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ADM - intervenção na propriedade 2019

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Intervenção do Estado na propriedade
ATRIBUTOS DA PROPRIEDADE:
Absoluto – exclusivo – perpétuo.
A intervenção vai atingir um ou mais desses atributos.
TIPOS DE INTERVENÇÃO:
1) Intervenção restritiva: Estado limita o uso da propriedade pelo particular, mas não toma para si. Manifestação do poder de polícia. Ex.: servidão administrativa, requisição, ocupação temporária, limitação administrativa, tombamento.
2) Intervenção supressiva: Estado suprime o direito de propriedade das mãos do particular e o bem passa a pertencer a ele. Ex.: desapropriação.
SERVIDÃO ADMINISTRATIVA: intervenção restritiva
1) Direito real que o Estado tem de impor a determinada propriedade imóvel privada suportar um serviço público (somente imóveis).
2) Objetivo: facilitar a prestação de um serviço público, a execução de atividades administrativas ou em favor de determinados interesses relevantes definidos em lei.
3) Atinge caráter específico e exclusivo da propriedade: incide sobre coisas determinadas.
4) Formas de constituição (Di Pietro): acordo entre as partes.
 ação judicial mediante sentença: quando não houver acordo entre o poder público e o particular..
 diretamente por lei. Ex.: terrenos que ficam do lado de aeroportos e tombamento. 
5) Formas de constituição (Carvalho Filho): somente pode ser instituída por acordo entre as partes ou por decisão judicial.
6) Precedida de ato declaratório de utilidade pública do bem (na servidão instituída por lei não há necessidade de ato declaratório). 
7) A constituição de servidão administrativa não é medida autoexecutória do poder público, dependendo sempre de prévio acordo ou de decisão judicial (exceto na hipótese de servidão administrativa instituída por lei).
8) Realizado o acordo ou proferida a sentença judicial, é necessário que a servidão seja inscrita no registro de imóveis para que terceiros tomem conhecimento do fato e o gravame possa produzir efeitos contra todos (eficácia erga omnes). 
9) No caso da servidão administrativa estabelecida por lei não há necessidade desse registro, uma vez que a publicidade decorrente da publicação da lei faz presumir que ela seja conhecida por todos.
10) Em regra, não cabe indenização, mas os eventuais prejuízos devem ser ressarcidos ao proprietário se ele provar os danos.
11) Coisa serviente: propriedade.
12) Coisa dominante: serviço público concreto.
13) Tem caráter perpetuo: instituída por prazo indeterminado.
14) Formas de extinção: perda da coisa gravada (ou seja, desaparecimento do bem gravado).
 transformação da coisa gravada por fato que a torne incompatível com seu destino.
 desafetação da coisa dominante (desinteresse do poder público na utilização do bem imóvel).
 incorporação do imóvel serviente ao patrimônio (porque não há servidão sobre coisa própria).
LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA: intervenção restritiva
1) É toda imposição geral, gratuita, unilateral e de ordem pública condicionadora do exercício de direitos ou de atividades particulares às exigências do bem-estar social.
2) Direito que o Estado tem de limitar o poder de construção e a liberdade de reforma, em prol do interesse coletivo.
3) Devem ser gerais, dirigidas a propriedades indeterminadas.
4) Atinge caráter absoluto do direito de propriedade.
5) As limitações podem atingir não só a propriedade imóvel e seu uso como quaisquer outros bens e atividades particulares que tenham implicações com o bem-estar social, com os bons costumes, com a segurança e a saúde da coletividade, com o sossego e a higiene da cidade e até mesmo com a estética urbana.
6) Derivam do poder de polícia da Administração e se exteriorizam em imposições unilaterais e imperativas, sob a modalidade positiva (fazer), negativa (não fazer) ou permissiva (permitir fazer).
7) Formas de instituição: pode ser expressa em lei ou regulamento de qualquer das três entidades estatais, por se tratar de matéria de Direito Público.
8) Sujeita-se a limites de reserva legal.
9) Pode gerar indenização quando ficar demonstrado a ocorrência de dano.
10) Possui efeitos ex nunc (não retroage).
11) Atinge caráter perpétuo da propriedade.
OBS: a limitação adm está tão ligada ao poder de polícia, que parte da doutrina acredita que ela é mera manifestação do poder de polícia.
Direito de preempção do município: art. 25 Lei 10.527/01
1) É o direito de preferência do Município de comprar bens imóveis.
2) Espécie de limitação administrativa, que cria obrigação de fazer.
3) Município pode, mediante lei, definir áreas como áreas de preempção por no máximo 5 anos.
4) Só pode fazer outra lei declarando aquela área como de preempção passado 1 ano da revogação da lei anterior.
5) Município tem 30 dias para se manifestar, depois o particular pode vender o bem para quem quiser, mas pelo preço oferecido ao Município.
6) Se não for observado o direito de preempção, o Município pode anular a venda.
	
	SERVIDÃO ADMINISTRATIVA
	LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA
	Quanto ao grau de intervenção na propriedade
	A servidão é mais específica pois atinge apenas o uso exclusivo da propriedade.
	A limitação pode pegar o uso, o gozo e a disposição, atingindo o caráter absoluto da propriedade.
	
Quanto ao sujeito passivo
	Sujeito passivo determinado, especifico, concreto. Ex.: Administração Pública coloca fios elétricos na propriedade de várias pessoas. 
	Sujeito passivo genérico, abstrato, indeterminado. Ex.: todos os moradores de um bairro, uma rua, uma cidade, estão impedidos de construir perto da linha do trem.
	Quanto à indenização
	Tem indenização.
	Gratuita – não tem indenização.
REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA: intervenção restritiva
1) No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar propriedade particular (art. 5º, XXV, CF).
2) Utilização transitória (enquanto perdurar o perigo), onerosa, compulsória, pessoal e autoexecutável (ato de execução imediata e direta da autoridade).
3) Pode ser civil (visa a evitar danos à vida, à saúde e aos bens da coletividade, diante de inundação, incêndio, sonegação de gêneros de primeira necessidade, epidemias, entre outros) ou militar (objetiva o resguardo da segurança interna e a manutenção da soberania nacional, diante de conflito armado, comoção).
4) Indenização condicionada: é assegurada ao proprietário indenização ulterior apenas se houver dano.
5) Pode atingir: bens móveis e imóveis.
 serviços. Ex.: reservista.
6) É ato administrativo unilateral e autoexecutório (sem necessidade de prévia autorização judicial).
7) Atinge o caráter exclusivo da propriedade.
8) Requisição de bens consumíveis: se o bem for fungível → é possível.
 se o bem for infungível → não é possível, cabe desapropriação.
	REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA
	SERVIDÃO ADMINISTRATIVA
	1) É direito pessoal da Administração.
2) Seu pressuposto é o perigo púb iminente.
3) Incide sobre bens móveis, imóveis e serviços.
4) Caracteriza-se pela transitoriedade.
5) A indenização é ulterior e condicionada à existência de prejuízo.
	1) É direito real.
2) Basta a existência de interesse público.
3) Só incide sobre bens imóveis.
4) Caráter de definitividade.
5) A indenização é prévia e também condicionada à existência de prejuízo.
OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA: intervenção restritiva
1) É a utilização discricionária, autoexecutável, transitória, de natureza pessoal, remunerada ou gratuita de bens particulares pelo poder público, para a execução de obras, serviços ou atividades públicas ou de interesse público.
2) Baseada na função social da propriedade (art. 5º, XXIII, CF).
3) Casos: patrimônio não edificado vizinho à obra pública para guardar materiais.
 interesse público temporário não especificado em lei. Ex.: ocupaçãode escola para eleição.
4) Forma de instituição: expedição de ato pela autoridade administrativa competente, que deverá fixar, desde logo, e se for o caso, a justa indenização devida ao proprietário do imóvel ocupado. É ato autoexecutório, que não depende de apreciação prévia do judiciário.
5) Formas de extinção: conclusão da obra ou serviço pelo poder público.
6) Atinge caráter exclusivo da propriedade.
7) Atinge bens imóveis e móveis.
8) Pode gerar indenização quando ficar demonstrado a ocorrência de dano.
TOMBAMENTO: intervenção restritiva
1) Estado impõe o dever de conservação de determinada coisa tendo em vista o caráter histórico, arqueológico, cultural, turístico, científico, paisagístico ou patrimonial.
2) Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira (art. 216, §1º, CF).
3) Manter determinado bem do jeito que se encontra para preservar a sua história (autorreferente), proteger o meio ambiente.
4) Influencia no caráter absoluto da propriedade e tem caráter perpétuo.
5) Pode ser tombado: bens públicos e privados.
 bens móveis e imóveis.
 bens corpóreos. OBS: a maioria da doutrina entende que não é possível o tombamento de bens incorpóreos, porque não tem como conservá-los (Di Pietro é a única doutrinadora a admitir o tombamento de bens incorpóreos). Nesse caso, seria hipótese de registro (outra modalidade de conservação do patrimônio histórico). Ex.: receitas culinárias, danças, etc.
6) Pode gerar indenização quando ficar demonstrado a ocorrência de dano.
7) Competência: legislativa → concorrente da U, E e DF + M (segundo art. 30 CF).
 material (de execução) → comum → bem de interesse nacional → União.
 bem de interesse estadual → Estados.
 bem de interesse local → Municípios.
8) Pode haver mais de um tombamento sobre uma mesma propriedade.
9) Quando o bem já pertence ao Estado, o tombamento é feito de ofício. 
10) Obrigações inerentes: obrigações de fazer, de não fazer e de suportar
 dever de conservação. OBS: o proprietário deve comunicar ao ente tombante a insuficiência financeira.
 comunicação ao ente tombante no caso extravio ou furto em 5 dias.
 obrigação de suportar fiscalização.
 no caso de bens móveis não pode sair do país. OBS: pode sair com autorização do ente tombante e por curto prazo.
11) Qualquer reforma depende de anuência do ente tombante.
12) Os bens vizinhos não podem construir ou reformar de modo que tampe a visão do bem tombado. Para a maioria da doutrina caracteriza servidão administrativa.
13) É ato administrativo vinculado que pode ser compulsório ou voluntário. NÃO HÁ TOMBAMENTO POR LEI.
14) Exige procedimento administrativo prévio.
15) Pode gerar indenização quando ficar demonstrado a ocorrência de dano.
16) Direito de preferência do ente público somente em alienação judicial. Bens públicos tombados são inalienáveis!
17) O tombamento não é a única maneira de proteção do patrimônio cultural brasileiro, pois este instituto pode ser alcançado, também, por meio de ação popular (art. 5º, LXXIII, CF), do direito de petição aos poderes públicos (art. 5º, XXXIV, CF) e da ação civil pública (Lei 7.347/1985).
Efeitos do tombamento:
1) Para o proprietário do imóvel: obras de conservação.
 em caso de alienação, observar direito de preferência.
 bem tomado público: só poderá ser transferido entre os entes federativos.
 não pode demolir, destruir ou mutilar sem autorização do IPHAN.
 bens móveis: não pode retirar do país, salvo curto prazo para fins de intercâmbio.
 se tentada exportação, este fica sujeito a sequestro.
 fiscalização.
2) Proprietários imóveis vizinhos: não pode fazer construção que impeça ou reduza a visibilidade do bem.
3) Para o IPHAN: executar obras de conservação do bem.
 vigilância.
 providencia, se for bem particular, a sua transcrição no registro de imóveis.
Processo de tombamento:
1) É imprescindível a existência de processo administrativo, no qual serão apurados os aspectos que materializam a necessidade de intervenção na propriedade provada para a proteção do bem tombado.
2) Observância do princípio do devido processo legal, garantindo-se ao proprietário o direito ao contraditório e à ampla defesa, no intuito de que este possa comprovar, se for o caso, a inexistência de relação entre o bem a ser tombado e a proteção ao patrimônio cultural.
3) São obrigatórios: parecer do órgão técnico cultural.
 notificação ao proprietário, que poderá manifestar-se anuindo com o tombamento ou impugnando a intenção do poder público de decretá-lo.
 decisão do Conselho Consultivo da pessoa incumbida do tombamento, após as manifestações dos técnicos e do proprietário. 
 possibilidade de interposição de recurso pelo proprietário, contra o tombamento, a ser dirigido ao Presidente da República.
ESPÉCIES DE TOMBAMENTO:
Quanto ao procedimento de constituição:
1) Tombamento de ofício: é o tombamento de bens públicos que se instrumentaliza de ofício pelo ente federado que deve enviar notificação à entidade proprietária do bem.
2) Tombamento voluntário: é realizado mediante consentimento, expresso ou implícito, do proprietário. Pode ser efetivado: por requerimento do próprio proprietário, hipótese em que o órgão ou entidade técnica verificará se o bem tem relevância para o patrimônio histórico e cultural OU por iniciativa do poder público, quando o particular, após notificação para manifestação no prazo de 15 dias, deixa de impugnar ou concorda expressamente a intenção do tombamento.
3) Tombamento compulsório: é aquele realizado contra a vontade do proprietário. Após ser notificado, o proprietário apresenta impugnação, dentro do prazo de 15 dias, no processo de tombamento. Nessa hipótese, o órgão ou entidade técnica apresentará nova manifestação, devendo o Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional proferir decisão. A decisão do IPHAN no sentido do tombamento depende de homologação do Ministro da Cultura.
OBS: em todos os casos (tombamento de ofício, voluntário e compulsório), o tombamento é consumado com a inscrição do bem no Livro do Tombado.
Quanto à produção de efeitos:
1) Tombamento provisório: após notificação do proprietário e antes de ultimado o processo com a inscrição do bem no Livro do Tombo, o bem considera-se provisoriamente tombado. Os efeitos do tombamento são antecipados para se proteger o bem durante o processo administrativo. Medida cautelar.
2) Tombamento definitivo: é aquele verificado após a conclusão do processo de tombamento, com a inscrição do bem no Livro do Tombo.
Quanto à amplitude ou abrangência do tombamento:
1) Tombamento individual: refere-se a bem determinado.
2) Tombamento geral: tem por objeto todos os bens situados em um bairro ou cidade (ex.: tombamento de Brasília e da cidade de Tiradentes).
Quanto ao alcance do tombamento sobre determinado bem:
1) Tombamento total: quando a totalidade do bem é tombada.
2) Tombamento parcial: quando apenas parte do bem é tomada(ex.: tombamento da fachada de uma casa histórica).
DESAPROPRIAÇÃO: intervenção supressiva
1) Processo administrativo de transferência compulsória da propriedade para a Administração Pública: forma originária de aquisição da propriedade.
2) Lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos na CF (art. 5º, XXIV, CF). OBS: indenização justa = valor venal do imóvel + danos que decorram da desapropriação.
3) Fundamentos: necessidade pública → urgência para desapropriar (Decreto 3.365/41).
 utilidade pública → conveniência para a população (Decreto 3.365/41).
 interesse social → redução das desigualdades sociais (Lei 4.132/62 – função social da propriedade).
4) Competência: para legislar → privativa da União (art. 22, II, CF – pode ser delegadas aos Estados).
 para declarar → por lei ou por decreto de qualquer dos entes da Administração Pública direta.
 para executar e pagar → Administração Pública direta e indireta e suas concessionárias de serviços públicos, desde que autorizadas por lei ou por contrato.
5) Objeto: bens moveis e imóveis, bens tangíveis e intangíveis, coisas, direitos (desde que disponíveis).
6) Não podem ser objeto de desapropriação: moeda (dinheiro), direitos personalíssimos.
7) Bens públicos podem ser desapropriados desde que haja previsão em lei e que o ente desapropriante seja superior. 
8) Sujeito ativo: poder público (com possibilidade de delegação).
9) Sujeito passivo: proprietário do bem.
10) Objeto: perda de um bem.
11) O ente desapropriante ano responde por tributos incidentes sobre o imóvel desapropriado nas hipóteses em que o período de ocorrência dos fatos geradores é anterior ao ato de aquisição originária da propriedade.
Efeitos da declaração de utilidade pública:
1) Submete o bem à força expropriatória do Estado.
2) Fixa o estado bem, isto é, suas condições, melhoramentos, benfeitorias existentes.
3) Confere ao poder público o direito de penetrar no bem a fim de fazer verificações e medições (com moderação e sem excesso de poder).
4) Dá início ao prazo de caducidade da declaração e à fase externa de desapropriação.
O decreto de desapropriação deve indicar:
1) Identificação do bem objeto de desapropriação de forma detalhada.
2) Os recursos orçamentários que serão utilizados para satisfação do direito expropriado.
3) O motivo que deu ensejo à prática do ato.
4) A finalidade do ato de desapropriação.
5) A identificação do proprietário do bem.
6) NÃO É NECESSÁRIO INDICAR O PREÇO!
Fases da desapropriação:
1) Fase declaratória: exclusiva dos entes da federação (União, Estados, Munícipios e DF).
 inicia-se com o decreto expropriatório.
 é expedida a declaração de desapropriação por meio de lei de efeitos concretos (legislativo) ou decreto de uma entidade federativa (executivo).
 ainda não é transferido a propriedade do bem.
 o bem está submetido a força expropriatória do Estado.
 direito de penetrar no imóvel. OBS: eventuais abusos serão indenizados.
 iniciar o prazo de caducidade e validade da declaração: 5 anos para necessidade e utilidade pública.
 2 anos para interesse social.
 fixação do estado do bem para pagamento da justa indenização.
OBS: poder público pode renovar a declaração, mas deve esperar 1 ano contado da data da caducidade.
OBS: todas as benfeitorias realizadas antes da declaração de desapropriação devem ser indenizadas. 
 após a declaração de desapropriação, as benfeitorias necessárias serão indenizadas.
 as benfeitorias úteis só serão indenizadas se o poder público concordar.
 as benfeitorias voluptuárias não serão indenizadas.
2) Fase executória: fase passível de delegação.
 inicia-se com a via administrativa (amigável) ou via judicial.
 o poder público promove medidas concretas para promover a desapropriação.
 ocorrendo acordo entre particular e poder público → desapropriação administrativa.
 não ocorrendo acordo → ação de desapropriação – ação expropriatória (proposta pelo ente expropriante) → desapropriação judicial.
OBS: na desapropriação judicial, o juiz não pode analisar o mérito administrativo da desapropriação.
Imissão na posse: desapropriação judicial
1) Declaração de urgência: validade de 120 dias, não renovável.
2) Depósito em juízo do valor que o Estado considera justo.
3) Particular pode levantar 10% do depósito efetuado se quiser continuar a discutir, se não, levanta 100% e o juiz homologa o acordo, encerrando o processo.
4) Com a coisa julgada, o poder público adquire o bem.
5) Correção monetária: desde o trânsito em julgado da decisão final.
 incidirá no índice oficial da caderneta de poupança – TR (STF considera inconstitucional).
6) Juros compensatórios: compensar a perda da posse do bem antes de receber a indenização justa.
 6% a.a. (não se aplica a sum 618 STF).
 vai incidir sobre aquilo que ainda não estava disponível ao sujeito no momento em que ele perdeu a posse do bem.
 se a taxa de utilização do bem pelo proprietário for = 0, não haverá juros compensatórios.
7) Juros moratórios: custear a demora em pagar a decisão judicial.
 6% a.a. a partir do dia 01/01 do ano seguinte do que o proprietário deveria ter sido pago e não foi (sum vinc 17 STF).
8) Honorários advocatícios: decorrem da sucumbência (sum 617 STF).
 variam entre 0,5% a 5%.
 limitados a R$ 151.000,00 (STF não admite teto).
 base de cálculo = diferença entre a oferta e a indenização, ambas corrigidas monetariamente.
9) São cumuláveis na forma simples os juros compensatórios e juros moratórios (sum 12 STJ).
OBS: se, em procedimento de desapropriação por interesse social, constatar-se que a área medida do bem é maior do que a área escriturada no registro de imóveis, o expropriado receberá indenização correspondente à área registrada, ficando a diferença depositada em juízo até que, posteriormente, se complemente o registro ou se defina a titularidade para pagamento a quem de direito. 
ESPÉCIES DE DESAPROPRIAÇÂO:
1) Desapropriação comum (art. 5º, XXIV, CF): a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro.
2) Desapropriação especial urbana (art. 182, §2º, III, CF): por descumprimento do plano diretor. 
3) Desapropriação especial rural (arts. 184 a 186 CF): para fins de reforma agrária.
Desapropriação para fins de reforma agrária (por interesse social): 
1) Imóvel rural não cumpre função social da propriedade.
2) Compete à União desapropriar por interesse social e cuja utilização será definida em lei. 
3) Não existe medida sancionatória prévia.
4) Pagamento da indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até 20 anos, a partir do 2º ano de sua emissão.
5) Não pode desapropriar: pequena e média propriedade rural que seja a únicapropriedade do sujeito.
 propriedade produtiva.
Desapropriação por descumprimento do plano diretor (por interesse social): 
1) Imóvel urbano não cumpre função social prevista no plano diretor da cidade.
2) Competência do poder público municipal: poder de polícia.
3) É facultado ao poder público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento.
4) Medidas gradativas a serem tomadas:
 a) notificação do proprietário para que faça o parcelamento OU edificação compulsórios.
 1 ano contado da notificação para apresentar projeto ao poder público.
 2 anos contados da apresentação do projeto para dar início às obras.
 b) incidência de alíquota progressiva de IPTU.
 máximo de 5 anos, sendo que de um ano para outro não pode gerar um aumento de mais que o dobro da alíquota.
 máximo de 15% do valor venal do imóvel, caso contrário configura confisco.
 c) desapropriação com caráter sancionatório.
 pagamento mediante títulos da dívida púb de emissão previamente aprovada pelo SF, com prazo de resgate de até 10 anos a partir da sua emissão, em parcelas
 anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. OBS: as benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
	TIPOS DE DESAPROPRIAÇÃO
	COMPETÊNCIA
	INDENIZAÇÃO
	DESAPROPRIAÇÕES COMUNS
	por necessidade ou utilidade pública
	U, E, M e DF
	prévia e em $ 
	
	por interesse social
	U, E, M e DF
	prévia e em $ 
	
DESAPROPRIAÇÕES SANÇÃO
	para reforma urbana
	M
	títulos dívida pública resgatáveis em 10 anos
	
	para reforma agrária
	U
	títulos dívida agrária resgatáveis em 20 anos
	
	confisco (expropriação)
	U
	-
União pode desapropriar bens dos Estados e Municípios, mas a recíproca não é verdadeira. OBS: Município pode desapropriar bem federal desde que haja prévia autorização do Presidente da República por decreto.
União pode instituir servidão administrativa nos Estados e Municípios, mas a recíproca não é verdadeira.
União pode tombar pertencentes aos Estados e Municípios e vice-versa.
Poder público pode adquirir bens particulares por usucapião, mas particular NÃO pode adquirir bens públicos por usucapião.
Desapropriação x confisco:
1) Desapropriação: tem que envolver pagamento de indenização.
2) Confisco: não tem indenização. As propriedades rurais e urbanas onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei (art. 243 CF). Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei. Destinação vinculada dos bens expropriados.
	SERVIDÃO ADMINISTRATIVA
	DESAPROPRIAÇÃO
	REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA
	É estabelecido um direito real de uso sobre a propriedade alheia, em favor do poder público ou de seus delegatários, de modo a garantir a execução de um serviço público ou de obras e serviços de interesse coletivo. Ex: a obrigação do proprietário em consentir a passagem de fios elétricos ou telefônicos por sua propriedade ou a colocação de placas indicativas de ruas em edifícios privados.
	Compreende o procedimento administrativo pelo qual o poder público ou seus delegados, mediante prévia declaração de necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, impõe ao proprietário a perda de um bem, substituindo-o em seu patrimônio por justa indenização.
	É o ato administrativo unilateral, autoexecutório e oneroso. A utilização coativa de bens ou serviços particulares pelo poder público por ato de execução imediata e direta da autoridade requisitante e indenização ulterior, para atendimento de necessidades coletivas urgentes e transitórias.
Desapropriação indireta: também chamada de apossamento administrativo
1) Se processa sem observância do procedimento legal. Costuma ser equiparada ao esbulho e, por isso mesmo, pode ser obstada por meio de ação possessória.
2) Se o proprietário não impedir a Administração no momento oportuno, deixando que ela lhe dê uma destinação pública, não mais poderá reivindicar o imóvel, pois os bens expropriados, uma vez incorporados ao patrimônio público, não podem ser objeto de reivindicação. Ex.: o poder público constrói uma praça e uma escola em área pertencente ao particular. Terminada a construção e afetado o bem ao uso comum do povo ou ao uso especial da Administração, a solução que cabe ao particular é pleitear indenização por perdas e danos.
3) O que a pessoa que teve seu bem desapropriado indiretamente pode fazer?
 se o bem expropriado ainda não está sendo utilizado em nenhuma finalidade pública pode ser proposta ação possessória visando a manter ou retomar a posse.
 se o bem expropriado já está afetado a uma finalidade pública considera-se que houve fato consumado e somente resta ao particular ajuizar uma ação de desapropriação indireta, a fim de ser indenizado por perdas e danos. Supremacia do interesse público sobre o privado.
4) Ação de desapropriação indireta ou ação expropriatória indireta ou ação de ressarcimento de danos causados por apossamento administrativo: consiste na ação proposta pelo prejudicado em face do poder público que se apossou do bem pertencente a particular sem observar as formalidades legais da desapropriação. É uma ação condenatória, objetivando indenização por perdas e danos.
5) Prazo para propor ação de desapropriação indireta: 10 anos (art. 1.238 CC).
 20 anos (sum 119 STJ).
Desapropriação por zona:
1) Ocorre quando o Estado desapropria a área vizinha à construção de uma obra.
2) Supervalorização do terreno vizinho ou possibilidade de pedido de direito de extensão posterior.
3) Se a valorização dos terrenos vizinhos forem igualitárias: cabe tributo de contribuição de melhoria.
4) Se a valorização dos terrenos vizinhos não for igualitária: cabe desapropriação por zona.
Direito de extensão:
1) Ocorre quando o Estado desapropria parcialmente um bem e a parte remanescente é inaproveitável ao particular.
2) Pode o particular pedir que o Estado estenda a desapropriação para todo o terreno + indenização por toda a área.
3) Pode ser pedido na contestação.
Retrocessão:
1) Tredestinação lícita: modificação da finalidade específica do ato, mas mantendo o interesse público. Ex.: bem foi desapropriado para construção de uma escola, mas foi construído um hospital. Exceções: mesmo que se mantenha o interesse público, não pode haver mudança de destinação em desapropriações vinculadas e desapropriação para implantação de programa de habitação popular a pessoa de baixa renda.
2) No caso de haver tredestinação ilícita ou adestinação, nasce para o particular o direito de reaver o bem a que não foi dado destinação pública.
3) Parte da doutrina acredita que a retrocessão é direito real. O CC diz que é pessoal (art. 519).
Tredestinação: é o desvio de finalidade por parte do poder público que utiliza o bem desapropriado para atender a finalidade ilegítima. Quando ilícita, gera direito a retrocessão.
Adestinação: ausência de qualquer destinação ao bem desapropriado, revelando hipótese de completa omissão do poder público. Não gera direito a retrocessão.
Desdestinação: envolve a supressão da afetação do bem desapropriado. O bem é inicialmente afetado ao interesse público, mas, posteriormente, ocorre a desafetação. Não há que se falar em retrocessão,pois o bem chegou a ser utilizado na satisfação do interesse público.
Possibilidade de se delegar para a contratada a DESAPROPRIAÇÃO de bens:
	2018, FCC: considere que determinada Municipalidade precise desapropriar um terreno para instalação de um equipamento público. Durante a avaliação pericial da área para identificação do valor do imóvel foi apurado que o terreno apresentava contaminação do solo, decorrente da destinação pelo proprietário para atividades não autorizadas. O ente público expropriante poderá pleitear a dedução do custo de descontaminação do valor da indenização, já que havia responsabilidade do dono do terreno pela observância da legislação ambiental vigente.
Lei 8.987 pode delegar!
Leis 8.666 e 11.107 NÃO pode delegar!

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