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BIOQUIMICA_CLINICA_E_ENZIMOLOGIA_CLINICA_COLETA_DE_SANGUE

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12/02/2019 
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 Uma das principais finalidades dos 
resultados dos exames laboratoriais é 
reduzir as dúvidas que a história clínica e o 
exame físico fazem surgir no raciocínio 
médico. 
 Para que o laboratório clínico possa 
atender, adequadamente, a este 
propósito, é indispensável que o preparo 
do paciente, a coleta, o transporte e a 
manipulação dos materiais a serem 
examinados obedeçam a determinadas 
regras. 
 A melhoria da qualidade na prestação de 
serviços de saúde tem sido uma busca 
constante e cada vez mais crescente no 
país. 
 A qualidade dos resultados dos exames 
laboratoriais está intimamente relacionada 
à FASE PRÉ-ANALÍTICA e, principalmente, às 
condições de coleta de sangue venoso. 
 A fase pré analítica inclui a indicação 
do exame, redação da solicitação, 
transmissão de eventuais instruções de 
preparo do paciente, procedimentos de 
coleta, acondicionamento, preservação 
e transporte da amostra biológica até o 
momento em que o exame seja, 
efetivamente, realizado. 
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› Variação cronobiológica (Corresponde às alterações 
cíclicas na conc. de um determinado analito, em função do tempo, 
podendo ser diárias, mensal, sazonal e annual). 
 As coletas realizadas à tarde fornecem resultados até 50% mais baixos 
do 
que os sobtidos pela manhã. 
 Gênero; 
› Além das diferenças hormonais características de cada sexo, há 
também diferenças decorrentes do metabolismo e da massa muscular. 
 Idade; 
 Posição; 
 Atividade física; 
› Pode causar aumento da atividade sérica de algumas enzimas. 
 
 Jejum (tempo correto); 
 Dieta; 
 Uso de fármacos e drogas de abuso; 
 Torniquete; 
 Infusão de fármacos; 
 Hemólise 
 Lipemia; 
 Soro ou plasma; 
› Soro: o sangue é coletado em tubo sem anticoagulante e 
deixado coagular por 30 a 60 minutos, à temp. ambiente. 
› Quando o tubo tiver gel separador, com ativador de 
coágulo, pode-se esperar 30 a 45 minutos. 
› Plasma: obtido pela centrifugação do sangue colhido com 
anticoagulante específico. 
› CADA UMA DESTAS FRAÇÕES DO SANGUE SE CONSTITUI NA 
MATRIZ IDEAL PARA A REALIZAÇÃO DE EXAMES ESPECÍFICOS. 
› Por exemplo: creatinina (soro); hemograma (sangue total 
anticoagulado com ácido etilenodiaminotetraacético-
EDTA); glicose (plasma obtido pela adição de EDTA e 
fluoreto de sódio). 
 Algumas substâncias podem ser dosadas tanto no soro quanto 
no plasma. 
 VANTAGENS DO PLASMA: 
› Redução do tempo de espera para centrigar a amostra; 
› Obtenção de maior volume de plasma do que de soro; 
› Ausência de interferência advinda do processo de 
coagulação. 
 
 
 DESVANTAGENS DO PLASMA: 
› Alteração da eletroforese de proteínas, uma vez que o 
plasma contém fibrinogênio, que se revela como um pico na 
região de gamaglobulinas; 
› Potencial interferência método dependente pelo fato dos 
anticoagulantes serem agentes complexantes e inibidores 
enzimáticos; 
› Possibilidade de ocorrer cátion interferência quando sais de 
heparina são usados, afetando alguns métodos como 
dosagem de lítio e amônia. 
 Orientação correta ao paciente, de preferência por escrito. 
 Amostra insuficiente; 
 Amostra incorreta; 
 Amostra inadequada; 
 Identificação incorreta; 
 Problemas no acondicionamento e transporte da amostra. 
 
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 Para que as amostras sejam representativas, devem ter sua 
composição e integridade mantidas durante as fases pré 
analíticas de coleta, manuseio, transporte e eventual 
armazenagem. 
 DEFINIÇÃO: a estabilidade de uma amostra sanguínea é a 
capacidade dos seus elementos se manterem nos valores 
iniciais, dentro de limites de variação aceitáveis, por um 
determinado período de tempo. 
 Limites de temperatura para armazenagem das amostras 
primárias, em geral: 
› Temp.ambiente (18 a 25º C) 
› Refrigeradas (4 a 8º c) 
› Congeladas (abaixo de 20º C negativos) 
 Na prática, pode-se usar a regra de que quando não houver 
especificação de tratamento especial para o 
acondicionamento ou transporte do material, este poderá 
ser deslocado para postos ou outras unidades em caixa de 
isopor com gelo reciclável, calçado por flocos de isopor ou 
papel jornal. 
 
 As amostras não devem ficar em contato direto com gelo 
para evitar hemólise. A condição de congelamento 
recomenda o uso de gelo seco no transporte. 
 
 Durante o processo de estocagem, os constituintes do 
sangue podem sofrer alterações como adsorção no vidro ou 
tubo plástico, desnaturação da proteína, bem como 
atividades metabólicas celulares que continuam a ocorrer. 
 
 O tempo deve ser especificado 
e o armazenamento deve 
atender as condições de 
manutenção da estabilidade de 
suas propriedades, para 
possibilitar possíveis repetições. 
TEMPOS MÍNIMOS DE RETRAÇÃO DE COÁGULO 
RECOMENDADOS ANTES DA CENTRIFUGAÇÃO 
 
 
 
Tipos de Tubos para soro Tempo de Coagulação 
 
 
 
 
 
 
 
Sem ativador de coágulo(tampa vermelha) 60’ 
 
 
Com ativador de coágulo(tampa vermelha) 30’ 
 
 
Com gel separador e ativador de coágulo(tampa amarela) 30’ 
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 Recomendação da Seqüência dos Tubos a 
Vácuo na Coleta de Sangue Venoso de Acordo 
com a CLSI 
 Existe uma possibilidade pequena de 
contaminação com aditivos de um tubo para 
outro, durante a troca de tubos, no momento da 
coleta de sangue. 
 Esta contaminação pode ocorrer numa coleta 
de sangue venoso quando: 
Na coleta de sangue a 
vácuo, o sangue do 
paciente entra no tubo 
e se mistura ao ativador 
de coágulo ou 
anticoagulante, 
podendo contaminar a 
agulha distal, (recoberta 
pela manga de 
borracha da agulha de 
coleta múltipla de 
sangue a vácuo), 
quando a mesma 
penetra a rolha do tubo. 
 Na coleta com seringa 
e agulha, pelo contato 
da ponta da seringa 
com o anticoagulante 
ou ativador de 
coágulo na parede do 
tubo, quando da 
dispensação do 
sangue dentro do 
tubo. 
 TUBOS PLÁSTICOS 
› 1. Frascos para hemocultura. 
› 2. Tubos com citrato (tampa azul-claro). 
› 3. Tubos para soro com ativador de coágulo, 
com ou sem gel separador (tampa vermelha ou 
amarela). 
› 4. Tubos com heparina com ou sem gel 
separador de plasma (tampa verde). 
› 5. Tubos com EDTA (tampa roxa). 
› 6. Tubos com fluoreto (tampa cinza). 
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 TUBOS DE VIDRO 
› 1. Frascos para hemocultura. 
› 2. Tubos para soro vidro-siliconizados (tampa 
vermelha). 
› 3. Tubos com citrato (tampa azul-claro). 
› 4. Tubos para soro com ativador de coágulo 
com gel separador (tampa amarela). 
› 5. Tubos com heparina com ou sem gel 
separador de plasma (tampa verde). 
› 6. Tubos com EDTA (tampa roxa). 
› 7. Tubos com fluoreto (tampa cinza). 
 
Tubos com Gel Separador 
Tubos com gel e ativador de coágulo 5 a 8 vezes 
Tubos com gel e heparina 8 a 10 vezes 
Tubos sem Aditivos 
Tubos siliconizados não é necessário homogeneizar 
Tubos com Aditivos para Obtenção de Soro 
Partículas ativadoras de coágulo 
tampa vermelha ou amarela 5 a 8 vezes 
Tubos Sangue Total/Plasma 
EDTA K2 ou EDTA K3 8 a 10 vezes 
Citrato (coagulação) 5 a 8 vezes 
Citrato (VHS) 5 a 8 vezes 
Fluoreto de sódio/EDTA Na2 (glicose) 8 a 10 vezes 
Heparina 8 a 10 vezes 
Ácido cítrico, Citrato, Dextrose (ACD) 8 a 10 vezes 
Tubos Elemento de Traço 
EDTA ou heparina 8 a 10 vezes 
Com ativador de coágulo para obtenção de soro 5 a 8 vezes 
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 Cuidados para uma Punção Bem 
Sucedida 
 O ideal é que o paciente seja puncionado uma única vez. 
 Ao observar o acesso venoso do paciente, escolhermateriais compatíveis. 
› Sempre puncionar a veia do paciente com o bisel voltado 
para cima. 
› Respeitar a proporção sangue/aditivo no tubo. 
› Introduzir a agulha mais ou menos 1 cm no braço. 
› Respeitar a angulação de 30º (ângulo oblíquo), em relação 
ao braço do paciente. Correta angulação na coleta / 30° 
Incorreta angulação na coleta 
Figura 1: Membro superior. 
 
 
Figura 2: Dorso da mão. 
 
 Fonte: SBPC/ML, 2010. 
 Formação de hematoma 
 
› É a complicação mais comum da venopunção: 
 Origina-se do extravasamento do sangue 
para o tecido, durante ou após a punção. 
 A dor é o sintoma de maior desconforto ao 
paciente. 
 Caso seja evidenciado a formação de 
hematoma durante a punção deve-se retirar 
imediatamente o torniquete e a agulha e em 
seguida realizar uma compressão local 
durante pelo menos dois minutos. 
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 Deve-se coletar em seringa cuja superfície não 
seja ativadora (polipropileno) e de pequeno 
volume, para não formar microcoágulos. 
 Transferir o material cuidadosamente, mantendo 
fluxo contínuo, evitando turbilhonamento do 
sangue. 
 Deve-se rejeitar a amostra quando: 
› Material coagulado; 
› Coleta com anticoagulante inadequado; 
› Não respeita-se a relação sangue anticoagulante; 
› Tubos identificados erroneamente; 
› Tubos sem identificação; 
› Material coletado ou estocado em tubos 
que tenham superfície ativadora de 
coágulo; 
› Forte hemólise; 
› Amostras de sangue total congeladas, antes 
de serem processadas; 
› Amostras de sangue total ou plasma para 
teste de Tempo de Protrombina que foram 
previamente refrigeradas; 
 
 Os locais usuais para a realização desse tipo de 
coleta são: 
› Artérias radial, braquial ou femural; 
› Em recém nascidos pode-se optar pelas artérias do couro 
cabeludo ou as artérias umbilicais durante as primeiras 24 
a 48 horas de vida. 
› É recomendado o uso de seringas plásticas preparadas 
com anticoagulante: 
 Melhor opção é a heparina de lítio jateada na parede, com 
balanceamento de cácio; 
 Pode-se usar a heparina liofilizada 
› Após a obtenção da amostra, veda-se a ponta com o 
dispositivo oclusor e homogeneiza-se suavemente 
rolando-se entre as mãos. 
 Documentar critérios para aceitação ou 
rejeição de amostras primárias; 
 Amostras comprometidas, se aceitas, o 
laudo deve indicar a natureza do problema 
e cautela na interpretação de resultado; 
 Para amostra com identificação de 
urgente deve haver procedimento 
específico. 
 
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 Objetivo principal 
› Garantir a acurácia e reprodutibilidade dos 
exames. 
 Desafios 
› Qualidade dos insumos utilizados no teste. 
› Qualidade da amostra clínica recebida. 
› Expertise do técnico. 
› Condições gerais. 
 Conjunto de operações, com descrição 
específica, utilizada na realização das análises, 
de acordo com um determinado método. 
 Fatores que influenciam esta etapa: 
› Equipamento/instrumento de medição; 
› Recursos humanos; 
› Material; 
› Condições ambientais; 
› Metodologia; 
› Laboratório de Apoio (subcontratado); 
› Garantia da Qualidade Analítica; 
› Biossegurança; 
› Registros. 
 O laboratório quando desenvolver seus 
próprios métodos, os mesmos devem ser 
validados para confirmar a adequação ao 
uso pretendido; 
 Os intervalos e os valores de referência 
devem ser revistos periodicamente; 
 Quando da mudança de procedimento 
de exame com resultados capazes de 
provocar equívocos deverá ser feita 
comunicação aos usuários. 
 
 PROCEDIMENTOS ANALÍTICOS 
› Objetivo do exame; 
› Princípio do método usado; 
› Especificações de desempenho; 
› Tipo de amostra primária; 
› Equipamentos e reagentes; 
› Procedimento de calibração; 
› Passo a passo do procedimento; 
› Procedimentos de controle da qualidade; 
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› Interferências e reações cruzadas; 
› Princípio do procedimento para cálculo 
das resultados; 
› Intervalos dos valores de referência; 
› Valores de alerta; 
› Interpretação dos resultados; 
› Precauções de segurança; 
› Variabilidade e referências. 
 
 Fatores que influenciam esta etapa 
› Descarte (seguir a RDC 306) 
› Plano de Gerenciamento de Resíduos de 
Serviços de Saúde. 
› Lavagem do material. 
› Esterilização. 
› Laudo (ficar armazenado por cinco anos). 
Exatidão. 
Clareza. 
Objetividade. 
Sem Ambigüidade. 
De acordo com instruções específicas. 
Todas as informações necessárias à 
interpretação.

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