Buscar

RESUMO P2 GEOPOLITICA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

A Geopolítica Crítica
GEOPOLÍTICA CLÁSSICA
Baseada no paradigma realista, estadocêntrico e masculinista, que segue a imaginação geopolítica moderna.
Estadocentrismo: Tudo se desenvolve ao redor do Estado, como se fosse o único núcleo de poder.
IMAGINAÇÃO GEOPOLÍTICA MODERNA
Imagem do mundo criada a partir das experiências euro-americanas, marcadas por profundas raízes históricas imperialistas (descobrimento do mundo pelo europeu).
NOVA imaginação geopolítica
(GEografia política crítica)
A revisão epistemológica crítica, bem como a descolonização da geopolítica tradicional fez surgir uma nova imaginação geopolítica.
Essa descolonização se dá pois a geopolítica clássica dominante não representa os interesses da sociedade civil.
Está empenhada na reumanização do mundo, isto é, em situar pessoas comuns no centro da geopolítica e, consequentemente, tirar o foco do Estado. Além disso, busca compreender a política mundial a partir da identidade (cultura, fatores sociais) dos atores internacionais, abandonando o paradigma nacional-estatal.
Por meio desse conceito de identidade, houve uma conexão da geografia crítica com a geografia social e cultural, pois recuperou e reconsiderou o papel da identidade, da cultura e do lugar na construção do espaço social. Dessa forma, tenta desconstruir os discursos de poder institucionalizados, a fim de construir novas visões políticas das relações socioespaciais.
Busca decifrar o mundo contemporâneo a partir da flexibilização da relação espaço, que é a potencialidade da diversificação das escalas geográficas, sabendo que estas não se restringem à escala mundial, e se distanciando do Estadocentrismo. 
Geopolítica crítica é não limitar os estudos da geografia da política dentro de espaços de senso-comum.
Contestam tudo que é dado como familiar, por exemplo, o sistema de Estados, e os analisa como processos históricos-espaciais complexos.
Ainda há a preocupação com análises de discurso foucaultiano, devido à valorização do modo de governar dos atores políticos.
As geopolíticas críticas podem assumir inúmeras formas: feministas, verdes, espirituais, populares, das emoções.
A geopolítica crítica contribui para o pensamento de que todo processo social espacial leva em consideração o binômio linguagem-poder. Dessa forma, reconhecem as inúmeras representações de mundo contidas nos Estado-nação.
PÓS-GEOPOLÍTICA
Surge nesse novo ambiente teórico e busca compreender o mundo em profunda transformação. No entanto, apesar de ter como base a renovação radical da imaginação geográfica, ainda assim abre espaço para métodos e teorias geopolíticas neoclássicas, que reforçam uma visão conservadora.
ANTIGEOPOLÍTICA
Trata-se de descolonizar o discurso geopolítico do ponto de vista da hegemonia e deslocar o centro das atenções do Estado territorial. Volta-se, então, para outras formas de entidades políticas, como: movimentos sociais, grupos anticoloniais e ativistas antiglobalização.
Há um domínio intelectual e prático da contra geografia: forma de desafiar a imaginação geográfica dominante, valorizando circuitos alternativos à essa, que nos permitem aplicar a imaginação geográfica a movimentos dissidentes. 
Esses movimentos dissidentes são responsáveis por construir novas espacialidades do político e compartilham objetivos políticos a fim de superar relações de poder e opressão dominantes. 
Construção de contra espaços como alternativas sociopolíticas antagônicas à ordem dominante.
Desconstrução de espaços de resistência (prerrogativa social de uma existência distinta do que domina nos segmentos sociais).
Caráter ético: foco na justiça e na felicidade (um outro mundo é possível somente quando o mundo do outro é possível);
A antigeopolítica deve ser guiada pela busca da justiça territorial, em detrimento de horizontes sociais que geram ou intensificam a opressão social (exploração, marginalização, imperialismo cultural).
Núcleo da antigeopolítica é a resistência, no sentido foucaultiano (onde há poder, há resistência), que atua como um contra fluxo e é a análise chave para o entendimento das práticas geopolíticas.
São representadas por forças de resistência cultural, política e ética dentro da sociedade (lutas contra hegemônicas), caracterizadas como “geopolíticas de baixo para cima”, na qual os dominados desafiam a hegemonia cultural, política e militar do Estado e suas elites.
Não é anterior ao poder. As resistências, ao mesmo tempo que podem fundar novas relações de poder, podem se originar de novas relações de poder.
Não é fundamentalmente contra o poder. É, na verdade, contra os efeitos de poder, como a dominação.
São desencadeadas pelos mais diversos vetores sociais, como a territorialização das identidades (a identidade de um ator social em relação a um determinado território).
Duas direções do desenvolvimento antigeopolítico
Importância do outro na cena política e na busca de espaços políticos que legitimam a sua identidade:
Trata-se de romper com a invisibilização dos sujeitos corporificados, reconhecendo o Homo situs e o Homo geographicus revendo o mundo social como uma realidade datada e construída por todos em condição de desfrutar plenamente dos direitos sociais. 
Autocrítica da geopolítica:
Lugar de fala, academicismo.
A antigeopolítica se insere numa perspectiva de geografia da ação, do movimento, contextualizada historicamente.
história e contrageografias
A análise das geografias do poder dos movimentos sociais implica no estudo do seu potencial geopolítico (discursos e práticas contra espaciais, negociação com os poderes hegemônicos).
MST, Movimento dos Atingidos por Barragens, grupos indígenas, quilombolas.
A Geopolítica do Rimland
O GRANDE DEBATE E O PENSAMENTO DE SPYKMAN
Durante o período entre guerras, houve um grande debate acerca das estratégias estadunidenses que seriam aplicadas na política internacional. Esse debate envolveu questões tanto do âmbito das relações internacionais, quanto sobre os rumos da política externa estadunidense. No primeiro caso, de um lado, existiam os idealistas, do outro, os realistas. No segundo caso, por sua vez, existiam os isolacionistas e os intervencionistas em lados opostos do espectro comportamental.
O pensamento de Spykman, então, foi fundamentalmente moldado pelo realismo e pelo intervencionismo. Logo, ele acreditava que a paz só poderia ser mantida mediante uma política de poder baseada em critérios estritos de segurança e interesse nacionais. Por isso, enxergava o SI como semelhante ao estado de natureza hobbesiano, anárquico e belicoso. Nesse SI, a ordem internacional é garantida por um oligopólio de grandes potências, que pela diplomacia ou pela força, controlam e subordinam as demais.
Além disso, defendia a necessidade de uma ação direta estadunidense, caso o equilíbrio de poder mundial colocasse em risco a segurança e os interesses do país. A intervenção estadunidense, nesse caso, deveria ser o principal vetor da grande estratégia na política mundial: manter divididos e equilibrados os poderes na Europa e na Ásia, assim como assegurar sua hegemonia inconteste no ocidente.
Spykman critica o isolacionismo, pois esta corrente vê o mundo a partir de um sistema político fechado e cria uma falsa noção de segurança, baseada na “fortaleza norte-americana”, na qual os EUA podem se manter indiferentes em relação às oscilações do equilíbrio de poder mundial, quando na verdade não é bem assim. O avanço da aviação militar como poder estratégico torna obsoleta a ideia de uma linha de defesa hemisférica, através da qual a segurança seria mantida devido a distância marítima e da concentração de poder naval. Conclui-se que esse tipo de sistema fechado é perigoso, pois não enxerga a dimensão planetária do SI, nem os avanços das tecnologias bélicas.
Spykman percebeu também que era impossível alcançar um “esplêndido isolamento” num mundo cada vez mais globalizado, desde as relações políticas até as relações militares. Por isso, os EUA deveriam desenvolveruma política externa de projeção mundial, a fim de defender, tanto na paz, quanto na guerra, sua segurança territorial e interesses nacionais. 
Em seu trabalho, assemelha-se a Mackinder na divisão do mundo em 5 ilhas, sendo as principais a Eurásia e a América do Norte. Adotou, no entanto, a projeção cartográfica azimutal equidistante, centrada no Polo Norte, onde era possível ver a relativa proximidade entre América do Norte e Eurásia.
De acordo com Spykman, o intervencionismo é uma estratégia necessária e, além disso, a hegemonia seria conquistada por uma potência (ou coalizão) que conseguisse acumular uma margem de poder residual que pudesse ser aplicada no exterior, para cercar outra ilha-continente. O isolacionismo é, por sua vez, uma estratégia suicida. 
Análise da política mundial
Ainda baseada no confronto entre poder terrestre dominante (na região-pivô eurasiana) e poder marítimo da ilha-continente.
Analisou, também, que no século XX, a lógica de que a pressão centrífuga que partia da região central para as regiões periféricas, na verdade, inverteu-se. Partiu da observação de que nas duas guerras mundiais, Alemanha e Japão, duas potências respectivamente continental e oceânica, tentaram expandir-se da periferia para o centro.
Política de contenção
A teoria de Spykman e Mackinder resultou na Doutrina Truman aplicada durante a Guerra Fria.
A contenção de potências é baseada numa série de alianças políticas entre as potências.
Reforça que os países costeiros da Eurásia estarão sempre no meio dos conflitos.
Quem controla o Rimland, domina a Eurásia, e quem domina a Eurásia, controla os destinos do mundo.
O conceito de Rimland procurava ressaltar a geografia anfíbia das regiões costeiras que contornam a grande planície central da Eurásia.

Continue navegando