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ATPS ASSESSORIA E CONSULTORIA EM SERVIÇO SOCIAL

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Faculdade Anhanguera – FA
Centro de Ensino À Distância – CEAD
Polo Valparaíso de Goiás – GO
Graduação em Serviço Social
Disciplina: Assessoria e Consultoria em Serviço Social
8º Semestre
Assessoria e Consultoria em Serviço Social
Discentes:
Valparaíso de Goiás, 30 de Outubro de 2013.
SUMÁRIO
Introdução................................................................................................................................ 03
O significado da palavra “Assessoria”..................................................................................... 03
Relação da Assessoria ao trabalho do Assistente Social.......................................................... 03
Assessoria no Serviço Social................................................................................................... 04
A contribuição por meio de Assessoria, Consultoria ou Supervisão profissional - Como é possível contribuir para a atuação de outros Assistentes Sociais?........................................... 06
A contribuição por meio de Assessoria, Consultoria ou Supervisão profissional - Como é possível contribuir para a organização dos indivíduos?........................................................... 07
A assistência em Serviço Social à gestão de Políticas Sociais................................................ 08
Carta-proposta destinada a Assessoria prestada ao profissional do Serviço Social................. 09
Considerações Finais................................................................................................................ 12
Bibliografia.............................................................................................................................. 13
Introdução
Pode-se analisar a demanda de assessoria ao Serviço Social como sendo um processo de trabalho para a profissão. Para a execução de uma assessoria, faz-se necessária clareza acerca de quais são os objetivos pretendidos pelos demandatários da organização que a solicita. Também é preciso conhecer a organização a fim de tornar possível um processo de trabalho investigativo e interventivo com retorno para a qualificação profissional de todos os envolvidos. 
Porém, a assessoria pode ser considerada, apesar da incipiência de sua utilização como instrumento ou atividade da categoria profissional, um novo espaço de intervenção do Serviço Social. Uma Assessoria de Imprensa trabalha para um assessorado, que pode ser um cliente particular ou uma instituição. Empresas, pessoas físicas como "personalidades públicas", médicos, advogados, músicos e instituições e organizações como empresas estatais, autarquias, governos, partidos, sindicatos, clubes, ONGs, ou indivíduos, entre outros costumam utilizar serviços de assessoria de imprensa. O interesse pela assessoria, em geral, é determinado pela geração de informações de interesse público.
O significado da palavra “Assessoria”
Ação ou resultado de assessorar. Instituição ou empresa que reúne dados, informações, análises etc. sobre certo(s) assunto(s), campo(s) de interesse etc. Departamento, instituição ou conjunto de especialistas que assessoram pessoas físicas ou jurídicas.
Relação da Assessoria ao trabalho do Assistente Social
A assessoria no trabalho do Assistente Social pode ser vista como uma forma de acompanhamento e monitoramento de uma determinada demanda, junto a um grupo ou vários grupos que a executam, em que o assessor normalmente não tem vínculo permanente com o local da prestação e realização do serviço. Normalmente, são solicitadas pela equipe institucional, que atua diretamente na organização ou como em alguns casos pelos representantes da gestão. As assessorias podem ser consideradas formas indiretas de prestações de serviços a órgãos governamentais, não-governamentais e empresas privadas, em que o profissional responsável pela execução desta atividade instrumental, normalmente não tem vínculo empregatício atuando como prestador de serviço à organização demandatária. Para a realização da assessoria, os profissionais devem ter como habilidades: negociação, atualização e aprimoramento teóricos constantes, habilidade com apropriação e manejo da informática, iniciativa, espírito de liderança, criatividade, bom relacionamento interpessoal da equipe e interdisciplinar em permanente desenvolvimento.
Assessoria no Serviço Social
Se observarmos a origem da palavra (FERREIRA, 1999), podemos entender que assessoria é aquela ação que visa auxiliar, ajudar, apontar caminhos. Não sendo o assessor um sujeito que opera a ação e sim o propositor desta, junto a quem lhe demanda esta assessoria.
A distinção entre assessoria e consultoria é mínima. Consultoria vem da palavra consultar, que significa pedir opinião. Portanto, consultoria é mais pontual que assessoria que remete a idéia de assistir. Devido à pequena diferença, entre assessoria e consultoria, trataremos neste artigo os dois processos de forma indistinta. 
Freqüentemente para que uma equipe ou assistente social solicite um processo de consultoria, é necessário que já tenha passado, ainda que precariamente, pela elaboração de um projeto de prática, objetivando, com a consultoria, respostas para algumas questões pontuais que dificultam o encaminhamento do mesmo (VASCONCELOS, 1998, p. 128).
Muitas das organizações empregadoras, públicas e privadas, têm contratado profissionais para a prestação temporária de serviços, sem vínculo trabalhista. Isso muita das vezes tem sido chamado de assessoria, mas nada mais é que uma estratégia de burlar os direitos trabalhistas, já que os contratados na realidade exercem ações, não desenvolvendo, na prática, nenhuma assessoria/consultoria.
Devido ao status que ainda se tem hoje sobre o cargo de assessor, é importante que os profissionais de Serviço Social se atentem para importância de se garantir o atendimento direto do assistente social a população usuária nas instituições em que assessoram. Não podemos menosprezar a importância do nosso trabalho profissional junto aos usuários. Assim, uma frente de trabalho não substitui a outra.
A assessoria, mesmo que na Universidade encontre seu espaço privilegiado de trabalho, pode ser desenvolvido pelos assistentes sociais no conjunto das atribuições que desenvolvem nos seus locais de trabalho. 
Os assistentes sociais podem ser excelentes assessores, desde que garantam a sua capacitação profissional continuada, esta, aliás, uma necessidade intrínseca para atuação competente em qualquer área de trabalho. A formação profissional e a experiência possibilitam, especialmente, um domínio sobre as políticas sociais e de práticas educativas com a população.
No campo das competências profissionais identificamos duas frentes de assessoria/consultoria. Uma que os profissionais de Serviço Social vêm desenvolvendo mais, que é a assessoria à gestão das políticas sociais. Atualmente, várias são as experiências de assessoria prestada por assistentes sociais aos diferentes sujeitos envolvidos nesta área, como por exemplo: aos gestores públicos, privados e filantrópicos; aos conselhos tutelares, conselhos de direitos e de políticas; aos profissionais que atuam nos setores públicos e privados; aos movimentos sociais; entre outros. Sobre essa frente é importante que os integrantes da categoria profissional tenham clareza dos objetivos e intenções dessa demanda. Importante reflexão, sobre os contraditórios interesses de assessoria, é desenvolvida por Freire (2006), por meio da sua experiência de assessoria a empresas, gestores e trabalhadores.
O processo de assessoria é cotidianamente construído com os sujeitos fundamentais (os assessorados) e estes têm autonomia em acatar ou não as proposições da assessoria. Esse processo deve ser franco e aberto, por ambos os lados. O assessor é um sujeito propositivo, mas que só terá êxito nesta atividade se tiver interlocução com quem assessora. Para tanto, fundamental é a adoçãode estratégias de trabalho participativas.
Uma vez atingido o objetivo, principal ou não, da assessoria, esta necessariamente não se acaba. Entendemos que o processo pode ter continuidade ou não. Afinal, na nossa concepção não está em cena uma adaptação a um modelo ideal de atuação. A realidade é dinâmica e apresenta permanentemente desafios, que podem ser mais bem encarados por meio da troca de conhecimentos que a assessoria propicia. Importantes espaços para isso são as avaliações que devem ser periodicamente realizadas.
O assessor, muitas das vezes, apresentará proposições que não serão aceitas por quem esse profissional assessora. Isso é previsível, pois o assessor não possui a prerrogativa de executor de ações. Mas, isso não quer dizer que o assessor seja um sujeito neutro. Ao contrário, se o profissional é credenciado para ser assessor é porque há um reconhecimento da sua capacidade. Assim, como a premissa da crítica é um pressuposto da democracia, é importante que o assessor não se omita e indique seus argumentos favoráveis ou não a tal ação. O espaço para a crítica, de ambos os lados, deve ser garantido e estimulado.
A contribuição por meio de Assessoria, Consultoria ou Supervisão profissional
Como é possível contribuir para a atuação de outros Assistentes Sociais?
O Serviço Social é uma profissão de caráter sócio-político, crítico e interventivo, que se utiliza de instrumental científico multidisciplinar das Ciências Humanas e Sociais para análise e intervenção nas diversas refrações da “questão social”, isto é, no conjunto de desigualdades que se originam do antagonismo entre a socialização da produção e a apropriação privada dos frutos do trabalho.
O Assistente Social/Bacharel em Serviço Social é o profissional qualificado que, privilegiando uma intervenção investigativa, através da pesquisa e análise da realidade social, atua na formulação, execução e avaliação de serviços, programas e políticas sociais que visam a preservação, defesa e ampliação dos direitos humanos e a justiça social. Já a Consultoria é a atividade profissional de diagnóstico e formulação de soluções acerca de um assunto ou especialidade. Como campos de atuação profissional podem ser citados: equipamentos da rede de serviços sociais e urbanos das organizações públicas, empresas privadas e organizações não governamentais como: hospitais, escolas, creches, clínicas, centros de convivência; administrações municipais, estaduais e federais; serviços de proteção judiciária; conselhos de direitos e de gestão; movimentos sociais; instâncias de defesa e de representação política. 
Acreditamos que a temática da assessoria/consultoria é importante para a profissão, mas não pode ser tratada de forma independente do rico debate teórico que o Serviço Social vem acumulando nas últimas décadas. Os profissionais de Serviço Social vêm sendo demandados a assessorar a criação de políticas sociais, de serviços sociais, de trabalhos educativos junto à população, entre outros. Há indícios de um elogio inocente dos Assistentes Sociais ao seu trabalho de assessoria sem perceber que o deslocamento do seu exercício profissional, sem a sua substituição por outro profissional da área, era prejudicial para a população usuária. 
Definimos assessoria/consultoria como aquela ação que é desenvolvida por um profissional com conhecimentos na área, que toma a realidade como objeto de estudo e detém uma intenção de alteração da realidade. O assessor não é aquele que intervém, deve, sim, propor caminhos e estratégias ao profissional ou à equipe que assessora e estes têm autonomia em acatar ou não as suas proposições. 
A contribuição por meio de Assessoria, Consultoria ou Supervisão profissional
Como é possível contribuir para a organização dos indivíduos?
O Assistente Social é reconhecido como o profissional da ajuda, do auxílio, da assistência, da gestão de serviços sociais desenvolvendo uma ação pedagógica, distribuindo recursos materiais, atestando carências, realizando triagens, conferindo méritos, orientando e esclarecendo a população quanto aos seus direitos, aos serviços, aos benefícios disponíveis, administrando recursos institucionais, numa mediação da relação Estado, instituição, classes subalternas. 
O desvelamento dessa mediação que vai permitir compreender as políticas socioassistenciais como espaços contraditórios onde, se ocorre muitas vezes o controle e o enquadramento dos subalternos, também ocorre a luta por direitos de cidadania e ainda o acesso real a serviços e recursos que essa população não consegue alcançar de outro modo. Dessa forma, o Serviço Social participa tanto da criação de condições para a sobrevivência material das classes subalternas, como de uma ação socioeducativa tencionada pela dinâmica contraditória dos interesses em confronto no espaço em que se movimenta. É importante assinalar que nos anos mais recentes o Serviço Social brasileiro enfrenta novas demandas, atribuições e competências ampliando seu protagonismo na construção de direitos sociais.
Não podemos esquecer que no cotidiano de sua prática os Assistentes Sociais mantêm uma dupla vinculação: com as instâncias mandatárias institucionais, que o contratam para realizar um trabalho, mediante assalariamento; e com a população usuária a quem o profissional presta serviços. 
A intervenção deste profissional enfrenta a necessidade de renovação e mudança, como resultado das transformações que ocorrem nas relações sociais que peculiarizam o desenvolvimento do capitalismo no país. Assim, à medida que novas situações colocam para a profissão novas exigências, o Serviço Social é obrigado a atualizar‐se, redefinindo estratégias e procedimentos, adequando‐se a novas demandas e requisições do mercado de trabalho. Isso sem deixar de lado algumas características historicamente persistentes de sua intervenção. Coexistem no Serviço Social brasileiro, na atualidade, práticas renovadas ao lado de “velhas” práticas. Sempre no mesmo espaço: a reprodução social da vida das classes subalternas na sociedade. 
A assistência em Serviço Social à gestão de Políticas Sociais
Por que o interesse pelo tema da gestão das políticas sociais?
É preciso entender por que, principalmente nestas últimas duas décadas, tem-se debatido mais intensamente o tema da gestão das políticas sociais. A importância que vem sendo atribuída ao debate sobre a organização e gestão das políticas sociais pode ser apreendida por meio de diferentes ângulos de análise, mas certamente relacionam-se às profundas transformações que se processam velozmente na sociedade capitalista contemporânea, e cujas interpretações desafiam intelectuais, pesquisadores, profissionais, gestores e todos os sujeitos investidos de algum nível de responsabilidade pública.
A política de Assistência Social, por sua vez, comporta equipes de trabalho interprofissionais, sendo que a formação, experiência e intervenção histórica dos assistentes sociais nessa política social não só os habilitam a compor as equipes de trabalhadores, como atribuem a esses profissionais um papel fundamental na consolidação da Assistência Social como direito de cidadania. Os assistentes sociais brasileiros vêm lutando em diferentes frentes e de diversas formas para defender e reafirmar direitos e políticas sociais que, inseridos em um projeto societário mais amplo, buscam cimentar as condições econômicas, sociais e políticas para construir as vias da eqüidade, num processo que não se esgota na garantia da cidadania. A concepção presente no projeto ético-político profissional do Serviço Social brasileiro articula direitos amplos, universais e equânimes, orientados pela perspectiva de superação das desigualdades sociais e pela igualdade de condições e não apenas pela instituição da parca, insuficiente e abstrata igualdade de oportunidades, que constitui a fonte do pensamento liberal. 
As peculiares e históricas relações entre Estado, mercado e sociedade civil que consolidaram as diferentes formas de realização do Estadode Bem-Estar Social em várias partes do mundo, resultaram em conquistas sociais e democráticas que buscaram (adotamos a concepção de política pública). As políticas públicas, embora sejam de competência do Estado, não representam decisões autoritárias do governo para a sociedade, mas envolvem relações de reciprocidade e antagonismo entre essas duas esferas. É mediante as políticas públicas que são distribuídas ou redistribuídos bens e serviços sociais em resposta às demandas da sociedade e, por isso, o direito que as fundamenta é um direito coletivo e não individual.
Carta-proposta destinada a Assessoria prestada ao profissional do Serviço Social
Valparaíso de Goiás, 30 de outubro de 2013.
À
Assessoria prestada ao Profissional do Serviço Social
Prezados Senhores,
Viemos através desta, oferecer as devidas propostas para melhorias de assessoria ao profissional do serviço social e apresentar nossas opiniões.
O Serviço Social é uma profissão que está inserida na divisão social e técnica do trabalho e tem como matéria-prima a questão social e suas diferentes manifestações (IAMAMOTO, 2000). Questão social que pode ser compreendida e pensada como o conflito gerado entre o capital e o trabalho, entre os sujeitos que possuem os meios de produção e os despossuídos do mesmo, bem como as desigualdades sociais em suas múltiplas expressões sociais. 
Segundo Castel (1997), a questão social hoje, coloca-se basicamente a partir da produção e distribuição de riquezas, ou seja, das desigualdades sociais geradas pela má distribuição da renda entre os sujeitos. As demandas apresentadas à profissão podem ser oriundas do conflito suscitado entre o capital e o trabalho, como a exploração, o não acesso a direitos, o desemprego e o sub-emprego, etc. Podendo ser vinculadas a outras questões de cunho mais genérico, como à exclusão social, a baixa-qualidade de vida, a baixa-estima dos indivíduos, grupos e populações, a desestruturação familiar, as diversas formas de violência, entre outros. 
Para poder intervir na questão social, os profissionais do Serviço Social tem como princípio e compromisso ético-político, que consta no Código de Ética dos Assistentes Sociais (1993), a ampliação e consolidação da cidadania, que deve ser considerada tarefa primordial de toda a sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis, sociais e políticos das classes trabalhadoras. A cidadania, segundo Shons (1999), é vista como exercícios de direitos do homem legitimados pelo Estado. Outros princípios defendidos e propostos pela profissão do Serviço Social são o posicionamento em favor da igualdade e da eqüidade social, opção por um projeto social vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação e exploração de classe, etnia e gênero. Para que os profissionais do Serviço Social intervenham na sua prática cotidiana e institucional, tendo como referência os princípios éticos-políticos da profissão, faz-se necessário identificar e desvelar na realidade a questão social e suas múltiplas manifestações. 
A realidade está em processo contínuo de transformação e pode-se pensar que no seu deciframento os Assistentes Sociais devem “[...] construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas emergentes no cotidiano. Enfim, ser um profissional propositivo e não só executivo” (IAMAMOTO, 2000, p. 20). Para Iamamoto é no cotidiano profissional que os Assistentes Sociais devem efetuar as suas atribuições de modo criativo e tendo como compromisso da categoria os princípios do Código de Ética profissional. Sendo assim, o Serviço Social pode incitar na sua prática profissional cotidiana o movimento de identificar e visualizar no individual o social – e vice-versa, no universal o singular, no total o particular. Quando o assistente social intervém em uma dada realidade, que tem uma determinada demanda, ele deve através dos processos de trabalho intervir naquela parte do real, do total, sem perder o foco de fazer o movimento de visualizar naquela particularidade a totalidade.
Nos últimos anos temos assistido no Serviço Social referências ao exercício profissional no campo da assessoria/consultoria. Isso é interessante, mas como toda temática emergente deve ser tratada com cuidado para que não se caia em um modismo, tão querido pela onda pós-moderna na sua busca frenética de novas “teorias” e “metodologias”. Acreditamos que a temática da assessoria/consultoria é importante para a profissão, mas não pode ser tratada de forma independente do rico debate teórico que o Serviço Social vem acumulando nas últimas décadas. Uma temática só é emergente em uma profissão quando há a incidência de pelo menos duas variáveis. Uma é a conjuntura, que passa a uma categoria profissional um conjunto de demandas que até então eram inexistentes ou inexpressivas. É a demanda da realidade e a capacidade de resposta dos profissionais que fazem a emersão, ou não, da citada demanda. Outra variável é que, ao mesmo tempo em que conectados com a realidade, os profissionais de uma categoria, podem estimular a realização de ações até bem pouco tempo não priorizadas ou mesmo não realizadas. Obviamente, que a segunda variável só se efetiva se houver uma ressonância da demanda na realidade, ou seja, o que está colocado é a capacidade de alguns profissionais de perceberem uma demanda em potencial e provocá-la para que esta se efetive. 
Almeida (2006) trata da experiência de assessoria aos profissionais de Serviço Social por meio da disciplina estágio supervisionado articulada ao projeto de extensão que coordena. Interessante, porque nessa sua proposta os alunos de Serviço Social integram junto com o autor a equipe de assessoria. No campo das competências profissionais identificamos duas frentes de assessoria/consultoria. Uma que os profissionais de Serviço Social vêm desenvolvendo mais, que é a assessoria à gestão das políticas sociais. Atualmente, várias são as experiências de assessoria prestada por assistentes sociais aos diferentes sujeitos envolvidos nesta área, como por exemplo: aos gestores públicos, privados e filantrópicos; aos conselhos tutelares, conselhos de direitos e de políticas; aos profissionais que atuam nos setores públicos e privados; aos movimentos sociais; entre outros. Sobre essa frente é importante que os integrantes da categoria profissional tenham clareza dos objetivos e intenções dessa demanda. Importante reflexão, sobre os contraditórios interesses de assessoria, é desenvolvida por Freire (2006), por meio da sua experiência de assessoria a empresas, gestores e trabalhadores. 
Acreditamos que todo o processo da assessoria (planejamento, desenvolvimento, seus impasses, avanços etc.) deve ser avaliado e registrado. Assim, se o assessor estiver atento, pode (em conjunto com quem assessora) construir documentos com diferentes perfis e profundidades, como textos educativos, panfletos, artigos. Esse material deve alimentar o conhecimento acadêmico, mas, em especial, deve ser socializado com os sujeitos fundamentais deste processo, que são as equipes ou profissionais assessorados.
A reflexão aqui empreendida visou clarificar o que seja assessoria/consultoria e, em especial, apontar as possibilidades que essas estratégias indicam para o nosso exercício profissional, tanto na busca de qualificação do trabalho que realizamos como para as possibilidades de assessoria que podemos desenvolver. Esse caminho merece ser sempre alimentado com estudos, análise crítica da realidade e a capacidade de proposições, exatamente no caminho de que Iamamoto (1998, p. 79) vem apontando: um profissional informado, culto, crítico e competente. A assessoria/consultoria, também, é uma importante possibilidade que temos de aprofundar o trânsito entre o conhecimento teórico acumulado pela profissão e a renovação crítica das suas estratégias técnico-operativas, desafio urgente do atual projeto de profissão. Por fim, cabe dizer que consideramos importante o adensamento de reflexõessobre assessoria/consultoria e a sistematização dos desafios que essas experiências apontam. 
Considerações Finais
Este quadro societário atualiza os dilemas frente questão social e as novas configurações que assume na sociedade capitalista atual, em decorrência da imposição de uma agenda de ajustes econômicos aos requisitos ditados pela globalização dos mercados edo capital em nível planetário. 
No entanto, as repercussões dessa crise precisam ser analisadas considerando-se as realidades particulares de cada país. Certamente, os desafios derivados deste contexto são diferenciados em função do estágio de desenvolvimento dos Estados e das economias nacionais, e se agravam nas sociedades que, a exemplo do Brasil, têm uma longa história de dependência e subordinação à ordem capitalista internacional. 
 Este modo de regulação capitalista, que se realizou dedistintas formas nos vários países da Europa e nos Estados Unidos, dá origem a um conjunto de instituições de bem-estar social que vão compor amplos e diversificados sistema de proteção social, cujos pilares se assentam na política de pleno emprego, nas políticas sociais universais, na estruturação de redes de proteção contra riscos sociais, nas quais se destacam o seguro-desemprego e a previdência social. 
Não é o caso aqui de aprofundar as concepções sobreo termo "questão social", mas vale registrar que o estamos empregando não como sinônimo de problema social ou situação social problema, como foi amplamente utilizado nas análises derivadas do estrutural-funcionalismo no Serviço Social, mas no sentido de que a questão social está na base dos movimentos sociais da sociedade brasileira, como produto e condição da ordem burguesa. 
Nesses termos, diz respeito à sociedade de classes e é, portanto, expressão das lutas dos trabalhadores urbanos e rurais pela apropriação da riqueza socialmente produzida, articulando suas demandas ao Estado e patronato que, no enfrentamento da questão social constituem políticas sociais. 
Em tal contexto, o debate sobre as políticas sociais ganha relevância pelo seu caráter de mediação entre as demandas sociais e as respostas organizadas pelo aparato governamental para implementá-las.
VASCONCELOS, Ana Maria de. Relação/pratica: o processo de assessoria/consultoria e o Serviço Social. In: Revista Serviço Social e Sociedade n° 56, p114-134. São Paulo-SP.
BLOCK, Peter. Consultoria, o desafio da liberdade. São Paulo: Makron Books, 1991.
LEITE, Luiz Augusto Mattana da Costa. Consultoria em gestão de pessoas / Luiz Augusto Mattana da Costa Leite, Ieda Vecchioni Carvalho, João Luiz Carvalho Rocha de Oliveira, Ricardo Henry dias Rohm – Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Manual de consultoria empresarial: conceitos, metodologias, práticas. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2007.
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Lei de regulamentação da profissão, Lei n. 8.662/1993.
CRESS. Diretrizes Curriculares para o Curso de Serviço Social: In Assistente Social: ética e direitos. Coletânea de leis e resoluções. 3ª ed. CRESS. 2001
Código de Ética dos Assistentes Sociais.
CARDOSO, I C, Processo de trabalho do Serviço Social, Caderno ABESS: Formação Profissional trajetória e desafio, n°, 7, São Paulo Cortez, 1997.
(CRESS 10ª Região, 1999, p. 68).
BRAVO, Maria Inês Souza; MATOS, Maurílio Castro. Assessoria, Consultoria e Serviço Social. Rio de Janeiro: 7 Letras; FAPERJ, 2006.
IAMAMOTO, Marilda. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São Paulo: Cortez, 1998.
MATOS, Maurílio Castro. Assessoria e Consultoria: reflexões para o Serviço Social. In: BRAVO, Maria Inês Souza e MATOS, Maurílio Castro. Assessoria, Consultoria e Serviço Social. Rio de Janeiro: 7 Letras; FAPERJ, 2006.
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