Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O perito ambiental e o mercado de trabalho Environmental expert and the labour market Cláudio D´Assunção Ferreira Bacharel/Licenciatura em Geografia com ênfase em análise ambiental/Uni BH e pós-graduado em perícia, auditoria e análise ambiental /Una. Contato:geoperito@geoperito.com.br RESUMO Com a crescente demanda nos processos judiciais, tem-se aumentado o mercado de perícia e assistência técnica, assim, qualquer pessoa com curso superior está habilitada a exercer a perícia técnica, desde que domine o assunto abordado. Este artigo tem como objeto de pesquisa demonstrar qual é a realidade do perito e o seus desafios no mercado de trabalho, destacando que o mesmo trabalha interdisciplinarmente, com profissionais de áreas distintas, e faz o uso de técnicas de precisão, percepção e, acima de tudo, diligência para se chegar à excelência no laudo técnico. Para o desenvolvimento desta pesquisa, buscou-se analisar o mercado de perícia de forma holística, e direcionar estudantes a galgar caminhos para a execução de laudos em processos judiciais e extrajudiciais; para tal, destacamos uma modalidade que já ocorre no mercado devido à celeridade do seu programa, ou seja, o perito da promotoria. O programa supracitado existe para auxiliar os promotores de justiça a resolver conflitos em curto prazo de tempo, e, de alguma forma, “atinge” tanto empresas públicas e privadas, neste caso, a inserção do perito ocorre mediante a aprovação de concurso público. Sendo assim, foi realizada uma pesquisa de campo no Ceat/MPMG (Centro de Apoio Técnico do Ministério Público de Minas Gerais) através de um questionário relacionado com o programa do perito da promotoria do MP/MG, além de duas entrevistas, sendo uma no Ibape (Instituto Brasileiro de Perícias) e outra no IMP (Instituto Mineiro de Perícias), ambas as instituições localizadas em Belo Horizonte/MG. Destarte, a pesquisa aborda o seu campo de atuação, e direciona o futuro perito para o caminho que o mesmo deve trilhar para superar os desafios que a carreira exige, lembrando que a profissão possui um campo muito extenso na área de pesquisa e com possibilidade de alta rentabilidade financeira. Através deste artigo, o leitor conseguirá identificar as possíveis “vias” para se inserir neste mercado, e irá perceber a relevância deste profissional para subsidiar juízes e promotores de justiça em casos complexos, tanto na esfera pública quanto na esfera privada, seja ele um perito judicial, extrajudicial ou assistente técnico. Enfim, este artigo não pretende esgotar o assunto e sim nortear estudantes que almejam ingressar no curso de pós-graduação em perícia, mas que, de alguma forma, desconhecem a realidade do mercado. Para esses, deixo a minha pequena contribuição, acreditando no potencial do nosso país para a construção de uma nação melhor. Palavras-chaves: Interdisciplinaridade - Precisão – Percepção – Diligência - Holística ABSTRACT With the increasing demand in judicial proceedings, it has increased the expertise and technical assistance market, so anyone over the course are qualified to work in technical expertise, since mastered the subject matter. This article is the subject of research shows what is the reality of the expert and their challenges in the labor market, highlighting that it works across disciplines with different areas of professional and makes the use of precision techniques, perception and above all diligence to reaching excellence in the technical report. For the development of this research, we sought to analyze the skill market holistically, and direct students to climb paths for running reports in judicial and extrajudicial procedures for such, we highlight a sport that already occurs in the market due to the speed of your program, that is, the prosecution expert. The above program exists to assist prosecutors to resolve conflict in a short period of time, and in some way, "reaches" both public and private companies, in this case, the expert insertion occurs with the approval of a public tender. Thus, a field research in Ceat/ MPMG (Center for Technical Support of the Public Ministry of Minas Gerais) through a questionnaire related to the expert of the program for the prosecution of MP / MG was held, and two interviews with a in Ibape (Brazilian Institute of Skills) and another in the IMP (Institute of Mining Expertise) both institutions located in Belo Horizonte / MG. Thus, the research addresses on their field, and directs the future expert in what way it should tread to overcome the challenges that career demands, noting that the profession has a very extensive field research area and the possibility of High financial profitability. Through this article the reader will be able to identify possible "ways" to enter this market, and will realize the importance of this professional to support judges and prosecutors in complex cases both in the public sphere as in the private sphere, be it a court expert , extrajudicial or assistant coach. Anyway, this article is not intended to exhaust the subject, but guide students who aspire to join the postgraduate degree in skill, but somehow unaware of the reality of the market for these, I leave my small contribution believing in the potential of our country to do a better nation. Keywords: Interdisciplinary - Accuracy - Perception - Diligence - Holistic INTRODUÇÃO CONSOLIDADA No Brasil há grandes indícios e fatos que demonstram a pobreza, a desigualdade social e o crescimento populacional acelerado. Essa realidade pode causar impactos negativos sobre os ecossistemas e a sociedade. Com isso, a urbanização desordenada e os acidentes ambientais estão cada vez mais frequentes e intensos em nosso cotidiano e contribuem significativamente para o aumento da contaminação do ar, da água e do solo, causando o aumento da incidência das enfermidades, degradação dos materiais e perdas financeiras. O Poder Público, consciente da responsabilidade de proteger os cidadãos brasileiros e os recursos naturais, tem exigido que os impactos ambientais negativos sejam minimizados e controlados através da criação e aplicação de severas leis ambientais. Cada vez mais, procuradores da justiça têm instaurado ações civis públicas visando punir os infratores e reparar as perdas. Nesse sentido, o perito tem um papel fundamental, ou seja, auxiliar a justiça na elucidação da lide e na valoração dos danos ambientais. A reparação dos danos causados ao meio ambiente somente é possível quando se determina o seu valor, por isso, profissionais de nível superior de diversas áreas do conhecimento são requeridos pela justiça e pelas empresas para atuarem como peritos e assistentes técnicos em processos judiciais ou extrajudiciais, e, na maioria dos casos, devido à complexidade do assunto, a interdisciplinaridade de conhecimentos é necessária para avaliação do dano ambiental, e requer a constituição de uma equipe multidisciplinar de profissionais especialistas. Os principais temas abordados englobam conhecimentos sobre ecologia, direito ambiental, técnicas de avaliação de impactos, valoração de danos e passivos ambientais e análise de riscos. A partir da promulgação da Lei dos Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98), houve uma intensa mudança nas rotinas dos tribunais, que já não dão conta de inúmeros processos movidos pela coletividade e pelo Estado no exercício da proteção dos recursos naturais, alvo de intensas degradações, principalmente após o advento da Revolução Industrial. Nas ações judiciais sobre o meio ambiente é que surge a necessidade da Perícia Ambiental, prevista no Código de Processo Civil (artigos420 a 439 da Seção VII, Cap. VI – Das Provas). A prova pericial é solicitada sempre que, na averiguação da verdade dos fatos, faz-se necessária a atuação de profissionais com conhecimentos técnico-científicos especializados, podendo ser qualquer pessoa com nível superior e que saiba tratar especificamente a matéria abordada. Na área ambiental, as informações e documentos não bastam para elucidar o caso e, muitas vezes, a averiguação da existência do fato danoso e dos efeitos prejudiciais depende de prova técnica que somente pode ser produzida por profissionais com competências técnica voltada para a área e assuntos específicos, podendo ser eles: (biólogos, geógrafos, geólogos, arquitetos, químicos e engenheiros) ou uma equipe multidisciplinar. A atividade pericial em meio ambiente é regida pelo Código de Processo Civil, bem como as demais modalidades de perícias. E, em razão da especificidade das questões ambientais, esta atividade deve ser amparada na Legislação Ambiental vigente no âmbito Federal, Estadual e Municipal. O curso de Perícia Ambiental tem muitos atrativos para aqueles que desejam realmente atuar na área ambiental, seja em empresas privadas ou instituições públicas. Dentro da ementa do curso podemos destacar algumas disciplinas praxe como: Direito, Educação e Conflitos Ambientais, Projetos e Programas, Valoração Ambiental, o uso de Geotecnologias, Estudo de Impacto Ambiental, Licenciamento Ambiental, Auditoria, Cartografia, Fundamentos da perícia, Perícia forense, dentre outras não mencionadas. Após um período de trabalhos executados, o perito ganha confiança e respeito dentro do mercado; sua anotação técnica é o seu cartão de visita, e isso fará com que o mesmo consiga galgar possibilidades de ganhos financeiros expressivos. Destarte, há uma modalidade pouco atrativa quando se fala em periciar trabalhos públicos, pois esses, muitas vezes, não disponibilizam “verbas” ou recursos financeiros para subsidiar o laudo técnico pericial com isso, torna-se um ponto negativo para os neófitos emergentes do mercado brasileiro em perícia técnica ambiental. Pensando nessas questões e analisando a formação acadêmica do curso de Perícia, o presente artigo tem como propósito auxiliar o futuro estudante a fazer uma escolha mais segura, demonstrando a realidade daquilo que o mesmo enfrentará após o término do curso, ou seja, o mercado de trabalho. A pesquisa abrange o estudo apenas na região metropolitana de Belo Horizonte, pois não há tempo disponível para visitar comarcas do interior de Minas Gerais. Mediante o contexto apresentado nesta introdução, qual seria a melhor “via de acesso” para aqueles peritos emergentes no mercado de trabalho? É com base nesse contexto que vamos dialogar sobre a realidade do campo de trabalho, o perfil exigido do profissional, os óbices e desafios com que muitos irão se deparar em sua jornada pela conquista de um mercado restrito, não obstante, o país traga consigo uma crise de valores éticos, crise política e econômica. METODOLOGIA Na primeira parte do artigo, serão apresentadas as principais características da perícia e a diferença entre perito judicial e extrajudicial. Na segunda e última parte, busca-se demonstrar uma visão panorâmica do mercado para perito em Belo Horizonte e região metropolitana. Para isso, foram realizadas três entrevistas: uma entrevista com perito e diretor do Ibape (Instituto Brasileiro de Perícias) e outra com presidente do IMP (Instituto Mineiro de Perícias), e, por último, uma entrevista no Ceat/ MPMG (Centro de Apoio Técnico do Ministério Público de Minas de Gerais). O caráter objetivo da pesquisa é evidenciar qual a percepção dos mesmos sobre a área de atuação e o mercado de perícia técnica. Para tal, utilizou-se o método qualitativo, uma vez que as análises empíricas e teóricas fornecem subsídios para se traçar um perfil mais adequado do profissional que deseja se inserir nesse mercado pouco difundido. 1.1. TIPO DE PESQUISA QUALITATIVA A pesquisa tem características exploratórias e busca esclarecer qual o perfil mais indicado que o profissional deve possuir para se inserir neste mercado de perícias técnicas. O programa Perito da Promotoria do MP/MG juntamente com as instituições Ibape e IMP são referências em Minas Gerais e nos fornecerão subsídios valiosos para traçar o perfil do mercado de perícias em meio aos desafios diários do sistema político, econômico e social do Brasil na atualidade. O processo utilizado para coleta de dados foi a aplicação de um questionário com cinco perguntas referentes ao programa Perito da Promotoria do Ministério Público de Minas Gerais, responsável geral pela coordenação do Departamento de Meio Ambiente dentro do Ministério Público/MG. Posteriormente, foi aplicado um questionário ao engenheiro, perito e diretor do Ibape. REFERENCIAL TEÓRICO Partindo do pressuposto de poucas informações para a carreira de perito ambiental e dos obstáculos encontrados para inserção no mercado de trabalho do mesmo, utilizarei como referencial teórico o conceito de Dooyeweerd (1969) e Martins Jr. Fundamento da Perícia (2013). O referencial baseia-se no conhecimento das esferas da soberania onde se tem a visão de que esta Escola de pensamento epistemológico fornece fundamentos para uma visão global e pode auxiliar o perito a ampliar o seu horizonte, ou campo de atuação profissional. Para isso, o mesmo deve observar e compreender como funcionam as dinâmicas das Esferas de Leis ou Modalidades Cósmicas de Dooyeweerd (1969), dentro da sociedade e buscar uma visão mais ampla do funcionamento da sociedade. Assim, o referencial teórico que será discutido posteriormente será baseado no autor: Martins Jr., P.P. 2013 Geól., Dr.Sc.T. Apostila Fundamentos da Perícia Ambiental, edição 2013 dentre outros artigos correlacionados ao assunto abordado. O presente artigo não possui a pretensão de esgotar o assunto, e sim, abrir caminhos para novas pesquisas. 1. CONCEITO DE PERÍCIA E SEUS FUNDAMENTOS Neste primeiro momento será abordado o principal conceito que rege os fundamentos da perícia observando as modalidades cosmonômicas de (Dooyeweerd, 1969) e Martins Jr., P.P. 2000. Em seguida será abordado brevemente sobre o perito judicial e extrajudicial, o conceito de assistente técnico e as diferenças entre o perito judicial e o assistente técnico e uma análise sobre o mercado de trabalho. 1.1 Perícia: Definição A etimologia da palavra perícia é derivada do latim perítia, que significa: “conhecimento adquirido pela experiência que resulta em saber, talento e perícia”. Portanto, a perícia é um trabalho de investigação, a rigor, todo perito é um pesquisador, aquele que levanta “suspeita”, procurador de causas seu objetivo é elucidar tecnicamente sobre o fato demonstrando para as autoridades, no caso, o juiz, o promotor de justiça, a polícia ambiental, órgãos fiscalizadores ou empreendedores, o que de fato causou o dano ambiental. Para isso, o perito deverá nortear-se utilizando os fundamentos da perícia. 1.2 Fundamentos da Perícia Os fundamentos da perícia buscam em sua diligência apresentar aquilo que está em oculto na materialidade da perícia. A técnica mencionada faz o uso do epistemograma² para diagnóstico pericial e interpretação de resultados com referência nos estudos comprovados de (Dooyeweerd, 1969 English translation) esta, auxiliará o perito em seus estudos a apresentar qual o tema nuclear do fato, quais as relações de causa e efeito, quais os eixos temáticos e desdobramentos sobre o assunto. Este processo permitirá ao perito alcançar os indícios, evidências e provas do fato, assim,será possível observar as reações em cadeias e analógicas, e chegar aos impactos ambientais. Esse fundamento possibilitará a detecção, comprovação e confirmação do dano ambiental, caso haja ou não. Essa metodologia de trabalho irá fundamentar tecnicamente a precisão do laudo técnico pericial e auxiliar as autoridades na elucidação e tomada de decisões sobre o julgamento do infrator, assim, atribuir ao mesmo a devida responsabilização pelos danos causados ao meio ambiente. Segue logo abaixo, a representação em forma de tabela da figura 1, parte I e II de uma aplicação executada no epistemograma¹ em estudo hipotético sobre a instalação de um cemitério ilegal realizado pelo mesmo autor deste artigo. Figura 1: Parte I Numérica Espacial Cinemática Física Biótica Psico- sensíve l Lógico- analítica 1. Excesso de sepultament o no vale. 1. Localizaçã o inadequad a. 1. Ações de agentes pluviais e eólicos. 1. Ação de agentes pluviais e eólicos. 1. Aceleraçã o de reações químicas. 1. Stress. 1. Péssima administraçã o do cemitério. 2. Muitos jazigos próximo uns dos outros. 2. Cemitéri o não está cercado. 2. Risco de Lixiviação . 2. Necrochoru me percolado. 2. População de peixes afetada. 2. Desequilíbri o emocional. 2. Ausência de recursos financeiro s. 3. Diversas covas rasas. 3. Eqüidistância incompatível entre jazigos. 3. Escoamen to Do solo. 3. Recuo mínimo em relação ao rio. 3.Vegetaçã o aquática afetada. 3. Frustração por parte dos familiares. 3. Descumprime nto de leis locais. 4. Cidade só tem um cemitério. 4. Risco de violação de jazigo s. 4. Supressão de gramíneas. 4. Solo impróprio p/ atividade. 4. Proliferação de bactérias no rio. 4 Irritabilidad e, queda ou aumento de pressão. 4. Má conservação do estabelecimen to. 5. Visitas noturnas em jazigos s/ controle. 5. Local sem Controle de Acess o. 5. Assoreame nto do tributário. 5.Rejeitos que cai no rio. 5. Queda da qualidade da água. 5. Enjoo, náuseas e ânsia de vômito. 5. Múltipas irregularidades. 6. Baixa rotatividade do solo em sepultamento 6. Risco de rituais sobre corpos. 6. Migração de peixes. 6.Assoreamen to do efluente. 6. Eutrofizaçã o do rio. 6. Mal estar 6. Sem alvará de funcionament o. Figura 1: Parte II Histórica Lingüístic a Social Econômica Estética Jurídica Ética Mora l Pística 1. Reincidê ncia de gestão ruim. 1. Jazigos sem lápides. 1. Todos estão suscetív eis a situação 1. Ausência de verbas p/ melhorias. 1.Cemi tério sem demarca ção. 1. Desor ganiza ção jurídic a. 1. Ação de Má fé. 1. Perda da fidelid ade 2. Ausênc ia do código de 2. Ausência simbólica de ordename nto 2. Risco de furtos de objeto 2. Infra estrutura precária. 2. Péssim a distrib uição espacia 2. Ausênc ia de código de postura 2. Falta de postura . 2. Perda de credibili dade. 3. Ausênci a de Planeja mento 3. Ausência de placas informativ a ao público. 3. Nível Cultural abaixo da média. 3. Descaso da prefeitura. 3. Covas exposta s ao tempo. 3. Siste ma jurídi co 3. Atos desuma nos. 3. Perda de confiabil idade. 4. Cultura regiona l 4.Sinaliz ação de áreas restritas. 4. Populaçã o local leiga sobre seus 4. Suspeita de desvio de verbas. 4. Falta de sinaliz ação de áreas restrita 4.Ausê ncia de cumpri mento da lei. 4. Interess es subjetiv os ou coletivo 4. Des caso total . 5. Ausência de identificaç ão túmulos. 5. Suspeita de corrupção na gestão econômica. 5. Descui do 5. Ausênc ia de Fiscaliz ação. 5. Descas o total 6.Suspeita de vendas ilícitas de jazigos. 6. Descaso total 6. Descas o total. Epistemograma de perícia - ‘Modalidades cósmicas’ ou também ‘esferas de soberania’ para diagnóstico pericial e interpretação de resultados (Dooyeweerd, 1969 English translation). Fonte: Próprio Autor, 2013. ¹Epistemograma: vem da palavra epistemologia que significa conhecimento, estudo crítico do conhecimento cientifico, sendo assim, epistemograma é um quadro de teorias do conhecimento que demonstra as possibilidades existentes dentro do estudo da perícia. 1. Numérica 2. Espacial 3. Cinemática 4. Física 5. Biótica 6. Psico sensível 7. Lógico-analítica 8. Histórica 9. Lingüística 10. Social 11. Econômica 12. Estética 13. Jurídica 14. Moral 15. Pística Legenda: Preto Negrito: Núcleo Central da perícia. Vermelho: Aparentemente visíveis/evidências. Verde: Deverão ser investigados. Azul: As modalidades Cósmicas. A figura 2 representa o fluxograma² da visão sistêmica, uma metodologia empregada nos fundamentos de perícia para se chegar ao que está em oculto na perícia técnica. Este trabalho é fruto de um estudo acadêmico hipotético que relata a instalação de um cemitério ilegal realizada durante o curso de Perícia pelo autor deste artigo, que fundamentou este estudo baseado na obra de Martins Jr., P.P. Fundamentos da perícia 2013. Figura 2: Fluxograma, estruturação da visão sistêmica da perícia. Fonte: Próprio Autor, 2013. ²Fluxograma acima é uma representação da visão sistêmica de um estudo acadêmico hipotético de perícia técnica, cujo tema é: Cemitério Ilegal, o estudo realizado pelo mesmo autor deste artigo, e orientado por MARTINS JR., P.P. 2013 Geól., Dr.Sc.T. Para ter acesso ao referido artigo, visite o site: www.geoperito.com.br na parte publicação de artigos. PERITO JUDICIAL / EXTRAJUDICIAL A perícia pode ocorrer no âmbito judicial e extrajudicial. No judicial, a perícia acontece quando a prova do fato depende de conhecimento técnico ou científico, no qual o juiz necessitará de um perito para a realização deste trabalho. Há que se destacar que os juízes não poderão se valer de conhecimentos técnicos pessoais para dispensar a perícia, a não ser que o caso disputado seja muito simples e não exija a prova técnica; portanto, o mesmo necessitará da presença do perito para realizar a comprovação técnica e auxiliá-lo na tomada de decisões. As perícias judiciais são aquelas que ocorrem, portanto, no âmbito da justiça, podendo ocorrer em diferentes tipos de ação, tais como: execuções, desapropriações,demarcações, alvarás, inventários, usucapião, separação litigiosa, área ambiental, entre outras. É um direito das partes envolvidas no processo que somente poderá ser negado se a prova não necessitar conhecimento técnico, se for desnecessária em vistas de outras provas produzidas, ou for impraticável a sua verificação. Podem solicitar a perícia, os Juízes, Promotores, Autoridades Policiais em Inquéritos criminais, Civil ou Militar. Defensor das Partes. (Almeida 2008). Podem ser peritos judiciais os profissionais de nível superior, que comprovarão sua especialidade na matéria sobre a qual irão opinar, mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos. O Artigo 145, § 1º (CPC), com a redação dada pela Lei 7.270/84 reafirma que “os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário”. Desta forma, a perícia judicial ambiental, por ser multidisciplinar, poderá ser realizada por qualquer profissional de nível superior, capacitado para tal, e que tenha registro em conselho de classe. Os peritos nomeados pelo juiz poderão atuar tanto na justiça federal quanto estadual, assim, o juiz poderá responder por uma ou mais varas³, situação frequente em regiões compostas por pequenos municípios que dispõem, cada um, de uma vara cível. O juiz é responsável por duas ou mais varas³, também, nos casos de férias de outros juízes, ou quando preenche função nos períodos entre a data em que um juiz deixa o cargo e a data em que outro assume a titularidade. Nesses casos, são chamados de “juízes substitutos”. Tudo que ocorre nas varas de justiça cível, se aplica nas varas federais, sendo assim, as condições de mercado são diversas para o perito judicial. Quanto à responsabilidade e perfil do profissional, o mesmo deve possuir as seguintes características: leal, diligente, honesto, cuidadoso, sincero, competente, detalhista e, acima de tudo, imparcial. Pode-se compreender que diligências, são todas as atividades necessárias à confecção do laudo pericial com qualidade e precisão. As diligências podem ser: (...) Ida a arquivos públicos em busca de documentos, a fim de averiguar fatos de que a perícia trata ou pretende fundamentar as conclusões do laudo; Ouvir testemunho de pessoas que viram ou acompanharam os fatos; Vistorias, registradas ou não, com fotos; Reunião com os assistentes técnicos das partes; (...) KASKANTZIS (2009, p.08). No mercado extrajudicial para perito há uma diversidade muito ampla de campo de trabalho. Considerando a interdisciplinaridade da área ambiental, existem diversos campos de atuação para profissionais com diferentes formações, entre os quais, engenheiros, geólogos, geógrafos, químicos, biólogos, advogados e sociólogos, dentre outros. O profissional auditor, dependendo da sua experiência e formação técnica, pode atuar, de forma individual ou em equipe multidisciplinar, para melhorar a qualidade do trabalho. Desde então, o perito ambiental pode atuar extrajudicialmente, ou seja, sem estar envolvido em um processo judicial ou diretamente ligado a um Tribunal de Justiça, juiz de direito ou promotor de justiça; o mesmo pode fazer diversos laudos periciais para empresas privadas ou empreendedores que buscam realizar projetos na área de meio ambiente. Para exemplificar as áreas de atuação, citaremos o campo de atuação a ser explorado pelo perito extrajudicial, quais sejam: Passivos Ambientais, Avaliação de Riscos e Acidentes Ambientais; Auditoria Ambiental, Diagnóstico Básico Ambiental, EIA (Estudo de Impacto Ambiental) – Rima e (Relatório de Impacto ambiental), Licenciamento Ambiental, PBA (Plano Básico Ambiental), PRAD (Plano de recuperação de áreas degradadas), PCA (Plano de Controle Ambiental), PTRF (Projeto técnico de recuperação de Flora) Relatório, Laudo e TAC (Termo de ajustamento de Conduta). CONCEITO DE ASSISTENTE TÉCNICO O trabalho do assistente técnico constitui-se na legislação a partir de 1939, com a implantação do Código Processo Civil. Mas, é a partir do segundo CPC, criado em 1973, que sua função recebeu tratamento mais amplo, claro e aplicável, transformando- -se numa espécie de “fiscal” do perito judicial. ³Varas: Nome dado a uma circunscrição em que o juiz exerce a sua jurisdição. É um órgão de primeira instância. Essa expressão tem origem em Roma, onde os magistrados se distinguem por trazerem a sua frente um empregado que carregava um feixe de varas, chamado faces. Este costume foi adotado por Portugal e Brasil Colônia segundo Guimarães, Deocleciano Torrieri, dicionário compacto Jurídico, 11 Edição - Editora Riddel. O termo assistente técnico resume-se em auxiliar da parte, aquele que tem por obrigação concordar, criticar ou complementar o laudo do perito oficial, através de seu parecer, cabendo ao Juiz, pelo princípio do livre convencimento, analisar seus argumentos, podendo fundamentar sua decisão neste parecer. O assistente técnico é responsável pela oferta de parecer pericial, ou seja, oferece, por meio de trabalho próprio, sua opinião técnica, crítica ou concordante, a respeito do laudo pericial oferecido pelo perito judicial. À luz dos conceitos acima estampados, entende-se que assistente técnico pode ser resumido em uma função de confiança, com intuito de fidelizar o processo do cliente nos atos processuais, abordando pareceres, razões de divergências, além de ser um importante fator na avaliação da exatidão dos resultados atingidos pelo perito designado pelo juízo. Tais atividades, também chamadas de Assistência Técnica, originam-se por meio da indicação das partes que escolhem o profissional que irá auxiliá-las, podendo ser realizadas tanto na área judicial quanto na extrajudicial. A DISTINÇÃO ENTRE O ASSISTENTE TÉCNICO E O PERITO JUDICIAL Existem algumas diferenças emergentes entre o assistente técnico e o perito judicial, ao analisarmos do ponto de vista processual. Como vimos anteriormente, o assistente técnico é o profissional de confiança da parte e por ela nomeado para apresentar trabalho técnico divergente ao apresentado pelo perito. Apesar de ser considerado como auxiliar da parte contratante (empresa), não é um funcionário público concursado, mas sim um profissional liberal, sendo a sua remuneração paga também pela parte que o contratou. Por outro lado, o perito é considerado como um auxiliar do juízo, também é um profissional liberal, todavia, depende de aprovação do juiz para realização do trabalho. Sua remuneração é paga pela parte que solicitou a prova, ou pelo autor quando esta for determinada pelo Magistrado. Por se tratar de profissional de confiança do juiz, o perito judicial deve ser dotado de conhecimento técnico especializado, além de necessitar de treinamento, aperfeiçoamento e investimentos em fontes de consulta, para o efetivo aumento de sua capacidade profissional, com a finalidade de cumprir o encargo concedido. Para os assistentes técnicos considera-se que sua responsabilidade inclui somente o aspecto científico ambiental já exposto acima, pois a defesa não cabe ao assistente técnico, mas sim ao advogado. E, apesar de ser indicado pela parte, não estando sujeita a impedimento ou suspeição do Magistrado, cabe tanto para o perito quanto para o assistente técnico o disposto no art. 147 do CPC, submetidos às mesmas sanções previstas na lei penal. Art. 422. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que Ihe foi cometido, independentemente de termo de compromisso. Os assistentes técnicos são de confiança da parte, não sujeitos a impedimento ou suspeição. (Código de Processo Civil, 1992. p. 83). Perito Assistente técnico Nomeado pelo juiz Indicado pelas as partes Profissionalhabilitado Profissional habilitado Sujeito a impedimento ou suspeição, Previstos no CPC. Não está sujeito a impedimento, previsto no CPC. Recebe seus honorários por alvará Determinado pela Justiça Recebe seus honorários diretamente da parte que o indicou Prazo de entrega determinado pelo Juiz O prazo de manifestação para opinar sobre o laudo Do perito é de 10 dias após a publicação da entrega Do laudo oficial Profissional de confiança do Juiz Profissional de confiança da parte Quadro comparativo entre o perito e o assistente técnico. Fonte: JULIANO, RUI. Manual de Perícias, 3 Ed, Rio Grande: Manual de Perícias, 2007.p.90. Em regra, o assistente técnico tem a missão de auxiliar a parte que o contratou, manifestando-se acerca do laudo ofertado pelo perito, dentro daquilo que é de interesse da parte contratante. Já o perito tem a missão de auxiliar o Magistrado (Juiz) na concretização real dos fatos no julgamento da lide. ANÁLISE DE DADOS SOBRE A PESQUISA DO MERCADO DE TRABALHO O perito da promotoria é um perito mais exclusivo do programa supracitado, ou seja, um profissional voltado especificamente para atender as demandas ambientais dentro dos parâmetros exigidos pelos promotores de justiça, como forma de auxiliar promotores e juízes, sendo assim, a promotoria desenvolveu um manual prático de quesitos (perguntas) para cada área ou setor de atuação, cujo objetivo é facilitar e auxiliar juízes e promotores no que se refere aos questionamentos técnicos e norteá-los em suas decisões. Para ser perito ambiental da promotoria, o interessado deve ser aprovado em concurso público. Existe uma pequena “possibilidade” informal do perito se ingressar neste programa sem a necessidade de realizar concurso público; o mesmo deve se dirigir ao Ministério Público e se apresentar ao promotor de justiça local, demonstrado a ele sua capacidade e qualificações técnicas, e, se o promotor achar que o perito tem competência técnica para tal, irá cadastrá-lo no programa Perito da Promotoria e convocá-lo, assim que surgir demanda específica voltada para a área de atuação referida. O Ministério Público não disponibiliza recursos para a realização de pagamentos e honorários do perito; esses, acontecem quando a promotoria requisitada aciona o empreendedor infrator que, cometendo algum tipo de dano ambiental, fica sujeito a um acordo bilateral. Exemplo: O termo de ajustamento de conduta (TAC) é uma forma de solucionar o problema de forma rápida. Ao contrário do que acontece normalmente nos processos judiciais, ele é eficaz e mais ágil, assim, o ônus do laudo técnico do perito depende de uma negociação direta entre promotores e empreendedores para o recebimento da perícia. Esse caso é valido apenas para empresas privadas, pois quando o infrator ou autor do dano é um órgão público, o perito fica sujeito a não receber pelos trabalhos executados devido à burocracia e à falta de recursos financeiros disponíveis do erário, gerando assim, um impasse e desinteresse por parte do perito na execução de trabalhos dessa natureza. Analisando os dados registrados através da entrevista com o engenheiro, perito e diretor do Ibape (Instituto Brasileiro de Perícias), foi possível perceber em sua explanação que o mesmo defende o pensamento de que apenas engenheiros devem ser peritos, buscando uma especialização na área ambiental. Para Sales, o futuro perito deve ser uma pessoa “popular”, “despojada” e influente no meio em que deseja atuar, sendo este o caminho mais curto para conseguir uma nomeação perante os juízes em processos judiciais; do contrário, o melhor caminho é atuar como consultor para escritórios de advocacia ou empresas privadas. Sales também frisou a importância do profissional ser conceituado e com experiência, e, para isso, o profissional deve executar diversos trabalhos técnicos, adquirir segurança e competência para conquistar o mercado de trabalho. CONSIDERAÇÕES FINAIS O desafio de alcançar uma posição no mercado técnico impulsiona estudantes do curso de perícia a galgar posições desconhecidas e pouco difundidas no meio acadêmico. Este trabalho demonstra uma realidade e um desafio para aqueles que desejam se inserir neste mercado, aparentemente restrito. Para ser perito é de praxe ter um olhar holístico4 do mercado, a fim de se traçar um perfil mais abrangente da profissão e alcançar uma perspectiva maior no campo de atuação. Para isso, destacamos que o perfil indicado para esse profissional deve ser diversificado. O aluno precisa levar em consideração todos os aspectos sistêmicos, dentre os quais podemos citar: problemas relacionados às mazelas do sistema, a corrupção, interesses políticos e socioeconômicos do país, a falta de regulamentação do profissional, poucas oportunidades divulgadas, legislação cheia de brechas, o desafio de receber honorários quando a perícia é realizada para setores públicos, enfim, diversas situações embaraçosas e contrárias a se desbravar. O perito deve possuir uma rede de contato social e profissional abrangente, se possível se associar a uma empresa de consultoria ou profissionais da área ambiental; o mesmo precisa estar conectado com laboratórios credenciados, possuir registro no órgão de conselho da categoria, atualizar-se e, acima de tudo, ser diligente, ter competência técnica para executar as tarefas pertinentes ao seu ofício e exigir o adiantamento de, no mínimo, 30% (trinta por cento) do valor total da perícia contratada, para então começar a executar os trabalhos. Existem algumas empresas credenciadas e referência no mercado de perícias. Em Minas, podemos destacar o Instituto Mineiro de Perícias e o Ibape. O perito ambiental deve trilhar um caminho estreito e, ao mesmo tempo, árduo, dentro de sua natureza profissional. A profissão permite que haja possibilidades de ganhos expressivos, mas, para isso, o perito tem que “dominar” tecnologias de informação, atualizar-se, participar de congressos, palestras e conferências sobre a temática de sua atuação, e, concomitantemente, buscar cursos que o subsidiarão em sua jornada. Assim como qualquer profissão, a área de perícia tem óbices a serem desbravados, destarte, há campo de atuação pra todos, inclusive os neófitos emergentes. Segue um exemplo controverso: Casos de perícias gratuitas que não fornecem recursos financeiros, apenas experiência de trabalho, com isso, alguns profissionais iniciam a carreira com grande desafio, ou seja, superar esta modalidade nada atrativa. Sendo assim, este trabalho chega ao seu término, acreditando ter contribuído com informações essenciais para os futuros estudantes que almejam ingressar no curso de perícia, deixando a seguinte recomendação: é de praxe ser criterioso na escolha do curso, faz saber que toda ementa de curso deve contemplar matérias como: fotografia e montagem de proposta técnica, financeira e comercial, hora técnica/honorários do perito, prazos de entrega do laudo, informações sobre ART (Anotação de responsabilidade técnica) para que o profissional tenha mais subsídios e potencialize as oportunidades que surgirão diante de um mercado cada dia mais competitivo. Holístico4 Palavra hólos veio do grego e significa inteiro; composto. Holismo é a tendência a sintetizar as unidades em totalidades, que se supõe seja própria do universo. Sintetizar é reunir elementos em um todo. AGRADECIMENTOS Sem mais, agradeço a todos os professores que contribuíram com a minha formação, em especial a professora Inês Noronha, pivô do meu desenvolvimento neste trabalho, ao professor Luciano J. Alvarenga (Ministério Público de Minas Gerais) e ao Dr. Paulo Pereira Martinsque, durante o curso, expôs notório saber sobre a matéria abordada, dialogando de forma incisiva sobre os fundamentos da perícia, com exegese clara e objetiva demonstrando sua paixão pela docência. Suas aulas foram fundamentais para a escolha do tema, e inspirou-me a realizar o presente artigo e contribuir para os futuros ingressos no curso de perícia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, RIBEIRO, Josimar. Perícia Ambiental Judiciária e Securitária: impactos e danos: Rio de Janeiro, THEX, 2008.p.108. DOOYEWEERD, H. 1935 (original), 1969 (English version). A New Critique of Philosophical Thought. 4 vols. Amsterdam: H.J. Philadelphia: Presbyterian and Reformed Publishing Co. Tomo II. 1969. 598p. DOOYEWEERD, H. 1969. In the Twilight of Western Thought: Studies in the Pretended Autonomy of Philosophical Thought. Philadelphia: Reformed and Presbyterian. Publishing Co.1960. JULIANO, RUI. Manual de Perícias, 3 Ed, Rio Grande: Manual de Perícias, 2007.p.90. KASKANTZIS, Georges. Perícia Judicial Ambiental, Rio Grande: Manual de Perícias, 2009.p. 90. MARTINS JR., P.P. 2013 Geól., Dr.Sc.T. Apostila Fundamentos da Perícia Ambiental, edição 2013. ABSTRACT INTRODUÇÃO CONSOLIDADA METODOLOGIA 1.1. TIPO DE PESQUISA QUALITATIVA REFERENCIAL TEÓRICO 1. CONCEITO DE PERÍCIA E SEUS FUNDAMENTOS 1.1 Perícia: Definição 1.2 Fundamentos da Perícia Figura 1: Parte I Figura 2: PERITO JUDICIAL / EXTRAJUDICIAL CONCEITO DE ASSISTENTE TÉCNICO A DISTINÇÃO ENTRE O ASSISTENTE TÉCNICO E O PERITO JUDICIAL ANÁLISE DE DADOS SOBRE A PESQUISA DO MERCADO DE TRABALHO CONSIDERAÇÕES FINAIS AGRADECIMENTOS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Compartilhar