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1 | 45 PRINCIPAIS ASPECTOS DAS MUDANÇAS DA CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO (CASP) Conteudista: Profª Karen Mancini 2 | 45 Módulo 3 Entendendo as causas ensejadoras das necessárias mudanças na Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CASP) Objetivos do Módulo: • Reconhecer o histórico da CASP; • Explicar o processo de convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade aos padrões internacionais; • Interpretar o Art. 50 da Lei de Responsabilidade Fiscal. 3 | 45 Módulo 3 Entendendo as causas ensejadoras das necessárias mudanças na Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CASP) Unidades: 1 Contextualização da CASP 2 Consolidação nacional das contas públicas 3 Processo de convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade aos padrões internacionais 4 | 45 A ciência contábil no Brasil vem passando por significativas transformações rumo à convergência aos padrões internacionais. O processo de evolução da contabilidade do setor público deve ser analisado de forma histórica e contextualizada com o próprio processo de evolução das finanças públicas. Nesse sentido, o primeiro marco histórico das finanças públicas no Brasil foi a edição da Lei nº 4.320/1964, que estabeleceu importantes regras para propiciar o controle das finanças públicas, bem como a construção de uma administração financeira e contábil sólidas no País, tendo como principal instrumento o orçamento público. Deste modo, o orçamento público ganhou significativa importância no Brasil. Como consequência, as normas relativas a registros e demonstrações contábeis, vigentes até hoje, acabaram por dar enfoque sobretudo aos conceitos orçamentários, em detrimento da evidenciação dos aspectos patrimoniais. Contextualização da CASP 5 | 45 IMPORTANTE! A Lei 4.320 é do ano de 1964, logo, foi editada e publicada antes da promulgação da CF/88. CAPÍTULO II DAS FINANÇAS PÚBLICAS Seção I NORMAS GERAIS Esta lei é a Bíblia do DIREITO FINANCEIRO. O preâmbulo desta lei diz que é uma lei de NORMAS GERAIS de DIREITO FINANCEIRO que trata da elaboração e controle dos ORÇAMENTOS PÚBLICOS e BALANÇOS da U/E/DF/M. à É uma lei federal que tem amplitude nacional. Origem da Lei 4.320/64 6 | 45 Art. 163 Lei complementar disporá sobre: I - finanças públicas; Conforme o exposto acima, a CF exige que a lei que trate de DF seja uma LEI COMPLEMENTAR. Entretanto, a L. 4320/64 foi editada como Lei Ordinária. Origem da Lei 4.320/64 7 | 45 Lei 4.320/64 Então, a L. nº 4.320/64, por ser anterior à CF/88 está revogada? R: NÃO, o STF decidiu que a L. nº 4.320/64 seria recepcionada, fazendo parte do ordenamento jurídico brasileiro. Embora tenha sido editada FORMALMENTE como L.O., quanto à MATÉRIA, tem status de L.C. 8 | 45 MATERIALMENTE LEI COMPLEMENTAR NATUREZA HÍBRIDA FORMALMENTE LEI ORDINÁRIA Logo, a LEI 4.320/64: Atenção! 9 | 45 EXERCÍCIO 10 | 45 ESAF/APO/MPOG/2010 Acerca das normas gerais de direito financeiro, assinale a opção correta. a. A competência para legislar sobre direito financeiro é privativa da União, podendo a lei complementar autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas. b. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios legislar sobre direito financeiro. c. A competência para legislar sobre direito financeiro é concorrente entre a União, os Estados e o Distrito Federal, não podendo o Município legislar sobre assuntos de competência concorrente. d. Inexistindo lei federal sobre normas gerais de direito financeiro, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender às suas peculiaridades; sobrevindo lei federal sobre normas gerais, a lei estadual restará revogada, no que lhe for contrária. e. A Lei nº. 4.320/64 é formalmente ordinária e materialmente complementar. Exercício 1 10 | 45 11 | 45 ESAF/APO/MPOG/2010 Acerca das normas gerais de direito financeiro, assinale a opção correta. a. A competência para legislar sobre direito financeiro é privativa da União, podendo a lei complementar autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas. b. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios legislar sobre direito financeiro. c. A competência para legislar sobre direito financeiro é concorrente entre a União, os Estados e o Distrito Federal, não podendo o Município legislar sobre assuntos de competência concorrente. d. Inexistindo lei federal sobre normas gerais de direito financeiro, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender às suas peculiaridades; sobrevindo lei federal sobre normas gerais, a lei estadual restará revogada, no que lhe for contrária. e. A Lei nº. 4.320/64 é formalmente ordinária e materialmente complementar. Exercício 1 (Gabarito) 11 | 45 12 | 45 Outro importante avanço na área das finanças públicas foi a edição da Lei Complementar nº 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabeleceu para toda a Federação, direta ou indiretamente, l imites de dívida consolidada, garantias, operações de crédito, restos a pagar e despesas de pessoal, dentre outros, com o intuito de propiciar o equilíbrio das finanças públicas e instituir instrumentos de transparência da gestão fiscal. Contextualização da CASP 13 | 45 Introdução O processo de deterioração das contas públicas brasileiras iniciou-se através dos inúmeros problemas acumulados na sociedade que dependem de grandes investimentos para serem sanados de forma definitiva. O desequilíbrio fiscal, através de gastos sistematicamente superiores às receitas, predominou na Administração Pública no Brasil até recentemente. A inflação descontrolada até o lançamento do Real, a convivência com taxas de juros muito altas, o endividamento público também expressivo e a carga tributária relativamente alta, quando comparados com nossos países vizinhos, são algumas destas consequências. Origem da LC 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF) 14 | 45 Origem da LC 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF) Esta realidade levou as FINANÇAS PÚBLICAS a uma situação tal, que acabou por limitar o atendimento de necessidade fundamentais da população, como saúde, educação, moradia, saneamento, etc, com efeitos indesejáveis sobre sua parcela mais pobre, e que mais sofre os efeitos da ausência de investimentos governamentais nessas áreas. 15 | 45 Nesse contexto, a LRF representa um instrumento para auxiliar os governantes a gerir os recursos públicos dentro de um marco de regras claras e precisas, aplicadas a todos os gestores de recursos públicos e em todas as esferas de governo, relativas à gestão do patrimônio público. Além disso, a Lei consagra a transparência da gestão como mecanismo de controle social, através da publicação de relatórios e demonstrativos da execução orçamentária, apresentando ao contribuinte a utilização dos recursos que ele coloca à disposição dos governantes. LC 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF) Introdução 16 | 45 A LRF estabelece um conjunto de normas e princípios. A obediência a essas novas regras permite um ajuste fiscal permanente no Brasil, uma vez que a disciplina f iscal introduzida pela Lei proporcionará o fortalecimento da situação financeira dos entes da Federação. Isso, por sua vez, possibilitará o aumento da disponibilidade de recursos para o investimento em programas de desenvolvimento social e econômico. LC 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF)17 | 45 Origem da LRF (CF/88) Regulamenta parcialmente o art. 163 da CF/88 Art. 163 Lei complementar disporá sobre: I - finanças públicas; Finalidade/Objetivo da LRF Art. 1° Esta Lei Complementar estabelece normas de FINANÇAS PÚBLICAS voltadas para RESPONSABILIDADE NA GESTÃO FISCAL, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição. LC 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF) Origem: Art. 163 da CF/88 18 | 45 LEI 4.320/64 estabelece as normas gerais para a elaboração e o controle dos orçamentos e balanços. estabelece normas de finanças públicas voltadas para a gestão fiscal. LRF Os objetivos das duas normas são distintos: LC 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF) Observação! A LRF não substitui nem revogou a Lei nº. 4.320/64. 19 | 45 EXERCÍCIO 20 | 45 CESPE - 2009 - ANATEL - Analista Administrativo – Contabilidade Com relação à contabilidade pública e à matéria orçamentária, julgue os itens a seguir. Em atendimento ao disposto no texto constitucional, estabelecendo a necessidade de lei complementar em matéria orçamentária, editou-se a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que preencheu as lacunas da Lei n.º 4.320/1964. 20 | 45 Exercício 2 21 | 45 CESPE - 2009 - ANATEL - Analista Administrativo – Contabilidade Com relação à contabilidade pública e à matéria orçamentária, julgue os itens a seguir. Em atendimento ao disposto no texto constitucional, estabelecendo a necessidade de lei complementar em matéria orçamentária, editou-se a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que preencheu as lacunas da Lei n.º 4.320/1964. 21 | 45 Exercício 2 (Gabarito) ERRADO A LRF não preencheu as lacunas da L. 4.320/64. 22 | 45 Sofreu, principalmente a partir de 2008, muitas e relevantes modificações por parte dos órgãos que a normatizam. Levando a edição das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público – NBC T 16 por parte do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Tudo isso com o objetivo de uniformizar os conceitos e procedimentos da CIÊNCIA CONTÁBIL para atender o dispositivo da LRF no que tange à consolidação nacional das contas públicas, acompanhando inclusive o movimento de convergência com as Normas Internacionais de Contabilidade. Contextualização da CASP A contabilidade aplicada ao setor público 23 | 45 O CFC considerando o processo de convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade aos padrões internacionais e que, mediante acordo firmado com a IFAC que autorizou, no Brasil, o CFC como um dos tradutores de suas normas e publicações, outorgando os direitos de realizar tradução, publicação e distribuição das normas internacionais e demais pronunciamentos em formato eletrônico, no exercício de suas atribuições legais e regimentais e com fundamento no disposto na alínea “f” do Art. 6º do Decreto-Lei n.º 9.295/1946, alterado pela Lei n.º 12.249/2010, faz saber que foram aprovadas em seu Plenário a seguinte Norma Brasileira de Contabilidade (NBC), elaborada de acordo com as NBC TSP que revogam:, a partir de 1º de janeiro de 2017: Contextualização da CASP 24 | 45 Contextualização da CASP • A Resolução CFC n.º 750/1993, publicada no D.O.U., Seção 1, de 31.12.1993; • A Resolução CFC n.º 1.111/2007, publicada no D.O.U., Seção 1, de 5.12.2007; • A Resolução CFC n.º 1.128/2008, publicada no D.O.U., Seção 1, de 25.11.2008; • A Resolução CFC n.º 1.129/2008, publicada no D.O.U., Seção 1, de 25.11.2008; • A Resolução CFC n.º 1.130/2008, publicada no D.O.U., Seção 1, de 25.11.2008; • A Resolução CFC n.º 1.131/2008, publicada no D.O.U., Seção 1, de 25.11.2008; • A Resolução CFC nº 1.132/2008, publicada no D.O.U., Seção 1, de 25.11.2008; • Os arts. 1º, 2º e 3º da Resolução CFC n.º 1.268/2009, publicada no D.O.U., Seção 1, de 21.12.2009; • A Resolução CFC n.º 1.282/2010, publicada no D.O.U., Seção 1, de 2.6.2010; • A Resolução CFC n.º 1.367/2011, publicada no D.O.U., Seção 1, de 29.11.2011; • Os arts. 1º e 2º da Resolução CFC n.º 1.437/2013, publicada no D.O.U., Seção 1, de 2.4.2013; • Os itens 12(a), 12(b), 12(c), 12(d), 27 e 28 da NBC T 16.6 (R1), publicada no D.O.U., Seção 1, de 31.10.2014. 25 | 45 NBC TSP – do Setor Público Principais Normas Aplicadas à CASP Resolução CFC Nome da Norma IFAC NBC TSP ESTRUTURA CONCEITUAL DOU 04/10/16 Estrutura conceitual para Elaboração e Divulgação de Informação Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público Conceptual Framework NBC TSP 01 DOU 28/10/16 Receita de Transação sem Contraprestação IPSAS 9 NBC TPS 02 DOU 28/10/16 Receita de Transação sem Contraprestação IPSAS 23 NBC TPS 03 DOU 28/10/16 Previsões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes IPSAS 19 NBC T 16.1 1.128/08 Conceituação, Objetivo e Campo de Aplicação – revogada a partir de 1/1/17 Não há NBC T 16.2 1.129/08 Patrimônio e Sistemas Contábeis – revogada a partir de 1/1/17 Não há NBC T 16.3 1.130/08 Planejamento e seus Intrumentos sob o Enfoque Contábil – revogada a partir de 1/1/17 Não há NBC T 16.4 1.131/08 Transações no Setor Público – revogada a partir de 1/1/17 Não há NBC T 16.5 1.132/08 Registro Contábil – revogada a partir de 1/1/17 Não há NBC T 16.6 R1 DOU 31/10/14 Demonstrações Contábeis Não há NBC 16.7 1.134/08 Consolidação das Demonstrações Contábeis Não há NBC 16.8 1.135/08 Controle Interno Não há 26 | 45 NBC TSP – do Setor Público Principais Normas Aplicadas à CASP NBC Resolução CFC Nome da Norma IFAC NBC 16.8 1.135/08 Controle Interno Não há NBC 16.9 1.136/08 Depreciação, Amortização e Exaustão Não há NBC 16.10 1.137/08 Avaliação e Mensuração de Ativos e Passivos em Entidades do Setor Público Não há NBC 16.11 1.366/11 Sistema de Informação do Setor Público Não há 27 | 45 Dessa forma com os mesmos objetivos de uniformizar os conceitos e procedimentos da CIÊNCIA CONTÁBIL para atender o dispositivo da LRF no que tange à consol idação nacional das contas públ icas, acompanhando i nc l us i ve o mov imen to de convergência com as Normas Internacionais de Contabilidade, a STN editou o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP), o Manual de Demonstrativos Fiscais e o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP), com abrangência nacional, que permitem e regulamentam o registro da aprovação e execução do orçamento e resgatam o objeto da contabilidade – o patrimônio. Contextualização da CASP 28 | 45 1ª EDIÇÃO MDF Elaborada 2008 Válida 2009 2ª EDIÇÃO MDF Elaborada 2009 Válida 2010 3ª EDIÇÃO MDF Elaborada 2010 Válida 2011 4ª EDIÇÃO MDF Elaborada 2011 Válida 2012 O MDF é reeditado, ao longo dos anos, buscando-se inserir os aprimoramentos cabíveis, decorrentes das discussões no âmbito do Grupo Técnico de Relatórios Fiscais – GTREL e das sugestões e colaborações de diversos técnicos e instituições de todo o país. 5ª EDIÇÃO MDF Elaborada 2012 Válida 2013/2014 6ª EDIÇÃO MDF Elaborada 2014 Válida 2015/2016 Evolução do MDF 29 | 45 Portaria STN nº 403, de 28 de junho de 2016. 7ª EDIÇÃO MDF Elaborada 2016 / Válida a partir de 2017 MDF – 7ª EDIÇÃO 30 | 45 1ª EDIÇÃO MCASP Elaborada 2008 Válida 2009 2ª EDIÇÃO MCASP Elaborada 2009 Válida 2010 3ª EDIÇÃO MCASP Elaborada 2010 Válida 2011 4ª EDIÇÃO MCASP Elaborada 2011 Válida 2012 O MCASP é reeditado, ao longo dos anos, buscando-se inserir os aprimoramentos cabíveis, decorrentes das discussões no âmbito do Grupo Técnico de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – GTCON e das sugestões e colaboraçõesde diversos técnicos e instituições de todo o país. 5ª EDIÇÃO MCASP Elaborada 2012 Válida 2013/2014 6ª EDIÇÃO MCASP Elaborada 2014 Válida 2015/2016 Evolução do MCASP 31 | 45 Portaria Conjunta STN/SOF nº 2/2016 (Aprova a Parte I) e Portaria STN nº 840/2016 (Aprova a parte Geral e as Partes II,III,IV e V), de 22 de dezembro de 2016. 7ª EDIÇÃO MCASP Elaborada 2016 Válida a partir de 2017 MCASP – 7ª EDIÇÃO 32 | 45 Em resumo, a chegada do novo milênio viu surgir novas ações em prol da modernização e da austeridade na contabilidade e na gestão das finanças públicas, destacando-se a: ü promulgação da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF (2000); ü o início do processo de convergência das práticas de contabilidade do setor público brasileiro às normas internacionais de contabilidade (2008); e ü a edição da Lei Complementar 131/2009, popularmente conhecida como Lei da Transparência. A CASP sofreu principalmente a partir de 2008, muitas e relevantes modificações por parte dos órgãos que a normatizam. Tudo isso com o objetivo de uniformizar os conceitos e procedimentos da Ciência Contábil e atender a LRF, acompanhando inclusive o movimento de convergência com as Normas Internacionais de Contabilidade. Contabilidade Aplicada ao Setor Público 33 | 45 Módulo 3 Entendendo as causas ensejadoras das necessárias mudanças na Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CASP) Unidades: 1 Contextualização da CASP 2 Consolidação nacional das contas públicas 3 Processo de convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade aos padrões internacionais 34 | 45 A LRF estabeleceu, ainda, a exigência de realizar-se a consolidação nacional das contas públicas. Esta competência é exercida pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) por meio da publicação anual do Balanço do Setor Público Nacional (BSPN), congregando as contas da União, estados, Distrito Federal e municípios. Tendo em vista essa competência, a Portaria MF nº 184/2008 e o Decreto nº 6.976/2009 determinam que a STN, enquanto órgão central do Sistema de Contabilidade Federal, edite normativos, manuais, instruções de procedimentos contábeis e plano de contas de âmbito nacional, objetivando a elaboração e publicação de demonstrações contábeis consolidadas. Consolidação Nacional das Contas Públicas 35 | 45 PODER EXECUTIVO UNIÃO Promoverá até o dia 30/06 a consolidação das contas dos entes da federação relativas ao exercício anterior, nacional e por esfera de governo, e a sua divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso público. PODER EXECUTIVO ESTADUAL PODER EXECUTIVO MUNICIPAL Com cópia até 30/04 O descumprimento dos prazos previstos impedirá, até que a situação seja regularizada, que o ente da Federação receba transferências voluntárias e contrate operações de crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária. Consolidação Nacional das Contas Públicas 36 | 45 Lei Complementar nº 101/00 Capítulo IX - Da transparência, controle e fiscalização Seção II - Da Escrituração e Consolidação das Contas Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, até o dia trinta de junho, a consolidação, nacional e por esfera de governo, das contas dos entes da Federação relativas ao exercício anterior, e a sua divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso público. § 1o Os Estados e os Municípios encaminharão suas contas ao Poder Executivo da União nos seguintes prazos: I - Municípios, com cópia para o Poder Executivo do respectivo Estado, até trinta de abril; II - Estados, até trinta e um de maio. § 2o O descumprimento dos prazos previstos neste artigo impedirá, até que a situação seja regularizada, que o ente da Federação receba transferências voluntárias e contrate operações de crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária. Consolidação Nacional das Contas Públicas 37 | 45 Lei Complementar nº 101/00 Capítulo X - Disposições finais e transitórias Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da política e da operacionalidade da gestão fiscal serão realizados por conselho de gestão fiscal, constituído por representantes de todos os Poderes e esferas de Governo, do Ministério Público e de entidades técnicas representativas da sociedade, visando a: I - harmonização e coordenação entre os entes da Federação; II - disseminação de práticas que resultem em maior eficiência na alocação e execução do gasto público, na arrecadação de receitas, no controle do endividamento e na transparência da gestão fiscal; III - adoção de normas de consolidação das contas públicas, padronização das prestações de contas e dos relatórios e demonstrativos de gestão fiscal de que trata esta Lei Complementar, normas e padrões mais simples para os pequenos Municípios, bem como outros, necessários ao controle social; IV - divulgação de análises, estudos e diagnósticos. Consolidação Nacional das Contas Públicas 38 | 45 Lei Complementar nº 101/00 Capítulo X - Disposições finais e transitórias Art. 67. § 1o O conselho a que se refere o caput instituirá formas de premiação e reconhecimento público aos titulares de Poder que alcançarem resultados meritórios em suas políticas de desenvolvimento social, conjugados com a prática de uma gestão fiscal pautada pelas normas desta Lei Complementar. § 2o Lei disporá sobre a composição e a forma de funcionamento do conselho. Consolidação Nacional das Contas Públicas 39 | 45 Lei Complementar nº 101/00 Seção II - Da Escrituração e Consolidação das Contas Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes: § 2º A edição de normas gerais para consolidação das contas públicas caberá ao órgão central de contabilidade da União, enquanto não implantado o conselho de que trata o art. 67. Consolidação Nacional das Contas Públicas 40 | 45 A Contabilidade Aplicada ao Setor Público sofreu principalmente a partir de 2008, muitas e relevantes modificações por parte dos órgãos que a normatizam. Tudo isso com o objetivo de uniformizar os conceitos e procedimentos da Ciência Contábil, acompanhando inclusive o movimento de convergência com as Normas Internacionais de Contabilidade. Comentário Karen: Rafael, Sugiro colocar em forma de esquema a estrutura do sistema Sistema de contabilidade federal Secretaria do Tesouro Nacional (STN) Órgãos Setoriais Órgão central de Contabilidade Consolidação Nacional das Contas Públicas 41 | 45 Lei nº 10.180/01 Art. 17. Integram o Sistema de Contabilidade Federal: I - a Secretaria do Tesouro Nacional, como órgão central; II - órgãos setoriais. Consolidação Nacional das Contas Públicas 42 | 45 Lei nº 10.180/01 Art. 18. Compete às unidades responsáveis pelas atividades do Sistema de Contabilidade Federal: VII - consolidar os balanços da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com vistas à elaboração do Balanço do Setor Público Nacional; VIII - promover a integração com os demais Poderes e esferas de governo em assuntos de contabilidade. Consolidação Nacional das Contas Públicas 43 | 45 Módulo 3 Entendendo as causas ensejadoras das necessárias mudanças na Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CASP) Unidades: 1 Contextualização da CASP 2 Consolidação nacional das contas públicas 3 Processo de convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade aos padrões internacionais 44 | 45 Processo de Convergência das Normas Brasileiras de Contabilidadeaos padrões Internacionais “A globalização da economia, a disseminação de empresas multinacionais, bem como as alternativas de investimentos em países emergentes são tidos como fatores presentes na economia que tornam cada vez mais necessário o estabelecimento e adoção de padrões internacionais para os procedimentos e demonstrações contábeis, pois mesmo a contabilidade utilizando métodos quantitativos (matemática e estatística) ela é uma ciência social aplicada e sofre grande influência do ambiente em que atua, sejam por fatores políticos, econômicos, culturais, históricos, entre outros. A padronização das normas e procedimentos contábeis tem o principal objetivo de garantir a uniformidade e comparabilidade das demonstrações contábeis, contribuindo inclusive para redução de custos no processo de consolidação das demonstrações e na conversão de práticas contábeis entre países. O órgão responsável pela edição das IFRS (Normas Internacionais de Contabilidade) na área privada é o IASB (International Accounting Standards Board) e no âmbito do setor público é o IFAC (International Federation of Accountants) que baseado nos padrões da contabilidade aplicada ao setor privado, elabora as IPSAS (Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público). 45 | 45 Processo de Convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade aos padrões Internacionais O cenário atual demonstra que o mundo inteiro tem adotado os padrões contábeis do IFAC que conta com aproximadamente 125 países credenciados. Cada país interessado pode optar pela adoção integral dessas normas ou podem adotar um processo de convergência para elas, essa última opção foi a escolhida pelos órgãos responsáveis pela contabilidade brasileira. Assim no Brasil o CFC (Conselho Federal de Contabilidade) na qualidade de membro do IFAC institui grupos de estudo com a finalidade de propor as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCASP) alinhadas as IPSAS e a interpretação dessas normas para o setor público a cargo da STN (Secretaria do Tesouro Nacional) que elabora e publica os manuais de contabilidade aplicada ao setor público para cumprimento do objetivo da padronização dos procedimentos.” Por João Marcos Scaramelli 46 | 45 É importante destacar, nesse processo, o caráter democrático e a ampla mobilização, que reúne CFC, Secretaria do Tesouro Nacional (STN), Tribunais de Contas, Instituições de Educação Superior (IESs), entidades paraestatais e representantes dos governos federal, estaduais e municipais. Deve-se ressaltar, ainda, o papel imprescindível desenvolvido pelo Grupo Assessor das NBCASPs, constituído por contadores com notória especialização e destacada atuação prática e acadêmica, designados pelo CFC para relatores e revisores dessas Normas. Processo de Convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade aos padrões Internacionais 47 | 45 Todos os instrumentos estudados anteriormente encontram-se em consonância com as Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas Aplicadas ao Setor Público (NBC T 16 e NBC T SP) editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), e buscam a convergência às normas internacionais de contabilidade aplicada ao setor público – International Public Sector Accounting Standards (IPSAS) – editadas pelo International Public Sector Accounting Standards Board (IPSASB). Processo de Convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade aos padrões Internacionais 48 | 45 Escola de Contas e Gestão Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Conteudista: Profª Karen Mancini
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