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Lei 8112/90 | Aula Grátis Completa de Direito Administrativo

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Lei 8112/90 | Aula Grátis Completa de Direito Administrativo 
Estratégia Concursos 
 
1. Abrangência 
• A Lei 8.112/1990 institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das 
autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais. Ou seja, não 
se aplica a entidades de Direito Privado. A lei regula o âmbito federal. 
 
• O Regime Jurídico deverá ser único, por força do art. 39, CF/88. A União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único 
e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das 
fundações públicas. O regime, no caso da Lei 8.112/90, é o estatutário. Assim, deve valer para 
a Administração Direta, para as autarquias federais e fundações públicas (de direito público) 
federais o regime estatutário quanto a seus servidores. 
 
• Os ocupantes de cargo público podem ser por: provimento efetivo (quando aprovados em 
concurso público) ou por provimento em comissão (por livre nomeação e exoneração como em 
cargos de chefia, diretoria, assessoramento). A Lei 8.112 alcança tanto aqueles ocupantes de 
cargo público quanto aqueles que ocupam cargo em comissão. A diferença pode residir no 
regime de previdência, mas, quanto à abrangência da Lei 8.112 para ambos não há dúvidas. 
Os ocupantes em cargo efetivo se submetem ao art. 40, CF/88, para fins de previdência 
(RPPS), enquanto os ocupantes em cargos de comissão, se exclusivamente exercem-no, se 
submete ao RGPS. 
 
• “Servidor Estatutário” é aquele que se submete a um estatuto, neste caso, a referida Lei. Por 
isso, diz-se que a Lei 8.112/90 é o estatuto dos servidores públicos. 
 
• Art. 2.º “Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público”. 
Portanto, sempre que a Lei se referir ao termo servidor, estará se referindo à pessoa investida 
em cargo público que mantém vínculo estatutário (e não contratual) com a administração. 
Diferente do empregado público que possui um vínculo contratual com a administração. 
• Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura 
organizacional que devem ser cometidas a um servidor (art. 3.º) 
Apesar de a Lei prever isso de forma geral cada cargo tem uma regulação específica de suas 
atribuições, dentro de outra Lei. 
 
• Os cargos públicos são acessíveis a todos os brasileiros, tanto para provimento em caráter 
efetivo quanto em comissão. Os estrangeiros também podem ocupá-los desde que atendam 
aos requisitos de lei específica, de acordo com mandamento constitucional (art. 37, I). 
 
• A Lei 8.112 NÃO se aplica aos militares, temporários (possuem vínculo contratual de direito 
público especial) e empregados públicos (que são regidos pela CLT). 
 
2. Investidura em Cargo Público 
• O art. 5º lista os requisitos básicos, mínimos, para investidura em cargo público. São eles: a 
nacionalidade brasileira (nato ou naturalizado), o gozo dos direitos políticos, a quitação com as 
obrigações militares e eleitorais, o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo, a 
idade mínima de dezoito anos, aptidão física e mental. 
 
• Pode ser que a Lei estabeleça outros requisitos, além destes listados neste dispositivo (como 
preceitua o art. 5º, §1.º). Não pode estar apenas previsto no Edital, mas, na lei. 
Súmula 14, STF. Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, 
inscrição em concurso para cargo público. 
Ato administrativo, neste caso, pode ser lido como Edital. Apenas por lei. Na mesma medida: 
Súmula Vinculante 44. Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de 
candidato a cargo público. 
 
• As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover 
seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e 
os procedimentos desta Lei. 
 
• Apesar de não ter sido comentado na vídeo-aula, o §2.º do art. 5º costuma ser cobrado pelas 
bancas. 
“Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso 
público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que 
são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas 
oferecidas no concurso”. 
 
2.1 Modalidades de Provimento 
• As modalidades de provimento trazem o modo de ingresso na Administração Pública. 
 
2.1.1 Nomeação 
• A nomeação é a única forma de provimento originário. Uma vez ingressando no cargo público 
pode ser que o indivíduo tenha o provimento derivado, que pode ser vertical com a promoção, 
horizontal com a readaptação e por reingresso com a reversão, aproveitamento, reintegração e 
recondução. 
 
• Nomeação (art. 9º). É a designação originária, inicial, para ocupar um cargo público. A 
nomeação, para cargo de provimento efetivo, exige prévia aprovação em concurso público. Em 
se tratando de cargo em comissão a nomeação serve para o indivíduo ocupar um cargo com 
livre nomeação e exoneração nas hipóteses admitidas pela CF/88. 
 
• A nomeação é uma das formas de provimento, no entanto, a investidura no cargo ocorrerá 
com a POSSE (art. 7º). No momento da nomeação o indivíduo ainda não é servidor público. Ele 
só se tornará um servidor público a partir da posse. 
 
• A nomeação é um ato administrativo unilateral que pode ser praticado apenas pela 
Administração, conferindo ao indivíduo direito de tomar posse no prazo legal e, após isso, 
efetivamente ocupar o cargo. 
 
• A posse representa a investidura no cargo público. Quando nomeado o indivíduo pode ou não 
ir até a Administração para posse. Caso for, receberá e assinará o termo de posse, assumindo 
a partir de então as responsabilidades, deveres e direitos do cargo. Tal ato pode ocorrer por 
meio de procuração específica (art. 13, §3.º), embora seja personalíssima. 
 
• A nomeação é o ato administrativo pelo qual se convoca a pessoa para tomar posse e entrar 
em exercício no cargo. Por outro lado, a posse é a aceitação formal, por parte do nomeado, 
das atribuições e responsabilidades de seu cargo. A partir da posse o nomeado torna-se 
servidor público. A posse só ocorre no provimento por nomeação. 
 
• A posse exige a declaração de bens e valores. A Lei 8.429/1992 também exige a 
apresentação da declaração de bens e rendas, determinando ainda que ela seja atualizada 
anualmente, sob pena de demissão. 
 
• Exige realização de inspeção médica, pois, o indivíduo deve estar apto físico e mentalmente 
para o exercício do cargo (art. 14, parágrafo único). 
 
▪ O prazo para o nomeado tomar posse é de 30 dias, contados da nomeação (ato de 
provimento), salvo nas seguintes situações, em que tal prazo ficará suspenso, até o término do 
impedimento (art. 81). 
• Caso não tome posse no prazo legal, a nomeação (ato de provimento) é tornada sem efeito 
(não confundir com exoneração). 
 
• Exercício o é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de 
confiança (art. 15). 
 
• O prazo para o exercício do cargo é de 15 dias CORRIDOS contados da data da posse. 
Lembre-se de diferenciar cargo de função de confiança. Se o indivíduo é designado para 
função de cargo de confiança, o exercício coincidirá com a data de publicação do ato. Se 
estiver impedido ou afastado, recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento, não 
excedendo 30 dias (art. 15, §4.º). 
 
• O exercício de função de cargo de confiança NÃO é provimento, mas, a designação de certas 
atribuições a um servidor que já tomou posse em um cargo. 
 
• Início, suspensão, interrupção e reinício do exercício serão registrados no assentamento 
individual do servidor (art. 16). 
 
 
 
2.1.2 Provimentos Derivados 
A) Promoção 
• O provimento derivado porpromoção é disciplinado, em geral, pela lei que regulamenta o 
cargo. A Lei 8.112 é genérica quanto a este tópico. 
 
• Segundo a Lei 8.112, a promoção é uma forma de provimento vertical pela qual o servidor 
“sobe” na carreira (art. 17). Sempre que um servidor recebe uma promoção é como se fosse 
um novo cargo. O provimento derivado por promoção é o ingresso em um novo cargo. 
 
• A promoção não interrompe o tempo de exercício. Interromper = zerar. Se o indivíduo possui 
5 anos de tempo de exercício em determinada classe e é promovido para outra; o período de 5 
anos de exercício não será zerado. O continuará a contar o tempo de serviço na próxima 
classe (art. 17) – o dispositivo cai bastante nas questões. 
 
B) Readaptação 
• O provimento horizontal é aquele no qual o servidor troca de cargo em virtude de limitação da 
capacidade física e mental. Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será 
aposentado. A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a 
habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de 
inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a 
ocorrência de vaga (art. 24). 
 
C) Reversão 
• É o retorno de servidor aposentado. Pode acontecer: de ofício, quando o servidor foi 
aposentado por invalidez e a junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da 
aposentadoria (art. 25, I). A reversão do inciso I também é chamada de reversão compulsória. 
E também no interesse da administração, a chamada reversão a pedido, desde que 
preenchidos alguns requisitos (art. 25, II), quais sejam I) tenha solicitado a reversão; II) a 
aposentadoria tenha sido voluntária; III) estável quando na atividade; IV) a aposentadoria tenha 
ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação (se está aposentado a 10 anos, por exemplo, 
não pode voltar por reversão a pedido – de ofício pode); e V) haja cargo vago. 
 
• E qual o limite de idade? 70 ou 75 anos? Cuidado para não confundir. Existem duas 
situações. A aposentadoria compulsória ocorre com 75 anos (art. 40, II, CF/88). A idade de 70 
anos é o limite para reversão a pedido e na de ofício. 
 
 
C) Reintegração (art. 28) 
• É o retorno ao cargo por invalidação da demissão. Invalidação = anulação. Em virtude de uma 
ilegalidade no ato demissório do servidor. Por exemplo, ao demitir o servidor a autoridade 
alegou abandono de cargo por 30 dias de faltas consecutivas ao serviço. Porém, no âmbito 
judicial ou administrativo o servidor consegue provar o contrário. Assim sendo, não há respaldo 
para a demissão, tornando-se o ato demissório nulo e irá retornar ao serviço por meio da 
reintegração. Reintegra a pessoa que foi ilegalmente demitida. A própria administração ou o 
judiciário pode anular esse ato. Afinal, a administração tem o poder de autotutela e nenhuma 
ameaça ou lesão a direito será afastada da apreciação do judiciário. 
 
• Na reintegração o servidor tem direito de receber todas as suas vantagens, isto é, tudo que 
deveria ter recebido e não recebeu por conta do ato demissório. Por exemplo, se ficou 6 meses 
sem trabalhar terá direito a remuneração por esse tempo, esse lapso será inclusive adicionado 
ao seu tempo de exercício, dentre outras vantagens que deveria ter obtido e não obteve em 
face da demissão. A nulidade tem efeitos retroativos neste caso (ex tunc). Se ele tinha direito 
de ser promovido e não o foi pela demissão, ele fará jus a isso também. 
 
• Se no meio tempo entre a demissão e o retorno do servidor por reintegração o cargo foi 
extinto o servidor será posto em disponibilidade. (O mesmo ocorre se ele estivesse ocupando o 
cargo e o cargo foi extinto. Se ele não foi redistribuído para outro, ele iria também para a 
disponibilidade). 
 
• Se o cargo estiver ocupado, o eventual ocupante, se estável, será reconduzido, aproveitado 
ou posto em disponibilidade. PORÉM, se não estável não há resposta. 
 
• A reintegração aplica-se ao servidor estável, segundo a Lei 8.112 em seu art. 28. E se no 
momento da demissão o servidor não era estável? O servidor ainda poderá voltar a ser cargo, 
se foi demitido ilegalmente, porém, o único detalhe é que o nome disso não será reintegração. 
Vai ser simplesmente o retorno do servidor porque a reintegração só se aplica aos servidores 
estáveis. 
 
D) Recondução (art. 29) 
• É a volta ao cargo por: não aprovação ou desistência no estágio probatório de outro cargo ou 
reintegração do anterior ocupante. 
 
• O estágio probatório não se confunde com a estabilidade. O estágio probatório serve para 
verificar sua aptidão para o cargo público; a estabilidade é o direito de permanência do servidor 
na administração pública que só pode ser violado em situações específicas. Para cada cargo 
público que o servidor passar e entrar em exercício terá que se submeter a um novo estágio 
probatório, independentemente de já ter adquirido a estabilidade em outro cargo. O servidor, no 
novo cargo, será estável (se já tiver adquirido estabilidade no cargo anterior), mas, terá que 
passar por novo estágio probatório. 
 
• A recondução pode acontecer pela reprovação no estágio probatório de outro cargo. Por 
exemplo, um servidor era técnico judiciário e prestou concurso, foi nomeado, tomou posse e 
entrou em exercício no cargo de analista judiciário. Porém, não atendeu os requisitos do 
estágio probatório ou não gostou do cargo e desistiu do estágio probatório (a situação da 
desistência é apenas jurisprudencial, não há na lei esta previsão) e quer voltar para o anterior. 
Nesta hipótese, o servidor será reconduzido. No caso da desistência ela só pode ocorrer 
DURANTE o período de estágio probatório (3 anos para pedir a recondução). 
 
• Reintegração do anterior ocupante. Se Pedro ocupava o cargo de João que foi demitido 
ilegalmente e João é reintegrado, Pedro será reconduzido a seu cargo anterior. 
 
• Todas as formas de recondução se aplicam apenas ao servidor estável. 
 
E) Aproveitamento (arts. 30 a 32) 
• É o retorno do servidor em disponibilidade. A disponibilidade vai ocorrer quando o cargo for 
extinto/desnecessário ou reintegração do anterior ocupante. 
 
• Se o servidor não entrar em exercício será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a 
disponibilidade (art. 32). 
 
 
 
2.2 Estágio Probatório (art. 20) 
• É o período em que o servidor ficará em avaliação para que a Administração constate se ele 
possui aptidão, ou não, para desempenho do cargo. Para cada cargo que o servidor ocupa ele 
deverá passar por um novo Estágio Probatório isso porque os cargos exigem aptidões, 
habilidades diferentes. É, em suma, o período em que são examinadas a aptidão e a 
capacidade do servidor para o exercício do cargo efetivo. 
 
• Os aspectos examinados durante o estágio probatório são: assiduidade, disciplina, 
capacidade de iniciativa, produtividade, responsabilidade (decorar). Existem vários 
mnemônicos para tanto como P.(produtividade) A. (assiduidade) D. (disciplina) R. E. 
(responsabilidade) de capa (capacidade de iniciativa). PADRE DE CAPA. 
 
• O prazo de estágio probatório é de 3 (três) anos. O prazo de 24 meses da Lei 8.112 é 
inconstitucional. Decidiu-se, então, por colocar o prazo do estágio probatório igual ao prazo da 
estabilidade de 3 anos ou 36 meses, previsto na CF/88, art. 41. Apesar disso, são coisas 
distintas. A estabilidade se adquire somente uma vez e se refere ao serviço público, enquanto 
que o estágio probatório diz respeito ao cargo ocupado. 
 
• A estabilidade assegura a recondução do servidor a seu cargo anterior, caso não seja 
aprovado no estágio probatório de um eventual novo cargo que ingresse. 
 
• O servidor em estágio probatório pode exercer função de confiança (diretoria, 
assessoramento, chefia) no órgão de lotação. 
 
• O servidor em estágio probatório somente pode ser cedido para outro órgão, se for cargo denatureza especial ou DAS 4, 5, 6 ou equivalentes (são cargos elevados no âmbito da 
administração). 
 
• O servidor em estágio probatório não tem direito a: 
Licença capacitação 
Licença para tratar de assuntos particulares 
Licença para o desempenho de mandato classista 
Afastamento para participar de pós-graduação 
 
• Todas as outras licenças, que não mencionadas no tópico anterior, o servidor terá direito. 
 
• O estágio ficará suspenso (art. 20, §5.º) no caso de: Licença por doença em pessoa da 
família, Licença pelo afastamento do cônjuge, Licença para atividade política, Afastamento para 
participar em curso de formação, afastamento para servidor em organismo internacional. 
 
• Em caso de reprovação o servidor (art. 20, §2.º): 
Não estável = será exonerado. 
A exoneração por reprovação não é punição, nem sanção disciplinar, é apenas a administração 
dizendo que o servidor não tem aptidão para aquele cargo, podendo sempre tentar outro 
concurso. Não obstante, o servidor terá a ampla defesa e o contraditório para demonstrar, 
eventualmente, que tem aptidão. 
Estável = será reconduzido ao cargo anterior 
 
3. Deslocamentos 
3.1 Remoção 
• É o deslocamento do servidor para outra unidade, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem 
mudança de sede. O servidor continuará a ocupar o mesmo cargo, porém o exercerá em outra 
unidade, ainda que na mesma cidade. 
 
• A remoção pode se dar de ofício ou a pedido. 
A) De ofício 
• A remoção de ofício ocorre exclusivamente no interesse da Administração. Por exemplo, se 
ela estiver precisando de mais servidores em uma unidade. A Administração não pode fazer 
esse tipo de remoção como forma de punição (seria desvio de finalidade) 
 
• O ato de remoção de ofício deve, portanto, ser motivado (expor os motivos para realização 
desse ato). E gera o direito de ajuda de custo para custear as despesas de instalação desde 
que haja mudança de sede (cidade). 
 
• A administração arcará, ainda, com as despesas de transporte do servidor e sua família, 
compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais. 
 
B) A pedido. Pode ser de dois modos: a critério da Administração e independentemente do 
interesse da Administração 
• A critério da Administração: neste caso o servidor não tem nenhum direito subjetivo a 
remoção, mas, apenas está pedindo para a Administração que ela ocorra. A Administração, 
neste caso, a critério do interesse público e não pessoal do servidor, irá deferir ou não. Se for 
indeferido isso não é nenhum prejuízo ao servidor. 
 
• A modalidade de remoção a pedido, independentemente do interesse da Administração, deve 
necessariamente acontecer para outra localidade, com mudança de sede. E, preenchido esse 
requisito, pode acontecer para que o servidor possa acompanhar cônjuge ou companheiro, 
também servidor (pode ser servidor estadual, empregado público, e de outros entes da 
federação, inclusive, servidor militar) deslocado no interesse da Administração (ou seja, de 
ofício, jurisprudencialmente se reconhece que pode ser por concurso de remoção também). 
Segunda hipótese: Ou por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente. 
Terceira situação: em virtude de processo seletivo (concurso de remoção – é considerado 
remoção a pedido). 
 
• Se o servidor cumprir os requisitos das hipóteses acima listadas a Administração 
necessariamente deverá deferir o pedido de remoção do servidor. 
 
• Em nenhuma das hipóteses de remoção a pedido o servidor fará jus a ajuda de custo. 
 
3.2 Redistribuição 
• É o deslocamento do cargo efetivo ocupado ou vago para outro órgão ou entidade do mesmo 
Poder. 
• ATENÇÃO: é o deslocamento do próprio cargo – seja ele ocupado ou vago para outro órgão 
ou entidade do mesmo poder. Se o cargo estiver ocupado, o servidor será deslocado junto com 
o cargo. 
 
• Ocorre especial quando há mudanças na estrutura administrativa - reorganização, extinção 
ou criação de órgãos da entidade. 
 
• Sempre de ofício. Sempre no interesse da Administração. 
 
• Deve observar, dentre outros requisitos: a equivalência de vencimentos e nível de 
escolaridade; a vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; 
a compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou 
entidade. 
 
• O prazo para entrar em exercício (art. 18): o servidor que foi removido ou redirecionado para 
outro município terá, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo contados da publicação 
do ato, para entrar em exercício na nova localidade, incluído nesse prazo o tempo necessário 
para o deslocamento para nova sede (decorar). 
 
4. Licenças (art. 81) 
• Diferença entre afastamento e licença: a diferença é que a lei chama determinada situação de 
licença e outra de afastamento. 
 
• A licença pode ser por: motivo de doença em pessoa da família; por motivo de afastamento 
do cônjuge ou companheiro; para o serviço militar; para atividade política; 
para capacitação; para tratar de interesses particulares; para desempenho de mandato 
classista. 
 
• Também há licença para tratamento de saúde (art. 102, VIII, b); para gestante, adotante e 
paternidade (art. 102, VIII, a) e por acidente em serviço (art. 102, VIII, d). 
 
A) Licença por motivo de doença em pessoa da família 
• Doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, 
ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional. 
 
• A assistência deve ser direta do servidor e indispensável. Não deve exigir outro meio para que 
a pessoa tenha esse tratamento. E de forma que a assistência a ser prestada pelo servidor o 
impossibilite de exercer suas funções na Administração concomitantemente. A lei não 
especifica as situações, pode ser qualquer uma que exija a atuação direta do servidor. 
 
• É vedado ao servidor exercer atividade remunerada durante o período da licença. 
 
• Tanto a concessão, quanto as prorrogações dependem de perícia médica oficial. 
 
• A licença poderá ser concedida a cada período de 12 meses nas seguintes condições: 
Por até 60 dias consecutivos ou não com remuneração. E, se excedido esse prazo, até 90 dias 
consecutivos ou não, sem remuneração. 
 
• Não está se falando em 12 meses do ano cível, mas, de um período de 12 meses. Por 
exemplo, em Junho/2017 o servidor tira uma licença de 60 dias, sem prejuízo de sua 
remuneração. Não sendo essa licença suficiente ele poderá tirar outra de até 90 dias só que 
dessa vez sem remuneração. Utilizada essas duas hipóteses, somente em Junho/2018 poderá 
requerê-la novamente. 
 
B) Licença pelo afastamento do cônjuge 
• Concedida ao servidor para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para 
outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo. 
 
• Afastamento não se confunde com a remoção. 
 
• Será por prazo indeterminado e sem remuneração. O objetivo é que o servidor possa 
acompanhar o cônjuge que foi deslocado nas situações acima identificadas. 
 
• No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja servidor público, civil 
ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Administração Federal 
direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o 
seu cargo. 
 
• Neste caso, o cônjuge do servidor não precisa nem ser servidor público. Pode ser um 
empregado da iniciativa privada, por exemplo. 
 
C) Licença para o serviço militar 
• Ao servidor convocado para o serviço militar (qualquer tipo de serviço militar, não precisa ser 
obrigatório) será concedida licença, na forma e condições previstas na legislação específica. 
 
• Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para 
reassumir o exercício do cargo.D) Licença para atividade política 
• O servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante o período que mediar entre a sua 
escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de 
sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. 
 
• Basta que o servidor se candidate. O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde 
desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, assessoramento, 
arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao do registro de sua 
candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito. 
 
• Entre a escolha e o registro = sem remuneração. 
 
• Com remuneração → a partir do registro da candidatura até o 10º dia seguinte ao da eleição. 
Essa remuneração só será paga pelo período de três meses. 
 
E) Licença para capacitação 
• Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da Administração, 
afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, 
para participar de curso de capacitação profissional. 
 
• Concedida para o servidor participar de curso de capacitação profissional. 
 
• A cada 5 anos de efetivo exercício, o servidor adquire a possibilidade de 3 meses de licença, 
com remuneração. Essa possibilidade é um ato discricionário. O servidor deve atender os 
requisitos para que possa solicitá-la. A licença não será concedida mediante preenchimento 
dos requisitos, mas, somente mediante concessão da autoridade competente, após análise de 
conveniência e oportunidade. A negativa não é uma ilegalidade. 
 
• Essa licença não pode ser concedida para o servidor em estágio probatório. E, além disso, os 
períodos não são cumuláveis. Por exemplo, se se passaram 10 anos sem o servidor ter 
usufruído dessa licença, isso não quer dizer que ele terá direito a 6 meses. 
 
F) Licença para tratar de interesses particulares (bastante cobrada) 
• A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, 
desde que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo 
prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração. 
 
• Assunto particular: não precisa informar tal motivo para a administração. 
 
• A negativa dessa licença não é pelo motivo, mas, por outros fatores como: falta de pessoal, 
excesso de trabalho, importância da função exercida pelo servidor. 
 
• A concessão ou não da licença é um ato discricionário. 
 
• A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do 
serviço. Por exemplo, a Administração concedeu a licença por dois anos (é uma possibilidade, 
afinal, trata-se de ato discricionário) e na metade desse tempo a Administração precisa do 
servidor porque aumentou a demanda de trabalho. A autoridade poderá convocar o servidor de 
volta, e revogar a licença. 
G) Licença para o Desempenho de Mandato Classista 
• É assegurado ao servidor o direito à licença sem remuneração para o desempenho de 
mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato 
representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar de 
gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para 
prestar serviços a seus membros, observado o disposto na alínea c do inciso VIII do art. 102 
desta Lei, conforme disposto em regulamento e observados os limites estabelecidos na Lei 
8.112. 
 
• Classe = categoria profissional que o servidor está inserido. 
 
• Terá duração igual à do mandato, podendo ser renovada, no caso de reeleição. 
 
• Não pode ser concedida a servidor em estágio probatório. 
 
H) Licença para tratamento de saúde (art. 202 a 206-A) 
• Concedida para tratamento de saúde do próprio servidor. 
 
• Pode ser concedida a pedido ou de ofício, com base em perícia médica. 
 
• Será concedida com base em perícia médica oficial, que poderá ser dispensada para licenças 
inferiores a 15 dias, dentro de um ano. 
 
• Licenças maiores que 120 dias, no período de 12 meses, serão concedidas mediante 
avaliação por junta médica oficial. 
 
• Atenção: se a licença for de 15 dias até 120 dias o servidor apenas precisará se submeter a 
uma perícia médica. Ultrapassados 120 dias de licença, no período de 12 meses, o servidor 
terá que se submeter a avaliação de junta médica oficial. 
 
• Prazo máximo de duração dessa licença será de 24 meses. Caso o servidor fique num prazo 
superior a este, isso ensejará a aposentadoria por invalidez. 
 
I) Licença para gestante (art. 207) “maternidade” 
• Prazo de 120 dias consecutivos, podendo ser prorrogado por mais 60 dias, com remuneração. 
É um direito da servidora que o prazo seja prorrogado. Sendo, na prática, de 180 dias o prazo, 
na prática. 
 
• A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação, salvo antecipação por 
prescrição médica. 
 
• No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto. No caso de 
natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora será submetida a exame médico, e 
se julgada apta, reassumirá o exercício. 
 
• No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a 30 (trinta) dias de 
repouso remunerado (não considera os 120, apenas esse prazo). 
 
J) Licença adotante 
• Concedida a servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança. 
 
• Com remuneração. 
 
• A lei prevê prazos diferenciados entre as licenças à gestante e à adotante, e distintos 
conforme a idade da criança: 90 dias para criança de até um ano, 30 dias para criança de mais 
de um ano. NO ENTANTO, O STF considerou, no RE 778.889, que a legislação não pode 
diferenciar os prazos para a licença à gestante e à adotante; e também não pode diferenciar os 
prazos da licença à adotante de acordo com a idade da criança. Em síntese, para o STF o 
prazo para licença adotante deve ser O MESMO que da licença gestante, ou seja de 120 dias 
prorrogáveis por mais 60 dias. PRAZO. LICENÇA ADOTANTE = LICENÇA GESTANTE = 120 
+ 60, independentemente da idade da criança. 
 
K) Licença paternidade 
• Concedida ao servidor pelo nascimento ou adoção de filhos. 
 
• Com remuneração 
 
• A lei prevê o prazo consecutivo de 5 dias. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor 
terá direito à licença paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.* NO ENTANTO o Decreto 
8.737/2016 instituiu o Programa de Prorrogação da Licença Paternidade, que concede o direito 
à prorrogação à licença paternidade por mais 15 dias (totalizando 20 dias). 
 
L) licença por acidente em serviço 
• Concedida ao servidor que sofrer, em serviço, dano físico ou mental, que se relacione direta 
ou indiretamente, mediata ou imediatamente com as atribuições do cargo exercido. Pode ser, 
por exemplo, de carro, a caminho do trabalho. 
 
• Equipara-se ao acidente em serviço o dano decorrente de agressão sofrida e não provocada 
pelo servidor no exercício do cargo. Acidente sofrido no percurso da residência para o trabalho 
e vice-versa. 
 
• Com remuneração. 
 
5. Afastamentos 
• Para servir a outro órgão ou entidade. Para exercício de mandato eletivo. Para estudo ou 
missão no exterior. Para participar de pós-graduação stricto sensu no país. 
 
A) Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade 
• Exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do DF e dos 
Municípios. 
 
• Só pode ser concedido para exercício de cargo em comissão ou função de confiança, dentre 
outros casos previstos em lei específica. 
Detalhe: Também inclui exercício em serviço social autônomo instituído pela União. O serviço 
social autônomo é uma entidade paraestatal. Sesc, Senai, Senac. Tem que ser cargo de 
direção ou gerência. 
 
• A remuneração será paga pelo órgão ou entidade cessionária (que recebe o servidor).B) Afastamento para exercício de mandato eletivo 
• Concedido ao servidor investido em mandato eletivo federal, estadual ou distrital. Prefeito: 
será afastado do cargo (pode optar pela sua remuneração, isto é, pode querer receber a de 
prefeito ou a do cargo – mas não irá exercer as atribuições desse cargo). 
 
• Se for eleito para “vereador”. Se tiver compatibilidade de horário, receberá as duas 
remunerações, exercendo ambos (acumulação). Se não houver compatibilidade: neste caso ele 
será necessariamente afastado do cargo, sendo que pode optar pela remuneração. 
 
• Demais casos: será afastado do cargo e receberá a remuneração do cargo eletivo apenas 
(Deputado, Senador, Governador). 
 
C) Afastamento para estudo ou missão no exterior 
• Período de afastamento pode ser de até 4 anos. 
 
• Depende de autorização do Presidente da República, do Presidente dos órgãos do Poder 
Legislativo e do Presidente do STF, dependendo de a qual poder o cargo do servidor está 
vinculado. 
 
• Neste afastamento, a forma de remuneração do servidor será definida em regulamento. 
 
D) Afastamento para participar de pós-graduação stricto sensu no país 
• No interesse da Administração, desde que não possa ocorrer simultaneamente com o 
exercício do cargo ou mediante compensação de horário. 
 
• Concedido aos servidores efetivos no respectivo órgão ou entidade que completarem alguns 
requisitos. 
 
• Para conseguir esse afastamento o servidor deverá estar há pelo menos 3 anos no cargo 
para fazer mestrado e 4 anos para doutorado, incluído o período de estágio probatório. 
Outro requisito é o que servidor não pode ter se afastado por licença para tratar de assuntos 
particulares ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores à data da solicitação 
de afastamento. 
 
• O afastamento ocorrerá sem prejuízo da remuneração. 
 
• Após retornar do afastamento o servidor deverá exercer suas funções por um período igual ao 
do afastamento (art. 96-A, §4.º). 
 
6. Contagem de tempo de serviço (arts. 100 a 103) 
 
7. Direito de Petição 
• Solicitar uma providência da Administração (concessão de um direito, apuração de infração). 
Direito previsto na Constituição Federal (art. 5º, XXXIV, “a”). 
 
• Pode ser exercido mediante requerimento, pedido de reconsideração e recurso. 
 
• O requerimento. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos em 
defesa de direito (preencheu requisitos para gratificação e quer recebê-la; para tanto vai até ao 
Poder requerer tal direito) ou interesse legítimo (qualquer interesse público que não 
propriamente um interesse do servidor). 
 
• É dirigido a autoridade competente para decidi-lo, mas encaminhado por intermédio daquela a 
que estiver imediatamente subordinado o requerente (via hierárquica). 
O servidor C é subordinado ao servidor B, porém a autoridade competente para decidir o seu 
requerimento é A. O requerimento será dirigido à autoridade A, mas, encaminhado por 
intermédio de B. 
 
• Deve ser despachado no prazo de 5 dias e decidido no prazo de 30 dias. 
 
• Pedido de reconsideração (art. 106). O servidor pede à autoridade X para que reveja a 
decisão anterior. O servidor pretende que a autoridade X aprecie a decisão anterior que 
proferiu. NÃO PODE SER RENOVADO. Só pode ser apresentado uma vez. 
O prazo para interpô-lo é de 30 dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da 
decisão recorrida. Deve ser despachado no prazo de 5 dias e decidido no prazo de 30 dias. 
Por exemplo, uma decisão administrativa proferida pelo Presidente da República. Como não há 
instância superior para recorrer administrativamente, seria um clássico exemplo para interpor 
um pedido de reconsideração. 
 
• Recurso. Tem por objetivo fazer com que a decisão seja reapriciada pela autoridade superior. 
Enquanto no pedido de reconsideração é a mesma autoridade, no recurso a autoridade é 
superior. 
 
• Caberá recurso: do indeferimento do pedido de reconsideração e das decisõe ssobre cursos 
sucessivamente interpostos. 
 
• O recurso é dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou 
proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades. 
 
• Deve ser encaminhado por intermédio da autoridade a que estiver imediatamente 
subordinado o requerente. 
 
• O prazo para sua interposição é de 30 dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo 
interessado, da decisão recorrida. 
 
• Poderá ter efeito suspensivo, a juízo da autoridade competente. Neste caso, os efeitos da 
decisão a qual está sendo recorrida serão SUSPENSOS. 
A regra é não ter esse efeito, mas, a juízo da autoridade competente pode ter sim. 
 
• Prescrição do direito de requerer (art. 110). DECORAR* Importante. 
5 anos: aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que 
afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho. 
120 dias: nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei. 
 
• É contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, 
quando o ato não for publicado. 
 
• O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição. 
Interromper = zerar o prazo. 
• A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada (dispensar) pela administração. 
 
8. Regime Disciplinar 
• Responsabilidades (arts. 121 a 126-A) 
Quando o servidor faz algo errado, no exercicío de suas atribuições, ele pode ser 
responsabilizado em três esferas: civil, penal e administrativa. 
 
• Civil (dever de indenizar/danos patrimoniais) e Penal (cometimento de crimes ou 
contravenções penais) = processadas pelo Judiciário, no exercício da função jurisdicional. 
Administrativa (cometimento de infrações administrativas) = processadas pela Administração, 
no exercício da função administrativa. 
 
• Os danos patrimoniais podem ser tanto a terceiros quanto ao erário (patrimônio público) = 
será julgado na esfera civil, podendo, eventualmente, ser condenado ao dever de indenizar. 
 
• As sanções na esfera penal podem resultar em cerceamento de liberdade. 
 
• Esfera Administrativa = se cometer infrações disciplinares/administrativa. 
 
• IMPORTANTE: por um mesmo ato que o servidor pratica ele pode ser punido nas três 
esferas. Lembrando que as infrações de improbidade administrativa são julgadas no Poder 
Judiciário (esfera cível). 
 
• Exemplo: servidor frauda licitação, causando prejuízo ao erário. Por este ato pode ser 
condenado na esfera cível (ressarcimento), penal (prisão) e administrativa (demissão). Na 
mesma medida pode ser condenado em uma(s) e absolvido em outra(s). 
 
• A regra é independência entre as instâncias. O mesmo ato pode ser apurado de forma 
diferente nas três esferas. 
 
• A regra é que as esferas são, pois, cumuláveis e independentes entre si. Exceções: (MUITO 
IMPORTANTE) esfera penal obriga as demais quando a condenação penal invarialmente 
enseja responsabilização civil e administrativa; quando a absolvição penal por negativa de 
autoria ou inexistência do fato que gera absolvição civil e administrativa pelo mesmo fato. 
 
• Isso porque a condenação na esfera penal se dá meiante uma instrução probatória mais 
robusta, o que leva à conclusão de que se realmente foi condenado é porque há diversos 
fatores que realmente corroboram para esse sentido e seria incompatível com isso o servidor 
ser absolvido nas demais, em hipótese de condenação na esfera penal. Na mesma medida se 
houver absolvição por negativa de autoria ou inexistência do fato que gera absolvição civil e 
administrativa pelo mesmo fato. 
 
• A situação é diferente se o servidor foi absolvido na esfera penal, por exemplo, por falta de 
provas. Neste caso não há vinculação para as demais esferas. 
 
• Penalidades disciplinares (art. 127). Advertência (1), → suspensão (2), → demissão (3),sendo uma gradação de gravidade (→). 
A cassação de aposentadoria ou disponibilidade só valerá para àqueles nestas situações. 
A destituição de cargo em comissão somente pode ser aplicada àquele que ocupa 
exclusivamente esse cargo. Se o servidor for concomitantemente estável não vale isso. 
A destituição de função comissionada a lei prevê ,mas, não traz qualquer detalhamento sobre 
sua aplicabilidade. 
 
• Prescrição da ação disciplinar. (CAI MUITO) A ação disciplinar prescreverá: 
5 anos quanto às infrações puníveis com: demissão, cassação de aposentadoria ou 
disponibilidade, destituição de cargo em comissão. OU SEJA, aqueles que geram a perda do 
vínculo com a administração pública. 
2 anos quanto à suspensão. 
180 dias quanto à advertência.

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