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Comissão Internacional de Grandes Barragens
Um Livro Educativo que Explica como as Barragens
Ajudam a Administrar a Água do Mundo
A Comissão Internacional de Grandes Barragens (CIGB) foi 
fundada em Paris, em 1928.
(n.1)É composta atualmente de 88 países e 10 mil membros individuais: empresas 
de Engenharia, Consultores, Construtores, Empreiteiras, Cientistas, 
Pesquisadores, Engenheiros, Professores Universitários, Governos, Instituições 
Financeiras, Associações..
A CIGB é a organização profissional líder na área de barragens, promovendo a 
tecnologia de engenharia de barragens e apoiando o desenvolvimento e a 
gestão dos recursos hídricos de maneira social e ambientalmente responsáveis 
para atender à demanda mundial. 
A CIGB é um fórum para o intercâmbio de conhecimento e experiência em 
engenharia de barragens. Com uma assembléia anual em um país diferente a 
cada ano, e um congresso a cada três anos, acumulou quase um século de 
conhecimentos.
A busca permanente pelo progresso é organizada por meio de 24 Comitês 
Técnicos e 500 especialistas em temas específicos. A CIGB também promove a 
conscientização do público quanto ao papel benéfico das barragens no 
desenvolvimento sustentável e na gestão dos recursos hídricos mundiais. 
A CIGB é líder em sua área, estabelecendo padrões e diretrizes para garantir que 
as barragens sejam construídas com segurança, economia, e de maneira 
ambiental e socialmente sustentáveis.
Sobre a CIGB
As informações, análises e conclusões deste documento não têm respaldo legal e não devem ser consideradas substitutivas de 
regulamentos oficiais com força de lei. Elas são dirigidas ao uso de profissionais experientes que estão aptos a julgar sua 
pertinência e sua aplicabilidade, e a aplicar com precisão as recomendações a qualquer caso particular.
Este documento foi redigido com a máxima atenção. À luz do ritmo das mudanças na área de ciência e tecnologia, entretanto, 
não podemos garantir que cubra todos os aspectos dos tópicos discutidos.
Isentamo-nos de toda e qualquer responsabilidade em relação a como as informações contidas neste documento serão 
interpretadas e utilizadas, e não aceitaremos nenhuma responsabilidade por quaisquer danos ou prejuízos resultantes de tais 
informações.
Por favor, não continue a ler este documento a menos que aceite este termo de responsabilidade sem reservas.
AVISO – TERMO DE RESPONSABILIDADE:
Comissão Internacional de Grandes Barragens
&
As BARRAGENS
a Água do Mundo
Um Livro Educativo que Explica como as Barragens
Ajudam a Administrar a Água do Mundo
Com imenso contentamento, o Núcleo Regional do Paraná do Comitê Brasileiro de 
Barragens – CBDB traz a público esta tradução para o português do livro original em 
inglês intitulado Dams & The World´s Water – An Educational Book that Explains how 
Dams Help to Manage the World´s Water.
Trata-se de publicação elaborada por especialistas* que compõem o Comitê de 
Conscientização e Educação do Público (Committee on Public Awareness and Education) 
da Comissão Internacional de Grandes Barragens (ICOLD – International Commission on 
Large Dams – CIGB Commission Internationale des Grands Barrages). 
O trabalho decorreu de um pedido feito àquele Comitê pelo Eng. Cássio B. Viotti, 
brasileiro, Presidente da CIGB à época. Em resposta, seus integrantes, percebendo a 
importância e o alcance do desafio lançado, se doaram à tarefa com esmero e dedicação, 
de cujos resultados poderão os leitores aqui desfrutar. Nossas congratulações a eles e a 
seus colaboradores pela autoria desta magnífica obra.
Como sabemos, a água é elemento essencial à vida, em todos os seus aspectos, e, 
portanto, sustentáculo da civilização humana. A necessidade de dispor 
permanentemente da água em muitas situações se confronta com a escassez provocada 
pelas inconstâncias do ciclo hidrológico. Para superar essa dificuldade, o engenho 
humano criou formas para armazenamento e distribuição controlada da água ao longo 
do tempo, utilizando obstáculos artificiais aos cursos de água: as barragens.
O livro busca, então, esclarecer o público em geral, de modo simplificado e com rigor, 
acerca dos “fatos básicos sobre o papel benéfico das barragens para o armazenamento e 
gestão da água, produção de alimentos, geração de eletricidade e proteção contra 
enchentes”. 
Desses esclarecimentos, nos desperta especial atenção a possibilidade do emprego 
de barragens no controle de enchentes (item 11.3), predicado que, embora não seja por 
nós desconhecido, poderia ser mais intensamente aproveitado, considerando a 
recorrência de inundações que há tempos assolam várias regiões do Brasil.
Nesse sentido, o texto discorre sobre a água, seus usos, população, demandas e 
distribuição no mundo, bem como trata da construção e operação de barragens em face 
das sérias e desafiadoras questões ambientais. Lança também um olhar para o futuro, 
antevendo as necessidades de água para o século XXI e relembrando a possibilidade do 
uso múltiplo dos reservatórios formados por barragens. Leva em consideração a 
afirmação da ONU de que a gestão de recursos hídricos mundiais é um ingrediente 
“BARRAGENS E A ÁGUA NO MUNDO”
* Ver nominata ao final da tradução
APRESENTAÇÃO DA EDIÇÃO BRASILEIRA
- Um livro educacional que explica como as Barragens ajudam
no gerenciamento da água no mundo -
I
essencial à consecução de todas as Metas de Desenvolvimento do Milênio, o que inclui o 
combate à fome e à pobreza, e a melhora das condições de saúde da população.
Assim, o Núcleo Regional do Paraná cumpre seus propósitos de compartilhar 
conhecimentos acumulados e de divulgar as realizações do CBDB e da CIGB à sociedade, 
com especial atenção à comunidade técnica atuante na engenharia de barragens, que 
terá desta publicação uma resenha atual centrada na gestão de recursos hídricos. Do 
mesmo modo, se espera que este livro seja proveitoso para universitários e alunos de 
escolas técnicas do Paraná e do Brasil.
A tradução deste livro tornou-se realidade graças ao patrocínio da ITAIPU Binacional, 
por meio da dedicada atuação de sua Assessoria de Comunicação Social, que contou com 
o apoio técnico do CEASB - Centro de Estudos Avançados em Segurança de Barragens, 
órgão vinculado à Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI), e ao inestimável apoio 
institucional da COPEL - Companhia Paranaense de Energia e da Companhia Paranaense 
de Saneamento SANEPAR, empresas sócias do CBDB no Estado do Paraná.
Manifestamos nossa gratidão a todas as pessoas que, de algum modo, contribuíram 
para a realização deste trabalho, em particular aos ex-diretores e sócios do CBDB 
vinculados ao Núcleo Regional do Paraná. 
Especialmente, por terem tomado as decisões que viabilizaram a publicação, nosso 
reconhecimento e gratidão a Luiz Berga e Michel de Vivo, respectivamente Presidente e 
Secretário-Geral da CIGB, Edilberto Maurer, Presidente do CBDB, Jorge Miguel Samek, 
Diretor Geral Brasileiro da ITAIPU Binacional, Rubens Ghilardi, Presidente da COPEL e 
Stênio Jacob, Presidente da SANEPAR. De igual modo, nossos agradecimentos à Texto Faz 
Comunicação, pela tradução, a Gilmar Antonio Piolla, Assessor de Comunicação Social da 
ITAIPU, pelo gerenciamento técnico da edição, e a Pedro Paulo Sayão Barreto, 
Superintendente do CBDB, pelas informações e subsídios setoriais fornecidos.
Por fim, espera-se que, ao verter este livro para o português, seja ampliada a 
propagação de seus conteúdos, proporcionando aos leitores não somente conhecer e 
utilizar as informações disponíveis, mas primordialmente sobre elas refletir.
Boa leitura a todos!
A Diretoria
Núcleo Regional do Paraná do CBDB
“O consumo de água tem crescido no último século a um ritmo mais de doze 
vezes superior ao da população mundial. Por esse motivo, a gestão sustentável, 
eficaz e equitativa de recursos hídricos cada vez mais escassosserá o desafio 
chave para os próximos cem anos.” (FAO)
22 de março – Dia Mundial da Água (ONU-1993)
II
ICOLD - CIGB
Diretoria
Presidente:
Secretário-Geral:
Vice-Presidentes:
Luis Berga (Espanha)
M. de Vivo
N. Matsumoto (Japão)
M.Bartsch (Suécia)
E. Maurer (Brasil)
B. Tardieu (França)
A. Marulanda (Colômbia)
P. Mulvihill (Nova Zelândia)
COMITÊ BRASILEIRO DE BARRAGENS - CBDB
Diretoria
Presidente:
Vice-Presidente:
Diretor Técnico:
Diretor de Comunicações:
Diretor Secretário:
Diretor Adjunto:
Diretor Adjunto:
Superintendente:
Edilberto Maurer
Erton Carvalho
Brasil Pinheiro Machado
Marcos Luiz Vasconcellos
Paulo Coreixas Junior
Cássio Baumgratz Viotti
Armando José da Silva Neto
Pedro Paulo Sayão Barreto
NÚCLEO REGIONAL DO PARANÁ - NRP
Diretoria
APOIO INSTITUCIONAL
PATROCÍNIO
Tradução
Texto Faz Comunicação S/S Ltda.
Organizador
Miguel Augusto Zydan Sória
Assessoria de Comunicação Social - CS.GB
Fundação Parque Tecnológico Itaipu - FPTI
CEASB - Centro de Estudos Avançados em Segurança de Barragens
Diretor Regional:
Secretário: 
Tesoureiro:
BINACIONAL
Miguel Augusto Zydan Sória 
José Marques Filho 
Paulo César Akhasi
- CRÉDITOS DA EDIÇÃO BRASILEIRA -
AS BARRAGENS E A ÁGUA DO MUNDO
Um livro educativo que explica como as barragens ajudam a administrar 
a água do mundo
Título original em inglês
Dams & The World´s Water
An Educational Book that Explains how Dams Help to Manage the 
World´s Water
COMISSÃO INTERNACIONAL DE GRANDES BARRAGENS
ICOLD – International Commission on Large Dams
CIGB – Commission Internationale des Grands Barrages
2008
III
(n.1) pg. interna capaA CIGB é representada no Brasil pelo Comitê Brasileiro de Barragens - 
CBDB.
(n.2) pg. 18 O pé é uma unidade de medida de comprimento utilizada no sistema anglo-
saxão, 1 pé [ft] = 0,3048m (metros), aproximadamente, ou 12 polegadas (1 polegada 
[in] = 2,54cm); o Brasil utiliza as unidades de medida do Sistema Internacional de 
Unidades (SI) (Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa, versão 1.0.5a, 2002; e disponível em 
<http://www.inmetro.gov.br/metlegal/resolucao11.asp>, acesso em 11 mar. 2009).
(n.3) pg. 21 Concreto Compactado a Rolo, conhecido no Brasil pela sigla CCR.
(n.4) pg. 28 A altura de uma barragem é determinada do ponto mais baixo da sua 
fundação principal até a crista, conforme critério do Registro Mundial de Barragens 
(RMB); são consideradas, portanto, incluíveis no RMB as barragens que possuam altura 
de 15 metros (independentemente do volume de água armazenável em seu 
reservatório) ou também as que possuam altura variável entre 10 e 15 metros, desde 
que tenham capacidade de armazenar mais de 3 milhões de metros cúbicos de água 
em seu reservatório.
(n.5) pg. 34 Usualmente denominadas no Brasil como Linhas de Transmissão (LTs).
(n.6) pg. 34 No Brasil, a hidreletricidade responde por 85% da oferta nacional de energia 
elétrica (Dados do Ministério de Minas e Energia do Brasil, ano 2007. Disponível em 
<http://www.mme.gov.br/site/menu/select_main_menu_item.do?channelId=1432&pageId=15043>, 0. Energia em 
2007 - Resultados Finais - NOVO. Acesso em 11 mar.2009). 
(n.7) pg. 34 No Brasil, as fontes renováveis respondem por 89% da oferta nacional de 
energia elétrica (85% de hidrelétricas e 4% de outras fontes), sendo que no mundo esse 
percentual é de apenas 18% (Dados do Ministério de Minas e Energia do Brasil, ano 2007. Disponível em 
<http://www.mme.gov.br/site/menu/select_main_menu_item. do?channelId=1432&pageId=15043>, 0. Energia 
em 2007 - Resultados Finais - NOVO. Acesso em 11 mar.2009).
(n.8) pg. 37 No Brasil, a Lei nº 9.433, de 08.01.1997, entre várias disposições define que 
a bacia hidrográfica é a unidade territorial de gestão de recursos hídricos, e institui a 
criação dos Comitês de Bacias Hidrográficas, dentro do Sistema Nacional de 
Gerenciamento de Recursos Hídricos (Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ 
ccivil_03/Leis/L9433.htm>. Acesso em 11 mar.2009).
(n.9) pg. 50 No original em inglês consta “...it will produce 18,200MW...”, que por clareza 
foi traduzido como “...possuirá capacidade de ....”, visto que a informação se refere à 
potência instalada da usina. A capacidade da UHE Três Gargantas (China) deverá ser 
ampliada para 22.400MW até 2011. (Disponível em <http://www.itaipu.gov.br/?q=pt/node/ 
322&foto=comparacoes.jpg>. Acesso em 11 mar.2009).
Visando facilitar a compreensão do conteúdo pelos leitores são listadas abaixo 
notas explicativas sobre algumas informações existentes ao longo do texto.
NOTAS DO ORGANIZADOR
IV
(n.10) pg. 50 No Brasil, o Sistema Interligado Nacional SIN - cobre praticamente todo o 
território nacional e é gerenciado de modo unificado pelo Operador Nacional do 
Sistema Elétrico – ONS (Disponível em <http://www.ons.org.br/home/index.aspx>. Acesso em 11 
mar.2009).
(n.11) pg. 50 Existem atualmente 18 conexões elétricas - sendo 6 delas com o Brasil e 
três centrais binacionais em operação na América do Sul (Itaipu, Salto Grande e 
Yaciretá) (Dados da Comisión de Integración Energética Regional CIER, 2007. Disponível em 
<http://www.cier.org.uy/d06-sie/2007/index.htm>. Acesso em 11 mar.2009).
(n.12) pg. 50 No Brasil, as Pequenas Centrais Hidrelétricas são empreendimentos 
hidrelétricos com potência superior a 1.000 kW e igual ou inferior a 30.000 kW com 
2área total do reservatório igual ou inferior 3.0 km (Resolução nº 394, de 04.12.98, da Agência 
Nacional de Energia Elétrica – ANEEL. Disponível em <http://www.aneel.gov.br/cedoc/res1998394.pdf>. Acesso em 
20 mar. 2009.
(n.13) pg. 60 O acre é uma unidade de medida de área utilizada no sistema anglo-saxão, 1 
2acre [ac] = 4.047m (metros quadrados); 1 pé [ft] = 0,3048m (metros), 
aproximadamente (ver nota n.2) (Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa, versão 1.0.5a, 
2002).
(n.14) pg. 60 A milha é uma unidade de medida de comprimento utilizada no sistema 
2 2anglo-saxão, 1 milha [mi] = 1.609m (metros); 1 milha quadrada [mi ] = 2.588.881m 
2(metros quadrados) ou 2,59 km , aproximadamente (ver nota n.2) (Dicionário Eletrônico 
Houaiss da Língua Portuguesa, versão 1.0.5a, 2002).
(n.15) pg. 61 A polegada é uma unidade de medida de comprimento utilizada no sistema 
anglo-saxão, 1 polegada [in] = 2,54cm (ver nota n.2) (Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua 
Portuguesa, versão 1.0.5a, 2002).
(n.16) pg. 61 3 3 1 pé cúbico [ft ] = 0,0283m (metros cúbicos), aproximadamente (ver nota 
n.2) (Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa, versão 1.0.5a, 2002).
(n.17) pg. 62 2.500pés/segundo = 762metros/segundo (ver nota n.2).
(n.18) pg. 60 Montante: ponto referencial visualizado pelo observador que olha em 
direção à nascente de um curso de água (águas acima); ou seja, a nascente é o ponto 
mais a montante de um rio.
(n.19) pg. 61 Jusante: ponto referencial visualizado pelo observador que olha em direção 
à foz de um curso de água (águas abaixo); ou seja, a foz é o ponto mais a jusante de um 
rio.
(n.20) pg. 62 Margem Direita do reservatório (ou rio ou qualquer curso d´água): a situada 
à direita do observador que olha para jusante (para onde corre o fluxo de água; águas 
abaixo); também denominada direita hidráulica;
 Margem Esquerda do reservatório (ou rio ou qualquer curso d´água): a 
situada à esquerda do observador que olha para jusante (para onde corre o fluxo de 
água; águas abaixo); também denominada esquerda hidráulica.
O Organizador
V
3
 o século que se inicia, a água continuará a ser um recurso 
vital para a civilização humana. Um suprimento adequado e seguro de água é 
um componente essencial de nossa saúde, nosso ambiente, nossas 
comunidades e nossa economia. Dois grandes fatores, entretanto, 
aumentarão os riscos envolvidos: a mudança climática futura, que tornará 
os recursos hídricos mais irregulares,com a tendência de secas exigindo 
maior armazenamento de água; e o crescimento populacional mundial, 
que aumentará a demanda por água para fins domésticos, agrícolas e 
industriais com ênfase na irrigação para produção de alimentos. Assim, o 
papel crucial que as barragens têm exercido ao longo da história da 
humanidade continuará durante o século XXI.
A CIGB tem exercido, desde sua criação, em 1928, um papel-chave na 
disseminação de conhecimento sobre barragens e água. Há muito tempo, 
a CIGB é aberta não só a engenheiros, mas também ao público em geral. É, 
portanto, natural que a CIGB explique à geração mais jovem que tipos de 
desafios ela vai encarar na gestão da água do mundo. Este livro apresenta, 
de maneira simplificada, porém rigorosa, os fatos básicos sobre o papel 
benéfico das barragens para armazenamento e gestão da água, produção 
de alimentos, geração de eletricidade e proteção contra enchentes. Além 
disso, apresenta os fatos essenciais sobre a água do mundo, sua distribuição 
e seu ciclo.
Estamos confiantes de que esta mensagem será útil à geração que terá a 
responsabilidade de levar a humanidade ao século XXII. E esperamos que 
essa geração faça uso desta mensagem de maneira eficiente para construir 
seu próprio futuro. 
Prof. Luis Berga
Presidente da CIGB
Sr. Art Walz
Vice-Presidente da CIGB
Diretor do Comitê
de Conscientização
e Educação Pública
Sr. Michel de Vivo
Secretário-Geral da CIGB
Durante
P
re
fá
ci
o
Barragens a Água do & Mundo
4
Introdução
A Água do Mundo
Como Obtemos Água o Ciclo Mundial da Água
A Distribuição da Água do Mundo
4.1. Países com disponibilidade restrita e escassez de água
4.2. Água para saneamento
4.3. Gestão integrada da água
Dados sobre a População Mundial
Demandas por Água
6.1. Demandas domésticas por água
6.2. Demandas domésticas, agrícolas e industriais combinadas por água
O que É uma Barragem? 
História das Barragens no Mundo
Requisitos, Funções, Tipos,
Características e Construção de Barragens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 19
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 17
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 16
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 13
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 8
 . . . . . . . . . . . . . . p. 6
 . . . . . . . . p. 11
. . . . . . . p. 15
.............................................. p. 16
................................................... p. 19
................................................... p. 15
....................................................... p. 14
........... p. 13
.. p. 16
 . . . . . . p. 17
9.1. Requisitos das barragens
9.2. Funções das barragens
9.3. Tipos de barragens
9.4. Componentes das barragens
9.5. Seleção de local e tipo de barragem
9.6. Construção de barragens
As Barragens de Hoje
10.1. A Função das Barragens Atuais
Barragens a Água do & Mundo
&
As BARRAGENS
a Água do Mundo
S
um
ár
io
9
8
7
6
5
4
3
2
1
10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 28
................................................... p. 19
...................................................... p. 19
......................................... p. 22
............. p. 24
.......................... p. 24
.......................................................... p. 29
?
Os Benefícios que Recebemos das Barragens
 11.1. Suprimento de água para uso doméstico e industrial
 11.2. Atendimento da demanda agrícola para
 fornecimento de alimentos
 11.3. Controle de enchentes
 11.4. Energia hidrelétrica
 11.5. Navegação interior
 11.6. Recreação
 11.7. Gestão integrada da água em bacias fluviais
11.8. Resumo dos benefícios
As Barragens e o Meio Ambiente
Olhando para o Futuro as Barragens do Século XXI
13.1. Processo de planejamento de projetos de barragens 
e reservatórios
13.1.1. Envolvimento e coordenação com o público
13.2. Questões socioeconômicas associadas com projetos
 de barragens e reservatórios
13.3. Necessidade maior de gestão integrada da água nas
 bacias fluviais
13.3.1. Necessidade de gestão da água em tempo real nas bacias fluviais
13.4. Irrigação no futuro
13.5. Energia hidrelétrica no futuro
13.6. Controle de enchentes no futuro
13.7. Navegação interior no futuro
13.8. O equilíbrio entre os benefícios dos projetos e o meio ambiente
13.9. A necessidade de conscientização e educação do público sobre 
recursos hídricos
O Papel da CIGB e a Água do Mundo
Glossário
Resumo
5Barragens a Água do & Mundo
11
12
13
12.1. Preservação e melhoria ambiental 
 . . . . . . . . . . . . . . p. 30
............................................................. p. 53
......................................................... p. 52
........ p. 49
............................................................. p. 50
............................................................................ p. 49
. . . . . . . . . . . . . . . . . p. 42
 . . . . . . . . . . . p. 45
14
15
. . . . . . . . . . . . . . . . . p. 57
 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 58
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 60
.............. p. 54
............................................................................... p. 56
.................................................. p. 47
.............................. p. 47
...... p. 46
................................................. p. 45
......................................... p. 42
............................... p. 38
........... p. 36
....................................................... p. 36
.......................................... p. 36
........................................ p. 34
..................................... p. 33
.................................. p. 32
..... p. 30
Barragens a Água do & Mundo
 é o recurso vital para 
sustentar todas as formas de vida na 
Terra. Ela é essencial ao bem-estar de 
nossa civilização e é o elemento essencial 
ao crescimento e desenvolvimento do 
meio ambiente do planeta, assim como 
requisito básico para sua saúde. Para 
ajudar os leitores a compreender alguns 
dos termos usados neste livro, um 
glossário foi incluído como Anexo A.
Com este livro você aprenderá que há 
uma quantidade fixa de água no planeta. 
Dessa quantidade fixa, apenas uma 
pequena fração é de água doce e 
disponível para consumo humano, 
irrigação de plantações e uso industrial. 
Você também verá que recebemos uma 
quantidade fixa de precipitação ou chuva 
e que apenas uma pequena fração dela 
cai em nosso solo. Uma parcela 
significativa da chuva acaba escoando 
para nossos córregos e rios e depois para 
os oceanos. Isso deixa uma pequena 
quantidade de chuva para uso humano e 
infiltração no solo para reabastecer 
nossos lençóis freáticos, o que ressalta a 
necessidade de coletar, armazenar e 
administrar a água em reservatórios.
Você também verá que essa chuva não é 
distribuída de maneira homogênea pelas 
estações do ano ou por local e que, 
havendo um desequilíbrio entre 
disponibilidade e demanda, a gestão 
cuidadosa é essencial. Além disso, você 
encontrará uma síntese sobre a 
população mundial e sua taxa de 
crescimento projetada. Observe que a 
maior parte do crescimento populacional 
o c o r r e r á n o s p a í s e s m e n o s 
desenvolvidos - onde a necessidade de 
água é maior e onde a oferta atual é 
limitada. É importante reconhecerque o 
uso irresponsável e a contaminação da 
água disponível são largamente 
disseminados. Em algumas regiões do 
mundo, a vida é ameaçada pelo 
desequilíbrio entre a demanda e a oferta 
disponível de água, alimentos e energia.
Você observará que ao longo da história 
do mundo barragens e reservatórios têm 
A Água
Introdução
©
 2
 (
se
e 
p
.6
4
)
6
Barragem de 
Serre-Ponçon - 
França - uma 
barragem
de usos 
múltiplos
7Barragens a Água do & Mundo
Introdução
1
sido construídos com sucesso em rios 
para coletar e armazenar vastas 
quantidades de água e também 
administrar a vazão para manter 
fluxos fluviais diários para 
sustentar a civilização. Por 
mais de 4 mil anos, a 
civilização tem usado 
barragens para fornecer a 
água necessária para 
sustentar a vida em todas 
as partes do mundo. 
Muitas dessas barragens 
ainda estão em operação 
atualmente.
A demanda por água, como 
resultado da população 
mundial em expansão e do 
c resc imento econômico , 
aumentou a necessidade de 
construção de barragens para 
armazenar grandes volumes de água. 
Atualmente, as barragens e os reservatórios 
continuam a servir aos mesmos propósitos no 
atendimento das necessidades sociais e 
econômicas ao redor do mundo e ao mesmo 
t e m p o s ã o 
compatíveis com o 
ambiente natural de 
cada região. Você 
conhecerá toda a gama de 
benefícios que obtemos com 
p r o j e t o s d e b a r r a g e n s e 
reservatórios - suprimento de água, irrigação, 
controle de enchentes, energia hidrelétrica, 
O maciço de 
terra de uma 
barragem em 
Santa Fé, nos 
Estados 
Unidos
A civilização 
precisa de água 
em quantidades e 
qualidade 
adequadas para 
manter a vida e 
sustentar o 
crescimento e o 
desenvolvimento
8 Barragens a Água do & Mundo
Os oceanos
contêm 97,5%
da água
do mundo
A Água do Mundo
 seção explica onde e em que 
forma a água do mundo existe, e como 
obtemos água – “o ciclo da água”. Pode 
parecer surpreendente para a maioria das 
pessoas que apenas 2,5% da água do 
mundo são de água doce (localizada em 
geleiras, lençóis freáticos, lagos e rios) e 
estão disponíveis para as pessoas e 
nações do planeta. 
A maior parte da água do mundo está 
localizada nos oceanos, na neve e no gelo 
permanentes, nas geleiras do Ártico e da 
Antártida, nos rios, nos lagos e nos 
lençóis freáticos. A distribuição efetiva da 
água do mundo é apresentada no 
diagrama a seguir.
EstaEsta
© 3 (see p.64)
©
 4
 (
se
e 
p
.6
4
)
O mundo 
contém 
grande 
quantidade 
de água
Precipitação
Evaporação
Infiltração
Lençol freáticoDireção do fluxo da água subterrânea
Zona ribeirinha
Córrego
Fluxo da água subterrânea
Unidade isolante
Condições naturais
A água
subterrânea
corre para
baixo na direção
de nossos rios
e córregos
Água Salgada
97,5%
31 365 000 000 km
Armazenamento em
lagos e rios
Lençóis freáticos, incluindo
umidade do solo, água de
pântanos e de terrenos sempre
congelados (= permafrost)
Geleiras e cobertura
permanente de neve
Um Mundo de Sal
Estimativas Totais Globais de Água Salgada e Água Doce
0,3%
30,8%
68,9%
Água Doce
2,5%
335 000 000 km
É
importante
compreender
onde estão
localizados os
2,5% de água
doce
9Barragens a Água do & Mundo
A Água no Mundo
2
Uma
geleira
típica na
América
do Norte
Uma parcela significativa da água doce 
do mundo (68,9%) está na forma de 
g e l e i r a s e c o b e r t u r a 
permanente de neve nas 
regiões do Ártico e da 
Antártida. Entretanto, 
apenas pequenas frações 
se tornam disponíveis a 
cada ano.
Os lençóis freáticos são 
uma fonte de água doce 
utilizável. Sua fonte é a 
chuva, a neve e o granizo 
que se infiltram no solo ou o 
encharcam. A água entra no 
solo devido à gravidade, passando 
entre partículas de solo, areia, cascalho 
ou rocha até atingir uma profundidade 
na qual o solo está cheio de água ou 
saturado dela. A área cheia de 
água é chamada zona 
saturada e o topo dessa 
zona é chamado lençol 
freático (veja o diagrama 
a seguir). Os lençóis 
freáticos podem estar 
próximos da superfície 
do solo ou a centenas de 
metros abaixo dela. São 
uma fonte confiável em 
áreas rurais do mundo. A 
maior parte da água dos 
lençóis freáticos é limpa, 
mas pode ser poluída ou 
contaminada. É importante 
protegê-la da contaminação.
Antes
da extração
intensiva
Depois
da extração
intensiva
Poço seco
on
 de
C
e
Lençol freático rebaixado
Poço seco
Poço
PoçoPoço
Lençol freático anterior
ep
sã
d
res
o
metros. Durante o desenvolvimento da 
cidade de Phoenix, Arizona, nos Estados 
Unidos, utilizou-se água do lençol freático 
até sua exaustão. Para atender à demanda 
atual, água do rio Colorado é canalizada 
através do deserto.
Na seção três, veremos que, de toda a 
chuva no mundo, 19% caem sobre os 
continentes. A chuva pode ser absorvida 
pelo solo ou escoar por córregos e rios até 
os oceanos. O volume de água que é 
absorvido pelo solo é a fonte para 
recarregar ou reabastecer os lençóis 
Hoje uma grande parcela da população 
mundial obtém sua água dos lençóis 
freáticos. Em comparação com o 
armazenamento de água na superfície, tal 
como o proporcionado pelos lagos, a água 
dos lençóis freáticos tem a vantagem de 
estar frequentemente disponível 
localmente e não exigir transporte. Além 
disso, os investimentos no desenvol-
vimento de fontes de água dos lençóis 
freáticos podem ser feitos à medida que 
se tornam necessários. Como os lençóis 
freáticos existem naturalmente, sua 
localização e seu volume não podem ser 
alterados ou expandidos. Nas regiões 
áridas do planeta, os lençóis freáticos são 
m u i t o e s c a s s o s p a r a f o r n e c e r 
quantidades adequadas de água. Na 
região de Riad, na Arábia Saudita, por 
exemplo, o lençol freático é explorado a 
uma profundidade de 1.200m a 1.800 
freáticos. Em áreas abertas, cobertas por 
vegetação e sem construções, a absorção é 
a maior até 75% da chuva. Em áreas com 
estacionamentos pavimentados e outras 
construções, o escoamento é o maior - 
cerca de 75% da chuva. Em conclusão, é 
importante ter consciência de que, à 
medida que o solo é ocupado por 
construções, o escoamento aumenta e a 
absorção diminui.
Para obter água do lençol freático, poços 
são instalados para extrair água para uso 
doméstico, agrícola e industrial. A extração 
deve ser administrada para não rebaixar o 
lençol freático e esgotá-lo em alguns locais 
por bombeamento excessivo (no poço 
central).
É essencial administrar a extração de água 
em relação à recarga ou reabastecimento, 
para garantir que o lençol freático local não 
seja exaurido com o tempo. 
O bombeamento excessivo de água do 
lençol freático irá rebaixá-lo. Isso 
frequentemente exige que a água seja 
extraída de profundidades ainda maiores. 
O que, com o tempo, pode levar à exaustão 
do lençol freático naquele local. 
Atualmente, sabe-se que a extração 
excessiva está ocorrendo em partes da 
Arábia Saudita, de Israel, da África do Sul, 
da Índia e da região oeste dos Estados 
Unidos. Nessas áreas do mundo é 
necessário administrar a extração de água 
dos lençóis freáticos e complementá-la 
com reservatórios.
10 Barragens a Água do & Mundo
O
resultado
da extração
intensiva de água
do poço central
produz um cone
de depressão
no lençol
freático
11Barragens a Água do & Mundo
A Água no Mundo
2
Menos de
1% da água
do mundo está
em nossos
lagos...
… e
em
nossos
rios
Nossos lagos e rios contêm a 
menor parcela de nossa água 
doce. Quando chove, parte 
da água desses lagos escoa 
para nossos córregos e rios 
e depois para os oceanos. 
Devido à quantidaderelativamente pe-
quena de água 
doce disponível 
para o consumo, é 
essencial administrá-
la e não poluir ou 
contaminar nossos 
l a g o s e r i o s 
naturais. Isso requer 
e s t a ç õ e s d e 
t r a t a m e n t o d e 
esgoto e aterros 
controlados para o 
 existe na Terra em forma sólida (gelo), líquida (água nos oceanos, lagos 
e rios) ou gasosa (vapor d'água). Os oceanos, os rios, as nuvens e a chuva, os quais 
contêm água, estão em frequente estado de mudança (a água superficial evapora, a 
água das nuvens se precipita, a chuva penetra no solo etc.). Entretanto, é importante 
entender que o volume total de água da Terra não muda. O processo de circulação e 
conservação da água do planeta é chamado "ciclo da água". 
Como Obtemos Água
“O Ciclo Mundial
da Água”
A água
©
 5
 (
se
e 
p
.6
4
)
Área de escoamento interno
119 milhões 2 km
Infiltração
Evapotranspiração
Escoamento dos rios
342 600 km
Fluxo dos lençóis freáticos
32 200 km
Transporte de Vapor
Oceanos
e mares
2361 milhões km
Evaporação
3502 800 km
Precipitação
39 000 km
Precipitação
3110 000 km
Precipitação
3458 000 km
Evaporação
39 000 km
Área de
escoamento
interno
2119 milhões km
365 200 km
O Ciclo Mundial da Água
Precipitação, Evaporação, Evapotranspiração e Escoamento Globais
12 Barragens a Água do & Mundo
3
Como Obtemos Água
“O Ciclo Mundial da Água”
Esse Ciclo Mundial da Água ou Ciclo 
Hidrológico, como também é conhecido, 
refere-se aos ciclos pelos quais passa o 
suprimento finito e valioso de água do 
planeta. Em outras palavras, a água 
continua sendo usada repetidamente. A 
energia do sol na forma de luz e calor leva 
a água a evaporar dos oceanos, dos rios, 
dos lagos e mesmo de poças. A 
evaporação significa que a água passa do 
estado líquido ao gasoso ou de vapor. 
Correntes de ar quente que se erguem da 
superfície do planeta elevam esse vapor 
d'água à atmosfera. 
Quando as correntes de ar atingem as 
camadas mais frias da atmosfera, o vapor 
d'água se condensa ao redor de pequenas 
partículas no ar e se prende a elas. Essa 
fase é chamada condensação. Quando 
uma quantidade suficiente de vapor se 
prende a pequenos fragmentos de poeira, 
pólen ou poluentes, forma-se a nuvem. À 
medida que o ar absorve mais umidade, as 
gotículas que formam as nuvens crescem. 
Finalmente, elas atingem um tamanho tal 
que os ventos atmosféricos circulantes 
não conseguem mais sustentá-las. As 
gotas caem então do céu como 
precipitação. Essa precipitação pode ser 
na forma de chuva, neve ou granizo, 
dependendo de outras condições 
atmosféricas, como a temperatura.
Quando a precipitação atinge o solo, 
várias coisas podem acontecer com ela. 
Boa parte da água escoa para córregos e 
rios e flui de volta para o oceano. Outra 
parte é absorvida pelo solo. A isso chama-
se infiltração. No solo, a água pode-se 
juntar ao estoque dos lençóis freáticos. Os 
lençóis freáticos são uma das maiores 
fontes de água. Infelizmente, eles não se 
localizam de forma homogênea ao redor 
do mundo. Assim, algumas áreas do 
planeta têm acesso limitado ou nenhum 
acesso à água de lençóis freáticos.
No diagrama do ciclo da água, acima, é 
importante compreender que - do total da 
3precipitação ou chuva (577.000 km ) que 
cai no planeta - 79% caem nos oceanos, 
19% no solo e 2% nos lagos. Isso significa 
3que apenas 110.000 km ou 19% de 
nossas chuvas caem sobre nossas terras. 
É essencial entender que desses 110.000 
3km de chuva, 59% se evaporam e 38% 
escoam para nossos rios e depois para os 
3oceanos. Apenas 2.200 km ou 2% se 
infiltram em nossos lençóis freáticos. Isso 
ressalta a necessidade de armazenar água 
em reservatórios. 
13Barragens a Água do & Mundo
Leito
ressecado
do rio Usman
Sagar
na Índia
Enchente
na
China
A Distribuição
da Água do Mundo
 , a água não está sempre disponível exatamente onde e quando 
precisamos dela. A precipitação ou chuva também não está distribuída 
homogeneamente ao redor do mundo, conforme a estação ou o local. Construções em 
bacias fluviais aumentam o escoamento e as perdas para o reabastecimento dos lençóis 
freáticos. Áreas com cobertura natural têm o menor nível de escoamento e a maior 
absorção de água. Áreas com muitas construções fazem a maior parte da chuva escoar e 
resultar em alagamentos. Algumas partes do mundo como a África e a Ásia sofrem secas 
severas, tornando a água um bem escasso e precioso. Em outras partes do mundo a água 
aparece em longos períodos de chuvas violentas que causam morte e danos a 
plantações, casas e edifícios. Às vezes em um mesmo país podem ocorrer enchentes 
devastadoras em uma área enquanto secas extremas ocorrem em outras áreas.
Infelizmente
As enchentes 
representam 
30% de todos 
os desastres 
naturais. 
Entre 1975 e 
2000 houve 
95 enchentes 
significativas 
no mundo.
14 Barragens a Água do & Mundo
4
A Distribuição
da Água no Mundo
Paisagem
em região
com escassez
de água na
África.
4.1. Países com disponibilidade 
restrita e escassez de água
A Organização das 
Nações Unidas 
classifica os países 
c o m o f e r t a 
limitada de água 
em países com 
disponibi l idade 
restrita ou países 
com escassez de 
á g u a ( w a t e r -
stressed ou water-
s c a r c e , 
respectivamente, 
e m i n g l ê s ) , 
conforme o volume de água renovável 
disponível. Os países com disponibilidade 
restrita de água têm menos de 1.700 
metros cúbicos de água disponível, 
por pessoa, por ano (esse 
volume é o mesmo de uma 
pirâmide com base de 25 
metros e altura de 8,2 
metros). Isso significa 
q u e a á gu a f i c a 
t e m p o r a r i a m e n t e 
i nd i spon í ve l , em 
determinados locais, 
com frequência, o que 
exige a tomada de 
d e c i s õ e s d i f í c e i s 
quanto ao seu uso para 
consumo pessoal, na 
agricultura ou na indústria. 
Os países com escassez de 
água têm menos de 1.000 
metros cúbicos de água disponível, 
por pessoa, por ano (o que equivale à 
mesma pirâmide com base de 25 metros, 
mas com apenas 4,8 metros de altura). 
Nesses casos, pode não haver água 
suficiente para garantir alimentação 
adequada, o desenvolvimento econômico 
pode ser dificultado, e graves problemas 
ambientais podem surgir. Esse problema é 
discutido em detalhes na seção sobre 
demandas por água.
Para a maioria dos propósitos, as bacias 
fluviais são uma unidade mais adequada 
do que os países para analisar os fluxos de 
água. Entretanto, muitas das maiores 
bacias fluviais do mundo abrangem mais 
de um país, situação que requer 
coordenação entre os respectivos 
governos. Atualmente, 2,3 bilhões de 
pessoas vivem em bacias fluviais que 
estão pelo menos com disponibilidade 
restrita de água; 1,7 bilhão vivem em 
bacias em que prevalecem 
condições de escassez. Em 
2025, projeta-se que 
4.2 Água para 
saneamento
A f a l t a d e 
saneamento é um 
enorme problema de 
saúde pública que 
causa doenças e 
mortes. Mais de 2,6 
bilhões de pessoas, ou 
40% da população 
mundial, não possuem 
i n f r a e s t r u t u r a d e 
saneamento básico. Em 
razão disso, milhares de 
crianças morrem todos os 
dias de diarréia e de outras 
doenças transmitidas pela 
água e relacionadas ao saneamento e à 
higiene. Muitas outras crianças sofrem e 
são enfraquecidas por essas doenças. O 
progresso na área de saneamento tem 
sofrido com a falta de compromisso 
político e demanda política. 
Hoje, a água de reservatórios representa 
um estoque confiável de água para 
tratamento e para melhoria das condições 
san i tá r ias . Ent re tanto , fornecer 
s implesmente acesso à água e 
saneamento melhores não garante o uso 
dos serviços ou os muito esperados 
benefícios da saúde para as pessoas deuma região. A promoção de mudanças 
fundamentais de comportamento é chave 
para integrar o uso adequado dos serviços 
na rotina das pessoas e deve ter início 
desde a infância. Programas de educação 
sobre saúde e higiene promovidos pelas 
escolas são parte integral de todos os 
programas de fornecimento de água e 
Leito
ressecado
do rio Usman
Sagar
na Índia
O leito
seco de
um rio em
uma área com
disponibilidade
restrita de
água
Lavar as
mãos previne
doenças
- crianças em
idade escolar
na África
©
 6
 (
se
e 
p
.6
4
)
©
 7
 (
se
e 
p
.6
4
)
15Barragens a Água do & Mundo
2005, a população mundial era estimada em 6,45 bilhões de pessoas, mas 
continua a crescer à taxa anual de 1,3% ou 77,3 milhões de pessoas por ano. A 
projeção da população mundial até 2050 é apresentada abaixo. Boa parte desse 
crescimento ocorre nas partes áridas do mundo África e Ásia. Esse crescimento 
continua a exercer pressão significativa sobre a água, os alimentos, a energia, outras 
infraestruturas e outros serviços. 
Dados sobre
a População Mundial
Em
Gráfico
da
População
Mundial
4.3. Gestão integrada
da água
Há uma necessidade 
c r í t i c a de ges tão 
integrada da água nas 
bacias fluviais. As 
b a r r a g e n s e o s 
reservatórios situados 
estrategicamente nas 
b a c i a s f l u v i a i s 
p e r m i t e m o 
armazenamento de água 
durante as chuvas e a 
gestão das descargas para 
garantir que nossos rios 
tenham um fluxo diário mínimo o 
tempo todo. A gestão integrada da 
á g u a s i g n i f i c a 
armazenar água 
em todos os 
reservatór ios 
d a s b a c i a s 
f l u v i a i s 
d u r a n t e 
períodos de 
chuva e então 
a d m i n i s t r a r 
descargas de 
v o l u m e s 
coordenados e 
pré-determi-nados 
de água de cada 
b a r r a g e m p a r a 
m a n t e r f l u x o s 
diários consistentes 
Com o atual crescimento global, a 
população do planeta dobrará a cada 54 
anos. Podemos esperar que a população 
mundial, hoje de aproximadamente 6 
bilhões, atinja 12 bilhões em 2054 se a 
taxa atual de crescimento se mantiver.
É importante entender que a taxa de 
crescimento é muito maior nos países 
em desenvolvimento, como mostrado 
no gráfico a seguir. Nesses países as 
fontes de água doce e de eletricidade 
são muito limitadas. 
Fonte: Departamento de Recenseamento dos Estados Unidos,
Banco de Dados Internacional em 5.10.00.
Gráfico
das taxas de
crescimento
populacional
mostrando
crescimento
significativo nos
países em
desenvolvimento
Países
menos
desenvolvidos
Países mais desenvolvidos
2000
6,1 bilhões
A gestão
integrada da
água garante
um fluxo diário
médio de água
em nossos
rios
População Mundial 1950-2050
P
o
p
u
la
çã
o
 (
e
m
 b
il
h
õ
e
s)
Ano
1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
População (em bilhões)
10
8 
6
4
2
0
16 Barragens a Água do & Mundo
6.1. Demandas domésticas
por água
As demandas por água são classificadas 
em domésticas, agrícolas e industriais. O 
fornecimento doméstico básico de água, 
recomendado por pessoa / por dia 
adotado como padrão mundial é o 
seguinte:
Demandas por Água
Propósito
Ingestão
Saneamento
Banho
Preparação de alimentos
Total
litros/pessoa/dia
5
20
15
10
50
Isso equivale a 18,25 metros cúbicos
ou 4.821 galões por pessoa por ano*
* Esse montante não inclui perdas no processo
de tratamento e nos sistemas de distribuição.
Por exemplo, uma cidade de 500.000 
habitantes requer 25 milhões de litros por 
dia para atender à demanda doméstica 
básica por água, e cerca de 27 milhões de 
litros por dia (o que equivale a 
um campo de futebol 
internacional com água 
à profundidade de 4,7 
metros) incluindo-se 
as perdas. Uma vila 
d e 1 . 0 0 0 
h a b i t a n t e s 
p r e c i s a r á d e 
50.000 litros por 
dia, ou 55.000 
litros por dia (o 
que equivale a uma 
pirâmide com base 
de 8 metros e altura 
d e 2 , 6 m e t r o s ) 
incluindo-se as perdas. 
Mesmo uma pequena vila de 
500 habitantes precisará de 
25.000 litros por dia, ou 27.500 litros por 
dia considerando-se as perdas.
Em 2000, havia 61 países, com população 
total de 2,1 bilhões de pessoas que não 
tinham acesso ao fornecimento mínimo de 
50 litros de água por pessoa / por dia. 
Com o crescimento populacional 
projetado para os países menos 
desenvolvidos, esse número deverá 
dobrar para 4,2 bilhões até 2025.
A demanda combinada por água inclui 
necessidades domésticas, agrícolas e 
industriais. É importante lembrar que a 
Organização das Nações Unidas 
estabeleceu três níveis de atendimento às 
demandas combinadas por água. O 
primeiro nível é o dos países que possuem 
mais de 1.700 metros cúbicos de água 
disponíveis por pessoa / por ano (o que 
equivale a uma pirâmide com base de 25 
metros e altura de 8,2 metros) e que são 
considerados países com fornecimento 
adequado pa ra sus t en t a r suas 
populações. Observe que a demanda 
doméstica é aproximadamente 1% desse 
total. O segundo nível é o dos países que 
possuem menos de 1.700 metros cúbicos 
de água disponíveis por pessoa / por ano e 
que são considerados países com 
disponibilidade restrita de água. O 
terceiro nível é o dos países que possuem 
menos de 1.000 metros cúbicos de água 
disponíveis por pessoa / por ano (o que 
equivale a uma pirâmide com a mesma 
base, mas apenas 4,8 metros de altura) e 
que são considerados países com 
escassez de água. Nesse último nível, 
pode não haver água suficiente para 
garantir fornecimento adequado de 
alimentos, o desenvolvimento econômico 
é prejudicado, e surgem problemas 
ambientais.
No ano 2000, havia 31 países, com 
população total de 508 milhões de 
pessoas, que eram considerados países 
com disponibilidade restrita de água. Até 
o ano 2025, estima-se que o número de 
países com disponibilidade restrita de 
água aumentará para 48, com população 
total de aproximadamente 3 bilhões. As 
bacias fluviais são uma unidade mais 
adequada do que países para analisar os 
fluxos de água. Muitas das maiores bacias 
6.2. Demandas combinadas
por água - domésticas, agrícolas 
e industriais
Muitas
partes do
mundo não
dispõem de
quantidades de
água e sistemas
de distribuição
adequados
17Barragens a Água do & Mundo
O que é
uma Barragem?
barragens são definidas como barreiras ou estruturas que cruzam córregos, 
rios ou canais para confinar e assim controlar o fluxo da água. As barragens variam 
em tamanho: de pequenos maciços de terra, usados frequentemente em fazendas, 
a enormes estruturas de concreto, geralmente usadas para fornecimento de água, 
energia hidrelétrica e irrigação.
As
 arqueológicas 
recentes indicam que barragens simples 
de terra e redes de canais foram 
construídas já em 2.000 a.C. para 
fornecer às pessoas fontes confiáveis da 
água de que precisavam para viver. A 
construção da barragem de Marib no 
Iêmen começou, aproximadamente, em 
750 a.C. e levou 100 anos para ser 
concluída. Ela era um maciço de terra de 4 
metros de altura, com aberturas em pedra 
para regular as descargas para irrigação e 
uso doméstico. Em 1986, a barragem 
existente foi elevada à altura de 38 
metros, o que criou um reservatório de 
398 milhões de metros cúbicos de água.
Descobertas
História das
Barragens no Mundo
A construção de barragens geralmente 
requer a relocação de vilas, casas, 
fazendas, estradas, ferrovias e serviços 
públicos do vale do rio para áreas de 
elevação maior, acima do nível do 
reservatório. Os principais tipos de 
barragens no mundo são as de aterro, 
de gravidade e em arco. Cortes 
transversais típicos de cadatipo de 
barragem são apresentados na seção 
9.3. As estruturas acessórias ou 
adicionais das barragens incluem 
vertedouros, estruturas de descarga, 
usinas hidrelétricas e unidades de 
controle. 
As barragens são construídas para 
armazenar e controlar a água para fins 
de fornecimento doméstico, irrigação, 
navegação, recreação, controle de 
sedimentação, controle de enchentes ou 
para obtenção de energia hidrelétrica. 
Algumas de nossas barragens têm 
apenas uma função e são assim 
conhecidas como “barragens de função 
única”. Hoje, as barragens são 
construídas para servir a diversas 
funções e são, por isso, conhecidas 
como “barragens de usos múltiplos”. As 
barragens de usos múltiplos são 
projetos muito importantes e baratos 
para países em desenvolvimento, pois a 
população recebe vários benefícios 
domésticos e econômicos de um único 
investimento. Elas são a base do 
desenvolvimento dos recursos hídricos 
das bacias fluviais.
Vista aérea
da barragem
de Sayamalke, 
construída no 
século VII
e ainda
em uso
18 Barragens a Água do & Mundo
8
História das
Barragens no Mundo
A nova 
barragem de 
Marib, no 
Iêmen cons-
truída em 
1968
Inscrições
na comporta
da barragem 
original
de Marib, 
construída
em 750 a.C
Historicamente, as barragens têm 
permitido que as pessoas coletem e 
armazenem água em períodos de 
abundância e usem-na 
durante períodos de seca. 
Assim, elas têm sido 
e s s e n c i a i s p a r a o 
es tabe lec imento e o 
sustento de cidades e 
fazendas, e para o 
abastecimento de 
a l imentos por 
m e i o d a 
i r r i gação de 
plantações.
U m a d a s 
barragens mais 
antigas ainda em 
uso é uma barragem de terra e 
enrocamento construída em, 
aproximadamente, 1.300 a.C., na 
área que hoje corresponde à Síria. Na 
China, um sistema de barragens e 
canais foi construído em 2.280 a.C. 
Várias barragens antigas, dos séculos 
XIII ao XVI, ainda estão em uso 
no Irã.
No Sri Lanka, por exemplo, 
an t igas c rôn i cas e 
inscrições em pedras 
afirmam que várias 
b a r r a g e n s e 
reservatórios foram 
construídos já no 
século VI a.C. 
Canais entre bacias 
aumentavam muitos 
desses reservatórios para 
i r r igação. Uma dessas 
grandes barragens, a de 
Minneriya, foi construída 
durante o re inado de 
Mahasen (276-303 d.C.) e 
estava intacta quando foi 
descoberta em 1900. Ela foi 
restaurada em 1901 e con-
tinua em uso até hoje. Mais de 
50 barragens antigas no Sri 
Lanka foram restauradas. 
A razão principal para o 
bom funcionamento 
desses reservatórios 
hoje em dia é que as 
e s t r u t u r a s d e 
c o m p o r t a s , 
v e r t e d o u r o s e 
enrocamentos de 
proteção construídas 
durante aquela época 
são compatíveis com os 
princípios e critérios 
modernos de projeto. 
Algumas das torres de 
descarga e comportas 
construídas entre dois e três 
milênios atrás foram reparadas 
e convertidas em estruturas 
operantes durante o século XX.
Os romanos construíram um sistema 
elaborado de barragens baixas para 
fornecimento de água. A mais 
famosa delas era a barragem de 
terra de Cornalbo, no sul da 
Espanha, com altura de 
(n.2)24 metros (78 pés) 
e comprimento de 
185 metros (606 
pés). Depois da Era 
Romana, houve 
m u i t o p o u c o 
desenvolvimento na 
área de construção de 
barragens, até o fim do século XVI, 
quando os espanhóis começaram a 
construir grandes barragens 
para irrigação. Enge-nheiros 
europeus refinaram seus 
conhecimentos de projeto e 
construção no século 19, o 
que resultou na capacidade 
de construir barragens com 
altura de 45-60 metros ou 
150-200 pés. 
H i s t o r i c a m e n t e , a s 
barragens eram planejadas 
e construídas para fins de 
fornecimento de água, 
i r r igação e contro le de 
enchentes. No fim do século XIX, a 
energia hidrelétrica e a navegação se 
tornaram objetivos adicionais das 
barragens. A recreação tem sido uma 
função adicional muito benéfica em 
Antiga torre
de escoamento
da barragem de 
Minneriya, que foi 
construída em 276-
303 d.C. no Sri Lanka 
e foi restaurada em 
1901 para irrigação. 
Ela continua em uso
atualmente
Barragem de
Ben-e-Golestan
 no Irã –
construída
em aproxima –
damente
1.350 d.C.
Enrocamento 
de proteção 
feito à mão na 
barragem de 
Giritale, no Sri 
Lanka, construí-
da em 608-618
d.C.
Uma
antiga 
barragem 
de irrigação 
no Egito
A barragem de Sayamaike, uma das 
mais antigas do Japão, foi construída 
no início do século VII e, após várias 
modificações e um aumento de sua 
altura, continua em uso até hoje.
19Barragens a Água do & Mundo
Requisitos,
Funções, Tipos,
Características
e Construção de Barragens
9.2. Funções das barragens
9.3. Tipos de barragens
Assim como é o caso de todas as grandes 
estruturas públicas e privadas, as 
barragens são construídas para um fim 
específico. No passado, as barragens 
eram construídas com o único propósito 
de fornecimento de água ou irrigação. À 
medida que as c iv i l izações se 
d e s e n v o l v e r a m , c r e s c e r a m a s 
necessidades de fornecimento de água, 
irrigação, controle de enchentes, 
navegação, controle de qualidade da 
água, controle de sedimentos e energia. 
As barragens são, portanto, construídas 
para um fim específico tal como 
fornecimento de água, controle de 
enchentes, irrigação, navegação, 
controle de sedimentos e energia 
hidrelétrica. A recreação é às vezes 
incluída em benefício da população. As 
b a r r a g e n s s ã o a s b a s e s d o 
desenvolvimento e da gestão dos 
recursos hídricos das bacias fluviais. As 
barragens de usos múltiplos são projetos 
muito importantes para países em 
desenvolvimento, pois as populações 
recebem benefícios domésticos e 
econômicos de um único investimento.
As barragens são classificadas conforme 
o material usado para construí-las. 
Barragens construídas com concreto, 
pedra ou alvenaria são chamadas 
barragens de gravidade, barragens em 
arco ou barragens de contrafortes. As 
9.1. Requisitos das barragens
Como as barragens são parte crítica e 
essencial de nossa infraestrutura, elas 
devem cumprir certos requisitos técnicos 
e administrativos para garantir sua 
operação segura, eficaz e econômica. O 
projeto, a construção e a operação de 
todas as barragens devem observar os 
seguintes requisitos técnicos e 
administrativos:
Requisitos técnicos para as barragens:
as barragens, suas fundações e seus 
encontros devem ser estáveis sob todas 
as condições de carga (níveis dos 
reservatórios e terremotos);
as barragens e suas fundações devem 
ser suficientemente vedadas e ter 
procedimentos adequados de controle 
de vazamentos para garantir a 
operação segura e para manter a 
capacidade de armazenamento;
as barragens devem ter borda livre 
suficiente para evitar transbordamento 
de ondas e, no caso de barragens de 
terra devem incluir uma margem para 
recalque da fundação e do maciço;
as barragens devem ter capacidade 
suficiente de vertimento da vazão para 
e v i t a r t r a n s b o r d a m e n t o d o s 
reservatórios em casos de enchentes 
manual de operação e manutenção;
instrumentação adequada para 
monitoramento de desempenho;
plano de monitoramento e observação 
das barragens e demais estruturas;
plano de ação emergencial;
apoio ao meio ambiente natural;
cronograma de inspeções periódicas, 
Requisitos administrativos para
as barragens:
revisões abrangentes, avaliações e 
modif icações, conforme seja 
apropriado;
documentação formal do projeto, da 
cons t rução e dos r eg i s t ros 
operacionais.
Barragens a Água do & Mundo20
Corte 
transversal 
de uma 
barragem de 
aterro
Corte 
transversal 
deuma 
barragem de 
gravidade
Corte 
transversal 
de uma 
barragem 
em arco
Galeria do coroamento
Galeria de inspeção 
Galeria da base
Poço de prumo
Cortina de impermeabilização
principal
Cortina de impermeabilização
secundária
Cortina de drenagem
Galerias de inspeção
Túnel de drenagem
Camada de proteção
de concreto a montante
Células circulares
Cortina de impermeabi-
lização principal
Cortina de impermeabili-
zação secundária
Cortina de drenagem
Sapata de concreto
sob a base
As barragens em aterro são construídas ou 
de terra ou de uma combinação de terra e 
rochas. Os engenheiros geralmente optam 
por construir barragens em aterro em áreas 
onde há grandes quantidades de terra ou 
rocha disponíveis. As barragens de aterro 
representam cerca de 75% de todas as 
barragens do mundo. Algumas barragens 
em aterro são construídas inteiramente de 
terra e são conhecidas como barragens de 
terra, enquanto outras são conhecidas 
como barragens de enrocamento, por 
serem construídas com matacões de 
rochas. Muitas barragens em aterro são 
construídas com uma combinação de terra 
e matacões de rochas e são conhecidas 
como barragens de terra e enrocamento. 
NÍVEL MÁXIMO
DE ÁGUA 2023 m
NÍVEL MÍNIMO
DE ÁGUA 1984.5 m
1
2
3
6
7
4
5
1
2
3
6
7
4
5
0 5 10 15 20m
NÍVEL MÁXIMO
DE ÁGUA 1850 m
NÍVEL
MÍNIMO
DE ÁGUA
1740 m
0 10 30m20
ESQUADRO
1710 m
1
2
3
5
6
7
4
8
1
1
2
3
4
6
5
7
8
Coroamento R.L. 389.53
Terra
Enrocamento
Zona impermeabilizada
da fundação
Cortina
de impermeabilização
Linha
de escavação
da fundação
Fi
lt
ro
s
Enrocamento
t
Fil
ro
s
F.L.S. 380.39m
21Barragens a Água do & Mundo
Requisitos, Funções, Tipos,
9
Características e Construção de Barragens
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As barragens de gravidade dependem 
inteiramente de seu próprio peso para 
resistir à tremenda força da água 
armazenada. Algumas das primeiras 
barragens de gravidade foram 
construídas com blocos de alvenaria e 
concreto e são conhecidas como 
barragens de alvenaria. Hoje, as 
barragens de gravidade são construídas 
com concreto massa ou concreto 
compactado a rolo (concreto colocado 
em camadas e compactado por um 
(n.3)rolo) e são chamadas barragens de 
gravidade em concreto.
As barragens em arco são barragens de concreto 
em curva a montante em direção ao fluxo da 
água. A maioria delas é construída em vales 
estreitos. À medida que a água empurra a 
barragem, o arco transfere a força da água 
para as paredes do vale. As barragens 
em arco requerem muito menos 
concreto que barragens de gravidade, 
do mesmo comprimento. Elas 
também requerem fundações de 
rocha sã para suportar o seu peso.
As barragens de contrafortes 
dependem, para sua sustentação, de 
uma série de suportes verticais 
c h a m a d o s c o n t r a f o r t e s . O s 
contrafortes se estendem ao longo da 
face a jusante das barragens, isto é, do 
lado oposto ao fluxo da água. A face a 
jusante das barragens de contrafortes 
geralmente se inclinam para fora cerca de 45 
graus. As faces inclinadas e os contrafortes 
servem para transferir a força da água para baixo, 
rumo às fundações das barragens. 
Uma
barragem
em arco de
concreto
Uma
barragem
de 
contrafortes
Uma
barragem de 
enrocamento
e terra
Uma
barragem
de gravidade
de 
concreto
Uma
barragem
de enroca-
mento e 
terra
Uma
grande
barragem
de terra
22 Barragens a Água do & Mundo
Requisitos, Funções, Tipos,
9
Características e Construção de Barragens
9.4. Componentes das barragens
Para operar adequadamente, as 
barragens devem ter vários componentes 
específicos: um reservatório, um 
vertedouro, estruturas de descarga e uma 
unidade de controle. No caso de 
barragens com instalações de energia 
hidrelétr ica, condutos forçados, 
geradores e subestações estão incluídos. 
O reservatório é o componente que 
armazena a água. A alimentação ou vazão 
afluente deve ser continuamente 
monitorada e a vazão deve ser controlada 
para obter o máximo de benefícios. Sob 
condições normais de operação o nível do 
reservatório é controlado pela unidade de 
controle, que controla a vazão pelas 
estruturas de descarga, que consistem 
em um grande túnel ou conduto no nível 
da água e comportas. Sob condições de 
enchente o nível do reservatório é 
mantido pelo vertedouro e pelas 
estruturas de descarga.
Os reservatórios das barragens para 
controle de enchentes são mantidos no 
nível mais baixo possível durante vários 
meses do ano para criar o máximo de 
capacidade de armazenamento para 
uso na estação das enchentes. Para 
projetos de irrigação, os reservatórios 
são preenchidos ao máximo possível no 
inverno e no início da primavera e 
mantidos nesse nível para vazão 
máxima durante a estação das secas. Os 
reservatórios de barragens hidrelétricas 
são mantidos em níveis constantes para 
criar colunas d'água uniformes para uso 
pelos geradores. A qualidade da água é 
um aspecto muito importante para 
manter o equilíbrio na natureza, e 
medidas de manutenção da boa 
qualidade da água são incorporadas nas 
barragens modernas. Tomadas d'água 
em profundidades diferentes permitem 
a retirada seletiva e a mistura da água 
para produzir a temperatura e o teor de 
oxigênio desejados para melhorar as 
condições ambientais a jusante. 
Escadas para peixes, que são séries de 
piscinas elevadas, são incluídas em 
muitas barragens para permitir a livre 
passagem de peixes a montante e a 
jusante. Telas são usadas para impedir 
os peixes de entrar nas turbinas dos 
geradores. Como a maioria das 
barragens modernas é de múltiplas 
funções, a vazão deve ser administrada 
cuidadosa e continuamente para 
otimizar os benefícios econômicos e 
ambientais.
Corte
transversal de 
uma torre de 
tomada d'água e 
de conduto de 
descarga através 
de uma 
barragem de 
aterro
Exemplo de 
uma torre de 
tomada no 
reservatório 
ligado à saída 
conduto
MONTANTE JUSANTE
Estrutura
da comporta
Comporta
deslizante
E
oca
ent
 nã
 c
mp
ac
a
nr
m
o
o
o
t d
o
Material aleatório
Material
impermeável
selecionado
Fluxo
Bacia de
dissipaçãoMaterial aleatório
23Barragens a Água do & Mundo
©
 1
4
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se
e 
p
.6
4
)
Exemplo
de vertedouro
em uma
barragem de
aterro em Idaho,
nos Estados 
Unidos
Um 
vertedouro 
escorrendo, 
localizado no 
centro da 
barragem
24 Barragens a Água do & Mundo
Todos os componentes de uma barragem 
são monitorados e operados de uma sala 
de controle. Essa sala contém os 
monitores, controles, computadores, 
equipamentos de emergência e sistemas 
de comunicação necessários para permitir 
que a equipe do empreendimento opere a 
barragem com segurança sob quaisquer 
condições. Condições climáticas, 
afluência, nível do reservatório, vazão e 
níveis do rio a jusante também são 
monitorados. Além disso, a sala de 
contro le monitora instrumentos 
instalados na barragem e em suas 
estruturas acessórias para medir o 
comportamento estrutural e a condição 
física da barragem. 
A seleção do tipo de barragem para um 
local depende de dados técnicos e 
econômicos, além de considerações 
ambientais. Nas fases iniciais de projeto, 
vários locais e vários tipos de barragens 
são analisados cuidadosamente. Depois 
da conclusão de um levantamento 
hidrológico, um programa de exploração, 
na forma de pontos de sondagem e poços 
de teste, é conduzido em cada local para 
obteramostras de solo e rocha para testar 
as propriedades físicas desses materiais. 
Em alguns casos, testes de bombeamento 
do solo são feitos para determinar o 
potencial de infiltração. Projetos 
preliminares e estimativas de custo são 
preparados e revisados por engenheiros 
hidrólogos, hidráulicos, geotécnicos e 
estruturais e por geólogos. A qualidade 
ambiental da água, os ecossistemas e 
dados culturais também são considerados 
no processo de seleção do local.
Fatores que afetam a seleção do tipo de 
barragem incluem topografia, geologia, 
condições para as fundações, hidrologia, 
terremotos e disponibilidade de materiais 
de construção. As fundações das 
barragens devem ser sólidas. Vales 
estreitos em rocha sã a baixas 
profundidades favorecem barragens de 
concreto, enquanto vales largos com 
condições e profundidade variáveis da 
rocha favorecem barragens de terra. 
Barragens de terra são o tipo mais comum, 
pois acomodam todo o material oriundo 
das escavações necessárias. 
9.5. Seleção de local e tipo de 
barragem
Requisitos, Funções, Tipos,
9
Características e Construção de Barragens
9.6. Construção de barragens
A construção de uma barragem é um 
empreendimento enorme que requer 
grandes quantidades de materiais, 
equipamentos e mão de obra. O período 
de construção ou tempo necessário para 
construir uma barragem geralmente vai 
de quatro a cinco anos e às vezes chega a 
sete ou dez anos, no caso de projetos de 
barragens muito grandes, com usos 
múltiplos.
Depois que as rodovias, as ferrovias e as 
linhas de gás e eletricidade são 
transferidas do fundo do vale para acima 
da crista da barragem ou para outra área, a 
construção da barragem pode começar. O 
primeiro passo consiste na preparação do 
canteiro de obras ou a retirada de árvores, 
vegetação e construções. Em seguida, 
ocorre o desvio do rio para que a fundação 
possa ser escavada e o concreto, a terra ou 
a rocha possam ser colocados. Para 
desviar da área o fluxo do rio, 
frequentemente metade de seu leito é 
escavada por vez. A outra metade do leito 
é usada para o fluxo do rio. Em alguns 
casos, é mais econômico cavar um túnel 
através de uma parede adjacente do 
cânion. Esse túnel pode ser temporário ou 
pode se tornar parte das estruturas de 
descarga do projeto e permite que todo o 
fluxo do rio passe pelo canteiro de obras 
da barragem durante o período de 
construção. Para realizar esse desvio, 
ensecadeiras (pequenas barragens 
co l o cadas t empora r i amen te na 
transversal do fluxo da água) são 
construídas a montante para desviar o rio 
rumo ao túnel. Depois que a barragem é 
construída até uma altura suficiente, as 
comportas do túnel são instaladas. Depois 
que a construção das estruturas de 
descarga e da barragem principal atinge 
um estágio adequado, o fluxo da água é 
desviado para as estruturas de descarga 
por outra ensecadeira de altura suficiente 
para evitar transbordamento durante a 
construção na outra metade do leito. Uma 
ensecadeira a jusante também pode ser 
necessária para manter o canteiro de 
obras seco. Na parte final do período de 
construção, a barragem inteira é erguida à 
sua altura total.
25Barragens a Água do & Mundo
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Barragem de 
Nakai (Nam 
Theun 2) - Laos - 
uma barragem 
de concreto 
compactado a 
rolo
Barragem
de Nakai – Laos
– concretagem
em 
andamento
Barragem
de Ganguise – 
França –
Elevação de
uma barragem
de terra
existente
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26 Barragens a Água do & Mundo
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 21 (see p.64)
Requisitos, Funções, Tipos,
9
Características e Construção de Barragens
1 & 2 
3
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6 & 7
8 & 9
10
11
12
13
Barragem de Chambon - França - construção
de uma barragem de gravidade no período 
1930-1935.
 Barragem de Roselend - França - o período
de construção.
Construção da Barragem de Nam Them - Laos.
Barragem de Potrerillos.
 Barragem de Potrerillos - Argentina - face
a montante.
 Barragem de Katse - Lesoto - concretagem
de uma barragem em arco.
 Barragem de Ceyrac - França - concretagem de 
uma barragem de gravidade.
 Construção de uma barragem de concreto 
compactado a rolo - Barragem de Penn Forest,
EUA (entrega, colocação, distribuição
e compactação por rolo).
 Barragem de Villerest - França construção de uma 
barragem de gravidade curvada.
 Construção do vertedouro de uma barragem
de gravidade de concreto massa.
1
2
3
4
5 6 7
27Barragens a Água do & Mundo
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9
28 Barragens a Água do & Mundo
As Barragens
de Hoje
 Comissão Internacional de Grandes Barragens (CIGB) mantém um Registro 
Mundial de Barragens. Para uma barragem ser considerada grande e ser incluída no 
registro deve ter altura de 15 metros ou 10 a 15 metros e armazenar mais de 3 
(n.4)milhões de metros cúbicos de água em seu reservatório . As barragens são 
listadas por país e incluem dados como nome, ano de conclusão, altura, capacidade 
do reservatório, área da bacia hidrográfica (área de drenagem), função, capacidade 
de geração elétrica instalada, energia elétrica média anual produzida, área irrigada, 
volume de água armazenada para proteção contra enchentes e número de pessoas 
afetadas pelo reassentamento. Os dados mundiais de 2000 indicam haver cerca de 
50 mil grandes barragens em operação. Barragens de terra são o tipo 
predominante, seguidas de barragens de gravidade e barragens em arco. O 
processo de planejamento dos projetos de barragens e o envolvimento do público, 
assim como as questões socioeconômicas locais, são discutidos na seção 13.
Os gráficos abaixo apresentam a entrada em operação das grandes barragens do 
mundo e sua distribuição por altura e por área geográfica:
A
Número de Barragens por Altura
N
ú
m
e
ro
 d
e
 B
a
rr
a
g
e
n
s
Altura em Metros
Barragens Inauguradas por Década
N
ú
m
e
ro
 d
e
 B
a
rr
a
g
e
n
s
8 000
7 000
6 000
5 000
4 000
3 000
2 000
1 000
0
Anos
863 546 838 1.015 1.119 1.114
3.213
5.942
7. 511
5.574
3.354
1900 1900-
1909
1910-
1919
1920-
1929
1930-
1939
1940-
1949
1950-
1959
1960-
1969
1970-
1979
1980-
1989
1990-
1999
16 000
14 000
12 000
10 000
8 000
6 000
4 000
2 000
0
0-14 15-29 30-59 60-99 100-149 150-400
5.721
14.592
9.926
2.004
515 155
29Barragens a Água do & Mundo
O tipo principal de barragem é o de terra, que representa 43,7% do total mundial. Em 
seguida, vêm as barragens de gravidade (10,6% do total) e as barragens de 
enrocamento (5,3% do total). 
10.1. A função das barragens atuais no mundo
A maioria das barragens no Registro da CIGB (71,7%) é de barragens de uso único, 
embora haja um número crescente (28,3%) de barragens de usos múltiplos. Hoje, a 
irrigação é a função mais comum das barragens no Registro da CIGB. A distribuição 
das funções entre as barragens de uso único é a seguinte:
48,6% para irrigação
17,4% para hidreletricidade
12,7% para suprimento de água
10,0% para controle de enchentes
 5,3% para recreação
 0,6% para navegação e piscicultura
 5,4% para outras funções
As Barragens de Hoje
01
30 Barragens a Água do & Mundo
Os Benefícios
Recebidos
das Barragens
 dos requisitos fundamentais do desenvolvimento socioeconômico no mundo 
é a disponibilidade dequantidades adequadas de água com a devida qualidade e de 
suprimento adequado de energia. Barragens adequadamente planejadas, 
projetadas, construídas e mantidas contribuem significativamente para atender a 
nossas demandas de fornecimento de água e energia. Para compensar as variações 
no ciclo hidrológico, as barragens e os reservatórios são necessários para 
armazenar água e assim fornecer vazão consistente para manter o fluxo diário 
necessário em nossos rios ao longo do ano. 
Um
)46.p ees( 6 2©
quando permanentemente. É impor-
tante relembrar a seção 3, em que se 
expõe que, do total de chuva que se 
precipita sobre a Terra, apenas 19% 
caem sobre o solo e que uma grande 
parcela disso acaba escoando, 
resultando em apenas 2% de 
precipitação que se infiltra para 
reabastecer os lençóis freáticos. 
Barragens devidamente planejadas, 
projetadas, construídas e mantidas 
para armazenar água contribuem 
significativamente para o atendimento 
de nossas demandas por água. Para 
compensar as variações no ciclo 
hidrológico, as barragens e os 
reservatórios são necessários para 
armazenar água e assim garantir 
fornecimento mais consistente 
durante períodos de escassez.
Fontes adequadas e confiáveis de água 
são necessárias tanto para manter a 
civilização existente quanto para 
sustentar o crescimento futuro. No 
passado e em muitas regiões do mundo 
hoje, as principais fontes de água para 
uso doméstico e industrial têm sido os 
lençóis freáticos ou aqüíferos (camadas 
de cascalho arenoso ou rocha que 
contêm e podem armazenar água). Hoje, 
a retirada de água de muitos desses 
aqüíferos excede sua reposição natural, o 
que resulta em rebaixamento do lençol 
freático. Essa situação pode levar ao 
esgotamento da água dos lençóis 
freáticos tanto em períodos de seca 
11.1. Suprimento de água para
uso doméstico e industrial
Barragem
de Chaudanne -
França - uma barragem 
em arco que fornece 
água a uma região 
naturalmente seca 
para uso doméstico, 
irrigação, uso 
industrial e geração 
de energia
hidrelétrica
31Barragens a Água do & Mundo
Os Benefícios
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Recebidos das Barragens
armazenada em reservatórios 
durante períodos de muita chuva para 
uso em períodos secos. Isso é 
especialmente crítico em regiões 
áridas do planeta.
Aumentar nosso fornecimento de água 
obtida dos lençóis freáticos com água 
adicional de reservatórios está se 
tornando essencial. Grandes áreas 
urbanas dependem muito de água 
fluxos controlados dos reservatórios 
podem ser usados para diluir 
substâncias despejadas nos rios, 
aumentando seu fluxo para manter a 
qualidade da água dentro de limites 
seguros.
A água armazenada em reservatórios 
também é usada para fins industriais. 
Essas necessidades vão do uso direto em 
fábricas a processos químicos e de 
refino e a resfriamento em usinas 
elétricas convencionais e nucleares. Os 
Um
exemplo de
barragem 
em arco
Exemplo
de uso 
industrial da 
água - uma 
grande fábrica 
de celulose e 
papel
32 Barragens a Água do & Mundo
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11.2. Atendimento da demanda 
agrícola para fornecimento de 
alimentos
Um dos maiores usos de água em escala 
mundial é na agricultura irrigada. Desde 
o início dos anos 90, menos de 1/5 da 
terra arável do planeta é irrigada, e essa 
parcela contribui com cerca de 1/3 da 
produção mundial de alimentos. Um 
ditado popular entre os povos das 
regiões áridas do mundo afirma que 
"o alimento cresce onde a 
água corre". 
Estima-se que 80% da produção 
adicional de alimentos até 2025 
deverão vir de terras irrigadas. Isso 
representará demanda adicional sobre 
nosso fornecimento de água doce. A 
maior parte das áreas que necessitam 
de irrigação está em zonas áridas, que 
abrangem uma parcela significativa 
dos países em desenvolvimento. 
M e s m o c o m d i f u n d i d o s 
procedimentos de economia de água 
por meio de melhorias na 
tecnologia de irrigação, a 
construção de mais 
p r o j e t o s d e 
reservatórios 
A indústria 
requer 
milhões de 
litros de água 
por dia
Fornecimento
de água para 
alimentação 
em países em 
desenvol-
vimento
33Barragens a Água do & Mundo
As barragens e os reservatórios podem 
ser usados de maneira eficaz para regular 
os níveis dos rios e as enchentes a jusante 
por meio do armazenamento temporário 
do volume adicional de água para 
descarga posterior. O método mais eficaz 
de controle de enchentes é alcançado por 
um plano de gestão integrada da água 
para regular o armazenamento e a vazão 
de cada uma das principais barragens 
localizadas em uma bacia fluvial. Cada 
barragem é operada segundo um plano 
específico de controle da água para 
conduzir as enchentes através da bacia, 
sem danos. Isso implica reduzir o nível 
dos reservatórios para criar mais 
espaço de armazenamento, antes da 
estação chuvosa. Essa estratégia 
elimina as enchentes. O número de 
barragens e seus planos de gestão da 
água são estabelecidos por meio de um 
planejamento abrangente para o 
desenvolvimento econômico e com 
participação pública. Informações 
adicionais sobre planos de gestão 
integrada da água estão disponíveis no 
item 11.7. O controle de enchentes é 
uma função importante para muitas 
barragens existentes e continua como 
função principal de algumas das 
maiores barragens atualmente em 
construção no mundo. 
Os Benefícios
11
Recebidos das Barragens
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)
“O alimento 
cresce onde a 
água corre”
11.3. Controle de enchentes
Enchente 
em uma 
vila
A água tem sido usada como forma de 
energia desde a era romana. A princípio 
usada para mover moinhos para vários 
processos mecânicos como moer milho, 
cortar madeira ou mover tecelagens. No 
início do século XIX, a turbina hidráulica 
foi desenvolvida como uma máquina 
muito mais eficiente que os moinhos, e 
em meados daquele século a energia 
Reservatório Barragem
Gerador
Transformador
Casa de Força
Linhas elétricas (n.5)
Tomada
d'água
Comporta Conduto
forçado
Turbina Canal de fuga 
Esquema de uma Hidrelétrica
34 Barragens a Água do & Mundo
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hidráulica foi usada para produzir 
eletricidade pela primeira vez. O 
conceito de uso da água em movimen-
to para girar uma turbina conectada 
por um eixo a um gerador para gerar 
eletricidade é conhecido como 
(n.6)hidreletricidade . Como a água é a 
fonte da energia, a hidreletricidade é 
uma fonte de energia elétrica 
(n.7)renovável e amplamente utilizada. 
Diagrama
de uma
barragem e
sua usina
hidrelétrica
11.4. Energia hidrelétrica
Uma
turbina 
usada para 
hidreletri-
cidade
Geradores 
em uma 
usina 
elétrica
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35Barragens a Água do & Mundo
Os Benefícios
11
Recebidos das Barragens
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)
Barragem
de Castillon -
França: a usina
está ao pé da 
barragem, e a 
subestação e as 
linhas elétricas 
estão no canto 
superior
direito
Quanto maior a força disponível da água 
para girar a turbina, mais energia pode 
ser produzida. A quantidade de 
eletricidade que pode ser produzida 
depende então da altura da qual a água 
precisa cair para atingir a turbina e do 
volume de água que passa por ela. Uma 
g r a n d e v a n t a ge m d a e n e r g i a 
hidrelétrica, em comparação com outras 
fontes de eletricidade (como, por 
exemplo, a queima de carvão, óleo ou 
gás), é ser renovável. Em outras 
palavras, a água não é consumida pelo 
processo de geração de eletricidade e 
continua disponível para outros usos 
quando é descarregada pela usinahidrelétrica. Ela também é uma fonte 
limpa de energia, pois não envolve a 
queima de combustíveis, que podem 
poluir o meio ambiente.
Alguns dos primeiros países a 
desenvolver a hidreletricidade em 
grande escala foram a Noruega, a Suécia 
e a Suíça, na Europa; o Canadá, os 
Estados Unidos, a Austrália e a Nova 
Zelândia. Em escala menor, projetos 
hidrelétricos foram construídos, em 
condições adequadas, há muitos 
anos, em alguns países asiáticos; a 
primeira pequena usina hidrelétrica 
indiana, por exemplo, tem mais de 
100 anos.
Quase 200 países no mundo têm 
alguma capacidade para desenvolver 
projetos hidrelétricos, em grande ou 
pequena escala. As melhores 
condições naturais estão em países 
montanhosos, com muitos lagos ou 
rios ou grandes sistemas fluviais. A 
maior usina hidrelétrica em operação 
é a de Itaipu, no rio Paraná, entre o 
Brasil e o Paraguai. Embora essa seja 
uma usina excepcionalmente grande 
(com capacidade elétrica de mais de 
14.000MW [megawatt ou um milhão 
de Watts]), há centenas de milhares de 
usinas de médio porte ao redor do 
mundo. O Brasil produz mais de 90% 
36 Barragens a Água do & Mundo
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11.5. Navegação Fluvial
As condições naturais dos rios, como 
mudanças em suas vazões e seus níveis, 
gelo e leitos em mutação, devido à 
erosão e à sedimentação, criam grandes 
problemas e obstáculos para a sua 
navegação fluvial. As vantagens da 
navegação fluvial, entretanto, em 
comparação com o transporte 
rodoviário e ferroviário, são a grande 
capac idade de carga de cada 
embarcação, a capacidade de conduzir 
cargas de grandes dimensões e a 
economia de combustível. A melhoria na 
navegação fluvial é resultado de 
planejamento e desenvolvimento 
abrangente das bacias fluviais com 
barragens, eclusas e reservatórios 
regulados para exercer um papel vital na 
obtenção de benefícios econômicos em 
escala regional e nacional. 
Além de benefícios econômicos, os rios 
que foram desenvolvidos com barragens 
e reservatórios para navegação também 
podem oferecer benefícios adicionais de 
controle de enchentes, redução da 
erosão, níveis estáveis de água nos 
lençóis freáticos do sistema e recreação.
11.6. Recreação
11.7. Gestão integrada da água 
em bacias fluviais
A atração dos reservatórios para 
recreação é frequentemente um 
benefício significativo, além das demais 
funções das barragens. Isso é 
especialmente importante em áreas 
onde há pouca ou nenhuma água 
superficial natural. Os benefícios de 
recreação associados a lagos, tais como 
passear de barco, nadar, pescar, 
observar pássaros e fazer caminhadas, 
são considerados no início da fase de 
p lane jamento dos pro je tos e 
juntamente com outros objetivos levam 
a projetos equilibrados. A operação das 
barragens e dos reservatórios pode 
melhorar as oportunidades de 
recreação.
A disponibilidade de água em 
quantidades suficientes e com 
qualidade adequada onde é necessária 
continua sendo o desafio básico. Assim, 
a água obtida de lençóis freáticos, lagos 
naturais, rios livres e projetos de 
reservatórios é usada para satisfazer
Queda de 
Vaugris no rio 
Ródano: 
barragem, usina 
e eclusa – uma 
instalação de 
múltiplas 
funções
37Barragens a Água do & Mundo
as demandas domésticas, agrícolas e 
industriais. Dessas quatro fontes, os 
reservatórios são a única fonte que 
pode ser efetivamente administrada 
para atender as necessidades de água e 
de energia dos estados, regiões e 
países. A alimentação e a vazão dos 
reservatórios devem ser administradas. 
A gestão integrada da água nas bacias 
fluviais é o processo pelo qual a água 
armazenada nos reservatórios e as 
descargas diárias são administradas 
nas bacias para garantir que uma 
quantidade adequada e confiável de 
água esteja disponível. Durante 
períodos de seca, descargas graduais 
de cada barragem são coordenadas 
para garantir que uma quantidade 
adequada de água esteja disponível por 
toda a bacia fluvial. Cada barragem com 
reservatório em uma bacia possui um 
plano de controle da água que prevê as 
descargas daquele reservatório, com 
base na sua alimentação e nas 
necessidades de vazão a jusante. Cada 
plano de controle da água é coordenado 
com outros projetos de barragens e 
reservatórios dentro da mesma bacia 
fluvial. A coordenação e o controle 
gerais são efetuados por organizações 
que abrangem toda a bacia, tais como 
(n.8)comissões de bacia fluvial . Essas 
organizações têm papel crítico no 
controle de secas e enchentes dentro 
das respectivas bacias.
Tomadas d'água localizadas em 
diferentes níveis nas torres de controle 
das ba r ragens pe rmi tem aos 
operadores fazer descargas seletivas de 
água a diferentes temperaturas que, 
combinadas, fornecem a temperatura 
desejada a jusante para melhorar a 
qualidade da água rio abaixo. Projetos 
de reservatórios bem administrados 
também mantêm níveis de água 
predeterminados durante as estações 
do ano para cumprir requisitos 
ambientais.
O objetivo da gestão integrada da água 
nas bacias fluviais é satisfazer as 
demandas por água, sem sacrificar os 
usos existentes. As principais questões 
a serem tratadas para esse fim em uma 
Formular uma estratégia para 
fornecer vazão adequada de água e ao 
mesmo tempo manter níveis 
apropriados nos reservatórios (gestão 
de enchentes e secas).
Satisfazer as demandas domésticas, 
agrícolas e industriais, sem prejuízo 
para o meio ambiente.
Avaliar e melhorar a qualidade da 
água.
A
gestão integrada 
da água de 
barragens nas 
bacias fluviais 
fornece um fluxo 
diário médio 
consistente ao 
longo do ano em 
nossos rios
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Os Benefícios
11
Recebidos das Barragens
38 Barragens a Água do & Mundo
11.8. Resumo dos benefícios
Os benefícios das barragens e dos 
reservatórios devem ser considerados e 
ponderados em todas as perspectivas: 
local, regional, nacional e global. 
Todos os benefícios dos projetos de 
b a r r a g e n s n e m s e m p r e s e 
concretizam nas vizinhanças 
imediatas dos reservatórios ou em 
favor das populações que vivem 
nos seus entornos. Geralmente as 
populações das regiões e os 
países inteiros recebem os 
b e n e f í c i o s i n t e g r a i s d a s 
barragens e dos reservatórios. 
Um exemplo disso é a Barragem 
Aswan High, nas cabeceiras do rio 
Nilo, no Egito. Essa barragem 
armazena e libera água para 
manter uma vazão média diária no 
Nilo. Isso beneficia o país inteiro.
O valor da gestão integrada da água nas 
bacias fluviais pode ser observado 
melhor nos países em desenvolvimento e 
nos desenvolvidos. Por séculos, muitos 
países no sudeste asiático, como a Índia e a 
Indonésia, sofriam periodicamente com a 
fome. Quando as chuvas das monções 
atrasavam ou eram insuficientes, o país era 
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es6 ( e3 p© 6. 4)
Instalação
industrial
Barragem de
Gambsheim, casa
de força e eclusas 
no rio Reno. Uma grande 
barragem de múltiplas 
funções administra o fluxo
do rio para fornecer água,
energia elétrica, navegação,
controle de enchentes e
oportunidades de recreação.
Uma grande passagem
para peixes está sendo
construída na parte
central da usina
39Barragens a Água do & Mundo
Os Benefícios
11
Recebidos das Barragens
pela fome, 
frequenteme
nte com grande 
n ú m e r o d e 
mortes. Quando 
grandes reservatórios 
foram construídos, nas 
últimas cinco décadas, o problema 
foi resolvido pelo armazenamento de 
grandes quantidades de água excedentes 
durante as estações chuvosas para 
descarga regulada durante os períodos de 
seca.
Um extraordinário 
e x e m p l o d o s 
b e n e f í c i o s d o 
fornecimento de água em 
área de disponibilidaderestrita é o Projeto Hídrico das 
Montanhas de Lesoto. Situado no sul 
da África, é uma joint venture do Reino de 
Lesoto e da vizinha República da África do 
Sul. O projeto permite o armazenamento 
de água em vários grandes reservatórios 
na região montanhosa de Lesoto, onde a 
chuva é relativamente abundante. 
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Manutenção 
de vales 
férteis 
fornecendo 
fluxo 
consistente
de água nos
rios
Vista aérea
da Barragem 
Hungry Horse, 
no Texas, 
Estados 
Unidos
40 Barragens a Água do & Mundo
Obtenção 
de água 
para 
irrigação
A água então é descarregada por um 
sistema de túneis de quase 80 
quilômetros e fornecida à região central 
árida da África do Sul. Antes desse 
projeto, as montanhas de Lesoto eram 
subdesenvolvidas e quase inacessíveis. 
Como parte do projeto, novas estradas 
de acesso, pavimentadas com pontes 
para tráfego pesado, foram construídas. 
A s r e d e s d e e l e t r i c i d a d e e 
telecomunicações em todo o país foram 
substancialmente atualizadas para 
padrões modernos ou construídas do 
zero, escolas foram criadas nos 
canteiros de obras e em suas 
vizinhanças, e serviços de saúde pública 
e planos de saúde foram introduzidos, 
com hospitais e postos de emergência 
médica. Essa infraestrutura básica 
permanece na área e continua a ser um 
benefício permanente.
Ao redor do mundo, a agricultura requer 
volumes significativos e consistentes de 
água. Os sistemas de irrigação tornam 
Instalações e operações industriais 
demandam quantidades significativas 
de água para operar eficientemente. 
Depois da água doce ser utilizada, 
precisa ser tratada antes de ser 
despejada, pois geralmente os 
processos industriais a poluem.
A hidreletricidade é a fonte mais barata 
de energia elétrica, pois a água, a força 
motr iz , é gratu i ta . Ass im, a 
hidreletricidade pode ser um meio 
isso possível. Nos Estados Unidos, a 
agricultura responde por 49% do 
consumo de água doce. Na África e na 
Ásia, a Organização das Nações Unidas 
estima que 85% da água doce são 
usados para agricultura. Até 2025, a 
demanda agrícola por água aumentará 
em uma vez e meia o montante atual. 
Barragens e reservatórios são a 
ferramenta para fornecer as grandes 
quantidades de água necessárias para 
atender essa demanda. 
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41Barragens a Água do & Mundo
Os Benefícios
11
Recebidos das Barragens
muitas partes do mundo. Implementar 
uma nova usina hidrelétrica pode 
requerer o reassentamento de parte da 
população local. A cidade de São Paulo, 
no Brasil, é um exemplo. É uma cidade 
de 18 milhões de habitantes, e o maior 
local de concentração industrial da 
América do Sul. Do total da população, 5 
milhões são classificados como de baixa 
renda. O fornecimento de eletricidade 
de São Paulo é quase totalmente 
baseado em hidreletricidade barata. Isso 
facilitou a criação de novos empregos e 
melhorou os padrões de vida.
A navegação fluvial tem o menor 
consumo de combustível e o menor 
volume de poluição entre todos os 
meios de transporte de massa. Para 
mover uma dada carga por uma longa 
distância, o transporte rodoviário requer 
dez vezes mais e o ferroviário cinco 
vezes mais quantidades de combustível 
do que a consumida quando essa 
mesma carga é despachada por barcaça. 
Como apenas alguns poucos rios são 
prontamente navegáveis, obstáculos 
naturais como corredeiras, trechos 
rasos do leito do rio ou velocidade muito 
alta da água devem ser vencidos ou 
eliminados pela construção de eclusas, 
barragens e estruturas de controle. A 
navegação fluvial contribui para reduzir 
a emissão de gases estufa e, portanto, 
para mitigar os efeitos do aquecimento 
global. 
Barcos rebocadores empurram barcaças 
para formar um "reboque”. Um reboque 
pode consistir em quatro ou seis 
barcaças em hidrovias menores ou em 
mais de 40 barcaças em rios maiores. As 
barcaças de um reboque passando por 
uma eclusa podem ser vistas na foto a 
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4
)
Grandes 
carregamentos
de bens como
este reboque
passam pelas eclu-
sas e barragens
em hidrovias 
interiores
Hoje estamos mitigando os impactos 
ambientais das barragens. Em muitos 
países, os governos têm requisitos 
obrigatórios a serem levados em conta 
quanto ao planejamento da mitigação 
do possível impacto que as barragens 
possam ter sobre a natureza e o meio 
ambiente na fase de seleção dos locais 
das barragens e quanto ao modo como 
são construídas e operadas. Se essas 
disposições forem levadas a sério, 
muitas consequências possíveis 
poderão ser resolvidas de maneira 
positiva. 
O objetivo dos países é alcançar bacias 
fluviais limpas e saudáveis, que 
sustentem a vida aquática, assim como 
o desenvolvimento econômico e as 
42 Barragens a Água do & Mundo
As Barragens e
o Meio Ambiente
 recuperação econômica do mundo, depois da Segunda Guerra Mundial, foi 
acompanhada por crescimento fenomenal dos sistemas de infraestrutura, o que 
incluiu o maior período mundial de construção de barragens. Esse período atingiu o 
ápice nos anos 70. À medida que esse desenvolvimento econômico e essas 
construções continuaram, a população mundial foi tomando consciência do preço 
ambiental pago por esse desenvolvimento. Hoje as pessoas procuram o equilíbrio 
entre os benefícios econômicos e os benefícios ambientais dos projetos de recursos 
hídricos. Também procuram uma distribuição igualitária dos benefícios entre toda a 
população nas regiões desses projetos. As pessoas preferem que o 
desenvolvimento e a gestão de recursos hídricos sejam feitos em toda a bacia fluvial, 
em vez de em áreas isoladas. 
A
Em 1997, a Comissão Internacional de 
Grandes Barragens (CIGB) publicou um 
documento que contém orientações 
quanto à consideração, avaliação e 
mitigação de impactos ambientais: 
"Posicionamento da CIGB sobre as 
Barragens e o Meio Ambiente". Ele 
afirma: 
necessidades humanas. O melhor meio 
de alcançar esse objetivo é encorajar e 
promover uma gestão abrangente dos 
recursos hídricos, que seja ajustada às 
necessidades regionais e locais. A 
gestão hídrica é essencial para cumprir 
metas quanto à qualidade e à 
quantidade da água. A preservação 
ambiental inclui mitigação e melhorias 
em novos projetos, manutenção das 
condições existentes e restauração, 
quando cabível.
A gestão dos recursos hídricos nas 
bacias fluviais causa impacto nos ciclos 
naturais da água. A escala do impacto 
depende do tamanho efetivo e das 
condições naturais das áreas a serem 
construídas e das dimensões dos 
projetos. A preocupação com questões 
ambientais e a implementação de 
medidas de mitigação são elementos 
essenciais do planejamento dos 
projetos. Isso inclui: limpeza da 
vegetação nas áreas a serem inundadas, 
estruturas de descarga em vários níveis 
para otimizar a temperatura e a 
qualidade da água a jusante, medidas 
para permitir a migração de peixes e 
outros organismos aquáticos e normas 
operacionais para a regulação das 
vazões a jusante em períodos críticos 
12.1. Preservação e melhoria 
ambiental 
“A maior consciência do ambiente 
natural e de sua situação de perigo é 
um dos desdobramentos mais 
importantes do final do século XX.”
43Barragens a Água do & Mundo
A seleção adequada do local e a 
implementação dessas técnicas resultará 
em projetos novos ou reformados que 
minimizam os impactos ambientais 
inaceitáveis. 
Encorajar e apoiar planos de gestão 
abrangente dos recursos hídricos pode 
levar à preservação e à melhoria 
ambiental em projetos existentes e 
novos. De acordo com as necessidades 
regionais e locais, os planos devem 
incluir preservação, mitigação e melhoria 
das condições existentes. Um exemplo 
de otimização da preservaçãoe da 
melhoria ambiental é o tratamento das 
áreas onde os reservatórios se 
encontram com a terra (margens ou 
várzeas), limitando o acesso às áreas dos 
reservatórios e colocando pequenas 
barragens com saídas de água nas 
cabeceiras. Isso é muito eficaz para 
projetos de usos múltiplos em que os 
níveis dos reservatórios podem flutuar 
durante sua operação. Partes dos 
reservatórios são isoladas para o 
desenvolvimento das várzeas, para 
habitats aquáticos e para os animais. 
Ilhas e pequenas barragens são 
construídas para proteger as várzeas das 
flutuações dos reservatórios. As 
barragens nas cabeceiras também 
servem para controlar o assoreamento. 
Margens irregulares podem ser criadas 
para desenvolvimento das várzeas. 
Muitos projetos na Europa e na Ásia 
foram modificados para incorporar essas 
medidas. 
Um exemplo da implementação dessa 
tecnologia pode ser observado no 
reservatório de Rottach, na Baviera, 
Alemanha. Essas mesmas medidas de 
mitigação e melhoria ambiental podem 
ser incorporadas em projetos pelo resto 
A
preservação dos
hábitats naturais
é parte da
concepção dos
projetos de 
barragens
As Barragens
21
e o Meio Ambiente
©
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44 Barragens a Água do & Mundo
As Barragens
21
e o Meio Ambiente
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©
Aspectos de sedimentação
Os rios transportam sedimentos naturalmente. O 
depósito de sedimentos ocorre quando os rios entram em 
reservatórios e sua capacidade de transporte de 
sedimentos diminui nos remansos criados pelas 
barragens. Os sedimentos grossos são tipicamente 
depositados primeiro, enquanto as partículas mais finas 
de argila e lodo são transportadas mais para dentro dos 
reservatórios. A maioria dos reservatórios capta quase 
100% das cargas de sedimentos dos rios que neles 
desembocam, mas a sedimentação geralmente só se 
torna um problema significativo depois de 50 anos ou 
mais, depois da construção das barragens, uma vez que 
elas são projetadas com capacidade adicional para 
acomodar o depósito de sedimentos. 
Devido ao rápido crescimento da construção de 
barragens, nos anos de 60 a 70, cerca de 45% da 
capacidade atual de armazenamento em reservatórios 
deverá ser seriamente afetada pela sedimentação daqui a 
20 anos. A maioria das barragens existentes deverá ser 
seriamente afetada pela capacidade de armazenamento 
perdida, devido à sedimentação, até o ano 2065.
As taxas de sedimentação variam muito; algumas das 
taxas mais altas são encontradas em regiões 
geologicamente ativas, onde ocorrem terremotos. Os 
impactos da sedimentação nos reservatórios, entretanto, 
são geralmente mais graves em regiões semiáridas, em 
que as taxas de sedimentação são relativamente altas e as 
bacias que alimentam as barragens são muito grandes.
A agricultura e o reflorestamento, o desmatamento de 
florestas naturais, a pastagem excessiva e outras 
atividades humanas, combinadas com a água de 
tempestades, são os principais fatores que contribuem 
para a erosão das bacias fluviais. 
Para limitar a erosão dos solos e a sedimentação nos 
reservatórios, são necessárias ferramentas técnicas e 
regulamentares, tais como políticas de gestão das bacias 
fluviais.
A solução ideal é de fato minimizar a acumulação de 
sedimentos nos reservatórios. 
Construir barragens pequenas (relativamente à vazão 
dos rios) em rios que carregam volumes significativos 
de sedimentos. Essas barragens devem ter comportas 
grandes, em nível baixo, para descarregar depósitos 
durante enchentes, quando necessário. 
Barragens de armazenamento devem ser construídas 
em vales com baixas taxas de sedimentação e/ou com 
pequenas bacias fluviais e devem ser dimensionadas 
com capacidade adicional de armazenamento para 
sedimentação futura de 50 a 100 anos, por exemplo.
Depois que os sedimentos se depositam e se consolidam, 
torna-se muito difícil removê-los e armazená-los de 
maneira econômica por meios mecânicos. Soluções 
alternativas, como elevação das barragens, podem ser 
melhores do que a recuperação, por meio de dragagem, 
da capacidade perdida. 
Os leitos diretamente a jusante das barragens geralmente 
sofrem degradação (rebaixamento do leito) devido à 
retenção dos sedimentos nos reservatórios, dependendo 
da existência de grandes afluentes a jusante dos locais 
das barragens.
Visão
a jusante – 
observa-se água 
e desenvolvi-
mento das 
várzeas
Criação de um 
lago e várzeas 
separados na 
extremidade a 
montante do 
reservatório 
Rottach na 
Alemanha
Vista aérea 
mostrando um 
lago completo e 
várzeas para 
preservação do 
ecossistema
45Barragens a Água do & Mundo
 o mundo está passando por grandes mudanças nas práticas sociais e 
comerciais, assim como por amplo desenvolvimento econômico associado à 
globalização e aos rápidos avanços na tecnologia e nas telecomunicações e com o 
aumento contínuo e sem precedentes da população. Ao mesmo tempo, em muitas 
áreas o uso irresponsável da água tem acelerado a poluição do meio ambiente.
Hoje
Na Assembléia Geral das Nações Unidas, 
em 2005, oito Metas de Desenvolvimento 
do Milênio (MDMs) foram apresentadas 
para implementação até 2015, com 
vistas a erradicar a pobreza, melhorar a 
educação, melhorar a saúde, combater 
doenças e garantir a sustentabilidade 
ambiental. As Metas de Desenvolvimento 
do Milênio podem ser encontradas em 
www.un.org/millenniumgoals. A ONU 
também afirma que a gestão dos 
recursos hídricos mundiais é um 
ingrediente essencial para a consecução 
de todas as MDMs. A Organização 
reconhece que as barragens e os 
reservatórios continuarão a exercer 
papel significativo na gestão dos 
recursos hídricos mundiais. 
Como o mundo precisa de grandes 
quantidades de água para usos 
domésticos e agrícolas, energia e 
controle de enchentes para sustentar o 
desenvolvimento, as barragens de usos 
múltiplos são a opção mais realista. 
Soluções solares, eólicas e baseadas nos 
lençóis freáticos devem ser buscadas 
para ampliação da oferta de água e 
energia, mas elas não oferecem 
quantidades suficientes para serem 
alternativas viáveis. Medidas de 
preservação são essenciais - mas não são 
medidas isoladas.
A gestão eficaz dos recursos hídricos 
mundiais nas bacias fluviais por 
barragens e reservatórios em conjunção 
com outras medidas é essencial para 
sustentar tanto a população existente 
quanto a população futura do planeta. 
Isso é crítico para os países em 
desenvolvimento e as vastas regiões 
áridas do mundo. O planejamento da 
gestão da água, no âmbito das bacias 
fluviais, é o elemento-chave para garantir 
o fornecimento ideal de água e outros 
benefícios. Embora as barragens 
ofereçam benefícios significativos a 
Olhando para
o Futuro - as
Barragens do
Século XXI
reassentamento e relocação das 
populações afetadas.
impactos socioeconômicos.
problemas ambientais.
questões de sedimentação.
aspectos de segurança.
O desafio para o futuro será o 
planejamento e o uso inteligente das 
barragens e dos reservatórios nas bacias 
fluviais, em conjunção com a água dos 
lençóis freáticos, o clima, o meio 
ambiente e o uso da terra para a gestão 
inteligente dos recursos hídricos 
mundiais como parte das metas de 
desenvolvimento social e econômico de 
cada país. 
As bacias fluviais são definidas pela 
hidrologia e transcendem os limites 
nac iona i s , po l í t i cos , soc i a i s e 
econômicos, o que faz delas o elemento 
básico de planejamento e gestão dos 
recursos hídricos e dos ecossistemas. O 
planejamento para a exploração de 
recursos hídricos deve ser feito no âmbito 
(n.8)das bacias fluviais e não no âmbito 
individual de cada projeto. O processo de 
13.1. Processo de planejamentode projetos de barragens
e reservatórios
46 Barragens a Água do & Mundo
planejamento é uma at iv idade 
sistemática e abrangente que considera 
todos os recursos em cada bacia. Assim, 
a dimensão e a localização de projetos de 
reservatórios são determinadas de 
maneira melhor no âmbito das bacias.
Depois de escolhido o local para um 
projeto de barragem e reservatório, pode 
ter início o planejamento detalhado na 
região correspondente. No que diz 
respeito a cada projeto específico de 
barragem, todos os esforços são feitos 
para garantir que os valores econômico, 
social e ambiental sejam adicionados à 
bacia. A restauração de ecossistemas é 
um dos principais objetivos ambientais 
dos projetos de barragens. Para as metas 
e objetivos específicos dos novos 
projetos de barragens, esse processo 
contém seis etapas individuais e é um 
enfoque estruturado para identificar 
questões e resolver problemas. Isso 
fornece um quadro racional para a 
tomada de decisões equilibradas. Esse 
processo também se aplica a vários 
outros tipos de grandes projetos. A seis 
compreensão, mas elas geralmente são 
realizadas várias vezes e ocasionalmente 
de maneira simultânea. Repetições das 
etapas podem ser conduzidas quando 
necessário para formular alternativas 
eficientes, eficazes, completas e 
aceitáveis para a seleção da melhor entre 
elas. O planejamento inteligente, com 
participação de todas as partes 
interessadas, é essencial para projetos 
bem-sucedidos de barragens. 
A função e o objetivo do envolvimento 
público e da sua coordenação é abrir e 
manter canais de comunicação com o 
público e com empresas locais, com 
vistas a considerar plenamente as suas 
opiniões e informações no processo de 
p l a n e j a m e n t o . O o b j e t i v o d o 
envolvimento público é garantir que os 
projetos e programas de barragens 
respondam às necessidades e às 
preocupações do público. Os elementos 
críticos, para um bom processo de 
e n v o l v i m e n t o p ú b l i c o e s u a 
coordenação, são a disseminação de 
informações sobre as atividades 
propostas, a compreensão dos desejos, 
das necessidades e das preocupações do 
público, a realização de consultas antes 
da tomada de decisões e a consideração 
das opiniões do público.
Todos os estudos de planejamento 
incorporam o envolvimento do público, e 
a colaboração e coordenação com ele. 
Isso começa durante o processo inicial de 
planejamento, quando as questões, as 
oportunidades e os problemas são 
identificados, e continua por todo o 
p rocesso de p l ane j amen to . O 
envolvimento do público na fase inicial 
do processo de planejamento não só 
ajuda a identificar problemas e 
oportunidades, mas também serve, a 
esse público, de convite para exercer 
par t i c ipação cont ínua e como 
o p o r t u n i d a d e p a r a e x p r e s s a r 
preocupações, idéias, e para fazer 
sugestões quanto ao processo de 
planejamento e de tomada de decisões.
Com base em uma reunião prévia com o 
público, nas fases iniciais do processo de 
planejamento, a equipe do projeto 
determinará a dimensão necessária do 
envolvimento do público e estabelecerá 
uma estratégia adequada para integrar 
esse envolvimento no processo de
13.1.1. Envolvimento público e 
sua coordenação 
Etapa 1
Identificar questões, problemas e 
oportunidades.
Etapa 2
Catalogar e prever as condições.
Etapa 3
Formular planos alternativos.
Etapa 4
Avaliar planos alternativos.
Etapa 5
Comparar planos alternativos.
Etapa 6
Selecionar o plano que atender melhor 
às necessidades.
Os projetos bem-sucedidos geralmente 
s e b a s e i a m na c o ns e c uç ã o e 
documentação de todas essas etapas. É 
essencial que os responsáveis pelo 
planejamento, os economistas e os 
engenheiros conduzam cada etapa como 
uma equipe. É importante que isso seja 
um processo repetitivo que inclua o 
envolvimento público e dos parceiros. À 
medida que novas informações são 
obtidas e desenvolvidas, pode ser 
necessário repetir algumas das etapas 
anteriores.
Essas seis etapas são apresentadas de 
maneira sequencial para melhor 
47Barragens a Água do & Mundo
Olhando para o Futuro
31
as Barragens do Século XXI
indústria. A devida indenização, o 
deslocamento e a reconstrução efetiva de 
espaços para a população e as atividades 
econômicas acima do nível do 
reservatório são itens essenciais dos 
orçamentos de custos dos projetos. 
Nas áreas tropicais do mundo, o 
saneamento deve ser resolvido. Os 
reservatórios podem criar ambientes 
favoráveis para a transmissão de doenças 
relacionadas à água. As principais 
medidas preventivas são o saneamento e 
os programas de saúde pública para a 
população em torno dos reservatórios, 
em conjunção com normas operacionais 
adequadas, tais como a flutuação do nível 
de água dos lagos para inibir o 
surgimento de insetos transmissores de 
doenças.
Em resumo, um dos mais importantes 
objetivos das barragens é garantir que 
uma parcela adequada dos benefícios 
s e j a r e ceb ida pe l a popu l a ção 
diretamente afetada. 
Água em quantidades adequadas e de 
boa qualidade nos locais certos será o 
ingrediente essencial para sustentar o 
crescimento da população mundial e 
ajudar os países em desenvolvimento a 
avançar na direção da consecução de 
suas metas de desenvolvimento social e 
econômico. Barragens devidamente 
planejadas, projetadas, construídas e 
mantidas contribuem significativamente 
13.3. Necessidade maior de 
gestão integrada da água nas 
bacias fluviais
planejamento. É importante desenvolver 
uma estratégia que crie oportunidades 
pertinentes de envolvimento do público e 
de qualidade para aqueles que têm ou 
possam ter interesse nos estudos. A 
estratégia deve refletir o escopo e a 
complexidade de cada estudo particular. 
As principais atividades de envolvimento 
do público, conduzidas durante o 
processo de planejamento, são o anúncio 
do início dos estudos, a identificação do 
público e o processo de investigação. É 
importante para o público ver as 
alternativas sendo estudadas e contribuir 
para a sua consecução. No final do 
processo de planejamento, o público 
deve ser informado sobre a alternativa 
selecionada e sobre o cronograma do 
projeto e construção.
N o s p l a n o s n a c i o n a i s d e 
desenvolvimento econômico, benefícios 
significativos são necessários. Isso 
resulta no planejamento, no projeto e na 
construção de grandes barragens que 
criam grandes reservatórios. Os projetos 
podem levantar questões econômicas e 
sociais locais que, se não forem tratadas 
cedo no processo de planejamento, 
podem resultar em impactos. Os 
programas de reassentamento para a 
população e as empresas locais devem 
envolver a identificação da população 
afetada, assim como das atividades 
afetadas, tais como agricultura, 
irrigação, reflorestamento, comércio e 
13.2. Questões 
socioeconômicas associadas a 
projetos de barragens e 
reservatórios
©
 4
1
 (
se
e 
p
.6
4
)
Manutenção de 
níveis constantes 
de água para 
garantir várzeas 
consistentes para 
hábitats
48 Barragens a Água do & Mundo
©
 4
4
 (
se
e 
p
.6
4
)
©
 4
3
 (
se
e 
p
.6
4
)
©
 4
2
 (
se
e 
p
.6
4
)
Exemplo de 
desenvolvimento 
industrial: uma 
grande fábrica
de celulose
e papel
Um rio seco, 
exemplo da 
necessidade de 
gestão da
água
Exemplo de
rio com gestão 
integrada da 
água para 
garantir um 
fluxo mínimo e 
consistente ao 
longo do
ano
49Barragens a Água do & Mundo
Olhando para o Futuro
31
as Barragens do Século XXI
13.3.1. Necessidade de gestão 
da água em tempo real nas 
bacias fluviais
A gestão da água nas bacias fluviais inclui 
a coleta e a avaliação de informaçõescríticas para permitir a tomada de 
decisões que resultem nas descargas 
ideais dos projetos de reservatórios, para 
atender às demandas domésticas, 
industriais e agrícolas nas bacias fluviais. 
Por exemplo, são necessários 38 litros ou 
110 galões para refinar 3,8 litros ou 1 
galão de gasolina. Para satisfazer a 
demanda crescente por água, um sistema 
ágil, preciso e confiável de gestão de 
dados é necessário. Essas decisões em 
ter consciência de que ao redor do 
mundo o ciclo hidrológico varia e não é 
previsível. Para compensar essas 
var iações no cic lo hidrológico, 
precisamos administrar de maneira 
eficaz a água doce que nos é disponível.
A gestão inteligente da água em nossos 
reservatórios é essencial para suportar as 
demandas crescentes. As barragens e os 
reservatórios são uma ferramenta útil ao 
processo de gestão, uma vez que podem 
armazenar água e assim garantir 
fornecimento mais consistente durante 
períodos de escassez. Em poucas 
palavras, as barragens continuarão a nos 
permitir administrar a água para que não 
tenhamos rios secos durante a maior 
parte do ano. Os objetivos da gestão 
integrada regional da água nas bacias 
fluviais são:
Melhor gestão do fornecimento de 
água.
Melhor qualidade da água em nossos 
rios.
Melhores condições ambientais nas 
bacias fluviais.
Assim, o enfoque tradicional do 
desenvolvimento de recursos hídricos 
para fornecimento de água, irrigação, 
navegação, hidreletricidade e recreação 
deve ser ampliado para incluir:
qualidade da água.
gestão da quantidade de água 
(enchentes e secas).
controle de sedimentação. 
 avaliação climática.
uso e zoneamento da terra.
gestão dos lençóis freáticos.
manutenção dos hábitats.
manutenção e melhoria do meio 
ambiente.
tempo real são apoiadas pela coleta de 
dados históricos e em tempo real e pela 
modelagem e previsão das condições 
atuais do clima e das vazões dos rios. As 
informações e os dados usados para 
essas decisões dizem respeito:
à qualidade da água nos rios.
à gestão dos fluxos dos rios em 
períodos de secas e de enchentes.
ao planejamento e à ação de 
emergência contra enchentes.
ao planejamento, zoneamento e uso da 
terra pelas comunidades.
à melhoria da eficiência e dos benefícios 
dos projetos de barragens existentes.
ao planejamento nas bacias fluviais 
( a l t e r a ç ã o d a o p e r a ç ã o 
[armazenamento e vazão] das 
barragens existentes e de novos 
projetos de barragens onde e quando 
A modelagem das bacias é um aspecto 
importante desses sistemas. Ela inclui os 
dados hidrológicos, os dados de 
armazenamento dos reservatórios e a 
hidráulica dos sistemas. Os seus produtos 
são previsões para vários cenários e 
indicações para a operação adequada dos 
reservatórios, com vistas a otimizar os 
benefícios e minimizar danos. 
A irrigação será necessária em muitas 
partes do mundo para garantir que a 
produção agrícola seja capaz de sustentar 
a população crescente. Enquanto as 
pessoas nos países desenvolvidos gozam 
de prosperidade e comida abundante, 
estima-se que metade da população 
mundial, algo em torno de 3 bilhões de 
pessoas, não tem alimentos suficientes 
para manter sua vida. Essas mesmas 
pessoas não têm acesso à água potável 
segura. 
A gestão da água e a eficiência da irrigação 
exercerão papel-chave no futuro. A 
i r r i g a ç ã o b e m - s u c e d i d a r e q u e r 
f o r n e c i m e n t o d e
13.4. Irrigação no futuro
Os requisitos para esse tipo de sistema 
são:
redes com cobertura integral das bacias 
fluviais para coleta de dados em tempo 
real.
desenvolvimento de bancos de dados 
confiáveis.
modelagem matemática no âmbito de 
cada bacia.
mapeamento detalhado. 
sistemas de informática rápidos e 
confiáveis.
50 Barragens a Água do & Mundo
devido a condições geológicas, ou de 
outra natureza, não favoráveis ou também 
devido a restrições econômicas e 
políticas. Pode haver outras prioridades 
para os orçamentos dos países, ou razões 
para evitar certas áreas, devido a outros 
usos da terra ou à presença de grandes 
populações.
A maioria dos locais tecnicamente viáveis 
atualmente se encontra na África, na Ásia 
e na América Latina, e nessas regiões há 
frequentemente restrições econômicas. 
Há, entretanto, projetos hidrelétricos 
sendo construídos ou planejados em 
cerca de 180 países. Atualmente, os 
países líderes no desenvolvimento de 
seus potenciais hidrelétricos são: China, 
Índia, Irã, Brasil e Turquia.
A maior usina hidrelétrica em plena 
operação é a Usina de Itaipu, construída 
em um rio entre o Brasil e o Paraguai, e 
com capacidade de 14.000MW. A maior 
usina em construção é a de Três 
Gargantas, no rio Yang-Tsé, na China. 
Quando for concluída, em 2009, ela terá 
(n.9)capacidade de 18.200MW, além de 
oferecer controle de enchentes e 
navegação . Esses pro je tos são 
excepcionalmente grandes. Há centenas 
de instalações hidrelétricas de médio 
porte pelo mundo. 
Muitos países possuem conexões de 
(n.10)sistemas elétricos em nível nacional ou 
regional. As usinas hidrelétricas 
geralmente fornecem energia a esses 
sistemas. Países vizinhos frequentemente 
(n.11)possuem sistemas interligados , de 
modo que os recursos hídricos em um 
país podem ajudar a fornecer energia a 
outros países. Ocasionalmente, acordos 
são firmados entre dois países, pelos 
quais um deles se compromete a comprar 
energia do outro e a ajudar a financiar e 
desenvolver recursos hidrelétricos no país 
vizinho. Os exemplos incluem a Tailândia, 
que adquire energia do Laos, e a Índia, que 
adquire energia do Butão. Cada caso é 
baseado na distribuição da energia na 
respectiva região. 
“Projetos hidrelétricos de pequeno 
(n.12)porte " também podem exercer um 
papel importante no mundo. Eles 
gera lmente envo lvem apenas a 
construção de barragens muito pequenas, 
sendo por isso de construção mais barata, 
e podem fornecer energia a áreas isoladas 
no interior, ou a pequenas comunidades 
ocasionalmente não alcançadas por 
sistemas elétricos nacionais. Pequenas 
centrais hidrelétricas podem às vezes ser 
adicionadas a barragens que foram 
construídas primordialmente para outros 
fins. O relativamente plano rio Mur, na 
água consistente 
durante a estação 
de crescimento 
d o p l a n t i o . 
Perdas reduzidas 
e m c a n a i s e 
s i s t e m a s 
melhorados de 
m e d i ç ã o , 
monitoramento e 
controle ajudarão a 
otimizar a quantidade de 
água usada para irrigação. O 
uso de fertilizantes solúveis em 
água aumentará a produção de 
alimentos nos campos. O 
armazenamento de água excedente, 
por meio de barragens e reservatórios, 
durante períodos de vazões, para uso 
durante períodos de escassez é o fator 
mais importante para garantir a 
disponibilidade do fornecimento de água 
consistente.
A hidreletricidade responde por cerca de 
20% da eletr ic idade do mundo 
atualmente, e há usinas hidrelétricas 
sendo construídas em virtualmente todas 
a s p a r t e s d o m u n d o , p o i s a 
hidreletricidade é uma fonte renovável de 
energia elétrica.
O potencial hidrelétrico básico de um país 
pode ser estimado com base em seu 
volume de chuvas anual, seus sistemas 
fluviais e sua topografia (terreno 
montanhoso). Nem todo esse potencial 
pode, entretanto, ser usado, pois pode 
haver áreas onde não é tecnicamente 
possível construir barragens ou usinas, 
13.5. Energia hidrelétrica
no futuro
O Projeto de 
Três Gargantas, 
no rio Yang-Tsé, 
na China
Água 
administrada e 
fertilizantes 
solúveis 
aumentarão a 
produção de 
alimentos
Nível de
armazenamento
271.50
51.00
2
5
.7
0
262.00
Nível de
armazenamento
271.50
1
9
.0
0
32.50
362.00
Seção da casa de força Seção da soleira
51Barragens a Água do & Mundo
Olhandopara o Futuro
31
as Barragens do Século XXI
A
Barragem
de Gabersdorf,
perto de Leibnitz,
na Áustria, é um
exemplo de pequena 
central hidrelétrica.
O projeto tem
coluna d'água de
metros e capacidade
de 14,5 MW
Usina de Itaipu, 
Brasil e Paraguai. 
A maior usina 
hidrelétrica do 
mundo em
2006
Geradores
em uma usina 
hidrelétrica
Detalhes das 
turbinas e das 
comportas 
radiais de 
Gabersdorf
©
 4
5
 (
se
e 
p
.6
4
)
52 Barragens a Água do & Mundo
enchentes, assim como o planejamento, 
o projeto e a construção de novas 
estruturas. Será essencial que o 
planejamento desses projetos de 
controle de enchentes seja feito no 
âmbito das bacias fluviais para levar em 
conta o volume previsto de chuvas e os 
locais de crescimento populacional. 
Como no passado, parte significativa da 
população mundial continuará a se 
instalalr perto de nossos rios e córregos. 
Essa situação requer otimização das 
barragens e projetos de controle de 
Como parte do processo para melhorar 
os sistemas de controle de enchentes, os 
governos precisarão rever as mudanças 
climáticas e o nível padrão de proteção a 
ser fornecido. Em muitas partes do 
mundo esse nível precisará ser elevado. 
Além disso, zoneamento mais rígido das 
terras nos leitos maiores e adjacentes a 
eles deverá ser implementado
Dificuldades significativas de previsão 
do tempo resultam das mudanças 
climáticas rapidamente em andamento 
em quase todas as partes do mundo. 
Conseqüentemente, o maior uso 
de radares meteorológicos 
para monitoramento de 
c h u v a s , m o d e l o s 
h i d r o l ó g i c o s e a 
p r e v i s ã o p o r 
c o m p u t a d o r 
permitirão previsões 
em tempo real para as 
d e s c a r g a s 
operac ionais das 
barragens e previsões 
de todos os níveis dos 
rios nas bacias. Nesta 
página temos exemplos 
dos componentes da gestão 
da água em tempo real em uma 
13.6. Controle de enchentes
no futuro 
Barragem
de Rochemaure -
França: barragens e
sistemas de proteção
contra enchentes conti-
nuarão a controlar as
águas de enchentes
em nossos rios para
evitar o transborda-
mento dos sistemas
de diques
Medidores 
automatizados
de fluxo para
obter em tempo
real o fluxo e o
nível da água
Radar 
meteorológico 
para prever os 
volumes e os 
locais das 
chuvas
©
 4
6
 (
se
e 
p
.6
4
)
À medida que o desenvolvimento 
econômico continua, haverá um 
aumento significativo no transporte de 
matérias-primas e bens, assim como 
uma demanda crescente por produtos. 
Os custos crescentes dos combustíveis 
terão impacto sobre os meios de 
transporte utilizados. A navegação 
interior é o meio de transporte mais 
econômico e menos poluente. Uma 
vantagem principal das hidrovias 
interiores é sua capacidade de 
transportar eficientemente grandes 
volumes de mercadorias por longas 
distâncias. Reboques com 15 barcaças 
são comuns em rios maiores com 
eclusas. Esses reboques são um meio 
extremamente eficiente de transporte e 
podem levar cerca de 22.500 toneladas 
de carga como um único veículo. Dois 
exemplos da economia da navegação 
interior são apresentados a seguir:
53Barragens a Água do & Mundo
Olhando para o Futuro
31
as Barragens do Século XXI
13.7. Navegação interior
no futuro
A capacidade de uma barcaça:
= 15 vagões jumbo.
 = 55 caminhões normais.
A capacidade de um reboque (15 barcaças):
 = 21 trens com 4 vagões cada.
= 870 caminhões
Barragem de
Donzère - França:
as descargas 
operacionais
controlam 
enchentes
a jusante
Modelos 
hidrológicos 
computadorizados 
usam informações 
em tempo real de 
radares meteorológicos
 e medidores de fluxo 
para fazer previsões 
precisas com vistas 
a alterações opera-
cionais nos 
reservatórios
©
 4
7
 (
se
e 
p
.6
4
)
20000
15000
10000
5000
C
F
S
26 27 28 29 30 1 2 3 4
Dec 1993Nov 1993
MILES JCT .S.S. FLOW.1HOUR
MILES JCT .B.B. FLOW.1HOUR
MILES JCT .OUT FLOW SBG .FLOW-REC.1HOUR
Estruturas
da eclusa 
central e da 
barragem
por carregamento torna o transporte por 
barcaças econômico em termos de 
consumo de combustível e de vantagens 
ambientais. Em média, um galão de 
combustível permite que uma tonelada de 
carga seja transportada a 59 milhas por 
caminhão, a 202 milhas por trem e a 514 
milhas por barcaça. Os países em 
desenvolvimento com rios precisarão usar 
a navegação interior como parte de seus 
planos nacionais de desenvolvimento 
Olhando para o futuro, se a carga 
transportada pelas hidrovias interiores a 
cada ano precisasse ser transportada por 
outro meio, seriam necessários cerca de 
6,3 milhões de vagões ou 25,2 milhões 
de caminhões para carregá-la. Imagine 
adicionar esse tráfego e sua poluição 
atmosférica associada às ferrovias e 
rodovias já congestionadas que passam 
por nossas comunidades.
A capacidade de transportar mais carga 
O s p r o j e t o s d e b a r r a ge ns e 
reservatórios requerem planejamento 
sistemático que reconheça o impacto 
sobre toda a bacia fluvial e seus 
ecossistemas.
Consulta pública e participação de 
todas as pessoas envolvidas para a 
obtenção de consenso são necessárias 
para o planejamento, a implementação 
e a operação mais eficazes dos projetos. 
Inclusão do meio ambiente, das 
condições naturais e dos aspectos 
sociais ao lado dos benefícios 
econômicos no planejamento inicial dos 
projetos.
Muitos países agora exigem a 
identificação formal dos impactos 
ambientais durante a fase conceitual 
dos projetos.
ciências ambientais e sociais estão 
envolvidas no planejamento, no projeto e 
na construção de barragens. As seguintes 
ques tões s ão cons ide r adas no 
desenvolvimento de projetos modernos de 
recursos hídricos:
13.8. O equilíbrio entre os 
benefícios dos projetos e o 
meio ambiente
Os impactos sociais e ambientais das 
bar ragens e dos reservatór ios 
construídos hoje devem ser evitados ou 
mitigados. As operações das barragens 
existentes devem ser revistas e, se 
necessário, modificadas para compensar 
os seus impactos sobre o meio ambiente. 
Todos os esforços devem ser feitos para 
que os projetos de barragens e 
reservatórios melhorem ou preservem o 
meio ambiente. Os profissionais atuais 
de recursos hídricos são guiados tanto 
por políticas ambientais como por 
preocupações de engenharia e de 
segurança. Os responsáveis pelo 
planejamento e os engenheiros, muitos 
dos quais são membros da Comissão 
Internacional de Grandes Barragens, 
incluem o meio ambiente entre suas 
responsab i l idades . Equ ipes de 
engenheiros e especialistas de várias 
disciplinas - planejamento, engenharia, 
54 Barragens a Água do & Mundo
55Barragens a Água do & Mundo
Olhando para o Futuro
31
as Barragens do Século XXI
Análises econômicas rigorosas dos 
benefícios e custos de mitigação 
ambiental de grandes projetos 
fornecem informações críticas para os 
responsáveis pela tomada de decisões. 
Com planejamento e implementação 
cuidadosos, as pessoas obrigadas a ser 
reassentadas devido aos projetos 
podem e devem ser beneficiadas 
primeiro.
O monitoramento dos impactos 
ambientais dos projetos existentes 
permite melhor compreensão dos 
verdadeiros impactos e não dos 
impactos projetados. 
A pesquisa sobre os aspectos 
ecológicos de muitas barragens e 
muitos reservatórios existentes pode 
fornecer lições importantes para 
projetos futuros.
Barragem
de
Champagneux
)
4
6.
p ees( 
8
4 
©
Olhando para o Futuro
31
as Barragens do Século XXI
3que apenas 19% dela, ou 110.000 km , 
caem sobre o solo. Desse total, 65.200 
3 3km ou 59%, evaporam-se, e 42.600 km ou 
39% escoam para os oceanos. Há apenas32.200 km ou 2% de infiltração para os 
lençóis freáticos. À medida que o mundo 
se desenvolve, torna-se mais importante 
3reter parte dos 42.600 km de escoamento 
em reservatórios para administrá-los 
durante o ano. Isso tem sido uma 
estratégia bem-sucedida há mais de 5.000 
anos. 
É importante se conscientizar dos desafios 
e das oportunidades que existem quanto à 
água do planeta e dos benefícios do 
armazenamento e da gestão da água nas 
bacias fluviais. O público deve tomar 
consciência do papel benéfico das 
barragens na gestão da água nas bacias 
para atender à demanda crescente por 
água e evitar enchentes, assim como da 
relação entre as barragens e o meio 
ambiente.
A CIGB é uma fonte de fatos e informações 
confiáveis para os órgãos políticos 
responsáveis pela tomada de decisões, 
agências de financiamento, grupos e 
organizações de lobby ambiental e o 
público em geral quanto aos benefícios do 
uso prudente da água, especialmente por 
13.9. A necessidade de 
conscientização e educação do 
público sobre recursos hídricos
O mundo está em uma era em que vastas 
quantidades de informações estão 
disponíveis em todas as mídias. A 
internet, a mídia impressa e outras 
formas de mídia têm um impacto 
significativo sobre o conhecimento e as 
percepções da sociedade. A questão da 
expansão e da restauração da 
infraestrutura mundial e o debate sobre a 
necessidade e o uso de barragens são 
excelentes exemplos desse fenômeno 
mundial. 
É importante que o público seja 
relembrado sobre os fatos reais relativos 
à água como o recurso natural vital do 
planeta. A maior parte da água da Terra 
está localizada nos oceanos. Há apenas 
uma pequena fração de toda a água do 
planeta que é doce e disponível para 
consumo humano – 2,5% do total. 
Embora os lençóis freáticos sejam uma 
fonte amplamente usada, a extração deve 
s e r a d m i n i s t r a d a p a r a e v i t a r 
esgotamento. O público deve ser 
conscientizado sobre o fato de que a 
quantidade de água proveniente da 
chuva no mundo permanece constante e 
Mitigação
e melhoria 
ambiental podem
ser eficazes um 
ecossistema
fluvial nos
Estados Unidos
©
 4
9
 (
se
e 
p
.6
4
)
56 Barragens a Água do & Mundo
57Barragens a Água do & Mundo
resumo, este livro mostra que a 
água permanece o recurso vital para 
sustentar a civilização no mundo e que a 
água doce para consumo humano e 
irrigação está disponível apenas em 
quantidades limitadas. A sustentabilidade 
da vida em algumas regiões do mundo 
está ameaçada pelo desequilíbrio entre a 
demanda e a disponibilidade de água, 
alimentos e energia. Vimos como o mundo 
obtém água do ciclo da água e a 
quantidade limitada de chuvas que cai 
sobre os continentes. Devemos nos 
lembrar que essa quantidade limitada não 
é distribuída homogeneamente pelo 
mundo, por estação ou região. Há um 
desequilíbrio entre a demanda de água e 
sua disponibilidade.
A história nos mostra que as barragens e 
os reservatórios têm sido usados com 
sucesso para coletar, armazenar e 
administrar a água necessária para 
sustentar a civilização por cinco séculos. 
Enquanto olhamos para o futuro, 
precisamos aprender com o passado e 
projetar esse conhecimento para o futuro. 
A CIGB foi fundada em 1928 e atualmente 
tem 88 países e cerca de 10 mil 
especialistas técnicos individuais como 
membros e uma longa história na 
prestação de orientação técnica e de 
definição de padrões técnicos para uso em 
barragens ao redor do mundo. Hoje, a 
CIGB exerce um papel mundial importante 
na promoção da arte e da ciência da 
construção de barragens para criar 
projetos de recursos hídricos mais 
eficientes, eficazes e responsáveis, com 
vistas ao benefício da sociedade. Isso é 
realizado por meio do desenvolvimento e 
da promoção de conceitos e diretrizes de 
engenharia equilibrados e compatíveis 
com os requisitos sociais, ambientais, 
financeiros e operacionais dos projetos de 
desenvolvimento de recursos hídricos. 
Olhando para o futuro, a CIGB está 
“Preparando-se para encarar os desafios 
do amanhã no desenvolvimento e na 
Em
O Papel
da CIGB e
a Água do Mundo
gestão dos recursos hídricos mundiais".
Esse objetivo está sendo alcançado pelo 
intercâmbio e pela transferência 
internacionais de conhecimento e 
experiência sobre barragens e suas 
tecnologias e funções associadas. Esse 
processo é muito útil para passar 
informações daqueles com experiência de 
longa data àqueles que têm grandes 
programas de construção em seu futuro. 
Também é importante para garantir que as 
barragens existentes permaneçam 
seguras e sejam operadas da maneira mais 
eficiente e econômica. Nesse aspecto é 
que grandes associações internacionais, 
como a Comissão Internacional de 
Grandes Ba r ragens (C IGB ) , são 
importantes. A Comissão foi estabelecida 
em uma época em que grandes programas 
de construção de barragens estavam 
sendo iniciados em locais como a Europa e 
a América do Norte.
Enquanto olhamos para o futuro, os 
processos de planejamento devem 
cu idadosamente documentar os 
benefícios propostos, assim como as 
questões e os impactos que devem ser 
mitigados. As questões e os impactos 
adversos das barragens podem ser 
minimizados ou el iminados por 
planejamento e projeto cuidadosos que 
incorporem o envolvimento e a 
participação do público nas fases iniciais 
desse processo. Quando às medidas de 
mitigação cabíveis, são identificadas cedo 
nos processos de planejamento e projeto 
de barragens e reservatórios, e podem ser 
incorporadas de modo eficiente e eficaz 
nos projetos, na construção e na operação 
“Se preparando para encarar 
os desafios de amanhã no 
desenvolvimento e na gestão 
dos recursos hídricos 
mundiais".
A intenção da CIGB é garantir que as 
barragens e as estruturas associadas 
necessárias para o desenvolvimento e a 
gestão dos recursos hídricos no mundo 
s e j a m s e g u r a s , e c o n ô m i c a s , 
a m b i e n t a l m e n t e r e s p o n s á v e i s , 
socialmente aceitáveis e operadas e 
mantidas com vistas à confiabilidade 
sustentável. As barragens e os 
reservatórios podem e devem ser 
compatíveis com os ambientes sociais e 
naturais de cada região. O desafio para o 
futuro será a utilização das barragens e 
dos reservatórios para a gestão 
inteligente dos recursos hídricos 
mundiais como parte dos objetivos de 
 início deste livro, vimos que há uma 
quantidade fixa de água no ciclo da água 
e que apenas uma pequena quantidade 
de água doce está disponível para 
consumo humano. Agora entendemos 
que a maior parte da chuva cai nos 
oceanos e entendemos que uma parcela 
significativa da água que cai no solo se 
evapora ou acaba escoando para nossos 
córregos e depois para os oceanos. Isso 
significa que apenas uma pequena 
quantidade de água está disponível para 
reabastecer nossos lençóis freáticos. 
Esses fatos ressaltam a necessidade de 
coletar e armazenar água e usar gestão 
integrada para garantir f luxos 
adequados nos rios durante o ano 
inteiro. A história nos mostra que as 
gerações anteriores foram rápidas em 
perceber a necessidade de barragens e 
reservatórios para armazenar água para 
distribuição consistente ao longo de 
cada ano. 
Na história do mundo, as barragens têm 
exercido papel significativo no 
armazenamento e na gestão da água 
necessária para sustentar a civilização. 
Hoje o mundo está passando por 
grandes mudanças nos valores éticos, 
nas práticas de negócios e nas condições 
de vida como resultado dos rápidos 
avanços na t ecno log ia e nas 
comunicações associados com o 
contínuo e inédito crescimento 
populacional. 
Ao mesmo tempo, nossos recursos 
naturais têm sido usados de maneira 
irresponsável, e o meio ambiente tem 
sido poluído de modo acelerada. À 
medidaque a população mundial 
c o n t i n u a a c r e s c e r c o m o 
desenvolvimento econômico e agrícola 
associado, cresce a necessidade de 
i
fornecimento de água e de mais 
barragens.
As bacias fluviais são os elementos 
básicos da gestão de recursos hídricos e 
do meio ambiente. Olhando para o 
f u t u r o , o p l a n e j a m e n t o e o 
desenvolvimento devem, portanto, ser 
conduzidos no âmbito das bacias.
À medida que a demanda por água 
continue a aumentar, as pessoas 
precisarão usar planejamento e 
engenharia inteligentes no processo 
bem-sucedido de planejamento em seis 
etapas para atender melhor a essas 
necessidades, às metas e aos objetivos 
dos projetos individuais de barragens. 
Com o devido envolvimento do público e 
a devida coordenação com ele, questões 
s o c i o e c o n ô m i c a s t a i s c o m o 
reassentamento e a distribuição 
igualitária dos benefícios dos projetos 
podem ser resolvidas adequadamente. 
Barragens de tamanho e localização 
adequados poderão então ser 
projetadas e construídas nas bacias 
fluviais. Isso é particularmente 
i m p o r t a n t e n o s p a í s e s e m 
desenvolvimento. A ONU reconhece que 
a água é um ingrediente essencial para 
alcançar seus objetivos e eliminar a 
pobreza e a fome, melhorar as condições 
de saúde e combater doenças até 2015. 
A mitigação dos danos à sociedade 
causados pelas enchentes exigirá maior 
armazenamento para controle de 
enchentes em barragens existentes e 
No
Resumo
58 Barragens a Água do & Mundo
59Barragens a Água do & Mundo
O Papel da CIGB
51
e a Água do Mundo
para fornecer as quantidades de água 
necessár ias . Também devemos 
reconhecer que elas podem ser operadas 
d e m a n e i r a a m b i e n t a l m e n t e 
responsável. 
Como o meio ambiente é um aspecto 
importante de nossa existência e está 
relacionado com nossos córregos e rios, 
os projetos de reservatórios devem ser 
administrados no âmbito das bacias, 
para otimizar a mitigação e os benefícios 
ambientais. O objetivo da gestão da 
água nas bacias permanece o mesmo: 
satisfazer demandas sem sacrificar usos 
existentes. As principais questões 
quanto à gestão da água nas bacias 
locais. 
Tecnologia avançada é necessária para o 
planejamento, o projeto, a construção, a 
operação e a manutenção de grandes 
barragens e de suas instalações 
associadas, de modo que sejam 
econômicas, seguras e ambientalmente 
responsáveis. Assim como no passado, a 
CIGB continua a promover a vanguarda do 
planejamento, da engenharia, da 
construção, da operação e da manutenção 
de barragens. O papel crescentemente 
importante da CIGB é assegurar que as 
barragens sejam planejadas, projetadas, 
construídas e operadas com a máxima 
mitigação de impactos ambientais e com a 
maximização de benefícios sociais e 
econômicos. Essa é a melhor maneira de 
alcançar desenvolvimento e gestão 
sustentáveis dos recursos hídricos 
mundiais. O objetivo é planejar, projetar, 
construir e operar barragens econômicas e 
eficientes que sejam projetos de 
infraestrutura social e ambientalmente 
responsáveis. A melhor estratégia é usar 
um processo de planejamento inteligente, 
com envolvimento do público e que 
considere todos os recursos hídricos das 
bacias fluviais. As preocupações e os 
impactos adversos potenciais das 
barragens podem ser eliminados com esse 
processo de planejamento cuidadoso. 
Olhando para o futuro, devemos nos 
beneficiar e nos basear nas experiências 
bem-sucedidas das gerações passadas 
para a gestão da água do mundo. O 
planejamento inteligente para os lençóis 
freáticos e para os reservatórios das bacias 
fluviais será a melhor opção para a 
demanda crescente por água. As barragens 
e os reservatórios continuarão sendo 
necessários para fornecer água em 
grandes quantidades e com qualidade 
formular estratégias para garantir 
fluxo adequado dos rios;
satisfazer as demandas domésticas e 
agrícolas sem prejuízo ao meio 
ambiente;
avaliar e melhorar a qualidade da 
água.
O planejamento das bacias e uma gestão 
da água que inclua mitigação e 
preservação são os elementos-chave 
para garantir o fornecimento de água, o 
controle de enchentes, a hidreletricidade 
e outros benefícios ideais, sem prejuízo 
para os ecossistemas. A gestão 
integrada bem-sucedida da água deve 
incorporar a coleta de dados em tempo 
real, recursos de última geração 
distribuídos espacialmente para 
previsão de chuvas e escoamento, e 
modelos confiáveis para garantir que 
água em quantidade e qualidade 
adequadas esteja disponível para 
atender às necessidades regionais e 
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60 Barragens a Água do & Mundo
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Acre-pé
Água a jusante
Aqueduto
Área de drenagem ou área da bacia
Área de empréstimo
Área de superfície de reservatório
Armazenamento de enchente
Armazenamento de reservatório
(n. 13) unidade de volume que equivale a um acre à 
profundidade de um pé. Equivale a 43.560 pés cúbicos ou 
1.233,6 metros cúbicos.
 água imediatamente abaixo de uma 
barragem. A elevação da superfície da água varia devido a 
flutuações na descarga das estruturas das barragens e 
devido a influências a jusante de outras barragens ou 
outras estruturas. O monitoramento da água a jusante é 
uma consideração importante, pois uma ruptura em uma 
barragem causaria uma rápida elevação no nível da água a 
jusante.
 pontes construídas para conduzir água 
através de vales.
 área onde a 
água escoa para um determinado ponto em um rio ou 
(n. 14)córrego (expressa em milhas quadradas ou 
quilômetros quadrados).
 área da qual materiais naturais, 
como rocha, cascalho ou solo, usados para fins de 
construção, são escavados. 
 área coberta por 
um reservatório quando cheio até determinado nível 
2(expressa em milhas quadradas milhas ou quilômetros 
2quadrados km ).
 retenção de água ou 
atraso do escoamento por operação planejada, no caso de 
reservatórios, ou pelo enchimento temporário de áreas de 
transbordamento, como na progressão de uma onda de 
enchente por um canal natural. 
 retenção de água 
ou o atraso do escoamento por operação planejada, no 
caso de reservatórios, ou pelo enchimento temporário de 
áreas de transbordamento, como na progressão de uma 
onda de enchente por um canal natural (expressa em acres-
3pés - ac-ft ou metros cúbicos m ). As definições de tipos 
específicos de armazenamento em reservatórios são:
 volume do reservatório que está 
disponível para algum uso, como geração de energia, 
irrigação, controle de enchentes, fornecimento de água, 
etc. A elevação mínima é o nível operacional mínimo.
 volume que está abaixo da descarga 
mais baixa e que, portanto, não pode ser prontamente 
retirado do reservatório.
 volume de armazenamento entre 
o topo do volume ativo e o nível d'água projetado.
 volume de armazenamento de um 
reservatório entre o topo da tomada da descarga mais 
baixa e o nível operacional mínimo.
 volume útil soma do volume ativo e do volume inativo.
 soma do volume útil e 
do volume morto do reservatório. 
 bacia construída para dissipar a 
energia do fluxo rápido de água, isto é, de um vertedouro 
ou descarga, e para proteger o leito do rio da erosão. 
 área drenada por um rio ou por um 
sistema fluvial ou parte dele. A bacia de uma barragem é a 
(n. 18)área de drenagem a montante da barragem (expressa 
em milhas quadradas ou quilômetros quadrados).
 barreira artificial com a capacidade de reter 
água, esgoto ou qualquer outro material líquido, para fins 
de armazenamento ou controle.
 barragem de 
contrafortes composta de uma série de arcos voltados 
(n. 18)para a face a montante .
 qualquer barragem 
construída principalmente de pedras, tijolos ou bloco deconcretos fixados com argamassa. Barragens com apenas 
uma face de alvenaria não devem ser chamadas de 
barragem de alvenaria. 
 barragem de concreto, alvenaria 
ou madeira com alinhamento curvado a montante de 
modo a transmitir a maior parte da carga da água aos 
encontros.
 qualquer barragem construída de 
materiais naturais escavados, como barragens de terra e 
de enrocamento.
volume ativo
volume morto
margem de cheia
 volume inativo
capacidade do reservatório
Bacia de dissipação
Bacia fluvial
Barragem
Barragem de abóbadas múltiplas
Barragem de alvenaria
Barragem de aterro
Barragem em arco
O propósito deste glossário é definir os termos comuns 
usados para barragens e no desenvolvimento e gestão de 
recursos hídricos. Os termos são genéricos e aplicáveis a 
todas as barragens, independentemente de tamanho, 
proprietário ou local. Os termos são listados em ordem 
alfabética.
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1
 (
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p
.6
4
)
61Barragens a Água do & Mundo
Barragem de concreto compactado a rolo
Barragem de contrafortes
Barragem de desvio
Barragem de enrocamento
Barragem de gravidade
Barragem de terra
Borda livre
Cabeceira
Camada de concretagem
Cana
Canal de fuga
Calha do vertedouro
(n. 3) 
barragem de gravidade de concreto construída pelo uso de 
concreto de mistura seca transportado por equipamentos 
convencionais de construção e compactado por rolamento, 
geralmente com rolos vibratórios. 
 barragem constituída de 
(n. 19)uma parte selada apoiada na parte a jusante por 
contrafortes intervalados. As barragens de contrafortes 
podem ter várias formas, como as barragens de lajes 
planas ou as barragens de contrafortes de cabeça alargada.
 barragem construída para desviar 
a água de um curso d´água ou rio para outro curso d'água. 
 barragem de aterro em 
que mais de 50% do volume total é composto de pedras de 
mão, matacões, fragmentos de rocha ou rochas de 
(n. 15)pedreiras geralmente maiores que três polegadas , 
compactados ou despejados. 
 barragem construída de 
concreto e/ou alvenaria e que se baseia em seu próprio 
peso e resistência interior para estabilidade.
 barragem de aterro em que mais de 
50% do volume total são formados de terra compactada.
 distância vertical entre uma elevação 
específica da superfície de um reservatório e o topo da 
barragem. 
(n. 19) água imediatamente a montante de uma 
barragem. A elevação da superfície da água varia conforme 
flutuações na alimentação ou vazão afluente e no volume 
de água descarregado pela barragem. 
 distância vertical medida 
em pés ou metros entre derrames sucessivos de concreto 
delineados por juntas horizontais de construção.
l termo genérico para qualquer estrutura natural ou 
artificial para transporte de água.
(n.19) água imediatamente a jusante de uma 
barragem. A elevação da superfície da água varia devido a 
flutuações na descarga das estruturas das barragens e 
devido a influências a jusante de outras barragens ou 
outras estruturas. O monitoramento do canal de fuga é 
uma consideração importante, pois uma ruptura em uma 
barragem causaria uma rápida elevação no nível da água a 
jusante.
 canal aberto ou conduto fechado 
(n. 19)que conduz água da tomada do vertedouro a jusante .
Capacidade de vertedouro
Cheia Afluente de Projeto
Compactação
Comporta
 Comporta de segmento
 Comporta deslizante
Comprimento da barragem
Comprimento do coroamento
Conduto
Conduto forçado
Corte transversal
Crista do vertedouro
Declive 
Descarga
Descarga de fundo
Desviar
Enchente
Encontro
 vazão máxima de 
vertedouro que uma barragem pode fornecer de maneira 
segura com o reservatório em seu nível máximo (expressa 
(n. 16)em pés cúbicos por segundo pcs ou metros cúbicos 
3por segundo m s).
 ver Inflow Design Flood 
(IDF).
 ação mecânica de aumento da 
densidade pela redução de vazios em um material.
 barreira móvel para controle da água.
 comporta com uma placa 
(n. 18)curvada a montante e braços radiais presos a pilares ou 
a outras estruturas de apoio. 
 comporta que pode ser aberta 
ou fechada pelo deslizamento de guias de apoio. 
 comprimento no topo 
da barragem.
 comprimento da 
barragem medido ao longo de seu coroamento ou topo. 
 canal fechado para transporte de água através 
de uma barragem, ao redor dela ou por baixo dela.
 duto ou poço pressurizado entre um 
reservatório e um equipamento hidráulico. 
 vista de uma barragem formada pela 
passagem de um plano através dela perpendicularmente a 
seu eixo.
 nível mínimo pelo qual a água 
pode passar sobre o vertedouro ou através dele. 
inclinação na horizontal. 
 abertura pela qual a água pode ser 
descarregada de um reservatório para um rio. 
 abertura em um nível baixo de um 
reservatório geralmente usada para esvaziar ou 
descarregar sedimentos e ocasionalmente para descargas 
de irrigação.
 levar algo a outro caminho.
 elevação temporária da superfície da água de 
um rio ou córrego em razão de muita chuva na área de 
drenagem. Resulta em inundação de áreas não 
normalmente cobertas por água.
 parte da lateral do vale contra a qual uma 
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)
62 Barragens a Água do & Mundo
barragem é construída. Encontros artificiais são 
construídos às vezes, como uma seção de concreto de 
gravidade, para receber a pressão de barragens em arco 
quando não há nenhum encontro natural adequado. Os 
encontros esquerdo e direito de uma barragem são 
definidos com o observador olhando a barragem na 
(n. 19)direção jusante , exceto quando indicado em contrário. 
 estrutura provisória que isola um canteiro 
de obras no todo ou em parte de modo que a construção 
possa prosseguir em ambiente seco. Uma ensecadeira de 
derivação redireciona o fluxo da água para canos, canais, 
túneis ou outros cursos d'água. 
 desgaste de uma superfície como uma margem, 
um leito, um aterro ou outra superfície pelos fluxos dos 
rios, por ondas nos reservatórios, por ventos ou por 
quaisquer outros processos naturais. 
 condição de uma estrutura ou de uma 
massa de material quando é capaz de resistir a pressão 
aplicada por longo período sem sofrer nenhuma 
deformação ou nenhum movimento significativo que não 
seja revertido com a liberação da pressão. 
 demais componentes de um 
projeto de barragem, tais como salas de controle, 
condutos de descarga, túneis de descarga, vertedouros, 
condutos forçados, usinas elétricas, etc.
 instalações de uma barragem 
que permitem a descarga controlada de água de um 
reservatório.
 transformar(-se) de estado líquido para gás ou 
vapor, que é incorporado à atmosfera.
 solo muito rico que é o melhor para a produção de 
colheitas.
 parte do leito de um vale que está sob a 
estrutura de uma barragem e a sustenta.
 máquina que produz eletricidade.
 
processo pelo qual a água armazenada em reservatórios e 
o volume diário descarregado são administrados na bacia 
para garantir que uma quantidade adequada e consistente 
de água esteja disponível. Todas as barragens e todos os 
reservatórios em uma bacia possuem planos de controle 
da água que prevêem as descargas dos reservatórios com 
(n. 19)base na sua afluência e nas necessidades a jusante . 
Cada plano de controle da água é coordenado com outros 
projetos de barragens e reservatórios dentro da bacia. 
Ensecadeira
Erosão
Estabilidade
Estrutura acessória
Estruturas de descarga
Evaporar
Fértil
Fundação
Gerador
Gestão integrada da água nas bacias fluviais
Hidrologia
Hidrometeorologia
Inflow Design Flood (IDF) ou Fluxo de Cheia de 
Projeto
Instrumentação
Leito maior
Leito rochoso
Mapa topográfico
Margem de reservatório
Máxima Cheia Provável:
Máxima Precipitação Provável:
Meteorologiauma das ciências da Terra que trata da 
ocorrência natural, da distribuição, do movimento e das 
propriedades das águas do planeta e de suas relações 
ambientais. 
 estudo das fases atmosféricas e 
terrestres do ciclo hidrológico com ênfase nas inter-
relações envolvidas.
 fluxo de enchente acima do qual o aumento 
marginal na elevação da superfície da água a jusante 
devido à ruptura em uma barragem ou outra estrutura de 
retenção de água não é mais considerado uma ameaça 
(n. 19)inaceitável à vida ou à propriedade a jusante . A 
hidrógrafa de cheia usada no projeto de uma barragem e 
de suas estruturas acessórias, especialmente para 
dimensionamento do vertedouro e das estruturas de 
descarga e para a determinação dos requisitos de 
armazenamento máximo, altura da barragem e borda livre.
 conjunto de dispositivos instalados 
nas barragens ou perto delas para efetuar medições que 
podem ser usadas para avaliar o comportamento estrutural 
e os parâmetros de desempenho da estrutura.
 área em volta de um corpo d'água ou curso 
natural que pode ser coberta por água de enchente. 
(n. 19)Também é usado para descrever a área a jusante que 
seria inundada ou de algum modo afetada pela ruptura de 
uma barragem ou por grandes fluxos de enchente. 
 qualquer material sedimentar, ígneo ou 
metamórfico, representado como unidade na geologia; 
massa, camada ou saliência de matéria mineral sólida e 
estável; e com velocidades mínimas de onda de 
(n. 17)cisalhamento maiores que 2.500 pés/segundo .
 mapa com de l ineação 
(representação) gráfica detalhada dos componentes 
naturais e artificiais de uma região com ênfase especial na 
posição relativa e na elevação.
(n. 20) limites de um 
reservatório, incluindo todas as áreas ao longo dos lados 
dos vales no nível da água.
 ver Probable Maximum Flood 
(PMF).
 ver Probable 
Maximum Precipitation (PMP).
 ciência que trata da atmosfera e dos 
fenômenos atmosféricos, do estudo do clima, 
G
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63Barragens a Água do & Mundo
especialmente de tempestades e da chuva que produzem.
 unidade de potência. Um MW 
equivale a um milhão de watts.
 o nível mais baixo a que 
um reservatório é esvaziado sob condições normais de 
operação. O piso de armazenamento ativo.
 zona de material de baixa permeabilidade em 
uma barragem de aterro. O núcleo é às vezes chamado de 
núcleo central, núcleo inclinado, núcleo de argila 
pisoteada, núcleo de argila a rolo, ou zona impermeável. 
 demais componentes de um 
projeto de barragem, tais como salas de controle, 
condutos de descarga, túneis de descarga, vertedouros, 
condutos forçados, usinas elétricas etc.
(n. 19) junção do declive ou da face a jusante 
de uma barragem com a superfície do solo. A junção do 
declive a montante com a superfície do solo é chamada de 
(n. 18)pé de montante . 
 enchente que pode ser esperada da 
combinação mais severa de condições meteorológicas e 
hidrológicas críticas razoavelmente possíveis na bacia 
fluvial sob estudo.
 em teoria, maior 
nível de precipitação fisicamente possível para dada 
duração em dada área em local geográfico específico 
durante certo período do ano.
 projeto que exerce função única, 
como apenas navegação.
 projetos concebidos para 
irrigação, energia, controle de enchentes, benefícios 
domésticos, industriais, de recreação e para peixes e 
animais, em quaisquer combinações de dois ou mais. 
Contrastam com os projetos de função única, que têm 
apenas uma função. 
 distância vertical entre duas elevações de 
água (expressa em pés ou metros).
 processo de compilação de 
critérios, diretrizes e especificações operacionais que 
regem a função de armazenamento e a descarga de um 
reservatório. Pode também se referir ao diagrama de 
controle de enchentes ou cronograma de controle da água. 
MW ou Megawatt
Nível mínimo de operação
Núcleo
Obras complementares
Pé de jusante
Probable Maximum Flood (PMF) ou Máxima 
Cheia Provável
Probable Maximum Precipitation (PMP) ou 
Máxima Precipitação Provável
Projeto de uso único
Projeto de usos múltiplas
Queda d'água
Regras do reservatório
Estes são geralmente expressos na forma de gráficos e 
tabelas, suplementados por especificações concisas, e 
são freqüentemente incorporados em programas de 
computador. Em geral, indicam taxas-limite para as 
descargas dos reservatórios necessárias ou permitidas 
durante várias estações do ano para atingir todos os 
objetivos funcionais do projeto.
 corpo d'água retido por uma barragem e 
que serve de armazenamento.
 movimento ou tremor súbito na terra 
causado pela descarga abrupta de tensão acumulada em 
uma falha geológica.
colocada no início da via de transporte 
de água de uma estrutura de descarga (conduto forçado, 
conduto de suprimento de água), a tomada d'água 
estabelece o nível final de abaixamento do nível da água 
de um reservatório conforme a posição e o tamanho de 
suas aberturas para as estruturas de descarga. A tomada 
d'água pode ser na forma de torres verticais ou inclinadas, 
vãos de entrada ou estruturas submersas em forma de 
caixas. As elevações das tomadas são determinadas pela 
coluna d'água necessária para a capacidade de descarga, 
pela margem de armazenamento para acomodar o 
depósito de lodo, pelo volume e pela taxa de descarga 
necessários e pelo nível máximo de rebaixamento do nível 
da água.
 longa escavação subterrânea com duas ou mais 
aberturas para a superfície, geralmente com corte 
transversal uniforme usado para acesso, transporte de 
fluxos, etc.
 descarga máxima instantânea que 
ocorre em uma enchente. Ela coincide com o pico de uma 
hidrógrafa (expressa em pés cúbicos por segundo pcs - 
3ou metros cúbicos por segundo - m s).
 estrutura sobre a qual ou através da qual o 
fluxo de um reservatório é descarregado. Se a taxa de 
vazão é controlada por meios mecânicos, como 
comportas, ele é considerado um vertedouro controlado. 
Se a geometria do vertedouro é o único controle, ele é 
considerado um vertedouro livre. 
 espaço total ocupado pelos 
materiais que formam a estrutura de uma barragem 
calculados entre os encontros e do topo à base da 
barragem. 
Reservatório
Terremoto
Tomada d'água 
Túnel
Vazão de Pico
Vertedouro
Volume de barragem
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Este livro foi preparado pelos membros do Comitê da CIGB sobre Conscientização e Educação do Público. As fotografias usadas 
foram obtidas do arquivo da CIGB ou de alguns dos 88 países membros da CIGB. As informações contidas na seção “As Barragens 
de Hoje" foram obtidas do Registro Mundial de Barragens da CIGB.
Gerente de Publicação
Sr. Michel de Vivo (Secretário-Geral da CIGB)
Autores:
Comitê da CIGB sobre Conscientização e Educação do 
Público, presidido pelo Sr. Art Walz (Vice-Presidente da CIGB) 
com a gentil cooperação do Sr. Andy Hughes (Vice-
Presidente da CIGB), do Sr. Patrick Bonnet (Secretário-Geral 
do Comitê Nacional Francês) e do Sr. Gerrit Basson 
(Presidente do Comitê de Sedimentação)
Concepção e Produção: 
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ISSN N.º 0534-8293 Depósito legal em junho de 2007
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The New Encyclopedia Britannica: Macropedia, 15.a edição, 
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Referências:
&
As BARRAGENS
a Água do Mundo
Comissão Internacional de Grandes Barragens
APOIO INSTITUCIONAL
PATROCÍNIO
Assessoria de Comunicação Social - CS.GB
Fundação Parque Tecnológico Itaipu - FPTI
CEASB - Centro de Estudos Avançados em Segurança de Barragens
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