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5 - DA DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE E DO VÍNCULO CONJUGAL

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DA DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE E DO VÍNCULO CONJUGAL 
CASOS DE DISSOLUÇÃO (art. 1.571 do CC):
1. Morte de um dos cônjuges
2. Nulidade ou anulação do casamento
3. Separação (judicial ou extrajudicial)
4. Divórcio
§ 1o O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente.
§ 2o Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o nome de casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial.
MORTE DE UM DOS CÔNJUGES
A morte real ou presumida de um dos consortes produz efeito dissolutório, tanto da sociedade como do vínculo conjugal, fazendo cessar o impedimento para contrair novas núpcias. 
SISTEMA DE NULIDADES DO CASAMENTO
1. Normas do regime de nulidade absoluta e relativa do casamento
No âmbito matrimonial, os requisitos e critérios da nulidade dos negócios jurídicos não se aplicam, por que:
 
O casamento, embora nulo, acarreta efeitos (filiação);
A nulidade absoluta do casamento não pode ser decidida ex officio pelo juiz; 
Além dos prejudicados, terceiros podem promover a ação de anulação do casamento (art. 1.552, II – representantes legais e III - ascendentes do CC). 
2. Nulidade do matrimônio (art. 1.548 do CC)
 
Se contraído com infração ao impedimento matrimonial (art. 1,521, I a VII (não podem casar)); ou por enfermo mental, sem discernimento para os atos da vida civil. 
Art. 1.549 do CC: A decretação de nulidade de casamento, pelos motivos previstos no artigo antecedente, pode ser promovida mediante ação direta, por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público
A ação é imprescritível, não está sujeita a prazo decadencial ou prescricional.
3. Anulabilidade do casamento (art. 1.550 do CC)
Se contraído perante autoridade incompetente; se houver erro essencial quanto à pessoa do cônjuge (art. 1.556 e 1.557 do CC). Se contraído por pessoa incapaz de consentir (menor de idade; pelo mandatário, na ignorância da revogação do mandato), etc. 
O prazo para ser intentada a ação de anulação do casamento, a contar da data da celebração, é de:
I - cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do art. 1.550;
II - dois anos, se incompetente a autoridade celebrante;
III - três anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557;
IV - quatro anos, se houver coação.
§ 1o Extingue-se, em cento e oitenta dias, o direito de anular o casamento dos menores de dezesseis anos, contado o prazo para o menor do dia em que perfez essa idade; e da data do casamento, para seus representantes legais ou ascendentes.
4. Putatividade do casamento nulo e anulável
Os efeitos pessoais e matrimoniais, em relação ao consorte e à prole, retroagem até sua celebração, suprindo o impedimento, se houver boa-fé de um ou ambos os cônjuges, fazendo desaparecer a causa de nulidade ou anulabilidade (art. 1.561 e 1.563 do CC). 
SEPARAÇÃO
5. Separação judicial
 
Dissolve a sociedade sem romper o vínculo matrimonial, o que impede os consortes de contrair novas núpcias. 
 
(a) Separação consensual por cônjuges casados há mais de 01 ano (art. 1.574 do CC: 
Dar-se-á a separação judicial por mútuo consentimento dos cônjuges se forem casados por mais de um ano e o manifestarem perante o juiz, sendo por ele devidamente homologada a convenção.
Parágrafo único. O juiz pode recusar a homologação e não decretar a separação judicial se apurar que a convenção não preserva suficientemente os interesses dos filhos ou de um dos cônjuges.
(b) Separação litigiosa: efetivada por iniciativa unilateral de um dos consortes. 
5.1 Separação consensual: possui eficácia jurídica com a homologação judicial (Lei n. 6.515, art. 34, §2º). Havendo conciliação, a sentença homologatória perde a sua eficácia (art. 1.574, parágrafo único do CC). 
5.2 Separação litigiosa (modalidades):
1. Separação litigiosa com sanção (art. 1.572 e 1.573 do CC)  imputação de ato grave que gere violação aos deveres matrimoniais (adultério, tentativa de morte, abandono, etc.). 
2. Separação litigiosa com falência (art. 1.572, §1º do CC)  um dos cônjuges prova a ruptura da vida em comum a mais de 01 ano, sem possibilidade de reconciliação. 
3. Separação litigiosa como remédio (art. 1.572, §2º do CC)  O cônjuge pode ainda pedir a separação judicial quando o outro estiver acometido de doença mental grave, manifestada após o casamento, que torne impossível a continuação da vida em comum, desde que, após uma duração de dois anos, a enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável.
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CONVERSÃO EM DIVÓRCIO
Art. 1.580. Decorrido um ano do trânsito em julgado da sentença que houver decretado a separação judicial, ou da decisão concessiva da medida cautelar de separação de corpos, qualquer das partes poderá requerer sua conversão em divórcio.
[...]
§ 2o O divórcio poderá ser requerido, por um ou por ambos os cônjuges, no caso de comprovada separação de fato por mais de dois anos.
5.3 Efeitos da separação judicial:
1. Efeitos pessoais: (A) pôr fim aos deveres recíprocos (art. 1.576 do CC). (B) se consensual, pode-se usar o sobrenome do outro cônjuge, mas, se litigioso, não pode (fica impedido (art. 1.578 do CC)). (C) impossibilidade de realizar novo casamento. (D) após 01 ano de separação, ocorre a conversão em divórcio. 
	
2. Efeitos patrimoniais: (A) pôr fim ao regime matrimonial de bens; (B) substitui o dever de sustento pela obrigação alimentar. 
 
3. Efeitos quanto aos filhos: (A) não altera o vínculo de filiação; (B) guarda, visitas e alimentos (regulamentação). 
OBS: Separação extrajudicial: opção do casal, sem filhos menores ou incapazes. Realizado por escritura pública. Não há necessidade de homologação judicial da escritura (pode esta ser gratuita – pedido de justiça gratuita). 
 
OBS: O divórcio poderá ser requerido, por um ou por ambos os cônjuges, no caso de comprovada separação de fato por mais de dois anos (art. 1.580, §2º do CC).
 DIVÓRCIO
4. Divórcio
É a dissolução do casamento válido, que se opera mediante sentença judicial, habilitando as pessoas a contrair novas núpcias. Pode ser realizado na forma extrajudicial, quando não houver menores ou incapazes.
CNJ autoriza cartórios a fazer mediação e conciliação de conflitos (Provimento 67/2018) direitos disponíveis e indisponíveis. 
EMENDA CONSTITUCIONAL N. 66 DE 13/07/2010: suprime o requisito de prévia separação judicial por mais de 01 (um) ano ou de comprovada separação de fato por mais de 02 (dois) anos.
1. Divórcio extrajudicial consensual:
 
É feito por escritura pública (perante notário ou cônsul), para casais que não tenham filhos menores de idade ou incapazes. Necessidade de ACORDO CONSENSUAL. Dispensa de homologação em juízo. 
(Provimento 67/2018 do CNJ)
2. Divórcio indireto:
 
2.1 Divórcio consensual indireto: há solicitação de conversão da prévia separação judicial (consensual ou litigiosa) em divórcio.
2.2 Divórcio litigioso indireto: é obtido mediante sentença judicial. Um dos consortes judicialmente separado, havendo recusa do outro, pede ao juiz a conversão da separação judicial em divórcio. 
3. Divórcio direto (EMENDA CONSTITUCIONAL N. 66 DE 13/07/2010)
3.1 Divórcio consensual direto: decorre de mútuo consentimento dos cônjuges que podem já estar separados de fato. 
3.2 Divórcio litigioso direto: ocorre a pedido por um dos consortes, podendo já estar separado de fato. 
Art. 1.581. O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia partilha de bens.
Art. 1.582. O pedido de divórcio somente competirá aos cônjuges.
Parágrafo único. Se o cônjuge for incapaz para propor a ação ou defender-se, poderá fazê-lo o curador, o ascendente ou o irmão.
4.1 Efeitos do divórcio
 
Dissolução do vinculo conjugal civil e cessação dos efeitos civis do casamento religioso inscrito no Registro Civil (art. 24 da Lei n. 6.515).
Cessação dos deveres recíprocos. 
Extinção do regime matrimonial
Possibilidadede novo casamento civil (divorciado)
Inadmissibilidade de reconciliação (art. 33 da Lei 6.515)
Com um novo casamento, ocorre extinção do dever de alimentos entre os ex-cônjuges (art. 29 e 30 da Lei 6.515)
Uso do nome (art. 1.571, §2º do CC) - Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o nome de casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial.
Usucapião Familiar (art. 1.240-A do CC)
OBS: Possibilidade de adoção em conjunto pelos cônjuges divorciados (Lei n. 8.069/90, art. 42, §4º): 
“o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência”
4.2 Extinção do direito ao divórcio
Pelo perdão.
Pela morte de um dos cônjuges. 
 
5. Mediação familiar 
Ocorre o acompanhamento do casal, em caso de separação, divórcio, ruptura da união estável, para a tomada de uma ponderada decisão (Lei n. 13.140/2015; Provimento 67/2018 do CNJ).

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