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Abandono Afetivo dos pais idosos

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FACULDADES INTEGRADAS DO NORTE DE MINAS — FUNORTE 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
ABANDONO AFETIVO DOS PAIS IDOSOS: UMA ANÁLISE AO DIREITO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL FUNDAMENTADO NO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA E NO ESTATUTO DO IDOSO 
JANÁRIA BATISTA PEREIRA
DAYANE FERREIRA SILVA
MONTES CLAROS — MG
2019
ABANDONO AFETIVO DOS PAIS IDOSOS: UMA ANÁLISE AO DIREITO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL FUNDAMENTADO NO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA E NO ESTATUTO DO IDOSO 
Janária Batista Pereira
Dayane Ferreira Silva
Objetivo: O objeto deste artigo é a discussão da possibilidade de responsabilização civil por danos morais decorrente de abandono afetivo nas relações entre pais idosos e filhos. Analisar-se-á a controvérsia trazendo à esfera jurídica, explicitando os obstáculos para uma possível condenação de natureza indenizatória. O abandono afetivo é bastante discutido no Direito da Família, o abandono do Idoso é assunto que sem dúvida merece atenção especial no âmbito jurídico, uma vez que tem sido esta a única solução para resolver os conflitos existentes entre os Idosos e seus entes queridos. Metodologia: Trata-se de pesquisa qualitativa, realizada por meio de método dedutivo e de procedimento técnico bibliográfico e documental e foi realizado baseado em análise de doutrinas, artigos e legislações pertinentes ao tema. Resultados e Discussão: a proteção ao idoso tem respaldo legal na própria Constituição Federal de 1988, que tem como fundamentos a dignidade da pessoa humana e a regulamentação do cuidar, sendo este um dever dos membros familiares, decorrentes dos princípios da solidariedade e afetividade, bem como também encontra amparo legal na Lei nº 10.741 de 1º de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso), assim como, em entendimentos jurisprudenciais, o afeto como dever jurídico, a responsabilidade civil no âmbito familiar e os danos morais decorrentes disso. Considerações Finais: conclui-se, portanto, que é admissível responsabilizar civilmente o filho que abandona afetivamente o pai idoso, independentemente de legislação expressa, tendo em vista que a prática do abandono trás danos irreparáveis para vítima, caracterizando ato ilícito, tornando-o concebível dever de indenizar.
Palavras-chave: Abandono Afetivo. Dano Moral. Dignidade da Pessoa Humana. Idoso. Responsabilidade Civil.
 Objective: The objective of this article is the discussion of the possibility of civil liability for moral damages resulting from affective abandonment in the relationships between elderly parents and children. The controversy will be analyzed bringing to the legal sphere, explaining the obstacles to a possible condemnation of an indemnity nature. The abandonment of affection is much discussed in Family Law, the abandonment of the Elderly is a subject that undoubtedly deserves special attention in the juridical field, since this has been the only solution to resolve the conflicts between the Elderly and their loved ones. Methodology: This is a qualitative research, carried out by means of a deductive method and a technical bibliographical and documentary procedure, and was carried out based on an analysis of doctrines, articles and legislation pertinent to the theme. Results and Discussion: the protection of the elderly has legal support in the Federal Constitution of 1988, which is based on the dignity of the human person and the regulation of care, which is a duty of family members, arising from the principles of solidarity and affection, and as well as legal protection under Law No. 10,741 of October 1, 2003 (Statute of the Elderly), as well as, in jurisprudential understandings, affect as a legal duty, civil liability in the family and moral damages arising therefrom. Concluding Remarks: It is therefore concluded that it is permissible to hold a civil responsibility for the child who affectively abandons the elderly father, regardless of express legislation, given that the practice of abandonment brings irreparable damage to the victim, characterizing an unlawful act, making it conceivable duty to indemnify
Keywords: Affective abandonment. Moral damage. Dignity of human person. Old man. Civil responsability.
�
INTRODUÇÃO�
	O abandono afetivo inverso, elencado no Direito de Família, busca resguardar e reparar os danos sofridos pelos idosos ao avançar da idade, neste contexto os danos cometidos pelos seus filhos. Já se tem muitas discussões acerca do abandono afetivo comum, mas pouco foi retratado sobre “abandono afetivo inverso aos pais idosos”, devido a atual realidade brasileira acerca do crescente número de casos de abandono afetivo do Idoso. É de suma importância que seja estudado os direitos dos mesmos no âmbito jurídico, visando garantir que o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, assegurado pela Constituição da República Federativa do Brasil – CRFB de 1988 e também pela Lei 10.741, de 1º de outubro de 2003, não seja violado (FERREIRA, 2015).
	O Estatuto do Idoso conceitua que idoso é toda pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos (BRASIL, 2003), e a CRFB de 1988, em seu artigo 229, aponta claramente sua preocupação com os idosos, retratando a responsabilidade que os pais têm perante os filhos menores em criá-los e educá-los, e que, quando os seus pais chegarem à velhice, esses mesmos filhos tem o dever de amparar seus pais (CANDIA, 2017).
	E reforçando ainda o tema, o artigo 230 da Constituição Federal de 1988 dispõe sobre o dever que a família, a sociedade e o Estado têm em amparar os idosos, garantido a eles sua participação na comunidade, defendendo seu direito a dignidade e o direito à vida (CANDIA, 2017).
	O Estatuto do Idoso veio para reforçar todos os direitos expostos na Constituição Federal de 1988 sobre a obrigação de cuidado, conforme seu artigo 3º: 
Artigo 3º. É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária (BRASIL, 2003).
	Assim, o Idoso tem todos seus direitos resguardados nos institutos acima mencionados, cabendo a todos citados, em especial a família, cuidarem dos mesmos. O seio familiar leva a construir o alicerce necessário para crescer como indivíduos íntegros, e não se deve deixar de prestar assistência a quem esteve presente no começo da vida, ensinando a vencer os primeiros obstáculos, muito menos abandoná-los, e caso ocorra qualquer violação ou descumprimento a essas garantias asseguradas, poderá ocorrer punição na forma da lei penal e civil (KARAM, 2012).
	Agindo de tal maneira estão estes filhos, infligindo na aplicabilidade do princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, que está exposto pela CRFB de 1988, em seu inciso III do artigo 1º, sendo este um dos princípios fundamentais da República e um dos mais importantes (BRASIL, 1988).
	Como forma de reparação por ter sido privado da convivência familiar e por não ter sido amparado em um momento frágil de sua vida, e em decorrência dos efeitos do desamparo familiar a indenização por dano moral, portanto visa compensar o idoso pelo que foi sofrido. Embora o valor pecuniário não substitua esse direito do idoso abandonado, a finalidade é apenas de reparar os danos emocionais sofridos por ele (RASOTO, 2016). 
	Dentre as decisões dos tribunais brasileiros, está o abandono afetivo de filhos contra pais, os casos em relação ao abandono afetivo inverso são raríssimos, talvez por medo, insegurança ou até mesmo por ocasionar tristeza, pois não é fácil denunciar aqueles que deveriam os proteger (KARAM, 2012).
	Diante do exposto, o artigo tem como objetivo geral analisar a possibilidade de reparar e responsabilizar civilmente o dano causado pelo abandono afetivo inverso dos filhos para com seus pais, enquanto idosos, sofrido no âmbito familiar. Elencaram-se como objetivos específicosno presente artigo : pontuar quais as consequências do abandono afetivo para os idosos e como as relações familiares impactam no abandono afetivo dos idosos , buscou-se, no mundo jurídico para reparar a questão do abandono afetivo inverso, no qual a questão a ser discutida é o possível direito de indenização por danos morais dentro desse contexto. 
	Para atingir os objetivos propostos, teve como metodologia uma pesquisa qualitativa, realizada por meio de método dedutivo e de procedimento técnico bibliográfico e documental e foi realizado com análise de doutrinas, artigos e legislações pertinentes ao tema. 
	No que se refere a estrutura do artigo científico, o mesmo foi divido em seções. Na primeira seção, apresenta-se a repercussão jurídica do abandono afetivo inverso; em seguida, aborda questões sobre a real aplicabilidade do princípio constitucional da dignidade da pessoa humana e do Estatuto do Idoso e, por último, analisa-se a possibilidade de indenização por dano moral, fundamentado no princípio da dignidade da pessoa humana e no Estatuto do Idoso, com base nas decisões dos tribunais atuais.
A REPERCUSSÃO JURÍDICA DECORRENTE DO ABANDONO INVERSO
O termo Idoso, muitas vezes, é utilizado ou associado a conotações negativas, como velho e decadente, atribuídas pela sociedade contemporânea marcada por tabus de juventude. Dessa forma, a sociedade muitas vezes esquece que a idade não é sinônimo de incapacidade, e sim de amadurecimento, experiências que podem ser compartilhadas com os mais jovens, que se julgam mais ativos que os Idosos (VIEGAS; BARROS, 2016). 
O Estatuto do Idoso visa assegurar e resguardar os direitos da pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. O Idoso, no ordenamento jurídico brasileiro, consiste em um tema que, após a criação do Estatuto do Idoso, deve ser tratado com mais cautela, pois, com a criação dessa legislação, se nota um grande avanço aos direitos dessa população acima de 60 anos. A referida lei aborda sobre as garantias e os direitos fundamentais dessa faixa etária, incluindo os direitos à Liberdade, Respeito e Dignidade, Saúde, Habitação, Transporte, Proteção, Atendimento, Acesso à Justiça, e, Crimes (ARGOLO; FURTADO, 2013).
Segundo algumas reflexões sobre a velhice, a partir de sua condição de velho, para que o velho seja mais compreendido e ganhe espaços efetivos em nossa sociedade, precisa-se continuar fomentando discussões e criando espaços propícios para que o envelhecimento seja pensado e encarado adequadamente como a irreversibilidade do envelhecimento biológico. A finitude da vida é sem volta: inicia com sinais silenciosos, mas visíveis, como os esquecimentos, a lentidão de movimentos físicos, mas é possível resistir à sua aceleração, quando menciona-se “Ainda estou aqui”, e classifica a velhice sob três perspectivas (BOBBIO, 1997 apud BRAGA, 2011).
O cronológico define como idoso a pessoa que tem mais idade do que um certo limite preestabelecido. Por se tratar de um critério objetivo, de facílima verificação concreta, geralmente é adotado pelas legislações, como, por exemplo, a que trata da aposentadoria por idade [...] Pelo critério psicobiológico deve-se buscar uma avaliação individualizada da pessoa, ou seja, seu condicionamento psicológico e fisiológico, logo, importante não é a sua faixa etária, mas sim as condições físicas em que está o seu organismo e as condições psíquicas de sua mente [...] O critério econômico-social considera como fator prioritário e fundamental, uma visão abrangente do patamar social e econômico da pessoa, partindo-se sempre da ideia de que o hipossuficiente precisa de maior proteção se comparado ao autossuficiente (BOBBIO, 1997 apud BRAGA, 2011,p.3).
O conceito de idade cronológica, tal como aplicado à compreensão dos processos de desenvolvimento humano, é uma variável importante na compreensão dessas transformações do envelhecimento, não por ser, em si, uma variável causal, mas por resumir e servir como um indicador para um conjunto de mudanças esperadas em determinado ponto do ciclo vital (NERI, 2000). 
Juntamente com indicadores sociodemográficos como, por exemplo, a variável gênero, aponta para alterações comportamentais e indica a influência da socialização e do desenvolvimento psicológico compartilhados por indivíduos de uma mesma idade. A idade cronológica também serve às sociedades como forma de estruturar os cursos de vida dos indivíduos e sociedades em fases distintas, para as quais se destinam diferentes investimentos, direitos, deveres, expectativas comportamentais, funcionais e produtivas (DEBERT, 2004).
Representando uma parcela significativa da população brasileira, a situação do Idoso não deve deixar de ser retratada, haja vista que o Brasil já não é mais considerado um país de jovens, pois está em acelerado processo de envelhecimento, isso devido a melhor qualidade de vida, em que as pessoas estão se tornando mais duradouras (BERTOLIN; VIECILI, 2014). 
Segundo levantamento realizado pelo Ministério da Saúde em 2016, o Brasil é o país que possuía a quinta maior população idosa do mundo, e com o passar dos anos esse índice tende somente a crescer (BRASIL, 2016).
Em 2018, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizou uma pesquisa de projeção da população brasileira. O gráfico abaixo apresenta a projeção por sexo e idade da população brasileira até 2060:
Figura 1: Pirâmides Etárias Absolutas.
Fonte: IBGE (2018).
De acordo com o gráfico acima, o índice de população idosa até 2060 chegará a um quarto da população brasileira, que atualmente é de 208,4 milhões de habitantes. A população brasileira manteve a tendência de envelhecimento dos últimos anos e ganhou 4,8 milhões de idosos desde 2012, superando a marca dos 30,2 milhões em 2017, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua — Características dos Moradores e Domicílios, divulgada em 24 de julho de 2018. Em 2012, a população com 60 anos ou mais era de 25,4 milhões. Os 4,8 milhões de novos idosos em seis anos correspondem a um crescimento de 18% desse grupo etário, que tem se tornado cada vez mais representativo no Brasil. As mulheres são maioria expressiva nesse grupo, com 16,9 milhões (56% dos Idosos), enquanto os homens Idosos são 13,3 milhões (44% do grupo) (IBGE, 2018).
Em todos os países, o envelhecimento populacional vem colocando em alerta não só os estudiosos da questão, mas também governantes, pois como será a economia mundial se cada vez menos trabalhadores passam a existir e surgem cada vez mais pessoas idosas para serem sustentadas — com a menor produção, ocasionam também mais despesas para os órgãos previdenciários (FILLIPO, 2011).
Sobre o aspecto do envelhecimento da população brasileira, torna-se importante destacar que:
Não há, portanto, como se furtar a essa nova realidade brasileira. E para garantir que o nosso povo envelheça com dignidade, mister se faz que a família, a sociedade e o Estado passem a enxergar a pessoa idosa como sujeito de direitos que é, sendo imprescindível que este último desenvolva, inclusive, políticas públicas para atender às necessidades do Idoso, preservando-lhe a dignidade e proporcionando um envelhecimento saudável, onde ele possa sentir-se respeitado e valorizado como ser humano (BEZERRA, 2008, s.p).
Como a população idosa vem crescendo, o envelhecimento tem despertado a atenção da esfera jurídica, notadamente, para os problemas que a terceira idade tenta superar, entre elas a situação de decadência, maus tratos e abandono que centenas deles passam no Brasil (VIEGAS; BARROS, 2016). 
Os Idosos começaram a configurar uma parcela significativa da população. Mesmo com legislação os protegendo, ainda existe muito desrespeito aos direitos dos Idosos em relação à lei. Esses direitos ainda não estão sendo cumpridos na vida de muitos Idosos (SCHIO, 2012).
A Ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República no período de 2011 a 2014, Maria do Rosário, em um debate durante audiência pública daComissão de Direitos Humanos, comentou os fatos preocupantes acerca da discriminação contra os Idosos:
O envelhecimento é uma das principais conquistas da Humanidade e, por isso, não pode ser visto como peso para o governo e para as famílias, mas como uma conquista, um produto do avanço nas políticas públicas. A exploração econômica, a violência com os Idosos e o abandono afetivo são questões que preocupam (BRASIL, 2012, s.p, grifo nosso).
O abandono afetivo acontece quando se cria uma expectativa de afeto, quando o indivíduo acredita que será mantido de maneira calorosa pelo núcleo de convivência e acaba sofrendo o impacto do descaso (SIMÃO, 2016). 
Em 2013, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República publicou um manual sobre a pessoa idosa, intitulado “Manual de enfrentamento à violência contra a pessoa idosa. É possível prevenir. É necessário superar”. De acordo com esse manual, o abandono é uma das maneiras mais desumanas de violência contra o Idoso, conforme constatado por órgãos públicos. As queixas relatadas vão desde de serem tirados das suas casas contra sua vontade, como serem conduzidos a instituições de amparo sem o devido consentimento ou até mesmo privados da vivência familiar, deixados em um quartinho isolado nas residências de seus familiares. Assim, os abandonados muitas vezes são privados de saúde, chegando a ficarem doentes e, em alguns casos, sujeitos a morte (BRASIL, 2013).
É na família que o Idoso espera encontrar apoio e a atenção necessária quando precisar, acreditando que a mesma lhe dará o suporte para manter-se protegido nos anos finais da sua vida, mas infelizmente nem todos os Idosos encontram esse conforto no seio familiar, enfrentando a dura realidade na qual precisam da intervenção do Ministério Público para buscar por meio da lei esse amparo (BERTOLIN; VIECILI, 2014).
O Desembargador e Diretor Nacional do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), Jones Figueiredo Alves, ao conceder entrevista ao referido instituto, em 16 de julho de 2013, conceitua o abandono afetivo inverso como: 
[...] a inação de afeto, ou mais precisamente, a não permanência do cuidar, dos filhos para com os genitores, de regra Idosos, quando o cuidado tem o seu valor jurídico imaterial servindo de base fundante para o estabelecimento da solidariedade familiar e da segurança afetiva da família (IBDFAM, 2013, s.p).
O abandono afetivo inverso pode ser definido como a falta de cuidados e atenção dos filhos adultos para com os genitores Idosos, impedindo assim uma velhice com qualidade. Com a ausência de afeto, o dano causado ao Idoso é imensurável, pois toda essa falta de carinho e atenção vem justamente daqueles que eles jamais imaginariam não ter afeto, que são seus familiares (SIMÃO, 2016).
Foi a CRFB de 1988 que deu um maior destaque para as pessoas idosas, englobando os direitos e garantias fundamentais, como o princípio da dignidade humana, entre outros, e criou os artigos 229 e 230, que descrevem especialmente o dever do amparo a essas pessoas. “Art. 229 — Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade”. O artigo 230 da CRFB de 1988 corrobora ainda nessa perspectiva ao dispor sobre o dever que a família, a sociedade e o Estado têm em amparar os Idosos, garantido a eles sua participação na comunidade, defendendo seu direito a dignidade e o direito à vida (BRASIL, 1998). 
Os mencionados dispositivos são normas de aplicabilidade imediata, calcada nos princípios da solidariedade, afetividade, dignidade da pessoa humana e da proteção integral, o que, em tese, dispensaria outra regulamentação no âmbito jurídico. Não se trata, portanto, de mera faculdade atentar-se para as necessidades do idoso, mas sim um dever que a família, a sociedade e o Estado estão destinados a cumprir, sob pena de responder civilmente pela omissão (CANDIA, 2017).
O Estatuto do Idoso outorga ao Estado, primeiramente, a proteção à vida e saúde do Idoso mediante políticas públicas, em seu art. 9º: “É obrigação do Estado garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade” (BRASIL, 2003).
Para que sejam cumpridos os direitos do Idoso, o Estado elege o Ministério Público como um dos instrumentos da sociedade, assim o mesmo pode determinar muitas outras medidas como citado no Art.74 do Estatuto (SHIO, 2012).
 
Art. 74. Compete ao Ministério Público: I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos direitos e interesses difusos ou coletivos, individuais indisponíveis e individuais homogêneos do Idoso; 27 II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de interdição total ou parcial, de designação de curador especial, em circunstâncias que justifiquem a medida e oficiar em todos os feitos em que se discutam os direitos de Idosos em condições de risco; III – atuar como substituto processual do Idoso em situação de risco, conforme o disposto no art. 43 desta Lei; IV – promover a revogação de instrumento procuratório do Idoso, nas hipóteses previstas no art. 43 desta Lei, quando necessário ou o interesse público justificar; V – instaurar procedimento administrativo e, para instruí-lo: a) expedir notificações, colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de não comparecimento injustificado da pessoa notificada, requisitar condução coercitiva, inclusive pela Polícia Civil ou Militar; b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades municipais, estaduais e federais, da administração direta e indireta, bem como promover inspeções e diligências investigatórias; c) requisitar informações e documentos particulares de instituições privadas; VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, para a apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção ao Idoso; VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados ao Idoso, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis; VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias à remoção de irregularidades porventura verificadas; IX – requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços de saúde, educacionais e de assistência social, públicos, para o desempenho de suas atribuições; X – referendar transações envolvendo interesses e direitos dos Idosos previstos nesta Lei ( BRASIL, 2003). 
É possível verificar que, após a CRFB de 1988, o idoso passou a ser tratado, ainda que de forma incipiente, com um pouco mais de visibilidade, tanto que foi necessário o Estatuto do Idoso para que regulamentasse a previsão constitucional e garantisse uma ampla gama de direitos. O cuidado com estas pessoas é algo que deve ser cada dia mais valorado, uma vez que é o necessário para uma vida saudável e sem transtornos (SARLET, 2011).
Define-se que o envelhecimento é um processo natural, que todo ser humano está submetido, sendo necessário ter qualidade de vida nesse processo biológico, físico e emocional. Diante das transformações no decorrer da trajetória de vida do idoso, delimitam obstáculos que antes pareciam corriqueiros, mas, infelizmente, passaram a ser difíceis de transpor. É especialmente nessa fase da vida que se faz necessário o amparo familiar e o respeito das garantias impostas pela legislação.
APLICABILIDADE DO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E O ESTATUTO DO IDOSO 
Os princípios constitucionais são regras que explicam os procedimentos essenciais da Lei Fundamental, ou seja, da CRFB de 1988, bem como intervém em toda a sua compreensão e aplicação (SIMÃO, 2016).
Os princípios constitucionais são aqueles que conservam os valores fundamentais da ordem jurídica, somente ocorrendo na medida em que estes nãoobjetivam satisfazer situações específicas, mas sim desejam investir a sua força sobre todo o mundo jurídico (BASTOS, 2001). 
Diante da atenção especial que deve ter os princípios constitucionais, vale destacar o seu conceito: 
Os princípios constitucionais são as normas eleitas pelo constituinte como fundamentos ou qualificações essenciais da ordem jurídica que institui. A atividade de interpretação da constituição deve começar pela identificação do princípio maior que rege o tema a ser apreciado, descendo do mais genérico ao mais específico, até chegar à formulação da regra concreta que vai reger a espécie [...] Em toda ordem jurídica existem valores superiores e diretrizes fundamentais que ‘costuram’ suas diferentes partes. Os princípios constitucionais consubstanciam as premissas básicas de uma dada ordem jurídica, irradiando-se por todo o sistema. Eles indicam o ponto de partida e os caminhos a serem percorridos (BARROSO,1999, p. 147). 
Ao longo dos anos, a família passou por uma enorme evolução, fazendo com que o direito tivesse que se adequar a uma nova realidade familiar. Desta forma, a CRFB de 1988 dedicou um capitulo voltado a família, a criança, ao adolescente e ao Idoso (Capitulo VII, do Titulo VIII). Assim, princípios constitucionais passaram orientar as relações familiares, havendo uma constitucionalização do direito de família. Dentre os princípios constitucionais do direito de família, merecem atenção diferenciada os seguintes princípios: dignidade da pessoa humana; solidariedade; e afetividade (BRASIL, 1988). Esses princípios são essenciais na garantia de direitos aos Idosos. Deste modo, torna-se crucial adentrar acerca do conceito desses princípios.
Princípio da Afetividade 
O Princípio da Solidariedade e da Afetividade se definem como direito e deveres mútuos entre a família, e merecerem ser amparados e tutelados, buscando, assim, um desenvolvimento digno da família e de seus componentes (SIMÃO, 2016).
A Afetividade é apenas um entre outros princípios constitucionais do direito de família, estando, inclusive, ainda que de forma intrínseca, atrelado ao da dignidade da pessoa humana, tal qual é a fonte de todas as regras, fato que confere atenção imperiosa no momento de aplicação da lei, não podendo, portanto, ser ignorado. Dessa forma: 
[...] Mesmo com a falta de sua previsão expressa na legislação, a sensibilidade dos juristas demonstra que a afetividade é um princípio implícito do nosso sistema. “A partir das normas, da doutrina, da jurisprudência, dos costumes, e de aspectos econômicos, políticos e sociais, os princípios jurídicos” são concebidos como abstrações efetuadas pelos intérpretes (SOUZA, 2016, p30). 
O afeto é um dos elementos da família, sendo a afetividade o princípio que se faz presente na Constituição, e resulta do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, da Solidariedade, e ainda é entrelaçado com o da Convivência Familiar e o da Igualdade entre os cônjuges (DIAS, 2010).
Ao contextualizar esse princípio, verifica-se que:
“A afetividade é construção cultural, que se dá na convivência, sem interesses materiais, que apenas secundariamente emergem quando ela se extingue. Revela-se em ambiente de solidariedade e responsabilidade”. Como todo princípio, ostenta fraca densidade semântica, que se determina pela mediação concretizadora do intérprete, ante cada situação real. Pode ser assim traduzido: onde houver uma relação ou comunidade unidas por laços de afetividade, sendo estas suas causas originárias e final, haverá família. Afetividade é necessariamente presumida nas relações entre pais e filhos, ainda que na realidade da vida seja malferida, porque esse tipo de parentesco jamais se extingue (LOBO, 2009, p. 45).
 O afeto é resultado de todas as evoluções e mudanças que ocorreram no âmbito familiar nos últimos anos, e limita significativas doutrinas e jurisprudências do direito de família. Independentemente de os laços familiares serem biológicos ou não, são válidos e regidos pelo Princípio da Afetividade (DIAS, 2010).
Assim, o afeto, juntamente com o respeito, a vontade de seguir juntos e o tratamento igualitário, funcionam hoje como o elo entre os componentes de uma família, sua verdadeira e própria mola propulsora. Daí a necessidade de compreender este tema e sua importância na atualidade, a partir da percepção de que este possui um valor jurídico (PEREIRA, 2009).
Princípio da Solidariedade Familiar
O Princípio da Solidariedade Familiar está previsto no artigo 3º, inciso I, da CRFB de 1988, que dispõe que a sociedade brasileira deve ser livre, justa e solidária. A palavra “solidariedade”, em sua origem, traz uma ideia de benevolência, de ajuda ao próximo (BRASIL, 1988).
No âmbito do Direito, todavia, o termo está, em regra, atrelado a uma responsabilidade geral, que se aplica a todos os cidadãos. Deste modo, observa-se que:
O princípio jurídico da solidariedade é superação do individualismo jurídico, que por sua vez é a superação do modo de pensar e viver a sociedade a partir do predomínio dos interesses individuais, que marcou os primeiros séculos da modernidade, com reflexos até a atualidade (LOBO, 2008, p. 63).
O Princípio da Solidariedade está ligado a uma ideia de coletividade. A pessoa, na análise deste princípio, deve ser observada como parte de uma comunidade, e não como um ser avulso. Antigamente, o indivíduo era visto apenas como uma parte de uma esfera social (SARLET, 2011).
Hoje, todavia, como já exposto no trabalho, o foco é na pessoa de forma individualizada, mas ainda dentro de uma sociedade, devendo existir, sempre, o respeito mútuo entre os cidadãos. O princípio repercute nas relações familiares, pois a solidariedade também é exigida nos relacionamentos pessoais. A família, considerada a partir dos vínculos afetivos, portanto, sempre terá alguma ligação com o referido princípio, eis que se relaciona de diversas formas no dia-a-dia (SARLET, 2011).
A solidariedade se traduziria em o que cada pessoa deve ao outro, ou seja, um auxílio mútuo entre os membros que compõe a família. Cada integrante terá, desta forma, direitos e deveres em relação aos outros membros, objetivando sempre a melhor forma de consolidar a dignidade de seu familiar (DIAS, 2013).
O princípio se traduz no dever imposto à sociedade, à família (aqui considerada tanto como entidade e como na pessoa de cada um de seus membros) e ao Estado, de proteção ao grupo familiar, ao Idoso e à criança e ao adolescente, conforme Arts. 226, 227 e 230 da CRFB de 1988. Não é, portanto, um direito exclusivo dos membros de uma entidade familiar. O próprio Estado tem a obrigação de oferecer formas de proteger, em especial, os vulneráveis, como ocorre com os Idosos ou Crianças/Adolescentes (LOBO, 2008).
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana
O Princípio da Dignidade da Pessoa Humana tem como principal objetivo colocar o ser humano no centro da organização, sendo vedada a utilização de outro referencial. Sendo assim, é um fundamento constitucional previsto no art. 1º, inc. III, da CRFB de 1988 devendo, portanto, ser reconhecido, respeitado, protegido, sendo vedado sua retirada, visto que é inerente a cada ser humano (BRASIL, 1988).
 Tal princípio é considerado o mais universal de todos os princípios, sendo classificado como macroprincípio, do qual emanam os demais. Nesse sentido: 
“A preocupação com a promoção dos direitos humanos e da justiça social levou o constituinte a consagrar a dignidade da pessoa humana como valor nuclear da ordem constitucional”. Sua essência é difícil de ser capturada em palavras, mas incide sobre uma infinidade de situações que dificilmente se consegue elencar de antemão. Talvez possa ser identificado como sendo o princípio de manifestação primeira dos valores constitucionais, carregado de sentimentos e emoções. É impossível uma compreensão totalmente intelectual e, em face dos outros princípios, também é sentido e experimentado no plano dos afetos (DIAS, 2014, p. 65).
O Princípio da Dignidade da Pessoa Humana é o soberanodos princípios, compreendendo todas as coisas. Ele não exibe apenas um limite à atuação do Estado, evitando de praticar atos que atentem contra a dignidade da pessoa, mas estabelece um norte para a sua ação positiva, ele impulsiona essa dignidade por meio de atuação ativa, garantindo uma qualidade de vida para a dignidade de cada ser humano (MIOTTI, 2014). 
Muitos doutrinadores discutem sobre esse princípio que se irradia por toda ordem jurídica. Dizem que é no valor da dignidade da pessoa humana que a ordem jurídica encontra seu próprio sentido, sendo seu ponto de partida e seu ponto de chegada, na tarefa de interpretação normativa e consideram a dignidade da pessoa humana como verdadeiro superprincípio a orientar o Direito (PIOVESAN, 2014).
Fernandes conceitua do seguinte modo:
A dignidade da pessoa humana (art. 1º, III da CR/88) é erigida à condição de meta-princípio (sic). Por isso mesmo,” esta irradia valores e vetores de interpretação para todos os demais direitos fundamentais”, exigindo que a figura humana receba sempre um tratamento moral condizente e igualitário, sempre tratando cada pessoa como fim em si mesma, nunca como meio (coisas) para satisfação de outros interesses ou de interesses de terceiros (FERNANDES, 2015, p.302).
A dignidade da pessoa humana encontra na família o chão adequado para evoluir, a CRFB de 1988 protege os indivíduos independentemente de sua origem, assim: “A multiplicação das entidades familiares preserva e desenvolve as qualidades mais relevantes entre os familiares, o afeto, a solidariedade, a união, o respeito, a confiança, o amor, o projeto de vida comum”, dessa maneira provocando o amplo desenvolvimento pessoal e social de cada associado com base em ideias pluralistas, socialistas, democráticas e humanistas (DIAS, 2009, p. 61). 
O direito à liberdade, ao respeito e à dignidade significa conceder ao Idoso a possibilidade de atuar segundo seu livre-arbítrio, ou seja, realizar seus objetivos segundo sua vontade (FREITAS, 2011). 
No Estatuto do Idoso, é assegurado o direito à liberdade, de respeito e também a dignidade ao Idoso, dessa maneira que no Art. 10 do referido estatuto cita a responsabilidade tanto do Estado e sociedade (SCHIO, 2012):
Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis.
 § 1o O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspectos: I – faculdade de ir vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais; 
II – Opinião e expressão; 
III – crença e culto religioso; 
IV – Prática de esportes e de diversões; 
V – Participação na vida familiar e comunitária; 
VI – Participação na vida política, na forma da lei; 
VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação. 
 § 2o O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, de valores, ideias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais.
 § 3o É dever de todos zelar pela dignidade do Idoso, colocando-o a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor (BRASIL, 2003).
Uma vez entendido que a dignidade da pessoa humana é o que há de mais relevante para sua vida; é o que o diferencia dos demais seres vivos; o que a coloca em uma situação de superioridade diante os demais, resulta que, para a concretização da mesma, deve haver uma ação conjunta entre família, sociedade e Estado, atuando de forma coesa para o atendimento prioritário do bem-estar do Idoso. “Diante disso, pode-se afirmar que a dignidade da pessoa humana é um dos princípios que sustenta a garantia institucional dos direitos do Idoso” (GALINDO 2006, p. 225). 
Proteção ao Idoso: uma análise da Lei 10.741/2003
O Estatuto do Idoso é pautado nos princípios da dignidade da pessoa humana, da solidariedade social e da manutenção dos vínculos familiares. Todos estes princípios buscam garantir e estabelecer melhores condições para a vivência da pessoa idosa (SIMÃO, 2016).
Instituído com Lei 10.741/2003, de 1º de outubro de 2003, o Estatuto do Idoso está dividido em sete títulos, para abordar os direitos implantados para amparar essa população com mais de 60 anos. As garantias do direito do Idoso estão previstas no Estatuto do Idoso, em seu título II, que tratam dos direitos fundamentais (direito à vida, à liberdade, ao respeito e à dignidade; dos alimentos, à saúde; à educação, cultura, esporte e lazer; profissionalização e do trabalho, da previdência social, da assistência social, da habitação, do transporte) (VIEGAS; BARROS, 2016). 
A principal finalidade do Estatuto do Idoso é proteger os Idosos e assegurar que seus direitos sejam efetivados, pois a realidade denota situações de violação de tais direitos, principalmente pelo fato de serem mais vulneráveis. “O Estatuto veio com o objetivo de garantir dignidade ao Idoso”, de dar continuidade ao movimento de universalização da cidadania, levando a esperança de que seus anseios e necessidades estejam de fato garantidos (CIELO; VAZ, 2009, p. 42).
A CRFB de 1988 e o Estatuto do Idoso buscam de maneira organizada proteger a pessoa idosa no Brasil, mas como a legislação muitas vezes não consegue acompanhar a rápida evolução da sociedade, se usa a analogia e também outros dispositivos do ordenamento jurídico para dessa forma buscar uma melhor solução para esses conflitos (SIMÃO, 2016).
A Cartilha dos Diretos das Pessoas Idosas (2010) fala sobre os Princípios, entendidos como “Orientações gerais sobre valores humanos do Estatuto do Idoso” (SAUT, 2005, p.11). É possível destacar alguns:
 a) Princípios:
 - A família, a sociedade e o estado têm o dever de assegurar ao Idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, bem-estar e o direito à vida; 
- O processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral, devendo ser objeto de conhecimento e informação para todos; - O Idoso não deve sofrer discriminação de qualquer natureza; 
- O Idoso deve ser o principal agente e o destinatário das transformações a serem efetivadas através desta política; 
- As diferenças econômicas, sociais, regionais e, particularmente, as contradições entre o meio rural e o urbano do Brasil deverão ser observadas pelos poderes públicos e pela sociedade em geral, na aplicação dessa Lei (BRASIL, 2003).
Ao considerar sobre Política Nacional do Idoso, enfatiza que as Diretrizes que, ora retratada, trata-se de “direcionamentos do Estatuto para a construção de ações dos direitos dos Idosos” (SAUT, 2005, p.11). Expõe-se as principais diretrizes: 
b) Diretrizes:
 - Viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do Idoso, que proporcionem sua integração a demais gerações; 
- Participação do Idoso, através de suas organizações representativas, na formulação, implementação e avaliação das políticas, planos, programas e projetos a serem desenvolvidos;
 - Priorização do atendimento ao Idoso preferencialmente por meio de suas próprias famílias, em oposição atendimento asilar3, à exceção dos Idosos que não possuam condições que garantam sua própria sobrevivência; 
- Descentralização político-administrativa no atendimento ao Idoso; - Capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia4 e na prestação de serviços; - Implementação de sistema de informações que permita a divulgação da política, dos serviços oferecidos, dos planos, programas e projetos em cada nível do governo;
 - Estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais do envelhecimento; 
- Priorização do atendimento ao Idoso em órgãos públicos e privados prestadores de serviços, quando desabrigado e sem família; 
- Apoio a estudos e pesquisas sobre as questõesrelativas ao envelhecimento;
- Proibição de que pessoas doentes que necessitem de assistência médica ou de enfermagem permanente fiquem em instituições asilares de caráter social (BRASIL, 2003).
O Estatuto do Idoso regula também a atuação do Estado na Promoção e Assistência Social, Saúde, Educação, Cultura, Esporte e Lazer, Trabalho e Previdência, Habitação e Urbanismo, Justiça, Transportes Coletivos, Previdência Social, Violência e Abandono (SIMÃO, 2016).
Ao serem analisados os direitos e as garantias oriundos da aprovação do Estatuto do Idoso, apesar de falhas, percebem-se conquistas. Sobre esse ponto de análise, podem-se verificar conquistas nas seguintes áreas:
Amparo à Saúde – a manutenção da saúde dos indivíduos, dentro dos padrões comumente utilizados é dever do Estado, cabendo à União, Estados, Municípios e Distrito Federal, zelar independentemente ou em conjunto, pelo trabalho de prevenção e tratamento.
Educação – o Estatuto do Idoso coloca como obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao Idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à educação. Ou seja, o Poder
Público, em última instância, deverá criar mecanismos para assegurar a educação do Idoso.
Cultura – o direito a cultura assegurado pelo Estatuto também é amplo, pois
compreende diversões, espetáculos, meia-entrada etc. A intenção do legislador foi realmente ampla ao permitir ao Idoso, especialmente com a meia-entrada, maneira mais efetiva de acesso à cultura.
Esporte – o acesso ao esporte é um direito do Idoso, sendo que sua prática deve respeitar as peculiaridades e condições de idade. Assim, as unidades esportivas devem também estar preparadas ao atendimento esportivo e de recreação da população.
Lazer – É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao Idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito ao lazer. O Idoso tem direito ao lazer, diversões, espetáculos, em condições que respeitem sua peculiar condição de idade.
Trabalho – o Estatuto do Idoso assegura o direito ao exercício de atividade profissional, respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas. É proibida a discriminação e a fixação de limite máximo de idade, na admissão do Idoso em qualquer trabalho ou emprego.
Previdência Social – o Estatuto do Idoso determina que os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral da Previdência Social observarão, na sua concessão, critérios de cálculo que preservem o valor real dos salários sobre os quais incidiram contribuição. 
Assistência Social – é garantida a todos e implementada de acordo com normas específicas para cada situação, lembrando-se que a assistência social não se baseia em caridade, mas na promoção da dignidade da pessoa humana visando à sua integração. O Estatuto do Idoso traz disposições específicas acerca da assistência social que será prestada, de forma articulada, conforme os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais normas pertinentes.
Habitação – o Idoso tem direito à moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada.
Acessibilidade – o Estatuto do Idoso garante o direito à vida digna, com eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia de acessibilidades em programas habitacionais públicos ou subsidiados com recursos públicos.
Transporte – o Estatuto do Idoso segue a Constituição e asseguram aos maiores de 65 anos, gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semiurbanos. A gratuidade não vale para os serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares. O Estatuto determina também que nos veículos de transporte coletivo, devem ser reservados 10% dos assentos para os Idosos, devidamente identificados com a placa de reservado preferencialmente para idosos (RULLI NETO, 2003, p.155).
Ao serem analisados todos os direitos e as garantias oriundos da aprovação do Estatuto do Idoso, percebe-se esta legislação como uma conquista. No entanto, mesmo sendo a maior já observada na área do envelhecimento no Brasil, há ainda a necessidade de sua efetiva implantação. Para que isso aconteça, será necessário que todos possam vivê-lo no dia a dia, tratando melhor e com dignidade os cidadãos Idosos, não esperando que o governo ou alguma instituição cuide deles. Somente com ações conjuntas, estando a população envolvida, poder-se-á dar continuidade a este movimento:
Cabe destaque que o Estatuto do Idoso apresenta disposições específicas sobre as políticas para essa população. No entanto, sinaliza para a necessidade de que estas estejam articuladas com as diretrizes previstas na legislação da assistência social e nas políticas de saúde do Idoso do SUS (RULLI NETO, 2003, p. 157).
Portanto, atualmente no Brasil existe amparo legal ao combate à violência contra o Idoso, leis de proteção dos direitos dos mesmos, o que ainda deixa a desejar é a efetivação suficiente das medidas de prevenção por parte do Estado. Deve-se ter uma maior proteção ao Idoso, garantindo-lhes o mínimo de dignidade enquanto pessoa, princípio máximo do Estado Democrático de Direito, ver-se que por parte da sociedade e das famílias há muita omissão na garantias desses direitos, necessitando de medidas eficazes, que atenuem essas violações e que o Idoso passe a gozar verdadeiramente de seus direitos, sem que, para isso, tenha que acionar o Ministério Público, que em muitos casos não consegue chegar a tempo de beneficiar este sujeito (FONSECA, 2003).
Enfim, são muitos os dispositivos do Estatuto que vieram para facilitar a vida do Idoso e instrumentalizar o Ministério Público e o Poder Judiciário na cobrança do cumprimento do dever constitucional. É preciso fazer valer esses dispositivos na vida prática do Idoso. Apesar dos percalços, ainda se espera que o Estatuto do Idoso desperte no cidadão a consciência do valor do Idoso para que, assim, sejam respeitados seus direitos, pois a lei existe, mas se não for efetivada, o Idoso continuará sendo invisível aos olhos da sociedade (NETTO, 2015).
É importante que se diga que o Estatuto do Idoso não irá eliminar instantaneamente de uma vez por todas e para sempre as discriminações e violências praticadas contra os Idosos. O Estatuto apresenta-se apenas como mais uma ferramenta, muito importante, de um processo voltado à construção de um espaço em que a dignidade da pessoa humana ocupe espaço em destaque e eminência (RAMOS, 2013).
O Brasil, apesar de ser um dos países com maior número de normas que regulam os direitos e garantias dos idosos, é também um dos países com maior incidência de condutas que atentam contra esse público. Sendo assim, é de extrema importância que o Estado promova, enquanto um dos garantidores dos idosos, a formulação e implantação de políticas públicas emergenciais, proporcionando, assim, maior dignidade, resguardando seus direitos e garantias no presente e no futuro.
OS JULGAMENTOS E JURISPRUDÊNCIAIS SOBRE O ABANDONO AFETIVO INVERSO E A POSSIBILIDADE DO DANO MORAL 
Como forma de reparação por ter sido privado da convivência familiar e por não ter sido amparado em um momento frágil de sua vida, cabe indenização por dano moral. Portanto, visa compensar o Idoso pelo que foi sofrido, embora o valor pecuniário não substitua esse direito do Idoso abandonado — a finalidade aqui é apenas de reparar os danos emocionais sofridos por ele (RASOTO, 2016).
O artigo 186 do Código Civil de 2002 enfatiza que: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito” (BRASIL, 2002, grifo nosso)
Sobre dano moral, diz que ele alcança o prejudicado como pessoa, não usurpando seu patrimônio, que é uma lesão de bem que integra os direitos da personalidade, como a honra, a dignidade, a intimidade,a imagem, o bom nome, etc., acarretando ao lesionado situações de dores, humilhações e até mesmo tristeza (GONÇALVES, 2010).
Define-se como danos morais os abalos causados na esfera do interesse pessoal, relacionados diretamente aos direitos da personalidade, que de imediato não têm valor econômico (DINIZ, 2005).
O dano moral, em última análise, é uma violação à dignidade humana, a um princípio constitucional. Normalmente, o que fere a “dignidade é a humilhação, o constrangimento, a ofensa, a mágoa”, e quando a jurisprudência optou por fazer decorrer o dano moral desses sentimentos, acertou acerca de sua real natureza jurídica (MORAES, 2009, p. 132).
A maior parte dos Idosos viveu dedicando-se ao trabalho e à família. Acontece que, agora na velhice, exauridos e sem recursos, na canseira e esgotamento do dia a dia, a vida passou e os mesmos gastaram tudo para auxiliar a família, ficando sem saúde, sem planos, precisando até mesmo de um lugar para consumir, limpar-se e dormir (CANOAS, 1985).
Dessa maneira, os danos causados não devem ficar irreparáveis sob a premissa da inexistência do dever jurídico de amar como ato ilícito. Resta, diante da falta de norma expressa ao Poder Judiciário, a análise dos casos concretos envolvendo o abandono afetivo de idosos, norteando os julgamentos a partir da correta compreensão do princípio jurídico da afetividade (MARCO, 2012).
A indenização por dano moral é assegurada no seu art. 5, incisos V e X da CRFB de 1988: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
 [...] 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
 [...] 	
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; (BRASIL, 1988).
O descaso entre pais e filhos é algo que merece punição, pois trata-se abandono moral grave, que precisa merecer severa atuação do Poder Judiciário, para que se preserve não o amor ou a obrigação de amar, porque isso seria impossível, mas caso haja o descumprimento do dever de cuidar, que causa o trauma moral da rejeição e da indiferença, deve-se ter responsabilização (AZEVEDO, 2004).
O desembargador e Diretor nacional do IBDFAM, Jones Figueiredo Alves, explica:
A inação de afeto ou, mais precisamente, a não permanência do cuidar, dos filhos para com os genitores, de regra Idosos. Segundo o diretor, esta falta do cuidar serve de premissa de base para a indenização. O amor é uma celebração permanente de vida, reflete o desembargador, e, como tal, “realidade espontânea e vivenciada do espírito; todavia o abandono moral e material, como instrumento de desconstrução de vida pode ser mensurado em níveis de quantificação indenizatória”. Os parâmetros “são os circunstanciais de vida dos próprios atores envolvidos, sinalizando uma reparação civil adequada e necessária” (ALVES, 2013, s.p).
Não se podem cobrar afeto das pessoas, muito menos amor; não tem como obrigar as pessoas a amarem os filhos e nem esses filhos a amar os pais, mas se faz necessário uma indenização para reparação de tal dano causado ao lesionado (MARCO, 2012).
O reconhecimento jurídico em relação a afetividade na vida dos Idosos não se limita a impor o amor, pois como lógica é impossível fazer desenvolver esse sentimento que surge naturalmente em qualquer indivíduo. O fato a ser apontado está voltado para um dever de cuidado entre filhos e pais e vice-versa (VIEGAS; BARROS, 2016).
Percebe-se que a grande preocupação dos tribunais brasileiros, bem como dos operadores do Direito, é no que se refere à “comercialização” do afeto; a finalidade é vedar exageros, por isso a indicação de utilização com cautela da ação de indenização de danos morais por abandono afetivo. As decisões dos tribunais brasileiros são mais em relação ao abandono afetivo de filhos contra pais; os casos em relação ao abandono afetivo inverso são raríssimos, talvez por medo, insegurança ou até mesmo porque gera tristeza, pois não é fácil denunciar aqueles que deveriam os proteger (KARAM, 2012).
As ações acerca do pedido de indenização por abandono afetivo de filhos é motivo de grande discussão, com muitas divergências sobre o tema, pois muitos acham que não é a melhor solução para resolver os conflitos familiares existentes (BERTOLIN; VIECILI, 2014).
Existem decisões desfavoráveis sobre o assunto, como exemplo uma decisão no Tribunal de Justiça do Paraná, no qual os pedidos de indenização por abandono afetivo têm sido julgados como improcedentes — para os ilustres desembargadores, o sentimento de afeto não pode ser objeto de proteção da norma (BERTOLIN; VIECILI, 2014).
EMENTA: RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. ABANDONO MORAL. REPARAÇÃO NÃO CARACTERIZADA. "A indenização por dano moral pressupõe a prática de ato ilícito, não rendendo ensejo à aplicabilidade da norma do art. 159 do Código Civil de 1916 o abandono afetivo, incapaz de reparação pecuniária. 2. Recurso especial conhecido e provido. Por sua vez, outra corrente defende que não existe obrigação legal de companhia e afeto". (STJ Resp. nº 757411/MG Rel. Ministro Fernando Gonçalves Quarta Turma DJ 27.3.2006) APELAÇÃO NÃO PROVIDA. (TJPR - 10ª C. Cível - AC 0639544-4 - Foro Central da Região Metropolitana de Curitiba - Rel.: Des. Nilson Mizuta - Unânime - J. 04.03.2010).
Alguns juristas do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, quanto à questão, posicionam no sentido de que o abalo moral causado por abandono afetivo do pai para com os filhos não tem o condão de gerar responsabilidade civil, pois não configura ato ilícito passível de reparação (BERTOLIN; VIECILI, 2014):
DIREITO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ABANDONO AFETIVO. REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS. RECURSO NÃO PROVIDO. - O tardio reconhecimento de paternidade, se não estabelecido vínculo de convivência entre pai biológico e filho, depois de muitos anos de vida distanciados no tempo e espaço, ainda que essa situação de fato possa ser cunhada de abandono afetivo, não configura ato ilícito passível de reparação por danos morais. - Mesmo que possa ser moralmente reprovável a conduta do pai, a falta de relacionamento afetivo com o filho não configura ato ilícito passível de reparação por danos morais. (Acórdão n° 1072009052727-9, Relator: José Flávio de Almeida, 30.01.2012).
Em 24 de abril de 2012, o Superior Tribunal de Justiça, em decisão inédita, proferiu que um pai teria que pagar indenização de R$ 200 mil por danos morais, decorrentes do abandono afetivo de sua filha na alegação de que “Qualquer relação parental em que haja sofrimento, mágoa e tristeza pode gerar pagamento de indenização à parte provocadora de tais sentimentos” (BERTOLIN; VIECILI, 2014): 
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. FAMÍLIA. ABANDONO AFETIVO. COMPENSAÇÃO POR DANO MORAL. POSSIBILIDADE. 1. Inexistem restrições legais à aplicação das regras concernentes à responsabilidade civil e o consequente dever de indenizar/compensar no Direito de Família. 2. O cuidado como valor jurídico objetivo está incorporado no ordenamento jurídico brasileiro não com essa expressão, mas com locuções e termos que manifestam suas diversas desinências, como se observa do art. 227 da CF/88. 3. Comprovar que a imposição legal de cuidar da prole foi descumprida implica em se reconhecer a ocorrência de ilicitude civil, sob a forma de omissão. Isso porque o non facere, que atinge um bem juridicamente tutelado, leia-se, o necessário dever de criação, educação e companhia - de cuidado - importa em vulneração da imposição legal, exsurgindo, daí a possibilidade de se pleitear compensação por danos morais por abandono psicológico. 4. Apesar das inúmeras hipóteses que minimizam a possibilidade de pleno cuidado de um dos genitores em relação à sua prole, existe um núcleo mínimode cuidados parentais que, para além do mero cumprimento da lei, garantam aos filhos, ao menos quanto à afetividade, condições para uma adequada formação psicológica e inserção social. 5. A caracterização do abandono afetivo, a existência de excludentes ou, ainda, fatores atenuantes - por demandarem revolvimento de matéria fática - não podem ser objeto de reavaliação na estreita via do recurso especial. 6. A alteração do valor fixado a título de compensação por danos morais é possível, em recurso especial, nas hipóteses em que a quantia estipulada pelo Tribunal de origem revela-se irrisória ou exagerada. 7. Recurso especial parcialmente provido. (STJ, Resp. 1.159.242/SP, Terceira Turma, Rel. Min. Nancy Andrei, j. 24/04/2012, De 10/05/2012).
Os danos decorrentes das relações familiares não podem ser diferenciados dos ilícitos civis em geral, como apresentado na decisão do Supremo Tribunal de Justiça que deu provimento a tal ação (BERTOLIN; VIECILI, 2014).
Assim, mesmo sabendo que tal decisão foi inédita, como diz a frase da Ministra Nancy Andrei, da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) “Amar é faculdade, cuidar é dever”, asseverou, sobre ser possível exigir indenização por dano moral decorrente de abandono afetivo pelos pais, mas até o presente momento não se encontra nenhuma decisão judicial que demonstre tal situação em relação ao abandono afetivo inverso, ou seja, dos pais Idosos, por analogia, da mesma forma que foi aplicada a responsabilidade civil dos pais em relação aos filhos, em que se aplica o mesmo direito com relação ao abandono afetivo do Idoso (BERTOLIN; VIECILI, 2014).
Nesse sentido, pode-se afirmar que a omissão do legislador em regular situações que devam ser tuteladas, estas devem ser “[...] preenchidas pelo juiz, que não pode negar proteção e nem deixar de assegurar direitos sob a alegação de ausência de lei”, o fato de a lei não abarcar certas situações específicas, não quer dizer que não exista o direito à tutela. A falta de lei não significa falta de direito, “[...] nem impede que se extraiam efeitos jurídicos de determinada situação fática” (DIAS, 2010, p. 26).
Ao verificar as decisões e jurisprudências relativas ao abandono afetivo, mesmo não sendo unânime o entendimento dos Tribunais, é altivo ressaltar que há possibilidade de conseguir uma reparação pela ausência cometida por outrem, até porque a indenização pecuniária não visa à vingança pessoal: vislumbra uma conscientização das pessoas de que sua presença no cotidiano dos filhos ou dos pais é essencial para um desenvolvimento sadio do ser humano, sabido que o amor não pode ser imposto. No entanto, o dever do cuidado, sobrepondo o afeto acima de tudo, tem de ser uma obrigação taxativa. Somente o carinho e o zelo poderão mudar as pessoas, para assim obtermos uma sociedade com adultos conscientes, responsáveis e com menos problemas psicológicos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As pessoas, para estarem em uma relação saudável, precisam essencialmente de afeto, criando laços de afetividade com os outros e cooperando entre si, formando uma família ou uma comunidade. A família é, sem dúvida, o principal meio de relação social que surge. É nela que se cria o elo emocional de seus integrantes. O princípio da dignidade da pessoa humana, afetividade e solidariedade são princípios que têm por função assegurar a dignidade dos indivíduos, assim como as relações familiares, resultando em respeito recíproco e deveres de amparo de cada indivíduo. 
O Idoso que é privado do convívio familiar e do afeto sofre danos psicológicos mais gravosos, acelerando o processo da vida em decorrência de sua saúde ser mais frágil neste momento da vida, precisando, por isso, ter cuidados especiais. Já é sabido que a responsabilidade civil dos pais em relação aos filhos é algo já compreendido pela sociedade e é visto como um dever de cuidado obrigatório no qual não cabem mais discussões a respeito de tal. 
No Brasil, a pirâmide populacional tem se modificado, verificando-se um aumento na população idosa, o que implica no fato de as pessoas viverem mais, demandando uma maior atenção, visando contemplar suas necessidades e reconhecer a importância dessa fase de vida. A longevidade e o envelhecimento possuem uma ampla repercussão e o desafio é fortalecer programas e políticas, para buscar o desenvolvimento da solidariedade intergeracional e coibir a prática das diferentes formas de violências para solucionar os casos de abandono familiar.
Nesta seara, verificou-se que a responsabilidade civil, para quem descumpriu com o dever de cuidado e causou ato ilícito, tem o dever de indenizar quem sofreu o dano. A responsabilidade advém da conduta humana que, culposa, foi capaz de gerar um dano ao bem jurídico de alguém e que tão somente esta conduta foi a causadora do resultado danoso.
 Para que haja a aplicação da responsabilidade civil no Direito de Família, é fundamental que se faça uma análise no caso concreto. Para o abandono afetivo ser configurado, é preciso que tenha havido uma relação de afetividade anteriormente, e por razões do rompimento desta relação, uma das partes desenvolva alguma lesão emocional. Diferente disto, não há motivo para impor um dever de responsabilização pelos danos, tampouco ter o dever de indenizar determinada pretensão de outrem. Apenas haverá risco de monetarização do afeto. 
Assim, não é concebível qualquer violação aos direitos do idoso e aos princípios da dignidade humana e da afetividade, de forma que, se isto ocorrer, a violação em especial pelo abandono do idoso pode ser indenizada, claro, com a devida comprovação, fazendo-se a distinção se o abandono foi afetivo e material ou se foi apenas afetivo, tudo no interesse e resguardo dos direitos dos idosos.
Como já visto, a responsabilidade civil surge por meio de uma ofensa a um direito. Na seara do tema abordado, compreende-se que o filho será responsabilizado civilmente quando sua conduta para com seus progenitores envelhecidos tenha gerado danos, seja de ordem material, moral ou afetiva. 
Mesmo que ainda existam controvérsias na doutrina mais tradicional e nos tribunais sobre o abandono afetivo, o fato de existirem decisões positivas, inclusive no Superior Tribunal de Justiça, acerca do reconhecimento do abandono afetivo, compreende-se ser pertinente que esse tipo de dano seja digno de indenização. Ademais, já foi verificado que, mesmo não tendo legislação específica, já existem instrumentos normativos suficientes para subsidiar a teoria da responsabilização dos filhos perante os pais no momento de mais vulnerabilidade, o da velhice. À vista disso, a barreira para a aplicação desse instituto e enquadramento das normas ao caso concreto brota no meio social, tendo em vista que, diferentemente de países asiáticos, a família brasileira não foi educada para compreender que os filhos também têm responsabilidade perante os seus progenitores.
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