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relatório sobre a roda de conversa "Vamos falar sobre masculinidade?"

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Instituto de Ciências Sociais Aplicadas – ICSA  
Departamento de Ciências Sociais - DCSO  
Departamento de Serviço Social – DESSO
Curso: Serviço Social 
Disciplina: Introdução ao Trabalho Profissional 
Docente: Drª Virgínia Alves Carrara 
Discente: Izabela Fernandes Resende
Relatório da roda de conversa “Vamos falar sobre masculinidades?”
Este relatório condiz apontamentos breves acerca da roda de conversa promovida pelo “Projeto Vidas: gênero, diversidade e sexualidade”, com mediação dos professores Dr. Carlos Mendonça — Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) — e Dr. Felipe Viero — Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). A atividade foi realizada no dia 28 de maio de 2019, com início programado para as 19h no auditório Felipe Vieira Collares, localizado no Instituto de Ciências Sociais Aplicadas em Mariana, Minas Gerais, onde se reuniram cerca de 100 estudantes dos diversos cursos ofertados naquele campus. 
Munido de imagens que ilustram a figura do masculino desde o século XI até a atualidade, o professor doutor Carlos Mendonça introduz suas considerações e apontamentos a respeito da construção e metamorfoses pelas quais essa figura passou ao longo dos anos e séculos. Disto, ele infere que as formas pelas quais se dá a construção do esterótipo masculino tem particularidades que acordam com cada momento histórico. O uso de vestimentas e acessórios, por exemplo, aparecem como formas de reafirmar a virilidade e força presentes na figura masculina, corroborando também para uma distinção da figura feminina.
Como um retrato da construção histórica de sociedade, a masculinidade surge intrínseca à qualidade do homem “ideal”, aquele que diferentemente da figura feminina, não é dotado de fragilidade. Além disso, esse homem é sempre representado na figura branca, hétero e pai de família. Lê-se aí as formas de discriminação e preconceito contra formas afeminadas do masculino lidas nos homossexuais. Para além disso, a apresentação das imagens proferidas pelo professor, já infere uma leitura um tanto quanto seleta ao tipo de padronização específica dos corpos masculinos, que a partir do recorte de gênero específico que abarca somente do corpo europeu consequentemente exclui os corpos negros e indígenas. 
Moda e arte aparecem como importantes meios de afirmação da masculinidade uma vez que estabelecem padrões que representam tal característica, e portanto são também veículos de exclusão de pessoas que não se encaixam totalmente nesse padrão pré estabelecido e divulgado como ideal, cujos parâmetros de corpos representados, assim como os representados na moda feminina, são inatingíveis. 
Encerrando suas considerações, o professor infere que a masculinidade, portanto, está intimamente ligada com padrões de aparência pré estabelecidos socialmente e que, sendo assim, não se relaciona com as particularidades do corpo de cada homem e sim com um conjunto simbólico permeado por aspectos culturais e sociais inalcançáveis pela maioria dos homens. 
Ademais, uma leitura contemporânea só vem confirmar que a característica afeminada somente é lida como natural quando compõe a figura feminina, recebendo respostas extremamente negativas da sociedade como um todo materializadas na forma de violência e repressão quando está imbricada em um corpo masculino. Consoante a essa análise, o professor doutor Felipe finalizando as contribuições daquela noite aferindo que não baste ser homem, é preciso parecer homem.

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