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Análise - A RELÍQUIA - Eça de Queiroz

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO
CÂMPUS SÃO PAULO
LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA:
Eça de Queiroz – A Relíquia
Amós Da Silva Bezerra Junior (N°03)
Bárbara Oliveira Alves (N°07)
Eduardo Ferreira Da Silva (N°12)
Fernanda Rodrigues Rossi (N°13)
2° ELETRÔNICA VESPERTINO – T212
SÃO PAULO, 05 DE ABRIL DE 2019
BIOGRAFIA
Eça de Queirós (1845-1900) foi um escritor português. "O Crime do Padre Amaro" foi o seu primeiro grande trabalho, um marco inicial do Realismo em Portugal. Foi considerado o melhor romance realista português do século XIX. Foi o único romancista português que conquistou fama internacional nessa época. Foi duramente criticado por suas críticas ao clero e à própria pátria. A crítica social unida à análise psicológica aparece nos livros "O Primo Basílio", "O Mandarim", "A Relíquia" e "Os Maias".
José Maria Eça de Queirós nasceu no dia 25 de novembro, na cidade de Póvoa de Varzim, Portugal. Seus pais, o brasileiro José Maria Teixeira de Queirós e a portuguesa Carolina Augusta Pereira de Eça, casaram-se quatro anos após seu nascimento. Esse fato fez com que o ocultassem por muito tempo. Passou sua infância e adolescência longe da família, sendo criado pelos avós paternos. Foi interno no Colégio da cidade do Porto. Em 1861 ingressou no curso de Direito da Universidade de Coimbra, onde se formou em Direito em 1866. Nessa época, manteve contato com os movimentos estudantis liderados por Antero de Quental e Teófilo Braga. Depois de formado, foi para Lisboa residir com os pais. Exerceu por algum tempo a advocacia.
Eça de Queirós iniciou sua carreira literária em 1867, com “Notas Marginais” - folhetins publicados na “Gazeta de Portugal” (postumamente reunidos em “Prosas Bárbaras”) Nesse mesmo ano dirigiu na cidade de Évora o jornal de oposição “Distrito de Évora”. Em 1869, como jornalista, assistiu a inauguração do Canal de Suez, no Egito, que resultou na obra “O Egito”, publicada postumamente. Depois, instalou-se em Leiria, como administrador do Conselho.
Em 1871, Eça de Queirós participou do grupo “Cenáculos”, formado por antigos estudantes que decidiram realizar uma série de conferências públicas, para divulgar as novas ideias sobre arte, religião, filosofia e política. Nas “Conferências Democráticas do Cassino Lisbonense”, Eça de Queirós profere a palestra "O Realismo Como Nova Expressão de Arte". Nesse mesmo ano, com a colaboração do escritor Ramalho Ortigão, publicou em folhetins a novela policial "O Mistério da Estrada de Sintra". Lançou também, em folhetos mensais, "As Farpas", contendo críticas à sociedade portuguesa e suas instituições.
Em 1872, Eça de Queirós ingressa na carreira diplomática, é nomeado cônsul em Havana, Em 1874 é transferido para o consulado de Newcastle-on-Tyne, na Inglaterra. Em 1875 publica “O Crime do Padre Amaro”, inspirado na época em que esteve em Leiria. O romance representou o marco inicial do Realismo em Portugal, nele, Eça faz uma crítica violenta da vida social portuguesa, denuncia a corrução do clero e a hipocrisia dos valores burgueses.
Em 1878, Eça de Queirós é transferido para o consulado de Bristol, também na Inglaterra. Nesse mesmo ano, publica “O Primo Basílio”, em que coloca como tema o adultério, focalizando a decadência da família burguesa de seu tempo. A crítica social unida à análise psicológica aparece também no romance "Mandarim" (1879).
Em 1885 visita em Paris, o escritor francês Émile Zola. Casa-se, em 1886, com 40 anos, com Emília de Castro Pamplona Resende, jovem de família aristocrática. O casal teve dois filhos. Em 1888 foi nomeado cônsul em Paris, ano que publica "Os Maias", iniciando uma nova fase em sua carreira literária, quando o autor abstrai-se da sátira contundente e da ironia caricatural da família ou da sociedade burguesa, para conduzir-se a uma trilha construtiva.  Abandona os elementos realistas, lança-se ao cultivo de princípios moralizantes, deixando transparecer que o valor da existência reside na simplicidade. É desse momento: "A Ilustre Casa de Ramires" e "A Cidade e as Serras", o conto "Suave Milagre" e as biografias religiosas.
Eça de Queirós faleceu em Neuilly-sur-Siene, França, no dia 16 de agosto de 1900.
DESCRIÇÃO FÍSICA E MENTAL DOS PERSONAGENS
Teodorico Raposo - Chamado por alcunha Raposão. Jovem hipócrita e interesseiro que se faz passar por beato para enganar a tia, Titi, e obter sua fortuna em testamento. É falso e mulherengo. Peregrina pela Terra Santa apenas para atender o desejo da tia e aproximar-se ainda mais de sua fortuna
Dona Maria do Patrocínio (Titi) - Senhora muito alta, muito seca, “carão chupado e esverdinhado’, beata, virgem e com aversão ao sexo. Dona de uma imensa fortuna, usava isto como motivo para atemorizar o narrador.
Crispim - Filho do dono da firma Teles, Crispim & Cia. Chamado ironicamente de "a firma". Tinha cabelos compridos e louros, e um comportamento homossexual durante a vida no internato. Acaba tornando-se patrão e cunhado de Teodorico.
Pinheiro - Padre freqüentador dos jantares oferecidos por Titi. Triste, tem mania de doença e fica examinando sempre a língua no espelho.
Casimiro - Padre, procurador de Titi, vem sempre jantar com ela. Titi confia nele inteiramente.
Margaride - Homem corpulento e solene, calvo e com sombrancelhas cerradas, densas e negras como carvão. Foi amigo do pai de Teodorico em Viana, onde foi delegado. Foi juiz em Mangualde, mas aposentou-se depois de receber uma grande herança de seu irmão Abel. Tinha um gosto mórbido de exagerar as desgraças alheias.
Adélia - Amante de Teodorico, mas que era mantida por Eleutério Serra. Jovem interesseira, que acaba desprezando o protagonista por causa de sua obediência aos horários estipulados pela tia para chegar em casa e porque pouco consegue obter financeiramente. Acaba tornando-se amante do Padre Negrão, que recebe boa parte da herança de Titi.
Dr. Topsius - Alemão, formado pela Universidade de Bonn. Era um indivíduo espigado, magríssimo e pernudo, com uma rabona curta de lustrina, enchumaçada de manuscritos’. Tinha o nariz agudo e pensativo e usava óculos de ouro na ponta do nariz. Era patriótico, considerava a Alemanha a “mãe espiritual dos povos”. Apenas seu pigarro e a mania de usar a escova de dentes de Teodorico, desagradavam este último.
Mary - Amante que Teodorico arranja quando da viagem à Terra Santa, responsável pelo fato de Titi ter deserdado o sobrinho, por conta de uma camisola de rendas e de certo bilhete que nela havia pregado.
Padre - Negrão.
Vivência - Empregada de Titi.
Pote - Guia de Teodorico e Topsius em Jerusalém.
Justino - Tabelião de Titi.
Apedrinha - português encontrado no Egito como carregador de malas.
DESCRIÇÃO DO ESPAÇO/TEMPO/AÇÃO
O espaço principal é Lisboa e, também, a Terra Santa para onde o narrador se dirige numa viagem patrocinada por Titi.
O tempo da narrativa é cronológico e a narrativa linear, transcorrendo no período entre namoro de Luísa, a morte da mãe, o abandono pelo namorado, estendendo-se pelos dois anos de seu casamento com Jorge, até a viagem e volta desse.
A ação passa-se no final do século XIX
CONFLITO
A história apresenta duas personagens bem opostas: de um lado, Dona Maria do Patrocínio, a tia Patrocínio, ou Titi; rica e religiosa, torna-se uma caricatura das devotas católicas da época. Do outro lado, seu sobrinho Teodorico Raposo, entregue aos valores mundanos.
Teodorico é enviado a um colégio interno e depois para Coimbra, para continuar seus estudos. Quando volta para a casa de sua tia, em Lisboa, conhece Adélia e se torna seu amante. Mas, ele acaba sendo traído e abandonado por ela, e então tenta convencer sua tia a enviá-lo a Paris, para seguir sua vida. Entretanto, para a devota Titi, a cidade era um ambiente devasso, que poderia corrompe-lo facilmente. Oferece ao sobrinho, então, uma peregrinação a Jerusalém, para que colocasse as ideias em ordem e se aproximasse de sua fé. Ela, ainda, lhe encomenda uma relíquia,algo original com a qual ele pudesse lhe presenteá-la. A princípio Teodorico fica contrariado, mas aceita a viagem, imaginando que teria a oportunidade de conhecer diversas mulheres ao longo dos locais pelos quais se hospedasse.
Ele parte, e logo no início da viagem faz amizade com Topsius, que passa a ser seu companheiro de empreitada. Em Alexandria conhece Miss Mary, de quem se torna amante pelo período que passa no local. Como lembrança dos momentos íntimos vividos por eles, Miss Mary lhe dá um embrulho com uma camisola sua dentro, para que ele carregue ao longo da viagem e não se esqueça dela. Teodorico segue seu rumo, com o amigo.
Ao chegarem à Palestina, Teodorico se interessa por uma vizinha de quarto, casada. Como não é correspondido, vai com o amigo se divertir numa boate, mas as mulheres de lá não o agradam e os amigos seguem para Jerusalém.
Em seguida ele passa a descrever detalhadamente sua participação nas sagradas cenas que envolvem a morte e a ressurreição de Jesus, mas acaba revelando que se tratava apenas de um sonho.
Na sequência ele narra a descoberta de uma suposta árvore de espinhos, de onde teria saído o galho que forjara a verdadeira coroa de espinhos de Jesus. Havia acabado de encontrar a relíquia encomendada por sua tia, que poderia fazer dele seu herdeiro e lhe garantir vida boa para sempre.
CLÍMAX
Teodorico embrulha a coroa de espinhos e guarda juntamente com o embrulho que havia ganhado de Miss Mary. Como tinha de se livrar deste antes de retornar à casa da tia, entregou-o a um pedinte na rua, quando já faziam o caminho de volta. O problema é que ele se confundiu com os embrulhos iguais, e o que foi entregue ao pedinte foi a camisola. Para completar o desastre, o embrulho da amante foi entregue à tia.
Como já era de se esperar, Teodorico é expulso de casa e passa a viver da venda de relíquias que ele mesmo fabricava. O negócio, apesar de próspero, fracassa com o passar do tempo. A tia falece e lhe deixa em testamento apenas seu “óculo”.
DESFECHO
Depois desse episódio, Teodorico reencontrou Crispim, seu amigo do Colégio dos Isidoros. Notando que Raposão estava "muitíssimo feio", Crispim, naquele momento único dono da Crispim & C.A, ofereceu-lhe uma vaga na Firma e passou a ajudá-lo. Em pouco tempo, Raposão prosperou na Firma e Crispim decidiu promover o casamento entre ele e sua irmã. Um dia, Crispim o convidou para ir a uma missa e perguntou qual a igreja de sua preferência. Raposão ia mentir, mas lembrou-se de sua consciência e respondeu afirmando sua falta de religiosidade. Da mesma forma aconteceu quando Crispim veio perguntar-lhe sobre seu interesse em D. Jesuína, sua irmã. Raposão disse que não a amava, mas a achava um "belo mulherão", que lhe agrava "muito o dote, e havia de ser um bom marido". Casaram, Raposão e Jesuína, tiveram filhos e ele tornou-se um homem honrado, comendador e rico.
Mais tarde, soube que o Padre Negrão era amante de Adélia. Enfurecido com a notícia e com a constatação de que o hipócrita padre havia ficado com sua herança e com sua amante, Raposão, reavaliando a sua vida, arrependeu-se de sua falta de firmeza de, naquela hora em que a Titi desembrulhou o pacote e encontrou a camisa de Miss Mary, não ter afirmado hipocritamente que aquela era a camisa de Maria de Madalena, e que o bilhete era a prova de que a santa havia ofertado a camisa a ele pelo muito que ambos gozaram com suas orações. Assim, teria assegurado a herança e o prestígio. Como se vê, volta-se ao reino da hipocrisia.
CONTEXTO HISTÓRICO
A obra tem o objetivo de ironizar e criticar a sociedade portuguesa da época. Esta obra denuncia um Portugal extremamente conservador, e Titi é uma boa representação disso. Eça expõe e critica uma sociedade falsamente religiosa, que ainda vive de aparências. Ainda utilizando a personagem Titi para exemplificar, ela, tão devota e piedosa, não hesita em deserdar seu sobrinho pelo fato de ele possuir uma forma de vida diferente da sua, e ir contra as coisas em que ela acredita, colocando-o para fora de casa sem se preocupar em como ele iria sobreviver. Ela também se posiciona contra os relacionamentos amorosos e as crianças, contradizendo os ensinamentos de sua religião, o que a torna uma personagem hipócrita e preocupada apenas em manter as aparências (e seu dinheiro).
Em Portugal no século XIX, contexto desta obra, o catolicismo já estava em decadência, mas a sociedade em geral buscava viver de aparências. Eça de Queirós busca, portanto, demonstrar o atraso de seu país, além de se demonstrar cético em relação à religiosidade, através do protagonista Teodorico Raposo, que se finge de religioso para ganhar a confiança e a herança da tia.
Tudo era aparência. Ele só amava o dinheiro, igual à sua tia. Não há caridade ou verdade nos personagens. Tudo é falso. Assim como Eça enxergava a própria religião em si.
Teodorico é, na realidade, um personagem voluptuoso, que sonha em viajar para Paris, cidade que simboliza a vida de riquezas, belezas e luxúria que ele almeja, além de representar a revolução, tão odiada pelos conservadores católicos.
Tudo nele é mentira e dissimulação. Tanto que seu lamento final é o de não ter sido esperto o bastante para dizer à tia que a camisola na verdade pertencera a Maria Madalena, já que o nome condizia com as iniciais Miss Mary. Ou seja, ele não só não se arrepende se suas mentiras, como lamenta não ter mentido mais.
A obra, portanto, tem o objetivo de ironizar e criticar a sociedade portuguesa da época.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
<https://www.stoodi.com.br/resumos/literatura/eca-de-queiros-a-reliquia/> (Acesso em 04/04/19)
<https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/a-reliquia-resumo-e-analise-do-livro-de-eca-de-queiros/> (Acesso em 04/04/19)
< https://www.passeiweb.com/estudos/livros/a_reliquia> (Acesso em 04/04/19)

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