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Apostila de Direito Tributário

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Passos para a instituição de um tributo e do respectivo crédito tributário
1º PASSO
O primeiro requisito para a instituição do tributo é a competência tributária ou, em outras palavras, a autorização constitucional. Ou seja, a competência para o sujeito ativo ou entidade tributante instituir o tributo deve constar na Constituição Federal, caso contrário é impossível fazê-lo. Assim, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios só poderão instituir (além das taxas e contribuições) os impostos relacionados nos arts. 155 e 156, respectivamente. Se, por exemplo, os Estados quiserem instituir um imposto não previsto naqueles artigos, deverão aprovar emenda constitucional a fim de obter a competência tributária ou, em outras palavras, a autorização constitucional.
2º PASSO
O segundo passo é a edição de uma lei, stricto senso, (aprovada pelo Poder Legislativo) na qual o sujeito ativo, ou entidade tributante (União, Estados, Distrito Federal ou Municípios) defina o fato gerador do tributo (hipótese de incidência), a sua base de cálculo, a alíquota, os contribuintes, etc. Não há tributo sem lei que o institua. (Princípio da Legalidade Tributária)
3º PASSO
Até aqui o tributo existe apenas no plano abstrato, em hipótese (também chamado de hipótese de incidência), e, portanto, ainda não pode ser exigido. Para que o seja, é necessário o terceiro passo que é a ocorrência concreta do fato gerador do tributo. Ou seja, aquela hipótese de incidência prevista, abstratamente, na lei deve ocorrer na realidade os fatos.
4º PASSO
Quando após a ocorrência do fato gerador, nasce a obrigação tributária. Entretanto, o tributo ainda não tem como ser exigido. A União não tomou conhecimento ainda da ocorrência do fato gerador nem sabe quem é o contribuinte e tampouco o valor do tributo. Por isso, não tem, ainda, como exigi-lo.
5º PASSO
A União só poderá exigir o imposto depois que tomar conhecimento da ocorrência do fato gerador, identificar o contribuinte e quantificar o valor do tributo. Tal atividade é chamada de lançamento. E o tributo lançado passa a chamar-se crédito tributário. O lançamento é, então, o quinto passo. 
O crédito tributário, uma vez lançado, só pode ser extinto (normalmente através do pagamento), suspenso (moratória, depósito, etc.) ou excluído (isenção ou anistia), nos termos do CTN. O destino natural do crédito tributário é a sua extinção através do pagamento. Com isso, numa visão panorâmica, observamos o tributo desde o seu nascimento até a sua extinção.
OBSERVAÇÃO:
Desta forma, nasce o termo hipótese de incidência, muito confundido, e por isso gerador de certa atecnia legislativa, e mesmo entre alguns doutrinadores que fazem manobras para a utilização da expressão fato gerador indistintamente. O art. 114 do CTN explicita o que se diz: "Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência". O CTN trata hipótese de incidência como fato gerador, trata uma situação abstrata como algo já efetivado no mundo dos fatos, o que pode vir a gerar complicações se tomada por uma exegese meramente literal.
Fato gerador, em verdade é algo concreto, realizado, faticamente materializado. É a realização concreta de um comportamento descrito na norma, em cuja observação faz nascer uma obrigação jurídica. Fato gerador do tributo é o conjunto dos pressupostos abstratos descritos na norma de direito material, de cuja concreta realização decorrem os efeitos jurídicos previstos. (Nogueira 1999, p. 142).
Quando se fala de hipótese de incidência trata-se da previsão legal ainda no campo da abstração, que como o próprio nome sugere é uma hipótese que pode vir ou não a ocorrer no mundo dos fatos, que uma vez realizada, concretizado estará o fato gerador. É a hipótese de incidência o pressuposto da norma impositiva, ao passo que o fato gerador é a própria situação, que ocorrida, atrai a incidência da norma.
A hipótese de incidência é a situação descrita na norma necessária e suficiente ao surgimento da obrigação tributária, enquanto a expressão fato gerador se revela como a ocorrência no mundo dos fatos da exata previsão contida na hipótese de incidência. Esta é a forma com que a quase unanimidade da doutrina trata a questão, que vale lembrar, discrepa do art. 114 do CTN, que por atecnia do legislador de 1966 acabou por confundir os institutos. 
Do exposto, incorpora-se como melhor entendimento, que hipótese de incidência e fato gerador possuem "nomen iuris" diversos pelo fato de se tratarem de percepções de momentos diversos de fenômenos próximos. Enquanto a hipótese de incidência encontra-se no campo hipotético da abstração, o fato gerador amolda-se mais técnico em momento superveniente, quando a hipótese de incidência passa a ter concretude com a realização fática de sua previsão.
Modalidades de Lançamento
Lançamento de ofício (direto) – Art. 149, CTN – A autoridade realiza todo o procedimento administrativo, obtendo as informações e realizando o lançamento, sem qualquer auxílio do sujeito passivo ou de terceiro. Exemplos mais comuns: IPTU e IPVA. Características: a) de iniciativa da autoridade tributária; b) independe de qualquer colaboração do sujeito passivo.
Lançamento por declaração (misto) – Arts. 147 e 148, CTN - o sujeito passivo presta informações à autoridade tributária quanto à matéria de fato; cabendo a administração pública apurar o montante do tributo devido. Exemplo: apuração do imposto de importação decorrente de declaração do passageiro que desembarca do exterior. Características: a) o sujeito passivo fornece informações quanto à matéria de fato à autoridade tributária; b) a autoridade tributária lança após receber as informações.
Lançamento por homologação (autolançamento) – Art. 150, CTN – o sujeito antecipa o pagamento em relação ao lançamento, sem prévio exame da autoridade tributária. Fica a declaração sujeita à confirmação posterior da autoridade administrativa. Exemplos: IR. Características: a) sujeito passivo antecipa o pagamento; b) não há prévio exame da autoridade tributária; c) a autoridade tributária faz a homologação posterior; d) pode ocorrer homologação tácita, não confirmação após 5 anos.
Lançamento por arbitramento – NÃO É uma outra modalidade de lançamento, é um tipo de lançamento de ofício no qual a administração não possui elementos necessários para realizar a exata quantificação do crédito, daí o art. 148 do CTN permitir que, quando ausentes os elementos necessários para calcular o montante correto, possa a Administração arbitrar a base de cálculo para chegar ao valor devido.
O fato de existir omissão na escrita fiscal do contribuinte, nem sempre justifica a realização do lançamento por arbitramento. Esse apenas deve ocorrer quando não existirem elementos capazes de quantificar o valor exato do crédito. Esse é o sentido da Súmula 76 do TFR:
“Em tema de imposto de renda, a desclassificação da escrita somente se legitima na ausência de elementos concretos que permitam a apuração do lucro real da empresa, não a justificando simples atraso na escrita.”
A referida Súmula continua sendo aplicada pelo STJ:
“REsp 549921 / CE RECURSO ESPECIAL 2003/0099711-6 Relator(a) Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI (1124) Órgão Julgador T1 - PRIMEIRA TURMA Data do Julgamento 21/06/2007 Data da Publicação/Fonte DJ 01/10/2007 p. 212 Ementa TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL - RECURSO ESPECIAL. IMPOSTO DE RENDA DE PESSOA JURÍDICA. AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO. ISENÇÃO FISCAL. DEDUÇÃO DE PARCELAS NÃO ABRANGIDAS. ESCRITURAÇÃO IDÔNEA. LANÇAMENTO POR ARBITRAMENTO (ARTIGOS 399, IV, E 400, § 6º, DO RIR/80). INVIABILIDADE.
1. A ausência de debate, na instância recorrida, sobre dispositivos legais cuja violação se alega no recurso especial atrai, por analogia, a incidência da Súmula 282 do STF.
2. É vedado o reexame de matéria fáticoprobatória em sede de recurso especial, a teor do que prescreve a Súmula 7 desta Corte.
3. É pressuposto de admissibilidade do recursoespecial a adequada indicação da questão controvertida, com informações sobre o modo como teria ocorrido a violação a dispositivos de lei federal. Súmula 284/STF.
4. A apuração do lucro da pessoa jurídica por arbitramento se justifica quando "a escrituração mantida pelo contribuinte contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para determinar o lucro real ou presumido, ou revelar evidentes indícios de fraude (art. 399, IV do RIR/80 - Decreto 85.450/80). Todavia, se o contribuinte mantém regular escrituração da receita bruta efetivamente verificada, é com base nela, e não por arbitramento, que o tributo deve ser lançado (art. 400, caput, do RIR/80. Também em matéria tributária deve-se observar, sempre que possível, o princípio da verdade real, inquestionavelmente consagrado em nosso sistema normativo (CTN, art. 148; Súmula 76/TFR).
5. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, improvido.”
Conceito e Natureza do Tributo
O conceito de tributo encontra-se expresso no art. 3° do CTN:
Art. 3º - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
	DEFINIÇÃO DE TRIBUTO – Art. 3º do CTN
	TRIBUTO É TODA PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA 
	"prestação pecuniária compulsória", isto é, deriva do poder de império do Estado e é obrigatória.
	COMPULSÓRIA
	É um encargo financeiro de natureza pecuniária e compulsória, no qual o contribuinte é obrigado a entregar dinheiro, pecúnia ao Estado.
	EM MOEDA OU CUJO VALOR NELA SE POSSA EXPRIMIR
	O Tributo deve ser pago em valor monetário direto (moeda, cheque ou vale postal), não podendo alguém liquidar dívida tributária mediante a utilização de efeitos patrimoniais simbólicos diversos. Atualmente, o tributo é exigido, em regra, em moeda (dinheiro).
	INSTITUIDA POR LEI
	O tributo é prestação "instituída em lei". Está sob reserva de lei, no sentido estrito do termo, isto é, da lei regularmente produzida pelo Poder Legislativo, nos termos constitucionais. Como veremos, o tributo não pode ser instituído por decreto nem tampouco por medida provisória e muito menos por portaria e outros atos menores.
	COBRADA MEDIANTE ATIVIDADE ADMINISTRATIVA PLENAMENTE VINCULADA
	Ocorrido o fato gerador, surge a obrigação tributária. Surgida esta, o sujeito ativo está obrigado a cobrar o tributo e o sujeito passivo, a pagá-lo. A cobrança do tributo não está sujeita ao poder discricionário da autoridade administrativa. Ela não tem o poder de decidir se cobra ou não, de vez que sua atividade, no caso da cobrança de tributos, é plenamente vinculada ou obrigatória.
Outra característica é que é prestação "que não constitua sanção de ato ilícito". O tributo não é penalidade. A multa decorrente de infração fiscal é penalidade, mas não é tributo. Ou seja, a exigência de tributo não pode ser confundida com a aplicação de uma penalidade a um ato ilícito.
Espécies de Tributo
A Constituição Federal, no seu art. 145, determina que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
- Impostos;
- Taxas e;
- Contribuição de melhoria.
O CTN, no seu art. 5°, dispõe que:
"Os tributos são: impostos, taxas e contribuições de melhoria".
Numa primeira interpretação é fácil concluir que, apenas, essas três espécies são tributos. Existe até mesmo uma polêmica sobre o assunto, no sentido de que uma corrente adota esse entendimento e outra, a majoritária, o de que também são tributos o empréstimo compulsório e as contribuições sociais.
Para embasar o segundo entendimento, argumenta-se, em linhas gerais que, apesar de não expressamente classificados como tributos, tanto o empréstimo compulsório como as contribuições sociais estão subordinados às mesmas normas gerais do Direito Tributário, além de que estão previstos no capítulo constitucional que trata dos tributos ("Do Sistema Tributário Nacional").
à luz da Constituição Federal de 1988, entendemos ser mais útil e até mesmo didático considerar como modalidades ou espécies de tributos: o imposto, a taxa, a contribuição de melhoria, as contribuições sociais e o empréstimo compulsório.
Os exemplos de tributos são:
Impostos federais
II – Imposto sobre a importação de produtos estrangeiros;
IE – Imposto sobre a exportação de produtos nacionais ou nacionalizados;
IR – Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza;
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados;
IOF – Imposto sobre Operações Financeiras;
ITR – Imposto Territorial Rural;
IGF – Imposto sobre Grandes Fortunas;
Impostos Estaduais
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços;
IPVA – Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores;
ITCD – Imposto sobre Transmissões Causa Mortis e Doações de Qualquer Bem ou Direito;
AIRE – Adicional do Imposto da União Sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (extinto)
Impostos Municipais
IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana;
ITBI – Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens e Imóveis e de Direitos Reais a Eles Relativos;
IVVC – Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e Gasosos (extinto);
ISS – Impostos sobre Serviços de Qualquer Natureza
Taxas
Taxa de Autorização do Trabalho Estrangeiro;
Taxa de Avaliação in loco das Instituições de Educação e Cursos de Graduação – Lei 10.870/2004;
Taxa de Classificação, Inspeção e Fiscalização de produtos animais e vegetais ou de consumo nas atividades agropecuárias – Decreto Lei 1.899/1981;
Taxa de Coleta de Lixo;
Taxa de Combate a Incêndios;
Taxa de Conservação e Limpeza Pública;
Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA – Lei nº 10.165/2000;
Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos – Lei nº 10.357/2001, art. 16;
Taxa de Emissão de Documentos (níveis municipais, estaduais e federais);
Taxa de Fiscalização CVM (Comissão de Valores Mobiliários) – Lei 7.940/1989;
Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária – Lei 9.782/1999, art. 23;
Taxa de Fiscalização dos Produtos Controlados pelo Exército Brasileiro – TFPC – Lei nº 10.834/2003;
Taxa de Fiscalização e Controle da Previdência Complementar – TAFIC – art. 12 da MP 233/2004;
Taxa de Licenciamento Anual de Veículo;
Taxa de Licenciamento para Funcionamento e Alvará Municipal;
Taxa de Pesquisa Mineral DNPM – Portaria Ministerial 503/1999;
Taxa de Serviços Administrativos – TSA – Zona Franca de Manaus – Lei nº 9960/2000;
Taxa de Serviços Metrológicos – art. 11 da Lei nº 9933/1999;
Taxas ao Conselho Nacional de Petróleo (CNP);
Taxas de Outorgas (Radiodifusão, Telecomunicações, Transporte Rodoviário e Ferroviário, etc.);
Taxas de Saúde Suplementar – ANS – Lei nº 9.961/2000, art. 18;
Taxa de Utilização do MERCANTE – Decreto nº 5.324/2004;
Taxas do Registro do Comércio (Juntas Comerciais);
Taxa Processual Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE – Lei nº 9.718/1998
Contribuições
Contribuições trabalhistas ou sobre a folha de pagamento;
INSS (contribuição);
FGTS (contribuição)�;
PIS/PASEP (contribuição)
Contribuições sobre o faturamento ou sobre o lucro
COFINS – Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social;
CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
Contribuições sobre movimentações financeiras
CPMF – Contribuição Permanente (antes Provisória) sobre Movimentação Financeira (extinta)
Contribuições – “Sistema S”
Contribuição ao Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena Empresa (Sebrae) – Lei nº 8.029/1990;
Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Comercial (SENAC) – Lei nº 8.621/1946;
Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado dos Transportes (SENAT) – Lei nº 8.706/1993;
Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (SENAI) – Lei nº 4.048/1942;Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Rural (SENAR) – Lei nº 8.315/1991;
Contribuição ao Serviço Social da Indústria (SESI) – Lei nº 9.403/1946;
Contribuição ao Serviço Social do Comércio (SESC) – Lei nº 9.853/1946;
Contribuição ao Serviço Social do Cooperativismo (SESCOOP);
Contribuição ao Serviço Social dos Transportes (SEST) – Lei nº 8.706/1993
Outras contribuições
Contribuições aos Órgãos de Fiscalização Profissional (CRC, CREA, CRECI, CORE, CRQ, etc), exceto a OAB;
Contribuição à Direção de Portos e Costas (DPC) – Lei nº 5.461/1968;
Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FNDCT – Lei nº 10.168/2000;
Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), também chamado “Salário Educação”;
Contribuição ao Funrural;
Contribuição ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) – Lei nº 2.613/1955;
Contribuição ao Seguro Acidente de Trabalho (SAT);
Contribuição Confederativa Laboral (dos empregados);
Contribuição Confederativa Patronal (das empresas);
Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE Combustíveis – Lei nº 10.336/2001;
Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública – Emenda Constitucional nº 39/2002;
Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional – CONDECINE – art. 32 da Medida Provisória 2228-1/2001 e Lei nº 10.454/2002;
Contribuição Sindical Laboral (não se confunde com a Contribuição Confederativa Laboral, vide comentários sobre a Contribuição Sindical Patronal);
Contribuição Sindical Patronal (não se confunde com a Contribuição Confederativa Patronal, já que a Contribuição Sindical Patronal é obrigatória, pelo artigo 578 da CLT, e a Confederativa foi instituída pelo art. 8º, inciso IV, da Constituição Federal e é obrigatória em função da assembleia do Sindicato que a instituir para seus associados, independentemente da contribuição prevista na CLT);
Contribuição Social Adicional para Reposição das Perdas Inflacionárias do FGTS – Lei Complementar nº 110/2001
Contribuições de Melhoria
“Contribuição de Melhoria” não deve ser confundida com uma mera contribuição: é espécie tributária autônoma, definida na própria Constituição Federal;
Contribuições de Melhoria instituídas pela União;
Contribuições de Melhoria instituídas pelos Estados;
Contribuições de Melhoria instituídas pelo Distrito Federal;
Contribuições de Melhoria instituídas pelos municípios
Empréstimos Compulsórios:
Também é espécie tributária autônoma.
Empréstimo compulsório instituído por ocasião de guerra externa ou de sua iminência; (CF, Art.148);
Empréstimo compulsório instituído por ocasião de calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis; (CF, Art.148);
Empréstimo compulsório instituído por ocasião de Conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo. (CTN, Art.15);
Empréstimo compulsório instituído no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional (CF, Art.148)
Impostos
O IMPOSTO pode ser considerado o tributo por excelência, não apenas por representar a mais importante e significativa das três espécies de tributos, mas também por ter como característica principal a simples exigência de transferência compulsória de recursos da comunidade para os cofres públicos, a partir da ocorrência de situação prevista em lei. Quanto às outras duas espécies, eles envolvem vantagem econômica ou prestação de retorno para os seus pagadores.
A Constituição Federal, no seu art. 145, I, dispõe que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir "impostos". E, no seu art. 154, I, determina que a União (e somente ela detém essa competência residual) poderá instituir "mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição". 
O imposto é definido pelo CTN, no seu art. 16. Vejamos:
Art. 16 – Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Com efeito, a principal característica do imposto é a não-vinculação de sua cobrança a uma atividade estatal específica. Ou seja, o contribuinte paga o imposto sem esperar ou exigir uma contraprestação específica do Estado.
Quando o contribuinte paga o imposto, este é destinado ao fundo comum do tesouro público e será aplicado de acordo com as destinações dadas a ele pela lei orçamentária anual.
A Constituição Federal já definiu quais são os impostos que os entes tributantes (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) podem cobrar:
Impostos da União – art. 153 da CF
a) Imposto de Importação - (II) - (CTN, art. 19, 11)
b) Imposto de Exportação - (IE) - (CTN, art. 23)
c) Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza – (IR)
d) Imposto sobre Produtos Industrializados – (IPI) - (CTN, art. 46)
e) Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários – (IOF) - (CTN, art. 63).
f) Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – (ITR) - (CTN, art. 29).
g) Imposto sobre Grandes Fortunas – (IGF) - (CF, art. 153, VII)
h) Impostos Extraordinários (CF, art. 154, 11)
i) Impostos não Previstos (art. 153 da CF)
Observação – A Constituição Federal ainda autorizou a União a instituir outras espécies de impostos além daqueles previstos no art. 153., para o caso de guerra ou sua iminência ou, ainda, no caso da competência residual, desde que sejam inéditos e não tenham fato gerador ou base de cálculo de outro tributo já existente. Tais como:
h) Impostos Extraordinários (CF, art. 154, II)
i) Impostos não Previstos (art. 154 da CF)
Impostos dos Estados e do Distrito Federal
a) Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação – ITCM e Doação (CF, art. 155, I).
b) Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transportes e Comunicação (ICMS) (CF, art. 155, II e LC n° 87/96).
c) Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores - IPVA (art. 155, III, da CF).
Impostos dos Municípios e do Distrito Federal
a) Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU (art. 156, I, da CF)
b) Imposto sobre a Transmissão lnter Vivos de Bens Imóveis e de Direitos Reais sobre Imóveis - ITBI (art. 156, II, CF)
d) Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS (art. 156, III)
Taxas
A Constituição Federal, no seu art. 145, II, estabelece que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir:
"taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição".
E, no § 2°, determina que "as taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos".
Como se observa, a taxa é espécie de tributo que é instituído em função de uma atividade específica do Estado, relativamente ao contribuinte. Ou seja, é um tributo vinculado a uma contraprestação específica do Estado.
A taxa só pode ter como fato gerador o exercício regular do poder de polícia ou, então, a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Poder de polícia, como definido no art. 78 do CTN, é a:
"A atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do poder público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuaisou coletivos".
É regular, segundo o parágrafo único, o exercício do poder de polícia "quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder".
Têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, por exemplo, as taxas para concessão de alvarás, as taxas de fiscalização de atividades, etc.
As taxas, como visto, também, podem ter como fato gerador a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Como se observa, não há a necessidade de o contribuinte utilizar, efetivamente, o serviço posto à sua disposição. Basta que o serviço tenha sido colocado à sua disposição. São taxas de serviço a de limpeza pública, a de iluminação pública, etc.
O art. 79 do CTN explica, ainda. que os serviços públicos consideram-se:
I - Utilizados pelo contribuinte: efetivamente, quando forem por ele usufruídos a qualquer título; e potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II - Específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade pública;
III - Divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.
ANTES DE ESTUDARMOS OUTRAS ESPÉCIES DE TRIBUTOS É IMPORTANTE QUE SE FAÇA UMA DISTINÇÃO ENTRE TAXA E AS TARIFAS OU PREÇOS PÚBLICOS.
Os tributos - São receitas derivadas (derivam do patrimônio dos particulares) obtidas mediante prestação compulsória. São receitas de direito público, sendo que na atividade financeira do Estado para arrecadar predomina o interesse público.
	Os preços públicos ou tarifas - São receitas originárias (originam-se da exploração econômica do patrimônio do Estado) obtidas mediante acordo de vontades (contrato). São, portanto, receitas de direito privado e na atividade financeira do Estado para obtê-las predomina o interesse privado.
	Os doutrinadores têm se debruçado no estudo dos critérios de diferenciação; no entanto, o que nos parece mais lógico e pragmático é o fato de que, enquanto a taxa cria apenas uma relação jurídica do Poder Público para com o usuário, os preços públicos ou tarifas criam duas relações jurídicas, a saber, do Poder Público para com a concessionária ou permissionária do serviço público e destas com o usuário.
QUADRO COMPARATIVO DA TAXAS E PREÇOS PÚBLICOS OU TARIFAS
	TAXA
	TARIFA OU PREÇO PÚBLICO
	Regime jurídico tributário (legal);
	Regime jurídico contratual;
	Regime jurídico de direito público;
	Regime jurídico de direito privado;
	Compulsoriedade, não havendo autonomia de vontade;
	Decorre de autonomia de vontade do usuário;
	Não admite rescisão; 
	Admite rescisão;
	Pode ser cobrada pela utilização potencial do serviço;
	Só a utilização efetiva enseja cobrança;
	Cobrança não-proporcional à utilização do serviço;
	Pagamento proporcional à utilização do serviço;
	Sujeição aos princípios tributários.
	Não sujeição aos princípios tributários.
	Finalizando o tema o STF, através de sua Súmula nº 545, estabeleceu outro critério de distinção entre taxa e tarifa ou preço público, destacando a compulsoriedade e o caráter legal. Vejamos:
“Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e tem sua cobrança condicionada a prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu.”
Contribuições de Melhoria
A Contribuição de melhoria tem as normas gerais para sua instituição reguladas pelo Decreto-Lei 195/67, recepcionado pela constituição.
A Constituição Federal, no art. 145, III, dispõe que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir "contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas".
Já o CTN trata da contribuição de melhoria nos seus arts. 81 e 82.
Art. 81 - A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
No art. 82, o CTN fixa as regras e requisitos mínimos que a lei que instituir a contribuição deverá conter, como publicação prévia do memorial descritivo, orçamento, zona beneficiada, etc.; fixação de prazo para impugnação; e regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação. O Decreto-Lei n° 195/67 disciplinou a instituição de contribuição de melhoria.
Como se observa, o CTN estabelece a obediência a dois limites: o total, que é a despesa realizada e o individual, a valorização do imóvel. Ocorre que a Constituição atual não estabelece nenhum limite. Diante desse fato, prospera a polêmica. Alguns entendem vigentes os limites, outros não.
A simples realização da obra pública não pode constituir hipótese bastante para configuração dessa modalidade tributária. Além da realização da obra pública é necessário que esta tenha repercutido no eventual contribuinte de uma determinada maneira, é dizer, causando-lhe uma plus valia.
Seria o maior dos absurdos imaginar-se a contribuição de melhoria cobrada de alguém não beneficiado pela obra realizada, ou, até mesmo, por ela prejudicado. O outro limite, qual seja a valorização acrescida individualmente ao imóvel tributável, decorre também da própria noção de contribuição de melhoria. Se o quantum cobrado exceder a plus valia havida, já não estará correspondendo à noção de melhoria, mas estará incidindo pura e simplesmente sobre o imóvel.
Resta dizer que a contribuição de melhoria, da mesma forma que a taxa, é um tributo vinculado, pois depende para ser cobrada de uma ação estatal específica, uma contraprestação, relativamente ao contribuinte. Esta ação é a realização de obra pública de que decorrer valorização do imóvel do contribuinte.
Vale ressaltar que é pacificado no STF o entendimento de que o simples recapeamento de via pública não dá motivo para cobrança de contribuição de melhoria, uma vez que não há valorização efetiva do imóvel, como podemos observar no RE 115.863/SP – Ministro Célio Borba – 2º Turma.
A Contribuição de Melhoria pode se cobrada depois da obra pública realizada ou quando realizada em parte suficiente para valorizar determinado imóvel (art. 9º do Decreto-Lei 195/67).
Embora o art. 81 do CTN estabeleça um valor máximo total a ser cobrado de cada contribuinte, qual seja a valorização de seu imóvel, o art. 12 do Decreto-Lei 195/67 impõe um limite máximo de forma que a parcela anual a ser paga não exceda 3% do valor fiscal do imóvel, forçando que a cobrança seja dividida em quantos anos forem necessários para não ultrapassar esse limite.
Responde pela Contribuição de Melhoria o proprietário da época do lançamento do tributo e esta responsabilidade se transmite aos adquirentes e sucessores, a qualquer título do domínio do imóvel (art. 8º Decreto-Lei 195/67).
As Contribuições de Melhoria, como as taxas, também se revestem da condição de competência comum às três áreas tributantes (União, Estados/DF e Municípios) e apresentam como característica principal a sua vinculação a uma determinada atividade estatal, caracterizando também um tributo vinculado.
Empréstimos Compulsórios
Os Empréstimos Compulsórios são um tipo de receita pública, com característica de restituibilidade, já que terão que ser devolvidos dentro de determinado prazo. Este fato faz com que surjam enormes discussões doutrinárias a respeito do fato de considerá-los ou não como tributos.
O empréstimo compulsório é previsto no art. 148 da Constituição Federal. Referido artigo dispõe quea União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios nos seguintes casos:
I - Para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, b (princípio da anterioridade). (GRIFO NOSSO).
Dispõe, ainda, o parágrafo único que "a aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição”.
O art. 15 do CTN também prevê a possibilidade de instituição de Empréstimos Compulsórios pela União nos seguintes termos:
Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios:
I - guerra externa, ou sua iminência;
II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis;
III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.
Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei.
De observar-se que a previsão constante do CTN, no art. 15, III, relativa à hipótese de instituição de empréstimo compulsório no caso de conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo não mais vigora, em face do novo texto constitucional. 
A competência para instituir é privativa da União, somente podendo sê-lo, atualmente, mediante lei complementar, ao contrário de antes, quando podia ser instituído por lei ordinária. Outro aspecto inovador é a vinculação da aplicação de sua receita na despesa que motivou a sua instituição.
Observações:
1 – Ao contrário dos impostos, taxas e contribuições de melhoria para os quais a destinação da receita é irrelevante, no caso dos Empréstimos Compulsórios a aplicação dos recursos terá que ser vinculada aos motivos que geraram a sua instituição.
2 – É importante chamar a atenção para o fato de que, no caso de guerra externa ou sua iminência, poderão ser instituídos tantos empréstimos compulsórios quanto impostos extraordinários.
3 – Uma vez que a Lei Complementar instituidora do Empréstimo Compulsório determina a vinculação constitucional, o fato de eventual descumprimento pelas autoridades não afeta a validade da imposição tributária, acarretando apenas a responsabilidade administrativa, penal e civil dos responsáveis.
Contribuições Parafiscais ou Sociais
Estas contribuições, citando a definição de Rubens Gomes de Souza, correspondem ao emprego das finanças públicas com objetivos extrafiscais, não visando precipuamente à obtenção de receitas, mas objetivando regular ou modificar a distribuição da riqueza nacional, equilibrar os níveis de preços de utilidades ou de salários, bem como outras finalidades econômicas ou sociais semelhantes.
Inspirada em Aliomar Baleeiro, parte expressiva da doutrina denomina de "Contribuições Parafiscais ou sociais" as contribuições previstas no art. 149 da Constituição Federal de 1988.
Tais contribuições são classificadas em 04 tipos, conforme os artigos 149 e 149A da Constituição Federal.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: 
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - poderão ter alíquotas: 
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; 
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. 
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei. 
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. 
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002).
Contudo, o STF (Súmula 620) considerou a taxa de iluminação pública inconstitucional, pois tem como fato gerador um serviço de iluminação pública, que inespecífico e indivisível.
Observações:
É importante chamar a atenção para o fato de que somente a União poderá instituir contribuições parafiscais em geral, só cabendo aos Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Conforme art. 149, § 1º da CF, instituir contribuições sociais em benefício dos seus servidores, para o regime previdenciário de que trata o art. 40 da CF.
As contribuições parafiscais são criadas como regra geral por lei ordinária, respeitando normas gerais previstas em Lei Complementar, já que o art. 149 da CF exige a obediência ao art. 146, III, da CF.
É importante lembrar que a regra geral é que devem ser instituídas por Lei Ordinária e obedecer aos princípios da legalidade, irretroatividade e anterioridade da lei, previstos no art. 150, I e II, a, b, da CF. Não obstante, algumas contribuições fogem à regra geral, eis que as contribuições do tipo social não obedecem ao princípio da anterioridade.
As contribuições sociais não são limitadas às de seguridade social, uma vez que podem ser instituídas para qualquer finalidade que for na direção dos objetivos da ordem social. Desta forma, vamos estudá-las, estabelecendo uma divisão em contribuições sociais gerais e para a seguridade social.
a) Contribuições Sociais Gerais - São todas aquelas que dizem respeito a algum padrão de relacionamento em comunidade que não abrangem a seguridade social, tais como aquelas voltadas para uma questão de educação em geral, como é o caso do salário-educação do art. 212, § 5º da CF.
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. 
§ 1º - A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir.
§ 2º - Para efeito do cumprimento do disposto no "caput" deste artigo, serão considerados os sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213.
§ 3º - A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do ensino obrigatório, nos termos do plano nacional de educação.
§ 4º - Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos orçamentários.
§ 5º Oensino fundamental público terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
	Podemos concluir que tais contribuições decorrem de algum tipo de padrão de convivência em sociedade.
	A Contribuição do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, instituído pela Lei nº 5.107/66 – e, atualmente, regulado pela Lei nº 8.036/90 – é fundo constituído por depósitos mensais, efetuados pelos empregadores em nome de seus empregados (art. 15 da Lei nº 8.036/90).
Para o STF, o FGTS não detém natureza tributária, mas, sim, natureza trabalhista e social, o que lhe retira o timbre de contribuição fiscal ou parafiscal.
Sendo um direito, garantido pelo Estado, os depósitos do FGTS pressupõem vinculo jurídico, sob a disciplina do Direito do Trabalho. Observe, no STF, a jurisprudência:
“FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO. SUA NATUREZA JURÍDICA. CONSTITUIÇÃO, ART. 165, XIII. LEI N. 5.107, DE 13.9.1966. AS CONTRIBUIÇÕES PARA O FGTS NÃO SE CARACTERIZAM COMO CRÉDITO TRIBUTÁRIO OU CONTRIBUIÇÕES A TRIBUTO EQUIPARAVEIS. SUA SEDE ESTA NO ART. 165, XIII, DA CONSTITUIÇÃO. ASSEGURA-SE AO TRABALHADOR ESTABILIDADE, OU FUNDO DE GARANTIA EQUIVALENTE. DESSA GARANTIA, DE INDOLE SOCIAL, PROMANA, ASSIM, A EXIGIBILIDADE PELO TRABALHADOR DO PAGAMENTO DO FGTS, QUANDO DESPEDIDO, NA FORMA PREVISTA EM LEI. CUIDA-SE DE UM DIREITO DO TRABALHADOR. DA-LHE O ESTADO GARANTIA DESSE PAGAMENTO. A CONTRIBUIÇÃO PELO EMPREGADOR, NO CASO, DEFLUI DO FATO DE SER ELE O SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO, DE NATUREZA TRABALHISTA E SOCIAL, QUE ENCONTRA, NA REGRA CONSTITUCIONAL ALUDIDA, SUA FONTE. A ATUAÇÃO DO ESTADO, OU DE ÓRGÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, EM PROL DO RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO DO FGTS, NÃO IMPLICA TORNA-LO TITULAR DO DIREITO A CONTRIBUIÇÃO, MAS, APENAS, DECORRE DO CUMPRIMENTO, PELO PODER PÚBLICO, DE OBRIGAÇÃO DE FISCALIZAR E TUTELAR A GARANTIA ASSEGURADA AO EMPREGADO OPTANTE PELO FGTS. NÃO EXIGE O ESTADO, QUANDO ACIONA O EMPREGADOR, VALORES A SEREM RECOLHIDOS AO ERARIO, COMO RECEITA PÚBLICA. NÃO HÁ, DAI, CONTRIBUIÇÃO DE NATUREZA FISCAL OU PARAFISCAL. OS DEPOSITOS DO FGTS PRESSUPOEM VINCULO JURÍDICO, COM DISCIPLINA NO DIREITO DO TRABALHO. NÃO SE APLICA AS CONTRIBUIÇÕES DO FGTS O DISPOSTO NOS ARTS. 173 E 174, DO CTN. RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO, POR OFENSA AO ART. 165, XIII, DA CONSTITUIÇÃO, E PROVIDO, PARA AFASTAR A PRESCRIÇÃO QUINQUENAL DA AÇÃO.”
Na mesma trilha, entende o STF, no que é seguido pelo STF, que não se aplicam, mesmo que por interpretação extensiva ou analógica, as disposições do CTN, v.g., o art. 135, III, do CTN, que permite o redirecionamento de execução fiscal, ou, também, as disposições afetas à prescrição (art. 174 do CTN), haja vista a adoção da prescrição trintenária para o FGTS. Aliás, urge mencionar o teor do Enunciado da Súmula 210 do STJ: “A AÇÃO DE COBRANÇA DAS CONTRIBUIÇÕES PARA O FGTS PRESCREVE EM TRINTA (30) ANOS.”
Veja a jurisprudência do STJ nesse sentido:
“PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO. MASSA FALIDA. CRÉDITOS DE FGTS. RESPONSABILIDADE. REDIRECIONAMENTO PARA O SÓCIO-GERENTE DA EMPRESA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INVOCAÇÃO DE PRONUNCIAMENTO ACERCA DE DISPOSITIVO LEGAL (ART. 4º, § 2º, DA LEI 6.830) QUE NÃO RECEBEU MANIFESTAÇÃO POR PARTE DO TRIBUNAL A QUO. OMISSÃO INEXISTENTE. PRETENSÃO DE NULIDADE DO ACÓRDÃO DE SEGUNDO GRAU QUE SE AFASTA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. APLICAÇÃO DAS SÚMULAS 282 E 356/STF E 211/STJ. ART. 135, III, DO CTN.
1. Inadmissível recurso especial quanto á questão que, a despeito da oposição dos embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo (manifestação acerca do conteúdo do art. 4º, § 2º, da Lei 6.830/80), eis que ausente o requisito indispensável do prequestionamento. Inteligência das Súmulas 282 e 356/STF e 211/STJ.
2. Deve ser afastada, por conseguinte, a infringência ao preceito legal inscrito no art. 535, II, e 458, do CPC, ante a inexistência do vício apontado (omissão).
3. A contribuição para o FGTS não tem natureza tributária. Sua sede está no artigo 165, XIII, da Constituição Federal. É garantia de índole social.
4. Os depósitos de FGTS não são contribuições de natureza fiscal. Eles pressupõem vínculo jurídico disciplinado pelo Direito do Trabalho.
5. Impossibilidade de, por interpretação analógica ou extensiva, aplicarem-se ao FGTS as normas do CTN.
6. Precedentes do STF RE nº 100.249-2. Idem STJ Resp nº 11.089/MG.
7. Recurso parcialmente conhecido e, nesta parte, desprovido.”
“PROCESSUAL - EXECUÇÃO FISCAL - RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA - SÓCIO - AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE EXCESSO DE MANDATO, INFRAÇÃO À LEI OU AO REGULAMENTO.
1. A responsabilidade do sócio não é objetiva. Para que exsurja a sua responsabilidade pessoal, disciplinada no art. 135 do CTN é mister que haja comprovação de que o sócio, agiu com excesso de mandato, ou infringiu a lei, o contrato social ou o estatuto.
2. Em recente julgamento a Corte decidiu que as contribuições para o FGTS não tem natureza tributária, por isso são inaplicáveis às execuções fiscais destinadas à cobrança dessas contribuições, as disposições do Código Tributário Nacional.
3. Precedentes.
4. Recurso improvido.”
De acordo com a legislação vigente, cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego a fiscalização e a apuração das contribuições do FGTS, bem como a aplicação das multas decorrentes de infrações a essa legislação – tarefa exercida pela Secretaria de Inspeção do Trabalho – SIT, órgão integrante de estrutura deste Ministério.
A representação judicial e extrajudicial do FTD é de responsabilidade da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, instituição vinculada à Advocacia-Geral da União, que também exerce a Consultoria Jurídica do Ministério da Fazenda, bem assim as atribuições de inscrição em dívida ativa e execução dos créditos de natureza fiscal da Fazenda Nacional. Tal representação também pode ser exercida pela Caixa Econômica Federal, Agente Operador do Fundo, mediante convênio com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
A título de reforço, não se deve confundir o FGTS com as contribuições sociais federais, criadas pela Lei Complementar nº 110/01. Estas vieram com a finalidade de obter recursos para o pagamento do acordo firmado com os correntistas do FGTS, que não tiveram suas contas corrigidas em conformidade com os expurgos inflacionários referentes aos planos econômicos Collor, Bresser e Verão. Tais exações foram consideradas pelo STF, (contribuições sociais gerais – MC da ADI nº 2556-2/DF).
	b) Contribuições Sociais para a Seguridade Social – Estas compõem um grupo maior e mais importante das contribuições parafiscais, a ponto de o legislador constituinte dedicar-lhes disposições especiais no art. 195 da CF. Portanto, a Seguridade Social será financiada pela sociedade de forma direta e indireta, com recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do DF e dos Municípios que serão de 04 tipos. Vejamos:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redaçãodada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. 
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
§ 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.
§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".
§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Finalidade de algumas contribuições
COFINS
A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social - COFINS foi criada pela Lei Complementar na 70/91, alterada pela Lei na 9.718/98. O fato gerador da COFINS é a obtenção de receita, por parte das pessoas jurídicas. São contribuintes as pessoas jurídicas de direito privado, inclusive as a elas equiparadas pela legislação do imposto sobre a renda, bem como as entidades submetidas aos regimes de liquidação extrajudicial e de falência. A legislação prevê várias hipóteses de isenção da COFINS, entre as isentas estão as entidades sem fins lucrativos, as receitas relativas às exportações, etc.
PIS e PASEP
A contribuição para o Programa de Integração Social - PIS foi instituída pela Lei Complementar na 7/70, que foi alterada pelas Leis Complementares nº 17/73 e 26/75. Com o advento da Constituição Federal de 1988, o PIS passou a ter caráter de contribuição para a seguridade social destinando seus recursos para o financiamento do programa do seguro-desemprego e do abono aos empregados que percebem até dois salários mínimos de remuneração mensal. Suas normas são aplicáveis ao Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP, instituído pela Lei Complementar n° 8/70. Seu fato gerador é a obtenção de faturamento ou receita por parte das pessoas jurídicas.
Contribuições de Intervenção do Domínio Econômico
Muitas vezes, a União tem que intervir no domínio econômico com o objeto de controlar a produção de determinados gêneros, a fim de manter, por exemplo, os seus preços estáveis no comércio exterior.
Um dos exemplos mais típicos ocorre na produção de açúcar se todas as usinas do Brasil produzissem a sua capacidade máxima de produção, haveria uma superprodução no mercado internacional e o preço despencaria, deixando o respectivo parque industrial em situação dificílima.
Para evitar isso, o Governo Federal estabelece que determinada Usina que, por exemplo, tenha capacidade de produção de 400 mil sacas só poderá produzir 250 mil, controlando a produção de todas as Usinas por interesse dos próprios usineiros, que têm a consciência de que o fato de todos utilizarem a sua capacidade máxima de produção resultará em excesso de açúcar no mercado internacional, forçando o preço para baixo.
O Governo, no entanto, tem um custo para manutenção deste controle, inclusive para fazer os estudos necessários para estimar a provável produção mundial através de satélites que verificam as áreas plantadas com cana de açúcar em todo o mundo.
Para custear estas despesas são cobradas as respectivas contribuições das pessoas interessadas, como os produtores de açúcar, plantadores de cana, produtores de laranja, café e outros produtos para os quais este controle é necessário.
Como exemplo de contribuição de intervenção no domínio econômico, devemos citar aquela relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível, criada pela Emenda Constitucional nº 33, de 11/12/2001, que introduziu § 4º ao art. 177 da CF.
§ 4º - A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
Assim, podemos concluir que as Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico, são devidas pela pessoa jurídica adquirente de conhecimentos tecnológicos (conhecida como CIDE – ROYALTIES), visando a “estimular o desenvolvimento tecnológico brasileiro, mediante programas de pesquisa científica e tecnológica cooperativa entre universidades, centro de pesquisas e o setor produtivo”. 
O Produto da arrecadação desta contribuição será destinado ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FNDCT. É interessante, ainda, observar que o STF já decidiu que a contribuição para o serviço de apoio às micro e pequenas empresas – SEBRAE não é uma contribuição social geral, mas sim uma contribuição de intervenção no domínio econômico, tendo fundamento somente no art. 149 da CF, não no art. 240.
Os fatos geradores que podem ser utilizados para a instituição de uma CIDE não se encontram explicitados no texto constitucional. A rigor, não há qualquer referência à possível materialidade das hipóteses de incidência que podem ser eleitas pelo legislador para a criação das CIDEs em geral.
O art. 149 da CF somentediz que a CIDE devem ser instrumentos de atuação da União na área econômica, ou seja, no setor produtivo da economia. Diz-se que essas contribuições são instituídas com base no elemento teleológico, ou seja, sua finalidade, se compatível com o texto constitucional, especialmente com as disposições em seu Título VII que trata “Da Ordem Econômica e Financeira”, é suficiente para legitimar sua instituição.
É tipo de tributo mais cobiçado pelo governo brasileiro, existindo, inclusive, estudos para a instituição de novas contribuições para o futuro.
Contribuições de Interesse de Categorias Profissionais ou Econômicas
São contribuições compulsórias criadas pela União e destinadas a Sindicatos, Conselhos como o CONFEA – Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, CFM – Conselho Federal de Medicina, CFO – Conselho Federal de Odontologia, Organizações como OEB – Ordem dos Economistas do Brasil, e, ainda, aquelas cobradas em prol de entidades privadas vinculadas ao sistema sindical, como SENAI, SENAC, SESC, SESI, E SENAR e outras.
Para efeitos didáticos vamos dividi-las em dois grupos, a saber:
Contribuições Sindicais; e,
Contribuições destinadas a entidades privadas ligadas ao Sistema Sindical.
Contribuições Sindicais
Dentro deste grupo, estão todas aquelas cobradas em prol de entidades sindicais ou representativas de categorias profissionais ou econômicas como: CONFEA, CFM, CFO, e outras.
Importante chamar a atenção para o fato de que coexistem no sistema sindical brasileiro dois tipos de contribuições: uma facultativa e outra compulsória, só se enquadrando como contribuição parafiscal aquela obrigatória.
O art. 8º, caput e o inciso IV, da CF, trata das duas, frisando a falta de obrigatoriedade daquelas fixadas pela Assembléia Geral da entidade sindical, sem prejuízo daquelas fixada por lei, portanto de caráter compulsório.
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
A Contribuição Sindical, para o STF, é a modalidade de contribuição parafiscal (ou especial), na subespécie (corporativa ou profissional) – um tributo federal, de competência exclusiva da União –, que tem, vulgarmente, recebido o impróprio nome de imposto sindical.
A contribuição sindical possui inafastável feição tributária e, sujeitando-se às normas gerais de direito tributário, torna-se obrigatória a todos os trabalhadores celetistas, integrantes da categoria, sindicalizados ou não. Naturalmente, não se estende àqueles vinculados a regimes próprios de previdência, como os servidores públicos.
Observe os art. 578 e 579 da CLT:
“Art. 578 - As contribuições devidas aos Sindicatos pelos que participem das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades serão, sob a denominação do "imposto sindical", pagas, recolhidas e aplicadas na forma estabelecida neste Capítulo.
Art. 579 - A contribuição sindical é devida por todos aquêles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo êste, na conformidade do disposto no art. 591.”
Assim, tais trabalhadores devem arcar com o pagamento do montante equivalente à importância de um dia de trabalho, consoante o inciso I do art. 580 da CLT, segundo o qual “a contribuição sindical será recolhida, de uma só vez, anualmente, e consistirá na importância correspondente à remuneração de um dia de trabalho, para os empregados, qualquer que seja a forma da referida remuneração”.
Na condição de sujeito ativo, destaca-se o Ministério do Trabalho que, valendo-se de lançamento por homologação, impõe aos empregadores descontá-la de seus empregados e recolhê-la à Caixa Econômica Federal.
A contribuição sindical não se confunde com a contribuição confederativa (art. 8º, IV, parte inicial, da CF). Esta, também chamada de Contribuição de Assembleia, é desprovida de natureza tributária e, portanto, de compulsoriedade.
A bem da verdade, a contribuição confederativa é exigida dos filiados à entidade sindical respectiva – podendo dizer que é obrigatória a eles – para o exercício eficaz do direito de oposição. Este direito, aliás, é um ponto de relevo, cuja apreciação tem sido feita pelo STF. É que a obrigação de pagamento – defendida por alguns estudiosos – de contribuição confederativa imposta à totalidade da categoria, isto é, aos laboristas em geral, sem distinção entre filiados e não filiados, implica violação à garantia de liberdade de filiação sindical. A imposição indiscriminada do pagamento da contribuição fere o princípio da liberdade de associação e de sindicalização, expresso nos arts. 5º, XX, e 8º, V, ambos da CF/88, tornando passíveis de devolução os valores descontados ilegalmente.
Nesse sentido, faz-se mister mencionar o Enunciado da Súmula 666 do STF, segundo o qual: “A CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA DE QUE TRATA O ART. 8º, IV, DA CONSTITUIÇÃO, SÓ É EXIGÍVEL DOS FILIADOS AO SINDICATO RESPECTIVO”. Frise-se que os membros da organização sindical têm a faculdade de não pagá-la, desligando-se do sindicato, caso lhes apraza, e, mesmo assim, podem se manter aptos ao exercício da atividade profissional ou econômica.
Por derradeiro, a indigitada contribuição confederativa é norma autoaplicável, uma vez que não está a depender de regulamentação por lei, tratando-se de exação sujeita apenas à deliberação da Assembleia Sindical, no exercício de seu poder autônomo. Nesse passo, tem sido hoje considerada a principal fonte de recursos das entidades sindicais, responsável pela manutenção de suas estruturas e dos benefícios repassados aos contribuintes, tais como: assistência jurídica, contábil, médica, cursos e outros.
Em termos conclusivos, a contribuição sindical detém natureza tributária, emana a lei e é devida por todos os trabalhadores, filiados ou não à organização sindical correspondente. A contribuição confederativa não detém natureza tributária, é fixada por Assembleia Geral e é exigida dos filiados ao respectivo sindicato para o custeio do sistema confederativo de representação sindical.
Pode-se concluir, portanto, que são dois os tipos de contribuições, inconfundíveis entre si, embora destinadas à mesma entidade representativa de categoria profissional ou econômica.
	Porém, vale lembrar que existe uma particularidade com relação a contribuição cobrada pela OAB – Ordem dos Advogados do Brasil.
O Supremo Tribunal Federal – STF ao julgar, em 08/06/2006, a Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI nº 3.026/DF entendeu que a OAB não é pessoa jurídica de direito público nem autarquia, não tendo qualquer vinculação com a administração pública indireta:
“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. § 1º DO ARTIGO 79 DA LEI N. 8.906, 2ª PARTE. “SERVIDORES” DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. PRECEITO QUE POSSIBILITA A OPÇÃO PELO REGIME CELESTISTA. COMPENSAÇÃO PELA ESCOLHA DO REGIME JURÍDICO NO MOMENTO DA APOSENTADORIA. INDENIZAÇÃO. IMPOSIÇÃO DOS DITAMES INERENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA. CONCURSO PÚBLICO (ART. 37, II DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL). INEXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO PARA A ADMISSÃO DOS CONTRATADOS PELA OAB. AUTARQUIAS ESPECIAIS E AGÊNCIAS. CARÁTER JURÍDICO DA OAB. ENTIDADE PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO INDEPENDENTE. CATEGORIA ÍMPAR NO ELENCO DAS PERSONALIDADES JURÍDICAS EXISTENTES NO DIREITO BRASILEIRO. AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA DA ENTIDADE. PRINCÍPIO DA MORALIDADE. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 37, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. NÃO OCORRÊNCIA. 1. A Lei n. 8.906, artigo 79, § 1º, possibilitou aos “servidores” da OAB, cujo regime outrora era estatutário, a opção pelo regime celetista. Compensação pela escolha: indenização a ser paga à época da aposentadoria. 2. Não procede a alegação de que a OAB sujeita-se aosditames impostos à Administração Pública Direta e Indireta. 3. A OAB não é uma entidade da Administração Indireta da União. A Ordem é um serviço público independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro. 4. A OAB não está incluída na categoria na qual se inserem essas que se tem referido como "autarquias especiais" para pretender-se afirmar equivocada independência das hoje chamadas “agências”. 5. Por não consubstanciar uma entidade da Administração Indireta, a OAB não está sujeita a controle da Administração, nem a qualquer das suas partes está vinculada. Essa não-vinculação é formal e materialmente necessária. 6. A OAB ocupa-se de atividades atinentes aos advogados, que exercem função constitucionalmente privilegiada, na medida em que são indispensáveis à administração da Justiça [artigo 133 da CB/88]. É entidade cuja finalidade é afeita a atribuições, interesses e seleção de advogados. Não há ordem de relação ou dependência entre a OAB e qualquer órgão público. 7. A Ordem dos Advogados do Brasil, cujas características são autonomia e independência, não pode ser tida como congênere dos demais órgãos de fiscalização profissional. A OAB não está voltada exclusivamente a finalidades corporativas. Possui finalidade institucional. 8. Embora decorra de determinação legal, o regime estatutário imposto aos empregados da OAB não é compatível com a entidade, que é autônoma e independente. 9. Improcede o pedido do requerente no sentido de que se dê interpretação conforme o artigo 37, inciso II, da Constituição do Brasil ao caput do artigo 79 da Lei n. 8.906, que determina a aplicação do regime trabalhista aos servidores da OAB. 10. Incabível a exigência de concurso público para admissão dos contratados sob o regime trabalhista pela OAB. 11. Princípio da moralidade. Ética da legalidade e moralidade. Confinamento do princípio da moralidade ao âmbito da ética da legalidade, que não pode ser ultrapassada, sob pena de dissolução do próprio sistema. Desvio de poder ou de finalidade. 12. Julgo improcedente o pedido.” 
Sendo que o Superior Tribunal de Justiça – STJ, após o julgamento da ADI nº 3.026/DF, decidiu, em 04/06/2007, que a contribuição paga pelos filiados da OAB não tem natureza tributária ao julgar o Recurso Especial – REsp 915.753/RS:
“RECURSO ESPECIAL – PROCESSUAL CIVIL – OAB – ANUIDADE – NATUREZA JURÍDICA NÃO-TRIBUTÁRIA – EXECUÇÃO – RITO DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. 
1. A OAB possui natureza de autarquia especial ou sui generis, pois, mesmo incumbida de realizar serviço público, nos termos da lei que a instituiu, não se inclui entre as demais autarquias federais típicas, já que não busca realizar os fins da Administração. 
2. As contribuições pagas pelos filiados à OAB não têm natureza tributária. 
3. As cobranças das anuidades da OAB, por não possuírem natureza tributária, seguem o rito do Código de Processo Civil, e não da Lei n. 6.830/80. 
Recurso especial provido.” 
Inclusive, o Min. Castro Meira ao julgar o Recurso Especial – REsp 572.080/PR, publicado no DJ 3.10.2005, expôs acerca da natureza jurídica da contribuição para a OAB para firmar posicionamento que: 
“Cuida-se, em verdade, de contribuição de caráter associativo, que não sofre as limitações próprias das exações tributárias. O valor da contribuição não obedece a nenhuma regra de quantificação; não há alíquota, nem base de cálculo. O valor é definido pelo respectivo Conselho Seccional, na conformidade do que preceitua o art. 58, inciso IX, da Lei n.º 8.906/94 (Estatuto), verbis: 
Art. 58. Compete privativamente ao Conselho Seccional: 
IX - fixar alterar e receber contribuições obrigatórias preços de serviços e multas. 
Assim, a Lei n.º 8.906/94 (Estatuto) assegura à OAB uma contribuição para o custeio de sua missão institucional. A norma sob referência apenas faculta à entidade a cobrança de contribuição de seus respectivos inscritos, sem, contudo, delinear-lhe qualquer regra relativa à sua quantificação bem como omitindo-se quanto às questões relativas ao vencimento ou à forma de pagamento, que ficam a cargo de cada Seccional. Essa contribuição, embora autorizada por lei, não se reveste de natureza tributária, eis que não se submete às limitações impostas pelo regime jurídico-tributário, em especial, ao princípio da legalidade. A sua instituição, valoração e cobrança é ato privativo de cada Conselho Seccional da OAB, independentemente de ato legislativo.” 
A Primeira Seção desta Corte também pacificou o entendimento de que as cobranças das anuidades da OAB, por não possuírem natureza tributária, seguem o rito do Código de Processo Civil e não da Lei nº 6.830/80: 
PROCESSUAL CIVIL - OAB - ANUIDADES – NATUREZA JURÍDICA - COBRANÇA - RITO DISCIPLINADO PELO CPC - LEI 6.830/80 - INAPLICABILIDADE - VIOLAÇÃO AO ART. 535, II, DO CPC NÃO CONFIGURADA - PRECEDENTES DA 1ª SEÇÃO. 
- Não há nulidade em acórdão que, examinando as alegações suscitadas pelas partes, decide a lide de forma contrária àquela desejada pela recorrente. 
- Consoante entendimento firmado pela eg. 1ª Seção, as contribuições pagas à OAB não têm natureza tributária, devendo ser exigidas em execuções disciplinadas pelo CPC, e não pelo rito estabelecido pela Lei 6.830/80. 
- Recurso especial conhecido e provido. (REsp 541.504/SC, Rel. Min. Francisco Peçanha Martins, Segunda Turma, julgado em 23.8.2005, DJ 17.10.2005) 
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. OAB. ANUIDADE. NATUREZA JURÍDICA. EXECUÇÃO. PRAZO PRESCRICIONAL. CÓDIGO CIVIL. 
1. Embora definida como autarquia profissional de regime especial ou sui generis, a OAB não se confunde com as demais corporações incumbidas do exercício profissional. 
2. As contribuições pagas pelos filiados à OAB não têm natureza tributária. 
3. O título executivo extrajudicial, referido no art. 46, parágrafo único, da Lei nº 8.906/94, deve ser exigido em execução disciplinada pelo Código de Processo Civil, não sendo possível a execução fiscal regida pela Lei nº 6.830/80. 
4. O prazo prescricional para executar os débitos advindos de anuidades não pagas deve ser aquele previsto pela legislação civil. 5. Recurso especial provido. (REsp 572.080/PR, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 15.09.2005, DJ 03.10.2005) 
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. OAB. LEI N. 8.906/94. DÉBITOS RELATIVOS A ANUIDADES. NATUREZA JURÍDICA. AÇÃO DE EXECUÇÃO. INAPLICABILIDADE DA LEI DE EXECUÇÕES FISCAIS. 
1. A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB é uma autarquia sui generis e, por conseguinte, diferencia-se das demais entidades que fiscalizam as profissões. 
2. "O título executivo extrajudicial, referido no art. 46, parágrafo único, da Lei n. 8.906/94, deve ser exigido em execução disciplinada pelo Código de Processo Civil, não sendo possível a execução fiscal regida pela Lei n. 6.830/80' (EREsp 503.252/SC, 
relator Ministro Castro Meira). 
3. Recurso especial provido. (REsp 447.124/SC, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Segunda Turma, julgado em 4.5.2006, DJ 28.6.2006) 
Somando-se a isto, o Órgão Especial do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, ao responder consulta formulada pela Seccional do Paraná, ressaltou as decisões do Poder Judiciário que entendem que a anuidade da OAB não tem natureza tributária:
“Processo n. 2011.27.02632-03 
Consulta 
Prazo Prescricional para Cobrança de Anuidades Devidas à OAB. 
Consulente: Conselho Seccional da OAB/PR 
Relator: Conselheiro Federal FRANCISCO ANIS FAIAD - MT 
RELATÓRIO 
Indaga o Conselho consulente sobre o prazo prescricional para a cobrança das anuidades. Alega o consulente que, apesar da Emenda n. 16/2005/COP ter definido que o prazo prescricional ficou definido em cinco anos, há várias decisões judiciais que apontam para prazo de dez anos, uma vez que não se trata de verba de natureza fiscal, e, portanto, teria prazo prescricional de dez anos. 
Indaga, também se a prescrição pode ser declarada de ofício ou se é necessário o requerimento pela parte. 
VOTO
Entendoque a consulta guarda consonância com o estabelecido no artigo 85, IV, do Regulamento Geral, daí porque a recebo. 
Consulta a Seccional Paranaense qual o prazo prescricional para a cobrança das anuidades devidas pelos advogados à OAB. 
Sobre tal tema, em sede de Embargos de Declaração na Proposição n. 055/2003, o Conselho Federal da OAB, decidiu que o prazo prescricional para a cobrança das anuidades seria de cinco anos (Emenda n. 16/2005). 
Várias decisões judiciais foram trazidas pelo consulente, demonstrando que o Judiciário brasileiro já consolidou a tese de que anuidade não tem natureza jurídica tributária, conforme acórdãos de Tribunais Regionais Federais e do Superior Tribunal de Justiça. 
Tal tese fora consolidada pela resposta da Comissão de Direito Tributário deste Conselho Federal, que opinara nos autos às fls. 24/25. 
Pois bem. Não tendo natureza jurídica tributária, a anuidade tem natureza jurídica civil. 
Neste caso, entendo que deve ser aplicado ao caso o disposto no artigo 206, parágrafo 5º, inciso I, do Código Civil Brasileiro: 
Art. 206. Prescreve: 
§ 5º Em cinco anos: 
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular; 
Assim sendo, mesmo não tendo natureza tributária, mas civil, a prescrição é de CINCO anos. 
Quanto a possibilidade da prescrição ser decretada de ofício, entendo que sim, a Seccional pode decretar de ofício a ocorrência da prescrição, posto que essa a regra processual vigente no direito pátrio. 
O próprio STJ já publicara a SÚMULA nº 409, que declara que, em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da propositura da ação pode ser decretada de ofício. 
A ideia de prescrição decorre de dois fatores: decurso do tempo e inércia do titular do direito. O reconhecimento de ofício da prescrição foi possível a partir do advento da Lei nº 11.280/2006. 
Como nos ensina Pablo Stolze, com fins a preservar estabilidade e segurança jurídica nas relações jurídicas estabelecidas não podem estas obrigar sem um limite temporal, de forma perpétua, deixando o contratante a mercê do titular do direito. Assim, não podem consubstanciar uma ameaça eterna. Dessa forma, com vistas a disciplinar a conduta social e garantir estabilidade às relações jurídicas em sociedade, é que a lei estabelece prazo para o exercício de direitos e pretensões, surgindo dessas razões os institutos da prescrição e decadência. 
Assim, respondo a consulta: 
a) O prazo prescricional é de CINCO anos. 
b) O conselho Seccional pode decretar de ofício a prescrição. 
Esse é o meu entendimento. 
Francisco Anis Faiad 
Conselheiro Federal - MT” 
Assim, por todo o exposto, diante da vasta e sólida jurisprudência do STJ, que entende que a contribuição paga pelos filiados da OAB não tem natureza tributária.
Logo, o prazo prescricional para a cobrança desta contribuição é quinquenal e tem de obrigatoriamente ser por meio de Ação de Cobrança ou Ação de Execução com base no CPC e jamais por meio de Ação de Execução Fiscal (Lei nº 6.830/80) e deve proposta na Justiça Federal e não Estadual.
b) Contribuições destinadas a entidades privadas ligadas ao sistema sindical
O art. 240 da CF separa nitidamente as contribuições destinadas a entidades privadas ligadas ao sistema sindical aqui estudadas daquelas classificadas como sociais, previstas no art. 195 da mesma Constituição.
Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical.
Como exemplo destas contribuições podemos citar as Contribuições Sindicais do Sistema “S” ou Contribuições para os Serviços Sociais, as atividades desenvolvidas pelas entidades do Sistema Indústria são custeadas pelos recursos provenientes da arrecadação da contribuição compulsória instituída pela União. O que define a empresa como contribuinte é a atividade que a mesma desenvolve, seguindo a ideia inicial de todas as entidades do Sistema “S”, onde se estabeleceu a incumbência de cada segmento econômico contribuir para o correspondente serviço autônomo, garantindo assim o crescimento uniforme do país como um todo. A responsabilidade da classificação do empreendimento é da própria empresa e esta é vital para o correto recolhimento das contribuições, tanto para a Previdência Social quanto para Terceiros, dos quais fazem parte o SESI e o SENAI. 
A base de cálculo das contribuições das entidades é o montante da remu​neração paga pelos estabelecimentos contribuintes a todos os seus em​pregados nos percentuais de 1,5% para o SESI e 1,0% para o SENAI.
A favor do SENAI, além da contribuição compulsória de 1%, o Decreto-Lei nº. 4.048/1942 instituiu a Contribuição Adicional. Essa contribuição é devida pelas empresas industriais que possuem mais de 500 (quinhentos) empregados. No cômputo da quantidade de empregados, para fins de incidência da Contribuição Adicional, serão considerados todos os estabelecimentos ou dependências da empresa (filiais, escritórios, depósitos etc.), qualquer que seja a sua localização no país.
O valor desse adicional corresponde a 0,2% sobre a mesma base de cálculo das demais contribuições devidas, sendo diretamente arrecada pelo SENAI, em guia própria, a quem compete também a sua fiscalização e eventual cobrança administrativa e judicial. O vencimento acontece no último dia útil do mês subsequente ao da competência.
As Contribuições para os Serviços Sociais passam de uma dezena – onze, ao todo –, traduzindo-se nas receitas repassadas a entidades, na maior parte de direito privado, não integrantes da administração publica, mas que realizam atividades de interesse publico.
Trata-se de organismos conhecidos como “Serviços Sociais Autônomos”, quais sejam: INCRA: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agraria; SENAI: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial; SESI: Serviço Social da Industria; SENAC: Serviço Nacional de Aprendizagem do Comercio; SESC: Serviço Social do Comercio; DPC: Diretoria de Portos e Costas do Ministério da Marinha; SEBRAE: Serviço Brasileiro de Apoio as Pequenas e Medias Empresas; Fundo Aeroviário: Fundo Vinculado ao Ministério da Aeronáutica; SENAR: Serviço Nacional de Aprendizagem Rural; SEST: Serviço Social de Transporte; e SENAT: Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte.
O surgimento de tais organismos remonta a década de 40, e apenas quatro entre eles (SEBRAE, SENAR, SEST e SENAT) foram instituídos após a Constituição de 1988.
Em geral, as contribuições incidem sobre a folha de salários das empresas pertencentes a categoria correspondente e se destinam a financiar atividades que visam ao aperfeiçoamento profissional e a melhoria do bem-estar social dos trabalhadores.
Entende-se que, entre as contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas, estão aquelas pertencentes ao Sistema S, haja vista custearem o próprio serviço social sindical. Com efeito, segundo o art. 240 da CF, “ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas as entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical”.
Entretanto, ha, ainda, vigorosa divergência na doutrina e na jurisprudência acerca da exata natureza jurídica de tais contribuições: se são contribuições sociais gerais ou contribuições de seguridade social; se são contribuições interventivas ou, ainda, se configuram contribuições de interesse das categorias profissionais – posicionamento a que nos filiamos, não obstante o enquadramento classificatório oscilante, observado na jurisprudência, que segue adiante:
STF
Para o STF, as contribuições constantes do art. 240 da CF são “contribuições sociais gerais”, e não “contribuições corporativas”. A retorica jurisprudencial aponta que o STF, em julho de 1992, por meio de seu Tribunal

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