Buscar

HANSENÍASE AULA

Prévia do material em texto

HANSENÍASE :
ASPECTOS HISTÓRICOS, EPIDEMIOLÓGICOS E 
CLÍNICOS
Dr.º Randal Medeiros Garcia
HANSENÍASE
É uma doença infecciosa crônica
que afeta, preferencialmente, nervos
periféricos e pele;
Pode também comprometer a
mucosa do trato respiratório
superior, articulações, olhos, fígado,
testículos, músculos e ossos.
AGENTE ETIOLÓGICO
Mycobacterium leprae ou bacilo de 
hansen.
HISTÓRICO
Em 1873, G.H. Armauer Hansen
(1841-1912), em Bergen, na
Noruega, descobriu o agente
causador da hanseníase.
A doença que naqueles tempos era
considerada hereditária e atribuída
a um castigo divino.
EPIDEMIOLOGIA
O maior número de casos predomina em 6
países em desenvolvimento de clima tropical e
subtropical: Índia, Brasil, Myanmar, Nepal,
Madagascar e Moçambique;
Juntos somam, 83% da Prevalência e 88% do
índice de detecção da hanseníase no mundo;
EPIDEMIOLOGIA
Os novos casos de hanseníase detectados nas
Américas diminuíram 35,8% em uma década, de
52.652 casos em 2004 para 33.789 em 2014.
(OPAS/OMS, 2016)
Nos últimos 05 anos foram detectados novos casos
da doença nos 24 países das Américas, cujo 94%
destes foram localizados no Brasil. (OPAS/OMS, 2016)
Segundo a OMS, o Brasil é o 2º país no
ranking de incidência da hanseníase no
mundo, com aproximadamente 34 mil
pacientes, representando 15,4% de todo o
planeta; (OMS,2012)
No Brasil, a taxa de prevalência é de
1,10/10.000 habitantes, sendo o segundo
país em n.º absoluto de casos; (BRASIL, 2016)
Em Dezembro de 2016, existiam 22.710
registros ativos da doença;
No ano de 2016, foram 25.218 casos no
geral. Destes 1.696 casos foram em
menores de 15 anos.
Percentual de cura no ano de 2016,
equivalente a 81,8%
(BRASIL,2016)
Em 2015, o Estado de
Pernambuco registrou 2.362 casos
novos da doença, sendo 237 casos
em menores de 15 anos. (SES-PE,2016)
Recife, ainda, se encontra entre as
cidades do Brasil que possuem a
maior notificação de casos de
hanseníase.(SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE RECIFE,2017)
Em 2016, Recife notificou 329 
casos novos, sendo 20,2% dos 
casos do Estado. 
No mesmo ano, Recife notificou 36 
casos novos em menores de 15 
anos de idade, representando 
24,2% dos casos de 
Pernambuco.(SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE 
RECIFE,2017)
Bacilo Gram Positivo;
BAAR (Bacilo Álcool – Ácido 
Resistente);
Forma (pleomórfico, reto ou 
ligeiramente curvado, extremidades 
arredondadas, medindo de 3 a 8 m);
Coloração (cora-se em rosa claro pelo 
método Ziehl-Neelsen.
ETIOLOGIA
IMUNO-PATOGENIA
• Bacilo/hospedeiro; 
• Resposta imunológica/Imunidade 
celular.
Período de incubação
Tavares Marinho, 2005 - Até 5
anos, variando com o estado imune
do indivíduo;
Martins et al, 2005 - de 3 a 5 anos;
BRASIL, 2002 - de 2 a 7 anos.
Fonte de infecção
A única fonte de infecção 
reconhecida, é o homem bacilífero 
não tratado. (BRASIL,2002)
Animais selvagens, como o tatu, o 
macaco mangabei e o chipanzé, 
foram natural infectados. (VERONESI, 2006)
A transmissão é direta do paciente
bacilífero não tratado para o indivíduo
sadio, eliminando os bacilos pelas vias
aéreas superiores, durante a
convivência domiciliar íntima e
prolongada.
Nota: Também são contaminantes os
hansenomas ou lesão erosada da pela
dos pacientes bacilíferos. (BRASIL,2002)
Transmissibilidade
Figura 01 – Tipos de lesões
Fonte: Ministério da Saúde, 2002
Sinais e sintomas
 Dermatológicos
Tipos de lesões
Placa – lesão que se estende em superfície 
por vários centímetros;
Infiltrações – aumento da espessura e 
consistência da pele com limites imprecisos;
Manchas – “pigmentares ou discrômicas”, 
resultam da ausência, diminuição ou aumento 
de melanina.
Nódulo – lesão sólida circunscrita, elevado 
ou não, de 1 a 3 cm de tamanho. 
• Dor/espessamento dos nervos periféricos;
• Diminuição/perda da sensibilidade nas áreas 
inervadas por esses nervos (olhos, mãos e pés);
• Diminuição/perda da força dos músculos 
inervados por esses nervos (pálpebras, 
MMSS,MMII).
Neurológicos
Figura 02 – Nervos Periféricos
Fonte: BRASIL (2002)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
 Forma Indeterminada
Figura 03 – Hanseníase Indeterminada
 Forma Tuberculóide
Figura 04 – Hanseníase Tuberculóide
 Forma Virchowiana
Figura 05 – Hanseníase Virchowiana
Figura 06 – Face leonina-madarose
 Infiltração difusa
 Dimorfa
Figura 07 – Hanseníase Dimorfa
Evolução Clínica da Hanseníase
Quadro 01 - Evolução Clínica da Hanseníase
Fonte: BRASIL, 2002.
Classificação do Doente
Classificação Operacional
Paucibacilares – PB, pacientes que
apresentam até 5 lesões de pele ou
um tronco nervoso acometido;
Multibacilares – MB, pacientes que
apresentam mais de 5 lesões de pele
ou dois ou mais troncos nervosos
acometidos;
Classificação baseada na
baciloscopia
Casos paucibacilares: apresentam
baciloscopia negativa.
Casos multibacilares: apresentam
baciloscopia positiva.
Diagnóstico Clínico
Anamnese
Avaliação dermatológica
Pesquisa de sensibilidade
Sensibilidade térmica Sensibilidade dolorosa
Sensibilidade tátil
Diagnóstico Laboratorial
 Baciloscopia;
 Histopatologia;
 Reação em cadeia pela polimerase 
(PCR);
Critérios sugestivos para 
identificação de um 
caso de hanseníase
Lesões ou áreas de pele com
alteração de sensibilidade;
Acometimento neural com
espessamento de nervo;
Baciloscopia positiva.
Tratamento
Figura 08 – Blister – Paucibacilar, adulto.
Fonte: www.fundacaohanseniase.gov.br, 2005.
Figura 09 – Blister – Multibacilar adulto
Tratamento
Duração do tratamento
Esquema paucibacilar (PB) 
Seis doses mensais supervisionadas de
rifampicina em até nove meses; mais a
sulfona auto-administrada.
Esquema multibacilar (MB)
Doze doses mensais supervisionadas de
rifampicina em até dezoito meses, mais
a sulfona auto-administrada e a
clofazina auto-administrada e
supervisionada.
• Exame dos comunicantes intra-
domiciliares;
• Investigação epidemiológica;
• Exames de grupos populacionais 
em áreas endêmicas;
PROFILAXIA
PROFILAXIA
• Preparo de pessoal médico, 
enfermeiro e de equipes de 
saúde;
• Atendimento da demanda;
• Imunoprofilaxia / Imunoterapia
(vacina BCG).
PROGNÓSTICO
• O tratamento promove a cura;
• É importante eliminar o 
preconceito e o estigma;
• Medidas preventivas evitam o
aparecimento de deformidades
e/ou incapacidades.
DEFORMIDADES/ INCAPACIDADES
REFERÊNCIAS
VERONESI, RICARDO. Tratado de infectologia,
vol. 01, 6º ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2006;
VERONESI, RICARDO. Tratado de infectologia,
São Paulo, ATHENEU, 1996;
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia para o
controle da hanseníase Caderno de atenção
básica, n. 10, DF: Brasília, 2002;
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Plano de 
eliminação da hanseníase – 2006-2010.
Disponível em: 
http//<www.ministeriodasaude.gov.br>. Acesso em 
17 de Março de 2007;
MELO, H.R.L et al. Condutas em doenças 
infecciosas. Rio de Janeiro: MEDSI, 2004;
TAVARES,W; MARINHO, L.A.C. Rotinas de 
diagnóstico e tratamento das doenças 
infecciosas e parasitárias. São Paulo: ATHENEU, 
2005;
HINRICHSEN, SYLVIA LEMOS DIP – Doenças
infecciosas e parasitárias. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2005;
SECRETARIA DE SAÚDE DO RECIFE. Boletim
informativo: perfil
Epidemiológico da hanseníase no Recife
2000-2004 – PE. Recife: 2005;
ROUQUAYROL, M.Z., FILHO, N.A. Epidemiologiae saúde. 6 ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 2003;
SOUZA, MÁRCIA DE. Assistência de enfermagem
em infectologia. São Paulo: ATHENEU, 2004;
OMS – Organização Mundial de Saúde. Um guia
para eliminar a hanseníase como problema de
saúde pública. Genebra, 1995;
RODRIGUES, J.A.L.; LYRA, E.V.V.; FALCÃO, I.V. Perfil
da população em situação irregular e em
abandono de tratamento da hanseníase.
Hansenologia Internationalis. Sociedade Brasileira de
Hansenologia. v. 30, n. 01, p. 117, Jan – Jun., 2005;
DIAS, M.C.F.S. et al Campanhas
descentralizadas para diagnóstico da
hanseníase no município de Mossoró/RN,
orientadas por Sistema de Informação
Geográfica (SIG). Hansenologia Internationalis.
Sociedade Brasileira de Hansenologia. v. 30, n. 01,
p. 112, Jan – Jun., 2005;
SOUZA, V.A. et al Condição de saúde bucal
entre hansenianos no momento do
diagnóstico. Hansenologia Internationalis.
Sociedade Brasileira de Hansenologia. v. 30, n. 01,
p. 121, Jan – Jun., 2005;
GARCIA, R.M. et al Visão epidemiológica da
hanseníase no Centro de Saúde Gouveia de
Barros, Recife – PE, 2004. Hansenologia
Internationalis. Sociedade Brasileira de
Hansenologia. v. 30, n. 01, p.115, Jan – Jun., 2005.
GARCIA, R.M. et al Visão epidemiológica da
hanseníase no Centro de Saúde Gouveia de
Barros, Recife – PE, 2004. Hansenologia
Internationalis. Sociedade Brasileira de
Hansenologia. v. 30, n. 01, p.115, Jan – Jun., 2005.
Obrigado!

Continue navegando