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17 4. Adam Smith 4.1 Opinião sobre os Mercantilistas: “O monopólio do comércio da colônia, portanto, como todos os outros expedientes mesquinhos e malignos do sistema mercantilista, deprime a indústria de todos os outros países, mas principalmente a das colônias, sem que aumente em nada – pelo contrário, diminui – a indústria do país em cujo benefício é adotado.” (p 110) 4.2. A Riqueza das Nações: ✓ 1776: Uma Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações, mais conhecida simplesmente como A Riqueza das Nações, é a obra mais famosa de Adam Smith. Composta por 5 livros (ou partes), foi publicada pela primeira vez em Londres em março de 1776, pela casa editorial de William Strahan e Thomas Caldell. Uma segunda edição foi lançada em fevereiro de 1778, seguida por mais três edições: em 1784, 1786 e 1789, sendo esta a última edição feita em vida pelo autor. 4.2.1 O exemplo da fábrica de alfinetes: “Tomemos o exemplo de uma manufatura sem importância, mas na qual a divisão do trabalho tem sido observada: a manufatura de alfinetes. O trabalhador não preparado para esse ramo ... nem conhecedor das máquinas nele utilizadas... talvez não pudesse, com toda a sua indústria, fazer um alfinete por dia, e certamente não faria vinte. Mas na forma pela qual a indústria funciona, não só todo o trabalho adquire uma “Esse sistema, porém, com todas as suas imperfeições, é talvez o que mais se aproxima da verdade, dentre os já pu blicados sobre a questão da Economia Política... Embora ao representar o trabalho da terra como o único produtivo, as noções que inculca são talvez demasiado restritas e confinadas; no entanto, ao representar a riqueza das nações como formada não das riquezas de dinheiro, que não podem ser consumadas, mas pelos bens consumíveis anualmente reproduzidos pelo trabalho da sociedade, e ao representar a liberdade perfeita como o único recurso eficiente para aumentar a produção anual da melhor forma possível, sua doutrina parece ser, sob todos os pontos de vista, tão exata quanto generosa e liberal.” (p. 110) Opinião de Adam Smith sobre as ideias fisiocratas! Crítica à intervenção do Estado, defesa do livre mercado! →→ LLIIBBEERRAALLIISSMMOO EECCOONNÔÔMMIICCOO 18 forma peculiar como é dividido em certo número de ramos, que também se tornam peculiares em sua maioria. Um homem puxa o fio, outro o endireita, um terceiro o corta, um quarto o afina, um quinto prepara-lhe a cabeça; para esta última ação são necessárias diversas operações; encaixá-la é tarefa distinta, pratear o alfinete é outra; até colocá-los no papel constitui uma ocupação própria. E, dessa forma, a tarefa importante de fazer um alfinete é dividida em 18 operações distintas, que em algumas fábricas são realizadas por diferentes mãos, embora em outras o mesmo homem realize duas ou três delas. Vi uma pequena fábrica desse tipo em que dez homens apenas trabalhavam, e consequentemente alguns executavam duas ou três operações diferentes... Podiam, quando desejavam, fazer entre eles cerca de seis quilos de alfinetes por dia. Há em cada quilo mais de oito mil alfinetes de tamanho médio. Essas dez pessoas podiam fazer, em conjunto, 48 mil alfinetes diariamente. Cada pessoa, portanto, fazendo a décima parte de 48 mil alfinetes, pode ser considerada como produtora de 4.800 alfinetes. Mas se tivessem trabalhado separada e independentemente, e sem que nenhuma delas estivesse preparada para a sua tarefa, certamente não faria, cada uma, nem 20, talvez nem um alfinete por dia. Ou seja, nem uma parte infinitesimal do que são capazes de fazer em consequência da adequada divisão e combinação de suas diferentes operações.” (p. 112) A divisão do trabalho, em função da habilidade, economia de tempo, eficiência, aumenta a produtividade do trabalho. Qual a relação entre a divisão do trabalho e o comércio livre? A resposta de Adam Smith: “Como é a capacidade de troca que dá ocasião à divisão do trabalho, assim essa divisão deve ser sempre limitada pelas proporções dessa capacidade ou, em outras palavras, pelo tamanho do mercado [grifei]. Quando este é muito pequeno, ninguém terá estímulo para se dedicar inteiramente a um emprego, por não haver meios de trocar toda a parte excedente do produto de seu trabalho, que esteja acima de seu consumo, pelas partes do produto do trabalho de outro homem, segundo a oportunidade.” p. 158 19 4.2.2. O indivíduo “Toda pessoa está continuamente empenhada em encontrar o emprego mais vantajoso para o capital de que dispõe. É sua vantagem pessoal, na realidade, e não a da sociedade, o que tem em vista. Mas o estudo de sua vantagem pessoal, naturalmente, ou melhor, necessariamente leva-o a preferir o emprego mais vantajoso para a sociedade.” (p. 158) 4.3. O ajustamento automático do mercado “(...) A consequência notável é que o mercado é o seu próprio guardião. Se a produção, se o preço ou se algum tipo de remuneração sai de seus níveis socialmente organizados, forças entram em ação para trazê-los de volta ao seu lugar. Daí deriva um curioso paradoxo: o mercado, que é o auge da liberdade econômica individual, é também o mais severo capataz de tudo. (...)” (...) HEILBRONER, Robert L. A História do pensamento econômico. São Paulo: Nova Cultural, 1996. (página 57) https://educacao.uol.com.br/biografias/adam-smith.htm 20 4.4. Crescimento econômico SMITH, Adam. A Riqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas causas. Tradução de Luiz João Baraúna. São Paulo: Abril Cultural, 1983. 350p. (Os Economistas). 21 “(...) Smith afirmou que a própria mão invisível estimula o crescimento econômico. A fonte de crescimento econômico tem dois lados. Um é a eficiência obtida pela divisão do trabalho...A segunda é a acumulação de capital, movida pela poupança e pela oportunidade de lucro. (...)” LIV POR O LIVRO da economia. Tradução de Carlos Mendes Rosa. São Paulo: Globo, 2012 reimpr. 2015. 352p., il. ISBN 978-85-250-5240-7. (p.59) 4.5. Questões de múltipla escolha: 4.5.1. (Fuvest) "Um comerciante está acostumado a empregar o seu dinheiro principalmente em projetos lucrativos, ao passo que um simples cavalheiro rural costuma empregar o seu em despesas. Um frequentemente vê seu dinheiro afastar-se e voltar às suas mãos com lucro; o outro, quando se separa do dinheiro, raramente espera vê-lo de novo. Esses hábitos diferentes afetam naturalmente os seus temperamentos e disposições em toda espécie de atividade. O comerciante é, em geral, um empreendedor audacioso; o cavalheiro rural, um tímido em seus empreendimentos..." (Adam Smith, A RIQUEZA DAS NAÇÕES, Livro III, capítulo 4) Neste pequeno trecho, Adam Smith: A. contrapõe lucro à renda, pois geram racionalidades e modos de vida distintos. B. mostra as vantagens do capitalismo comercial em face da estagnação medieval. C. defende a lucratividade do comércio contra os baixos rendimentos do campo. D. critica a preocupação dos comerciantes com seus lucros e dos cavalheiros com a ostentação de riquezas. E. expõe as causas da estagnação da agricultura no final do século XVIII. 4.5.2. Leia o texto a seguir: “Nos séculos XVIII e XIX, o termo liberalismo geralmente se referia a uma filosofia de vida pública que afirmava o seguinte princípio: sociedades e todas as suas partes não necessitam de um controle central administrador porque associedades normalmente se administram através da interação voluntária de seus membros para seus benefícios mútuos. Hoje não podemos chamar de liberalismo essa filosofia porque esse termo foi apropriado por democratas totalitários. Em uma tentativa de recuperar essa filosofia ainda em nosso tempo, damos a ela um novo nome: liberalismo clássico.” (Rockwell, Lew. O que é o Liberalismo Clássico. IBM.) O autor do texto argumenta que o termo “liberalismo clássico” reabilita a tradição de ideias políticas e econômicas dos séculos XVIII e XIX. Entre os representantes dessa tradição, estão: A. Lenin, Mikhail Bakunin e Voltaire B. Karl Marx, Vilfredo Pareto e John M. Keynes C. Adam Smith, David Ricardo e John Locke D. Rousseau, Louis Blanqui e Diderot E. Edmund Burke, Max Weber e Trotsky 4.5.3. (CONCURSO PÚBLICO de Provas e Títulos para provimento de cargos de MAGISTÉRIO de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico - Edital nº 50/2014 – SOCIOLOGIA) No livro A Riqueza das Nações, Adam Smith (1983) credita o crescimento econômico ao 22 desenvolvimento das forças produtivas. É CORRETO afirmar que o principal fator responsável pelo desenvolvimento das forças produtivas, para esse teórico, é A. utilização de novas tecnologias. B. divisão do trabalho. C. universalização da educação básica. D. investimentos estatais. 4.5.4. (CONCURSO PÚBLICO de Provas e Títulos para provimento de cargos de MAGISTÉRIO de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico Edital nº 50/2014 SOCIOLOGIA) De acordo com Adam Smith, o desenvolvimento da divisão do trabalho produz uma sociedade cada vez mais complexa e heterogênea. Tal complexidade e heterogeneidade reduzem a capacidade do indivíduo em satisfazer suas necessidades a partir da própria produção de bens e serviços, exigindo, com isso, uma intensa relação de troca. Essa relação de troca, em uma realidade com profunda divisão do trabalho, estava baseada no A. escambo. B. dinheiro. C. ouro. D. sal. 4.4. Referências: ✓ HUBERMAN, Leo. História da Riqueza do Homem, 22ª edição. LTC, 01/2010. [Minha Biblioteca]. Capítulos 12 e 17. ✓ SMITH, Adam. A Riqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas causas. Tradução de Luiz João Baraúna. São Paulo: Abril Cultural, 1983. 350p. (Os Economistas). ✓ HEILBRONER, Robert L. A História do pensamento econômico. São Paulo: Nova Cultural, 1996. (página 57) ✓ O LIVRO da economia. Tradução de Carlos Mendes Rosa. São Paulo: Globo, 2012 reimpr. 2015. 352p., il. ISBN 978-85-250-5240-7. 4.5. Link indicado: ✓ https://www.youtube.com/watch?v=0WG5TeYx_cU
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