandado de Injunção é uma ação do controle difuso, existindo vários órgãos que podem julgá-lo (STF, STJ, TSE, TJ...) b) A ADO é uma ação que realiza o controle em abstrato e NÃO pode se relacionar a um caso concreto enquanto o Mandado de Injunção é só para controle concreto; c) Os legitimados da ADO são os mesmos da ADI enquanto o legitimado do MI é qualquer pessoa que tenha seus direitos tolhidos por falta de norma regulamentadora; d) É cabível a liminar na ADO enquanto não o é no Mandado de Injunção; e) O STF adota a posição concretista no Mandado de Injunção, concedendo o exercício do direito ainda não regulamentado. Na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão, o Supremo declara a mora do órgão/poder competente na elaboração da norma regulamentadora da Constituição. Por fim, não cabe a fungibilidade da ADO em Mandado de Injunção ou vice- versa, uma vez que são ações completamente diferentes. Esquematizando: CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 37 x ADO e Mandado de Injunção x ADO é forma de controle CONCENTRADO o Enquanto o Mandado de Injunção é controle DIFUSO o ADO NÃO pode se relacionar a um caso concreto enquanto o Mandado de Injunção é só para controle concreto o Não cabe fungibilidade de ADO para Mandado de Injunção Mandado de Injunção ADI por Omissão Legitimado: qualquer pessoa que tenha seus direitos tolhidos por falta de norma regulamentadora Legitimado: os mesmos da ADI Solução para caso concreto / Controle CONCRETO Via abstrata / Controle ABSTRATO Tem caso concreto e interesse jurídico específico Não tem caso concreto ou interesse jurídico específico Não cabe liminar Cabe liminar Efeitos: Dá o direito constitucional, ainda não regulamentado, no caso concreto * (efeito concretista) Efeitos: Declara a mora do órgão/poder competente na elaboração da norma regulamentadora da Constituição Competência: STF (CF, art.102, I, “q” e II, “a”), STJ (CF, art.105, I, “h”), TSE (CF, 121, § 4º, V) e TJ ( art.125, § 1º) Competência: STF CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 38 EXERCÍCIOS 38. (CESPE - 2012 - TJ-AL – Analista) É admitida medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade por omissão ajuizada perante o STF. Antigamente, não era cabível a cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão. No entanto, hoje, o Supremo Tribunal Federal entende ser possível a concessão da liminar. Gabarito: Certo. 39. (CESPE - 2012 - AGU – Advogado) O atual posicionamento do STF admite a fungibilidade entre a ADI e a ADIO. “Fungibilidade” significa a possibilidade de “trocar” uma ação por outra, sem prejuízo do seu andamento. O atual entendimento do STF é que as ações diretas de controle de constitucionalidade não possuem rígida separação entre si, existindo entre elas fungibilidade (ADI 875). Isso significa que, no curso de uma ADI, caso seja verificado que a ação adequada é a ADO, é possível realizar a substituição do meio processual (caso TODOS os requisitos estejam presentes). Gabarito: Certo. 40. (CESPE/PGE-AL/Procurador do Estado de Alagoas – 1.ª Classe/2008) A omissão do poder público que justifica o ajuizamento da ADI por omissão é aquela relativa às normas constitucionais de eficácia contida de caráter impositivo, em que a CF investe o legislador na obrigação de expedir comandos normativos. A omissão do poder público que justifica o ajuizamento da ADI por omissão é aquela relativa às normas constitucionais de eficácia LIMITADA de caráter impositivo, em que a CF investe o legislador na obrigação de expedir comandos normativos. Gabarito: Errado. 41. (CESPE/PGE-AL/Procurador do Estado de Alagoas – 1.ª Classe/2008) Desde a promulgação da CF, o STF entende que é cabível a concessão de medida liminar em sede de ADI por omissão. Inicialmente, o STF entendia não ser possível a concessão de cautelar em sede de ADI por omissão (ADO). No entanto, a lei 12.063/2009 CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 39 alterou a lei 9.868/99, e incluiu a possibilidade da liminar na ADO. Confira os artigos sobre o tema: Art. 12-F. Em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, observado o disposto no art. 22, poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) dias. § 1 A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal. Gabarito: Errado. 42. (CESPE/PGE-AL/Procurador do Estado de Alagoas – 1.ª Classe/2008) É incabível a modulação dos efeitos da declaração da inconstitucionalidade em sede de ADI por omissão. Cabe a modulação temporal e restrição de efeitos em sede de ADI por Omissão. Dessa forma, por 2/3 dos votos e por motivos de segurança jurídica ou excepcional interesse social, o STF pode restringir os efeitos ou dar efeitos ex nunc ou pro futuro (igual ADI genérica, ADC e ADPF). Gabarito: Errado. 43. (CESPE/PGE-AL/Procurador do Estado de Alagoas – 1.ª Classe/2008) Nos últimos dois anos, a jurisprudência do STF evoluiu quanto aos efeitos das decisões que reconhecem a omissão do legislador, seja em sede de ADI por omissão, seja em sede de mandado de injunção. De um caráter meramente declaratório e mandamental, passou a fixar prazo razoável para que o Congresso Nacional supra a omissão, chegando até a proferir sentenças de perfil aditivo. As decisões em ADI por Omissão possuem caráter mandamental. Se quem praticou a omissão for PODER, é dado ciência ao mesmo para adoção das providências necessárias. Em regra, não há fixação de prazo para o PODER editar a norma. Uma novidade é que o STF tem fixado um parâmetro temporal razoável (não é obrigar) para o Poder Legislativo editar a norma. Por outro lado, se quem praticou a omissão CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 40 for um ÓRGÃO ADMINISTRATIVO, é dado o prazo de 30 dias para providências ou outro prazo razoável. Gabarito: Certo. 44. (CESPE/PGE-AL/Procurador do Estado de Alagoas – 1.ª Classe/2008) Em se tratando de reconhecimento de omissão inconstitucional perpetrada por órgão administrativo, o STF, em sede de ADI por omissão, está livre para fixar o prazo para que o órgão adote as providências necessárias para sanar o vício, uma vez que a CF não prevê prazo específico. A lei 9.868/99 estabelece que “Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências deverão ser adotadas no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido”. Gabarito: Errado. 45. (CESPE/DPGU/Defensor Público da União/2007) O STF só pode determinar a modulação dos efeitos da decisão que declara a inconstitucionalidade de norma em ação direta de inconstitucionalidade. O Supremo pode modular os efeitos da declaração de inconstitucionalidade em todas as ações do controle abstrato (ADI, ADC, ADPF e ADO) e por maioria qualificada de 2/3 dos votos e por razões de segurança jurídica ou excepcional interesse social. Gabarito: Errado. CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 41 Reorganizar as finanças da unidade da Federação que IV. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA Meus queridos Analistas Judiciários do TJDF, antes de estudarmos a Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva, colocarei alguns esquemas para revisarmos rapidamente a intervenção, estudada em organização do Estado:x Intervenção funciona como controle de constitucionalidade, pois é medida para fazer com que se obedeça à CFx Ela limita temporariamente a autonomia política dos entes federados (arts. 34, 35 e 36) - União intervém - nos Estados - Federal - no DF - nos municípios localizados nos Territórios - A União NÃO pode intervir nos municípios dos Estados - Estadual – o estado pode intervir em SEUS municípios - Espontânea - De ofício pelo Presidente - Para • Manter a integridade nacional • Repelir invasão - estrangeira - de uma unidade da Federação em outra • Acabar com grave comprometimento da ordem pública • a) Suspender o pagamento da dívida fundada por mais de 2 anos consecutivos, salvo força maior b) Deixar de entregar aos municípios receitas tributárias fixadas na CF, dentro dos prazos estabelecidos em lei; - Provocada - A intervenção é decretada pelo Presidente, mas precisa ser provocado - O judiciário jamais decreta a intervenção - Solicitação - Facultativa - Para garantir o livre exercício do - Executivo - Legislativo - Requisição - Obrigatória - STF, STJ ou TSE prover execução de ordem judicial - STF • Garantir o livre exercício do Judiciário • Prover execução de lei federal ou • Observância dos princípios sensíveis Nos 2 últimos casos, precisa da ADI Interventiva (Representação Interventiva do PGR) Dívida Fundada/Consolidada: Compromissos de exigibilidade superior a doze meses. Dívida Flutuante Pública A contraída pelo Tesouro Nacional, por um breve e determinado período de tempo. In te rv en çã o CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 42 x Hipóteses de intervenção Estadual ou da União nos Municípios dos Territórios:x Deixar de ser paga, salvo força maior, por 2 anos consecutivos, a dívida fundada; na federal é MAIS de 2 anosx Prestação de contasx Aplicação do mínimo da receita municipal na saúde e educaçãox Observar os princípios sensíveis da CE ADI Interventivax Prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial Estadual x Decreto de Intervenção e Controle Político do CNx Intervenção é SEMPRE decretada pelo chefe do executivo (Presidente ou Governador) o Ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional (manifestação opinativa – o Presidente não está obrigado a seguir os Conselhos) o Arts. 90, I e 91, §10, II x Os decretos interventivos sofrem controle político - do Legislativo - em 24 horas o Se o Legislativo estiver em recesso: convocação extraordinária em 24 horas x OBS - Prover execução de lei federal, de ordem ou decisão judicial federal - Observar os princípios sensíveis da CF - Observar os princípios sensíveis da CE estadual - Prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial o Nesses casos, o decreto somente suspenderá o ato impugnado (e não sofre controle político do CN) Caso essa medida não seja suficiente, aí sim decreta-se a intervenção e há controle do CN CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 43 1. HIPÓTESES DE ADI INTERVENTIVA Pronto. Agora que já revisamos a intervenção, vamos para a ADI Interventiva. Conforme observado no primeiro esquema, a intervenção federal pode ser de vários tipos. Na intervenção provocada por requisição, será necessário que o STF dê provimento a ADI Interventiva em dois casos: a) Para prover execução de lei federal ou b) Para prover a observância dos princípios sensíveis da CF Assim, nesses dois casos, antes que o STF requisite a intervenção federal ao Presidente da República, deve tramitar a ADI interventiva para se ter certeza de que a Constituição está sendo descumprida e que a intervenção é necessária. Observando agora os casos de intervenção estadual, antes que ela ocorra, é necessário que o Tribunal de Justiça Estadual dê provimento a uma ADI Interventiva estadual nas seguintes situações: a) Prover execução de lei, ordem ou decisão judicial b) Ofensa aos princípios indicados na Constituição Estadual Esquematizando: - Federal - Recusa à execução de lei FEDERAL (Ação de executoriedade de lei) - Ofensa aos PRINCÍPIOS SENSÍVEIS da CF - Estadual - Prover execução de lei, ordem ou decisão judicial - Ofensa aos princípios indicados na CE - Lei ou ato normativo - Omissão ou incapacidade das autoridades locais - Ato governamental (administrativo) O b je to d a A D I In te rv en ti va PGR PGJ CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 44 2. LEGITIMIDADE ATIVA DA ADI INTERVENTIVA A Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva é a única ação do controle concentrado que possui legitimados diferentes: SOMENTE quem pode propor uma Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva federal é o Procurador-Geral da República. Igualmente, em âmbito estadual, essa ação é exclusiva do Procurador-Geral de Justiça. Essas duas figuras possuem autonomia e discricionariedade para ajuizar ou não a ADI Interventiva. 3. COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DA ADI INTERVENTIVA Como já dito, mas para frisar novamente, a ADI Interventiva faz controle concentrado de constitucionalidade, assim, somente quem pode julgá-la é o Supremo Tribunal Federal, caso o parâmetro seja a Constituição Federal e o Tribunal de Justiça Estadual, caso o parâmetro seja a Constituição Estadual. 4. PROCEDIMENTO Observe o passo a passo: 1) O PGR propõe a ADI Interventiva ao STF. 2) O STF julga a ADI interventiva por maioria absoluta, cabendo pedido de liminar. 3) Caso seja julgada procedente a ação, o STF requisita que o Presidente da República decrete a intervenção no prazo improrrogável de até 15 dias (Lei 12.562/11 art. 11). Observe que a decisão do STF é irrecorrível (Lei 12.562/11 art. 12) e que o Judiciário não anula o ato ou decreta a intervenção. Ele apenas requisita a intervenção ao Presidente da República. 4) O Presidente da República pode, primeiramente, suspender a execução do ato impugnado por meio de um decreto. Se esta medida for suficiente para restabelecer a normalidade, não há apreciação do Congresso Nacional (art. 36 §3º). 5) Se a suspensão do ato impugnado não for suficiente, o Presidente da República decreta a intervenção, especificando a amplitude, prazo, CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 45 condições de execução e interventor, se couber. Nesse segundo caso, há o controle político do Congresso Nacional em 24 horas. Caso o Congresso esteja em recesso, haverá convocação extraordinária em 24 horas. 5. INTERVENÇÃO ESTADUAL No caso da intervenção estadual, funciona da mesma forma, mas trocam-se as figuras federais pelas estaduais (Presidente da República por Governador, PGR por PGJ, etc.). Observe que a decisão estadual é dotada de caráter Político- Administrativo. Assim, não cabe recurso ao STF da decisão da ADI Interventiva estadual. Observe a súmula 637 do STF: Súmula 637 STF - Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere pedido de intervenção estadual em município. Esquematizando: CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 46 x Legitimidade EXCLUSIVA - PGR (Federal) - PGJ (Estadual)x Possui total autonomia e discricionariedade para ajuizar ou não a ADI Interventiva x Competência - STF (Federal) - TJ (Estadual)x Procedimento da ADI Interventiva (Federal) a) PGR propõe a ADI Interventiva b) STF julga a ADI Interventiva c) Caso seja julgada procedente a ação, o STF requisita que o PR decrete a intervenção no prazo improrrogável de até 15 dias (Lei 12.562/11 art. 11)x Decisão do STF é irrecorrível (Lei 12.562/11 art. 12)x O Judiciário não anula o ato ou decreta a intervençãox Declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade d) O PR 1o - Suspende a execução do ato impugnado por decretox Se esta medida for suficiente, não há apreciação do CN (art. 36 §30)x Se não adiantar... 2o - Se a suspensão do ato impugnado não for suficiente, o P decreta a Intervenção, especificando a - Amplitude - Prazo - Condições de execução - Interventor, se couberx Nesse 2o caso, há o controle político do CN em 24 horasx Se estiver em recesso – convocação extraordinária em 24 horas Intervenção Estadual: o Mesmo procedimento: troca PR por Governador, STF por TJEst e CN por Assembleia Legislativa o Dotada de caráter Político-Administrativo: Não cabe recurso ao STF o Súmula 637 STF - Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de TJ que defere pedido de intervenção estadual em município.x Quórum: MAx Cabe liminar em ADI Interventiva (lei 12.562/11, art. 5º)x OBS: o Judiciário - Não decreta intervenção – é ato exclusivo do PR - Apenas declara que o ente - Desrespeitou princípios - Negou-se a executar lei Federal o Existem casos em que a intervenção é facultativa (vide art. 34 e 35), mas nesse (ADI Interventiva) ela é OBRIGATÓRIA CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJDFT PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 47 EXERCÍCIOS 46. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Promotor de Justiça) Julgada procedente a ADI interventiva, o STF deve comunicar a decisão aos órgãos do poder público e solicitar a intervenção ao presidente da República, que avaliará a conveniência e a oportunidade de se expedir decreto de intervenção. Na ADI interventiva, o Presidente da República não tem escolha. O STF requisitará a decretação. Essa “requisição” deve ser interpretada como “ordem”. Gabarito: Errado. 47. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Promotor de Justiça) O procurador-geral da República tem atribuição para propor ADI interventiva contra município para assegurar a observância dos princípios constitucionais sensíveis previstos na respectiva constituição estadual. Esse papel não é do Procurador-Geral da República, e sim do Procurador-Geral do Estado. Observe que a intervenção é de um Estado em um de seus municípios, e não da União em um Estado. Lembre-se: - União intervém - nos Estados - Federal - no DF - nos municípios localizados nos Territórios - A União NÃO pode intervir nos municípios dos Estados - Estadual – o estado pode intervir em SEUS municípios Gabarito: Errado. 48. (FCC - 2010 - SEFAZ-SP - Analista) O controle abstrato em face da Constituição Federal da República Federativa do Brasil
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