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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Arquivologia A Opção Certa Para a Sua Realização 1 ARQUIVOLOGIA Noções de arquivologia: informação, documentação, classificação, arqui- vamento, registros, tramitação de documentos, cadastro, tipos de arquivos, organização e administração de arquivos, técnicas modernas. ARQUIVOLOGIA Considerada disciplina, técnica e arte, a arquivologia é uma ciência auxiliar da história. Fonte de consulta para todos os fins, um arquivo organizado constitui valioso patrimônio e pode documentar o passado de uma nação. Arquivologia é o conjunto de conhecimentos sobre a orga- nização de arquivos, tanto no que se refere ao recolhimento e conservação de documentos, títulos e textos de valor perma- nente e elaboração dos respectivos instrumentos de pesquisa, como no que toca à eliminação de peças de valor transitório e controle dos arquivos em formação. Inclui também as tarefas dos arquivistas. O termo arquivística pode, de modo geral, ser empregado como sinônimo de arquivologia. Os arquivos de determinada origem constituem um todo orgânico denominado fundo, grupo, núcleo ou corpo de arqui- vos, no qual se incluem documentos escritos e iconográficos, como os audiovisuais, discos, fitas magnéticas e filmes. Co- meçam também a ser objeto da arquivologia os arquivos eletrônicos. Os arquivos econômicos, de empresas comerci- ais, bancárias, industriais, desde que se revistam de impor- tância histórica, como ocorre, em alguns casos, com papéis de famílias e pessoas ilustres, interessam à arquivística. A preocupação dos governos e autoridades em conservar determinados documentos em lugares seguros por motivos de ordem administrativa, jurídica ou militar, remonta à antiguida- de, sobretudo no que diz respeito a títulos de propriedade. Os eruditos do Renascimento foram os primeiros a ocupar-se dos arquivos como fonte da história, dando início aos estudos de diplomática, que levariam à moderna crítica histórica. A partir da revolução francesa, os arquivos tornaram-se bem público, proclamando-se o direito do povo de acesso aos documentos, cuja preservação foi oficialmente reconhecida como de res- ponsabilidade do Estado. Uma arquivística essencialmente voltada para os diplomas medievais surgiu no século XIX, principalmente após a cria- ção da École des Chartes (Escola das Cartas), que passaria a formar arquivistas paleógrafos altamente qualificados. Em meados do mesmo século lançaram-se as bases da arquivís- tica moderna, com os princípios do respect des fonds (todos os documentos originais de uma autoridade administrativa, corporação ou família devem ser mantidos em grupos, sepa- rados segundo a natureza das instituições que os criaram); da proveniência (os documentos públicos devem ser agrupados de acordo com as unidades administrativas que os origina- ram); do respeito à ordem original (o arranjo dado aos docu- mentos pelos órgãos criadores deve ser mantido nos arquivos gerais ou de custódia permanente); e da centralização (unida- de e indivisibilidade dos arquivos públicos nacionais). Uma série de fatos novos, diretamente relacionados com os progressos da civilização, marcam a arquivologia na se- gunda metade do século XX. São eles, entre outros: adoção de arquitetura moderna e funcional nos prédios de arquivos; uso de microfilmagem de substituição; programas de história oral; restauração de documentos pelo emprego de máquinas e material sintético; intervenção dos arquivistas na gestão de papéis administrativos e nos arquivos econômicos, pessoais e familiares; aparecimento de depósitos intermediários de ar- quivos ou centros de pré-arquivamento; tentativas de aplicar as conquistas da eletrônica ao trabalho arquivístico. O grande problema da arquivologia contemporânea é o volume de papéis criados e acumulados pelas administrações e a necessária eliminação de documentos depois de avalia- dos. O arquivista desenvolve padrões de avaliação, elabora planos de descarte, prepara tabelas e listas de material repeti- tivo de descarte automático. As listas e tabelas de descarte especificam o período de retenção de documentos comuns à maioria dos serviços existentes, e tabelas especiais cogitam de cada administração em particular. O arquivista pode recor- rer a especialistas para decidir quanto à destinação dos do- cumentos. O primeiro tratado moderno de arquivística, de autoria dos holandeses Samuel Muller, Johan Adriaan Feith e Robert Fruin, data de 1898 e intitula-se, em edição brasileira, Manual de arranjo e descrição de arquivos (1960).©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. CONCEITO Arquivos são conjuntos organizados de documentos, pro- duzidos ou recebidos e preservados por instituições públicas ou privadas, ou mesmo pessoas físicas, na constância e em decorrência de seus negócios, de suas atividades específicas e no cumprimento de seus objetivos, qualquer que seja a informação ou a natureza do documento. Os arquivos, portanto, podem ser públicos ou privados. 1. Arquivos públicos: são conjuntos de documentos pro- duzidos ou recebidos por órgãos governamentais, em nível federal, estadual ou municipal, em decorrência de suas ativi- dades administrativas, judiciárias ou legislativas. Existem três espécies de arquivos públicos: correntes, temporários e per- manentes: • Correntes: conjuntos de documentos atuais, em curso, que são objeto de consultas e pesquisas frequentes. • Temporários: conjunto de documentos oriundos de arqui- vos correntes que aguardam remoção para depósitos temporários. • Permanentes: são conjuntos de documentos de valor histórico, científico ou cultural que devem ser preservados indefinidamente. 2. Arquivos privados: são conjuntos de documentos pro- duzidos ou recebidos por instituições não públicas, ou por pessoas físicas, devido a suas atividades específicas. Assim, o arquivo de uma empresa, por exemplo, reflete sua atividade, seu porte e seus objetivos. Documentos de natureza diversa, colecionados com outros objetivos, não devem misturar-se com o arquivo principal, já que o tratamen- to que a eles se deve dar é diferente. Uma empresa. imobiliá- ria de porte médio forçosamente terá um arquivo composto de documentos relativos à atividade que desenvolve. Haverá contratos de locação, de imóveis residenciais e comerciais; opções de venda de casas, apartamentos, terrenos; cartas pedindo informações; contratos de compra e venda; certidões; traslados; anúncios em jornais; relatórios e vistorias e outros documentos ligados ao setor. Um catálogo de livros de uma editora, por exemplo, foge ao objetivo dessa empresa e, natu- ralmente, não deve fazer parte do arquivo principal. Tratando- se, porém, de uma empresa ligada à área educacional, a abordagem seria outra, pois catálogo de livros é fundamental a sua própria sobrevivência, enquanto certidões, traslados, opções de compra de terrenos e outros documentos próprios do ramo imobiliário seriam afastados do arquivo principal. IMPORTÂNCIA A importância dos arquivos é tão evidente que a própria Constituição Federal, em seus artigos 215 e 216, determina: APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Arquivologia A Opção Certa Para a Sua Realização 2 “Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifesta- ções culturais. § 1° O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outrosgru- pos participantes do processo civilizatório nacional. § 2° A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais. Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I — as formas de expressão; II — os modos de criar, fazer e viver; III — as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV — as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V — os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, pai- sagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. § 1° O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desa- propriação, e de outras formas de acautelamento e preserva- ção. § 2° Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as provi- dências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem. § 3° A lei estabelecerá incentivos para a produção e o co- nhecimento de bens e valores culturais. § 4° Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão pu- nidos, na forma da lei. § 5° Ficam tombados todos os documentos e os sítios de- tentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos.” No Brasil, o Arquivo Nacional, previsto na Constituição de 1824, foi criado em 1836. No passado, a preservação do patrimônio documental era encarada principalmente por seu valor histórico. Após a Se- gunda Guerra Mundial, começaram a aparecer as primeiras preocupações com uma nova concepção arquivística, em que o documento perdia seu exclusivo enfoque histórico. Surgiam outros aspectos relevantes, como a racionalização da infor- mação, a eficiência administrativa e a finalidade prática na tomada de decisões. A difusão da informação de conteúdo técnico e científico, a nova mentalidade que se introduz na administração pública, a necessidade de pesquisa constante e sistemática, objeti- vando particularmente a correta tomada de decisão pela em- presa privada, favoreceram o surgimento de um novo enfoque do arquivo, distante daquele critério eminentemente histórico. Como consequência, o conceito de arquivo ampliou-se de tal forma que sua importância ultrapassou os limites que até há bem pouco tempo existiam. Atualmente, já não se conseguem restringir e delimitar o campo de atuação e a utilidade do arquivo. Sua importância e seu potencial de crescimento são ilimitados. ORGANIZAÇÃO O arquivo precisa ser organizado de forma que proporcio- ne condições de segurança, precisão, simplicidade, flexibili- dade e acesso: •Segurança: o arquivo deve apresentar condições míni- mas de segurança, incluindo-se medidas de prevenção contra incêndio, extravio, roubo e deterioração. Dependendo da natureza do arquivo, é importante cuidar do sigilo, impedindo ou dificultando o livre acesso a documentos confidenciais. •Precisão: o arquivo deve oferecer garantia de precisão na consulta a documentos e assegurar a localização de qual- quer documento arquivado, ou de qualquer documento que tenha sido dele retirado. •Simplicidade: o arquivo precisa ser simples e de fácil compreensão. As possibilidades de erros são reduzidas em arquivos simples e funcionais. O número e a variedade de documentos não exigem necessariamente um arquivo com- plexo e de difícil entendimento. •Flexibilidade: o arquivo deve acompanhar o desenvolvi- mento ou crescimento da empresa, ou órgão público, ajustan- do-se ao aumento do volume e à complexidade dos documen- tos a serem arquivados. As normas de classificação não de- vem ser muito rígidas, pois apenas dificultam a atividade de arquivamento. •Acesso: o arquivo deve oferecer condições de consulta imediata, proporcionando pronta localização dos documentos. A procura de documentos de todos os tipos aumentou muito nos últimos anos, graças principalmente à necessidade cada vez maior de informações. O arquivo não se reduz ape- nas a guardar documentos; significa também uma fonte ines- gotável de informações, que pretende atender a todos e a todas as questões. ARQUIVOS DE PROSSEGUIMENTO Esses arquivos são muito importantes para a empresa, já que por meio deles se podem acompanhar assuntos penden- tes ou que aguardam providências: cartas que esperam res- postas; duplicatas a cobrar; faturas a pagar; apólices de segu- ro que devem ser renovadas; lembretes ou controles para renovação de assinaturas de jornais ou revistas; contratos a serem assinados; enfim, inúmeros assuntos que não devem ser simplesmente arquivados e fatalmente esquecidos. O arquivo de prosseguimento possibilita à secretária constante follow up. Também conhecido como arquivo de andamento, ou de follow up, precisa ser organizado convenientemente e, para isso, existem métodos tradicionais, como o cronológico e o alfabético, e modernos, como o de jogos de fichas prontas, o de equipamentos compactos, próprios para vários tipos de controle, ou os desenvolvidos pela informática. 1. Método cronológico: em primeiro lugar, prepara-se um jogo de doze guias com os nomes dos meses e depois um jogo de guias numeradas de•1 a 31, representando os dias dos meses. Esse ultimo jogo deve ser disposto apos a guia do mês em curso. À medida que os dias vão passando, deve-se colocá-los nos mês seguinte. No caso de empresas com mui- to movimento de contas a receber e/ou a pagar, inclusive com prazos de 30, 60 ou 90 dias, recomenda-se a utilização de três jogos de guias numeradas, de modo que o acompanha- mento seja trimestral e não mensal, ou, então, que se guar- dem os documentos em pastas separadas até o momento oportuno. O método cronológico permite a utilização de pastas ou cartões. Havendo opção pelo uso de pastas, será necessária uma cópia adicional de todos os documentos que exigem prosseguimento e que serão colocados nas pastas por ordem alfabética dos nomes e, em seguida, arquivados após as guias que correspondem às datas de acompanhamento. APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Arquivologia A Opção Certa Para a Sua Realização 3 O emprego de cartões ou fichas elimina a necessidade de cópias adicionais dos documentos, porém exige anotações pormenorizadas para que se possa fazer o acompanhamento. Como nas empresas de grande porte o número de cartões ou fichas é imenso, tal fato dificulta sobremaneira o manuseio e, além disso, aumenta a possibilidade de falhas no acompa- nhamento. 2. Método alfabético: esse método também possibilita o uso de pastas ou cartões. As pastas são colocadas em ordem alfabética. Nas margens superiores das pastas, deverão cons- tar: letra correspondente; números de 1 a 31, representando os dias do mês; e um indicador móvel que se desloca na pasta, servindo para indicar o dia específico. Os documentos são postos nas pastas em ordem al- fabética. Em cada pasta, os documentos são colocados em ordem cronológica e, à medida que os dias vão passando, os documentos são retirados e o indicador móvel vai-se deslocando até o fim, dia 31, retornando ao dia 1° no início de um novo mês. A possibilidade de uso de cartões ou fichas também exis- te, embora seja mais trabalhosa, pois exige a anotação de todos os pormenores do documento. Os cartões são coloca- dos nas pastas alfabéticas respectivas, conforme o modelo descrito, e seu funcionamento também será o mesmo. 3. Métodos modernos:surgiram com o próprio desenvol- vimento das empresas e da tecnologia, notadamente da in- formática. Existem, entretanto, métodos que oferecem fichas já preparadas para os diversos controles, como, por exemplo, de pessoal, de estoque, de contabilidade e outros. Alguns trazem equipamentos compactos em que as fichas ficam visíveis e os dados principais são lançados também na mar- gem superior das fichas, à vista do manipulador, facilitando, assim, o manuseio e a consulta. O computador trouxe consigo possibilidades ilimitadas que podem ser adaptadas a qualquer empresa. As informações necessárias para o correto acompanhamento são fornecidas diariamente pelas impressoras, ou por uma tela de terminal de microcomputador. A grande vantagem da utilização da infor- mática, além da rapidez, é a redução da margem de erro. REFERÊNCIAS CRUZADAS A expressão referências cruzadas é largamente usada pe- las pessoas que lidam com arquivos, enquanto entre os biblio- tecários a palavra mais empregada é remissão. A principal finalidade das referências cruzadas é a de in- formar a quem for consultar o arquivo que determinado assun- to ou nome está arquivado em tal pasta. As referências cru- zadas podem vir em pequenas fichas, principalmente quando colocadas em índices. Quando, porém, guardadas nos pró- prios arquivos, devem estar escritas em folhas de papel e inseridas nas respectivas pastas. Por exemplo, um fornecedor do Mappin provavelmente terá uma pasta com esse nome no arquivo, apesar de a razão social dessa loja de departamento ser “Casa Anglo Brasileira S:A.”. Recomenda-se, nesse caso, que se escreva numa ficha ou folha de papel: É muito comum encontrar anotações como “Veja tam- bém”, indicando que o assunto ou nome possui outras liga- ções importantes. Suponha-se uma empresa que se dedica principalmente ao comércio exterior. E provável que ela arqui- ve os conhecimentos aéreos relativos à carga transportada numa pasta de ‘Carga Aérea”. Entretanto, essas exportações são efetuadas por uma companhia aérea, por exemplo, a VARIG. Nesse caso, recomenda-se que se abra uma pasta em nome de VARIG, em que poderão ser colocados, por exemplo, os horários dos vôos, inclusive dos vôos cargueiros, as cidades que ela serve, as conexões possíveis, as tarifas de carga aérea e outras informações pertinentes, e ainda uma observação: Veja também Carga Aérea. Igualmente no caso de siglas, deve-se fazer uma referên- cia cruzada. Assim, pode-se abrir uma pasta para Cacex e fazer uma referência para Carteira de Comércio Exterior, ou vice-versa. O importante é que a pasta fique com a forma mais conhecida e mais fácil. Por exemplo, talvez seja preferí- vel abrir uma pasta para “Instituto Nacional do Livro” e uma referência cruzada para “INL”, para não se fazer confusão com IML (Instituto Médico Legal). De um lado, a referência cruzada é muito importante, pois ajuda e agiliza o funcionamento do arquivo, porém, de outro, deve-se tomar cuidado e evitar o excesso de referências que acarretam volume muito grande de papéis, congestionando, consequentemente, o arquivo. TRANSFERÊNCIA Há documentos que estão sujeitos ao fator tempo, isto é, há aqueles que têm valor de um ano; outros de dois, três, cinco ou mais anos; outros, ainda, possuem valor permanente e nunca poderão ser destruídos. Os documentos também podem ser analisados pela fre- quência de sua utilização: alguns são muito procurados, ou- tros são consultados poucas vezes, ou quase nunca, e ainda existem aqueles que, após a conclusão do fato que os criou, não servirão para mais nada. Com o passar do tempo, observa-se que os arquivos fi- cam sobrecarregados de papéis, dificultando o trabalho e, na maioria dos casos, a tendência é adquirir móveis novos, na tentativa de se resolver o problema de espaço. Solução muito mais lógica, econômica e eficaz é a de eliminar ou destruir o que não tem mais valor e transferir o que se encontra em desuso ou desatualizado para local apropriado. Assim, trans- ferência é a operação que visa separar os documentos que ainda estão em uso, ou são bastante consultados, daqueles que perderam sua utilidade prática, mas não seu valor. A transferência pretende: • liberar o arquivo de papéis sem utilidade prática atual; • manter espaço disponível e de fácil manuseio nos arqui- vos em uso ou ativos; • facilitar o trabalho de arquivar, localizar e consultar docu- mentos nos arquivos; • manter o arquivo em bom estado de conservação, aumen- tando sua vida útil; e • reduzir ou eliminar despesas desnecessárias com novos equipamentos. Portanto, as transferências de documentos devem ser cuidadosas e criteriosamente estudadas e planeja- das, considerando as diferenças não apenas quanto à frequência do uso ou da consulta, mas também quanto a seu valor. Tipos de arquivo No que se refere à frequência do uso ou consulta, existem três tipos de arquivos: arquivo ativo, arquivo inativo e arquivo morto. Arquivo ativo: mantém arquivados os documentos e pa- péis de uso, consulta e referência constantes e atuais, ou que se encontram em fase de conclusão. Arquivo inativo: guarda documentos e papéis que ofere- cem menor frequência de uso, consulta ou referência. Arquivo morto: armazena documentos de frequência de uso, consulta ou referência quase nulas. No entanto, não se APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Arquivologia A Opção Certa Para a Sua Realização 4 deve considerar este arquivo como um “depósito de lixo”, mesmo porque os documentos definidos como inúteis ou imprestáveis devem ser destruídos. O arquivo morto precisa, inclusive, ser organizado dentro das mesmas técnicas e re- gras que prevalecem para o arquivo ativo, pois muitas vezes serão necessárias a imediata localização e a consulta a pa- péis em desuso. Uma empresa que tenha, por exemplo, 50 anos de exis- tência deverá manter em seu arquivo morto o registro de todos seus antigos empregados, mesmo que entre eles exis- tam alguns já aposentados ou falecidos. A destruição desses registros só será possível ou permitida no caso de se proce- der a uma completa microfilmagem. Destaque-se que se deve fazer anotação dos documentos transferidos e, no caso de destruição, registro da data em que ocorreu a destruição e referência ao conteúdo deles. Atualização de arquivo Existem três tipos de transferências de documentos ou papéis de um arquivo para outro: transferências periódicas, transferências permanentes e transferências diárias: • Transferências periódicas: as transferências são efetua- das em intervalos predeterminados, para os arquivos ina- tivos ou mortos, dependendo da frequência de uso. • Transferências permanentes: são transferências reali- zadas em intervalos irregulares, sem qualquer planeja- mento. Normalmente, acontecem quando o acúmulo de papéis no arquivo ativo é tão grande que chega a atrapa- lhar o bom andamento do serviço. A transferência, então, irá acarretar grande perda de tempo, já que o arquivo in- teiro terá de ser analisado. • Transferências diárias: são as mais recomendáveis, porque mantêm em ordem os arquivos ativos. O trabalho poderá ser grandemente facilitado se do documento já ar- quivado constar sua validade ou vencimento, ou marcação indicando a data da transferência. Dessa forma, as trans- ferências podem ser feitas no mesmo instante em que se arquiva ou se consulta um documento qualquer. Conservação e proteção de documentos Determina-se o valor do documento levando em conside- ração todas as finalidades que possui e seu tempo de vigên- cia, que muitas vezes se subordina a imperativos da lei. Nes- se sentido, pode-se organizar um quadro ou tabelade prazos de vigência para os diversos documentos, facilitando sobre- maneira o trabalho do arquivista. Os documentos são classifi- cados por seu valor em: permanentes - vitais, permanentes e temporários. • Permanentes - vitais: são documentos que devem ser conservados indefinidamente, pois possuem importância vital para a empresa, isto é, sem eles a empresa não tem condições de funcionar. Citam-se, entre outros: contratos; escrituras; estatutos; livros de atas; livros de registros de ações; cartas - patentes; fórmulas (químicas); procura- ções. • Permanentes: são documentos que devem ser guardados indefinidamente, porém não têm importância vital. Como exemplo, podem-se relacionar: rela tórios anuais; registros de empregados; livros e registros contábeis; recibos de impostos e taxas; avaliações; e outros. • Temporários: são documentos que têm valor temporário de um, dois, cinco ou mais anos. Recomenda-se a con- fecção de um quadro ou tabela, com anotação da vigência do documento que, naturalmente, seguirá critérios deter- minados pela própria empresa. Assim, são temporários: recibos; faturas; notas fiscais; contas a receber e a pagar; extratos bancários; apólices de seguro; folhetos; corres- pondência; memorandos e outros. Os documentos considerados vitais para a empresa, além de serem conservados indefinidamente, devem merecer cui- dados especiais, notadamente de proteção contra incêndios, inundações, furtos, desabamentos e outros eventos. A perda ou destruição de tais documentos pode, em casos extremos, significar até o fracasso total de uma empresa. Existem algu- mas formas de proteger esses documentos: • Utilização de cofres a prova de fogo. • Preparação de cópias adicionais dos documentos e envio delas a outros lugares para guarda, como cofres de ban- cos, cofres de filiais da empresa, ou escritórios de advo- gados. • Microfilmagem de todos os documentos vitais e conserva- ção dos microfilmes em local seguro. A conservação e a proteção desses documentos devem ser acompanhadas de um registro que especifique o modo, a data e o local para onde foram encaminhados, de forma que possam ser localizados imediatamente. CENTRALIZAÇÃO OU DESCENTRALIZAÇÃO? Trata-se de uma questão muito comum, princi- palmente nas grandes empresas. A centrali- zação dos arquivos proporciona vantagens, mas existem desvantagens que naturalmen- te devem ser conhecidas antes de se tomar uma decisão sobre o assunto. As principais vantagens da centralização são as seguin- tes: • Eficiência: devido à centralização, tende-se a manter um especialista em arquivística, o que sem dúvida melhora a eficiência e a rapidez do trabalho em todas suas etapas. • Responsabilidade: o cuidado e a proteção de documen- tos melhora muito, pois a responsabilidade se encontra nas mãos de um especialista. • Economia: é grande a economia de equipamento; de pessoal; de tempo gasto no arquivamento; na localização e na preparação de cópias adicionais ou referências. • Uniformidade: proporciona certa padronização ao siste- ma e métodos de arquivamento, o que não acontecerá se houver inúmeros arquivos departamentais. • Concentração: os documentos são concentrados por assuntos, oferecendo ao consulente visão global. Na des- centralização, os mesmos assuntos tendem a ficar espa- lhados pelos diversos arquivos. • Utilização: amplia o uso do equipamento e, consequen- temente, alonga sua vida útil. Há algumas desvantagens na centralização, que precisam ser apontadas: • Consulta dificultada: necessidade de locomoção até o centro de arquivos; tal fato não ocorre com a descentraliza- ção, em que o arquivo do departamento se encontra à mão. • Acúmulo de pessoas: poderá acontecer o acúmulo de pessoas no local onde estão colocados os arquivos, o que dificulta a consulta e tumultua o trabalho do arquivista. • Perda de tempo: muito tempo perdido na locomoção até o arquivo central e espera para poder iniciar a consulta, principalmente se houver muitas pessoas no local. APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Arquivologia A Opção Certa Para a Sua Realização 5 • Espaço: necessidade de mais espaço para incluir todos os arquivos, além de mesas e cadeiras para as diversas consultas. • Dificuldade no sigilo: os arquivos ficam muito aber- tos à consulta generalizada, dificultando a manutenção do sigilo, tão necessário à vida da empresa. • Dispersão: a pasta em que está classificado um do- cumento, no momento de uma consulta, pode estar com outro consulente, em outro departamento. As soluções variam de empresa para empresa; o mais comum, entretanto, é a opção pelo sistema misto, ou seja, centralização parcial. Em princípio, os documentos vão para o arquivo central; entretanto; documentos específicos que só interessam a certos departamentos ficam nos arquivos desses departamentos. Assim, por exemplo, devem ser arquivados no próprio departamento de vendas a relação de representan- tes ou clientes, seus pedidos, reclamações, correspondência de modo geral. Outro caminho a seguir é o que procura basicamente cen- tralizar o controle e não o arquivo. Um especialista organiza um arquivo central, onde deverão ser guardados os documen- tos de interesse geral, inclusive aqueles que são vitais e/ou sigilosos, naturalmente tomando-se todas as precauções. Em seguida, ele deverá planejar os diversos arquivos localizados nos vários departamentos. O conhecimento da empresa e de seu organograma é fundamental nessa etapa. Seu trabalho, além da administração do arquivo central, pressupõe a classi- ficação e a distribuição diária de documentos aos diversos departamentos. Realmente, trata-se de um assunto de solução não muito fácil, já que existem vantagens e desvantagens em todos os métodos. O importante é que a empresa decida pelo que for mais adequado a suas condições, necessidades e objetivos a curto, médio e longo prazos. MICROFILMAGEM Observa-se na época atual excessivo aumento do número de documentos. De um lado, devido à expansão da adminis- tração pública em todos os setores e em todos os níveis: federal, estadual e municipal; de outro, graças ao desenvolvi- mento das atividades empresariais e ao rápido avanço da tecnologia, em todos os setores da economia. É crescente a indagação de como e quando se deve pro- ceder para reduzir e racionalizar a produção de documentos e, por consequência, seu arquivamento e conservação. O microfilme surgiu como uma das principais respostas a essa questão. O microfilme é um processo de reprodução fotográ- fica reduzida, chegando a quase 95% do documento original. São várias as vantagens obtidas na microfil- magem de documentos que devem ser transferidos do arquivo ativo para o inativo, já que dificilmente o micro- filme será utilizado para arquivos ativos. As vantagens são: • Economia: os ganhos em espaço, peso e tamanho dos arquivos chegam a mais de 80% em muitos casos. • Redução do volume: é muito grande a redução do volu- me de papéis e documentos, o que proporciona economia de tempo e mão-de-obra. • Segurança: os microfilmes protegem e conservam os documentos vitais da empresa ou órgão público, dos ris- cos de eventos, como incêndio, inundação ou furto, pois, além de representarem cópias adicionais desses docu- mentos, são facilmente guardados em cofres especiais. - • Durabilidade: o microfilme reveste-se de grande durabili- dade, atingindo até 150 anos. • Reprodução: a microfilmagem oferece condições de reprodução ilimitada, além de fidelidade, exatidão perfeita dos documentos reproduzidos. • Custo: embora e microfilme possa assustar pelo custo elevado, é preciso levarem consideração a economia que proporciona com a redução do espaço, de equipamento e de pessoal necessário para a manutenção de arquivos convencionais, especialmente nas grandes empresas. • Consulta: a consulta a documentos é imediata e mais fácil, agilizando em muito o serviço. Verifique-se, por e- xemplo, a microfilmagem de cheques compensados. As técnicas modernas de microfilmagem evoluíram muito nos últimos anos; entretanto, a escolha do produ- tor dos microfilmes deve ser feita de modo que garanta a qualidade e a durabilidade deles. A decisão de utilizar a microfilmagem na empresa também pode ser auxiliada pela ocorrência de um ou mais dos seguintes fatos: • necessidade de entregar ou devolver às pessoas os origi- nais dos documentos; • necessidade de conservar os documentos por mais de cinco anos; • necessidade de conservar os documentos por tempo inde- terminado ou permanentemente; • necessidade de proteger . os documentos dos riscos de incêndio, inundação ou furto. Em princípio, a organização de um arquivo de microfilmes deve seguir o sistema e o método empregados nos arquivos de documentos; o arquivo deve vir acompanhado de índices que facilitem a pronta localização, bem como deve existir na empresa aparelho próprio para a leitura dos microfilmes. É muito importante, também, considerar o aspecto legal da microfilmagem. A legislação brasileira determina a guarda de originais por tempo determinado ou mesmo indefinidamen- te. A reprodução de um microfilme no formato do documento exige, para sua validade, que seja autenticado em cartório e à vista do documento original. Portanto, a microfilmagem não deve ser entendida apenas como substituidora de documentos originais. Antes de mais nada, é preciso encarar o microfilme como cópia adicional de documento cuja utilidade para a empresa tenha sido estudada e comprovada. EQUIPAMENTOS Entende-se por equipamento o móvel utilizado para arqui- vamento. O conhecimento dos sistemas de equipamento, de suas vantagens e desvantagens, irá facilitar em muito o servi- ço do arquivista. Denomina-se sistema de equipamento a maneira como os documentos são colocados no móvel arqui- vador. São três os sistemas de equipamento: 1. Horizontal: os documentos ficam uns sobre os outros, em posição horizontal dentro do móvel arquivador. E um sis- tema antigo, mas que ainda é utilizado em algumas reparti- ções públicas, que amarram ou colocam os documentos em pacotes. Também pertencem ao sistema horizontal as mapo- tecas, muito utilizadas, e os fichários tipo kardex, Securit, muito conhecidos e empregados com bastante sucesso em inúmeras empresas. APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Arquivologia A Opção Certa Para a Sua Realização 6 Móvel “Securit” para arquivo horizontal de mapas, plantas, heliografias e mapotecas As vantagens do sistema são as seguintes: • a iluminação é direta; • as anotações podem ser efetuadas no mesmo local; • as possibilidades de perda de documentos são bas- tante reduzidas. As desvantagens são: • ocupa muito espaço; • há necessidade de retirar todos os documentos para arquivar ou retirar um documento; • a consulta é demorada; • a consulta exige o deslocamento de outros documen- tos. 2.Vertical: os documentos permanecem no interior do móvel arquivador em posição vertical. São dois os tipos nesse sistema: • Frontal. Os documentos são colocados uns atrás dos outros, com a frente voltada para o arquivista. • Lateral. Os documentos são colocados uns ao lado dos outros, com a lateral voltada para o arquivista. Atualmente, com o desenvolvimento da tecnologia e as e- xigências do mercado, as pastas ficam suspensas nos arqui- vos verticais, por meio de braços metálicos apoiados em suportes especiais. São vantagens do sistema: • custo mais baixo; • fácil manuseio; • fácil conservação; • fácil atualização do material arquivado; • possibilidade de arquivar muitos documentos em pe- queno espaço; • consulta rápida e sem necessidade de deslocar ou- tros documentos. São desvantagens do sistema: • necessidade de retirar o documento para fazer ano- tações; • iluminação deficiente; • pouca visibilidade dos documentos no interior do ar- quivo. 3.Rotativo: os documentos são colocados de modo que possam girar em torno de um eixo vertical ou horizontal. O sistema é muito empregado em atividades que requerem grande quantidade de consultas e necessidade de informa- ções rápidas. Fichários São caixas de diversos tamanhos que guardam fichas ou cartões, podendo ser de madeira, de aço, de material plástico ou de acríLico. São largamente utilizados e servem a muitas finalidades: índices, informações, endereços, relação de clien- tes, representantes, fornecedores e outras. O equipamento deve satisfazer às necessidades da em- presa e dos serviços a que se destina. Alguns requisitos são: • adequação às necessidades do serviço; • obtenção de maior economia de espaço; • facilidade de acesso; • possibilidade de expansão; • resistência e durabilidade; • garantia de segurança e conservação de documen- tos; • aparência e funcionalidade. Há inúmeros tipos e modelos de equipamentos que podem ser utilizados pelos três sistemas: horizontal, vertical e rotativo. A escolha de um dos sistemas, assim como do equipamento propriamente dito, deve seguir os critérios apontados e outros que são considerados essenciais pela empresa ou órgão público e que preva- lecem numa boa administração. 1. Cadeado. 2. Suporte regulável. 3. Índice alfabético. 4. Estrutura. 5. Dispositivo antiimpacto. 6. Pés antiderrapantes. ACESSÓRIOS Acessórios são materiais que visam auxiliar o equipamen- to. A correta e eficiente utilização dos mesmos criará condi- ções favoráveis para o andamento do serviço. A escolha acertada dos acessórios está diretamente liga- da ao sistema e método de classificação e arquivamento empregados, assim como ao conhecimento dos tipos e mode- los existentes no mercado. Os principais acessórios são: pastas; guias; projeções; ti- ras de inserção e notações. 1. Pastas: são pedaços de cartolina dobrada, que formam uma aresta comum chamada vinco. As pastas servem para agrupar e proteger os documentos comuns a um assunto e, normalmente, têm dimensões padronizadas. Com relação ao vinco, as pastas podem ser normais ou sanfonadas, para permitir o maior acúmulo de documentos; algumas possuem divisões internas. No que se refere à projeção, ela poderá ou não constar da pasta. As pastas suspensas, largamente usa- das nos equipamentos modernos, são semelhantes às con- vencionais, apenas com a particularidade de possuírem dois braços metálicos ou outro material que se apóia nos suportes laterais do arquivo. 2. Guias: são pedaços de cartolinas do tamanho das pas- tas ou mesmo menores, com uma saliência na parte superior, APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Arquivologia A Opção Certa Para a Sua Realização 7 chamada projeção. As guias servem para dividir as pastas ou documentos em grupos. As guias, quanto à projeção, podem ter, ou não, encaixes para as tiras de inserção. Nas guias, as projeções podem vir em posição central, em diferentes posi- ções ou, então, formando um jogo de, por exemplo, duas, três, quatro, cinco ou mais posições. A diferença das posições possibilita ao arquivista ampla visibilidade, o que facilita o arquivamento ou a localização de documentos. 3.Projeções: são saliências colocadas na parte superior das pastasou das guias que recebem as anotações ou dize- res pertinentes. Servem para ajudar o arquivista a localizar os assuntos no arquivo. As projeções podem ser de papelão, de material plástico ou de aço. Além disso, podem ser fixas ou adaptáveis. Essas últimas não fazem parte das pastas ou das guias e podem ser colocadas posteriormente. 4. Tiras de inserção: papeletas ou rótulos que, após re- ceberem os dizeres ou inscrições correspondentes, deverão ser inseridas nas projeções das pastas ou das guias. Servem para indicar a finalidade da pasta ou da guia. 5. Notações: são os dizeres, as inscrições registradas nas tiras de inserção e em seguida inseridas nas pastas ou guias. É fato conhecido que um dos fatores para a excelência dos arquivos reside na combinação harmoniosa e funcional dos sistemas e métodos de classificação e arquivamento, e dos equipamentos e acessórios. SISTEMAS E MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO A opinião de que os arquivos são simples depósitos de papéis ou documentos velhos e inúteis, arquivados por mera tradição, apóia-se no fato de que a maioria dos arquivos é mal organizada, mal administrada e, portanto, dificulta a localiza- ção imediata das informações desejadas. Mera opinião, pois, em verdade, um arquivo moderno, bem estruturado, é um centro atuante de informações, um instrumento de controle para a atividade administrativa, que auxilia na correta tomada de decisão. Entretanto, para que isso aconteça, é necessá- rio que se decida sobre o sistema de arqui- vamento que melhor se ajuste a determina- da empresa. Sistema é um conjunto de princípios interligados, que ori- enta o que se deve fazer para atingir um fim específico. São três os sistemas de arquivamento: direto, indireto e semi- indireto. • Direto: o arquivo pode ser consultado diretamente, sem necessidade de recorrer a um índice. Neste sistema, inclui-se, principalmente, o método alfabético de arquivamento e suas variações. • Indireto: o arquivo, neste caso, depende de um índice para ser consultado. O sistema inclui, em especial, o método numérico de arquivamento e suas variações. • Semi-indireto: o arquivo pode ser consultado sem o auxílio de índices, mas com a utilização de tabelas em forma de cartão. Neste sistema, encontra-se, por exemplo, o método automático, variedade do método alfanumérico. A opção por um dos sistemas está intimamente ligada à empresa, a seu campo de atividade, porte e objeti- vos de curto, médio ou longo prazos. O principal, an- tes de tudo, é compreender o verdadeiro potencial que o arquivo representa, considerando-se que é a memória viva da empresa. Para ser eficaz, o sistema necessita de métodos que indi- quem a maneira de proceder, isto é, o que se deve fazer para alcançar o fim desejado. Os métodos de arquivamento serão analisados mais adiante. SISTEMA DE ARQUIVAMENTO EM ÓRGÃOS PÚBLI- COS A administração de documentos oficiais pres- supõe a existência de um sistema de arqui- vamento. O conceito de sistema também é válido para os órgãos da administração pú- blica, e as três espécies, direto, indireto e semi-indireto, serão empregadas conforme os critérios estabelecidos previamente. Nas instituições públicas, predomina um modelo de siste- ma de organização de arquivos em que o documento público é controlado desde sua produção. É conhecido como a “teoria das três idades”, concepção moderna de arquivística, em que se distinguem três etapas quanto aos documentos: • Corrente: os documentos circulam pelos canais deci- sórios, buscando solução ou resposta. São os arquivos cor- rentes. • Temporária: os documentos apresentam interesse e são objeto de consultas, embora os assuntos neles contidos já tenham sido solucionados ou as respostas, obtidas. São os arquivos temporários. • Permanente: os documentos passam a ter valor cultu- ral e científico. São os arquivos permanentes ou históricos. A criação do arquivo temporário, por exemplo, segunda etapa do sistema, foi um grande avanço e tomou-se peça fundamental dentro do sistema de arquivamen- to da administração pública. São inúmeras as vanta- gens conseguidas: obtenção de mais espaços físi- cos pela retirada de documentos dos arquivos cor- rentes; redução ao essencial da quantidade de do- cumentos nos arquivos correntes; redução de pes- soal e consequente economia de custos; controle de quantidade e da qualidade dos documentos; melhor manutenção, uso e supervisão dos arquivos; e me- lhor critério de preservação, controle e eliminação de documentos. Um sistema de arquivos moderno e bem organizado terá todas as condições para oferecer subsídios a planos e deci- sões da administração pública, seja mostrando as relações e planejamento do passado, seja evitando duplicidade antieco- nômica de velhas iniciativas. Verifica-se, atualmente, enorme empenho dos órgãos do governo em desenvolver sistemas de informações altamente sofisticados, em que a informática assumiu posição de grande relevância. MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO Modernamente, o arquivo de informações tornou-se uma atividade que pode ser realizada eletronicamente através de computadores. A tarefa da secretária, neste caso, consiste em registrar as informações em programas previa-mente estabe- lecidos. A empresa contrata um especialista em programação (ou já dispõe dele em seu quadro de empregados), que deve- rá preparar um programa segundo as necessidades da secre- tária. Enganam-se os que acreditam que o uso do computador dispensa o estudo dos métodos tradicionais de classificação de informações. O programador apenas executará um pro- grama depois de ouvir a secretária sobre as reais necessida- des do departamento. Assim sendo, ela deve conhecer os variados métodos de classificação para propor soluções apro- priadas. Acrescente-se que o estudo dos métodos aqui expos- tos permite a aquisição de técnicas de classificação e simplifi- APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Arquivologia A Opção Certa Para a Sua Realização 8 cação de tarefas. Deixar de aprendê-los é prejudicial até mesmo para o domínio de um pensamento claro e bem estru- turado. Além disso, a secretária manipula informações escri- tas (documentos), internas e externas, que ela precisa arqui- var. Havendo um sistema de arquivamento já definido, a em- presa ou órgão público deverá decidir qual método de arqui- vamento irá empregar. O método estabelece o que é preciso fazer para alcançar o fim desejado pelo sistema de arquiva- mento. Um plano previamente estabelecido para a colocação e guarda de documentos facilita a pesquisa, a coleta de dados, a busca de informações e proporciona uma correta tomada de decisão. Os diversos métodos de arquivamento, que através dos anos foram desenvolvidos em todas as partes do mundo, podem ser utilizados tanto nas empresas como nos órgãos governamentais. Todos são bons e apresentam vantagens e desvantagens. O importante é que a decisão quanto ao méto- do leve em consideração o tamanho, a estrutura organizacio- nal e os objetivos da empresa ou do órgão público; as pesso- as normalmente envolvidas; os serviços prestados; as infor- mações comumente solicitadas; e os tipos de documento que devem ser arquivados. São três os principais métodos de arquivamento: alfabéti- co, numérico e alfanumérico. Esses métodos, por sua vez, formam a base a partir da qual se criaram vários outros. Métodos de arquivamento: • Método alfabético: —específico ou por assunto; —geográfico; —mnemônico; —variadex. • Método numérico: —simples; —dúplex. • Método alfanumérico: —decimal; —automático; automático moderno. Protocolo É o registro das deliberações ou das atas de um con-gresso ou conferência diplomática. Por protocolo também se entende o livro em que os escrivães do juízo registram o que se passa na audiência e que no fim desta é assinado pelo juiz. De modo geral, significa o livro onde se registram, em or- dem, os documentos apresentados numa repartição ou, en- tão, os fatos e as decisões ocorridos numa assembléia ou audiência. A principal função do protocolo é autenticar a en- trega de um documento, ou evidenciar a decisão ou o fato que deve ser registrado. Em linguagem diplomática, significa a própria deliberação ou resolução que foi registrada na ata da reunião respectiva e que acarretou uma espécie de conven- ção entre os participantes da assembléia ou congresso. Protocolo é a denominação geralmente atribuída a setores encarregados do recebimento, registro, distribuição e movi- mentação dos documentos em curso; denominação atribuída ao próprio número de registro dado ao documento; Livro de registro de documentos recebidos e/ou expedidos. É de conhecimento comum o grande avanço que a huma- nidade teve nos últimos anos. Dentre tais avanços, incluem-se as áreas que vão desde a política até a tecnológica. Tais avanços contribuíram para o aumento da produção de docu- mentos. Cabe ressaltar que tal aumento teve sua importância para a área da arquivística, no sentido de ter despertado nas pessoas a importância dos arquivos. Entretanto, seja por descaso ou mesmo por falta de conhecimento, a acumulação de massas documentais desnecessárias foi um problema que foi surgindo. Essas massas acabam por inviabilizar que os arquivos cumpram suas funções fundamentais. Para tentar sanar esse e outros problemas, que é recomendável o uso de um sistema de protocolo. Dentre os cinco setores distintos das atividades dos arqui- vos correntes (Protocolo, Expedição, Arquivamento, Emprés- timo e Consulta, Destinação) vamos dar atenção especial ao Protocolo. É sabido que durante a sua tramitação, os arquivos correntes podem exercer funções de protocolo (recebimento, registro, distribuição, movimentação e expedição de docu- mentos), daí a denominação comum de alguns órgãos como Protocolo e Arquivo. E é neste ponto que os problemas têm seu início. Geralmente, as pessoas que lidam com o recebi- mento de documentos não sabem, ou mesmo não foram orientadas sobre como proceder para o documento cumpra a sua função na instituição. Para que este problema inicial seja resolvido, a implantação de um sistema de base de dados, de preferência simples e descentralizado, permitindo que, tão logo cheguem às instituições, os documentos fossem regis- trados, pelas devidas pessoas, no seu próprio setor de traba- lho seria uma ótima alternativa. Tal ação diminuiria o montan- te de documentos que chegam as instituições, cumprem suas funções, mas sequer tiveram sua tramitação ou destinação registrada. Algumas rotinas devem ser adotadas no registro docu- mental, afim de que não se perca o controle, bem como sur- jam problemas que facilmente poderiam ser evitados (como o preenchimento do campo Assunto, de muita importância, mas que na maioria das vezes é feito de forma errônea). Dentre as recomendações de recebimento e registro (SENAC. D. N. Técnicas de arquivo e protocolo. Receber as correspondências, separando as de caráter o- ficial da de caráter particular, distribuindo as de caráter parti- cular a seus destinatários. Após essa etapa, os documentos devem seguir seu curso, a fim de cumprirem suas funções. Para que isto ocorra, de- vem ser distribuídos e classificados da forma correta, ou seja, chegar ao seu destinatário Para isto, recomenda-se (SENAC. D. N. Técnicas de arquivo e protocolo. Separar as correspondências de caráter ostensivo das de caráter sigiloso, encaminhado as de caráter sigiloso aos seus respectivos destinatários; Tomar conhecimento das correspondências de caráter os- tensivos por meio da leitura, requisitando a existência de antecedentes, se existirem; Classificar o documento de acordo com o método da insti- tuição;, carimbando-o em seguida; Elaborar um resumo e encaminhar os documentos ao pro- tocolo. Preparar a ficha de protocolo, em duas vias, anexando a segunda via da ficha ao documento; Rearquivar as fichas de procedência e assunto, agora com os dados das fichas de protocolo; Arquivar as fichas de protocolo. APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Arquivologia A Opção Certa Para a Sua Realização 9 A tramitação de um documento dentro de uma instituição depende diretamente se as etapas anteriores foram feitas da forma correta. Se feitas, fica mais fácil, com o auxílio do pro- tocolo, saber sua exata localização, seus dados principais, como data de entrada, setores por que já passou, enfim, a- companhar o desenrolar de suas funções dentro da institui- ção. Isso agiliza as ações dentro da instituição, acelerando assim, processos que anteriormente encontravam dificulda- des, como a não localização de documentos, não se podendo assim, usá-los no sentido de valor probatório, por exemplo. Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos devem ter seu destino decidido, seja este a sua eliminação ou recolhimento. É nesta etapa que a expedição de documentos torna-se importante, pois por meio dela, fica mais fácil fazer uma avaliação do documento, podendo-se assim decidir de uma forma mais confiável, o destino do documento. Dentre as recomendações com relação a expedição de documentos, destacam-se: Receber a correspondência, verificando a falta de anexos e completando dados; Separar as cópias, expedindo o original; Encaminhar as cópias ao Arquivo. É válido ressaltar que as rotinas acima descritas não va- lem como regras, visto que cada instituição possui suas tipo- logias documentais, seus métodos de classificação, enfim, surgem situações diversas. Servem apenas como exemplos para a elaboração de rotinas em cada instituição. Após a discussão das vantagens de implantação de um sistema de protocolo, cabe avaliar as desvantagens do uso deste sistema, se feito de forma errônea. Num primeiro mo- mento, deve-se pensar num sistema simples de inserção de dados, que venha a atender as necessidades da empresa. Contudo, é essencial que as pessoas que trabalham direta- mente com o recebimento e registro de documentos, recebam um treinamento adequado, para que possam executar essa tarefa da forma correta, visto que, se feita da forma errada, todo o trâmite do documento pode ser comprometido. Deve- se esquecer a idéia de que basta inserir dados e números num sistema, que todos os problemas serão resolvidos. A própria conscientização dos funcionários, no sentido de que, se organizados e devidamente registrados, as tarefas que necessitam do uso de documentos se tornarão mais fáceis para todos que venham a executá-las., proporcionado assim um melhor rendimento de todo o pessoal. Portanto, fica claro que o protocolo pode ser uma saída para os problemas mais comuns de tramitação documental, desde que utilizado da forma correta. Do contrário, a implantação deste sistema pode ocasionar outros problemas, talvez de cunho ainda maior. AVALIAÇÃO E GESTÃO DE DOCUMENTOS E INFOR- MAÇÕES O termo “gestão de documentos” ou “administração de documentos” é uma tradução do termo inglês “records mana- gement”. O primeiro é originário da expressão franco- canadense gestion de documents e o segundo é uma versão iberoamericana do conceito inglês. Entre essas duas varian- tes, o primeiro parece ser o mais difundido entre nós. O Dicionário de Terminologia Arquivística editado pelo Conselho Internacional de Arquivos em 1984 define gestão de documentos como um aspecto da administraçãogeral rela- cionado com a busca de economia e eficácia na produção, manutenção, uso e destinação final dos documentos. O Dicionário de Terminologia Arquivística, publicado em São Paulo em 1990 e reeditado em 1996, conceitua ges- tão de documentos como um “conjunto de medidas e rotinas visando a racionalização e eficiência na criação, tramitação, classificação, uso primário e avaliação de arquivos”. No âmbito da legislação federal, “considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações refe- rentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquiva- mento em fase corrente e intermediária, visando a sua elimi- nação ou recolhimento para guarda permanente” . RACIONALIZAÇÃO, EFICIÊNCIA, PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA GESTÃO DE DOCUMENTOS Conjunto de medidas e rotinas que garante o efetivo con- trole de todos os documentos de qualquer idade desde sua produção até sua destinação final (eliminação ou guarda permanente), com vistas à racionalização e eficiência admi- nistrativas, bem como à preservação do patrimônio documen- tal de interesse histórico-cultural. A gestão pressupõe, portanto, uma intervenção no ciclo de vida dos documentos desde sua produção até serem elimina- dos ou recolhidos para guarda definitiva. Nesse sentido, um programa geral de gestão compreende todas as atividades inerentes às idades corrente e intermediária de arquivamento, o que garante um efetivo controle da produção documental nos arquivos correntes (valor administrativo/vigência), das transferências aos arquivos centrais/intermediários (local onde os documentos geralmente aguardam longos prazos precau- cionais), do processamento das eliminações e recolhimentos ao arquivo permanente (valor histórico-cultural). São de fácil reconhecimento, assim, os três momentos da gestão, não necessariamente consecutivos: 1. Produção dos documentos: inclui a elaboração de formulários, implantação de sistemas de organização da in- formação, aplicação de novas tecnologias aos procedimentos administrativos. 2. Manutenção e uso: implantação de sistemas de ar- quivo, seleção dos sistemas de reprodução, automatização do acesso, mobiliário, materiais, local. 3. Destinação final dos documentos: programa de avaliação que garanta a proteção dos conjuntos documentais de valor permanente e a eliminação de documentos rotineiros e desprovidos de valor probatório e informativo. A avaliação de documentos de arquivo é uma etapa deci- siva no processo de implantação de políticas de gestão de documentos, tanto nas instituições públicas quanto nas em- presas privadas. Mas, o que significa avaliar documentos? Para o administrador, que está com seus depósitos abarrota- dos de documentos, sem dúvida, a avaliação sugere uma eliminação imediata de papel, com vistas à liberação de espa- ço físico. No entanto, se o processo de avaliação não for efetivamente implantado através das Tabelas de Temporali- dade, não tardará muito para que a produção e acumulação desordenadas preencham novamente todos os espaços dis- poníveis. Trabalho interdisciplinar que consiste em identificar valo- res para os documentos (imediato e mediato) e analisar seu ciclo de vida, com vistas a estabelecer prazos para sua guar- da ou eliminação, contribuindo para a racionalização dos arquivos e eficiência administrativa, bem como para a preser- vação do patrimônio documental. A avaliação consiste fundamentalmente em identificar va- lores e definir prazos de guarda para os documentos de ar- quivo, independentemente de seu suporte ser o papel, o filme, a fita magnética, o disquete, o disco ótico ou qualquer outro. A avaliação deverá ser realizada no momento da produ- ção, paralelamente ao trabalho de classificação, para evitar a acumulação desordenada, segundo critérios temáticos, numé- ricos ou cronológicos. Esse é o grande problema no momento de avaliar massas documentais acumuladas nos arquivos APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Arquivologia A Opção Certa Para a Sua Realização 10 centrais ou intermediários, especialmente nos do serviço público. O critério de arquivamento dos processos administra- tivos ainda é o sequencial numérico/cronológico, de acordo com o número recebido no protocolo, no momento da autua- ção. Essa prática resulta na mescla de documentos gerados no exercício de funções diversas, o que dificulta a recupera- ção do contexto original de produção. A avaliação de docu- mentos arquivados em sequência numérica implica basica- mente a análise de documento por documento, o que é bas- tante trabalhoso em face da massa documental acumulada com o decorrer do tempo. É frequente, por isso, a eliminação sem critério ou, o que é igualmente grave, a reprodução do acervo em outros suportes, sem a prévia identificação e avali- ação dos conjuntos documentais. O que interessa, nessa visão imediatista, é a liberação de espaços. Esse procedimento pode representar um investimento inú- til quando incidir sobre documentos rotineiros, repetitivos, desprovidos de valor informativo, probatório ou cultural, que poderiam ser eliminados, conservando-se deles apenas pe- quenas amostragens. CONCEITO DE CONSERVAÇÃO E RESTAURA- ÇÃO Dentro de uma biblioteca, arquivo ou museu duas seções devem ser enfocadas: a de conservação e a de restauração. 1 - Conservação - é um conceito amplo e pode ser pen- sado como termo que abrange pelo menos três (3) ideias: preservação, proteção e manutenção. Conservar bens culturais (livros, documentos, objetos de arte, etc) é defendê-lo da ação dos agentes físicos, químicos e biológicos que os atacam. O principal objetivo portanto da conservação é o de esten- der a vida útil dos materiais, dando aos mesmos o tratamento correto. Para isso é necessário permanente fiscalização das condições ambientais, manuseio e armazenamento. A preservação ocupa-se diretamente com o patrimônio cultu- ral consistindo na conservação desses patrimônios em seus estados atuais. Por isso, devem ser impedidos quaisquer danos e destruição causadas pela umidade, por agentes químicos e por todos os tipos de pragas e de microorganismo. A manutenção, a limpeza periódica é a base da prevenção. 2 - Conservação Preventiva (Restauração) - tem por ob- jetivo revitalizar a concepção original, ou seja, a legibilidade do objeto. A restauração é uma atividade que exige dos pro- fissionais grande habilidade, paciência, amor à arte, pois nesta seção se praticam verdadeiras intervenções cirúrgicas com os bens culturais, "a restauração é quase uma neurose da perfeição, em que o mais ou menos não existe" como disse certa vez a restauradora Marilka Mendes. Em uma restauração nenhum fator pode ser negligencia- do, é preciso levantar a história, revelar a tecnologia empre- gada na fabricação ou a técnica de impressão utilizada e traçar um plano de acondicionamento do objeto restaurado de modo que não volte a sofrer efeitos de deterioração do futuro. Como sabemos são poucos os técnicos ligados a esta á- rea e leva anos para formar um bom restaurador, por estes fatores podemos dizer que é melhor: Conservar e preservar para não restaurar" AGENTES EXTERIORES QUE DANIFICAM OS DOCU- MENTOS 1. FÍSICOS Luminosidade - a luz é um dos fatores mais agravantes no processo de degradação dos materiais bibliográficos. Temperatura - o papel se deteriora com o tempo mesmo que as condições de conservação sejam boas. O papel fica com sua cor original alterada e se torna frágil e isto se chama envelhecimento natural. Umidade - o excesso de umidade estraga muito mais o papel que a deficiência de água 2. QUÍMICOS Acidez do Papel - Os papéis brasileiros apresentam um índicede acidez elevado (pH 5 em média) e portanto uma permanência duvidosa. Somemos ao elevado índice de aci- dez, o efeito das altas temperaturas predominante nos países tropicais e subtropicais e uma variação da umidade relativa, teremos um quadro bastante desfavorável na conservação de documentos em papel. Dentre as causas de degradação do papel, podemos citar as de origem intrínseca e as de origem extrínsecas. Poluição Atmosférica - A celulose é atacada pelos áci- dos, ainda que nas condições de conservação mais favorá- veis. A poluição atmosférica é uma das principais causas da degradação química. Tintas - a tinta é um dos compostos mais importantes na documentação. Foi e é usada para escrever em papéis, per- gaminhos e materiais similares, desde que o homem sentiu necessidade de registrar seu avanço técnico e cultural, e é ainda indispensável para a criação de registros e para ativida- des relacionadas aos interesses de vida diária. 3. BIOLÓGICOS Insetos - o ataque de insetos tem provocado graves da- nos a arquivos e bibliotecas, destruindo coleções e documen- tos preciosos. Os principais insetos são: Anobiídeos (brocas ou carunchos) Thysanura (traça) Blatta orientalis (barata) Fungos - atuam decompondo a celulose, grande parte de- les produzem pigmentos que mancham o papel. Roedores - A luta contra ratos é mais difícil que a prevenção contra os insetos. Eles podem provocar desgastes de até 20% do total do documento. 4. AMBIENTAIS Ventilação - é um outro fator a considerar como elemento que favorece o desenvolvimento dos agentes biológicos, quando há pouca aeração. Poeira - um outro fator que pode favorecer o desenvolvi- mento dos agentes biológicos sobre os materiais gráficos, é a presença de pó. 5. HUMANOS O Homem, ao lado dos insetos e microrganis- mos é um outro inimigo dos livros e docu- mentos, embora devêssemos imaginar que ele seria ser o mais cuidadoso guardião dos mesmos. Gestão documental A gestão documental ou gestão de documentos é um ramo da arquivística responsável pela administração de documentos nas fases corrente e intermediária (primeira e segunda idade). Em termos informáticos, a Gestão Documental é uma solução de arquivo, organização e consulta de documentos em formato eletrônico onde existe toda a informação de natureza documental trocada entre os utilizadores da aplicação. Esta solução permite a colaboração numa organização através da partilha de documentos, beneficia e APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Arquivologia A Opção Certa Para a Sua Realização 11 facilita os processos de negócio de uma empresa. A Gestão Documental integrada com outras soluções, como por exemplo, a digitalização, fax e email permitem gerir toda a informação não estruturada (documentos) importante da organização. Num processo de gestão documental o seu inicio é quando há a recepção do documento em que este passa pela fase de desmaterialização, ou seja, digitalização do documento geralmente em formato papel para um formato eletrônico. Numa segunda fase os documentos em formato eletrônico são submetidos a uma classificação, de seguida há uma definição dos vários estádios do ciclo de vida do documento ao longo da sua existência, como por exemplo, a publicação, aprovação, distribuição, reencaminhamento e desactualizado (destruído). Por último, este processo disponibiliza ao utilizador um método de localização eficaz semelhante a um browser, por exemplo, o Google. Vantagens na sua utilização As empresas que investem pela solução Gestão Documental conseguem um retorno elevado pois reduzem a quantidade de documentos em papel, há um ganho na produtividade devido a uma uniformização dos processos e facilitando a implementação de normas de qualidade. As vantagens na sua utilização são as seguintes: Redução do custo do número de cópias, aumento de produtividade na procura, no re-encaminhamento de documentos e redução do espaço de arquivo; Gestão de Informação Integrada é conseguida a partir da consolidação transparente dos documentos eletrônicos (originados pela aplicações Office) e de documentos com origem em papel; Uniformização de Processos de reencaminhamento, aprovação, arquivo e eliminação dos documentos, mantendo o histórico de versões dos documentos; Digitalização dos documentos; Descentralização do espaço físico, isto é, os documentos e processos estão sempre disponíveis, independente do local onde o utilizador aceda aplicação; Com o auxilio de um browser a pesquisa da informação dos documentos está facilitada e rápida; Formação de um Backup que permite a recuperação da informação em caso de incêndio ou inundação do seu arquivo físico; As soluções de Gestão Documental têm mecanismos de controlo de acessos e segurança protegendo os seus documentos de acessos não autorizados. Casos de aplicação A Gestão Documental quer seja eletrônica ou em arquivo de papel está presente em todas as organizações. As soluções de Gestão Documental aplicam-se a um conjunto alargados de áreas funcionais: Administrativa e Financeira (documentos financeiros) Qualidade (normas, procedimentos, auditorias e fichas de não conformidade) Produção (desenho técnicos, normas e procedimentos operacionais e controlo de produção) Jurídica (contratos, propostas, concursos públicos e cadernos de encargos) Serviços a Cliente (informações, apóiam técnico e documentos de Cliente) Marketing (estudos de mercado, brochuras e especificações de produtos) Desenvolvimento (memórias descritivas, pesquisa e desenvolvimento) Recursos Humanos (contratos de pessoal, fichas técnicas e regulamento) AUTOMAÇÃO O novo mundo dos arquivos – automação .James M. Turner – U. de Montreal Introdução Para bem se entender a problemática atual dos arquivos, é preciso compreender o século XX sob o ponto de vista da extraordinária rapidez da evolução tecnológica. É suficiente lembrar que diversos atores, cada um tendo uma influência profunda sobre a sociedade humana, se instalaram no cenário tecnológico durante esse período: por exemplo, a eletricidade, o rádio, o telefone, o automóvel, o cinema, a máquina de escrever, para nomear somente alguns. A partir da Segunda Guerra Mundial, assiste-se à chegada da fotocopiadora, a eletrônica, a televisão, os satélites, e sobretudo os computa- dores. A partir da década de 1970, a telemática, ou seja, o computador conectado a outros computadores via linhas telefônicas, mudou profundamente as possibilidades de co- municação de documentos. Desde 1990, a Internet e a World Wide Web não cessam de nos espantar por causa do desen- volvimento quase cotidiano de novas possibilidades de intera- ção no mundo da informação. Depois de muitos anos, a disciplina de arquivística conhe- ceu desenvolvimentos importantes no estabelecimento da teoria, nas técnicas de organização e nos métodos de traba- lho. Constata-se, entretanto, que apesar de nossa disciplina ainda não estar estabilizada definitivamente, desde já é preci- so rever seus fundamentos teóricos e estabelecer um novo paradigma para a disciplina em função das novas tecnologias da informação. É útil observar nesse contexto que não há nada de novo. Pode-se constatar que são sempre as mudanças tecnológicas que determinam a maneira de se realizar nosso trabalho de organização da informação. O surgimento de novas e impor- tantes tecnologias no campo da informação, como nos casos do papel e da prensa de Gutenberg, causaram também mu- danças fundamentais nos métodos de trabalho das pessoas que geravam a informação no momento desses desenvolvi-mentos e pelos séculos seguintes. Essas tecnologias também mudaram profundamente a sociedade em seu conjunto. Nós que vivemos sobre a terra nesse momento somos testemu- nhas de desenvolvimentos que se desenrolam a uma veloci- dade impressionante. Histórico recente Durante os anos de 1960 assiste-se à implantação de computadores nos governos e corporações mais importantes. Muito caros, esses aparelhos são sensíveis à temperatura e precisam ser instalados nos locais talhados sob medida e com acesso controlado. Os computadores não são muito “inteli- gentes”, mas o que interessa é que podem calcular com muita rapidez. Somente hoje os computadores começam a ser ca- pazes de tratar de atividades mais “inteligentes”. Ao mesmo tempo, as organizações de menor tamanho buscam a máquina de escrever elétrica, que se espalha du- rante os anos de 1960 e 1970. Por volta do fim dos anos de 1970 assiste-se à chegada de aparelhos dedicados ao trata- mento de textos. Ainda uma vez, os preços são tão elevados que somente as organizações bastante importantes têm con- dições de usar essas máquinas. Ao mesmo tempo, as máqui- nas de escrever eletrônicas chegam ao mercado, mas sua utilização não se torna muito difundida em razão da chegada quase simultânea dos microcomputadores. APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Arquivologia A Opção Certa Para a Sua Realização 12 O aparecimento dos microcomputadores em 1980 muda radicalmente o quadro tecnológico. O computador pessoal custa menos que um automóvel. Hoje um computador custa muito menos que um carro e é capaz de executar as impor- tantes operações que os grandes computadores do tipo main- frame não realizavam nos anos de 1960 e 1970. O novo am- biente, que se instala rapidamente, cria um problema de esca- la para os aparelhos administrativos, que se vêem impossibili- tados de seguir tantos desenvolvimentos. Por exemplo, a política do NARA ( National Archives and Records Administration, nos Estados Unidos) sobre os arqui- vos ordinolingues está tão mal estabelecida (aproximadamen- te 25 anos após o começo da informatização), que a chegada da microinformática nos obriga a interrogar sobre a pertinên- cia dessa política (Bergeron 1992,54). Aliás, os exemplos de perdas de arquivos eletrônicos im- portantes se multiplicam: os dados do recenseamento ameri- cano de 1960, a primeira mensagem de correio eletrônico em 1964, os dados sobre as florestas do Brasil capturadas por satélite nos anos de 1970, os dados da NASA, e assim por diante. Os exemplos americanos são característicos da situa- ção por toda parte do mundo. A situação hoje Atualmente a capacidade dos computadores muda de modo radical e muito velozmente, abalando assim os funda- mentos teóricos do arquivismo. Nós transferimos para o am- biente informatizado as políticas desenvolvidas para os do- cumentos sobre papel, mas a complexificação das tecnologias e a influência dessas últimas sobre nossos métodos de traba- lho foram de tal ordem que essas políticas não são mais sufi- cientes. O documento eletrônico tornou-se um conjunto de relações ou de trechos de informação, podendo residir em diferentes arquivos (Bergeron 1992, 53). Por exemplo, o rela- tório anual de uma companhia pode consistir em arquivos de texto, cada um redigido por uma pessoa diferente, empregan- do um processador textual diferente num ambiente informático diverso. Pode-se encontrar na relação das fotos e outros gráficos criados com outros sistemas operacionais, assim como os quadros estatísticos criados com diferentes sistemas operacionais, e ainda gráficos gerados por outros sistemas, tudo reunido em um documento eletrônico colocado em pági- na para a impressão sobre papel ainda por outro sistema operacional, e ainda com uma versão diversa para ser insta- lada no Web. O leitor recebe um simples documento em pa- pel, mas o arquivista responsável pelo documento eletrônico deve pensar a organização para a armazenagem, a marcação e a preservação de todos esses arquivos, bem como a rela- ção entre eles. Outro problema de capacidade: não se pode mais conser- var a informação apenas em formato linear. O hipertexto e as ligações hipertextuais e hipermidiáticas, assim como as estru- turas relacionais das bases de dados, acrescentam uma outra dimensão e complexificam mais o problema. Por outro lado, a chegada dos arquivos multimídia torna mais complexos do que nunca os arquivos eletrônicos (Bergeron 1992,53). Outros fatores importantes que contribuem para as mu- danças fundamentais nas teorias e nas práticas, quando se trabalha com os documentos eletrônicos, são a dependência diante da mídia e dos aparelhos, a impossibilidade de entre- vistar os aparelhos, a volatilidade da informação, sua segu- rança e sua integridade, e a proliferação de formatos proprie- tários, de sistemas de exploração, de sistemas operacionais, de versões desses sistemas operacionais, bem como o preço do desenvolvimento de tudo isso. Breve, no espaço de trinta anos, a natureza da matéria de que tratam os arquivistas terá mudado radicalmente. Deve-se já distinguir o conceito de suporte daquele de informação. Antes, como a informação estava sempre integrada ao supor- te, tratavam-se os dois ao mesmo tempo e pensavam-se nos dois como sendo uma coisa só: um documento. Para adaptar a expressão de Negroponte (1995), antes tratavam-se dos átomos, hoje tratam-se dos bits. Questões atuais Para os fins de nossa apresentação hoje, dividimos as questões em cinco categorias: os documentos e seus supor- tes, a interconectividade, a normalização, a conversão e a preservação. Os documentos e seus suportes: A tendência para a numerização faz com que quase a totalidade dos ar- quivos seja já criado em formato informático. É claro, pode-se encontrar exceções; entretanto, essa tendência é clara. Ora, o antigo papel pode durar milhares de anos, mesmo em más condições. Pode-se maltratá-lo e mesmo assim ler facilmente o texto que está relatado sobre o papel. Ao contrário, os su- portes eletrônicos são muito instáveis, mesmo nas melhores condições. A duração dos suportes eletrônicos é suficiente para muitas situações, é claro, mas pouca para a conserva- ção a longo prazo dos arquivos. O problema é tributário do fato de que nossa tendência é adotar, para fins de gestão da informação, as tecnologias criadas para outros fins. Para conjugar-se ao problema da longevidade dos supor- tes, tem-se recorrido ao repiquage. Periodicamente, copia-se o sinal eletrônico sobre um suporte novo a fim de assegurar sua sobrevida. Todavia, hoje, os desenvolvimentos tecnológi- cos estão de tal forma rápidos, que esta prática não é mais suficiente. Agora a mudança que precisa ser vista é a "migra- ção", ou seja, a prática não somente de copiar um documento eletrônico antigo sobre um suporte novo, mas também de o converter a uma versão mais recente do sistema operacional empregado para o conceber, ou ainda em um outro sistema operacional mais normalizado e capaz de o ler, a fim de asse- gurar sua consultabilidade a longo prazo. A interconectividade, representada atualmente pela Inter- net e pelo Word Wibe Web, acrescenta uma dimensão nova à problemática. Não somente pode-se conectar dois computa- dores via rede telefônica, mas vê-se hoje redes inteiras de computadores interligadas em uma vasta super-rede em es- cala mundial. Vê-se nesse contexto do desenvolvimento da Infovia, numerosas vantagens para os depósitos dos arquivos: por exemplo, a visibilidade, a difusão ampla das fontes, a facilidade de consulta pelos usuários, a possibilidade do tele- trabalho para os arquivistas. Mas até onde deveria ir esta presença? Dever-se-ia contentar
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