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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO
FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA BAIXADA FLUMINENSE
PENSAMENTO PEDAGÓGICO DE PAULO FREIRE
“Pedagogia da Autonomia” Paulo Freire.
Em Pedagogia da Autonomia, Freire, esclarece que formar um (a) aluno (a) é muito mais que treinar e depositar conhecimentos simplesmente e, ainda que, para formação, necessitamos de ética e coerência que precisam estar vivas e presentes em nossa prática educativa, pois esta faz parte de nossa responsabilidade como agentes pedagógicos. Ele fala da esperança e do otimismo necessários para mudanças e da necessidade de nunca se acomodar, pois "somos seres condicionados, mas não determinados". Paulo Freire apresenta três temas básicos para construir a Pedagogia da Autonomia, que leva à formação para vida, são eles: a) não há docência sem discência; b) ensinar não é transferir conhecimento e; c) ensinar é uma especificidade humana. O tema central da obra é “a formação docente ao lado da reflexão sobre a prática educativa progressiva em favor da autonomia do ser dos educandos”.
2.8 – Ensinar exige convicção de que a mudança é possível:
Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível. Freire, fala da necessidade de não aceitar o determinismo como um modo de explicação das desigualdades no mundo, mas como sujeitos interventores. Não visa à adaptação e sim a intervenção (mudança) na realidade. Como educadores devemos conhecer nossos alunos, não podemos desconsiderar os saberes dos grupos populares e a realidade histórico-político-social vivida por eles, pois todos estão inseridos num ciclo de aprendizagem. A essa atitude, corresponde à expulsão do opressor de dentro do oprimido. Mudar é difícil, mas é possível, e a partir disto vamos programar nossa ação político-pedagógica. Na nossa relação com o conhecimento, com a história, com a cultura e com a política, a gente deve constatar os fatos não para nos adaptarmos à realidade, mas para participar do movimento de transformação da realidade.
2.9- Ensinar Exige Curiosidade:
Professores que insistem em uma relação paternalista e autoritária com os alunos impõem obstáculos sérios ao exercício da curiosidade, tanto dos alunos como a sua própria. Nenhuma curiosidade se sustenta eticamente no exercício da negação da outra curiosidade. Paulo Freire deixa claro: a curiosidade que silencia a outra se nega a si mesma também. É uma atitude antipedagógica quando os professores não têm nenhuma curiosidade sobre os gostos, os interesses e os saberes dos seus alunos. Como se professores já soubessem definitivamente o que é necessário saber. E como se os estudantes não fossem capazes de trazer conteúdos novos e surpreendentes para o professor também. Às vezes, a única curiosidade dos professores é saber se o aluno está na sala na hora da chamada. Mas quando se torna burocrática desse jeito, a curiosidade fica estéril. E professores e alunos perdem a oportunidade de ensinar e de aprender mais. É claro que há limites éticos para a curiosidade. Minha curiosidade não tem o direito de invadir a privacidade de alguém e expor aos outros, por exemplo. Agora, exercer a curiosidade de forma ética é um direito do estudante. Uma inteligência resignada pode até alcançar a memorização mecânica de um conteúdo. Mas a apreensão científica do conhecimento exige que o estudante não se sinta submisso ao que lhe é ensinado. O conhecimento escolar não deve ser visto como um limite. É o contrário. Conhecimento é uma busca. Conhecimento não é uma cerca. É um horizonte. Quanto mais se descobre, mais se fica curioso sobre o que ainda não sabe. Por isso que a curiosidade científica nos leva a, primeiro estudar, mas em seguida criticar os conhecimentos já consolidados, tomar distância do objeto, observar a partir de várias perspectivas, delimitar para enxergar melhor um detalhe, comparar, formular perguntas que ninguém nunca fez e avançar. O desejo de conhecer.
3.0- Ensinar é uma especificidade humana:
Quais são as habilidades que os professores devem trabalhar para que os estudantes sejam estimulados a se expressar, a se desenvolver e a realizar todo o potencial criativo de sua curiosidade? Para Paulo Freire, uma das qualidades que o professor deve desenvolver para firmar a sua autoridade democrática e garantir a liberdade dos alunos é a segurança em si mesmo. Aquela segurança que vem da qualidade de sua formação, por isso que cuidar bem da própria formação docente, tanto em termos de conteúdo quanto no que diz respeito à formação pedagógica, é uma das ações políticas mais importantes nas lutas pela valorização do professor. Daí a importância do compromisso do professor em estudar permanentemente, o que implica em lutar por condições de trabalho que não só permitam, mas que favoreçam o estudo. Daí a importância da curiosidade do próprio professor, que o leva a ficar sempre atento, tanto em relação aos conhecimentos que os alunos trazem, quanto às transformações que a ciência provoca dentro de sua área de conhecimento. É essa segurança que se expressa na firmeza com que o professor atua. Que é a mesma segurança que o leva a respeitar a liberdade dos alunos, a discutir com naturalidade as suas próprias posições, a rever as suas interpretações, sabendo que pode errar. E mais do que isso, o professor tem o direito de errar e o direito de rever as suas posições. E isso não desqualifica a sua autoridade. Pelo contrário. Assumir os erros e aprender com erros é um sinal de segurança. E isso é importante. A autoridade de um professor seguro de si não precisa ficar o tempo todo fazendo discursos sobre a própria autoridade. Um professor que tem segurança sobre seu trabalho não vai ficar perdendo tempo exigindo respeito. O respeito se constrói na relação. Quem quer impor respeito pela intimidação, pelo medo, pelo autoritarismo, ou pelo “você sabe com quem você está falando” é o sujeito que não está seguro de si e que por isso desperdiça o tempo de aula tentando se afirmar, em vez de aproveitar o tempo para ensinar e aprender. O terceiro capítulo aborda a segurança do professor, o seu comprometimento, as relações entre liberdade e autoridade, a importância de saber escutar para que a aula realmente se torne um diálogo, e todas as outras questões que perpassam essa consciência de que ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade.

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