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AUDITORIA E PERÍCIA APLICADA A ENG AMBIENTAL (1)

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O perito ambiental e o mercado de trabalho 
Environmental expert and the labour market 
 
 
Cláudio D´Assunção Ferreira 
Bacharel/Licenciatura em Geografia com ênfase 
em análise ambiental/Uni BH e pós-graduado em 
perícia, auditoria e análise ambiental /Una. 
Contato:geoperito@geoperito.com.br 
 
RESUMO 
 
Com a crescente demanda nos processos judiciais, tem-se aumentado o mercado de 
perícia e assistência técnica, assim, qualquer pessoa com curso superior está habilitada a 
exercer a perícia técnica, desde que domine o assunto abordado. Este artigo tem como 
objeto de pesquisa demonstrar qual é a realidade do perito e o seus desafios no mercado 
de trabalho, destacando que o mesmo trabalha interdisciplinarmente, com profissionais 
de áreas distintas, e faz o uso de técnicas de precisão, percepção e, acima de tudo, 
diligência para se chegar à excelência no laudo técnico. Para o desenvolvimento desta 
pesquisa, buscou-se analisar o mercado de perícia de forma holística, e direcionar 
estudantes a galgar caminhos para a execução de laudos em processos judiciais e 
extrajudiciais; para tal, destacamos uma modalidade que já ocorre no mercado devido à 
celeridade do seu programa, ou seja, o perito da promotoria. O programa supracitado 
existe para auxiliar os promotores de justiça a resolver conflitos em curto prazo de 
tempo, e, de alguma forma, “atinge” tanto empresas públicas e privadas, neste caso, a 
inserção do perito ocorre mediante a aprovação de concurso público. Sendo assim, foi 
realizada uma pesquisa de campo no Ceat/MPMG (Centro de Apoio Técnico do 
Ministério Público de Minas Gerais) através de um questionário relacionado com o 
programa do perito da promotoria do MP/MG, além de duas entrevistas, sendo uma no 
Ibape (Instituto Brasileiro de Perícias) e outra no IMP (Instituto Mineiro de Perícias), 
ambas as instituições localizadas em Belo Horizonte/MG. Destarte, a pesquisa aborda o 
seu campo de atuação, e direciona o futuro perito para o caminho que o mesmo deve 
trilhar para superar os desafios que a carreira exige, lembrando que a profissão possui 
um campo muito extenso na área de pesquisa e com possibilidade de alta rentabilidade 
financeira. Através deste artigo, o leitor conseguirá identificar as possíveis “vias” para 
se inserir neste mercado, e irá perceber a relevância deste profissional para subsidiar 
juízes e promotores de justiça em casos complexos, tanto na esfera pública quanto na 
esfera privada, seja ele um perito judicial, extrajudicial ou assistente técnico. Enfim, 
este artigo não pretende esgotar o assunto e sim nortear estudantes que almejam 
ingressar no curso de pós-graduação em perícia, mas que, de alguma forma, 
desconhecem a realidade do mercado. Para esses, deixo a minha pequena contribuição, 
acreditando no potencial do nosso país para a construção de uma nação melhor. 
 
Palavras-chaves: Interdisciplinaridade - Precisão – Percepção – Diligência - Holística 
ABSTRACT 
With the increasing demand in judicial proceedings, it has increased the expertise and 
technical assistance market, so anyone over the course are qualified to work in technical 
expertise, since mastered the subject matter. This article is the subject of research shows 
what is the reality of the expert and their challenges in the labor market, highlighting 
that it works across disciplines with different areas of professional and makes the use of 
precision techniques, perception and above all diligence to reaching excellence in the 
technical report. For the development of this research, we sought to analyze the skill 
market holistically, and direct students to climb paths for running reports in judicial and 
extrajudicial procedures for such, we highlight a sport that already occurs in the market 
due to the speed of your program, that is, the prosecution expert. The above program 
exists to assist prosecutors to resolve conflict in a short period of time, and in some 
way, "reaches" both public and private companies, in this case, the expert insertion 
occurs with the approval of a public tender. Thus, a field research in Ceat/ MPMG 
(Center for Technical Support of the Public Ministry of Minas Gerais) through a 
questionnaire related to the expert of the program for the prosecution of MP / MG was 
held, and two interviews with a in Ibape (Brazilian Institute of Skills) and another in the 
IMP (Institute of Mining Expertise) both institutions located in Belo Horizonte / MG. 
Thus, the research addresses on their field, and directs the future expert in what way it 
should tread to overcome the challenges that career demands, noting that the profession 
has a very extensive field research area and the possibility of High financial 
profitability. Through this article the reader will be able to identify possible "ways" to 
enter this market, and will realize the importance of this professional to support judges 
and prosecutors in complex cases both in the public sphere as in the private sphere, be it 
a court expert , extrajudicial or assistant coach. Anyway, this article is not intended to 
exhaust the subject, but guide students who aspire to join the postgraduate degree in 
skill, but somehow unaware of the reality of the market for these, I leave my small 
contribution believing in the potential of our country to do a better nation. 
 
Keywords: Interdisciplinary - Accuracy - Perception - Diligence - Holistic 
 
 
 
INTRODUÇÃO CONSOLIDADA 
 
No Brasil há grandes indícios e fatos que demonstram a pobreza, a desigualdade 
social e o crescimento populacional acelerado. Essa realidade pode causar impactos 
negativos sobre os ecossistemas e a sociedade. Com isso, a urbanização desordenada e 
os acidentes ambientais estão cada vez mais frequentes e intensos em nosso cotidiano e 
contribuem significativamente para o aumento da contaminação do ar, da água e do 
solo, causando o aumento da incidência das enfermidades, degradação dos materiais e 
perdas financeiras. 
 
O Poder Público, consciente da responsabilidade de proteger os cidadãos 
brasileiros e os recursos naturais, tem exigido que os impactos ambientais negativos 
sejam minimizados e controlados através da criação e aplicação de severas leis 
ambientais. Cada vez mais, procuradores da justiça têm instaurado ações civis públicas 
visando punir os infratores e reparar as perdas. Nesse sentido, o perito tem um papel 
fundamental, ou seja, auxiliar a justiça na elucidação da lide e na valoração dos danos 
ambientais. A reparação dos danos causados ao meio ambiente somente é possível 
quando se determina o seu valor, por isso, profissionais de nível superior de diversas 
áreas do conhecimento são requeridos pela justiça e pelas empresas para atuarem como 
peritos e assistentes técnicos em processos judiciais ou extrajudiciais, e, na maioria dos 
casos, devido à complexidade do assunto, a interdisciplinaridade de conhecimentos é 
necessária para avaliação do dano ambiental, e requer a constituição de uma equipe 
multidisciplinar de profissionais especialistas. Os principais temas abordados englobam 
conhecimentos sobre ecologia, direito ambiental, técnicas de avaliação de impactos, 
valoração de danos e passivos ambientais e análise de riscos. 
 
A partir da promulgação da Lei dos Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98), houve 
uma intensa mudança nas rotinas dos tribunais, que já não dão conta de inúmeros 
processos movidos pela coletividade e pelo Estado no exercício da proteção dos 
recursos naturais, alvo de intensas degradações, principalmente após o advento da 
Revolução Industrial. Nas ações judiciais sobre o meio ambiente é que surge a 
necessidade da Perícia Ambiental, prevista no Código de Processo Civil (artigos420 a 
439 da Seção VII, Cap. VI – Das Provas). 
 
A prova pericial é solicitada sempre que, na averiguação da verdade dos fatos, 
faz-se necessária a atuação de profissionais com conhecimentos técnico-científicos 
especializados, podendo ser qualquer pessoa com nível superior e que saiba tratar 
especificamente a matéria abordada. Na área ambiental, as informações e documentos 
não bastam para elucidar o caso e, muitas vezes, a averiguação da existência do fato 
danoso e dos efeitos prejudiciais depende de prova técnica que somente pode ser 
produzida por profissionais com competências técnica voltada para a área e assuntos 
específicos, podendo ser eles: (biólogos, geógrafos, geólogos, arquitetos, químicos e 
engenheiros) ou uma equipe multidisciplinar. A atividade pericial em meio ambiente é 
regida pelo Código de Processo Civil, bem como as demais modalidades de perícias. E, 
em razão da especificidade das questões ambientais, esta atividade deve ser amparada 
na Legislação Ambiental vigente no âmbito Federal, Estadual e Municipal. 
 
O curso de Perícia Ambiental tem muitos atrativos para aqueles que desejam 
realmente atuar na área ambiental, seja em empresas privadas ou instituições públicas. 
Dentro da ementa do curso podemos destacar algumas disciplinas praxe como: Direito, 
Educação e Conflitos Ambientais, Projetos e Programas, Valoração Ambiental, o uso de 
Geotecnologias, Estudo de Impacto Ambiental, Licenciamento Ambiental, Auditoria, 
Cartografia, Fundamentos da perícia, Perícia forense, dentre outras não mencionadas. 
Após um período de trabalhos executados, o perito ganha confiança e respeito 
dentro do mercado; sua anotação técnica é o seu cartão de visita, e isso fará com que o 
mesmo consiga galgar possibilidades de ganhos financeiros expressivos. Destarte, há 
uma modalidade pouco atrativa quando se fala em periciar trabalhos públicos, pois 
esses, muitas vezes, não disponibilizam “verbas” ou recursos financeiros para subsidiar 
o laudo técnico pericial com isso, torna-se um ponto negativo para os neófitos 
emergentes do mercado brasileiro em perícia técnica ambiental. 
Pensando nessas questões e analisando a formação acadêmica do curso de 
Perícia, o presente artigo tem como propósito auxiliar o futuro estudante a fazer uma 
escolha mais segura, demonstrando a realidade daquilo que o mesmo enfrentará após o 
término do curso, ou seja, o mercado de trabalho. A pesquisa abrange o estudo apenas 
na região metropolitana de Belo Horizonte, pois não há tempo disponível para visitar 
comarcas do interior de Minas Gerais. 
Mediante o contexto apresentado nesta introdução, qual seria a melhor “via de 
acesso” para aqueles peritos emergentes no mercado de trabalho? É com base nesse 
contexto que vamos dialogar sobre a realidade do campo de trabalho, o perfil exigido do 
profissional, os óbices e desafios com que muitos irão se deparar em sua jornada pela 
conquista de um mercado restrito, não obstante, o país traga consigo uma crise de 
valores éticos, crise política e econômica. 
 
 
METODOLOGIA 
 
Na primeira parte do artigo, serão apresentadas as principais características da 
perícia e a diferença entre perito judicial e extrajudicial. Na segunda e última parte, 
busca-se demonstrar uma visão panorâmica do mercado para perito em Belo Horizonte 
e região metropolitana. Para isso, foram realizadas três entrevistas: uma entrevista com 
perito e diretor do Ibape (Instituto Brasileiro de Perícias) e outra com presidente do IMP 
(Instituto Mineiro de Perícias), e, por último, uma entrevista no Ceat/ MPMG (Centro 
de Apoio Técnico do Ministério Público de Minas de Gerais). O caráter objetivo da 
pesquisa é evidenciar qual a percepção dos mesmos sobre a área de atuação e o mercado 
de perícia técnica. Para tal, utilizou-se o método qualitativo, uma vez que as análises 
empíricas e teóricas fornecem subsídios para se traçar um perfil mais adequado do 
profissional que deseja se inserir nesse mercado pouco difundido. 
1.1. TIPO DE PESQUISA QUALITATIVA 
A pesquisa tem características exploratórias e busca esclarecer qual o perfil mais 
indicado que o profissional deve possuir para se inserir neste mercado de perícias 
técnicas. O programa Perito da Promotoria do MP/MG juntamente com as instituições 
Ibape e IMP são referências em Minas Gerais e nos fornecerão subsídios valiosos para 
traçar o perfil do mercado de perícias em meio aos desafios diários do sistema político, 
econômico e social do Brasil na atualidade. 
O processo utilizado para coleta de dados foi a aplicação de um questionário com 
cinco perguntas referentes ao programa Perito da Promotoria do Ministério Público de 
Minas Gerais, responsável geral pela coordenação do Departamento de Meio Ambiente 
dentro do Ministério Público/MG. Posteriormente, foi aplicado um questionário ao 
engenheiro, perito e diretor do Ibape. 
 
 
REFERENCIAL TEÓRICO 
Partindo do pressuposto de poucas informações para a carreira de perito ambiental e 
dos obstáculos encontrados para inserção no mercado de trabalho do mesmo, utilizarei 
como referencial teórico o conceito de Dooyeweerd (1969) e Martins Jr. Fundamento da 
Perícia (2013). O referencial baseia-se no conhecimento das esferas da soberania onde 
se tem a visão de que esta Escola de pensamento epistemológico fornece fundamentos 
para uma visão global e pode auxiliar o perito a ampliar o seu horizonte, ou campo de 
atuação profissional. Para isso, o mesmo deve observar e compreender como funcionam 
as dinâmicas das Esferas de Leis ou Modalidades Cósmicas de Dooyeweerd (1969), 
dentro da sociedade e buscar uma visão mais ampla do funcionamento da sociedade. 
Assim, o referencial teórico que será discutido posteriormente será baseado no autor: 
Martins Jr., P.P. 2013 Geól., Dr.Sc.T. Apostila Fundamentos da Perícia Ambiental, edição 2013 
dentre outros artigos correlacionados ao assunto abordado. O presente artigo não possui 
a pretensão de esgotar o assunto, e sim, abrir caminhos para novas pesquisas. 
 
1. CONCEITO DE PERÍCIA E SEUS FUNDAMENTOS 
Neste primeiro momento será abordado o principal conceito que rege os 
fundamentos da perícia observando as modalidades cosmonômicas de (Dooyeweerd, 1969) 
e Martins Jr., P.P. 2000. Em seguida será abordado brevemente sobre o perito judicial e 
extrajudicial, o conceito de assistente técnico e as diferenças entre o perito judicial e o 
assistente técnico e uma análise sobre o mercado de trabalho. 
 
1.1 Perícia: Definição 
A etimologia da palavra perícia é derivada do latim perítia, que significa: 
“conhecimento adquirido pela experiência que resulta em saber, talento e perícia”. 
Portanto, a perícia é um trabalho de investigação, a rigor, todo perito é um pesquisador, 
aquele que levanta “suspeita”, procurador de causas seu objetivo é elucidar 
tecnicamente sobre o fato demonstrando para as autoridades, no caso, o juiz, o promotor 
de justiça, a polícia ambiental, órgãos fiscalizadores ou empreendedores, o que de fato 
causou o dano ambiental. Para isso, o perito deverá nortear-se utilizando os 
fundamentos da perícia. 
 
 
 
1.2 Fundamentos da Perícia 
Os fundamentos da perícia buscam em sua diligência apresentar aquilo que está em 
oculto na materialidade da perícia. A técnica mencionada faz o uso do epistemograma² 
para diagnóstico pericial e interpretação de resultados com referência nos estudos 
comprovados de (Dooyeweerd, 1969 English translation) esta, auxiliará o perito em 
seus estudos a apresentar qual o tema nuclear do fato, quais as relações de causa e 
efeito, quais os eixos temáticos e desdobramentos sobre o assunto. Este processo 
permitirá ao perito alcançar os indícios, evidências e provas do fato, assim,será possível 
observar as reações em cadeias e analógicas, e chegar aos impactos ambientais. Esse 
fundamento possibilitará a detecção, comprovação e confirmação do dano ambiental, 
caso haja ou não. Essa metodologia de trabalho irá fundamentar tecnicamente a precisão 
do laudo técnico pericial e auxiliar as autoridades na elucidação e tomada de decisões 
sobre o julgamento do infrator, assim, atribuir ao mesmo a devida responsabilização 
pelos danos causados ao meio ambiente. Segue logo abaixo, a representação em forma 
de tabela da figura 1, parte I e II de uma aplicação executada no epistemograma¹ em 
estudo hipotético sobre a instalação de um cemitério ilegal realizado pelo mesmo autor 
deste artigo. 
Figura 1: Parte I 
 
 
 
Numérica 
 
Espacial 
 
Cinemática 
 
Física 
 
Biótica 
Psico- 
sensíve 
l 
 
Lógico- 
analítica 
 
1. Excesso 
de 
sepultament 
o no vale. 
 
1. 
Localizaçã 
o 
inadequad 
a. 
1. Ações 
de 
agentes 
pluviais 
e 
eólicos. 
 
1. Ação de 
agentes 
pluviais 
e eólicos. 
 
1. 
Aceleraçã 
o de 
reações 
químicas. 
 
 
 
1. 
Stress. 
 
1. Péssima 
administraçã 
o do 
cemitério. 
 
2. Muitos 
jazigos 
próximo uns 
dos outros. 
 
2. 
Cemitéri 
o não 
está 
cercado. 
 
2. Risco de 
Lixiviação 
. 
 
2. 
Necrochoru 
me 
percolado. 
 
2. 
População 
de peixes 
afetada. 
 
2. 
Desequilíbri 
o 
emocional. 
 
2. Ausência 
de recursos 
financeiro 
s. 
 
 
3. 
Diversas 
covas 
rasas. 
 
 
3. 
Eqüidistância 
incompatível 
entre jazigos. 
 
 
3. 
Escoamen 
to Do 
solo. 
 
 
3. Recuo 
mínimo em 
relação ao 
rio. 
 
 
3.Vegetaçã 
o aquática 
afetada. 
 
3. 
Frustração 
por parte 
dos 
familiares. 
 
3. 
Descumprime 
nto 
de leis 
locais. 
 
 
4. Cidade 
só tem um 
cemitério. 
 
4. Risco de 
violação de 
jazigo 
s. 
 
 
4. Supressão 
de 
gramíneas. 
 
 
4. Solo 
impróprio p/ 
atividade. 
 
 
4. 
Proliferação 
de bactérias 
no rio. 
 
4 
Irritabilidad 
e, queda ou 
aumento de 
pressão. 
 
4. Má 
conservação 
do 
estabelecimen 
to. 
 
5. Visitas 
noturnas em 
jazigos s/ 
controle. 
 
5. Local 
sem 
Controle de 
Acess 
o. 
 
5. 
Assoreame 
nto do 
tributário. 
 
 
 
5.Rejeitos 
que cai 
no rio. 
 
 
5. Queda da 
qualidade da 
água. 
 
 
5. Enjoo, 
náuseas e 
ânsia de 
vômito. 
 
 
 
5. Múltipas 
irregularidades. 
 
 
6. Baixa 
rotatividade do 
solo em 
sepultamento 
 
 
6. Risco de 
rituais sobre 
corpos. 
 
 
6. 
Migração 
de peixes. 
 
 
6.Assoreamen 
to do 
efluente. 
 
 
6. 
Eutrofizaçã 
o do rio. 
 
 
 
6. Mal estar 
 
 
6. Sem alvará 
de 
funcionament 
o. 
Figura 1: Parte II 
 
 
Histórica 
 
Lingüístic 
a 
 
Social 
 
Econômica 
 
Estética 
 
Jurídica 
Ética 
Mora 
l 
 
Pística 
1. 
Reincidê 
ncia de 
gestão 
ruim. 
 
1. Jazigos 
sem 
lápides. 
1. 
Todos 
estão 
suscetív 
eis a 
situação 
 
1. Ausência 
de verbas p/ 
melhorias. 
1.Cemi 
tério 
sem 
demarca 
ção. 
1. 
Desor 
ganiza 
ção 
jurídic 
a. 
 
1. 
Ação 
de Má 
fé. 
1. 
Perda 
da 
fidelid 
ade 
 
2. 
Ausênc 
ia do 
código 
de 
2. 
Ausência 
simbólica 
de 
ordename 
nto 
2. 
Risco 
de 
furtos 
de 
objeto 
 
2. Infra 
estrutura 
precária. 
2. 
Péssim 
a 
distrib 
uição 
espacia 
2. 
Ausênc 
ia de 
código 
de 
postura 
 
2. Falta 
de 
postura 
. 
 
2. Perda 
de 
credibili 
dade. 
3. 
Ausênci 
a de 
Planeja 
mento 
3. 
Ausência 
de placas 
informativ
a ao 
público. 
3. Nível 
Cultural 
abaixo 
da 
média. 
 
3. Descaso 
da 
prefeitura. 
3. 
Covas 
exposta 
s ao 
tempo. 
3. 
Siste 
ma 
jurídi 
co 
 
3. Atos 
desuma 
nos. 
3. Perda 
de 
confiabil 
idade. 
 
4. 
Cultura 
regiona 
l 
 
4.Sinaliz 
ação de 
áreas 
restritas. 
4. 
Populaçã 
o local 
leiga 
sobre 
seus 
 
 
4. Suspeita 
de desvio de 
verbas. 
4. Falta 
de 
sinaliz 
ação de 
áreas 
restrita 
4.Ausê 
ncia de 
cumpri 
mento 
da lei. 
4. 
Interess 
es 
subjetiv 
os ou 
coletivo 
4. 
Des 
caso 
total 
. 
 5. 
Ausência 
de 
identificaç 
ão 
túmulos. 
 
5. Suspeita 
de 
corrupção 
na gestão 
econômica. 
 
5. 
Descui 
do 
5. 
Ausênc 
ia de 
Fiscaliz 
ação. 
 
5. 
Descas 
o total 
 
 
6.Suspeita 
de vendas 
ilícitas de 
jazigos. 
 
6. 
Descaso 
total 
 
6. 
Descas 
o total. 
 
Epistemograma de perícia - ‘Modalidades cósmicas’ ou também ‘esferas de soberania’ 
para diagnóstico pericial e interpretação de resultados (Dooyeweerd, 1969 English translation). 
Fonte: Próprio Autor, 2013. 
 
 
 
 
 
¹Epistemograma: vem da palavra epistemologia que significa conhecimento, estudo crítico do conhecimento 
cientifico, sendo assim, epistemograma é um quadro de teorias do conhecimento que demonstra as 
possibilidades existentes dentro do estudo da perícia. 
1. Numérica 
2. Espacial 
3. Cinemática 
4. Física 
5. Biótica 
6. Psico sensível 
7. Lógico-analítica 
 
8. Histórica 
9. Lingüística 
10. Social 
11. Econômica 
12. Estética 
13. Jurídica 
14. Moral 
15. Pística 
 
Legenda: 
 
Preto Negrito: Núcleo Central da perícia. 
Vermelho: Aparentemente visíveis/evidências. 
Verde: Deverão ser investigados. 
Azul: As modalidades Cósmicas. 
A figura 2 representa o fluxograma² da visão sistêmica, uma metodologia empregada 
nos fundamentos de perícia para se chegar ao que está em oculto na perícia técnica. Este 
trabalho é fruto de um estudo acadêmico hipotético que relata a instalação de um 
cemitério ilegal realizada durante o curso de Perícia pelo autor deste artigo, que 
fundamentou este estudo baseado na obra de Martins Jr., P.P. Fundamentos da perícia 
2013. 
Figura 2: 
 
 
Fluxograma, estruturação da visão sistêmica da perícia. Fonte: Próprio Autor, 2013. 
 
 
 
 
 
 
²Fluxograma acima é uma representação da visão sistêmica de um estudo acadêmico hipotético de perícia 
técnica, cujo tema é: Cemitério Ilegal, o estudo realizado pelo mesmo autor deste artigo, e orientado por 
MARTINS JR., P.P. 2013 Geól., Dr.Sc.T. Para ter acesso ao referido artigo, visite o site: 
www.geoperito.com.br na parte publicação de artigos. 
 
 
PERITO JUDICIAL / EXTRAJUDICIAL 
 
A perícia pode ocorrer no âmbito judicial e extrajudicial. No judicial, a perícia 
acontece quando a prova do fato depende de conhecimento técnico ou científico, no 
qual o juiz necessitará de um perito para a realização deste trabalho. Há que se destacar 
que os juízes não poderão se valer de conhecimentos técnicos pessoais para dispensar a 
perícia, a não ser que o caso disputado seja muito simples e não exija a prova técnica; 
portanto, o mesmo necessitará da presença do perito para realizar a comprovação 
técnica e auxiliá-lo na tomada de decisões. 
 
As perícias judiciais são aquelas que ocorrem, portanto, no âmbito da justiça, 
podendo ocorrer em diferentes tipos de ação, tais como: execuções, 
desapropriações,demarcações, alvarás, inventários, usucapião, separação 
litigiosa, área ambiental, entre outras. É um direito das partes envolvidas no 
processo que somente poderá ser negado se a prova não necessitar 
conhecimento técnico, se for desnecessária em vistas de outras provas 
produzidas, ou for impraticável a sua verificação. Podem solicitar a perícia, os 
Juízes, Promotores, Autoridades Policiais em Inquéritos criminais, Civil ou 
Militar. Defensor das Partes. (Almeida 2008). 
 
 
Podem ser peritos judiciais os profissionais de nível superior, que comprovarão 
sua especialidade na matéria sobre a qual irão opinar, mediante certidão do órgão 
profissional em que estiverem inscritos. O Artigo 145, § 1º (CPC), com a redação dada 
pela Lei 7.270/84 reafirma que “os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível 
universitário”. Desta forma, a perícia judicial ambiental, por ser multidisciplinar, poderá 
ser realizada por qualquer profissional de nível superior, capacitado para tal, e que tenha 
registro em conselho de classe. Os peritos nomeados pelo juiz poderão atuar tanto na 
justiça federal quanto estadual, assim, o juiz poderá responder por uma ou mais varas³, 
situação frequente em regiões compostas por pequenos municípios que dispõem, cada 
um, de uma vara cível. 
O juiz é responsável por duas ou mais varas³, também, nos casos de férias de 
outros juízes, ou quando preenche função nos períodos entre a data em que um juiz 
deixa o cargo e a data em que outro assume a titularidade. Nesses casos, são chamados 
de “juízes substitutos”. Tudo que ocorre nas varas de justiça cível, se aplica nas varas 
federais, sendo assim, as condições de mercado são diversas para o perito judicial. 
Quanto à responsabilidade e perfil do profissional, o mesmo deve possuir as seguintes 
características: leal, diligente, honesto, cuidadoso, sincero, competente, detalhista e, 
acima de tudo, imparcial. Pode-se compreender que diligências, são todas as atividades 
necessárias à confecção do laudo pericial com qualidade e precisão. As diligências 
podem ser: 
(...) Ida a arquivos públicos em busca de documentos, a fim de averiguar fatos 
de que a perícia trata ou pretende fundamentar as conclusões do laudo; Ouvir 
testemunho de pessoas que viram ou acompanharam os fatos; Vistorias, 
registradas ou não, com fotos; Reunião com os assistentes técnicos das partes; 
(...) KASKANTZIS (2009, p.08). 
 
No mercado extrajudicial para perito há uma diversidade muito ampla de campo 
de trabalho. Considerando a interdisciplinaridade da área ambiental, existem diversos 
campos de atuação para profissionais com diferentes formações, entre os quais, 
engenheiros, geólogos, geógrafos, químicos, biólogos, advogados e sociólogos, dentre 
outros. O profissional auditor, dependendo da sua experiência e formação técnica, pode 
atuar, de forma individual ou em equipe multidisciplinar, para melhorar a qualidade do 
trabalho. Desde então, o perito ambiental pode atuar extrajudicialmente, ou seja, sem 
estar envolvido em um processo judicial ou diretamente ligado a um Tribunal de 
Justiça, juiz de direito ou promotor de justiça; o mesmo pode fazer diversos laudos 
periciais para empresas privadas ou empreendedores que buscam realizar projetos na 
área de meio ambiente. Para exemplificar as áreas de atuação, citaremos o campo de 
atuação a ser explorado pelo perito extrajudicial, quais sejam: Passivos Ambientais, 
Avaliação de Riscos e Acidentes Ambientais; Auditoria Ambiental, Diagnóstico Básico 
Ambiental, EIA (Estudo de Impacto Ambiental) – Rima e (Relatório de Impacto 
ambiental), Licenciamento Ambiental, PBA (Plano Básico Ambiental), PRAD (Plano 
de recuperação de áreas degradadas), PCA (Plano de Controle Ambiental), PTRF 
(Projeto técnico de recuperação de Flora) Relatório, Laudo e TAC (Termo de 
ajustamento de Conduta). 
 
CONCEITO DE ASSISTENTE TÉCNICO 
O trabalho do assistente técnico constitui-se na legislação a partir de 1939, com 
a implantação do Código Processo Civil. Mas, é a partir do segundo CPC, criado em 
1973, que sua função recebeu tratamento mais amplo, claro e aplicável, transformando- 
-se numa espécie de “fiscal” do perito judicial. 
 
 
 
³Varas: Nome dado a uma circunscrição em que o juiz exerce a sua jurisdição. É um órgão de primeira 
instância. Essa expressão tem origem em Roma, onde os magistrados se distinguem por trazerem a sua frente 
um empregado que carregava um feixe de varas, chamado faces. Este costume foi adotado por Portugal e Brasil 
Colônia segundo Guimarães, Deocleciano Torrieri, dicionário compacto Jurídico, 11 Edição - Editora Riddel. 
O termo assistente técnico resume-se em auxiliar da parte, aquele que tem por 
obrigação concordar, criticar ou complementar o laudo do perito oficial, através de seu 
parecer, cabendo ao Juiz, pelo princípio do livre convencimento, analisar seus 
argumentos, podendo fundamentar sua decisão neste parecer. O assistente técnico é 
responsável pela oferta de parecer pericial, ou seja, oferece, por meio de trabalho 
próprio, sua opinião técnica, crítica ou concordante, a respeito do laudo pericial 
oferecido pelo perito judicial. À luz dos conceitos acima estampados, entende-se que 
assistente técnico pode ser resumido em uma função de confiança, com intuito de 
fidelizar o processo do cliente nos atos processuais, abordando pareceres, razões de 
divergências, além de ser um importante fator na avaliação da exatidão dos resultados 
atingidos pelo perito designado pelo juízo. Tais atividades, também chamadas de 
Assistência Técnica, originam-se por meio da indicação das partes que escolhem o 
profissional que irá auxiliá-las, podendo ser realizadas tanto na área judicial quanto na 
extrajudicial. 
 
A DISTINÇÃO ENTRE O ASSISTENTE TÉCNICO E O PERITO JUDICIAL 
Existem algumas diferenças emergentes entre o assistente técnico e o perito 
judicial, ao analisarmos do ponto de vista processual. Como vimos anteriormente, o 
assistente técnico é o profissional de confiança da parte e por ela nomeado para 
apresentar trabalho técnico divergente ao apresentado pelo perito. Apesar de ser 
considerado como auxiliar da parte contratante (empresa), não é um funcionário público 
concursado, mas sim um profissional liberal, sendo a sua remuneração paga também 
pela parte que o contratou. Por outro lado, o perito é considerado como um auxiliar do 
juízo, também é um profissional liberal, todavia, depende de aprovação do juiz para 
realização do trabalho. Sua remuneração é paga pela parte que solicitou a prova, ou pelo 
autor quando esta for determinada pelo Magistrado. Por se tratar de profissional de 
confiança do juiz, o perito judicial deve ser dotado de conhecimento técnico 
especializado, além de necessitar de treinamento, aperfeiçoamento e investimentos em 
fontes de consulta, para o efetivo aumento de sua capacidade profissional, com a 
finalidade de cumprir o encargo concedido. Para os assistentes técnicos considera-se 
que sua responsabilidade inclui somente o aspecto científico ambiental já exposto 
acima, pois a defesa não cabe ao assistente técnico, mas sim ao advogado. E, apesar de 
ser indicado pela parte, não estando sujeita a impedimento ou suspeição do Magistrado, 
cabe tanto para o perito quanto para o assistente técnico o disposto no art. 147 do CPC, 
submetidos às mesmas sanções previstas na lei penal. 
 
Art. 422. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que Ihe foi cometido, 
independentemente de termo de compromisso. Os assistentes técnicos são de 
confiança da parte, não sujeitos a impedimento ou suspeição. (Código de 
Processo Civil, 1992. p. 83). 
 
 
 
Perito Assistente técnico 
Nomeado pelo juiz Indicado pelas as partes 
Profissionalhabilitado Profissional habilitado 
Sujeito a impedimento ou suspeição, 
Previstos no CPC. 
Não está sujeito a impedimento, previsto no CPC. 
Recebe seus honorários por alvará 
Determinado pela Justiça 
Recebe seus honorários diretamente da parte que o 
indicou 
Prazo de entrega determinado pelo Juiz O prazo de manifestação para opinar sobre o laudo 
Do perito é de 10 dias após a publicação da entrega 
Do laudo oficial 
Profissional de confiança do Juiz Profissional de confiança da parte 
Quadro comparativo entre o perito e o assistente técnico. 
Fonte: JULIANO, RUI. Manual de Perícias, 3 Ed, Rio Grande: Manual de Perícias, 2007.p.90. 
 
Em regra, o assistente técnico tem a missão de auxiliar a parte que o contratou, 
manifestando-se acerca do laudo ofertado pelo perito, dentro daquilo que é de interesse 
da parte contratante. Já o perito tem a missão de auxiliar o Magistrado (Juiz) na 
concretização real dos fatos no julgamento da lide. 
 
ANÁLISE DE DADOS SOBRE A PESQUISA DO MERCADO DE TRABALHO 
O perito da promotoria é um perito mais exclusivo do programa supracitado, ou 
seja, um profissional voltado especificamente para atender as demandas ambientais 
dentro dos parâmetros exigidos pelos promotores de justiça, como forma de auxiliar 
promotores e juízes, sendo assim, a promotoria desenvolveu um manual prático de 
quesitos (perguntas) para cada área ou setor de atuação, cujo objetivo é facilitar e 
auxiliar juízes e promotores no que se refere aos questionamentos técnicos e norteá-los 
em suas decisões. Para ser perito ambiental da promotoria, o interessado deve ser 
aprovado em concurso público. Existe uma pequena “possibilidade” informal do perito 
se ingressar neste programa sem a necessidade de realizar concurso público; o mesmo 
deve se dirigir ao Ministério Público e se apresentar ao promotor de justiça local, 
demonstrado a ele sua capacidade e qualificações técnicas, e, se o promotor achar que o 
perito tem competência técnica para tal, irá cadastrá-lo no programa Perito da 
Promotoria e convocá-lo, assim que surgir demanda específica voltada para a área de 
atuação referida. O Ministério Público não disponibiliza recursos para a realização de 
pagamentos e honorários do perito; esses, acontecem quando a promotoria requisitada 
aciona o empreendedor infrator que, cometendo algum tipo de dano ambiental, fica 
sujeito a um acordo bilateral. Exemplo: O termo de ajustamento de conduta (TAC) é 
uma forma de solucionar o problema de forma rápida. Ao contrário do que acontece 
normalmente nos processos judiciais, ele é eficaz e mais ágil, assim, o ônus do laudo 
técnico do perito depende de uma negociação direta entre promotores e empreendedores 
para o recebimento da perícia. Esse caso é valido apenas para empresas privadas, pois 
quando o infrator ou autor do dano é um órgão público, o perito fica sujeito a não 
receber pelos trabalhos executados devido à burocracia e à falta de recursos financeiros 
disponíveis do erário, gerando assim, um impasse e desinteresse por parte do perito na 
execução de trabalhos dessa natureza. 
Analisando os dados registrados através da entrevista com o engenheiro, perito e 
diretor do Ibape (Instituto Brasileiro de Perícias), foi possível perceber em sua 
explanação que o mesmo defende o pensamento de que apenas engenheiros devem ser 
peritos, buscando uma especialização na área ambiental. Para Sales, o futuro perito deve 
ser uma pessoa “popular”, “despojada” e influente no meio em que deseja atuar, sendo 
este o caminho mais curto para conseguir uma nomeação perante os juízes em processos 
judiciais; do contrário, o melhor caminho é atuar como consultor para escritórios de 
advocacia ou empresas privadas. Sales também frisou a importância do profissional ser 
conceituado e com experiência, e, para isso, o profissional deve executar diversos 
trabalhos técnicos, adquirir segurança e competência para conquistar o mercado de 
trabalho. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O desafio de alcançar uma posição no mercado técnico impulsiona estudantes do 
curso de perícia a galgar posições desconhecidas e pouco difundidas no meio 
acadêmico. Este trabalho demonstra uma realidade e um desafio para aqueles que 
desejam se inserir neste mercado, aparentemente restrito. Para ser perito é de praxe ter 
um olhar holístico4 do mercado, a fim de se traçar um perfil mais abrangente da 
profissão e alcançar uma perspectiva maior no campo de atuação. Para isso, destacamos 
que o perfil indicado para esse profissional deve ser diversificado. O aluno precisa levar 
em consideração todos os aspectos sistêmicos, dentre os quais podemos citar: problemas 
relacionados às mazelas do sistema, a corrupção, interesses políticos e socioeconômicos 
do país, a falta de regulamentação do profissional, poucas oportunidades divulgadas, 
legislação cheia de brechas, o desafio de receber honorários quando a perícia é realizada 
para setores públicos, enfim, diversas situações embaraçosas e contrárias a se desbravar. 
O perito deve possuir uma rede de contato social e profissional abrangente, se possível 
se associar a uma empresa de consultoria ou profissionais da área ambiental; o mesmo 
precisa estar conectado com laboratórios credenciados, possuir registro no órgão de 
conselho da categoria, atualizar-se e, acima de tudo, ser diligente, ter competência 
técnica para executar as tarefas pertinentes ao seu ofício e exigir o adiantamento de, no 
mínimo, 30% (trinta por cento) do valor total da perícia contratada, para então começar 
a executar os trabalhos. Existem algumas empresas credenciadas e referência no 
mercado de perícias. Em Minas, podemos destacar o Instituto Mineiro de Perícias e o 
Ibape. O perito ambiental deve trilhar um caminho estreito e, ao mesmo tempo, árduo, 
dentro de sua natureza profissional. A profissão permite que haja possibilidades de 
ganhos expressivos, mas, para isso, o perito tem que “dominar” tecnologias de 
informação, atualizar-se, participar de congressos, palestras e conferências sobre a 
temática de sua atuação, e, concomitantemente, buscar cursos que o subsidiarão em sua 
jornada. Assim como qualquer profissão, a área de perícia tem óbices a serem 
desbravados, destarte, há campo de atuação pra todos, inclusive os neófitos emergentes. 
Segue um exemplo controverso: Casos de perícias gratuitas que não fornecem recursos 
financeiros, apenas experiência de trabalho, com isso, alguns profissionais iniciam a 
carreira com grande desafio, ou seja, superar esta modalidade nada atrativa. 
Sendo assim, este trabalho chega ao seu término, acreditando ter contribuído 
com informações essenciais para os futuros estudantes que almejam ingressar no curso 
de perícia, deixando a seguinte recomendação: é de praxe ser criterioso na escolha do 
curso, faz saber que toda ementa de curso deve contemplar matérias como: fotografia e 
montagem de proposta técnica, financeira e comercial, hora técnica/honorários do 
perito, prazos de entrega do laudo, informações sobre ART (Anotação de 
responsabilidade técnica) para que o profissional tenha mais subsídios e potencialize as 
oportunidades que surgirão diante de um mercado cada dia mais competitivo. 
 
Holístico4 Palavra hólos veio do grego e significa inteiro; composto. Holismo é a tendência a sintetizar as 
unidades em totalidades, que se supõe seja própria do universo. Sintetizar é reunir elementos em um todo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Sem mais, agradeço a todos os professores que contribuíram com a minha 
formação, em especial a professora Inês Noronha, pivô do meu desenvolvimento neste 
trabalho, ao professor Luciano J. Alvarenga (Ministério Público de Minas Gerais) e ao 
Dr. Paulo Pereira Martinsque, durante o curso, expôs notório saber sobre a matéria 
abordada, dialogando de forma incisiva sobre os fundamentos da perícia, com exegese 
clara e objetiva demonstrando sua paixão pela docência. Suas aulas foram fundamentais 
para a escolha do tema, e inspirou-me a realizar o presente artigo e contribuir para os 
futuros ingressos no curso de perícia. 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
ALMEIDA, RIBEIRO, Josimar. Perícia Ambiental Judiciária e Securitária: impactos 
e danos: Rio de Janeiro, THEX, 2008.p.108. 
 
DOOYEWEERD, H. 1935 (original), 1969 (English version). A New Critique of 
Philosophical Thought. 4 vols. Amsterdam: H.J. Philadelphia: Presbyterian and 
Reformed Publishing Co. Tomo II. 1969. 598p. 
 
DOOYEWEERD, H. 1969. In the Twilight of Western Thought: Studies in the 
Pretended Autonomy of Philosophical Thought. Philadelphia: Reformed and 
Presbyterian. Publishing Co.1960. 
 
JULIANO, RUI. Manual de Perícias, 3 Ed, Rio Grande: Manual de Perícias, 
2007.p.90. 
 
KASKANTZIS, Georges. Perícia Judicial Ambiental, Rio Grande: Manual de 
Perícias, 2009.p. 90. 
 
MARTINS JR., P.P. 2013 Geól., Dr.Sc.T. Apostila Fundamentos da Perícia 
Ambiental, edição 2013. 
	ABSTRACT
	INTRODUÇÃO CONSOLIDADA
	METODOLOGIA
	1.1. TIPO DE PESQUISA QUALITATIVA
	REFERENCIAL TEÓRICO
	1. CONCEITO DE PERÍCIA E SEUS FUNDAMENTOS
	1.1 Perícia: Definição
	1.2 Fundamentos da Perícia
	Figura 1: Parte I
	Figura 2:
	PERITO JUDICIAL / EXTRAJUDICIAL
	CONCEITO DE ASSISTENTE TÉCNICO
	A DISTINÇÃO ENTRE O ASSISTENTE TÉCNICO E O PERITO JUDICIAL
	ANÁLISE DE DADOS SOBRE A PESQUISA DO MERCADO DE TRABALHO
	CONSIDERAÇÕES FINAIS
	AGRADECIMENTOS
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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